Meus Doces Monstros 1 - Milla Borges
Meus Doces Monstros 1 - Milla Borges
Meus Doces Monstros 1 - Milla Borges
LIVRO 1
Milla Borges
Matteo, Zade e Nino vão fazer a sua cabeça rodar com todas as
revelações que eles tem para a sua companheira, que por sinal não
aceita muito bem o fato deles não serem apenas seres imaginários
da sua cabeça.
Tenho que começar contado pra vocês que eu tenho uns sonhos
e uns desejos meio esquisitos, na maioria das vezes eu sonho com
três homens que não são bem homens, estão mais para três
monstros enormes, com caudas grossas e línguas bifurcadas
gigantes que parece que vão até o meu útero quando eles me
chupam. E em todos esses sonhos eles estão fazendo de tudo para
me comer, no sentido mais sujo da palavra, eles me fodem com
suas caudas, seus paus, seus dedos ou qualquer coisa que eles
tiverem em mente e me fazem gozar tantas vezes que eu esqueço
quem eu sou, fico viajando num estado onde parece que o prazer é
eterno e sempre acordo molhada e com tantas dores no corpo como
se realmente tivesse feito todas aquelas coisas insanas, mas isso é
praticamente impossível, não é?
"Sua putinha suja, sempre soube que você só traria desgosto pra
gente! Olha tudo o que fizemos por você! Você não dá a porra de
um valor a nada que você tem! Você é uma nojenta e merece tudo o
que vai acontecer de agora em diante." - disse o meu pai enquanto
cuspia falando, como se eu esperasse alguma coisa boa vindo dele.
"Como você pode, Anna? Meu Deus, estou tão assustada com
tudo isso" - disse minha irmã Giovanna segurando o meu diário -
"Porque você não procurou ajuda? Porque não me ligou? Essas...
Essas coisas que você escreveu não são normais! Pessoas normais
não falam em ter paus de duas cabeças entrando em você enquanto
você chupa a cauda de outro monstro! Você tem noção das coisas
horríveis que você escreve?" - disse a minha irmã com lágrimas
escorrendo pelo rosto, não esperava nada menos da minha irmã
mais velha e certinha, mas ainda sim senti como se uma parte
minha estivesse morrendo naquela hora por ela pensar e falar assim
de mim.
Agora só faltava o meu último monstro real, a minha mãe.
Olhei para ela esperando que ela fizesse o seu discurso como os
outros, mas a única coisa que recebi foi um sorriso de escárnio e
então a campainha tocou e o sorriso dela aumentou para algo
bizarro que me fez arrepiar até o pelo do cu. Então minha irmã saiu
da cozinha (imagino que tenha ido atender a porta).
- "O showzinho de vocês já acabou? Devo lembrar a vocês que
já sou uma mulher maior de idade e que só estou esperando o
apartamento ficar pronto para a dar o fora dessa casa ? Não
gostaram do que leram ? Ótimo! Aprendam a não mexer na porra
das minhas coisas! E se me acham maluca ou que eu tenho algum
problema, agradeçam a vocês mesmos que me foderam tanto
psicologicamente que hoje em dia eu sou assim!" - berrei todas
essas palavras que estavam guardadas a muito tempo me
corroendo por dentro, eles gostam de agir como bons pais e
pessoas perfeitas, mas não tem ideia do estrago que fizeram em
mim e na minha irmã com as suas disputas ridículas pelo afeto e
reconhecimento deles.
Me senti mais leve depois de despejar aquilo tudo e foi aí que
escutei um som de vários passos vindo pelo corredor e pensei -
ótimo Giovanna, convide pessoas para entrar no meio de uma crise
familiar, o que pode dar errado? - mas eu que estava
completamente errada, não eram pessoas comuns que estavam
entrando na cozinha, eram quatro mamutes enormes vestidos de
branco e com cara de poucos amigos.
- " QUE PORRA É ESSA" - eu berrei para qualquer um que
quisesse me responder, mas só consegui silêncio enquanto um
deles se aproximava de mim calmamente enquanto o outro olhava
para a minha mãe e perguntava como se eu não estivesse ali -
"Quer se despedir primeiro senhora ou já fizeram isso?" - foi nesse
momento que a minha ficha caiu, eles literalmente estavam falando
sobre mim.
- " O que você quer dizer com o 'Já se despediu’? Não aja e não
fale de mim como se eu não estivesse aqui " - eu rosnei para o
mamute um, mas continuei olhando fixamente para o mamute dois
que continuava vindo na minha direção enquanto os mamutes três e
quatro se posicionavam nas saídas.
"Só vou precisar de um segundo, Pierre." - disse a minha mãe
para o mamute um, enquanto ela se aproximava de mim como se
fosse me abraçar. Ela parou bem na minha frente e a única coisa
que eu consegui ler no seu rosto foi felicidade e prazer com toda
aquela situação, ela chegou bem perto do meu ouvido e sussurrou
para que somente eu escutasse.
- "Esse é só o começo do que você vai receber Anna, acho bom
se preparar sua puta barata. Espero que você saiba que eu nunca
quis você e que você é o maior arrependimento que eu tive na
minha vida." - ela disse isso e se afastou de mim olhando fixamente
nos meus olhos, senti como se eu tivesse recebido uma facada bem
no meu peito, como pode doer tanto ouvir palavras duras de alguém
que eu sempre soube que não me amava? Pensei que eu já tivesse
criado uma resistência a ela, mas doeu como se meu coração
tivesse se partido em mil pedaços.
- "Podem levá-la agora." - disse a minha mãe sem olhar para
mim novamente.
O que aconteceu em seguida é como um borrão na minha cabeça,
mal consigo me lembrar dos soluços da minha e irmã e dos meus
gritos até sentir uma picada forte no pescoço e tudo ficou preto.