Apontamentos CP
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política
Max Weber
Ciência e Técnica
A política deve ser uma vocação ou uma profissão?
O liberalismo levou a pessoas sem posses financeiras ascender à política.
A resposta aparentemente é que devemos olhar para a política como uma
vocação tendo em conta a Respublica (Res- coisa; pública); quando estudamos
a ciência política entendemos que ela tem uma esfera privada de intervenção e
Weber trouxe para a ciência política a liderança política e a burocracia política,
a maneira como é organizado o poder. Quer entre os Estados, quer entre o
interior dos Estados é esta a definição que ele traz para a política. Existe uma
“luta” para participar no poder, existe a dimensão de participar no poder e
dimensão de influenciar o poder. Existe uma diferença entre participar e
influenciar:
Participar no poder é ser ator do poder, mas para além disso pode-se ser autor.
O autor é quem pensa/concede/ desenvolve e o ator é quem executa.
Influenciar o poder, exemplos, da média, grupos de pressão e redes sociais,
influenciam o poder. Não havendo paz social, o poder pode estar a ser
influenciado, pela negativa.
Weber explicou isto de uma maneira simples, é que a política é inevitavelmente
uma competição entre áreas políticas. Quando alguém se candidata para
deputado está a procurar participar no poder; enquanto se alguém candidatar
para um sindicato está a procurar influenciar o poder.
Para Max Weber a política significa a luta para compartilhar o Poder ou
influenciar a distribuição do Poder, quer entre Estados, quer entre grupos
dentro do Estado.
Raymond Aron
“Espectador comprometido”
A política é o estudo das relações de autoridade entre os indivíduos e os
grupos. Da hierarquia de forças que se estabelecem no interior de todas as
comunidades complexas numerosas.
O espectador está comprometido porque usa como porta de entrada a sua
situação ideológica.
As autoridades complexas e numerosas são os Estados. Sem poder não há
autoridade e sem autoridade não há poder;
Duverger junta a autoridade dos governantes e do poder.
George Vedel
Definir a política pelo poder, ela tem como objeto os fenómenos oriundos do
poder, os fenómenos de comando que se manifestam numa sociedade.
Porque é que damos valor aos atos de simbolismo na política?
A vontade individual é junta com as outras vontades individuais formando a
vontade geral.
O poder é na legitimidade que ela vai buscar a sua legitimidade e autoridade,
por exemplo, o poder absoluto não respeita a separação de poderes não
respeitando a legitimidade.
O poder precisa dessa legitimidade que está consagrada na constituição (o
poder reside no povo, e a soberania passou a ser popular), por isso, é que a
constituição é a lei suprema, é o princípio de todas as coisas.
Adriano Moreira
“O poder é o objeto da Ciência Política”
Deve ser examinado num critério tridimensional: a sede do poder, a forma ou a
imagem e a ideologia.
O poder está no centro do nosso objeto da ciência política, mas para termos
poder precisamos de legitimidade que o vai buscar à autoridade.
A lei também tem prevista um crime, no direito penal, todos os crimes têm a
sua tipicidade, para não exercerem o abuso de poder, pois o exercício do poder
tem limites.
Nem sempre a sede e a forma coincidem com o poder. Desencadeando-se um
acontecimento, em determinados momentos, é possível bloquear um Estado
porque não há coincidência entre a sede e a forma.
Segundo a concessão sociológica o Estado difere devido à sua própria
dinâmica, por exemplo, através da organização da sociedade, difere da Igreja
devido à sua complexidade. O direito está sempre relacionado com a sua
realidade sociológica. Exemplo dos casamentos, a lei estava imposta sobre o
casamento civil e o divorcio, enquanto se cassassem pela igreja não se
poderiam divorciar, então porque será que as pessoas preferiam o casamento
pela igreja invés do civil? Devido à pressão social, como o peso social era
muito forte, as pessoas mesmo tendo a possibilidade de terem essa escolha
preferiam aquilo que era socialmente imposto.
Duverger diz que a escolha entre noção jurídica e a noção sociológica de
Estado é uma escolha à priori- hipótese inicial.
Ao contrário da sociologia política a ciência política vai possibilitar como ciência
do poder comparar como Estado e as demais comunidades.
A Ciência Política como ciência do poder nas sociedades complexas. Esta
noção de Ciência política aproxima-se da concessão de Ciência política igual a
ciência de Estado, com a diferença que o Estado é definido de modo realista,
por critérios sociológicos e não através do critério jurídico de soberania.
As monarquias como hoje conhecemos vemos a preocupação da separação
dos poderes e a soberania popular. Mesmo com o assumir deste princípio há
quem diga que as monarquias não fazem sentido devido a chegar ao poder do
Estado através do nascimento.
Ainda algumas referências à filosofia política
Foi a génese do estudo da política
Renovou-se com autores como Hannah Arendt (consentimento como
base de autoridade) ou Leo Strauss.
Martin Heidegger e a Escola de Frankfurt
Herbert Marcuse e Habermas
Friedrich von Hayek (1889-1991) - liberalismo ético
Karl Popper (1902-2002) A sociedade aberta e os seus inimigos.
Tolerância e controlo da democracia.
A ciência política não é uma ciência exata devido às diferentes perspetivas.
Quando o Estado usa a legitima defesa é uma violência legitima para
defendermos os nossos valores (Hannah Arendt); a banalidade do mal, este
livro foi escrito com base no julgamento de um militar nazi eu fugiu para a
Argentina e quando foi descoberto raptaram-no
Sociedade aberta é algo onde todos podem participar (autores e espectadores)
para praticar a tolerância e a democracia.
Voltando a sociologia vemos que Emile Durkheim (1857-1917) ou Max
Weber e os seus contributos para a liderança e a burocracia.
Os modelos de Talcott Parsons
Movimentos sociais
Redes sociais
A diferença entre Ciência Política e Sociologia política, apesar da
coincidência no objeto.
A sociologia política estuda os fenómenos políticos enquanto fenómenos
sociais.
A antropologia política é a procura de uma política sem Estado. A
antropologia na determinação das almas dos povos, espíritos nacionais ou
personalidades básicas.
Estudo de Jorge Dias sobre “caráter nacional português”.
Adriano Moreira e a Academia Internacional de Cultura Portuguesa.
A importância da antropologia no estudo das instituições e culturas.
O estudo da questão nacional, das relações interétnicas e dos fenómenos
de racismo e da xenofobia.
A abordagem marxista (abordagem de esquerda), liberal (abordagem mais
de direita/mais aberta) ou institucionalista (feita pelas instituições e pelos
Estados).
Em Portugal não sentimos este impacto, mas sentimos que estes
fenómenos têm impacto na nossa leitura da Ciência Política.
A perspetiva
sistémica
David Easton e Karl Deutsch
A perspetiva sistémica na ciência política é uma tentativa de síntese de todas
as perspetivas.
A origem deste modelo remonta aos estudos da biologia a propósito da célula.
Esta perspetiva foi importada para as ciências sociais.
Aplicada depois na Ciência Política por David Easton e Karl Deutsch.
Toda a ação humana apresenta os caracteres de um sistema- interação entre o
agente e a situação em que se encontra.
Funções
Adaptação e realização de objetivos.
O sistema de ação social está dividido em quatro subsistemas:
Biológico: adaptação
Personalidade: realização de objetivos
Social: integração
Cultura: criatividade
O sistema social realiza estas quatro funções.
Parsons autonomiza o sistema político com um critério funcionalista e atribui a
definição de objetivos gerais da comunidade.
O poder aparece ocupar o centro das preocupações.
Importa a ciência económica o conceito para recorrer por analogia a avaliar o
comportamento do Poder como se fosse o comportamento da moeda.
As correntes atuais não negam valor a Parsons, mas aceitam que o poder é o
fenómeno central da política, mas mais que o poder são os conflitos sociais e a
luta não o equilíbrio e a ordem.
A separação de
poderes e a
Constituição
O princípio da separação de poderes:
Executivo, Legislativo e Judicial
Montesquieu e o seu enunciado.
O poder executivo é representado pelo governo, o legislativo pelo parlamento e
o poder judicial pelos tribunais.
Devemos examinar o poder numa perspetiva tridimensional: a forma, a sede e
a ideologia.
A forma atende à definição normativa do regime político.
Isto é, a solução que uma comunidade adota para a sua convivência política, já
vimos que estas formas de definição normativa são diferentes pelo mundo
todo, as famílias divergem destas definições de poder político.
Esta solução deve ser vista em dois planos:
Ordem jurídica: o direito político acaba numa teoria do direito.
Constituição real: o direito proclamado- escrito ou não- não se cumpre ou só
se cumpre parcialmente e existe um direito composto de vigências que se
impuseram.
Este duplo plano de normativismo não se deve confundir com a evolução do
sentido das normas.
Exemplo: constituição política em resultado de uma interpretação jurídica
atualizada.
A ciência política precisa de ir mais longe do que reconhecer essa dualidade
normativa.
O poder político precisa de se guiar por um normativismo resultante do
chamado poder normativo dos factos, instituindo em proclamar a validade e
eficácia da constituição escrita.
O direito teve de se encontrar com a realidade dos factos tendo em conta a
sociedade.
O exemplo dos direitos humanos.
Todas ou quase todas as Constituições não deixam de se referir a eles, mas
existem muitos Estados que não observam os referidos preceitos e que os
violam.
A constituição formal e a constituição real podem não coincidir.
A ideia de Ferdinand Lassale.
Outro exemplo é na constituição de 1933 que dava o chefe de Estado como
sede de poder executivo e era o Presidente do Conselho verdadeiramente. (A
forma não coincidia com a sede).
A constituição como a função política de contribuir para a eficácia do Poder,
isto é, a generalização da obediência.
A ideia de constituição política, a sua função no processo político do que é o
governo constitucional pode ser encontrada em pensadores como Platão,
Aristóteles, S. Tomás de Aquino, Hobbes, Locke, Rosseau, Kant, Mill,
Montesquieu, Hegel ou os federalistas americanos.
A importância do princípio da separação dos poderes é permitir delimitar todos
os elementos da ideia de constituição não já apenas como causa formal não
valorado pelo Estado, mas antes uma forma correspondente ao arquétipo
valorativo assim desenhado.
O aparelho do poder mesmo quando repudia o modelo procura manter a
imagem de fidelidade a esse arquétipo embora a constituição real que observa
seja outra.
Quando a sede do poder se altera é no sentido de conseguir a circulação do
poder se faça sem alteração da forma.
A Comunidade Política
“Todo o poder deve estar em proporção com os seus objetivos, dando origem a
uma equação que é esta: os privilégios e imunidades de um órgão, os seus
direitos e poderes, estão em proporção coma função e deveres que
desempenham.” - Hamilton.
“Qualquer ato de uma autoridade delegada contrário ao teor da comissão que
rege é nulo. Nenhum ato legislativo, por essa razão, pode ser válido se for
contrário à Constituição.” -Hamilton.
Para a Ciência Política o que revela é a distinção entre a constituição formal e
a constituição real que se traduz na ideia de Estado sustentar uma imagem de
submissão à primeira observando a segunda.
Equação entre Poder e obediência onde o primeiro não se autolimita logo
necessitamos de outro poder que se oponha pela desobediência.
Era o que Locke chamava de apelo aos céus.
A sede do poder
O aparelho do Poder como um sistema que produz decisões irresistíveis.
Regime político: a estrutura e dinâmica dos intervenientes na formação das
decisões.
Como vimos o principal problema do poder é a obediência e se não for
generalizada o Poder é ineficaz.
A diferença de gestão de uma greve parcial ou geral.
Três ideias:
Decisões
Formação das decisões
Dinâmica e estrutura
A produção da minha decisão sofre alterações.
O aparelho produz decisões.
A estrutura vai ter a ver com a sociedade civil, com os partidos políticos, com
os grupos de pressão… grupos da sociedade civil.
O nosso sistema político não é estático, ele tem uma dinâmica, nos vimos
anteriormente que o principal problema do poder é a desobediência, ou seja, se
não houver uma lei de obediência o poder é ineficaz, ou seja, há uma gestão
de uma greve parcial ou uma greve geral.
Uma greve parcial é uma greve que não abrange mais que um setor, por
exemplo greve dos professores básico e secundário.
Uma greve geral é todos os setores aderem à greve, por exemplo, transportes,
serviços de saúde e de educação.
O poder é ineficaz em fase de greve geral, que em muitos casos os Governos
caem, por exemplo o Governo de Passos Coelho.
As pessoas percebem que não tem hipótese de ficar de fora do sistema, por
terem medo da denuncia e por isso, não participam na vida política.
A Aquisição é a forma de como chegam ao poder, mas depois precisa-se de
manter o poder, por exemplo, se adquiriu através de eleições tem de se
manter, e o exercício é a atitude continua do exercício do poder.
O que será a sociedade civil?
Organizações
Pessoas associadas
Igreja X
Forças Armadas X
Forças de segurança X
“Trata-se de conquistar o aparelho de Poder e as condições de obediência ou
conquistar a sociedade civil para a desobediência ao poder estabelecido
procurando instalar um processo de transferência de fidelidades ou de
obediência para um novo aparelho.”
Os instrumentos e processo de luta pelo Poder, pela sua manutenção e
exercício escapam ao normativismo ético e jurídico.
O caso da corrupção
A tipologia dos grupos: sexo, etária, atividade, preocupações ou número.
A ideia ativista.
A burocracia e a tecnocracia
O aparelho burocrático do Estado.
A tecnocracia como a ideia moderna da burocracia do Estado.
Tendência para ocupar o poder político.
O aparelho burocrático do Estado aparece como um tema de grande
importância neste domínio. Antes de mais porque, se a ação dos grupos visa
obter decisões favoráveis, sem exclusão de meios, a burocracia é um
instrumento, raras vezes dispensável, no processo de formação das decisões.
A burocracia ou tecnocracia não deve ser ela própria tratada como um grupo
de pressão, em várias circunstâncias da vida do Estado, e como um grupo de
interesses em todas as circunstâncias.
Tecnocracia militar
Poder político militarizado sem projeto político.
Militares de caserna, militares das escolas e laboratórios.
O sentido em que pode ser chamada uma tecnocracia militar não tem nada que
ver com o fenómeno tecnocrata ocidental. São técnicos no domínio das
massas, da manutenção da obediência de populações daquele teor cultural,
métodos em que frequentemente foram treinados em escolas especializadas.
No resto, os critérios políticos não têm definição precisa: a população tem fraca
participação ativa no processo; as ideologias são fluentes, salvo considerar a
detenção do poder como um valor em si próprio; os partidos políticos quando o
pluralismo é consentido, não têm capacidade de funcionar como intermediários
entre a população e o poder; os valores comunitários são tradicionais; os
valores políticos que existem são revolucionários; a burocracia é incipiente; a
moral responsabilidade não está evidente; os verdadeiros e raros tecnocratas
escolhem como frequência a emigração.
Partidos políticos
Partidos como organizações que lutam pela aquisição, manutenção e
ocupação do poder.
Ocupar o poder
Para isso devem ser duráveis, implantação local, obter o apoio popular em
sistema democrático.
São organizações sociais voluntárias, com caráter de permanência e duração
razoável, que lutam pela aquisição e exercício do poder, através de meios
legais e democráticos.
Sociedade civil
Influência da economia e das novas
formas de comunicação
Sociedade civil- conjunto das organizações voluntárias que servem como
mecanismos de articulação de uma sociedade por oposição às estruturas
apoiadas pela força de um Estado independentemente do seu sistema político.
Distinção entre sociedade e Estado (Maquiavel)
A sociedade civil é o oposto do individuo isolado (Adam Ferguson 1767)
Sociedade baseada no direito oposto da categoria explicativa de estado de
natureza por vocação, de guerra potencial entre todos contra todos (Kant).
A sociedade civil como um estágio no relacionamento dialético (tese- antítese -
síntese) entre a macro comunidade Estado e a micro comunidade Família.
As ideologias
As ideologias e a sua importância nas sociedades modernas.
O liberalismo- nesta sociedade encontramos a associação de valores,
tanto económicos como políticos, liberais
A social-democracia- acredita-se que ao lado de uma certa liberdade
económica tem de existir uma preocupação pública
O conservadorismo- preocupam-se com a dinâmica da liberdade
económica e social, mas deve ter valores que se vão encontrar no
quadro social da doutrina da igreja.
A democracia cristã- preocupam-se com a dinâmica da liberdade
económica e social, mas deve ter valores que se vão encontrar no
quadro social da doutrina da igreja.
O socialismo democrático- acredita-se que ao lado de uma certa
liberdade económica tem de existir uma preocupação pública
O comunismo- não permite o desenvolvimento de uma sociedade civil
aberta, todos têm de estar creditados no partido único
O populismo- a defesa de valores mais populares que todas as
pessoas sentem.
O extremismo- a defesa de valores mais populares que todas as
pessoas sentem.
A principal linha recorrente entre a economia, a política e as ideologias e a
diferença entre o interesse popular e o bem público.
As instituições particulares de solidariedade são interesses particulares, pois a
forma de organização é completamente diferente.
Os cidadãos e o poder político, as
modalidades de poder; A importância
de Noberto Bobbio, Maquiavel, Adam
Smith e Karl Marx
Os cidadãos e o poder político
O substrato pessoal do Estado é a respetiva população, o conjunto dos seus
nacionais. O Estado nacional moderno baseia-se justamente numa coletividade
nacional, identificada por traços de pertença comuns. Os processos de nation-
building podem demorar muito tempo, muitos séculos, até à aquisição de um
sentimento de identidade nacional. Nos países resultantes da descolonização,
muitas vezes caracterizadamente multiétnicos e multilinguísticos, o Estado
nasce sem nação, visto não haver Estados plurinacionais e nações sem
Estado. Daí a importância da noção de nacionalidade ou cidadania nacional,
que estabelece a relação jurídica entre as pessoas e um determinado Estado,
distinguindo-a dos estrangeiros, que não gozam de um certo conjunto de
direitos que são reservados para os nacionais (nomeadamente a titularidade de
cargos políticos).
O conjunto dos cidadãos de um Estado constitui o respetivo povo, o qual, no
moderno Estado representativo, é o titular de soberania (princípio da soberania
popular). Conceitos alternativos são os de comunidade nacional e o de nação
(e o correspondente conceito de soberania nacional). Todavia, o conceito de
nação sofreu uma carga específica de regimes nacionalistas no passado
(sobretudo nos regimes fascistas ou para-fascistas), que lhe conferiam um
significado transcendental e transpessoal, independentemente da coletividade
atual dos cidadãos, cuja vontade e cujos interesses seriam interpretados
diretamente pelo Estado, ou seja, pelos dirigentes.
Nobbert Bobbio
Segundo Bobbio, sobre a democracia.
Se no seu período acionista – período em que pertencia ao Partido d’Azione,
que ajudou a fundar (1942) e que fazia oposição frontal ao fascismo,
pretendido uma síntese de liberalismo e socialismo- Bobbio defende a
conceção ética da democracia; a partir da década de 1950 propõe uma
conceção procedimentalista da democracia.
Antes, a democracia tinha um fim: “O objetivo próprio que distinguia
substancialmente de todas as outras formas de governo: a educação do
cidadão para a liberdade.” Com efeito, só o homem livre é responsável.
Porém, o homem não nasce livre, antes, torna-se livre em um ambiente social.
Assim, importa desenvolver nos indivíduos o sentido da liberdade, bem como
fortalecer as instituições que garantam as condições socioeconómicas que o
permitam.
Esta foi a posição de Bobbio, que, naquele particular contexto do pós-guerra e
de luta contra o fascismo, estava particularmente preocupado com a
emergência de um ethos democrático.
-“Os fascistas talvez não soubessem o que queriam, mas sabiam muito bem o
que não queriam. Numa palavra, não queriam a democracia, entendida como
laborioso processo de educação para a liberdade”.
-“Ser democrático é, em primeiro lugar crer que a igualdade entre os homens é
um ideal nobre, em segundo lugar, que uma diminuição das desigualdades
sociais é, por obra do homem, possível”.
No entanto, Bobbio não deixa de sublinhar que esta visão da democracia, no
contexto de imediato pós-guerra.
Maquiavel
Descreveu as dinâmicas do poder.
Adam Smith
Influencia Intelectual
Mão invisível
Divisão do trabalho
Mercantilismo
Karl Marx
Ideologia do proletariado
• As ideologias implicam estudar as ideias como factos, mas também como
factos com peso social.
• Raymond Aron defendeu a necessidade de um certo apaziguamento
ideológico no sentido de afastar a dicotomia esquerda direita.
• É celebre o seu livro “Ópio dos intelectuais”
• Afastava a diferença entre propriedade privada e pública ou economia de
mercado ou planificada.
• Seria o resultado da estabilização da democracia nos sistemas políticos
liberais por oposição aos chamados comunistas.
• Tornou-se também evidente que a chamada social-democracia e o chamado
socialismo democrático souberam caminhar no sentido da consolidação
democrática que as políticas do Estado Social e do New Deal souberam
afirmar.
• Falamos da importância da sociedade civil e o papel da democracia cristã
nessa área nada mais do que uma expressão política da doutrina social da
Igreja (muito após João XXIII).
• Esta será uma visão mais humanista da política e que terá influencias em
Portugal quer na formação do CDS e mesmo do PSD.
• Karl Marx juntamente com Engels vai procurar criar a conquista da sociedade
civil para se transformar o Estado.
• Dele dizia Bertrand Shaw “a filosofia de Marx não exercerá nenhum efeito
sobre a opinião daqui e de outras partes , mas quando publicou os factos sobre
as condições a que o capitalismo havia reduzido as massas, produziu-se um
efeito idêntico ao da remoção da tampa de um caldeirão em ebulição no
inferno”.
• Considera que a religião não cria o Homem e o Estado não dá origem à
sociedade.
• A tese do materialismo histórico – a evolução das forças produtivas
determina a evolução da sociedade.
• As forças produtivas e relações de produção constituem o modo de produção.
• O contributo de Lenine e Estaline. A ideia de ditadura do proletariado
• A tese de Mao/China: um país dois sistemas.
• A importância de Norberto Bobbio para se conhecer a libertação da sociedade
civil ( matéria desenvolvida na ultima aula)
• O contributo de Adam Smith para a libertação da economia – a mão invisível
• A ideologia em crise – com a queda do muro de Berlim e o fim da guerra fria
as correntes tradicionais entram em crise.
• O nascimento de correntes populistas na Europa e na América Latina
• A política de causas fraturantes: comportamentos e costumes.
• A bibliografia de apoio a esta aula pode ser encontrada em Ciência
Política – Adriano Moreira 279 – 336
Os sistemas de
governo
• Aquilo que Marcelo caetano chamava forma política do Estado outros autores
chamam forma de governo ou sistema político.
• Carl Schmidt fala em democracia, aristocracia ou monarquia.
• Reinhold Zippelius fala de monocracias, oligarquias e democracias.
• Norberto Bobbio fala de formas de governo e dos contributos das ideologias.
• Gianfranco Pasquino fala de formas de governo como presidenciais,
semipresidenciais ou parlamentares.
• Saber quem governa e como se governa são questões que dizem respeito à
forma de governo.
• É um conceito síntese que vive dos outros dois conceitos: regime político e
sistema de governo.
• O regime entendido como relações entre governantes e governados.
• O sistema de governo que estuda as instituições e o estatuto dos governantes
à luz da Constituição, mas não prescinde da análise dos sistemas eleitorais e
sistemas partidários.
• Quando se procura avaliar a capacidade deste modelo de formas de governo
temos de procurar encontrar a sua legitimidade (democrática ou monárquica),
posição quanto à liberdade política, quanto à representatividade, quanto à
divisão de poderes, fator político central (Rei, Parlamento, Presidente).
• A ideia de regime político pode encontrar-se na relação existente entre os
cidadãos e o poder político.
• Formas de escrutínio e de controle. Direitos, liberdades e garantias.
• Democracia como governo do Povo, Para o povo e pelo Povo.
• Sistemas de Governo
• O sistema de Governo não se desliga do regime político no sentido que um
influencia o outro (Marcelo Rebelo de Sousa).
• Sistema de governo: a forma como entre si se relacionam os diversos
órgãos de poder político soberano, quer do ponto de vista do modelo e
estruturação normativa quer das situações desenvolvidas (prática
constitucional).
• Princípio da separação de poderes.
• A divisão de poderes.
• Todo o homem que possui poder tem tendência para dele abusar
(Montesquieu). Sistema de governo parlamentar – Grã-Bretanha e outros.
Presidente ou Rei não tem função de chefe de Governo
• Sistema presidencial
• Sistema semipresidencial
• Responsabilidade política, responsabilidade institucional e solidariedade
institucional
• O sistema português de 1976
• A revisão constitucional de 1982
• O tempo e a vida dos governos
• A ideia de estabilidade política
• A importância do Parlamento
• O poder presidencial: Moderador: da influência até à interferência.
• O Presidente não é o Rei de Inglaterra.
A crise da democracia representativa.
• O caso da justiça e da comunicação social.
• O populismo outra forma de democracia direta?
• As regras do Direito inaplicadas não estão mortas. Hibernam e quem tenha
competência pode sempre reanimá-las (Maurice Duverger).
Tavares, António - Coabitação Política em Portugal na vigência da
Constituição de 1976 – Almedina , Coimbra
Objetivos do teste:
Tipologia dos partidos políticos
Formas de Governo
Sociedade Civil
Ideologias- ideologias estruturantes, o princípio da democracia
representativa, introdução do populismo enquanto ideologia.