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Mavago

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República de Moçambique

Ministério da Administração Estatal

PERFIL DO DISTRITO DE MAVAGO


PROVÍNCIA DE NIASSA

Edição 2005
A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma
natureza informativa, não constituindo parecer profissional sobre a estratégia de
desenvolvimento local. As suas conclusões não são válidas em todas as circunstâncias. Noutros
casos, deverá ser solicitada opinião específica ao Ministério da Administração Estatal ou à
firma MÉTIER - Consultoria & Desenvolvimento, Lda.

Série: Perfis Distritais


Edição: 2005
Editor: Ministério da Administração Estatal
Coordenação: Direcção Nacional da Administração Local
Copyright © 2005 Ministério da Administração Estatal.
Um resumo desta publicação está disponível na Internet em: http://www.govnet.gov.mz/

Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda


Um resumo desta publicação está disponível na Internet em: http://www.metier.co.mz
Índice
________________________________________________________________________________________________

ÍÍnnddiiccee
PPrreeffáácciioo v
SSiiggllaass ee A
Abbrreevviiaattuurraass vii
M
MAAPPA
ADDA
A LLO
OCCA
ALLIIZ
ZAAÇÇÃ
ÃOOG
GEEO
OGGRRÁ
ÁFFIICCA
AD OD
DO DIISSTTRRIITTO
O viii
11 BBrreevvee CCaarraacctteerriizzaaççããoo ddoo D
Diissttrriittoo 2
11..11 LLooccaalliizzaaççããoo,, SSuuppeerrffíícciiee ee PPooppuullaaççããoo 2
11..22 CClliim
maa,, RReelleevvoo ee SSoollooss 2
11..33 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass 3
11..44 EEccoonnoom miiaa ee SSeerrvviiççooss 4

22 H
Hiissttóórriiaa,, PPoollííttiiccaa ee SSoocciieeddaaddee CCiivviill 7
22..11 HHiissttóórriiaa ee ccuullttuurraa 7
22..22 CCeennáárriioo ppoollííttiiccoo aaccttuuaall ee ssoocciieeddaaddee cciivviill 7

33 D
Deem
mooggrraaffiiaa 10
33..11 EEssttrruuttuurraa eettáárriiaa ee ppoorr sseexxoo 10
33..22 TTrraaççoo ssoocciioollóóggiiccoo 10
33..33 LLíínngguuaass ffaallaaddaass 11
33..44 AAnnaallffaabbeettiissmmoo ee EEssccoollaarriizzaaççããoo 11

44 H
Haabbiittaaççããoo ee CCoonnddiiççõõeess ddee V
Viiddaa 13
55 O
Orrggaanniizzaaççããoo A
Addm Goovveerrnnaaççããoo
miinniissttrraattiivvaa ee G 15
55..11 GGoovveerrnnoo D Diissttrriittaall 15
55..22 RReeffoorrm maa ddoo sseeccttoorr ppúúbblliiccoo 16
55..33 SSíínntteessee ddooss rreessuullttaaddooss ddaa aaccttiivviiddaaddee ddooss óórrggããooss ddiissttrriittaaiiss 17
5.3.1 Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural 18
5.3.2 Obras Públicas e Habitação 18
5.3.3 Educação e Saúde 18
5.3.4 Cultura, Juventude e Desporto 19
5.3.5 Mulher e Coordenação da Acção Social 19
5.3.6 Justiça, Ordem e Segurança pública 19
55..44 FFiinnaannççaass PPúúbblliiccaass 20
55..55 CCoonnssttrraannggiim meennttooss àà aaccççããoo dodo G Goovveerrnnoo D Diissttrriittaall 21
55..66 PPaarrttiicciippaaççããoo ccoom muunniittáárriiaa 22
55..77 A p o i o
Apoio externo e x te r n o 22

66 PPoossssee ee U
Ussoo ddaa TTeerrrraa 23
66..11 PPoossssee ddaa tteerrrraa 23
66..22 TTrraabbaallhhoo aaggrrííccoollaa 24
66..33 UUttiilliizzaaççããoo eeccoonnóómmiiccaa ddoo ssoolloo 24

Mavago

PÁGINA i i
Índice
________________________________________________________________________________________________

77 E
Edduuccaaççããoo 26
88 SSaaúúddee ee A
Accççããoo SSoocciiaall 29
88..11 CCuuiiddaaddooss ddee ssaaúúddee ee qquuaaddrroo eeppiiddéém
miiccoo 29
88..22 A c ç ão S
Acção Social o c i al 30

99 G
Géénneerroo 31
99..11 EEdduuccaaççããoo 31
99..22 A miiccaa ee eexxpplloorraaççããoo ddaa tteerrrraa
Accttiivviiddaaddee eeccoonnóóm 31
99..33 GGoovveerrnnaaççããoo 32

1100 A
Accttiivviiddaaddee E
Eccoonnóóm
miiccaa 34
1100..11 PPooppuullaaççããoo eeccoonnoom miiccaammeennttee aaccttiivvaa 34
1100..22 OOrrççaam meennttoo ffaam miilliiaarr 35
1100..33 SSeegguurraannççaa aalliim meennttaarr ee eessttrraattééggiiaass ddee ssoobbrreevviivvêênncciiaa 36
1100..44 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass ddee bbaassee 37
1100..55 AAggrriiccuullttuurraa ee D Deesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall 38
10.5.1 Pecuária 39
10.5.2 Pescas, Florestas e Fauna bravia 39
1100..66 IInnddúússttrriiaa,, CCoom méérrcciioo ee SSeerrvviiççooss 40

A
Anneexxoo:: A
Auuttoorriiddaaddee CCoom Diissttrriittoo ddee M
muunniittáárriiaa nnoo D Maavvaaggoo 41
D
Dooccuum
meennttaaççããoo ccoonnssuullttaaddaa 42

L
Liissttaa ddee ttaabbeellaass
TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005 10
TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico 10
TABELA 3: População, segundo o estado civil e a crença religiosa 11
TABELA 4: População, consoante o conhecimento de Português 11
TABELA 5: População, por condição de alfabetização, 1997 12
TABELA 6: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida 13
TABELA 7: População, por condição de frequência escolar 26
TABELA 8: População, por nível de ensino que frequenta 27
TABELA 9: População, por nível de ensino concluído 27
TABELA 10: Escolas, alunos e professores, 2003 28
TABELA 11: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003 29
TABELA 12: Indicadores de cuidados de saúde, 2003 29
TABELA 13: População, por condição de orfandade, 1997 30
TABELA 14: População deficiente, por idade e residência, 1997 30
TABELA 15: População activa, por ramo de actividade, 2005 35
TABELA 16: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003 39

Mavago

PÁGINA i i i
Índice
________________________________________________________________________________________________

L
Liissttaa ddee ffiigguurraass
FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida....................................................... 13
FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados .................................................... 14
FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água............................ 14
FIGURA 4: Estrutura do orçamento distrital, 2004 ........................................................ 20
FIGURA 5: Estrutura de exploração agrária da terra ...................................................... 24
FIGURA 6: População, por nível de ensino que frequenta............................................ 26
FIGURA 7: Indicadores de escolaridade, por sexos........................................................ 31
FIGURA 8: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado........................... 32
FIGURA 9: População activa, por ramo de actividade, 2005......................................... 34
FIGURA 10: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços .............................. 35
FIGURA 11: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal ........................ 36

Mavago

PÁGINA i v
República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal

P
Prre
effá
ácciio
o
Com 800 mil km2 de superfície e uma população de 19,5
milhões de habitantes, Moçambique inicia o séc. XXI, com
exigências inadiáveis de engajamento de todos os níveis da
sociedade e dos vários intervenientes institucionais e
parceiros de cooperação, num esforço conjugado de combate
à pobreza e desigualdade e de promoção do desenvolvimento económico e social do País.

Efectivamente, alcançar estes propósitos, num contexto de interdependência dos objectivos


de reconstrução e desenvolvimento com os do crescimento, requer o empenho de todos os
sectores, grupos e comunidades da sociedade moçambicana.

Na esfera da governação, esta exigência abrange todos os níveis territoriais e cada uma das
instituições públicas, estando a respectiva política do Governo enunciada nos preceitos
Constitucionais sobre a Descentralização e a Reforma do Sector Público.

A Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março, ao estabelecer os novos princípios e
normas de organização, competências e de funcionamento destes órgãos nos escalões de
província, distrito, posto administrativo e localidade, dotou o processo de um novo quadro
jurídico que reforça e operacionaliza a importância estratégica da governação local.

Neste contexto, o Distrito é um conceito territorial e administrativo essencial à programação


da actividade económica e social e à coordenação das intervenções das instituições nacionais
e internacionais. Avaliar o potencial distrital e o seu grau de sustentabilidade, bem como o
nível de ajustamento do respectivo aparelho administrativo e técnico às necessidades do
desenvolvimento local, é, pois, um passo primordial.

É, neste contexto, que o Ministério da Administração Estatal elaborou e procede à


publicação dos Perfis dos 128 Distritos de Moçambique.

Fá-lo, numa abordagem integrada com o processo de fortalecimento da gestão e planificação


locais, proporcionando – para cada distrito, no período que medeia 2000 a 2004 – uma
avaliação detalhada do grau local de desenvolvimento humano, económico e social.

Estamos certos que este produto, apetrechará as várias Instituições públicas e privadas,
nacionais ou internacionais, com um conhecimento de todo o país, que potencia o
prosseguimento coordenado das acções de combate à pobreza em Moçambique.

_______________________________________________________________________
República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal
Efectivamente, entendemos os Perfis Distritais como um contributo para um processo de
gestão que integra, por um lado, os aspectos organizacionais e de competências distritais e,
por outro, as questões decorrentes do desenvolvimento e da descentralização nas áreas da
planificação e da afectação e gestão dos recursos públicos.

A presidir à definição do seu conteúdo e estrutura, está subjacente a intenção de fortalecer


um ambiente de governação:
dominado pela visão estratégica local e participação comunitária;
promotor da gradual implementação de modelos de negócio da administração
distrital ajustados às prioridades da região, ao quadro de desconcentração de
competências e ao sistema de afectação de recursos públicos; e
integrado em processos de apropriação local na decisão e responsabilização na
execução.

Para a sua elaboração, foram preciosos os contributos recebidos de várias instituições ao


nível central e local, de que destacamos, todos os Governos Provinciais e Distritais, o
Instituto Nacional de Estatística, o Ministério do Plano e Finanças, o Ministério da
Agricultura e Desenvolvimento Rural, o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde.

A todos os intervenientes e, em particular aos Administradores de Distrito, que estas


publicações sejam consideradas como um gesto de agradecimento e devolução. Uma menção
de apreço, ainda, ao grupo MÉTIER, Consultoria e Desenvolvimento, pela assistência
técnica prestada na análise da vasta informação recolhida.

A finalizar, referir que a publicação destes Perfis insere-se num esforço continuado, por
parte do Ministério da Administração Estatal e da sua Direcção Nacional de Administração
Local, de monitoria do desenvolvimento institucional da administração pública local e do seu
gradual ajustamento às exigências do desenvolvimento e crescimento em Moçambique.

Entusiasmamos, pois, todas as contribuições e comentários que possam fazer chegar a essa
Direcção Nacional, no sentido de melhorar e enriquecer o conteúdo futuro dos Perfis.

Maputo, 25 de Setembro de 2005.

Ministro da Administração Estatal

_______________________________________________________________________
Siglas e Abreviaturas
________________________________________________________________________________________________

S
Siig
glla
ass e
eAAb
brre
evviia
attu
urra
ass

AD Administração Distrital

DDADR Direcção Distrital de Agricultura e Desenvolvimento Rural

DDMCAS Direcção Distrital da Mulher e Coordenação da Acção Social

DNAL Direcção Nacional da Administração Local

DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento

EDM Electricidade de Moçambique

EN Estrada Nacional

IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar

INE Instituto Nacional de Estatística

IRDF Inquérito às receitas e despesas das famílias

MADER Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural

MAE Ministério da Administração Estatal

MPF Ministério do Plano e Finanças

PA Posto Administrativo

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRM Polícia da República de Moçambique

TDM Telecomunicações de Moçambique

PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água

Mavago

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M
MAAP
PAAD
DAAL
LOOC
CAAL
LIIZ
ZAAÇ
ÇÃÃO
OGGE
EOOG
GRRÁ
ÁFFIIC
CAAD
DOOD
DIIS
STTR
RIIT
TOO

PÁGINA v i i i
Breve Caracterização do Distrito
________________________________________________________________________________________________

1
1 B
Brre
evve
eCCa
arra
acctte
erriizza
aççã
ãood
dooD
Diissttrriitto
o

11..11 Suuppeerrffíícciiee ee PPooppuullaaççããoo


LLooccaalliizzaaççããoo,, S

O
distrito de Mavago está localizado na parte Norte da província de Niassa, confinando a
Norte com a República Unida da Tanzania através do Rio Rovuma, a Sul com os
distritos de Majune e Muembe, a Este com os distritos de Marrupa e Mecula e a Oeste
com os distritos de Muembe e Sanga.

Com uma superfície1 de 9.112 km2 e uma população recenseada em 1997 de 12.381
habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 17.046 habitantes, este distrito tem uma
densidade populacional de 1.9 hab/km2.

A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:0.9, isto é, por cada


10 crianças ou anciões existem 9 pessoas em idade activa.

A população é jovem (50%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa
de masculinidade de 49%) e de matriz rural acentuada.

11..22 C
Clliim
maa,, R
Reelleevvoo ee S
Soollooss
Climaticamente a região é dominada por climas do tipo semi-árido e sub-húmido seco. A
precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial
de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm.

Em termos da temperatura média durante o período de crescimento das culturas, há regiões


cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a temperatura média anual varie
entre os 20 e 25ºC.

O distrito é atravessado pelos seguintes rios: Rovuma, Lugenda, Lucheringo, Luatize,


N’sawize, Lussanhando, Lilassi, Lucuize, N’kalapa, Liwonde, Namacuate, Nsacalanje,
Licundi, Mussafa, Ligogo, Mbeseca, Ngongolo, Chipuata, Mbetano, Lutuesi, Mbulugo,
Nacalanga e Namajati.

Corresponde ás terras de altitudes compreendidas entre os 200 e 500 metros, de relevo


ondulado, interrompido de quando em quando pelas formações rochosas dos “inselbergs”.

1 De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, Publicações do Censo de 1997.


Mavago

PÁGINA 2
Breve Caracterização do Distrito
________________________________________________________________________________________________

Fisiograficamente a área é constituída por uma zona planáltica baixa que, gradualmente
passa para um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona
subplanáltica de transição para a zona litoral.

Os dambos (ndabo nas línguas locais) são formas especiais dos vales, não sendo exclusivos
de uma zona agro-ecológica estão presentes de uma forma considerável na zona. São
depressões hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de
água na forma de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio.

O escoamento superficial é lento e difuso para além de poder ainda beneficiar da


contribuição do fluxo de água subterrânea, principalmente nas zonas cujos depósitos
apresentam texturas grosseira e arenosa. Estas unidades de terreno são ainda características
das áreas mais planas ao longo dos divisores de água dos rios.

A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á sua
largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos. Os
vales dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de
textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular.

Nos dambos encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de cores
cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de côr escura (Mollic, Gleyic
e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).

Os topos e encostas superiores dos interfluvios são dominados por complexos de solos
vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos (Haplic Lixisols
e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam texturas média a pesada, sendo
profundos, bem a moderadamente bem drenados.

Nas encostas intermédias dos interflúvios os solos variam de cor, desde solos com cores
pardo-acastanhada a castanho-amareladas, moderadamente bem drenados, com textura
argilosa.

11..33 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass
O Distrito de Mavago é atravessado pelo corredor terrestre de Mecula através da estrada
regional 569. Os operadores de transporte existentes são, na sua maioria, não licenciados,

Mavago

PÁGINA 3
Breve Caracterização do Distrito
________________________________________________________________________________________________

com ligações entre o Distrito de Mavago e os Distritos de Muembe até à Cidade de


Lichinga. A circulação, porém, é bastante irregular.

O Distrito conta com 426 km de estradas, dos quais 153 km são do tipo regional e os
restantes 273 Km de estradas vicinais.

O Distrito dispõe apenas de rádios de transmissão instalados nalgumas instituições do


estado.

No âmbito do fornecimento de água potável às populações, o Distrito conta com 29 fontes


de água, das quais 5 construídas no decurso do ano, das quais 11 estão localizadas na Vila da
Sede Distrital, 6 no Posto Administrativo de Msawize e 12 no Posto Administrativo de
Mavago-Sede. Do total de fontes existentes, funcionam apenas 13.

A Vila Sede do Distrito é beneficiária de 1 gerador eléctrico desde junho de 2002. Porém, o
fornecimento da corrente eléctrica é deficiente devido ao baixo número de beneficiários,
cuja receita não é suficiente para cobrir as despesas.

O distrito possui 19 escolas (das quais, 10 do ensino primário nível 1) e 8 centros de


alfabetização, e está servido por 4 unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo
da população aos serviços do Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante
insuficiente como se conclui dos seguintes índices de cobertura média:

Uma unidade sanitária por cada 5 mil pessoas;


Uma cama por 1.100 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 1.700 residentes no distrito.
Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.

11..44 EEccoonnoom
miiaa ee S
Seerrvviiççooss
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

Mavago

PÁGINA 4
Breve Caracterização do Distrito
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De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a
produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de meixoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim.

O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. A principal cultura de rendimento praticada no distrito é o tabaco
fomentado pela STANCOM.

Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em regime de sequeiro.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

O distrito de Mavago é extremamente rico em recursos florestais, pois a maior parte da sua
área está ainda coberta por floresta virgem. A lenha é a fonte de energia mais utilizada para a
confecção de alimentos. O distrito possui mangueiras, bananeiras, laranjeiras e papaieiras.
A caça e a pesca são outros recursos de que o distrito dispõe para o enriquecimento da dieta
das famílias.Os animais mais caçados são as galinhas-do-mato, as gazelas e os coelhos.
Existem no distrito elefantes, leões, búfalos, rinocerontes, leopardos e vários antílopes. O
peixe é pescado nos numerosos rios do distrito.
A pequena indústria local surge como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da
sua actividade. O parque industrial existente no Distrito é constituído por pequenas
moageiras espalhadas pelas localidades e Postos Administrativos. O Distrito conta com 11
pequenas indústrias (Moageiras) das quais 10 em funcionamento e 1 avariada.
Mavago

PÁGINA 5
Breve Caracterização do Distrito
________________________________________________________________________________________________

Por causa do seu isolamento, o distrito de Mavago não está intimamente integrado em redes
comerciais. Existem laços comerciais informais com a Tanzânia nas áreas próximas da
fronteira comum.
A rede comercial no Distrito, conta com (1) um estabelecimento comercial no Posto
Administrativo de Msawize e um outro na Sede do Distrito, funcionando com
irregularidades devido à descapitalização dos proprietários.
Na área de turismo, o Distrito dispõe de 1 pensão e 2 bares informais. Funciona no Distrito
1 empresa turística (SAFARIS) localizada no povoado de Milepa, que dista cerca de 127 km
da Sede do Distrito, no sentido Norte.
O distrito não dispõe de um sistema formal de crédito implantado, nem está representada
em Mavago nenhuma instituição bancária.

Mavago

PÁGINA 6
História, Política e Sociedade Civil
________________________________________________________________________________________________

2
2 H
Hiissttó
órriia
a,, P
Poollííttiicca
aeeS
Soocciie
edda
adde
eCCiiv
viill

22..11 H
Hiissttóórriiaa ee ccuullttuurraa

A
maior parte da população do distrito é de origem Yao e Amakhua. Este último grupo é
originário dos distritos orientais, designadamente, Marrupa, Maúa e Majune.

A população pertence à linhagem matrilinear, não diferindo grandemente


dos povos do Norte do Zambeze.

As autoridades tradicionais predominantes no distrito são: Mwené,


N’duna e Bibi, esta última esposa do Mwené.

Mwené é a autoridade subordinada ao Régulo (SULUTUANE) com a tarefa de dirigir


apenas um Povoado. Os N’dunas são os mensageiros do Régulo.

A actuação destas estruturas manifesta-se fundamentalmente na gestão de conflitos, recolha


e transmissão de mensagens, organização das comunidades, conservação dos hábitos
culturais e outros assuntos de interesse local.

Para cada acontecimento existe uma dança própria. O divertimento é geralmente organizado
no tempo seco e na altura das colheitas, em sinal de satisfação e agradecimento pelas boas
colheitas.

As danças mais praticadas são: Manganje, Manava, Makwalo, Chindimba, Chioda,


Nihichiliha, Chitoto, Maombe, Limbodua e Essikiri.

22..22 Ceennáárriioo ppoollííttiiccoo aaccttuuaall ee ssoocciieeddaaddee cciivviill


C
A liderança tradicional é assegurada pelos seguintes representantes do poder ao nível da
comunidade:
Régulos e Secretários de Bairros;
Chefes de Grupos de Povoações;
Chefe da Povoação;
Chingore;
Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel
social, cultural, económico e religioso.

Mavago

PÁGINA 7
História, Política e Sociedade Civil
________________________________________________________________________________________________

Na liderança tradicional existe uma espécie de divisão de trabalho e de funções entre os


diferentes líderes das comunidades. Assim, os Secretários têm hoje como função principal a
mobilização da comunidade para as tarefas sociais e económicas. Os líderes tradicionais
tratam principalmente dos aspectos tradicionais, tais como, cerimónias, ritos e conflitos
sociais.

No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias de 1ª


e 2ª linhas (régulos, chefes de terras e secretários de bairro), de acordo
com as entidades provinciais e distritais, foi levado a cabo um trabalho
de divulgação do mesmo em todos os Postos Administrativos,
Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido envolvidas todas as
camadas sociais.

Neste contexto, foram legitimados pelas respectivas comunidades e


reconhecidos pela autoridade competente 23 Líderes Comunitários de diversos escalões.

A relação entre a Administração do Distrito e as Autoridades Comunitárias é positiva e tem


contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido
aos conflitos de terras existentes no distrito e outros que caem no âmbito das suas
competências, nomeadamente:

Colaboração na manutenção da Paz e harmonia social;


Articulação com os tribunais comunitários na resolução de conflitos de natureza
civil, tomando em conta os usos e costumes locais;
Mobilização e organização das populações para construção e manutenção de fontes
de abastecimento de água e aumento da área de produção;
Mobilização das comunidades locais na manutenção das vias de acesso, locais
sagrados e construção de latrinas melhoradas;
Educação cívica das comunidades sobre o uso sustentável e gestão de recursos
naturais, incluindo a prevenção das queimadas descontroladas e caça ilegal;
Mobilização e organização das populações para o pagamento do Imposto de
Reconstrução Nacional;
Mobilização dos pais e encarregados de educação para mandarem os seus filhos à
escola, principalmente as raparigas; e

Mavago

PÁGINA 8
História, Política e Sociedade Civil
________________________________________________________________________________________________

Divulgação das Leis, deliberação dos Órgãos Locais do estado e outras informações
úteis à comunidade.

Através dos líderes comunitários, as populações têm-se envolvido na busca de soluções para
os problemas existentes, nomeadamente, no combate à criminalidade, em colaboração com
a Polícia Comunitária, através da apreensão e denúncia de delinquentes; no combate ao
cultivo, consumo e comercialização de estupefacientes (suruma); na abertura de vias de
acesso; na confecção de tijolos no âmbito do programa de “comida por trabalho” e na abertura
de poços comunitários usando material convencional ou local.

A religião dominante é a Muçulmana, praticada pela maioria da população do distrito.


Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das
hierarquias religiosa se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias
actividades de índole social.

Mavago

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Demografia
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3
3 D
Deem
moog
grra
affiia
a
O distrito tem uma superfície de 9.112 km2 e uma população, à data de
1/1/2005, de 17 mil habitantes. Com uma densidade populacional de 2
hab/km2, estima-se que o distrito atinja, em 2010, os 20 mil habitantes.

33..11 EEssttrruuttuurraa eettáárriiaa ee ppoorr sseexxoo


Com uma população jovem (50%, abaixo dos 15 anos) e um índice de masculinidade de
49%, este distrito tem uma matriz rural acentuada. A estrutura etária da população do
distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:0.9, isto é, por cada 10 crianças
ou anciões existem 9 pessoas em idade activa.

TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005


Grupos etários
TOTAL 0-4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e mais
DISTRITO DE MAVAGO 17.046 3.618 4.945 6.609 1.418 456
Homens 8.268 1.833 2.542 2.977 653 264
Mulheres 8.779 1.786 2.404 3.632 766 191
P.A. de MAVAGO 12.883 2.799 3.710 4.980 1.068 325
Homens 6.223 1.415 1.899 2.211 507 191
Mulheres 6.660 1.384 1.812 2.769 562 134
P.A. de M'SAWIZE 4.163 819 1.235 1.629 350 131
Homens 2.045 417 643 766 146 73
Mulheres 2.119 402 592 863 204 58
Fonte: Estimativa da MÉTIER, na base do INE, Dados do Censo de 1997.

33..22 TTrraaççoo ssoocciioollóóggiiccoo


Das 4.080 famílias do distrito, a maioria é do tipo sociológico nuclear com filhos (36%) e
têm, em média, 3 a 5 membros.

TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico


% de agregados, por dimensão Média de pessoas, por agregado
1-2 3-5 6 e mais TOTAL < 15 anos ≥ 15 anos
27,5% 46,5% 26,0% 4,2 2,1 2,1
Tipo Sociológico de Agregado Familiar
Monoparental (1) Nuclear
Unipessoal Alargado (2)
Masculino Feminino Com filhos Sem filhos
6,5% 1,2% 18,1% 36,0% 10,4% 27,8%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.
1) Família com um dos pais.
2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes.
Mavago

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Demografia
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Na sua maioria casados, após os 12 anos de idade, têm forte crença religiosa, dominada pela
religião Sião ou Zione.

TABELA 3: População, segundo o estado civil e a crença religiosa


Com < 12 Com 12 anos ou mais, por Estado civil
anos Total Solteiro Casado ou união Separado/ Divorciado Viuvo
43,8% 56,2% 15,9% 38,4% 0,8% 1,0%
Com Crença Religiosa
Total Muçulmana Católica Evangélica T. Jeová Outra
100,0% 96,5% 1,8% 0,1% 1,0% 0,6%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

33..33 LLíínngguuaass ffaallaaddaass


Tendo por língua materna dominante o Cyao, 85% da população do distrito com 5 ou mais
anos de idade não sabem português, sendo o seu conhecimento preferencial nos homens,
dada a maior inserção na vida social e escolar e no mercado de trabalho.

TABELA 4: População, consoante o conhecimento de Português


Sabe falar Português Não sabe falar Português
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
DISTRITO DE MAVAGO 15,7% 11,9% 3,8% 84,3% 37,1% 47,2%
5 - 9 anos 1,3% 0,7% 0,6% 21,3% 10,9% 10,4%
10 - 14 anos 2,1% 1,5% 0,6% 12,0% 5,8% 6,3%
15 - 19 anos 1,6% 1,1% 0,5% 11,2% 5,4% 5,8%
20 - 44 anos 9,0% 7,0% 2,0% 27,4% 9,7% 17,7%
45 anos e mais 1,7% 1,6% 0,1% 12,3% 5,3% 7,0%
P.A. de MAVAGO 16,1% 11,7% 4,4% 83,9% 36,0% 48,0%
P.A. de M'SAWIZE 14,7% 12,6% 2,1% 85,3% 36,0% 49,3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

33..44 A
Annaallffaabbeettiissm
moo ee EEssccoollaarriizzaaççããoo
Com 87% da população analfabeta, predominantemente mulheres, a taxa de escolarização
no distrito é baixa, constatando-se que somente 19% dos habitantes2 frequentam ou já
frequentaram a escola.

2 Com 5 ou mais anos de idade.


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Demografia
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TABELA 5: População, por condição de alfabetização, 1997


Taxa de analfabetismo
TOTAL Homens Mulheres
DISTRITO DE MAVAGO 86,6% 76,6% 95,9%
5-9 97,6% 97,1% 98,2%
10 - 14 88,0% 82,2% 94,2%
15 - 44 81,8% 66,3% 94,5%
45 e mais 84,5% 69,2% 99,1%
P.A. de MAVAGO 85,7% 75,4% 95,0%
P.A. de M'SAWIZE 89,5% 80,2% 98,4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Mavago

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Habitação e Condições de Vida
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4
4 H
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Viid
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O tipo de habitação modal do distrito é “a palhota, com
pavimento de terra batida, tecto de capim ou colmo e paredes
de caniço ou paus”.

Em relação a outras utilidades, o padrão dominante é o de famílias


“sem rádio e electricidade, dispondo de 6 bicicletas em cada dez famílias, e
vivendo em palhotas com latrina e água colhida directamente em poços e furos ou
nos rios e lagos”.

FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida

65%
20%
0% 0%

Com Água Canalizada Com retrete ou latrina Com electricidade Com Radio

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

TABELA 6: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida


TIPO DE HABITAÇÃO
CONDIÇÕES BÁSICAS Moradia ou Casa de Palhota ou
EXISTENTES TOTAL Apartamento madeira e zinco casa precária
Casas Pessoas Casas Pessoas Casas Pessoas Casas Pessoas
Com Água Canalizada 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Com retrete ou latrina 65% 69% 84% 84% 50% 48% 65% 69%
Com electricidade 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Com Radio 20% 22% 32% 35% 13% 14% 20% 22%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

No que diz respeito às paredes, pavimento e tecto, o material de construção dominante é,


respectivamente o caniço ou paus, a terra batida e o capim ou colmo.
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Habitação e Condições de Vida
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FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados


99% 99%
98%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 1% 1% 0%
1% 0%
10%
0%
Pare de s Pare de s Pare de s Chão de Chão de Te cto de Te cto de Te cto de
de bloco de zinco de m ate rial adobe laje chapa capim
caniço, duráve l ou te rra de zinco ou
paus ou batida colm o
outros

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Em particular, no que concerne às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua


maioria a população do distrito é abastecida por poços e furos (89%) ou recorre
directamente aos rios ou lagos (5%).

FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água

89%
90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%
5% 5%
10% 0% 0%

0%
Canalizada, Canalizada, fora Fontanário Poço ou furo Rio ou Lago
dentro de casa de cas a
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

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Organização Administrativa e Governação
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5
5 O
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naaççã
ãoo

O
distrito tem dois Postos Administrativos: Mavago-Sede e M´Sawize que, por sua vez,
estão subdivididos em 2 Localidades.

MAVAGO
N'KALAPA-MAVAGO
M'SAWIZE
M'SAWIZE SEDE

55..11 G
Goovveerrnnoo D
Diissttrriittaall
O Governo Distrital, dirigido pelo Administrador de Distrito, está
estruturado nos seguintes níveis de direcção e coordenação:
Gabinete do Administrador, Administração e Secretaria;
Direcção Distrital da Agricultura e Desenvolvimento Rural;
Direcção Distrital da Educação;
Direcção Distrital da Saúde;
Direcção Distrital da Cultura, Juventude e Desporto;
Delegação do Registo Civil e Notariado;
Comando Distrital da PRM.

Com um total de 25 funcionários (dos quais, 2 são mulheres), apresenta a seguinte


distribuição por categorias profissionais:
Técnicos Médios 2
Assistentes Técnicos 5
Operários, Auxiliares Administrativos e Agentes de Serviço 8
Pessoal auxiliar 10

O sistema de governação vigente é baseado no Conselho Executivo. Em resultado da


aprovação das Leis 6/78 e 7/78, este substituiu a Câmara Municipal local que era dirigida
pelo Administrador do Distrito, por acumulação de funções, por força do artigo 491 da
Reforma Administrativa Ultramarina (RAU).

O Conselho Executivo local é um órgão distinto do Aparelho do Estado no escalão


correspondente, com as seguintes funções:

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Organização Administrativa e Governação
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Dirigir as tarefas políticas do Estado, bem como as de carácter económico, social e


cultural.

Dirigir, coordenar e controlar o funcionamento dos órgãos do Aparelho do Estado.

O Conselho Executivo é dirigido por um Presidente, que geralmente por acumulação de


funções é o Administrador do Distrito, o qual é nomeado pelo Ministro da Administração
Estatal.

Ao nível do distrito o Aparelho do Estado é constituído pela Administração do Distrito e


restantes direcções e sectores distritais. O Administrador por sua vez responde perante o
Governo Provincial e Central, pelos vários sectores de actividades do Distrito organizados
em Direcções e Sectores Distritais.

A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e


Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração e
subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao Administrador
Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros, Chefes de
Quarteirões e Chefes de Blocos.

As instituições do distrito operam com base nas normas de funcionamento dos serviços da
Administração Pública, aprovadas pelo Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, do Conselho
de Ministros, publicado no Boletim da república n° 41, I Série, Suplemento.

A actividade do governo distrital segue uma abordagem essencialmente empírica e de


contacto com a comunidade. Importa que esta prática venha a ser sistematizada em sistemas
de planificação e controlo regulares e fiáveis, bem como seja baseada numa visão estratégica
que oriente o planeamento anual e faça convergir de forma eficaz os esforços sectoriais.

55..22 R
Reeffoorrm
maa ddoo sseeccttoorr ppúúbblliiccoo
O Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, sobre a Reforma do Sector Público, está a ser
implementado no distrito. Com efeito, este instrumento foi objecto de estudo pelos
funcionários do Estado, de modo a garantir a sua correcta implementação pelos sectores.
Neste sentido:
Todas as Direcções e Serviços Públicos possuem livros de ponto;
Foram colocadas 5 caixas e 3 livros de reclamações e sugestões;

Mavago

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Organização Administrativa e Governação
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A maioria dos funcionários das Instalações Públicas já ostenta crachás;


(5) Cinco Instituições Públicas (Administração, Agricultura, Saúde, PRM, incluindo
a Escola Completa Acordos de Lusaka possuem letreiros de identificação sectorial;
Os Funcionários do Sector Público a nível do Distrito foram organizados para o
estudo do EGFE, dos Decretos 5/2000 de 28 de Março e 30/2001 de 15 de
Outubro e respectivos regulamentos internos.

55..33 Síínntteessee ddooss rreessuullttaaddooss ddaa aaccttiivviiddaaddee ddooss óórrggããooss ddiissttrriittaaiiss


S
Nesta secção, sem pretender ser exaustivo e transcrever o rol de funções oficiais dos
Governos Distritais aprovadas e publicadas oficialmente, focam-se as principais actividades
de intervenção pública directa, realizadas no período 2000-2004, que contribuem para o
desenvolvimento do distrito.

No essencial a actividade do Governo Distrital centrou-se nos seguintes objectivos e acções:

Envolver as populações na busca de soluções para os problemas locais através de


diálogo.

Estudar a viabilidade de alocação de equipamento as Administrações Distritais para


a manutenção das vias.

Alargar a rede escolar e sanitária e melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Promover o uso de material local de construção para a edificação de residências do


Chefe de Posto Administrativo e outros funcionários do Estado.

Intensificar acções de fornecimento/capacitação técnico-profissional dos


Funcionários em particular ao nível Distrital e de Posto Administrativo.

Melhorar os serviços prestados pelas Administrações Distritais tendo em conta que


o cidadão constitui a razão da sua existência.

Melhorar o atendimento nas escolas Hospitais, Repartições do Estado, na


tramitação do processo de pedidos de terra ,de Bilhetes de Identidade, etc.

Melhorar o sistema de colecta e registo de receitas nas Administrações Distritais.

Prestigiar a função de Administrador Distrital.

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Organização Administrativa e Governação
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5.3.1 Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural


De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em regime de consociação de
culturas com base em variedades locais e, em algumas regiões, com o recurso à tracção
animal e tractores.

O início do século foi marcado pelo cenário de estiagem e seca caracterizado por chuvas
irregulares e abaixo do normal criaram uma situação de insegurança alimentar, exigindo do
Governo Distrital iniciativas enérgicas de mitigação, de que se destacam:

Distribuição de sementes e utensílios agrícolas às vítimas das cheias;


Reabilitação de valas de drenagem nas baixas do distrito;
Foram distribuídos um total de 30 ovinos para 10 famílias e 9 cabeças de gado
caprino para 2 famílias.
Foram vacinadas 2.382 galinhas contra a New-Castle e 50 caninos contra a raiva.
Fomento de batata-doce de polpa alaranjada; e
Aquisição e distribuição de bovinos de fomento.

5.3.2 Obras Públicas e Habitação


Estão em curso os trabalhos de reabilitação de 6 infra-estruturas e (1) uma construção de
raiz nomeadamente: Reabilitação - Residência do Director Distrital de Saúde; Centro de
Saúde do Posto Administrativo de Msawize; Residência do Administrador Distrital Adjunto;
Secretaria da Administração Distrital; Secretaria do Registo Civil e Notariado; Secretaria da
Localidade de Milepa. Construção de raiz - Residência do Chefe do Posto Administrativo de
Mavago-Sede.

5.3.3 Educação e Saúde


O investimento no sector tem estado a crescer, elevando para 11 o número de escolas em
2003 (10 do ensino primário nível 1, uma do nível 2 e uma do ensino secundário geral), que
são frequentadas por cerca de 6 mil estudantes ensinados por 58 professores.

O distrito está dotado de 1 Centro de saúde de nível II/III e 3 Postos de saúde, com um
total de 18 camas e 12 técnicos e assistentes de saúde.

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Organização Administrativa e Governação
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O crescimento da rede escolar e de saúde desde 2000 e a melhoria do atendimento do


pessoal têm permitido aumentar o acesso da população aos serviços do Sistema Nacional de
Educação e da Saúde que, porém, está ainda a um nível bastante insuficiente.

5.3.4 Cultura, Juventude e Desporto


Na área da cultura existem vários grupos que praticam diverso tipo de danças e cânticos
típicos de toda a região.

No concernente à juventude, destaca-se a existência de grupos activistas e associações


juvenis que de dedicam a motivar boas práticas entre os seus concidadãos.

Têm sido promovidas várias actividades, nomeadamente a participação no II Festival


Nacional de Dança Popular, o fomento do associativismo juvenil e de grupos culturais, bem
como o apoio ao desenvolvimento das artes plásticas, em particular a escultura.

5.3.5 Mulher e Coordenação da Acção Social


Nesta área o Governo Distrital tem promovido a integração e assistência social a pessoas,
famílias e grupos sociais em situação de pobreza absoluta, dando prioridade à criança órfã,
mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e portadores do HIV-SIDA, reclusos,
tóxico-dependentes, regressados e refugiados.

A acção nesta área tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como a
integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.

Apesar dos esforços desenvolvidos, são ainda bem patentes no distrito os efeitos da
pobreza, calamidades naturais e da guerra que assolou Moçambique nas últimas décadas.

5.3.6 Justiça, Ordem e Segurança pública


Os serviços de justiça no distrito estão representados por um conservador e uma
conservatória do registo civil e por um assistente técnico.

Foram visados ou reconhecidos os seguintes documentos: 283 Assentos de nascimento; 3


Assentos de nascimento isentos; 5 Assentos de óbito; 91 Certidões diversas; 6 Cédulas (2ª

Mavago

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Organização Administrativa e Governação
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via); 283 reconhecimentos de assinaturas; 2 Aberturas de sinal; 11 Conferências de


fotocópias; 30 Registos criminais.

O Comando Distrital da PRM, registou um total de 14 casos de delito comum, contra 14 de


igual período do ano anterior. Destes, 11 foram esclarecidos, o que corresponde a um
cumprimento de 78,57%.

De salientar que dos crimes atrás referidos, 8 foram contra a propriedade e 6 contra pessoas.
Foram indiciados pela prática dos mesmos 9 cidadãos, cujos processos foram encaminhados
ao Tribunal Judicial Distrital e 2 à Procuradoria da República em Lichinga. Foram registados
3 casos de acidentes de viação sendo 2 do tipo despiste e capotamento.

As preocupações com questões de segurança e ordem pública são mínimas, não existindo,
actualmente, situações de risco de minas conhecidas neste distrito. Os assaltos, roubos e
ofensas corporais são os crimes mais frequentes no distrito.

55..44 FFiinnaannççaass PPúúbblliiccaass


A Administração do Distrito, sem inclusão das instituições subordinadas
e unidades sociais, funcionou nos últimos anos com os seguintes níveis
de receitas e despesas anuais (em contos).

FIGURA 4: Estrutura do orçamento distrital, 2004

Estrutura da Receita Corrente Estrutura da Despesa Corrente

1%2% 3%
14% 1%
6%

79%
94%

Impost o de Reconst rução Nacional T axas e licenças de Mercados Despesas com pessoal Combustíveis e comunicações
Out ras receit as e t axas Subsídio do O.E. Manutenção Out ros gast os materiais

Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial do Plano e Finanças

O nível de receita é manifestamente insuficiente ao cabal exercício das funções distritais. A


despesa corrente do orçamento distrital em 2004 foi de 40 contos por habitante.
Mavago

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Organização Administrativa e Governação
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Do lado da despesa, os gastos com pessoal absorvem metade do orçamento corrente do


distrito e, à excepção das cobranças de mercados e algumas receitas de serviços, turismo e
urbanismo, o esforço fiscal distrital é muito baixo.

Quanto ao investimento com financiamento de base distrital, o seu montante é pequeno,


sendo quase todas as acções de investimento público planificadas e orçamentadas ao nível
provincial, funcionando os principais sectores sociais com finanças geridas a este nível.

À governação distrital compete essencialmente a gestão corrente, fraccionada pela dispersão


orçamental dos principais sectores sociais e de infra-estruturas, o que condiciona fortemente
a sua actuação num esforço coordenado de desenvolvimento e integração.

55..55 C
Coonnssttrraannggiim Goovveerrnnoo D
meennttooss àà aaccççããoo ddoo G Diissttrriittaall
Face à situação financeira descrita, o Governo Distrital tem enfrentado vários
constrangimentos à sua acção, de que se destacam os seguintes:

Não alocação de fundos de investimentos para manutenção das vias de acesso;


Falta de fundos de investimento para manutenção dos PS de Água e dos furos nas
aldeias;
Falta de infra-estruturas de educação e saúde para a população do distrito;
Falta de viaturas para a Administração e de motorizadas para locomoção dos Chefes
dos Postos Administrativos; e
Ausência de um programa de construções para atender o crescimento do aparelho
de estado.
As minas constituem ou constituíram, em algumas zonas identificadas, uma ameaça à
segurança da população e ao desenvolvimento económico. A acção de desminagem em
curso no país desde 1992, tem permitido diminuir o seu risco, sendo hoje a situação
existente no país e neste distrito mais controlada e conhecida.

Face às restrições orçamentais existentes, tem sido essencial para a prossecução da


actividade do Governo Distrital e para o progresso do distrito, o envolvimento consciente e
participação comunitária, e o apoio do sector privado e de vários organismos internacionais
que operam neste distrito.

Mavago

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Organização Administrativa e Governação
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55..66 PPaarrttiicciippaaççããoo ccoom


muunniittáárriiaa

A participação comunitária tem sido essencial para suprir várias necessidades em matéria de
construção, reabilitação e manutenção de infra-estruturas, nomeadamente estradas
interiores, postos de saúde e escolas, bem como residências para professores e enfermeiros.

Para tal, o Governo Distrital tem estabelecido coordenação de acções com as ONG’s,
visando levar a efeito a reconstrução e construção de infra-estruturas com base em recursos
locais e nos programas “comida pelo trabalho” financiados pelo PMA.

55..77 A
Appooiioo eexxtteerrnnoo
Na sua actuação, o Governo Distrital tem tido apoio de vários organismos de cooperação,
que promovem programas sociais de assistência, protecção do ambiente e desenvolvimento
rural, que desempenham um papel activo e importante no apoio à reconstrução e
desenvolvimento locais.

Mavago

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Posse e Uso da Terra
________________________________________________________________________________________________

6
6 P
Poosssse
eeeU
Usso
odda
aTTe
errrra
a 333
A informação deste capítulo tem por objectivo analisar os traços
gerais que caracterizam a base agrária do distrito, de forma a permitir
inferir sobre eventuais cenários de intervenção que reforcem o sector
no contexto do processo de desenvolvimento distrital.

Apesar das reservas quanto à representatividade ao nível distrital dos


dados do CAP, este capítulo permite avaliar os principais factores que fazem deste sector
um veículo privilegiado de intervenção no desenvolvimento económico e social do país.

Referirmo-nos, entre outros, ao facto de:

Ser a actividade dominante em praticamente todo o distrito;

Esta actividade fazer parte dos hábitos e costumes da população;

A actividade ser praticada pela maioria dos agregados familiares do distrito;

Constituir a maior fonte de emprego e de rendimento da população;

As condições naturais permitirem a prática da actividade.

66..11 PPoossssee ddaa tteerrrraa


Este distrito possui cerca de 3 mil explorações agrícolas com uma área média é de 1.3
hectares. Com um grau de exploração familiar dominante, 46% das explorações do distrito
têm menos de 1 hectare, ocupando somente 21% da área cultivada.

Este padrão desigual da distribuição das áreas fica evidente se referirmos que 40% da área
cultivada pertence a somente 16% das explorações do distrito.

Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando explorados em regime familiar,
têm como responsável, em quase 75% dos casos, o homem da família.

3 Baseado em trabalho analítico da MÉTIER, suportado pelos dados do INE do Censo Agro-pecuário de 1999-2000. Apesar de se
tratar de extrapolação s a partir duma amostra cuja representatividade ao nível distrital é baixa, considera-se que – do ponto de vista
da análise da estrutura de uso e exploração da terra - os seus resultados são um bom retrato das características essenciais do distrito.
Aconselha-se, pois, que mais do que os seus valores absolutos, este capítulo seja analisado tendo em vista absorver os principais
aspectos estruturais da actividade agrária.
Mavago

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Posse e Uso da Terra
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FIGURA 5: Estrutura de exploração agrária da terra


Area (ha) cultivada
40%
Número de Explorações
35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
< 1/2 1/2 ha - 1 ha - 2 2 ha - 3 3 ha - 4 4 ha - 5 5 ha - 10 ha - ³ 100
ha 1 ha ha ha ha ha 10 ha 100 ha ha

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000


No que respeita à posse da terra, 96% das 3 mil parcelas em que estão divididas as
explorações são tradicionalmente pertença das famílias da região, sendo transmitidas por
herança aos filhos, ou estão em regime de aluguer ou de concessão do estado a particulares
e empresas privadas. As autoridades tradicionais e oficiais detêm 4% das parcelas agrícolas
do distrito.

66..22 TTrraabbaallhhoo aaggrrííccoollaa


A estrutura de exploração agrícola do distrito reflecte a base alargada da economia familiar,
constatando-se que 85% das explorações são cultivadas por 3 ou mais membros do
agregado familiar.

Estas explorações estão divididas em cerca de 3 mil parcelas, 35% com menos de meio
hectare e exploradas em cerca de metade dos casos por mulheres. De reter que, do total de
agricultores, 40% são crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos.

66..33 U
Uttiilliizzaaççããoo eeccoonnóóm
miiccaa ddoo ssoolloo
A maioria da terra é explorada em regime de consociação de culturas alimentares,
nomeadamente o milho, mandioca, feijão nhemba, amendoim e batata-doce.
Para além das culturas alimentares e de rendimento, o distrito tem um apreciável número de
fruteiras.

Mavago

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Posse e Uso da Terra
________________________________________________________________________________________________

No distrito existem cerca de 60 criadores de pecuária e mais de 2 mil de avicultura, a maior


parte em regime familiar.
Os dados disponíveis apontam para uma estrutura de produção relativamente
mercantilizada, em que o nível de vendas varia de 10% nos caprinos a 74% nos bicos,
constituindo uma fonte de rendimento familiar importante.

Constitui igualmente uma fonte importante de rendimento familiar. Deriva, essencialmente,


da venda de madeira, lenha, caniço e carvão, bem como da actividade de caça, pesqueira e
artesanal, efectuado por um conjunto de centenas de explorações familiares.
A maior parte da terra fértil ocupada é explorada em regime de sequeiro, e o tecido agrícola
do distrito tem um nível de adopção tecnológica baixo.

Mavago

PÁGINA 2 5
Educação
________________________________________________________________________________________________

7
7 E
Eddu
ucca
aççã
ãoo
Com 87% da população analfabeta, predominantemente
mulheres, a taxa de escolarização no distrito é baixa, constatando-
se que somente 17% dos habitantes4 frequentam ou já
frequentaram a escola primária.

TABELA 7: População5, por condição de frequência escolar


P O P U L A Ç Ã O Q U E:
FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
DISTRITO DE MAVAGO 5,8% 4,1% 1,7% 11,7% 9,0% 2,7% 82,6% 34,9% 47,7%
P.A. de MAVAGO 5,9% 4,2% 1,7% 11,6% 8,8% 2,8% 82,5% 34,7% 47,9%
P.A. de M'SAWIZE 5,6% 4,0% 1,6% 11,8% 9,3% 2,6% 82,6% 35,4% 47,2%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A maior taxa de escolarização verifica-se no grupo etário dos 10 a 14 anos, onde 19% das
crianças frequenta a escola, seguido do grupo de 5 a 9 anos, o que reflecte a entrada tardia
na escola. Na sua maioria, os estudantes são rapazes a frequentar o ensino primário, dada a
insuficiente / inexistente rede escolar dos restantes níveis de ensino nalgumas localidades.

FIGURA 6: População6, por nível de ensino que frequenta


Primário
100% 5,7%

80%

60%

40%

20%

0%

Nenhum nível Outro nível escolar


0,1%
94,2%

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

4 Com 5 ou mais anos de idade.


5 Com 5 ou mais anos de idade.
6 Com 5 ou mais anos de idade.
Mavago

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Educação
________________________________________________________________________________________________

TABELA 8: População7, por nível de ensino que frequenta


NIVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA Nenhum
Total Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior nível
DISTRITO DE MAVAGO 5,8% 0,0% 5,7% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 94,2%
5 - 9 anos 7,8% 0,0% 7,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 92,2%
10 - 14 anos 19,5% 0,0% 19,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 80,5%
15 - 19 anos 7,3% 0,1% 7,0% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 92,7%
20 - 24 anos 1,4% 0,0% 0,9% 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 98,6%
25 e + anos 0,4% 0,0% 0,3% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 99,6%
HOMENS 8,6% 0,0% 8,4% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 91,4%
MULHERES 3,2% 0,0% 3,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 96,8%
P.A. de MAVAGO 5,9% 0,0% 5,7% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 94,1%
P.A. de M'SAWIZE 5,6% 0,0% 5,4% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 94,4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Do total de população8, verifica-se que somente 10% concluíram algum nível de ensino.
Destes, 91% completaram somente o ensino primário e 6% o 1º grau do secundário.

TABELA 9: População9, por nível de ensino concluído


NIVEL DE ENSINO CONCLUIDO
TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior Nenhum
DISTRITO DE MAVAGO 6,1% 0,2% 5,3% 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 93,9%
5 - 9 anos 1,0% 0,0% 1,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 99,0%
10 - 14 anos 2,4% 0,0% 2,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 97,6%
15 - 19 anos 4,6% 0,2% 4,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 95,4%
20 - 24 anos 9,1% 0,0% 7,8% 1,3% 0,1% 0,0% 0,0% 90,9%
25 e + anos 10,0% 0,6% 8,4% 0,8% 0,1% 0,1% 0,0% 90,0%
HOMENS 10,4% 0,5% 8,9% 0,9% 0,1% 0,1% 0,0% 89,6%
MULHERES 2,1% 0,0% 2,0% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 97,9%
P.A. de MAVAGO 6,3% 0,2% 5,6% 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 93,7%
P.A. de M'SAWIZE 5,2% 0,5% 4,4% 0,3% 0,0% 0,0% 0,0% 94,8%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

O baixo grau de escolarização reflecte o facto de, apesar da expansão em curso, a rede
escolar e o efectivo de professores serem insuficientes e possuírem uma baixa qualificação
pedagógica.

Tais factos são agravados por factores socio-económicos, resultando em baixas taxas de
aproveitamento e altas desistências, em algumas das localidades do distrito.

7 Com 5 ou mais anos de idade.


8 Com 5 ou mais anos de idade.
9 Com 5 ou mais anos de idade.
Mavago

PÁGINA 2 7
Educação
________________________________________________________________________________________________

TABELA 10: Escolas, alunos e professores, 2003


NÍVEIS DE ENSINO E N.º de N.º de Alunos N.º de Professores
POSTOS ADMINISTRATIVOS Escolas M HM M HM
TOTAL DO DISTRITO 19 2.521 6.237 11 73
EP1 10 2.394 5.729 4 41
EP2 1 47 191 3 17
AEA 8 80 317 4 15
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Educação
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos.

A maioria dos professores tem uma formação escolar baixa, possuindo, em média, a 6ª
classe e, em alguns casos, um ano de estágio pedagógico, o que condiciona bastante a
qualidade do ensino ministrado.

Mavago

PÁGINA 2 8
Saúde e Acção Social
________________________________________________________________________________________________

8
8 S
Saaú
údde
eeeA
Accççã
ãooS
Soocciia
all
88..11 Cuuiiddaaddooss ddee ssaaúúddee ee qquuaaddrroo eeppiiddéém
C miiccoo
A rede de saúde do distrito, apesar de estar a evoluir a bom
ritmo, é insuficiente, evidenciando os seguintes índices de
cobertura média:
Uma unidade sanitária por cada 5 mil pessoas;
Uma cama por 1.100 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 1.700 residentes no distrito.

TABELA 11: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003

Unidades, Camas e Tipo de Unidades Sanitárias Pessoal existente


Pessoal existente Total de Hospital Centro de Centro de Postos de por sexo
Unidades Rural Saúde I Saúde II/III Saúde HM H M
TOTAL DO DISTRITO
Nº de Unidades 4 0 0 1 3
Nº de Camas 18 0 0 18 0
Pessoal Total 13 0 0 10 3 13 7 6
- Licenciados 0 0 0 0 0 0 0 0
- Nível Médio 1 0 0 1 0 1 1 0
- Nível Básico 7 0 0 7 0 7 4 3
- Nível Elementar 4 0 0 1 3 4 2 2
- Pessoal de apoio 1 0 0 1 0 1 1 0
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde

A Direcção Distrital de Saúde distribui regularmente por cada Centro de Saúde “Kits A e B”
e pelos Postos de Saúde “Kits B”. A tabela seguinte apresenta, para o ano de 2003, a
posição de alguns indicadores que caracterizam o grau de acesso e de cobertura dos serviços
do Sistema Nacional de Saúde.

TABELA 12: Indicadores de cuidados de saúde, 2003


Indicadores
Taxa de ocupação de camas 25,9%
Partos 728
Vacinação 12.329
Saúde materno-infantil 11.629
Consultas externas 22.547
Taxa de baixo peso à nascença 19,7%
Taxa de mau crescimento 13,6%
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde
Mavago

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Saúde e Acção Social
________________________________________________________________________________________________

O quadro epidémico do distrito é dominado pela malária, diarreia e DTS e SIDA que, no
seu conjunto, representam quase a totalidade dos casos de doenças notificados no distrito.

88..22 A
Accççããoo S
Soocciiaall
A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza
absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e
portadores do HIV-SIDA, tóxico-dependentes e regressados.

Neste distrito existem, segundo os dados do Censo de 1997, cerca de 400 órfãos (dos quais
30% de pai e mãe) e cerca de 260 deficientes (73% com debilidade física, 16% com doenças
mentais e 11% com ambos os tipos de doença).

TABELA 13: População, por condição de orfandade, 1997


DISTRITO DE MAVAGO 356
Homens 165
Mulheres 191
5 - 9 anos 81
10 - 14 anos 124
15 - 19 anos 151
P.A. de MAVAGO 260
P.A. de M'SAWIZE 96
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

TABELA 14: População deficiente, por idade e residência, 1997


Posto administrativo e Idade TOTAL Física Mental Ambas
DISTRITO DE MAVAGO 262 190 43 29
0 - 14 51 23 13 15
15 - 44 128 100 20 8
45 e mais 83 67 10 6
P.A. de MAVAGO 158 121 21 16
P.A. de M'SAWIZE 104 69 22 13
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A acção social no distrito tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como a
integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.

Mavago

PÁGINA 3 0
Género
________________________________________________________________________________________________

9
9 G
Géén
neerro
o
O distrito tem uma população de 17 mil habitantes - 9 mil do sexo feminino - sendo 18%
das famílias do tipo monoparental chefiados por mulheres.

99..11 EEdduuccaaççããoo
Tendo por língua materna dominante o Cyao, só 7% das mulheres tem conhecimento da
língua portuguesa. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 96%, sendo de 77%
no caso dos homens.
Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 92% nunca frequentaram a escola e somente
2% concluíram o ensino primário.
A maior taxa de escolarização feminina ocorre no grupo etário dos 10 a 14 anos, em que
11% das raparigas frequentam a escola. Este indicador evidencia o baixo nível escolar e a
entrada tardia na escola da maioria das raparigas, sobretudo nas zonas rurais.

FIGURA 7: Indicadores de escolaridade, por sexos


Taxa de analfabetismo
96%

77%

Cobertura escolar (10 a 14 anos) Conhecimento de português


25%
11% 7%
28% Homens
Mulheres
9%
2%

73%

92%
Ensino primário concluído Sem frequência escolar

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

99..22 A miiccaa ee eexxpplloorraaççããoo ddaa tteerrrraa


Accttiivviiddaaddee eeccoonnóóm
De um total de 9 mil mulheres, 5 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos). Excluindo
as que procuram emprego pela 1ª vez, a população activa feminina é de 3 mil pessoas, o que
reflecte uma taxa implícita de desemprego de 40% (28% nos homens).
Mavago

PÁGINA 3 1
Género
________________________________________________________________________________________________

As 2 mil explorações agrícolas do distrito estão divididas em cerca de 3 mil parcelas, na


maioria com menos de meio hectare e exploradas, em mais de metade dos casos, por
mulheres. De reter, que 47% do total de agricultores são crianças menores de 10 anos de
idade, de ambos os sexos, das quais cerca de metade são raparigas.

FIGURA 8: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado

91%

100%
74%
90%

80% 57%
70% 53%
43% Homens
60% 47%
Mulheres
50%
26%
40%

30% 9%

20%

10%

0%
Responsável pelas Trabalhadores % de assalariados % de agricultores
explorações agrícolas com menos de 10
anos de idade

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000

A distribuição das mulheres activas residentes no distrito, de acordo com a posição no


processo de trabalho e o sector de actividade, é a seguinte:
Cerca de 98% são trabalhadoras agrícolas familiares ou por conta própria;
1% são empregadas ou vendedoras no sector comercial formal e informal ou
trabalhadoras de outros serviços; e
As restantes são, na maioria, produtoras artesanais ou empregadas em serviços
industriais.

99..33 G
Goovveerrnnaaççããoo
Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções de
algumas organizações não governamentais, associações e sociedade civil,
promovendo a criação de igualdade de oportunidades e direitos entre sexos
em todos aspectos de vida social e económica, e a integração da mulher no

mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar. Mavago

PÁGINA 3 2
Género
________________________________________________________________________________________________

Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da


acção, evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a
melhorar a eficácia e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e
do sector privado.

Mavago

PÁGINA 3 3
Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

1
100 A
Accttiiv
viid
daad
deeE
Ecco
onnó
ómmiicca
a
1100..11 PPooppuullaaççããoo eeccoonnoom meennttee aaccttiivvaa
miiccaam
A estrutura etária da população reflecte uma relação de dependência económica aproximada
de 1:1.1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 11 pessoas em idade activa.

De um total de 17 mil habitantes, 8 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos).


Excluindo os que procuram emprego pela primeira vez, a população economicamente activa
é de 6 mil pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 34%.

Da população activa, 97% são trabalhadores familiares ou por conta própria, na maioria,
mulheres. A percentagem de assalariados é somente de 3% da população activa, sendo - de
forma inversa, dominada por homens (as mulheres representam apenas 9% do total de
assalariados).

A distribuição da população activa segundo o ramo de actividade reflecte a dominância do


sector agrário, que ocupa 95% da mão-de-obra do distrito.

Os sectores secundário e terciário ocupam, respectivamente, 2% e 3% dos trabalhadores,


sendo dominados pela actividade de comércio formal e informal, que ocupa cerca de 3% do
total de trabalhadores do distrito.

FIGURA 9: População activa10, por ramo de actividade, 2005

2% 3% 13% 3%

95% 84%

Agricultura, s ilvicultura e pes ca Indús tria, energia e construção


As salariados Por conta própria Trabalhadores familiares
Comércio, Trans portes e Serviços

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Mavago

10 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

TABELA 15: População activa11, por ramo de actividade, 2005


POSIÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO
Por
SECTORES DE ACTIVIDADE Assalariados Sector conta Trabalhador Empresário

TOTAL Total Estado Empresas Coop. própria familiar Patrão


DISTRITO DE MAVAGO 5.560 2,7% 2,2% 0,5% 0,0% 84,1% 13,1% 0,0%
- Homens 2.791 2,5% 2,0% 0,5% 0,0% 39,3% 8,4% 0,0%
- Mulheres 2.769 0,2% 0,2% 0,0% 0,0% 44,8% 4,7% 0,0%
Agricultura, silvicultura e pesca 5.259 0,3% 0,2% 0,1% 0,0% 81,7% 12,6% 0,0%
Indústria, energia e construção 135 0,6% 0,3% 0,3% 0,0% 1,6% 0,2% 0,0%
Comércio, Transportes e Serviços 165 1,8% 1,7% 0,1% 0,0% 0,8% 0,3% 0,0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

1100..22 O
Orrççaam
meennttoo ffaam
miilliiaarr
O distrito tem um Índice de Incidência da Pobreza 12 estimado em cerca de 57% no ano de
200313. Com um nível médio mensal de receitas familiares de 65% em espécie, derivados do
autoconsumo e da renda imputada pela posse de habitação própria, a população do distrito
apresenta um padrão de consumo concentrado nos produtos alimentares (78%) e nos
serviços de habitação, água, energia e combustíveis (11%).

FIGURA 10: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços

5% 1%1%
4%

11%

78%
Produtos Alimentares (*)
Habitação, Serviços, Transportes e Comunicações (*)
Material de construção e Mobiliário
Vestuário e Calçado
Lazer, Bebidas Alcoólicas, Restaurantes e Bares
Educação, Saúde e outros serviços

(*) Inclui o autoconsumo da produção agrícola e a imputação da renda por posse de habitação própria
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.

11 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
12 O Índice de Incidência da Pobreza (povery headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está abaixo da linha
da pobreza. Mavago
13 Estimativa da MÉTIER, a partir de dados do Relatório sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 2ª Avaliação Nacional
(2002-03), DNPO, Gabinete de Estudos do MPF.

PÁGINA 3 5
Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

Com variância significativa, a distribuição da receita familiar está concentrada nas classes
baixas, com quase 60% dos agregados na faixa de rendimentos mensais inferiores a 1.500
contos.

FIGURA 11: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal


29,5%

15,9% 15,7%
13,4%

9,1% 9,4%

4,7%
2,2%

Com m enos De 500.000 a De 1.000.000 De 1.500.000 De 2.000.000 De 2.500.000 De 5.000.000 Com m ais de
de 500.000 1.000.000 MT a 1.500.000 a 2.000.000 a 2.500.000 a 5.000.000 a 10.000.000 10.000.000
MT MT MT MT MT MT MT

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.

1100..33 S meennttaarr ee eessttrraattééggiiaass ddee ssoobbrreevviivvêênncciiaa


Seegguurraannççaa aalliim
Este distrito tem sido alvo de calamidades naturais que afectam a vida
social e económica da comunidade.

Estes desastres, associados à fraca produtividade agrícola, conduzem .


de acordo com vários levantamentos efectuados por entidades
credíveis14 - a níveis de segurança alimentar de risco, estimando-se em 2,5 meses a média de
reservas alimentares por agregado familiar de cereais e mandioca, o que coloca cerca de 5%
da população do distrito, sobretudo os camponeses de menos posses, idosos e famílias
chefiadas por mulheres, numa situação potencialmente vulnerável.

Efectivamente, dadas as tecnologias primárias utilizadas e, consequentemente, os baixos


rendimentos das culturas, a colheita principal é, em geral, insuficiente para cobrir as
necessidades de alimentos básicos, que só são satisfeitas com a ajuda alimentar, a segunda
colheita, rendimentos não agrícolas ou outros mecanismos de sobrevivência.

Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias de


sobrevivência que incluem a participação em programas de "comida pelo trabalho", a
recolha de frutos silvestres, a venda de lenha, carvão, estacas, caniço, bebidas e a caça.
Mavago

14 Nomeadamente, os Médicos sem fronteira.

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

As famílias com homens activos recorrem ao trabalho remunerado nas cidades mais
próximas, já que as oportunidades de emprego no distrito são reduzidas, dado que a
economia ter por base, essencialmente, as relações familiares.

Para atenuar os efeitos desta situação, as autoridades distritais e o MADER lançaram um


plano de acção para redução do impacto da estiagem incluindo sementes e culturas
resistentes e introdução de tecnologias adequadas ao sector familiar.

As principais organizações que apoiam a comunidade aquando de calamidades, são o


Programa Mundial para a Alimentação, o Departamento de Prevenção e Combate às
Calamidades Naturais o Programa de Emergência de Sementes e Utensílios e a Organização
Rural de Ajuda Mútua, cuja actuação inclui a entrega de alimentos e a distribuição de
sementes e de instrumentos agrícolas, no quadro de programas “comida por trabalho”.

1100..44 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass ddee bbaassee


O Distrito de Mavago é atravessado pelo corredor terrestre de Mecula através da estrada
regional 569. Os operadores de transporte existentes são, na sua maioria, não licenciados,
com ligações entre o Distrito de Mavago e os Distritos de Muembe até à Cidade de
Lichinga. A circulação, porém, é bastante irregular.

O Distrito conta com 426 km de estradas, dos quais 153 km são do tipo regional e os
restantes 273 Km de estradas vicinais.

Na execução das actividades relativas às estradas terciárias, o Distrito planificou 283 km de


extensão, tendo sido aprovados 180Km. Na execução física do programa, foi trabalhada
uma extensão de 217 km de estrada nos troços Mavago, Mbuyo, Milepa até à travessia do
rio Rovuma, Mavago/Sacalange e Msawize/Namacambale.

Continua por concluir a construção da ponte sobre o rio Ligogo na via Mavago/Lizombe.

O Distrito dispõe apenas de rádios de transmissão instalados nalgumas instituições do


estado.

No âmbito do fornecimento de água potável às populações, o Distrito conta com 29 fontes


de água, das quais 5 construídas no decurso do ano, das quais 11 estão localizadas na Vila da
Sede Distrital, 6 no Posto Administrativo de Msawize e 12 no Posto Administrativo de
Mavago-Sede. Do total de fontes existentes, funcionam apenas 13.
Mavago

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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
________________________________________________________________________________________________

A Vila Sede do Distrito é beneficiária de 1 gerador eléctrico desde junho de 2002. Porém, o
fornecimento da corrente eléctrica é deficiente devido ao baixo número de beneficiários,
cuja receita não é suficiente para cobrir as despesas.

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.

1100..55 A
Aggrriiccuullttuurraa ee D meennttoo R
Deesseennvvoollvviim Ruurraall
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre


bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

Algumas famílias empregam métodos tradicionais de fertilização dos solos como o pousio
das terras, a incorporação no solo de restolhos de plantas, estrume ou cinzas. Para além das
questões climáticas, os principais constrangimentos à produção são as pragas, a seca, a falta
ou insuficiência de sementes e pesticidas.

De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de
três sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona
planáltica baixa onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente
mandioca/milho/feijões nhemba e boer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a
produção de arroz pluvial nos vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives. Na
maioria da região, este sistema é característico do topo dos interflúvios, declives superiores e
intermédios.

O segundo sistema de produção é dominado pela cultura pura de mapira, ocasionalmente


consociada com milho e feijão nhemba. As culturas de meixoeira e amendoim podem
aparecer em qualquer uma das consociações. A mandioca é a cultura mais importante em
termos de área e é cultivada tanto em cultivo simples, como em cultivo consociado com
feijão ou amendoim.
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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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O algodão corresponde ao terceiro sistema de produção, e constitui a principal cultura de


rendimento da região. A principal cultura de rendimento praticada no distrito é o tabaco
fomentado pela STANCOM.

Os três sistemas de produção agrícola aqui descritos ocorrem em regime de sequeiro.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

TABELA 16: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003


Campanha 2000/2001 Campanha 2001/2002 Campanha 2002/2003
Principais Área (ha) Produção Área (ha) Produção Área (ha) Produção
Culturas Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas)
Milho 1.620 1.250 1.686 1.363 1.712 1.686
Arroz 35 12 38 11 40 40
Mapira 628 556 498 352 409 418
Amendoim 143 72 155 79 652 655
Mandioca 405 1.560 422 1.650 435 1.530
Feijões 937 937 964 495 435 475
Tabaco 337 337 350 350 355 370
TOTAL DO DISTRITO 4.105 4.724 4.113 4.300 4.038 5.174
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial de Agricultura

10.5.1 Pecuária
O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de boas áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da


pecuária, sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais
obstáculos ao seu desenvolvimento.

Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar são as galinhas, os patos
e os cabritos, enquanto que, para a comercialização, são os bois, os cabritos, os porcos e as
ovelhas.

10.5.2 Pescas, Florestas e Fauna bravia


O distrito de Mavago é extremamente rico em recursos florestais, pois a maior parte da sua
área está ainda coberta por floresta virgem. A lenha é a fonte de energia mais utilizada para a
confecção de alimentos. O distrito possui mangueiras, bananeiras, laranjeiras e papaieiras.
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Potencial Distrital e Linhas de Desenvolvimento
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A caça e a pesca são outros recursos de que o distrito dispõe para o enriquecimento da dieta
das famílias.Os animais mais caçados são as galinhas-do-mato, as gazelas e os coelhos.
Existem no distrito elefantes, leões, búfalos, rinocerontes, leopardos e vários antílopes. O
peixe é pescado nos numerosos rios do distrito.

1100..66 IInnddúússttrriiaa,, C
Coom Seerrvviiççooss
méérrcciioo ee S
A pequena indústria local surge como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da
sua actividade. O parque industrial existente no Distrito é constituído por pequenas
moageiras espalhadas pelas localidades e Postos Administrativos. O Distrito conta com 11
pequenas indústrias (Moageiras) das quais 10 em funcionamento e 1 avariada.
Por causa do seu isolamento, o distrito de Mavago não está intimamente integrado em redes
comerciais. Existem laços comerciais informais com a Tanzânia nas áreas próximas da
fronteira comum.
A rede comercial no Distrito, conta com (1) um estabelecimento comercial no Posto
Administrativo de Msawize e um outro na Sede do Distrito, funcionando com
irregularidades devido à descapitalização dos proprietários.
Na área de turismo, o Distrito dispõe de 1 pensão e 2 bares informais. Funciona no Distrito
1 empresa turística (SAFARIS) localizada no povoado de Milepa, que dista cerca de 127 km
da Sede do Distrito, no sentido Norte.
O distrito não dispõe de um sistema formal de crédito implantado, nem está representada
em Mavago nenhuma instituição bancária.

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Autoridade tradicional
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Anexo:
Anexo: Autor
Autoriiddaaddee C
Coom
muun
niittáárriiaa n Distr
noo D istrito
ito de
de M
Maavvaaggoo
(Fonte de dados: Direcção Nacional da Administração Local)

Área de Jurisdição Data de


Designação Local
Nº Nome completo Sexo Posto Localidade Lugar onde Reconheci-
de Aut. Comunitária
Administrativo exerce mento
1 Bonomar Matimula A. Tradicional M Mataca
2 Saide Muemede Mangolowe A. Tradicional M Nkalapa
3 Maimune Yahaia A. Tradicional M Metarica
4 Amado Rachi Sec. Bairro M Ibo
5 Jánguia Bacar “ M Njombo
6 Muamedi Issa Bonomar “ M Macupende
7 Muameda Catecha “ M Palapite
8 Timóteo Saide “ M Pangaia
9 Juma Timamo “ M Maolela
10 Ájussa Caunga “ M 1º de Maio
11 Aliweje Matuno “ M Lucuisse
12 Libuno Mbela “ M Metacalala
13 Champione N. Mangolowe “ M Ntumbi
14 Arde Muamade Ntuava “ M Matumbe
15 Chabane Muemede Iassine Sec. Aldeia M Iringa
16 Iassine Ndala Sec. Aldeia M Namacumbale
17 Chawaulela Waite « M Chilolo
18 Alifa Ntaúla « Mbuyo
19 Daniel Napata Uachinola « M Nsacalange
20 Caluma Nchimbi Ntila « Milepa
21 Santos A. Ntaúla “ M Luatize
22 Ali Chilunga “ M Ligogo
23 Vidadi Saide “ M Chituche

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Documentação consultada
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aççã
ãoo cco
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a
Administração do Distrito, Balanço de Actividades Quinquenal para a 4ª Reunião Nacional, 2004.

Administração do Distrito, Perfil Distrital em resposta à metodologia da MÉTIER, 2004.

Direcção de Agricultura da Província de Niassa, Balanço Quinquenal do Sector Agrário da


Província de Niassa, Maio 2004.

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Direcção Provincial da Educação de Niassa, Relatório de Actividades, 2004.

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Mavago

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Série: Perfis Distritais
Edição: 2005

Editor: Ministério da Administração Estatal


Coordenação: Direcção Nacional da Administração Local
Copyright © Ministério da Administração Estatal
Um resumo desta publicação está disponível na Internet em http://www.govnet.gov.mz/

Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda


Um resumo desta publicação está disponível na Internet em http://www.metier.co.mz
Copyright © MÉTIER, Lda
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL

Série “Perfis Distritais de Moçambique”


Edição 2005

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