1 ARH Livro 3a Edição - Gary Dessler
1 ARH Livro 3a Edição - Gary Dessler
1 ARH Livro 3a Edição - Gary Dessler
Gary Dessler
Administração
Administração
de Recursos Humanos
de Recursos Humanos
3a edição
Gary Dessler
3a edição
Todos os capítulos do livro trazem exemplos reais e atuais, bem como estudos de casos
brasileiros, nos quais o novo RH é posicionado como centro de lucro e com características
do contexto estratégico, o que torna esta obra essencial à formação de gestores e
profissionais nas áreas de administração e recursos humanos.
sv.pearson.com.br
A Sala Virtual oferece recursos adicionais que auxiliarão professores e alunos na exposição
das aulas e no processo de aprendizagem. Para professores: apresentações em PowerPoint e
Apêndice A; para alunos: exercícios de múltipla escolha e estudos de caso adicionais.
ISBN 978-85-430-0027-5
w w w. p e a r s o n . c o m . b r
Gary Dessler
Florida International University
Tradução
Cecília Leão Oderich
Mestre em Recursos Humanos pela UFRGS
Revisão técnica
Álvaro Pequeno da Silva
Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP
Professor da PUC-SP e da COGEAE/PUC-SP
Adaptação técnica
Denise Poiani Delboni
Doutora em ADM pela FGV
Coordenadora do curso de Direito Empresarial do Trabalho do GVLaw
Consultoria técnica
Rafael Marcus Chiuzi
Doutor em Psicologia Social e do Trabalho pela USP
Professor da FIA-USP e da Universidade Metodista
13-13969 CDD-658.3
2014
Direitos exclusivos para a língua portuguesa cedidos à
Pearson Education do Brasil Ltda.,
uma empresa do grupo Pearson Education
Rua Nelson Francisco, 26
CEP 02712-100 – São Paulo – SP – Brasil
Fone: 11 2178-8686 – Fax: 11 2178-8688
vendas@pearson.com
PARTE 1 Introdução 1
Capítulo 1 A atual administração de recursos humanos 1
Capítulo 2 Gerenciamento de igualdade de oportunidades e diversidade 21
Capítulo 3 Estratégia e análise de recursos humanos 45
PARTE 1 Introdução 1
Capítulo 1 A atual administração de recursos humanos 1
O que é administração de recursos humanos? 1
Por que a administração de recursos humanos é importante para todos os gerentes? 2
Aspectos da administração de recursos humanos 3
Autoridade de linha versus autoridade de pessoal 3
Responsabilidades dos gerentes de linha na administração de recursos humanos 4
Organização das responsabilidades do departamento de recursos humanos 4
As tendências que moldam a administração de recursos humanos 5
Avanços tecnológicos 6
Tendências na natureza do trabalho 6
RH como centro de lucro: Estimulando o atendimento ao cliente 7
Tendências demográficas e da força de trabalho 7
Globalização e competição 8
Endividamento e desregulamentação 8
Desafios econômicos e tendências 9
O que fazem os novos gestores de recursos humanos? 10
De quais competências gestores de recursos humanos precisam? 13
Apresentação deste livro 14
Os capítulos 14
Revisão
Resumo 15 • Palavras-chave 15 • Questões para discussão 15 • Atividades
individuais e em grupos 16
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter 16
Exercício vivencial 17
Estudo de caso brasileiro
Como o paradigma da inovação afetará os CIOs do futuro 18
Apêndice 455
Glossário 469
Índice 477
Objetivos
estratégicos
da empresa
Competências e
comportamentos
necessários dos
funcionários para a
empresa atingir esses
objetivos estratégicos
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fim de ter real pertinência para o setor em que ele atua. Do contrário, toda a riqueza de
conhecimentos propostos por Gary Dessler se perderiam nesse caso. Espera-se que todo
aquele interessado por esta valiosa obra sinta o fortalecimento de sua formação na área
com a leitura.
Para professores:
• Apresentações em PowerPoint.
• Apêndice A.
Para alunos:
• Exercícios de múltipla escolha.
• Estudos de caso adicionais.
O material dos professores é protegido por senha. Para ter acesso a ele, os professo-
res que adotam o livro devem entrar em contato com o seu representante Pearson ou
enviar um e-mail para <universitarios@pearson.com>.
Sinto-me em dívida com muitas pessoas pela ajuda na criação deste livro. Agradeço as su-
gestões conscientes e úteis dos revisores da primeira e da segunda edição, incluindo Kristen
Diehl-Olger, Montcalm Community College; Fred Dorn, University of Mississippi; Karen Fer-
guson, Franklin University; Laurie Giesenhagen, California State University-Fullerton; Sonia
Goltz, Michigan Tech; Judith Grenkowicz, Kirtland Community College; Elaine Guertler,
Wesley College-Dover; Gundy Kaupins, Boise State University; Jacqueline Landau, Salem
State College, Alicia Maciel, California State University-Fullerton; David McGuire, Southern
Utah University; Michelle Paludi, Union College; Quinetta Roberson, Villanova University;
Carolyn Waits, Cincinnati State Technical Community College; Scott Warman, ECPI Techni-
cal College; Zagenczyk Thomas, Clemson University; Lu Zhang, Pennsylvania State Univer-
sity-Harrisburg; David Zoogah, Morgan State University; Wesley A. Scroggins, Missouri State
University; Deborah M. Wharff, University of North Carolina Pembroke e University of Mas-
sachusetts, Lowell; David C. Jacobs, Morgan State University; John Patton, Florida Institute of
Technology; Kathy Marra, Marian University; Christina Suarez, University of Hawaii; Barbara
McIntosh, University of Vermont; Douglas Singh, Indiana University; John Golden, Slippery
Rock University; Vicki Taylor, Shippensburg University; Gayle Baugh, University of West Flori-
da; Lynn Lorenz Marymount University (Arlington); Bahaudin Mujtaba, Nova Southeastern
University; e Kelly Mollica, University of Memphis.
Na Pearson, agradeço à equipe da terceira edição de Fundamentals of Human Resource
Management, incluindo a editora-chefe Stephanie, a editora sênior Kris Ellis-Levy, a editora
sênior Judy Leale, a diretora Ashley Santora, a gerente de projeto editorial Sarah Holle,
a gerente de produção Kelly Warsak, o assistente editorial Bernard Ollila IV, a gerente de
marketing sênior Nikki Jones e a gerente de projetos Tiffany Rupp, em S4 Carlisle Publishing
Services. Agradeço também à equipe de vendas Pearson em todo o mundo; sem seu trabalho
árduo, este livro não teria outro fim senão definhar em uma prateleira. Por fim, sou grato
à minha esposa Claudia por seu apoio, a meu filho Derek pelos seus conselhos e, claro, a
Samantha e a Taylor.
Leitores de todo o mundo recorrem aos best-sellers Human Resource Management, Framework
for Human Resource Management e Fundamentals of Human Resource Management, de Gary Des-
sler, em mais de dez idiomas, incluindo russo, espanhol, francês, árabe, tailandês e chinês.
Entre outros livros do autor, é possível citar Managing Now, Management: Modern Principles
and Practices for Tomorrow’s Leaders, Supervision and Leadership in a Changing World e Winning
Commitment: How to Build and Keep a Competitive Workforce. Dessler tem publicado artigos so-
bre comprometimento dos funcionários, liderança, supervisão, práticas de administração de
recursos humanos na China e melhoria da qualidade em revistas como Academy of Manage-
ment Executive, SAM Advanced Management Journal, Supervision, Personnel Journal e International
Journal of Service Management. Como professor fundador da Florida International University,
Dessler atuou por muitos anos na escola de negócios dela, ministrando cursos sobre adminis-
tração de recursos humanos e administração estratégica. Nos últimos anos, concentrou-se na
escrita de livros didáticos e de pesquisa, além de dar palestras, seminários e cursos na Ásia e
em todo o mundo a respeito de temas como métodos modernos de administração de recur-
sos humanos, com base em evidências de administração de recursos humanos, administração
estratégica, desenvolvimento de liderança e gestão de talentos. Dessler estudou pela New
York University, pelo Rensselaer Polytechnic Institute e pela Baruch School of Business, da
City University of New York.
A atual
administração de
recursos humanos
Neste capítulo, O que é administração de recursos humanos?
vamos abordar. . . As tendências que moldam a administração de recursos humanos
O que fazem os novos gestores de recursos humanos?
Quais competências são necessárias a um gestor de recursos humanos da atualidade?
A apresentação deste livro
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
1. Responder a pergunta: “O que é administração de recursos huma-
nos?”.
2. Explicar com pelo menos quatro exemplos por que conhecimento e
proficiência em conceitos e técnicas de administração de RH são im-
portantes para todos os supervisores ou gerentes.
3. Explicar com exemplos as tendências que estão influenciando a admi-
nistração de recursos humanos.
4. Listar, com exemplos, dez características que os gerentes de RH de
hoje podem ter para lidar com as tendências e os desafios.
5. Discutir algumas competências que os gestores de RH precisam
para lidar com as tendências e os desafios de hoje.
Fonte: Xuan Hui/Newscom
Introdução
Depois de um movimento operário na fábrica de montagem do iPhone Foxconn na China, a
Apple Inc. pediu que a Fair Labor Association (FLA) fizesse o levantamento da quantidade de
trabalhadores da fábrica. A FLA encontrou “toneladas de questões”.1 Hon Hai, proprietária da
fábrica Foxconn, logo mudou suas práticas de RH. Por exemplo, aumentou os salários e cortou
horas extras obrigatórias. A Apple e a Hon Hai sabem que o moral e a produtividade da unidade
dependem de suas práticas de recursos humanos.
Por outro lado, muitos gestores – de generais a presidentes e a superiores – têm sido
bem-sucedidos, mesmo sem planos adequados, organizações ou controles. Eles foram bem
‑sucedidos porque tinham talento para contratar as pessoas certas para os lugares certos e, em
seguida, motivá-las, avaliá-las e desenvolvê-las. Lembre-se de que a obtenção de resultados é
essencial na gestão e que, como gerente, você terá que obter esses resultados por meio das pes-
soas. Esse fato não mudou desde o início da gestão. Como um presidente de empresa resumiu:
Durante muitos anos foi dito que o capital é o gargalo para a indústria em desenvol-
vimento. Eu não acho que isso ainda seja válido. Acho que é a força de trabalho e
a incapacidade da empresa de recrutar e manter bons funcionários que constituem
o gargalo para a produção. Não sei de qualquer grande projeto apoiado por boas
ideias, vigor e entusiasmo que tenha sido interrompido por falta de dinheiro. Sei de
indústrias cujo crescimento foi parcialmente interrompido ou prejudicado porque
não puderam manter uma força de trabalho eficiente e entusiasmada, e acho que
isso será uma realidade ainda maior no futuro.2
VOCÊ PODE SER UM GERENTE DE RH Aqui está uma terceira razão para estudar este
livro: você pode muito bem passar a ser gerente de recursos humanos. Por exemplo, cerca
de um terço das grandes empresas norte-americanas pesquisadas nomeou profissionais que
não são de RH para serem seus principais executivos dessa área. Assim, a Pearson Corpora-
tion (que publica este livro) promoveu para a direção de uma de suas divisões de publicação
o executivo-chefe de recursos humanos, em sua sede corporativa. Por quê? Alguns pensam
que essas pessoas podem ser mais bem preparadas para integrar as atividades de recursos
humanos da empresa (como políticas de remuneração), com as necessidades estratégicas da
empresa (como alinhar os incentivos aos executivos a metas corporativas).3
Entretanto, a maioria dos executivos de recursos humanos, nos EUA, tem experiência
prévia. Cerca de 80% das pessoas, conforme pesquisa, tiveram sua carreira em RH.
RH PARA OS EMPREENDEDORES Finalmente, você pode ser o seu próprio gerente de re-
cursos humanos. Mais da metade das pessoas que trabalham nos Estados Unidos hoje estão em
pequenas empresas. Elas também são responsáveis pela maior parte das 600 mil novas empresas
criadas a cada ano.4 Estatisticamente falando, portanto, a maioria das pessoas que se formar na
faculdade, nos próximos anos, atuará em pequenas empresas ou criará novas pequenas empre-
sas. Especialmente se você está administrando sua própria empresa, sem gerente de recursos
humanos, provavelmente terá que lidar com o RH. Se assim for, você deve ser capaz de recrutar,
selecionar, treinar, avaliar e remunerar os funcionários.
Avanços tecnológicos
Considere, de modo particular, que a tecnolo-
gia mudou significativamente como gestores
de recursos humanos fazem o seu trabalho.
O recrutamento pelo Facebook é um peque-
no exemplo.10 Empregadores iniciam o pro-
cesso de divulgação de vagas (careers tab) na
sua página do Facebook. Uma vez habilitado,
“as empresas têm uma maneira perfeita para
recrutar e divulgar anúncios de emprego di-
retamente no Facebook”.11 Então, depois de
criar um anúncio, o empregador pode anun-
ciar seu link usando essa rede social. Podemos
constatar que inovações como essas mudam
muito a forma de trabalho dos gestores de re-
cursos humanos.12
A tecnologia também
mudou a natureza do Tendências na natureza do trabalho
trabalho e, portanto, as A tecnologia também mudou a natureza do trabalho e, portanto, as competências que os traba-
competências que os lhadores devem ter para realizá-lo. Por exemplo, novas máquinas de fabricação de alta tecnolo-
trabalhadores devem gia (como impressoras tridimensionais que “imprimem” produtos reais) exigem a substituição
ter nele. Por exemplo, do trabalho operacional por técnicos altamente treinados.13 Depois de um curso de dezoito
empregos de alta tecnologia semanas, um ex-estudante universitário tornou-se um líder de equipe em uma fábrica em que
muitas vezes significam as máquinas são automatizadas. Ele e colegas de equipe digitavam comandos em máquinas
substituição de trabalho computadorizadas que criam peças com precisão.14 Funcionários de base tecnológica como
manual por técnicos esses precisam de novas habilidades e treinamento para fazer esses trabalhos de alta tecnologia.
altamente treinados. SERVIÇOS A tecnologia não é a única tendência que conduz à mudança “de músculos
para o cérebro”. Hoje, mais de dois terços da força de trabalho dos EUA está na área de
Fonte: Olga Serdyuk/Alamy prestação de serviços, não produtos. Em 2020, as indústrias de prestação de serviço de-
verão ser responsáveis por 131 milhões de 150 milhões (87%) de empregos. Assim, nos
próximos anos, quase todos os novos postos de trabalho nos Estados Unidos serão em
serviços, e não em bens de produção de indústrias.15
CAPITAL HUMANO Para os empregadores, tendências como essas se traduzem em uma
crescente necessidade de “capital humano”, o qual “se refere ao conhecimento, a habilidades
e a capacidades das pessoas”. Conforme estudo concluído recentemente, “Na medida em que
a economia global se torna cada vez mais baseada em conhecimento, a aquisição e o desenvol-
vimento do capital humano parece ser essencial para a rentabilidade e o sucesso das empre-
sas”.16 Os empregadores precisam de novas práticas de administração de recursos humanos
para selecionar, treinar e motivar os funcionários. O RH como centro de lucro ilustra como os
empregadores valorizam o capital humano.
trabalho, que são “temporários” ou trabalhadores em tempo parcial, ou aqueles que trabalham
de formas alternativas (como uma equipe de mãe e filha que compartilham um trabalho de
escritório). Outros são “autônomos” para projetos específicos. Quase 10% dos 13 milhões de
trabalhadores americanos se encaixam nessa categoria de força de trabalho não tradicional.
A tecnologia facilita acordos de trabalho alternativos. Por exemplo, <www.linkedin.com>
permite que esses profissionais promovam seus serviços. Graças à tecnologia da informação,
cerca de 17 milhões de pessoas agora trabalham em locais remotos, pelo menos uma vez por
mês. “Sites de co-working” estão surgindo. Esses espaços oferecem a trabalhadores autôno-
mos e consultores locais o acesso a equipamentos de escritório (e a oportunidade de inte-
ragir com outros profissionais) por centenas de dólares por mês.30 Veremos como tudo isso
muda a forma de os empregadores gerirem seus sistemas de recursos humanos.
Trabalhadores estrangeiros Com déficits de força de trabalho projetados,
muitos empregadores estão contratando trabalhadores estrangeiros para empregos nos EUA.
O programa de vistos H-1B permite que empregadores recrutem profissionais estrangeiros
qualificados para trabalhar nos Estados Unidos quando eles não conseguem encontrar traba-
lhadores americanos qualificados. Empregadores norte-americanos trazem cerca de 181 mil
trabalhadores estrangeiros por ano por meio desses programas. Quando há alta taxa de de-
semprego, esses programas enfrentam oposição. Um estudo concluiu que muitos trabalha-
dores trazidos nesses programas de emprego ocupam vagas que efetivamente não requerem
habilidades especializadas.31
Globalização e competição
A globalização refere-se a empresas que estendem ao exterior as suas vendas, propriedade e/
ou fabricação. Por exemplo, a Toyota constrói Camrys em Kentucky, enquanto a Dell monta
PCs na China. Áreas que têm acordos de livre comércio que reduzam as tarifas e barreiras
para incentivar os parceiros, estimulando ainda mais o comércio internacional. O NAFTA
(Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e a UE (União Europeia) são exemplos.
A globalização obriga os empregadores a serem mais eficientes. Mais globalização sig-
nifica mais concorrência e mais concorrência significa mais pressão para ter “classe mun-
dial”, para reduzir custos, tornar os funcionários mais produtivos e fazer as coisas de forma
melhor e mais barata. Assim, quando o varejista japonês Uniglo abriu sua primeira loja em
Manhattan, muitos concorrentes locais tiveram de instituir novas avaliações, treinamento e
práticas para aumentar o desempenho de seus funcionários. A busca por maior eficiência
leva muitos empregadores a abrir postos de trabalho no exterior (exportação para locais de
menor custo no exterior). Por exemplo, a Dell deslocou alguns postos de trabalho de call
center para a Índia. Muitos empregadores abrem no exterior até mesmo postos de trabalho
altamente qualificados, como gerentes de vendas, gerentes gerais e gerentes de RH.32
Em cinquenta ou mais anos, a globalização cresceu. Por exemplo, a soma total das importa-
ções e exportações dos EUA subiu de US$ 47 bilhões em 1960, para US$ 562 milhões em 1980
e para cerca de US$ 4,7 trilhões recentemente.33 Mudanças nas filosofias econômica e política
levaram a esse boom. Governos diminuíram impostos ou tarifas transfronteiriças, formando
áreas de livre comércio econômicos, e tomaram outras medidas para incentivar o livre comér-
cio entre os países. A justificativa econômica fundamental foi que, ao fazer isso, todos os países
ganhariam. E, de fato, são as economias ao redor do mundo que vêm crescendo rapidamente.
Endividamento e desregulamentaçãoI
Outras tendências contribuíram para esse boom econômico. Muitos governos acabaram com
regras e regulamentos. Por exemplo, na América e na Europa, as regras que impediam os
bancos comerciais de expansão a novos negócios foram flexibilizadas. Gigantes multinacio-
I
N. do R.T.: O Brasil tem sua economia afetada pela desaceleração do comércio internacional e pela volati-
lidade dos fluxos financeiros internacionais. Trata-se de uma economia que tem significante dependência
da exportação de produtos básicos, como minério de ferro, carne e soja, e da busca de capital externo para
cobrir seu elevado déficit. A despesa brasileira em moeda estrangeira é maior do que a receita. Em 2013, o
Brasil necessitou captar U$ 81 bilhões para fechar suas contas externas.
Essas e outras informações estão disponíveis em: <http://www.correiocidadania.com.br/index.php?op-
tion=com_content&view=article&id=9352:manchete180214&catid=34:manchete>. Acesso em: 12 out. 2014.
nais, “supermercados financeiros”, como o Citibank, surgiram. Com menos regras, mais em-
presas e consumidores ficaram logo profundamente endividados. Compradores adquiriram
casas com pouco dinheiro. Bancos emprestaram dinheiro livremente para construir mais
casas. Por quase vinte anos, os consumidores norte-americanos gastaram mais do que ga-
nharam. Os EUA se tornaram um país devedor. Sua balança comercial (exportações menos
importações) passou de um saudável positivo de US$ 3,5 bilhões em 1960, para um não
tão saudável menos US$ 19,4 bilhões em 1980 (importações superaram as exportações), a
um enorme déficit US$ 497 milhões em 2011.34 A única maneira de o país poder continuar
comprando mais do exterior do que foi vendido é por meio de dinheiro emprestado. Assim,
grande parte do crescimento foi construído com base em dívida.
170
150
130
Índice da Cidade 20
110
90 Índice da Cidade 10
70
50
1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009
II
N. do R.T.: É esperado que o PIB tenha crescimento baixo e alta da inflação para 2014/2015, independen-
temente da mudança da situação política do Brasil. A moeda do País enfrentará, nesse período, desvalori-
zação, e entre os fatos geradores disso estão a melhora dos EUA e a desaceleração da China. Esses e outros
dados podem ser consultados em: <http://www.fundacaoitauunibanco.com.br/documentos/16_Encon-
tro_Associacoes_e_Conselheiros.pdf>. Acesso em: 12 out. 2014.
Além disso, sugere-se a leitura de: “FMI corta pela quinta vez previsão para crescimento do PIB brasileiro”.
Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/07/fmi-corta-pela-quinta-vez-previsao-pa-
ra-crescimeto-do-pib-brasileiro.html>. Acesso em: 12 out. 2014.
Em seguida, por volta de 2007-2008, todas essas medidas caíram de um penhasco. O PIB caiu.
Os preços das casas nos Estados Unidos caíram em 10% ou mais (dependendo da cidade). A
taxa de desemprego em todo o país logo subiu para mais de 10%.
Por que tudo isso aconteceu? Essa é uma pergunta complicada, especialmente por todos
esses anos de acumulação de dívida. Bancos e outras instituições financeiras (como os hedge
funds) encontraram-se devendo trilhões de dólares em empréstimos inúteis. Os governos
intervieram para tentar evitar o colapso. Os empréstimos secaram. Muitas empresas e consu-
midores pararam de comprar. A economia despencou.
As tendências econômicas, sem dúvida, tornam-se positivas novamente, talvez até mesmo
enquanto você lê este livro. No entanto, certamente chamam a atenção dos empregadores.
Depois do que o mundo passou em 2007-2008, é duvidoso que a desregulamentação e a glo-
balização, que impulsionaram o crescimento econômico nos cinquenta anos anteriores, con-
tinuarão inabaláveis. Isso pode significar um crescimento mais lento para muitos países, tal-
vez por anos, e mais pressão sobre os empregadores e os seus gestores de recursos humanos.
III
N. do R.T.: Instituição conhecida também por i4cp. Corresponde à Associação Brasileira de Recursos Humanos.
c ontratação de pessoal e o treinamento. Em vez disso, devem “falar a língua do diretor finan-
ceiro (CFO)”, defendendo planos de recursos humanos em termos mensuráveis (como o re-
torno sobre o investimento).55 Para criar planos estratégicos, o gerente de recursos humanos
deve entender de planejamento estratégico, marketing, produção e finanças.56 (Talvez seja
por isso que cerca de um terço dos gestores de RH das empresas Fortune 100 surgiram de
outras áreas funcionais.)57 Nesse nível, deve ser capaz de formular e implementar mudanças
organizacionais em grande escala, plano de estruturas organizacionais e processos de traba-
lho, e entender como competir e ter sucesso no mercado.58
Objetivo de
Aprendizagem 5 De quais competências gestores de recursos
Discutir algumas
competências que os humanos precisam?
gestores de RH precisam
A Figura 1.5 fornece uma visão das competências que os gerentes de RH precisam ter atual
para lidar com as tendências
mente. O prof. Dave Ulrich e seus colegas dizem que os gerentes de recursos humanos pre-
e os desafios de hoje. cisam conhecimento, habilidades e competências para serem:
ÃO
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de construção
GA
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O
DU
VÍ
I
IND
Inovador
e integrador
de RH
Os capítulos
O livro está dividido em:
Parte 1: Introdução (capítulos 1, 2, 3)
1. A atual administração de recursos humanos
2. Gerenciamento de igualdade de oportunidades e diversidade O que você precisa
saber sobre as leis de igualdade de oportunidades que se referem às atividades de
administração de recursos humanos, como entrevistas, seleção de funcionários e
avaliação de desempenho.
3. Estratégia e análise de recursos humanos O que é planejamento estratégico, formu-
lação e execução da estratégia e as métricas da gestão baseada em evidências.
Parte 2: Equipes de trabalho: descrição de cargos e alocação de pessoal (capítulos 4, 5, 6)
4. Recrutamento: análise e descrição de cargos, gestão de talentos O que é gestão de
talentos? Como analisar um cargo e como determinar os requisitos do trabalho, de-
veres, e responsabilidades, bem como o perfil da pessoa que será contratada.
5. Planejamento de pessoal e recrutamento Planejamento e técnicas para recrutamento
da força de trabalho.
6. Seleção de funcionários O que os gestores deveriam saber sobre testes, entrevista e
seleção de funcionários.
Parte 3: Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos (capítulos 7, 8, 9)
7. Treinamento e desenvolvimento de funcionários Oferta do treinamento e desenvol-
vimento necessários para assegurar que seus funcionários tenham o conhecimento e
as habilidades necessárias para realizar suas tarefas.
8. Avaliação e gerenciamento do desempenho Técnicas de avaliação e gestão do
desempenho.
9. Retenção de pessoas, comprometimento e carreira Causas e soluções para a rotati-
vidade de funcionários, como aumentar o envolvimento dos funcionários e como
ajudar os funcionários a gerenciar suas carreiras.
Parte 4: Remuneração e recompensas (capítulos 10, 11)
10. Desenvolvimento de planos de remuneração Como desenvolver planos competitivos
de remuneração.
11. Remuneração por desempenho e planos de benefícios Desenvolver programas de
remuneração, incluindo incentivos e planos de benefícios para os funcionários.
Revisão
RESUMO
1. Recursos humanos, gestão de pessoal ou adminis- tendências incluem a diversidade da força de traba-
tração de recursos humanos inclui atividades como lho, a mudança tecnológica, a globalização, a tur-
recrutamento, seleção, treinamento, remuneração, bulência econômica, e as mudanças na natureza do
avaliação e desenvolvimento. trabalho, como a crescente ênfase na educação e
2. Administração de recursos humanos é parte das res- no capital humano.
ponsabilidades de cada gerente de linha. Essas respon- 5. A consequência dessas mudanças é que o trabalho
sabilidades incluem colocar a pessoa certa no lugar dos gestores de RH é de natureza cada vez mais es-
certo e, em seguida, orientá-la, treiná-la, remunerá-la tratégica. Gestores de RH também devem encontrar
e ajudá‑la a melhorar seu desempenho no trabalho. novas maneiras de prestar serviços transacionais
3. O gerente de RH e seu departamento prestam vários (como administração de benefícios), concentrar-se
serviços de pessoal para a gestão de linha, inclusive au- mais na prestação de consultoria interna no que diz
xiliando na contratação, no treinamento, na avaliação, respeito a melhorar o moral dos funcionários e o
na premiação, nas promoções, nas medidas disciplina- desempenho, construir organizações de trabalho
res e na segurança dos empregados em todos os níveis. de alto desempenho, gestão de talentos e ser hábil
4. Tendências estão exigindo do RH o desempenho de em lidar com base em evidências e métricas.
um papel mais estratégico nas organizações. Essas
PALAVRAS-CHAVE
organização 2 gerente de linha 3
gerente 2 gerente de pessoal 3
gestão 2 administração estratégica de recursos humanos 10
processo de gestão 2 gestão de talentos 11
administração de recursos humanos (arh) 2 ética 11
autoridade 3
3. Explique com exemplos o que queremos dizer com 6. Explique o papel da administração de RH em relação
“o ambiente de mudança da administração de recur- à gestão de linha da empresa.
sos humanos”. 7. Compare a autoridade dos gerentes de linha e dos de
4. Dê exemplos de como as funções do gerente de RH funcionários. Dê exemplos de cada um.
atualmente são diferentes das de trinta anos atrás.
5. Discuta, com exemplos, quatro questões importantes
que influenciam a administração de RH hoje.
Exercícios de aplicação
a proprietária/gestora Jennifer Carter enfrenta e resolve suas atividades de lavanderia. Ele os acrescentou, em parte
problemas de pessoal a cada dia de trabalho, aplicando os porque queria utilizar melhor o espaço vago nas lojas que
conceitos e técnicas abordados. Aqui está a informação tinha. Contudo, ele também fez isso porque estava, como di-
necessária para você responder a perguntas que possam sur- zia, “cansado de enviar peças de clientes para uma tinturaria
gir nos próximos capítulos. a 5 quilômetros de distância, o que tomava mais do que devia
dos lucros”. Para refletir a nova linha expandida de serviços,
Centros de Limpeza Carter
rebatizou cada uma de suas duas lojas como Centros de
Jennifer Carter graduou-se na Universidade Estadual em Limpeza Carter; ele estaria suficientemente satisfeito com
junho de 2005, e, depois de considerar várias ofertas de em- o seu desempenho para abrir mais quatro do mesmo tipo ao
prego, decidiu fazer o que realmente sempre planejou: entrar longo dos próximos cinco anos. Cada loja tinha o seu próprio
no mercado com seu pai, Jack Carter. gerente no local e, em média, cerca de sete funcionários e
Jack Carter abriu sua primeira lavanderia em 1998, e a se- receitas anuais em torno de US$ 600 mil. Foi ao time dessa
gunda em 2001. O principal atrativo dessas empresas de la- cadeia de lojas que Jennifer se juntou depois de se graduar
vanderia para ele era que elas eram intensivas em capital, em pela Universidade Estadual.
vez de intensivas em trabalho. Assim, uma vez que o inves- Seu acordo com o pai era de que ela serviria como uma
timento em máquinas foi feito, as lojas poderiam funcionar
solucionadora de problemas e consultora, com o objetivo de
com apenas um atendente não qualificado e sem os proble-
aprender sobre o negócio e trazer a ele modernos conceitos
mas trabalhistas que normalmente se espera no negócio de
e técnicas de gestão, a fim de resolver os conflitos e facilitar
serviço de varejo.
seu crescimento.
Pensando na atratividade de operar praticamente sem
mão de obra qualificada, Jack havia decidido em 1999 ex- Perguntas
pandir os serviços em cada uma de suas lojas para incluir a
lavagem a seco e a passagem de roupas. Ele embarcou, em 1. Faça uma lista de cinco problemas de RH com os quais
outras palavras, em uma estratégia de “diversificação rela- você acha que a empresa Carter terá que lidar.
cionada” com a adição de novos serviços compatíveis com 2. O que você faria, em primeiro lugar, se fosse Jennifer?
Objetivo: proporcionar a prática de identificar e aplicar os 3. Assista a vários desses episódios (ou reprises) e, em
conceitos básicos de administração de recursos hu- seguida, reúna-se com sua equipe e responda às se-
manos, ilustrando como os gerentes usam essas técni- guintes perguntas:
cas em seus trabalhos do dia a dia. a. Quais as funções específicas de RH (recrutamen-
Entendimento necessário: estar familiarizado com o mate- to, entrevistas, e assim por diante), você identifica
rial deste capítulo, e com vários episódios de séries
que Roberto Justus utiliza nesse programa? Certifi-
como O aprendiz, com Roberto Justus.
Instruções: que-se de dar exemplos específicos.
1. Divida a classe em equipes de 3-4 alunos. b. Quais funções específicas de RH (recrutamento,
2. Leia: como você sabe por ter visto Roberto Justus, seleção, treinamento, e assim por diante) você
como ele organizou suas equipes de negócios para pode identificar em um ou mais dos líderes que as
O Aprendiz, a administração de recursos humanos usam para gerenciar suas equipes? Mais uma vez,
desempenha um papel importante no que Roberto dê exemplos específicos.
Justus e os participantes precisam fazer para ser bem c. Dê um exemplo concreto de como as funções de RH
‑sucedidos. Por exemplo, Roberto Justus precisa ser (como recrutamento, seleção, entrevistas, remunera-
capaz de avaliar cada um dos participantes. E, por sua ção, avaliação, e assim por diante) contribuíram para
vez, os líderes de cada uma das suas equipes preci-
um dos participantes que aparece como particular-
sam ser capazes de formar suas equipes com os par-
ticipantes certos e, em seguida, fornecer os tipos de mente bem-sucedido pelo Roberto Justus. Além dis-
treinamento, incentivos e avaliações que ajudem suas so, forneça exemplos de como uma ou mais dessas
empresas no caminho do sucesso e que, portanto, funções contribuiu para que o Roberto Justus disses-
tornem os participantes (e especialmente os líderes se a um participante “Você está demitido”.
de equipe) em “vencedores” para Roberto Justus. d. Apresente as conclusões de sua equipe para a classe.
Notas
1. “When the jobs inspector calls”. The Economist, 31 mar. 2012, p. 73. HR Magazine 46, n. 11, nov. 2001. p. 34-41. Veja também Adrien-
2. “The Expanding Role of the Personnel Function”, por Fred K. ne Fox. “Do assignments outside HR pay off?”. HR Magazine, nov.
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7. Veja Dave Ulrich. “The New HR Or- 18. Veja, por exemplo, Anthea Zacharatos 32. “Study Predicts 4.1 Million Service
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8. Susan Mayson e Rowena Barrett. “The Review, maio/jun. 2007, p. 12. so em: 18 abr. 2009.
‘Science’ and ‘Practice’ of HR in Small 23. Por exemplo, veja Kathryn Tyler. “Ge- 36. Para um livro que descreve a história da
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view 16, 2006, p. 447-455. p. 69-72. por exemplo, SHRM. A History of Human
9. Para discussões sobre algumas outras 24. Eva Kaplan-Leiserson. “The Changing Resources. Disponível em: <http://shrms-
tendências importantes ver, por exem- Workforce”, Training and Development, tore.shrm.org/a-history-of-human-resour-
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Visions 3, 2008, p. 1-8. Ed Frauenheim. 2009, p. 71-76. tions”. Workforce Management 87, n. 20,
“Future View”, Workforce Management, 15 25. Por meio de um relatório, a crise eco- 15 dez. 2008, p. 20-21. Edward Lawler
dez. 2008, p. 18-23. nômica de 2008 tornou mais difícil para III. “Celebrating 50 Years: HR: Time for
10. Disponível em: <http://facebookrecrui- os funcionários insatisfeitos da geração a Reset?”, Human Resource Management,
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11. Ibid. para a formação de “reclamações” en- 38. Susan Ladika. “Socially Evolved”. Workfor-
12. Como outro exemplo, em uma empresa tre alguns deles. “Generation Y Goes to ce Management, set. 2010, p. 18-22.
com sede em São Francisco, os funcio- Work”. The Economist, 3 jan. 2009, p. 47. 39. Estudos sugerem que o planejamento
nários usam um jogo interativo on‑line 26. Nadira Hira. “You Raised Them, Now estratégico com uso de TI ajuda gesto-
para definir metas para o exercício e Manage Them”, Fortune, 28, maio 2007, res de recursos humanos “. Veja Victor
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13. Consulte “A Third Industrial Revolu- 27. Para aproveitar isso, mais empregado- Trendbook supp, p. 49-50, 52.
tion”, The Economist, 21 abr. 2012, p. res estão usando as ferramentas de re- 40. “Survey: Talent Management a Top
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47. Contatar a Society for Human Resource te, Inc. Reproduzido com permissão. HR Executives with Global Experien-
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48. Veja, por exemplo, <www.personnel 53. “Super Human Resources Practices Re- 2006, p. 297-298. RODRIGUEZ, Robert.
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18 abr. 2009. Wendy Boswell. “Aligning Employees side HR Pay Off?”. HR Magazine, nov.
49. O movimento baseado em evidências with the Organization’s Strategic Objec- 2011, p. 32. Veja também Lorna Collier.
começou na medicina. Em 1996, em um tives: Out of Line of Sight, Out of Mind”, “More CFOs Landing in HR Territory”.
editorial publicado pelo British Medical International Journal of Human Resource Workforce Management, out. 2011, p. 8.
Journal, David Sackett, MD, definiu Management, 17, n. 9, set. 2006, p. 1014- 58. Ibid, p. 32.
como “medicina baseada em evidên- 1041. Um estudo recente descobriu que 59. The state of the HR profession, the RBL
cias”, como “o uso da evidência melhor alguns o que os pesquisadores chama- White Paper Series, The RBL Group ©
disponível na tomada de decisões sobre ram minimizadores de custos, quando 2011, p. 8.
o cuidado do paciente” e convocou empregadores, intencionalmente, f azem
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
1. Resumir as leis básicas sobre oportunidades igualitárias de empre-
go e como elas impactam nas funções de RH, como recrutamento
e seleção.
2. Compreender a legislação de cotas no País.
3. Explicar as defesas básicas contra alegações de discriminação.
4. Exemplificar o que os empregadores podem e não podem fazer le-
galmente em relação a recrutamento, seleção, promoção e práticas
demissionais.
5. Listar cinco estratégias para administrar a diversidade da força de
trabalho com sucesso.
INTRODUÇÃO
O ex-gerente do restaurante Panera Bread abriu, recentemente, um processo de discriminação
contra o proprietário da franquia.1 O gerente alegou que o proprietário o obrigou a colocar fun-
cionários de minorias étnicas em trabalhos que estivessem fora da vista do público e o demitiu
quando ele se recusou a cumprir a ordem.
quais candidatos podem ser vítimas em decorrência de faixa etária elevada, gênero, tatua
gens, etnia, religião, nacionalidade, deficiências ou enfermidades crônicas, além de tantas
outras variáveis, que caracterizam nada mais do que diversidade na população de trabalha
dores numa sociedade.
Diante dos inúmeros itens que compõem a diversidade da força de trabalho numa em
presa, é preciso ter bem clara a compreensão de quais atitudes realmente podem ser consi
deradas discriminatórias. Assim, a atribuição de maiores salários para empregados com mais
experiência ou o pagamento de bônus para profissionais com melhor desempenho devem
ser compreendidos como mera diferenciação, não podendo ser caracterizados como atos
discriminatórios.
Atualmente, é difícil pensar em uma grande empresa que não tenha sido acusada de
práticas discriminatórias nos processos de contratação e de relações de trabalho, fato que
compromete não apenas a imagem da empresa, mas, consequentemente, seus resultados. E,
justamente por essa razão, é imprescindível que a execução de tarefas de supervisão do dia a
dia, como a contratação de funcionários, seja conduzida sempre com total conhecimento e
aplicação da legislação vigente no país.2
No caso do Brasil, essa compreensão do ordenamento jurídico é atividade bastante com
plexa, pois, além dos direitos previstos pela Constituição Federal Brasileira, de 1988, devem
ser conhecidas leis esparsas sobre o tema, bem como decisões jurisprudenciais, convenções
coletivas realizadas entre sindicato dos trabalhadores e sindicatos patronais e orientações da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), organismo do qual o Brasil é país membro e,
portanto, signatário de algumas de suas convenções propostas.
A Constituição Federal, por exemplo, deixa transparente a proibição de práticas discri
minatórias quanto aos seguintes itens:
• raça (artigo 3o, inciso IV, da CF);
• religião (artigo 5o, inciso VIII, da CF);
• violação à intimidade e à vida privada, que, normalmente, acontece nas entrevistas de
emprego (artigo 5o, inciso X, da CF);
• gênero (artigo 5o, inciso I e artigo 7o, inciso XXX, da CF);
• origem, que pode acontecer com estrangeiros (caput do artigo 5o, da CF) e/ou
migrantes;
• cor (artigo 7o, inciso XXX, da CF);
• idade (artigo 7o, inciso XXX, da CF);
• estado civil (artigo 7o, inciso XXX, da CF);
• admissão de trabalhador com deficiência (artigo 7o, inciso XXXI, da CF);
• trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os respectivos profissionais (artigo 7o,
inciso XXXII, da CF);
• sindicalizados (artigo 5o, incisos XIII, XVII, XX e XLI, da CF);
• homossexuais (artigo 7o, inciso XXX, da CF).
Como país membro da OIT, o Brasil ratificou a Convenção 111, adotando o conceito de
discriminação determinado pela Organização Internacional do Trabalho e, ainda, as hipó
teses em que não pode ocorrer. A Convenção define discriminação como toda distinção, ex
clusão ou preferência, que tenha por efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidades
ou de tratamento em matéria de emprego ou profissão, e atribui às práticas discriminatórias
o caráter de “distinção, exclusão ou preferência, com base em etnia, cor, gênero, opinião
pública, nacionalidade ou origem social, que tenha por efeito anular ou reduzir a igualdade
de oportunidade ou de tratamento no emprego ou profissão”.
Neste mesmo sentido, a Portaria Interministerial n. 10/2003, em seu item V, estabelece que
os programas das empresas que combatem o uso de drogas não devem gerar discriminação ou
desemprego. Dessa forma, a verificação de uso de drogas pela empresa como forma de contra
Já algumas leis esparsas, como a Lei n. 9.029/95,3 previnem a discriminação nas empresas e
penalizam os discriminadores. Esta, em particular, inclui a garantia ao acesso e à manutenção no
trabalho, sem qualquer restrição quanto a “sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar
ou idade” e deixa clara a impossibilidade de realização de exames para constatação de gravidez e
de esterilização em candidatas mulheres, para efeitos admissionais ou de permanência da relação
jurídica de trabalho.
Classes protegidas tar ou manter o vínculo empregatício é discriminatória e não pode ser aplicada, nem mesmo
Pessoas que são parte para candidatos ao emprego. Em razão da dificuldade na reinserção na sociedade pelos depen
das minorias resguardadas
dentes químicos, também há projetos de lei prevendo cotas para admissão no serviço público.
por leis de igualdade de
oportunidades, conforme Outra prática considerada discriminatória é a consulta a serviços de proteção ao crédito,
previsão da Constituição que impede que alguém inscrito em cadastro de inadimplentes por força de um desemprego
Federal e leis específicas, possa se recolocar.4
mencionadas ao longo Além de penalidades previstas contra a discriminação de classes protegidas, como o pa
deste capítulo. gamento de multas, os juízes podem determinar a obrigatioriedade de contratação de deter
minado candidato ou a reintegração no emprego, se for o caso, sem prejuízo do pagamento
de indenização por dano moral. A empresa ainda poderá ser condenada ao pagamento de
multa administrativa de dez vezes o valor do maior salário pago pelo empregador, elevado em
50% em caso de reincidência, bem como a proibição em obter empréstimo ou financiamen
to junto a instituições financeiras oficiais.5
Especificamente com a finalidade de coibir práticas abusivas nas empresas, sejam públi
cas ou privadas, a Lei n. 5.473/68, ainda em vigor, também apresenta em seu artigo 1o a nuli
dade de “disposições e providências que, direta ou indiretamente, criem discriminações en
tre brasileiros de ambos os sexos, para o provimento de cargos sujeitos à seleção”, prevendo,
inclusive, prisão de três meses a um ano para o infrator, sem prejuízo de multa pecuniária.
Mais recente, a Lei n. 12.288/10, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, contribui
para a garantia de acesso ao trabalho para a população negra, com “igualdade de oportunida
des, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação
e às demais formas de intolerância étnica”. A partir dessa lei, passa a haver um esforço dire
cionado não apenas para a punição dos infratores mas, sobretudo à criação das chamadas
ações afirmativas, definidas no corpo da lei como “programas e medidas especiais adotados
pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a pro
moção da igualdade de oportunidades”.6
Orientações jurisprudenciais7 também consideram práticas discriminatórias casos como
pesquisa do nome de candidatos nos serviços de proteção ao crédito, entendendo tratar-se
de invasão de privacidade e exposição da vida pessoal do profissional.
Em paralelo, além do ordenamento jurídico e ações do judiciário, os órgãos governa
mentais também vêm desenvolvendo desde 2005 ações a fim de coibir atos discriminatórios
no trabalho. Assim, o Ministério Público do Trabalho (em nível federal) criou a Coordena
doria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação
no Trabalho, cuja atuação ocorre, principalmente, em torno de três eixos: combate à discri
minação a trabalhadores; inclusão nos ambientes de trabalho da pessoa com deficiência ou
reabilitada; e proteção da intimidade dos trabalhadores.8
atribuições fossem compatíveis à deficiência de que são portadoras. Para tais pessoas, serão
reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.
Apesar da latente preocupação da sociedade e dos legisladores a respeito da inclusão de
minorias nas empresas, nota-se que ainda há um crescente número de inquéritos por pessoas
com deficiência no trabalho, constatando o descumprimento à lei de cotas. Acredita-se que
essa situação é decorrente de uma entrada maciça de empresas multinacionais em território
brasileiro, que geralmente desconhecem a legislação trabalhista, acabando por cometer in
frações, inclusive com condenação pecuniária. Além dessa autuação feita pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), a empresa pode ser alvo de uma ação civil pública e responder por
danos morais coletivos.13
Nos primeiros anos após a promulgação da lei de cotas, foi possível verificar excelentes
resultados. No período entre 2001 e 2005, o número de pessoas com deficiência emprega
das no Estado de São Paulo saltou de 601 para 35.782.14 Esse aumento considerável deu-se,
sobretudo, em função do crescente número de programas de conscientização presentes nas
empresas de grande porte e, ainda, pelas negociações formuladas entre o Ministério Público
do Trabalho e empresas que são obrigadas ao cumprimento da lei, por meio de Termos de
Ajustamento de Conduta (TACs). Devemos ressaltar, ainda, que, embora o salto nas contra
tações de deficientes seja bastante significativo, problemas com uma fiscalização mais efetiva,
no caso brasileiro, ainda inibem o cumprimento da lei pela totalidade das empresas obriga
das àquelas contratações.
O descumprimento da lei de cotas, nesse caso, para pessoas com deficiência física, enseja a
cobrança de multa, que deve ser calculada considerando, inclusive, acordos feitos junto ao Mi
nistério Público do Trabalho. Supondo-se uma empresa com 1.010 empregados, que deveria
ter 51 empregados com deficiência e tem apenas oito nessa condição, o cálculo da multa
deve ser obtido a partir da multiplicação de 43 (número de empregados com deficiência que
deixou de ser contratado) pelo valor previsto para as empresas com mais de mil empregados.
Na vigência da Portaria MPS n. 142, de 11 de abril de 2007, o valor da multa seria o resultado
da multiplicação entre 43 e um valor entre R$ 1.673,18 a R$ 1.792,70.15
Além disso, as empresas descumpridoras da lei ficam vulneráveis à assinatura de um Ter
mo de Ajuste de Conduta (TAC), junto ao Ministério Público, que determina um prazo para
que a realização dos devidos ajustes sejam viáveis, incluindo as necessárias contratações, a mu
dança de mobiliário capaz de receber as pessoas com deficiência física para o trabalho, entre
outros. Com base nessa legislação, em 2008, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban)
assinou o TAC, comprometendo-se não apenas às necessárias providências para o acesso de
pessoas com deficiência às agências bancárias, mas para que fosse adaptado o local de traba
lho à rotina de deficientes contratados como empregados naqueles locais.16
Sobre a mesma questão, ainda visando à maior integração das pessoas com deficiência
física ou mental, o Decreto n. 6.949/2009 promulga a Convenção Internacional sobre os Di
reitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em
30 de março de 2007.17
Também existem vários projetos e estudos ocorrendo em paralelo, visando à implantação
de cotas para negros também em concursos públicos,18 uma vez que já se encontra em vigor o
sistema de cotas para seu acesso a universidades brasileiras.19 E, ainda, o Decreto n. 3.298/99
regulamentou a Lei n. 7.853/89, dispondo sobre a política Nacional para integração da Pes
soa Portadora de Deficiência, consolidando as normas para sua proteção.20 Essa lei define a
incapacidade ou deficiência física, mental, auditiva e/ou visual para efeitos de aplicação da
lei, colocando nos artigos 34 a 45 sobre o acesso desses cidadãos ao trabalho, sendo aborda
dos, ainda, temas como processos de capacitação e adaptação ao trabalho, fiscalização das
empresas e previsões sobre dispensa dos empregados.
Ementa 121
Recurso de Revista n. TST-RR-73500-44.2002.5.02.0036, em que é recorrente R. C. e recorrida
AMERICAN AIRLINES INC., Data de julgamento: 22/11/2010, relator ministro: L. B. C., 1a turma,
data de publicação: DEJT 04/02/2011.
Ementa 222
Agravo de instrumento em recurso de Revista n. TST-AIRR-233800-28.2008.5.02.0049, em que
é agravante EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA – INFRAERO e
agravado J. B. S. Data de julgamento: 02/10/2013, relator ministro: L. P. V. M. F., 7a turma, data de
publicação: DEJT 04/10/2013.
A Convenção n. 111 da OIT também abrange os casos de assédios, seja moral ou sexual,
no ambiente de trabalho, uma vez que sua prática fortalece a discriminação no trabalho e a
exclusão social.
As práticas de assédio moral e sexual no trabalho caracterizam-se pela exposição dos tra
balhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetidamente, prolongadas durante
a jornada de trabalho e relativas ao exercício de suas funções.
As perdas para o empregador podem ser:
• Queda da produtividade e menor eficiência.
• Imagem negativa da empresa perante aos consumidores e ao mercado de trabalho.
• Alteração na qualidade do serviço/produto e baixo índice de criatividade da equipe.
• Doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos aos equipamentos.
• Troca constante de empregados, ocasionando despesas com rescisões, seleção e trei
namento de pessoal.
• Aumento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por danos morais
e/ou sexuais.
Assédio sexual tão. Trazendo essa questão para o contexto brasileiro, pode ser complicado chegar a essa
O assédio em função do definição. Isso ocorre pelo fato de diversas condutas consideradas como assédio sexual em
sexo que tenha o propósito
determinados países, são normais para o povo brasileiro, que é muito mais permissivo e to
ou efeito de interferir
substancialmente no lerante em suas relações quanto ao contato pessoal. A diferença cultural de cada sociedade,
desempenho profissional portanto, leva a leituras diferentes de um mesmo comportamento entre duas pessoas.
de uma pessoa ou criar Outra problemática no tocante ao tema ocorre em decorrência da própria mudança
um ambiente de trabalho cultural dentro da sociedade. Com o decorrer dos anos, conceitos individuais e coletivos so
intimidante, hostil
frem transformações e condutas antes consideradas imorais e intoleráveis, hoje são comuns,
ou ofensivo.
saudáveis e percebidas como naturais.28
O assédio sexual, na compreensão dos juristas brasileiros, pode ocorrer de forma verbal,
não verbal e física. A primeira diz respeito aos convites reiterados para sair, pressões sexuais
sutis ou grosseiras, telefonemas obscenos, comentários inoportunos de natureza sexual. A
forma não verbal compreende olhares concupiscentes e sugestivos, exibição de fotos e textos
pornográficos seguidos de insinuações, passeios frequentes no local de trabalho ou diante do
domicílio da vítima, perseguição da pessoa assediada, exibicionismo, entre outros. Por fim,
a forma física abrange toques, encurralamento dentro de algum ângulo, roçaduras, apertos,
palmadas, esbarrões propositais, apalpadelas, agarramentos etc. Os gestos, geralmente, são
acompanhados de linguagem sexista.29
As diretrizes da Equal Employment Opportunity Comission (EEOC)30 definem o assédio
sexual como avanços sexuais indesejáveis, pedidos de favores sexuais e outras condutas ver
bais ou físicas de natureza sexual, que ocorrem em qualquer uma das seguintes condições:
1. A submissão a tal conduta é feita explícita ou implicitamente, condicionada ao em
prego de um indivíduo.
2. A submissão ou rejeição de tal conduta por um indivíduo é usada como base para as
decisões de emprego que afetam tal indivíduo.
3. Tal conduta tem a finalidade ou o efeito de interferir indevidamente no desempe
nho do trabalho de um indivíduo ou criar um ambiente de trabalho intimidante,
hostil ou ofensivo.
No caso do ordenamento jurídico brasileiro, na esfera trabalhista, a previsão legal é pra
ticamente nula, razão pela qual se vale o judiciário da legislação pertinente à matéria para
caracterizá-la como crime (Lei n. 10.224/2001) e, ainda, à Lei n. 10.778/2003,31 que entende
que violência contra a mulher inclui “violência física, sexual e psicológica” e, junto ao inciso
II do parágrafo segundo do artigo 1o, prevê também que possa ter “ocorrido na comunidade
e seja perpetrada por qualquer pessoa e que compreende, entre outros, violação, abuso se
xual, tortura, maus-tratos de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e
assédio sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições educacionais, estabelecimen
tos de saúde ou qualquer outro lugar”.
Feitas as devidas considerações, a Lei n. 10.224/200132 define o assédio sexual no Brasil
como o constrangimento de alguém “com o intuito de obter vantagem ou favorecimento se
xual, prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência ine
rentes ao emprego, cargo ou função”. E prevê detenção de um a dois anos para o assediador.
Contexto estratégico
mais provável quando os clientes estão em posições de poder, e quando acham que ninguém
irá penalizá-los.39 As diretrizes da EEOC também afirmam que o empregador é responsável
pelos atos de assédio sexual de seu superior, se o empregador sabia ou deveria saber da con
duta de assédio.
Ementa 140
PROCESSO N. TST-AIRR-402-82.2010.5.06.0020 ED-AIRR – 402-82.2010.5.06.0020, data de jul-
gamento: 06/11/2013, relator ministro: J. R. F. P., 2a turma, data de publicação: DEJT 14/11/2013.
A recorrente requer dupla indenização, sendo uma por assédio sexual e outra por assédio moral.
A motivação tem como base o assédio do empregador E. P. E., que, além de realizar convites
para sair e jantar, apresentou “abordagens físicas indesejadas” e, quando a recorrente assumiu
namoro, não aceitou a situação, “ficou enfurecido e passou a perseguir a autora no ambiente de
trabalho”. Por fim, demitiu a recorrente.
Ementa 241
Recurso de Revista n. TST-RR-1076-17.2011.5.06.0023, em que é recorrente E.T.C.A.J e recorrida N3
COMPUTADORES, PERIFÉRICOS E ELETRÔNICA LTDA. Data de julgamento: 27/11/2013, relator minis-
tro: Márcio Eurico Vitral Amaro, 8a turma, data de publicação: DEJT 29/11/2013.
RECURSO DE REVISTA – PROCESSO ELETRÔNICO – DANO MORAL – VALOR DA INDENIZAÇÃO. Empre-
gada, que trabalhava como vendedora para a empresa, alega que sofreu tratamento constrange-
dor e assédio sexual por sua chefia (palavras de baixo calão utilizadas diariamente para qualificar
sua pessoa e seu trabalho, além de provocações sobre seu vestuário), ao longo de toda a relação
de trabalho, e entende que o valor de R$ 5 mil, arbitrado para a cobertura de danos morais, é
irrelevante. Entretanto, o valor da indenização foi mantido, sob a justificativa de que a sentença
observou os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, em obediência aos critérios de
justiça e equidade, considerando a capacidade econômica da empresa e a gravidade do dano
sofrido pela reclamante. E observou que, embora sem aumento no valor da condenação, ficou
devidamente caracterizado o dano como assédio moral, uma vez que se notou a presença dos
seguintes elementos: situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas, com o
intuito de desestabilizar a vítima, cabendo ao autor da ação o ônus da prova dos aludidos elemen-
tos, conforme estabelecido no artigo 818, da CLT, c/c o artigo 333, inciso I, do Código de Processo
Civil. Para a avaliação do assédio moral e decorrente dano moral, não basta saber se existiu a
lesão; exige-se, também, que se avalie a possível irregularidade da conduta do empregador, se
este contribuiu por ação ou omissão para a ocorrência da lesão. Além do mais, faz-se necessário
valorar, na esfera da vida profissional do empregado, a possível extensão da lesão para os aspec-
tos subjetivos que orientam a configuração desse dano.
Decisão judicial42
RR – 163400-87.2005.5.03.0106 – TRABALHADOR CONSTRANGIDO SERÁ INDENIZADO – EM-
PREGADO É OBRIGADO A FICAR NU DURANTE REVISTA
A revista visual, em que o trabalhador é constrangido a exibir seu corpo nu ou em peças ín-
timas, é suficiente para configurar ato abusivo. Com esse entendimento, a 5a Turma do Tribunal
Superior do Trabalho garantiu a um trabalhador o pagamento de indenização por danos morais no
valor de R$ 7 mil pelo fato de ter sido obrigado a ficar nu diante de vigilantes de empresas para as
quais prestava serviços. Eventualmente, isso acontecia até na frente de colegas.
A ministra Kátia Magalhães Arruda, relatora do caso, entendeu que a violação da intimidade da
pessoa não pressupõe necessariamente o contato físico entre empregado e superior. Apenas a re-
vista visual, na qual o trabalhador era obrigado a ficar nu ou em peças íntimas, já configura um abuso.
Assim, embora as empresas do mesmo grupo e para as quais o trabalhador prestava serviços
indistintamente (Transportes de Valores e Segurança e Prosegur Brasil — Transportadora de Va-
lores e Segurança – Transpev) tenham argumentado que não houve excesso nas revistas, na me-
dida em que não ocorria contato físico entre os envolvidos, a relatora considerou que as regras de
convivência social e a ordem jurídica foram desrespeitadas. Considerando o dano, a repercussão
da ofensa na vida do profissional e a condição econômica dos envolvidos, a relatora arbitrou o valor
da indenização em R$ 7 mil.
De acordo com os autos, o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais tinha reformado a
sentença de primeiro grau para excluir da condenação o pagamento da indenização por danos mo-
rais ao empregado. No TRT, prevaleceu a tese de que, como ele foi contratado em julho de 1998,
e somente no momento da dispensa, em abril de 2005 (quando já não existiam mais as tais revis-
tas), reclamou do vexame a que era submetido, não era razoável o pedido de indenização após ter
ficado em silêncio sobre o assunto por tantos anos.
Já a ministra a K. A., relatora do caso, afirmou que o silêncio do empregado se justifica pelo
temor de provocar a própria demissão. Logo, ao contrário da conclusão do TRT, o fato de a recla
mação trabalhista ter sido apresentada após o rompimento do contrato não afasta o dano moral.
A relatora ainda destacou que não se exige prova do dano moral, mas sim do fato que gerou a
dor e o sofrimento da vítima. Ela foi acompanhada pelos demais integrantes da Turma. Com infor-
mações da Assessoria de Imprensa do TST.
Concluindo esse estudo, pode-se dizer que o dano pessoal é materialmente trabalhista
quando ocorre no interior da relação de emprego e ambas as partes causam danos à outra,
descumprindo uma cláusula contratual implícita ou explícita de mútuo respeito e de boa-fé.43
Implicações das decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
As decisões do tribunal, conforme as ementas vistas, têm duas implicações para os emprega
dores. A primeira é que em casos de contrapartida não é necessário o empregado sofrer uma
ação de trabalho tangível (como um rebaixamento) para ganhar o caso; somente a ameaça
pode ser suficiente.
A segunda é que as decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e do próprio
Tribunal Superior do Trabalho (TST) acabaram por nortear uma importante defesa contra
processos de assédio, na medida em que entendem que o empregador deve mostrar (e pro
var) que tomou “cuidados razoáveis” para prevenir e corrigir rapidamente qualquer com
portamento de assédio sexual e, ainda, que o empregado injustificadamente não procurou
beneficiar-se da política ou de outras medidas corretivas oferecidas pelo empregador.
Empregadores prudentes imediatamente tomam medidas para mostrar que eles tiveram
o devido cuidado. Isso porque a responsabilidade do empregador ocorre de forma subjetiva,
por dolo ou culpa, mas com culpa presumida, cabendo ao próprio empregador provar que
não agiu culposamente, na medida em que tem o dever de bem escolher seus empregados e
de manter um ambiente de trabalho adequado, inclusive adotando condutas que desestimu
lem o assédio moral ou sexual.44
Assim, entre as providências que devem ser tomadas, sempre que possível, estão relacio
nadas:
• Considerar todas as queixas sobre assédio com seriedade.
• Estabelecer diálogo sobre os métodos de organização de trabalho com os gestores
(RH) e trabalhadores.
• Tomar medidas para prevenir o assédio sexual, a exemplos de comunicar aos funcio
nários que o empregador não tolerará assédio moral ou sexual (possibilidade de a
recomendação constar em código de ética da empresa).
• Agir imediatamente quando alguém alega ter sido vítima de assédio na empresa.
• Treinar supervisores, gerentes e funcionários envolvidos para aumentar a consciência
sobre as questões de assédio sexual (com a realização de encontros, palestras e outras
atividades para discussão e sensibilização sobre essas práticas indesejadas).
Possibilidades pertinentes ao empregado Por sua vez, ao sofrer qualquer
tipo de prática de assédio, o empregado deve:
• Apresentar uma queixa verbal ao assediador e chefe do agressor, afirmando que as
abordagens indesejadas devem cessar.
• Evitar permanecer em contato próximo com o agressor, sem testemunhas.
• Anotar de maneira detalhada todas as investidas sofridas, com: data, horário, local e
dados das testemunhas que presenciaram a cena, além de providenciar relatório para
o gerente do assediador e/ou diretor de RH.
• Caso cartas e apelos para o empregador não sejam suficientes para o assédio cessar,
o acusador deve consultar um advogado para processar o assediador por insulto e
agressão, imposição intencional de sofrimento emocional, medida cautelar e para ter
indenizações compensatórias e punitivas.
• Procurar o sindicato45 de sua categoria profissional e relatar o ocorrido.
Temas globais em RH
O Quadro 2.1 indica as principais leis mencionadas ao longo deste capítulo de forma
resumida, que visam a contribuir para a igualdade nas oportunidades de emprego e repúdio
a práticas discriminatórias no local de trabalho.
QUADRO 2.1 Resumo das principais previsões legais no ordenamento jurídico brasileiro sobre Igualdade de Oportunidade de Emprego.
Ordenamento jurídico Previsão legal
Constituição Federal, artigos 5o e 7o Repúdio a qualquer tipo de discriminação dos cidadãos ou no ambiente de trabalho.
CLT, arts. 5o e 461 Igualdade de salários, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.
Lei n. 5.473/68 Nulidade de “disposições e providências que, direta ou indiretamente, criem discriminações entre brasileiros de
ambos os sexos, para o provimento de cargos sujeitos a seleção”, pressupondo, inclusive, prisão de três meses a
um ano para o infrator, sem prejuízo de multa pecuniária.
Lei n. 7853/89 Dispõe sobre a integração social de pessoas com deficiência física, prevendo condições para sua formação profis-
sional, além de outras previsões nas áreas de saúde e educação.
Lei n. 8112/90 Garantia às pessoas com deficiência do direito de se inscreverem em concursos públicos para provimento de cargo,
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras. Para tais pessoas serão reservadas
até 20% das vagas oferecidas no concurso.
Lei n. 8.213/91 (artigo 93) Lei de cotas para contratação de pessoas com deficiência física.
Lei n. 9.029/95 Garantia de acesso e manutenção no trabalho, sem qualquer restrição quanto a “sexo, origem, raça, cor, estado
civil, situação familiar ou idade”, e proibição da exigência de atestados de gravidez e esterilização, além de outras
práticas discriminatórias, para efeitos admissionais ou de permanência no trabalho.
Decreto n. 3.298/99 Define a incapacidade ou a deficiência física, mental, auditiva e visual para efeitos de aplicação da lei, dispondo em
seus artigos 34 a 45 sobre o acesso desses cidadãos ao trabalho. Também são abordados temas como processos de
capacitação e adaptação ao trabalho, fiscalização das empresas e previsões sobre dispensa dos empregados.
Lei n. 12.288/10 Institui o Estatuto da Igualdade Racial, que garante acesso ao trabalho para a população negra, com “igualdade
de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às
demais formas de intolerância étnica”. Esforço direcionado não apenas para a punição dos infratores, mas também
para a criação das chamadas “ações afirmativas”.
Lei n. 10.224/2001 Define assédio moral, enquadrando sua prática como crime passível de punição com um a dois anos de detenção.
Lei n. 10.778/2003 Prevê que violência contra a mulher inclui “violência física, sexual e psicológica”, podendo ocorrer, inclusive, no
local de trabalho.
Portaria Interministerial n. 10/2003 Estabelece que a verificação de uso de drogas pela empresa como forma de contratar ou manter o vínculo empre-
gatício é discriminatória e não pode ser aplicada, nem mesmo para candidatos ao emprego.
Decreto n. 6.949/2009 Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.49
Impacto diferenciado
Disparidade não intencional
entre a proporção de Defesas contra alegações de discriminação
um grupo protegido de
candidatos e a de um não Para entender como os empregadores podem defender-se das alegações de discriminação no
protegido para conseguir trabalho, tornando-se capazes de rebater em processos judiciais, é necessário rever algumas
um emprego. terminologias, que serão explicadas a seguir.
Tratamento diferenciado Todo o ordenamento jurídico sobre atos discriminatórios distingue tratamento diferen
Disparidade intencional ciado e impacto diferenciado. Tratamento diferenciado significa discriminação intencional.
entre a proporção de Em outras palavras, envolve empregados intencionalmente tratados de modo diferente por
um grupo protegido de pertencerem, por exemplo, a uma determinada etnia, religião ou gênero. Já o “impacto di-
candidatos e a de um não ferenciado significa que o empregador adota práticas ou políticas de contratação com maior
protegido para conseguir
um emprego. impacto negativo (efeito) sobre os membros de um grupo minoritário na sociedade, quando
comparado a outros grupos ou funcionários, independentemente de sua intenção”.50 Por
exemplo, ao dar preferência para a contratação de candidatos com diploma universitário
para uma determinada vaga, indiretamente pode-se prejudicar grupos étnicos, religiosos ou
de diferentes faixas etárias que não tiveram acesso à educação formal.
Assim, ao contrário das reivindicações de tratamento diferenciado, aquelas em que há
menção ao impacto diferenciado não exigem prova de intenção discriminatória. Em vez
disso, o requerente tenta demonstrar que a prática de trabalho aparentemente neutra ou
Impacto adverso inofensiva (como a exigência de um diploma universitário) cria um impacto adverso signi
O impacto global das ficativo, uma disparidade entre a proporção de minorias na força de trabalho disponível e
práticas patronais
os prováveis escolhidos para uma vaga aberta. Em casos dessa natureza, somente uma descri
que resultam em um
número percentual ção de cargos (job description) bem formulada, indicando a real necessidade da exigência de
significativamente maior curso superior para a vaga poderá eliminar qualquer acusação de práticas discriminatórias.
de membros de minorias e Também a alegação de necessidade intrínseca ao negócio pode viabilizar a manutenção das
outros grupos protegidos exigências para a contratação.51
sendo rejeitados para o
Mostrar impacto adverso ou negativo, portanto, pode ter um papel central nas alegações
emprego, colocação ou
promoção. de práticas discriminatórias. Os empregadores, por sua vez, devem estar atentos para que não
seja instituída em suas empresas uma prática de trabalho que tenha um impacto negativo
sobre um determinado grupo de pessoas, a menos que possam provar que a prática é impres
cindível à realização daquele trabalho.52 Assim, nos casos norte-americanos, por exemplo, sob
a proteção do Artigo VII e CRA 1991, uma pessoa que acredita ter sido vítima de discrimina
ção intencional, por conta das práticas de um empregador, tentará promover um processo
judicial deixando o empregador provar que as exigências para seu processo seletivo não po
deriam ser diferentes, razão pela qual não poderia ser penalizado pela prática de ato com im
pacto negativo sobre a minoria protegida.53 Então, o ônus da prova fica para o empregador.
Objetivo de
Curiosidades
Aprendizagem 3
Explicar as defesas
Teste McDonnell-Douglas
básicas contra alegações
de discriminação. Advogados norte-americanos, especializados em casos de impactos adversos ou negativos, usam
comparações populacionais para testar se as políticas ou ações de um empregador têm o efeito
não intencional de triagem de um número desproporcional de mulheres ou de minorias. E, adicio-
nalmente, valem-se do teste McDonnell-Douglas para mostrar tratamento diferenciado (intencio-
nal), em vez de impacto diferenciado (não intencional).
Esse teste surgiu de um caso na antiga empresa McDonnell-Douglas.54 O requerente, na de-
manda judicial, era qualificado para a vaga, mas foi rejeitado no processo seletivo, e a empresa
continuou sua busca por novos candidatos. Será que essa atitude, por si só, qualificava um pro-
cesso intencional de discriminação de minorias na contratação da empresa? A Suprema Corte dos
EUA definiu, então, quatro regras para a aplicação do teste McDonnell-Douglas:
1. Que o candidato no processo seletivo, alegando ser vítima de discriminação, deve per-
tencer a uma classe protegida.
2. Que o candidato comprove que se inscreveu no processo seletivo e que estava qualificado
para a vaga em aberto.
3. Que, apesar de ter a qualificação exigida para a vaga, foi rejeitada.
4. Que, após sua rejeição, a posição permaneceu aberta e o empregador continuou buscando
candidatos com as mesmas qualificações do requerente.
Se o requerente preenche todas essas condições, então um caso de presunção de tratamento
diferenciado é estabelecido. Nesse ponto, o empregador deve articular uma razão legítima não dis-
criminatória à sua ação e ter provas para evidenciar que agiu com base em um determinado motivo.
Se ele atende a esse padrão relativamente fácil, o requerente, então, tem o ônus de provar que a
razão articulada pelo empregador trata apenas de um pretexto para a prática de discriminação ilegal.
Recrutamento
FONTES DE RECRUTAMENTO Sempre que possível, utilize mais de uma fonte de recru
tamento, a fim de alcançar profissionais de diferentes grupos de minorias, evitando alegações
futuras de que os candidatos pretendidos pela empresa restringem-se a um determinado
grupo da sociedade.
DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÕES As informações sobre oportunidades de tra
balho, bem como sobre os procedimentos para obtê-lo e condições no processo seletivo,
devem ser divulgadas de forma igualitária para todos os interessados na vaga e/ou candidatos
inscritos.
CONTEÚDO DOS ANÚNCIOS DE EMPREGO Deve ser abolido o uso de anúncios
como “Procura-se homem (...)” ou “Procura-se mulher jovem (...)”. Esses anúncios represen
tam violação às leis que proíbem a discriminação sexual ou etária nos empregos, a menos que
o sexo seja uma qualificação legítima para o cargo anunciado (conforme caso mencionado
da empresa Hooters of America).
Padrões de seleção
REQUISITOS EDUCACIONAIS Um requisito educacional pode ser indicado como ilegal
quando pode ser comprovado que os grupos minoritários são menos suscetíveis a possuir as
habilitações acadêmicas (como um diploma do ensino médio); e as qualificações também
não são necessárias para realizar o trabalho.
EXAMES ADMISSIONAIS É proibida a exigência de exames para detectar uso de drogas
ilícitas, testes de gravidez, de esterilização e exames de HIV (AIDS), por serem consideradas
práticas discriminatórias. Apenas os exames previstos na lei trabalhista – hemograma com
pleto, lipidograma, ácido úrico, creatinina, ureia, raio X de tórax (abreugrafia) e, em alguns
casos, eletrocardiograma – é que podem ser pedidos, pois visam à avaliação da capacidade
laborativa do empregado.56
NEPOTISMO Embora não haja proibição à contratação de parentes nas organizações pri
vadas, o artigo 37 da Constituição Federal obriga as Administrações Direta e Indireta dos
três poderes a seguir os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência na contratação de funcionários no serviço público.
Diversidade
Ter uma força de trabalho
Prós e contras da potencial diversidade
composta de dois ou mais É inconteste que a diversidade na força de trabalho traz benefícios, mas pode ensejar diversos
grupos de funcionários cuidados e apresentar algumas dificuldades na gestão do ambiente de trabalho.
com diferentes origens
étnicas, de gênero, culturais, PONTOS DE ATENÇÃO Diversidade pode acarretar barreiras comportamentais que pre-
nacionalidades, deficiências, judicam os relacionamentos interpessoais, o trabalho em equipe e a cooperação. Problemas
idades, origens raciais potenciais incluem:
e religiosas.
• Estereótipos: processo no qual se atribui características comportamentais específicas
para indivíduos com base em sua participação aparente em um grupo.60 As seguintes
generalizações exemplificam o caso: “as pessoas mais velhas não conseguem trabalhar
duro” ou “os jovens da Geração Y são instáveis no trabalho”, entre outras.
• Preconceito: corresponde a um viés para prejulgar alguém com base nas características
pessoais ou no comportamento da pessoa. Por exemplo, “Não vamos contratá-lo, por
que ele é tatuado”.
• Discriminação: trata-se do preconceito em ação contra outra pessoa, com base no grupo
ao qual pertence, fazendo algum tipo de distinção, que pode levar à exclusão social.61
• Tokenismo (ou simbologismo): estabelecimento de uma falsa aparência de inclusão social
de grupos minoritários, a fim de desviar possíveis acusações de discriminação.62 Tra
ta-se, portanto, da ideia pretendida pelos empregadores por trás da adoção de uma
prática meramente simbólica.
• Etnocentrismo: visão do mundo em que o nosso próprio grupo é tomado como centro
de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos
modelos e nossas definições sobre o que é a existência.63 Esses grupos com hábitos e ca
ráter social iguais discrimina grupos que sejam diferentes, julgando-se melhor ou pior,
e tendo por referência diferentes razões (modo de falar, de vestir, aparência etc.). Essa
avaliação é, por definição, preconceituosa, uma vez que é feita a partir de um ponto de
vista limitado. A discriminação contra as mulheres vai além. Mulheres que trabalham
também enfrentam os estereótipos de gênero, por exemplo, a tendência de associar as
mulheres com empregos específicos (frequentemente, não gerenciais).
Discriminação DIVERSIDADE PODE SER BENÉFICA A chave é gerenciar adequadamente essas dificul
Agir de forma específica
dades no ambiente de trabalho, minimizando ou eliminando ameaças à convivência pacífica
dirigida ou contra a pessoa
por conta do grupo ao qual das equipes e promovendo melhores resultados, justamente a partir da diferença.64 Nesse
ela pertence. ponto, é importante fazer uma distinção entre políticas de inclusão e práticas de diversidade,
conceitos que não podem ser confundidos. As políticas de inclusão são práticas compulsórias,
Estereótipos de gênero
A tendência de associar regidas por legislação (no caso brasileiro, por exemplo, lei de cotas para pessoas com deficiên
as mulheres com certos cia). Já as práticas de diversidade dizem respeito às ações voluntárias e isoladas (conhecidas
empregos (frequentemente como ações afirmativas), que visam ao estímulo à diversidade no ambiente de trabalho.65
trabalhos repetitivos e não Para dar continuidade ao raciocínio proposto, também é importante ter em mente o
gerenciais).
conceito de ação afirmativa66 no contexto de valorização da diversidade. Ação afirmativa é
Ação afirmativa uma política que vai além da busca pela igualdade nas oportunidades de emprego, exigindo
Fazer um esforço extra que as organizações se adaptem à lei e corrijam práticas discriminatórias anteriores, aumen
para contratar e promover
tando o número de membros de minorias e de mulheres ocupando cargos anteriormente
pessoas de grupos
protegidos, principalmente ocupados apenas por homens, por exemplo.67
quando esses grupos estão A vantagem da presença da diversidade na força de trabalho pode ser notada desde a
sub-representados. possibilidade de o grupo aprender mais sobre: diferentes culturas, formas de trabalhar e
de ver as situações e os fatos (fomentando a geração de novas ideias e metodologias para
o aumento da produtividade). O ambiente de trabalho também passa a ser permeado por
diferentes perspectivas sobre possíveis formas de entender problemas e solucioná-los, incen
tivando o exercício do respeito e da percepção do outro.68
Gestão da diversidade
Gerir a diversidade significa maximizar as vantagens potenciais da diversidade e minimizar
possíveis ameaças quanto a barreiras na comunicação e a relacionamentos, como preconcei
tos e contaminações que podem prejudicar o funcionamento de uma força de trabalho diver
sificada. O objetivo principal é tornar os funcionários mais sensíveis e capazes de se adaptar
às diferenças culturais individuais.71
A gestão da diversidade nas organizações é capaz de propiciar um ambiente de trabalho
no qual as pessoas possam desenvolver-se, utilizando o máximo de suas competências, razão
pela qual deve ser considerada como fonte para vantagem competitiva, na medida em que
permite às organizações uma mistura de talentos e percepções tão distintas que possibilitam
a administração das complexidades e incertezas do ambiente.72
PROGRAMAS TOP-DOWN Normalmente, o esforço começa na alta direção, o que tam
bém é enfatizado pelas orientações do Instituto Ethos.73 De acordo com a organização, um
programa de gestão de diversidade deve levar em conta algumas estratégias como:74
• Liderança comprometida Empresas com reputações exemplares na gestão da diver
sidade, geralmente, têm CEOs comprometidos com a causa. Neste caso, a empresa
deve ter a diversidade como um valor essencial da empresa, inclusive destacado em
sua missão.
• Diagnóstico da diversidade na empresa Ferramentas comuns para medir a diversida
de de uma empresa incluem a contratação com oportunidades iguais de emprego e
métricas de retenção, além de pesquisas sobre atitude dos funcionários, avaliações de
gestão e empregado, e grupos focais.75 Essas ferramentas são necessárias para a defi
nição de estratégias.
• Integração e treinamento em diversidade e educação para todos os envolvidos no pro-
grama A gestão da diversidade, geralmente, começa com o treinamento sobre diversi
dade. O objetivo é sensibilizar a todos os funcionários para as diferenças culturais de
valor, o ganho de autoestima e a criação de um ambiente de trabalho mais acolhedor.
• Participação das equipes para mudar a cultura e os sistemas de gestão Reforçar va
lores e comportamentos desejados. Por exemplo, mudar o processo de avaliação de
desempenho, valorizando os superiores em parte, pelo seu sucesso na redução de
conflitos entre diferentes grupos.
• Avaliação constante do programa de gestão da diversidade Utilizar pesquisas de atitu
de para monitorar as atitudes dos funcionários em relação à diversidade.
Revisão
RESUMO
1. A legislação restritiva à discriminação não é nova. No desigualdades raciais e para a promoção da igualda
Brasil, em 1988, data da promulgação da Constitui de de oportunidades”.81
ção Federal vigente, foram reiteradas normas sobre 5. A Portaria Interministerial n. 10/2003 faz previsão
o repúdio a práticas discriminatórias de qualquer na sobre a impossibilidade de discriminação ou de de
tureza, sejam relacionadas à etnia, religião, violação semprego para usuários de drogas, ao proibir a reali
à intimidade e à vida privada (normalmente nas en zação de exames de sangue ou outros que acusem a
trevistas), gênero, nacionalidade, cor, idade, estado presença de determinadas substâncias no organismo
civil, deficiência, sindicalizados e homossexuais. do candidato. As consultas a serviços de proteção ao
2. A Convenção 111 da OIT, ratificada pelo Brasil, prevê crédito também não são aceitas por serem considera
hipóteses em que não pode ocorrer qualquer práti das prática discriminatória.
ca de discriminação, ou seja, “distinção, exclusão ou 6. Em 1999, ocorreu a aprovação da lei de cotas (Lei
preferência”, com base em etnia, cor, sexo, opinião n. 8213/1991) para pessoas com deficiência física no
pública, nacionalidade ou origem social, que tenha Brasil. Essa lei determina o percentual de emprega
por efeito anular ou reduzir a igualdade de oportu dos com deficiência que deve ser compulsoriamente
nidade ou de tratamento no emprego ou profissão. admitido pelas empresas que tenham, no mínimo,
3. Existência de extensa legislação no Brasil, prevendo 100 empregados, variando de 2% a 5% sobre o nú
obrigações e penalidades para agentes discriminado mero total de empregados.
res: as ações do legislador vão desde a proibição da 7. As práticas de assédio moral e sexual no trabalho
exigência de certidão de antecedentes criminais ou caracterizam-se pela exposição dos trabalhadores a
exames de gravidez por parte do empregador, até a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas
obrigatoriedade de contratar pessoas com deficiência e prolongadas durante a jornada de trabalho e relati
para integrar o quadro de profissionais da empresa. vas ao exercício de suas funções.
4. A Lei n. 12.288/10 instituiu o Estatuto da Igualdade 8. Diferenciação entre os termos tratamento diferencia-
Racial e previu “a igualdade de oportunidades, a de do, que significa discriminação intencional; e impacto
fesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difu diferenciado, que são práticas ou políticas de contra
sos e o combate à discriminação e às demais formas tação com maior impacto, ou efeito, negativo sobre
de intolerância étnica”. Com ela, é percebido o esfor os membros de um grupo minoritário na sociedade,
ço não apenas para a punição dos infratores, mas um quando comparado a outros grupos ou funcionários,
fortalecimento das chamadas ações afirmativas – que independentemente de sua intenção.
são “programas e medidas especiais adotadas pelo 9. Existência de quatro regras para a aplicação do teste
Estado e pela iniciativa privada, para a correção das McDonnell-Douglas, com o intuito de checar se h ouve
ou não discriminação num processo seletivo, sendo os testes ou outras normas de seleção são válidos, é
elas: o candidato no processo seletivo deve perten um exemplo dessa defesa. Qualificação profissional
cer a uma minoria; deve comprovar que se inscreveu legítima é outra.
no processo seletivo e que estava qualificado para a 12. Vantagens e desvantagens da diversidade dentro das
vaga aberta; apesar de ter a qualificação exigida para organizações.
a vaga, foi rejeitado e, finalmente, que após sua re 13. Para realizar um programa de ação afirmativa, aten
jeição, a posição permaneceu aberta e o empregador tar para os seguintes passos necessários: (1) emitir
continuou buscando candidatos com as mesmas qua uma política de emprego escrita; (2) nomear um
lificações do requerente.
gestor superior; (3) divulgar a política; (4) levantar
10. O empregador deve evitar práticas específicas de ad
a atual minoria e trabalhadores do sexo feminino;
ministração de recursos humanos discriminatórias
(5) desenvolver metas e cronogramas; (6) desenvol
em recrutamento e seleção, na transmissão de infor
mações sobre a vaga e o processo seletivo em geral. ver e implementar programas específicos para atin
Também deve ficar atento com o tipo de anúncio di gir metas; (7) estabelecer uma auditoria interna e sis
vulgado, evitando divulgar sexo ou característica do tema de comunicação; e (8) desenvolver programas
candidato que possa comprometer a contratação sob de apoio domiciliares e na comunidade.
a alegação de discriminação. 14. O recrutamento é uma das primeiras atividades em
11. O empregador pode utilizar algumas defesas básicas que as leis e os procedimentos que visam à coibição
em caso de alegação de uma prática discriminatória. de práticas discriminatórias devem ser observados.
Uma delas é a necessidade do negócio. Mostrar que Voltaremos a abordar esse aspecto no Capítulo 4.
PALAVRAS-CHAVE
classes protegidas 23 impacto adverso 33
leis de cotas 23 diversidade 35
assédio sexual 27 discriminação 36
impacto diferenciado 32 estereótipos de gênero 36
tratamento diferenciado 32 ação afirmativa 36
5. Suponha que você é o gerente de um pequeno res lho estão em conformidade com as leis federais, esta
taurante. Você é responsável pela contratação de fun duais, municipais e regulamentos”. Individualmente
cionários, supervisionando-os e indicando-os para ou em grupos, elabore uma matriz cujas linhas (na
promoção. Trabalhando individualmente ou em gru lateral), tenham cada lei que abordamos neste capí
pos, compile uma lista de práticas de gestão poten tulo e (na parte superior), cada função de RH (aná
cialmente discriminatórias que devem ser evitadas. lise de vagas, recrutamento, seleção etc.) Então, den
6. A Base de Conhecimento HRCI coloca o profissional tro da matriz, exemplifique como cada lei afeta cada
de RH responsável por “certificar-se que o planeja uma das funções de RH.
mento da força de trabalho e as atividades de traba
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
grupos
Notas
1. Disponível em: <http://www.nwitimes.com/news/national/ 15. Disponível em: <http://www3.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/
former-panera-manager-settles-discrimination-case/article_ lei_cotas_13.asp>. Acesso em: 15 jan. 2014.
c970ea99-bdd0-5b16-ae82-43754ef8a15e.html>. Acesso em: 22 16. Disponível em: <http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteu
abr. 2012. dos-de-apoio/arquivos/inclusao-para-pessoas-com-deficiencia/
2. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, as leis federais tam acessibilidade/acessibilidade-instituicoes-financeiras/atuacao/
bém têm-se voltado para a proibição e punição da prática de dis TAC-FEBRABAN>. Acesso em: 15 jan. 2014.
criminação injusta, verificada contra pessoas por conta de etnia, 17. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
idade, sexo, nacionalidade ou religião. Evitar tais práticas discri 2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em: 15 jan. 2014.
minatórias é, inclusive, previsão do Equal Employment Opportunity 18. Atualmente, o artigo 37 da Constituição Federal garante à pes
Act of 1972, do Committee of Labor and Public Welfare. soa com deficiência física o direito de concorrer a vagas em con
3. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ cursos públicos em igualdade de condições com os demais can
l9029.htm>. Acesso em: 15 jan. 2014. didatos. Pela lei, deve ser reservada uma porcentagem mínima
4. Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/trab/3traba de 5% e no máximo de 20% do total de vagas, e, para isso, as
uma lhista021013.htm>. Acesso em: 15 jan. 2014. funções devem ser compatíveis com o tipo de deficiência do qual
5. Artigo 3., incisos I e II, da Lei n. 9.029, de 13 de abril de 1995. a pessoa é portadora.
6. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007 19. Nos termos do que prevê a Lei n. 12.711/12, em seu artigo 3o,
, p. 3, 2010/2010/Lei/L12288.htm>. Acesso em: 15 jan. 2014. ela estabelece que “em cada instituição federal de ensino supe
7. Orientações jurisprudenciais são o conjunto de entendimentos rei rior, as vagas de que trata o art. 1o desta Lei serão preenchidas,
pper terados do mesmo Tribunal, que adotam interpretação idêntica a por curso e turno, por autodeclarados pretos, pardos e indíge
ployer um mesmo questionamento, que servem para orientar outros tri nas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indí
bunais em questões semelhantes, embora sem caráter obrigatório. genas na população da unidade da Federação onde está instala
ers/ 8. Disponível em: <http://portal.mpt.gov.br/wps/portal/portal_do_ da a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro
www. mpt/area_de_atuacao/discriminacao/!ut/p/c5/04_SB8K8xLL de Geografia e Estatística (IBGE)”. É bem verdade que a lei de
M9MSSzPy8xBz9CP0os3hH92BPJydDRwN_E3cjA88QU1N3L7O cotas para negros em universidades vem sendo duramente cri
gsIBAI6B8JE75UEdTYnQb4ACOBgR0h4Nci1OFj7MRXnmw ticada por conta da ausência de políticas educacionais para as
60DyeOz388jPTdUvyA2N>. Acesso em: 27 abr. 2013. escolas de base e de nível médio, fazendo a razão mais forte para
9. Em fevereiro de 2011, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa o pequeno número de estudantes negros em universidade estar
com Deficiência publicou resolução com a alteração do seu regimen mais ligada à falta de bons níveis de ensino nos primeiros anos
ent to interno para mudar a nomenclatura de alguns termos. De acordo de educação do que propriamente a um reflexo de preconceito
Bias com o texto, o termo “pessoas portadoras de deficiência” será subs no País.
tituído por “pessoas com deficiência”. Disponível em: <http:// www. 20. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/
g brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2011/02/governo-muda-termos d3298.htm>. Acesso em: 15 jan. 2014.
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dio moral nas relações de trabalho, mas Sexual Harassment by Clients and Cus dato de minoria processou a empresa,
que ainda está em fase de tramitação. Dis tomers”, Journal of Applied Psychology, 92, alegando que as exigências de que os
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link=revista_artigos_leitura&artigo_ -%201076-17.2011.5.06.0023&base=acor necessidade do negócio e relacionados
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para tentar conciliação no caso de quei 44. Rui Stoco. Tratado de responsabilidade jun. 1976, p. 199-204. Disponível em:
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ela poder ir diretamente aos tribunais 45. De acordo com a cartilha do MTE sobre factemployment_procedures.html>.
para fazer cumprir a lei. assédio moral e sexual no trabalho, al Acesso em: 15 jan. 2014.
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1a Turma. Relator Juiz Dilnei Ângelo Bi com.br/noticias/negocios-industria,vul Donnell Douglas MD-90, sendo final
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em: <http://www.mackenzie.br/7492. ca disseminar ferramentas de gestão e
html>. Acesso em: 15 jan. 2014. práticas responsáveis, abordando temas
66. O termo “ação afirmativa” surgiu nos Es e situações relacionados a direitos hu
tados Unidos, na década de 1960, como manos, cidadania e meio ambiente. Dis
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
1. Explicar por que o planejamento estratégico é importante para to-
dos os gestores.
2. Explicar com exemplos cada uma das sete etapas do processo de
planejamento estratégico.
3. Listar com exemplos os principais tipos genéricos de estratégias cor-
porativas e estratégias competitivas.
4. Definir a administração estratégica de recursos humanos e dar um
exemplo na prática.
5. Descrever sucintamente três ferramentas importantes de administra-
ção estratégica de recursos humanos.
6. Explicar com exemplos por que os indicadores são importantes
Fonte: Karen Bleier/AFP/Getty Images/Newscom
para a administração de recursos humanos.
Introdução
Quando sua estratégia envolve a venda de sapatos on-line para pessoas que não podem expe-
rimentá-los, você precisa de funcionários que façam que os clientes se sintam seguros sobre
o que estão comprando.1 É por isso que os fundadores da Zappos sabiam que precisavam de
métodos especiais para a contratação, o desenvolvimento e a retenção de funcionários.
No Capítulo 1, vimos que a gestão estratégica de recursos humanos significa a formulação e
a execução de políticas e práticas que produzem as competências e comportamentos dos fun-
cionários que a empresa necessita para atingir seus objetivos estratégicos. O Quadro Contexto
estratégico ilustra o que isso significa para Zappos.com.
Contexto estratégico
Vice-presidente
Vice-presidente Vice-presidente de
de produção
de vendas recursos humanos
“adicionar uma
“dobrar as vendas no “adicionar e treinar
nova linha de
leste, oeste e sul” seis vendedores”
produção na fábrica”
Planejamento estratégico
Antes de definir uma hierarquia de objetivos ou formular políticas e práticas, o gestor deve
colocar em prática um planejamento estratégico, que se trata do plano global da empresa
para definir como ele conciliará suas forças e fraquezas internas com as oportunidades e
ameaças externas, a fim de manter uma vantagem competitiva. O planejador estratégico per-
Planejamento estratégico gunta: “Onde estamos agora como um negócio, aonde é que queremos chegar e como po-
Ajuda a identificar como demos chegar lá?”. O gestor, em seguida, formula um plano estratégico para levar a empresa
o gestor poderá lidar em de onde está agora para onde quer chegar. Quando a empresa Yahoo! tenta definir se deve
relação às forças e às vender seu negócio de busca para se concentrar em oferta de conteúdos, está envolvendo o
fraquezas internas e a
oportunidades e ameaças planejamento estratégico.
externas, a fim de manter Os planos estratégicos são semelhantes, mas não exatamente a mesma coisa que os mo-
uma vantagem competitiva. delos de negócios. Aqueles que investem em um negócio perguntarão à alta direção: “Qual
Estratégia é o seu modelo de negócio?”. Um modelo de negócio “é o método de uma empresa para
Um curso de ação que ter rendimento no atual ambiente de negócios”. Ele diz no que a empresa atua, quais são
a empresa pode seguir seus produtos ou serviços, o que os diferencia, sua vantagem competitiva, como fornece seu
para atingir seus objetivos produto ou serviço e, mais importante, como ganha dinheiro.6 Por exemplo, o Google não
estratégicos. ganha dinheiro exigindo que as pessoas paguem por pesquisas, mas ganha dinheiro ofere-
Gestão estratégica cendo anúncios pagos direcionados com base no que você está procurando.
O processo de A estratégia é um curso de ação. O Yahoo! decide se deve levantar dinheiro e se concen-
identificação e execução trar mais em aplicativos como o Yahoo! Finance, uma estratégia pode ser a de vender Yahoo!
de plano estratégico da
organização, combinando Search. A gestão estratégica é o processo de identificação e execução do plano estratégico da
as capacidades da empresa organização, combinando as capacidades da empresa com as exigências do seu meio ambiente.
com as exigências do seu A Figura 3.2 resume o processo de gestão estratégica. Esse processo envolve (1) a de-
meio ambiente. finição do negócio e o desenvolvimento de uma missão, (2) a avaliação dos pontos fortes
internos e externos da empresa, fraquezas, oportunidades e ameaças, (3) a formulação de
FIGURA 3.2
Passo 1: Passo 2: Passo 3: Passo 4: Passo 5: Passo 6: Passo 7:
O processo Defina o Realize Formule Traduza a Formule Implemente Avalie o
de gestão negócio auditorias uma nova nova direção estratégias as desempenho
estratégica. atual externas e direção desejada em para alcançar estratégias
internas objetivos os objetivos
estratégicos estratégicos
Execução Avaliação
Planejamento estratégico estratégica estratégica
uma nova direção de negócios, (4) a tradução da nova direção desejada em objetivos estraté-
gicos e (5) a formulação de estratégias e cursos de ação. O passo (6) e o passo (7) implicam
a implementação e a avaliação do plano estratégico. Vamos dar uma olhada em cada etapa.
Passo 1 Defina o negócio atual O lugar lógico para começar é por meio da definição
do negócio atual. Pergunta-se: quais produtos nós vendemos, onde vamos
vendê-los e como nossos produtos ou serviços se diferenciam de nossos con-
correntes?
Passo 2 Realize auditorias externas e internas O próximo passo é perguntar: “Será
Objetivo de que estamos indo na direção certa em face dos desafios que enfrentamos?”.
Aprendizagem 2 Para responder a isso, os gestores precisam auditar ou estudar o ambiente
Explicar com exemplos cada externo da empresa e também os pontos fortes e fracos internos. A planilha de
uma das sete etapas do análise ambiental na Figura 3.3 é um guia para a compilação de informações
processo de planejamento sobre o ambiente da empresa. Como você pode ver, inclui as tendências eco-
estratégico. nômicas, políticas e de competitividade que podem afetar a empresa. O grá-
fico SWOT na Figura 3.4 é o grande guia de planejamento estratégico, todo
mundo usa. Gerentes o usam para compilar e organizar os pontos fortes da
empresa, fraquezas, oportunidades e ameaças. O objetivo do gerente é criar
um plano estratégico ao analisá-los.
Tendências políticas
(legislação e regulamentação/desregulamentação)
Tendências tecnológicas
(introdução de novas tecnologias de produção/distribuição, taxa de obsolescência
dos produtos, tendências na disponibilidade de insumos e matérias-primas)
Tendências sociais
(tendências demográficas, mobilidade, educação, valores crescentes)
Tendências geográficas
(abertura/fechamento de novos mercados, fatores que afetam as decisões quanto à
localização das instalações da planta/escritório atuais)
Declaração de visão Passo 3 Formule uma nova direção A questão agora é, com base na análise am-
A declaração geral de direção biental e análise SWOT, o que deve ser nosso novo negócio, em termos
pretendida da empresa
daquilo que nós vendemos, onde iremos vendê-lo, e como os nossos pro-
mostra, em termos gerais, “o
que queremos ser”. dutos ou serviços se diferenciam dos produtos dos concorrentes?
Os gerentes podem formular uma declaração de visão para resumir
Declaração de missão
Resume a resposta para a
como eles veem a essência de seu negócio no futuro. A declaração de visão
pergunta: “Qual é o nosso é uma declaração geral de direção pretendida da empresa, que mostra, em
negócio?”. termos gerais, “o que queremos ser”.7 A visão da PepsiCo é “Desempenho
com propósito”. A CEO da empresa, Indra Nooyi, diz que os executivos de
sua empresa escolhem qual negócio querem seguir com base no desempe-
nho e no propósito, considerando os três pilares: sustentabilidade humana,
sustentabilidade ambiental e sustentabilidade dos talentos.8
Considerando que as declarações de visão descrevem em termos gerais
o que a empresa deve ser, a declaração de missão da empresa resume a em-
presa hoje. Anos atrás, Ford adaptou o que foi por vários anos uma pode-
rosa declaração de missão Ford, a decisão por “Um trabalho de qualidade”.
Passo 4 Traduza a nova direção desejada em objetivos estratégicos Em seguida,
traduzir a nova direção desejada em objetivos estratégicos. Na Ford, por
exemplo, o que exatamente significa “Um trabalho de qualidade”, para
cada departamento, em termos de “como eles iriam aumentar a qualida-
de?”. A resposta foi estabelecida em metas, como “não mais do que um
defeito inicial por 10 mil carros”.
Passo 5 Formule estratégias para alcançar os objetivos estratégicos Em seguida, o
gerente escolhe estratégias de cursos de ação que permitirão à empresa
alcançar seus objetivos estratégicos. Por exemplo, como a Ford deve per-
seguir seu objetivo de não ter mais do que um defeito inicial por 10 mil
carros? Talvez abrir duas novas fábricas de alta tecnologia e fazer uma
seleção mais rigorosa dos funcionários, treinamento e procedimentos de
avaliação de desempenho.
Passo 6 Implemente as estratégias A execução da estratégia significa traduzir as
estratégias em ação. Isso significa, na verdade, a contratação (ou a demis-
são) de pessoas, construção (ou fechamento) das unidades, e adicionar
(ou eliminar) os produtos e linhas de produtos.
Passo 7 Avalie o desempenho As coisas nem sempre saem como planejado. Como
todas as empresas, a Ford deve avaliar continuamente a sabedoria e o pro-
gresso de suas decisões estratégicas.
Estratégia em nível corporativo • A estratégia de diversificação significa que a empresa irá expandir pela inclusão de no-
Tipo de estratégia que vas linhas de produtos. A PepsiCo é diversificada. Por exemplo, ao longo dos anos, a
identifica o portfólio de
PepsiCo acrescentou as batatas fritas Frito-Lay e a Quaker Oats.
negócios que, no total,
compõem as empresas e as • A estratégia de integração vertical significa que a empresa se expande por, talvez, pro-
formas por meio das quais duzir suas próprias matérias-primas ou vender seus produtos diretos. Assim, a Apple
elas se relacionam entre si. abriu as suas próprias lojas Apple.
Estratégia competitiva • Com uma estratégia de consolidação, a empresa reduz seu tamanho.
Uma estratégia que identifica • Com a estratégia de expansão geográfica, a empresa cresce por entrar em novos mercados
como construir e reforçar territoriais, por exemplo, abrindo negócios no exterior. Um exemplo disso é a Starbucks.
a posição competitiva da
empresa em longo prazo ESTRATÉGIA COMPETITIVA Com base em que cada uma de nossas empresas vai com-
no mercado. petir? Dentro de uma empresa como a PepsiCo, cada uma de suas empresas (como a Pepsi
Vantagem competitiva e a Frito Lay) devem ter uma estratégia em nível empresarial/competitivo. A estratégia com-
Todos os fatores que petitiva identifica como construir e reforçar a posição competitiva da empresa a longo prazo
permitem a uma organização no mercado.10 Responde à pergunta, por exemplo, como deve Pizza Hut competir com Papa
diferenciar seu produto ou
serviço daqueles de seus
John’s ou como o Walmart deve competir com a Target?
concorrentes para aumentar Gerentes constroem suas estratégias competitivas em torno das vantagens competitivas
a fatia de mercado. de seus negócios. Vantagem competitiva significa todos os fatores que permitem que uma
empresa diferencie seu produto ou serviço daqueles de seus concorrentes para aumentar a
fatia de mercado. A vantagem competitiva não precisa ser tangível, como máquinas de alta
tecnologia. Por exemplo, em uma fábrica de turbinas da GE em Greenville, Carolina do Sul,
equipes de profissionais habilitados altamente treinados executam máquinas controladas por
computador, entrevistam potenciais membros para a equipe e ajustam as linhas de monta-
gem por si mesmos.11 Para a GE, os conhecimentos, as habilidades e a dedicação (o “capital
humano”) dos trabalhadores produzem a qualidade que faz que a empresa seja líder.
Gerentes usam várias estratégias competitivas padrão para alcançar uma vantagem
competitiva:
• Liderança de custo significa tornar-se o líder de baixo custo em uma indústria. O Wal-
mart é um exemplo clássico.
• A diferenciação é uma segunda estratégia competitiva possível. Em uma estratégia de
diferenciação, a empresa procura ser a única em sua indústria em dimensões que são
amplamente valorizadas pelos compradores.12 Assim, a Volvo destaca a segurança de
seus carros, Papa John’s divulga ingredientes frescos e GE destaca a confiabilidade de
peças de aeronaves de sua fábrica de Greenville.
• Foco em esculpir um nicho de mercado (como a Ferrari). Com essa estratégia, os ge-
rentes oferecem um produto ou serviço que os clientes não podem obter em concor-
rentes generalistas (como a Toyota).
Estratégia funcional ESTRATÉGIA FUNCIONAL Finalmente, estratégias funcionais identificam o que cada
A estratégia funcional do departamento deve fazer a fim de ajudar a empresa a atingir seus objetivos competitivos.
departamento identifica
Como exemplo, um hotel pode querer diferenciar-se com um serviço excepcional. Portanto,
o que ele deve fazer em
termos de políticas e práticas o seu departamento de recursos humanos deve colocar em prática políticas e práticas lo-
específicas para ajudar a cais que permitirão ao hotel selecionar e treinar os funcionários que são excepcionalmente
empresa a alcançar seus orientados para o cliente.
objetivos competitivos.
Competências e
comportamentos
necessários dos
funcionários para a
empresa atingir esses
objetivos estratégicos
1
ente e stratég
bi ico
Am e legal
P
lan ento
eja e seleção
m
s
trabalhi es
men
sta
Relaçõ
5
Políticas e práticas de
to, recruta-
RH necessárias para
estimular competências e
comportamentos
dos funcionários
des Trei
o t sas
l
ota
en
n
pe v
om ã na olvim
e rec neraç me ento
3 nto e
Remu 4
Contexto estratégico
FIGURA 3.7 Mapa estratégico Estratégia resumida Líder de baixo custo, atendimento ao cliente
da Southwest Airlines. de alta qualidade, eficiência operacional
Resultados
estratégicos/financeiros
Rentabilidade
Resultados baseados
no cliente Necessários Mais clientes
para produzir resultados
estratégicos/financeiros
desejados
Tarifas baixas Voos dentro do horário
Processos internos
Necessários para Voos com menos aviões Minimizar as refeições
produzir resultados e outros serviços de bordo
financeiros desejados
Capacidades
organizacionais
e de funcionários Equipes de terra altamente engajadas
Necessárias para
suportar processos
de negócios internos
desejados
Práticas de apoio e de
alto desempenho de RH
as receitas e a rentabilidade, a empresa deve voar em menos aviões (para manter os custos
baixos), manter os preços baixos e manter os voos no horário. Por sua vez (ainda mais abai-
Scorecard de RH xo no mapa estratégico), voos dentro do horário e preços baixos geram retorno rápido.
Um processo para a Estes, por sua vez, requerem tripulações de solo e de voo motivadas. Assim, o mapa estra-
atribuição de metas ou tégico ajuda cada departamento a entender o que precisa fazer para apoiar a estratégia de
indicadores financeiros e baixo custo da Southwest.20 Por exemplo, quais passos a equipe de recursos humanos da
não financeiros à gestão
de atividades necessárias
Southwest deve seguir para aumentar a motivação e a dedicação de suas equipes de terra?
da cadeia relacionada com O SCORECARD DE RH Muitos empregadores quantificam e informatizam as ativida-
os recursos humanos, que des do mapa estratégico. O scorecard de RH ajuda a fazê-lo. Ele se refere a um processo
visa atingir os objetivos para a atribuição de metas ou indicadores financeiros e não financeiros para estratégias de gestão
estratégicos da empresa e
relacionadas com recursos humanos e a cadeia de atividades necessárias para atingir os
ajuda no monitoramento
dos resultados. objetivos estratégicos da empresa.21 (Indicadores para a Southwest Airlines podem in-
cluir a ocupação do avião, o percentual de pontualidade dos voos e a produtividade do
pessoal de terra.) A ideia é usar o mapa estratégico e quantificá-lo.
Os gerentes usam um software especial para facilitar esse processo. O processo de
scorecard ajuda o gerente a quantificar as relações entre (1) as atividades de RH (quan-
tidade de testes, treinamento, e assim por diante), (2) os comportamentos dos emprega-
dos (atendimento ao cliente, por exemplo) e (3) o desempenho e o resultado estratégico
maior (como a satisfação do cliente e a lucratividade).22
Dashboard Dashboard O ditado “uma imagem vale mais que mil palavras” explica o objetivo do
Apresenta ao gerente dashboard. Ele apresenta gráficos e tabelas na mesa do gerente, mostrando uma imagem
gráficos e tabelas em sua
mesa, e assim uma imagem
computadorizada de como a empresa está realizando todos os indicadores do processo de
computadorizada de onde a scorecard de RH. Como na ilustração a seguir, o dashboard de um gerente da Southwest
empresa está em todos os Airlines pode exibir as tendências em tempo real para várias atividades do mapa estratégico,
indicadores do processo de como retornos rápidos e voos pontuais. Isso permite que o gerente tome medidas corretivas.
scorecard de RH. Por exemplo, se o pessoal de terra estiver mais devagar hoje, os resultados financeiros ama-
nhã podem cair, a menos que o gerente tome medidas.
A Figura 3.8 resume as três ferramentas de planejamento estratégico.
Fatia de mercado
Atrair e manter clientes:
2016 passageiros até a data
Passageiros (em milhões)
Jan. 2016 a jun. 2016
Tendências de moral dos funcionários
com base em pesquisas trimestrais
Tempo de retorno do avião
30 jun. 2016
Muito satisfeito
Satisfeito
Muito insatisfeito
Tipos de indicador
Gestores de recursos humanos usam muitos desses indicadores. Por exemplo, há (em média)
um funcionário de recursos humanos para cada 100 funcionários da empresa para as empre-
sas com 100 a 249 empregados. A relação entre total de funcionários e funcionário de RH cai
para cerca de 0,79 para as empresas com 1 mil a 2,49 mil empregados e 0,72 para as empresas
com mais de 7,5 mil funcionários.24 A Figura 3.9 ilustra outros indicadores de administração
de recursos humanos, como a permanência de funcionários, o custo de locação e a taxa glo-
bal de volume de negócios anual.25
FIGURA 3.9 Indicadores para o SHRM® 2011-2012, relatório personalizado de avaliação comparativa do capital humano.
Fonte: Reproduzido com permissão da Society for Human Resource Management. Todos os direitos reservados.
I
N. do R.T.: FTE, ou full-time equivalent (equivalente a tempo inteiro), é um índice calculado de horas traba-
lhadas por um empregado sobre o total de horas cheias previstas para o trabalho durante um tempo certo.
Essse tempo pode ser de dias, semanas, meses.
Os gerentes fazem análise de talentos com base nessa data mining para descobrir pa-
drões e fazer previsões. O RH como centro de lucro apresenta exemplos.
Ser científico também requer experimentação. Uma experiência é um teste do gestor que
configura como garantir que ele entende as razões para os resultados obtidos. Por exemplo,
em um artigo da Harvard Business Review, “um guia passo a passo para experimentos em pe-
quenos negócios”, os autores argumentam que, se você quer julgar o impacto de um novo
plano de incentivo para os lucros das empresas, não pode começar por implementar o plano
com todos os funcionários. Em vez disso, deve implementá-lo com um grupo “experimental”
(que recebe o plano de incentivo), e com um grupo de “controle” (um grupo que não recebe
o plano de incentivo). Isso irá ajudá-lo a avaliar se alguma melhoria de desempenho resultou
do incentivo ou de alguma outra causa (como um novo programa de treinamento de toda a
empresa).41 E lhe permitirá prever como a alteração do plano de incentivo irá afetar o desem-
penho. Objetividade, experimentação e previsão são centrais no que significa ser científico.
Para os gestores, ser “científico” é tomar as melhores decisões a partir da associação de fatos.
O problema é que o que é “intuitivamente óbvio” pode ser enganoso. “Será que esse plano de
incentivo de vendas realmente vai aumentar as vendas?” “Nós gastamos US$ 40 mil nos últimos
cinco anos em bolsas de estudo? O que (se alguma coisa) resultou disso?” Qual é a evidência?
Tabela 3.1 E xemplos selecionados a partir de diversos estudos sobre como recrutamento, seleção, treinamento, avaliação,
remuneração e outras práticas diferem entre empresas de alto e de baixo desempenho.
Médias de baixo desempenho de Médias de alto desempenho de
práticas de RH em companhias práticas de RH em companhias
(desempenho da empresa, por (desempenho da empresa, por
exemplo, em termos de vendas/ exemplo, em termos de vendas/
empregado, inovação e retenção empregado, inovação e retenção
de funcionários)* de funcionários)*
Em segundo lugar, ilustra o que os empregadores devem fazer para ter sistemas de alto
desempenho. Por exemplo, contratar com base em testes de seleção validados e treinar os
funcionários extensivamente.
Em terceiro lugar, a tabela mostra que as práticas de trabalho de alto desempenho ge-
ralmente aspiram a ajudar os trabalhadores a autogerir-se. Em outras palavras, a busca de tal
recrutamento, seleção, treinamento e outras práticas de recursos humanos é fomentar uma
força de trabalho competente e automotivada.45
Revisão
RESUMO
1. O planejamento estratégico é importante para todos derança de baixo custo, diferenciação e foco.
os gestores. Decisões dos gestores sobre pessoal e ou- Estratégias funcionais refletem as políticas de-
tros assuntos devem ser compatíveis com os objetivos partamentais específicas que são necessárias
do plano estratégico global da empresa. Essas metas para a execução de estratégias competitivas
formam uma hierarquia, começando com os objeti- da empresa.
vos estratégicos globais do presidente (como dobrar • Gerentes de departamento desempenham um
o faturamento para US$ 16 milhões) e a filtragem do papel importante no planejamento estratégico
que cada gerente precisa fazer a fim de apoiar esse em termos de elaboração do plano estratégico,
objetivo global da empresa. formulação de estratégias de apoio funcional/
2. Como cada gerente precisa tomar suas decisões no departamental e, é claro, na execução dos pla-
contexto dos planos da empresa, é importante que nos da empresa.
todos os gestores entendam o planejamento da ges-
4. Cada função ou departamento da empresa precisa
tão. O processo de planejamento de gestão inclui a fi-
de sua própria estratégia funcional, e gestão estraté-
xação de objetivos, fazer previsões, determinar quais
gica de recursos humanos significa a formulação e
são suas alternativas, avaliar as alternativas e imple-
execução de políticas e práticas de recursos humanos
mentar e avaliar seu plano.
que geram as competências e comportamentos dos
3. Novamente, porque todos os gestores operam no
funcionários necessárias para que a empresa atinja
âmbito dos planos globais da empresa, é importante
seus objetivos estratégicos. Estratégias de recursos
que todos os gestores se familiarizem com o processo
humanos são as políticas e práticas específicas de
de gestão estratégica.
administração de recursos humanos que os gerentes
• Um plano estratégico é o plano da empresa para usam para apoiar seus objetivos estratégicos. Ferra-
saber como irá lidar com as suas forças e fraque- mentas de gerenciamento importantes e estratégicas
zas internas em relação a oportunidades e amea de recursos humanos populares incluem o mapa es-
ças externas, a fim de manter uma vantagem tratégico, o scorecard de RH e o dashboard.
competitiva. A estratégia é um curso de ação. 5. O gerente vai querer coletar e analisar dados antes
• A gestão estratégica é o processo de identificar de tomar decisões. Um sistema de trabalho de alto
e executar o plano estratégico da organização. desempenho é um conjunto de políticas e práticas
Passos básicos no processo de gestão estratégica de administração de recursos humanos que promo-
incluem: a definição do negócio atual, realizan- vam a eficácia organizacional. Indicadores de re-
do uma auditoria externa e interna; a definição cursos humanos (medidas quantitativas de algumas
de uma direção; a tradução da missão em obje- atividades de administração de recursos humanos,
tivos estratégicos; a formulação de estratégias como a rotatividade de funcionários) são funda-
para atingir os objetivos estratégicos, táticas de mentais para a criação de políticas e práticas de re-
execução; a avaliação do desempenho. cursos humanos de alto desempenho. Isso é porque
• Distinguimos entre as estratégias corporativas, as eles permitem que os gerentes comparem suas pró-
competitivas e as de nível funcional. Estratégias prias práticas com as de organizações de referência,
corporativas incluem, entre outras, estratégias bem-sucedidas. Um sistema de trabalho de alto de-
de diversificação, integração vertical, integração sempenho é um conjunto de políticas e práticas de
horizontal, expansão geográfica e consolidação. administração de recursos humanos que produz um
As principais estratégias competitivas incluem li- desempenho superior do empregado.
PALAVRAS-CHAVE
planejamento estratégico 47 administração estratégica de recursos humanos 52
estratégia 47 mapa estratégico 54
gestão estratégica 47 scorecard de RH 55
declaração de visão 49 dashboard 56
declaração de missão 49 indicadores baseados em estratégia 58
estratégia em nível corporativo 51 auditoria de RH 60
estratégia competitiva 51 sistema de trabalho de alto desempenho 61
vantagem competitiva 51 indicadores de recursos humanos 62
estratégias funcionais 52
Exercícios de aplicação .
trabalho de má qualidade ou avarias nas máquinas. Quando “Nós não podemos estar em todos os lugares vendo tudo
surgem questões como essas, ele se encontra com todos o tempo todo”, disse ela. “Sim, mas essas pessoas ganham
os funcionários da loja em questão. Os funcionários horistas apenas cerca de US$ 8 a US$ 15 por hora. Será que eles real-
recebem remuneração extra para esses momentos. Os en- mente querem agir como minigerentes?”, respondeu Jack.
contros têm sido úteis para ajudá-lo a identificar e a corrigir
Perguntas
vários problemas. Por exemplo, em uma loja, todas as blu-
sas brancas e finas estavam saindo sujas. Descobriu-se que 1. Você recomendaria aos Carter expandirem seu pro-
quem realizava a lavagem tinha ignorado a regra da empresa grama de qualidade? Se assim for, especificamente de
de que a eliminação de percloroetileno das máquinas era que forma?
necessária antes de lavagens de itens como esses. Como 2. Suponha que os Carter queiram instituir um sistema de
resultado, essas blusas brancas finas eram lavadas em fluido trabalho de alto desempenho, como um programa de
de limpeza que tinha resíduo de outras lavagens. testes em uma de suas lojas. Escreva um esboço de
Jennifer ultimamente se pergunta se essas reuniões de uma página resumindo importantes práticas de RH nas
funcionários devem ser expandidas para dar a eles um pa- quais você acha que eles deveriam se concentrar.
pel mais importante na gestão da qualidade das lojas Carter.
Apêndice:
Conceitos básicos de orçamento
e orçamento de vendas. O orçamento de vendas mostra a Os contadores da empresa compilam as informações fi-
atividade de vendas prevista para cada período (geralmente nanceiras e remetem para os gerentes apropriados. Como na
em unidades mensais) e a receita esperada com as vendas. Figura 3A.2, o relatório de desempenho resultante mostra as
O gerente pode então produzir vários orçamentos ope- metas orçadas ou planejadas. Na sequência desses números,
racionais. Orçamentos operacionais mostram as vendas es- mostra números reais de desempenho do departamento.
peradas e/ou despesas de cada um dos departamentos da Variações mostram diferenças entre os valores orçados e os
empresa para o período de planejamento em questão. Por reais. O relatório pode proporcionar um espaço para o ge-
exemplo, o orçamento operacional do departamento de rente explicar as diferenças. Depois de analisar o relatório
máquinas mostra o que a empresa pretende passar para os de desempenho, a gestão pode tomar uma ação corretiva.
materiais, mão de obra, energia elétrica, e assim por dian- Contadores também auditam periodicamente as de-
te, a fim de cumprir as exigências do orçamento de vendas monstrações financeiras da empresa. Uma auditoria é um
(veja a Figura 3A.1). Cada gerente, do superior de primei- processo sistemático que envolve três etapas: (1) visa obter
ra linha ao gerente de RH e ao presidente da empresa, ge- e avaliar evidências sobre o desempenho da empresa, (2)
ralmente tem um orçamento operacional para usar como julgar a exatidão e validade dos dados, e (3) comunicar os
padrão de desempenho. resultados aos usuários interessados, como o conselho de
O gerente, então, combina todos esses orçamentos administração e os bancos da empresa. O objetivo da au-
operacionais departamentais em um plano de lucro para o ditoria é se certificar que as demonstrações financeiras da
ano seguinte. Esse plano de lucro é o resultado orçado (ou empresa refletem com precisão seu desempenho.
resultado pro forma). Ele mostra as vendas empresariais
esperadas, despesas esperadas e as receitas previstas ou lu-
cro para o ano. Na prática, o caixa de vendas geralmente Análises de relação e retorno
não flui para a empresa de modo a coincidir precisamente
com pagamentos em dinheiro. (Alguns clientes podem ter do investimento
35 dias para pagar suas contas, por exemplo, mas os fun- Os gerentes também usam a análise de índice financeiro
cionários esperam os salários a cada semana.) O orçamen- para diagnosticar o desempenho e manter o controle. Ín-
to de caixa ou plano mostra, para cada mês, a quantidade dices financeiros comparam uma medida financeira em
de dinheiro que a empresa pode esperar receber e o valor um demonstrativo financeiro para outro. A taxa de retorno
que pode esperar de inadimplência. O gerente pode usá sobre o investimento (RSI) é uma assim. A RSIII é igual ao
‑lo para antecipar suas necessidades de caixa e usá-lo para lucro líquido dividido pelo investimento total, que é um in-
empréstimos de curto prazo, se necessário. dicador de desempenho geral da empresa. Em vez de medir
A empresa também terá um balanço patrimonial orça- o lucro líquido como um valor absoluto, ele mostra o lucro
do. O balanço mostra a gerentes, proprietários e credores em relação ao investimento total no negócio. Isso é muitas
a projeção financeira orçada da empresa para o final do vezes mais didático. Por exemplo, um lucro de US$ 1 milhão
ano. Ele mostra ativos (como dinheiro e equipamentos), é mais impressionante com um investimento de US$ 10 mi-
passivos (como a dívida de longo prazo) e patrimônio lí- lhões do que com um investimento de US$ 100 milhões. A
quido (o excesso de ativos em relação a outros passivos). Figura 3A.3 lista alguns índices financeiros.
Orçamento em operação para um departamento de maquinaria, junho de 2012 FIGURA 3A.1 Exemplo de um orçamento.
Gastos Orçamento
Mão de obra $ 2.107
Estoque $ 3.826
Manutenção $ 402
Despesas gerais (eletricidade etc.) $ 500
Total dos gastos $ 6.835
II
N. do R.T.: RSI é conhecido no Brasil por ROI (return on investment).
III
N. do R.T.: EEOC corresponde, no Brasil, à Comissão Tripartite de Igualdade de Oportunidades e de Tratamento de Gênero e Raça no
trabalho, do MTE.
comercial tecnológico: capacitação, retenção e reciclagem de caso de engenharia de sistemas, engenharia da computação,
profissionais. análise de dados, entre outros.
O mercado nacional passa por obstáculos para contratar Fonte: Uol Economia. Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/
de forma robusta profissionais qualificados. Os bons funcio- techoje/categoria/detalhe_artigo/1026>. Acesso em: 30 maio 2014.
nários já estão empregados e caracterizam-se por não muda-
Perguntas
rem facilmente de emprego.
Fora isso, a especialização tem um peso substancial entre 1. Em meio a esse cenário, que fontes de recrutamento
as empresas. Com a disputa de mercado, quanto maior o co- você utilizaria para a contratação dos melhores profissio-
nhecimento, mais altos os salários. “Entramos aí na balança nais disponíveis no mercado de TI?
2. Que tipos de método deveriam ser utilizados para a con-
do custo e benefício; se o profissional é bom, as empresas,
tratação de um trainee para a área de TI? E para um ges-
sem dúvida, irão pagar um valor alto por ele”, observa Goyn.
tor com mais experiência?
Existem poucos cursos superiores de qualidade que, de 3. Que estratégias deveriam ser utilizadas para a atração e
fato, capacitem o profissional em segurança da informação manutenção daqueles profissionais?
com excelência. Os preceitos básicos desse profissional con- 4. Indique os principais requisitos para um candidato nessa
sistem em formação em TI e cursos superiores, como é o área e que deveriam ser observados no processo seletivo.
Notas
1. Michael Hargis e Don Bradley III, “Strategic Human Resource Editor’s Note: The Role of HR Practices in Managing Culture
Management in Small and Growing Firms: Aligning Valuable Re- Clash During the Post Merger Integration Process”, Human Re-
sources”. Academy of Strategic Management Journal 10, n. 2, jul. 2011, source Management 50, n. 5, set./out. 2011, p. 565.
p. 105-126. 15. Parafraseado de “HR Services, Service Offerings: Mergers, Ac-
2. “Meet the Zappos Family: Human Resources”, de Zappos web- quisitions and Restructuring”. Disponível em: <www.towersper-
site. Copyright © 1999-2012 by Zappos.com, Inc. Reproduzido rin.com>. Acesso em: 4 dez. 2007.
com permissão. 16. Veja, por exemplo, Evan Offstein, Devi Gnyawali e Anthony
3. Disponível em: <http://www.weknownext.com/workplace/deliver- Cobb, “A Strategic Human Resource Perspective of Firm Com-
ing-hr-at-zappos-hr-magazine-june-2011>. Acesso em: 23 ago. 2012. petitive Behavior”, Human Resource Management Review 15, 2005,
4. Para uma boa discussão sobre alinhamento de objetivos, veja, p. 305-318.
por exemplo, Eric Krell, “Change Within”, HR Magazine, ago. 17. Brian Hults, “Integrate HR with Operating Strategy”, HR Maga-
2011. p. 43-50. zine, out. 2011, p. 54-56.
5. The Hiring, Firing (And Everything in Between) Personnel Forms Book, 18. Arthur Yeung, “Setting Up for Success: How the Portman
de James Jenks. Publicado em 1994. Ritz-Carlton Hotel Gets the Best from Its People”, Human Re-
6. Thomas Wheelen e J. David Hunger, Strategic Management and source Management 45, n. 2, verão 2006, p. 67-75.
Business Policy. Upper Saddle River, NJ: Pearson Education, 2010, 19. Paul Buller e Glenn McEvoy, “Strategy, Human Resource Man-
p. 142-143. agement and Performance: Sharpening Line of Sight”, Human
7. Veja, por exemplo, Fred David, Strategic Management. Upper Sad- Resource Management Review 22, 2012, p. 43-56.
dle River, NJ: Prentice Hall, 2007, p. 11. 20. Os gestores podem acessar mapas estratégicos de suas empresas,
8. Tony Bingham e Pat Galagan, “Doing Good While Doing Well”, enquanto em funcionamento. Eles conseguem usar o Enterprise
Training & Development, jun. 2008, p. 33. ActiveStrategy da Companhia ActiveStrategy para criar e autom-
9. <www.checkmateplan.com>. Acesso em: 24 abr. 2009. atizar seus mapas estratégicos, e para acessá-los por meio do
10. Paul Nutt, “Making Strategic Choices”. Journal of Management iPhone ou de dispositivos semelhantes. Disponível em: <www.ac-
Studies, jan. 2002, p. 67-96. tivestrategy.com/solutions/strategy_mapping.aspx>. Acesso em:
11. Peter Coy, “A Renaissance in U.S. Manufacturing”. Bloomberg 24 mar. 2009.
Businessweek, 9-15 maio 2011, p. 11-13. 21. Quando se concentra em atividades de RH, os gestores chamam
12. Michael Porter, Competitive Strategy. New York: The Free Press, isso de um scorecard de RH. Ao aplicar o mesmo processo de
1980, p. 14. Veja também Chris Zook e James Allen. “The Great forma ampla para todas as atividades da empresa, incluindo, por
Repeatable Business Model”. Harvard Business Review, nov. 2011, exemplo, vendas, produção e finanças, os gestores chamam de
p. 107-112. “processo de balanced scorecard”.
13. Andy Cook, “Make Sure You Get a Prenup”. European Venture Cap- 22. A ideia para o scorecard de RH deriva de uma ferramenta de
ital Journal, dez./jan. 2007, p. 76. medição mais ampla que os gestores chamam de “balanced
14. Disponível em: <www.towersperrin.com>. Acesso em: 4 dez. 2007. scorecard”. Ele é aplicado para a empresa como um todo,
Veja também Ingmar Bjorkman, “The HR Function in Large- como o scorecard de RH para o RH, sintetizando o impacto de
Scale Mergers and Acquisitions: The Case of Nordea”, Personnel várias funções, incluindo administração de recursos humanos,
Review 35, n. 6, 2006, p. 654-671; Elina Antila e Anne Kakkonen, vendas, produção e distribuição. O “equilíbrio” no balanced
“Factors Affecting the Role of HR Managers in International scorecard refere-se a um equilíbrio de objetivos financeiros e
Mergers and Acquisitions: A Multiple Case Study”, Personnel Re- não financeiros.
view 37, n. 3, 2008, p. 280-299; Linda Tepedino e Muriel Watkins, 23. Veja, por exemplo, “Using HR Performance Metrics to Optimize
“Be a Master of Mergers and Acquisitions”, HR Magazine, jun. Operations and Profits”, PR Newswire, 27 fev. 2008; e “How to
2010, p. 53-56. Veja também Yaakov Weber e Yitzak Fried, “Guest ‘Make Over’ Your HR Metrics,” HR Focus 84, n. 9, set. 2007, p. 3.
24. SHRM Human Capital Benchmarking 33. George Marakas, Decision Support Systems, Practices Result in Better Overall Per-
Study: 2007 Executive Summary. Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall, formance, Report Says”, BNA Bulletin to
25. Para informações adicionais sobre indi- 2003, p. 326. Management, 26 ago. 2004, p. 273-274.
cadores em RH veja, por exemplo, Karen 34. Thomas Davenport, Jeanne Harris e Veja também Wendy Boswell, “Aligning
M. Kroll, “Repurposing Metrics for HR: Jeremy Shapiro, “Competing on Talent Employees with the Organization’s Stra-
HR Professionals Are Looking Through Analytics”. Harvard Business Review, out. tegic Objectives: Out of Line of Sight,
a People-Focused Lens at the CFO’s Met- 2010, p. 52-58. Out of Mind”, International Journal of
rics on Revenue and Income per FTE”, 35. Ibid., p. 54. Human Resource Management 17, n. 9, set.
HR Magazine 51, n. 7, jul. 2006, p. 64-69; e 36. Lin Grensing-Pophal, “HR Audits: Know 2006, p. 1014-1041. Um estudo descobriu
<http://shrm.org/metrics/library_pub- the Market, Land Assignments”, SHRM que alguns empregadores, intencional-
lishedover/measurementsystemsTOC. Consultants Forum, dez. 2004. Disponível mente, fizeram uma abordagem de baixo
asp>. Acesso em: 2 fev. 2008. em: <www.shrm.org/hrdisciplines/consul custo para práticas de recursos humanos,
26. Veja, por exemplo, “Benchmarking for tants/Articles/Pages/CMS_010705. o que os pesquisadores chamaram de
Functional HR Metrics”, HR Focus 83, n. aspx>. Acesso em: 7 jul. 2010. minimizadores de custos, com resultados
11, nov. 2006, p. 1; e John Sullivan, “The 37. Grensing-Pophal, “HR Audits: Know the mistos. Veja também Min Toh et al., “Hu-
Last Word”, Workforce Management, 19 nov. Market, Land Assignments” e Bill Coy, man Resource Configurations: Investigat-
2007, p. 42. SHRM disponibiliza calcula- “Introduction to The Human Resources ing Fit with the Organizational Context”,
doras de indicadores em <http://www. Audit”, La Piana Associates, Inc., <www. Journal of Applied Psychology 93, n. 4, 2008,
shrm.org/TemplatesTools/Samples/Met- lapiana.org/consulting>. Acesso em: 1 p. 864-882.
rics/Pages/GeneralHumanResources. maio 2008. 43. Samuel Aryee et al., “Impact of High
aspx>. Acesso em: 6 out. 2012. 38. Dana R. Scott, “Conducting a Human Performance Work Systems on Individ-
27. Veja Brian Becker e Mark Huselid, Resources Audit”, New Hampshire Busi- ual ‑ and Branch ‑ Level Performance:
“Measuring HR? Benchmarking Is Not ness Review, ago. 2007. Veja também Eric Test of a Multilevel Model of Intermedi-
the Answer!”. HR Magazine 8, n. 12, dez. Krell, “Auditing Your HR Department”. ate Linkages”, Journal of Applied Psycholo-
2003. Disponível em: <www.charmed. HR Magazine, set. 2011, p. 101-103. gy 97, n. 2, 2012, p. 287-300.
org>. Acesso em: 2 fev. 2008. 39. Veja, por exemplo, <http://www.per- 44. Veja, por exemplo, <http://www.per-
28. Ibid. sonneltoday.com/blogs/hcglobal-hu- sonneltoday.com/blogs/hcglobal-hu-
29. Ed Frauenheim, “Keeping Score with man-capital-management/2009/02/ man-capital-management/2009/02/
Analytics Software”, Workforce Manage- theres-no-such-thing-as-eviden.html>. theres-no-such-thing-as-eviden.html>.
ment 86, n. 10, 21 maio 2007, p. 25-33. Acesso em: 2 out. 2012. Acesso em: 2 out. 2012.
30. Steven Baker, “Data Mining Moves to 40. Eric Anderson e Duncan Simester, “A 45. Veja, por exemplo, J.G. Messersmith,
Human Resources”, Bloomberg Busi- Step-by-Step Guide to Smart Business “Unlocking the black box: ‑ exploring
nessweek, 12 mar. 2009. Disponível em: Experiments”. Harvard Business Review, the link between high-performance
<www.businessweek.com/magazine/>. mar. 2011, p. 98-105. work systems and performance”, Human
Acesso em: 13 abr. 2011. 41. Ibid. Resource Management International Digest
31. Ibid. 42. Disponível em: <www.bls.gov/opub/ted/ 20, n. 3, 2012, p. 1118-1132.
32. Ed Frauenheim, “Numbers Game”, Work- 2006/may/wk2/art01.htm>. Acesso em:
force Management 90, n. 3, mar. 2011, p. 21. 18 abr. 2009; “Super Human Resources
Competências e
comportamentos
necessários dos
funcionários para a
empresa atingir esses
objetivos estratégicos
2
nejamento, recrut
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m
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Tre nvolvimento
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Políticas e práticas
3
ento e
de RH necessárias para
ONDE ESTAMOS AGORA: estimular competências e
A Parte 1, Introdução, mostrou o que é a administração comportamentos dos
de recursos humanos, os direitos e deveres trabalhistas funcionários
er u
Rem
básicos que regem as práticas da gestão, e os conceitos e
s s
ta
ec
is o
métodos de administração estratégica de recursos huma- alh e ne mpe
trab laçõ raç nsas
nos. Agora, veremos como realmente gerir os recursos Re 5 4 ão tot
al
humanos, como aplicar os conceitos básicos. Geralmen-
te, o primeiro passo é a descrição de cada cargo e, em
seguida, recrutamento e seleção de novos funcionários.
A Parte 2, Equipes de trabalho: descrição de cargos e
alocação de pessoal, abrangerá: Os conceitos e técnicas que serão abordados na
• Capítulo 4, ”Recrutamento: análise e descrição de Parte 2 têm papel fundamental na administração
cargos, gestão de talentos“ estratégica de recursos humanos. Como vemos
• Capítulo 5, ”Planejamento de pessoal e recrutamento“ acima, no modelo de estratégia de RH, a adminis-
• Capítulo 6, ”Seleção de funcionários“ tração estratégica de recursos humanos significa
formulação e execução de políticas e práticas que
estimulam competências e comportamentos dos
funcionários para que a empresa atinja seus ob-
jetivos estratégicos de recursos humanos. Com-
provaremos que essas competências e compor-
tamentos necessários decorrem da definição do
que está envolvido em cada trabalho (descrição e
análise de cargos), do recrutamento de candida-
tos com grande potencial e da seleção do melhor
deles. Na Parte 3, analisaremos como treinar e
desenvolver esses funcionários.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Explicar a importância da gestão de talentos.
2. Explicar a análise de cargos, incluindo o que significa e como funciona
na prática.
3. Usar pelo menos três métodos de coleta de informações para análi-
se de cargos, incluindo entrevistas, questionários e pesquisas.
4. Registrar as descrições de cargos, com resumos e funções de traba-
lho, utilizando a internet e os métodos tradicionais.
5. Identificar as funções essenciais de um cargo.
6. Registrar o perfil necessário para o cargo.
Introdução
Os gerentes da Daimler-Benz, nos EUA, enfrentaram um dilema antes de abrir sua nova fábrica
no Alabama. Não podiam contratar, treinar ou remunerar os trabalhadores, sem que soubessem,
exatamente, qual seria o trabalho de cada funcionário. Nesta unidade, as equipes autogerenciá-
veis montariam os veículos, e as funções de cada empregado poderiam, portanto, mudar a cada
dia. Como é possível listar as atividades de cada um quando há tanta mudança?
Objetivo de
Aprendizagem 1 O processo de gestão de talentos
Este é um capítulo, entre os das partes 2, 3 e 4 do livro, que traz o essencial sobre geren-
Explicar a importância da
ciamento de recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, avaliação,
gestão de talentos.
planejamento de carreira e remuneração.
Descrição
e especificação
dos cargos
Cargo em estudo –
auxiliar de controle
de qualidade
Entrevista
Entrevistas de análise de cargos variam desde entrevistas não estruturadas, que não têm rotei-
ros (“Conte-me sobre seu trabalho”), até entrevistas altamente estruturadas, contendo cente-
nas de itens específicos para serem checados.
Os gerentes podem realizar entrevistas individuais com cada funcionário, entrevistas
com grupos de funcionários que façam o mesmo trabalho e/ou entrevistas com um ou mais
supervisores que conheçam o trabalho. As entrevistas em grupo são organizadas quando
um grande número de funcionários realiza tarefas semelhantes ou idênticas, uma vez que
esta pode ser uma maneira rápida e barata para coletar informações. Como regra geral,
o supervisor imediato participa da sessão de grupo, mas você também pode entrevistá-lo
separadamente.
Qualquer que seja o tipo de entrevista, tenha certeza de que o entrevistado entende per-
feitamente o motivo para a sua realização. Há uma tendência para os trabalhadores verem
essas entrevistas, com ou sem razão, como “avaliações de eficiência”. Se assim for, os entrevis-
tados podem hesitar em descrever o seu trabalho com precisão.
PERGUNTAS TÍPICAS Algumas perguntas típicas de entrevistas incluem:
• Qual é o trabalho que está sendo realizado?
• Quais são as principais funções do seu cargo? O que exatamente você faz?
• Em quais locais físicos você trabalha?
• Quais os requisitos de formação, experiência, habilidade e (se aplicável) licenças e
certificação para realizar o trabalho?
• Em quais atividades você participa?
• Quais são as responsabilidades e os deveres do trabalho?
• Quais são as responsabilidades básicas ou padrões de desempenho que caracterizam
o seu trabalho?
• Quais são as suas responsabilidades? Quais são as condições ambientais para realizar
o trabalho?
• Quais são as exigências físicas, emocionais e mentais?
Questionários
Solicitar que os empregados preencham questionários descrevendo seus deveres e respon-
sabilidades relacionadas ao trabalho é outra maneira comum de obter informações para a
análise de cargos.
Alguns questionários são bastante estruturados. Cada funcionário recebe um inventário
de talvez centenas de funções ou tarefas específicas (como “mudar e emendar fios”). Ele é
convidado a indicar se executa cada tarefa e, em caso afirmativo, quanto tempo normalmen-
te é gasto em cada uma delas. No outro extremo, o questionário pode simplesmente solicitar:
“descreva as principais funções do seu trabalho”.
Na prática, os melhores questionários, muitas vezes, fazem as duas coisas. Um questio-
nário típico de análise de cargo, como o da Figura 4.3, pode incluir várias perguntas abertas
(como “Qual é o propósito geral do cargo?”), bem como questões estruturadas (referentes,
por exemplo, à escolaridade obrigatória).
Todos os questionários têm prós e contras. Um questionário é uma forma rápida e efi-
ciente de obter informações a partir de um grande número de funcionários, e é menos one-
roso do que entrevistar centenas de trabalhadores, por exemplo. No entanto, desenvolver e
testar o questionário (para ter certeza de que os trabalhadores entendem as perguntas) pode
ser demorado. E, como em entrevistas, os funcionários podem distorcer suas respostas.
Observação
A observação direta é especialmente útil quando o trabalho consiste, principalmente, em ati-
vidades manuais observáveis, como um trabalhador de linha de montagem e um escriturário
de contabilidade. Por outro lado, a observação não é tão útil quando o trabalho envolve mui-
ta atividade intelectual (advogados, engenheiro de projetos etc.). Nem é útil se o empregado
se engaja apenas ocasionalmente em atividades importantes, como uma enfermeira que lida
com emergências. E a reação do trabalhador, mudando o que faz normalmante só por estar
sendo observado, também pode ser um problema.
Gestores muitas vezes usam a observação direta e a entrevista juntas. Uma abordagem con-
siste em observar o trabalhador durante um ciclo de trabalho completo. (O ciclo é o tempo que
(continua)
leva para concluir o trabalho, que poderia ser de um minuto para um trabalhador de linha
de montagem, ou uma hora, um dia ou mais para trabalhos complexos.) Neste momento,
você pode tomar notas de todas as atividades relacionadas ao cargo. Então, pergunte ao
funcionário sobre aspectos não entendidos e sobre outras atividades que ele faz e que você
não observou.
I
N. do R.T.: métodos como o do gravador de bolso mencionado devem levar em consideração, no contexto
brasileiro, a articulação com o sindicato da categoria para evitar possíveis ações trabalhistas.
• Utilize várias ferramentas de análise de cargos. Não confie apenas em um questionário, por
exemplo, mas complemente sua pesquisa com uma breve entrevista para verificação. O
questionário pode omitir uma tarefa que o trabalhador executa apenas ocasionalmente.
Identificação do cargo
O espaço reservado para a identificação do cargo vem em destaque na Figura 4.4, e traz vá-
Classificação Brasileira de rias informações específicas que obedecem a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).13
Ocupações (CBO) O cargo especifica a classificação do trabalho, no caso promotor de vendas especializado, e
Ordenação das várias
define o grupo e o subgrupo ao qual a ocupação pertence. O campo data traz a data na qual
categorias ocupacionais,
tendo em vista a analogia a descrição do cargo foi incluída na empresa.
dos conteúdos de trabalho Também pode haver um espaço para indicar quem aprovou a descrição na empresa con-
e as condições exigidas tratante e, talvez, um espaço mostrando a alocação do empregado (divisão e departamento).
para o seu desempenho. Esta seção também pode incluir o cargo do supervisor imediato e informações sobre salário
É aplicável a qualquer
e/ou faixa salarial. Também pode haver espaço para a classe/nível de função, caso exista tal
agrupamento classificatório
de realidades do trabalho, categoria. Por exemplo, uma empresa poderá classificar programadores como programador
enquanto a ocupação I, II, III, e assim por diante.
é a estruturação de
tarefas, operações e
outras manifestações que Resumo do cargo
constituem as obrigações O resumo do cargo deve sintetizar a essência dele, incluindo apenas as suas principais fun-
atribuídas a um trabalhador, ções ou atividades. Assim, na Figura 4.4, o gerente regional de vendas especializado “é res-
e que resultam na produção
de bens e serviços. As
ponsável pela venda de livros universitários...”. Já o atendente de SAC “recebe, classifica e
categorias ocupacionais que responde corretamente a todas as mensagens dos consumidores”.14
compõem a estrutura da Embora seja comum fazê-lo, cuidado ao incluir declarações genéricas como “executa ou-
CBO são: grandes grupos, tras tarefas se necessário”. Alguns especialistas estão absolutamente seguros de que a expres-
subgrupos, grupos de base são “outras funções que lhe forem atribuídas” nunca deveria ser incluída em uma descrição
e ocupações.
de cargo,15 pois a expressão deixa em aberto a natureza do trabalho. Por fim, deixe claro na
descrição sumária que o empregador espera que o trabalhador exerça as suas funções com
eficiência, atenção e ética.
Relacionamentos e hierarquia
No formulário de descrição de cargos, pode haver referências sobre “relacionamentos” e
hierarquia, que mostra as relações do funcionário com outras pessoas dentro e fora da or-
ganização. Para o gerente de recursos humanos essas informações podem ser inseridas da
seguinte maneira:16
Reporta-se a: diretor de RH.
Supervisiona: funcionário de recursos humanos, psicólogos organizacionais, gerentes de
relações trabalhistas e um secretário.
CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO
Responsabilidades financeiras (orçamento e/ou receita): a pessoa nesta posição é responsável por uma meta de venda
definida pela gerência de vendas regional.
Qualificações e requisitos para o trabalho: prefere-se experiência prévia em vendas ou publicações. É desejável um
ano de experiência em atendimento ao cliente ou marketing de produtos e serviços. Usuário avançado de planilhas,
editores de textos e internet.
(continua)
FIGURA 4.4 Modelo de descrição de cargos.
Fonte: Informações do site do Ministério do Trabalho. Disponível em: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorCodigo.jsf>. Acesso em:
10 jun. 2014.
Decisões (deveres):
Determinar o uso estratégico do orçamento atribuído à divulgação para superar metas de vendas.
Determinar clientes e contas prioritárias para atingir o potencial máximo de vendas.
Determinar onde as apresentações presenciais e eventos especiais seriam mais eficazes
para gerar mais vendas.
Enviado por: Pedro Fontes, gerente regional de vendas Data: 10 de junho de 2014
Aprovação: Data:
Financeiro: Data:
Responsabilidades e deveres
O formulário de descrição deve apresentar uma lista de responsabilidades e deveres significativos da função principais
itens nas descrições de cargos. Na Figura 4.4, vemos alguns exemplos dos principais deveres da função e, separadamente,
Objetivo de
Gestão da nova força de trabalho
Aprendizagem 5
Identificar as funções
Redigindo descrições de cargos que estejam em conformidade com as leis que
essenciais de um cargo.
regem a inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE) no
mercado de trabalho
O modelo atual de organização do trabalho impôs um perfil de trabalhador ”multitarefa” que desem-
penha inúmeras atividades dentro de suas funções. Dependendo das limitações impostas pela defi-
ciência do funcionário (física, auditiva, visual etc.), muitas vezes a pessoa não consegue desenvolver o
conjunto das tarefas inseridas num mesmo cargo. Entretanto, pode realizar grande parte delas. A em-
presa, sempre que possível, deve verificar a possibilidade de desmembrar as funções de forma a ade
quar o cargo às peculiaridades dos candidatos (art. 36, alínea “d”, da Recomendação n. 168 da OIT).18
A descrição de cargos bem redigida será a peça-chave no processo seletivo e servirá de apoio
durante toda a vigência do cargo. Se o portador de necessidades especiais não puder desempenhar
as funções como estão estruturadas, o empregador é obrigado a fazer uma ”adequação razoável”:
• Adquirir equipamentos apropriados ou adaptar os existentes.
• Redesenhar os cargos.
• Alterar a jornada de trabalho.
• Adaptar os processos de avaliação, treinamento ou as políticas internas.
A legislação trabalhista
rege o direito de inclusão
dos portadores de
necessidades especiais no
mercado de trabalho. Em
contrapartida, o Ministério
do Trabalho define as
condições mínimas para
contratação, treinamento e
acessibilidade.
Fonte: auremar/Fotolia
A descrição de cargo também pode listar as condições de trabalho como nível de ruído,
periculosidade ou temperatura ambiente conforme o Programa de Prevenção de Riscos e
Acidentes (PPRA) do local de trabalho exigido por lei.
FIGURA 4.6 Páginas iniciais do relatório de tarefas de um gerente de marketing (gerado pelo site do Ministério do Trabalho).
Fonte: <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/ResultadoFamiliaAtividades.jsf>. Acesso em: 6 jun. 2014.
É claro que as atividades devem manter certa coerência, pois temos as leis trabalhistas
que regem direitos e deveres dos trabalhadores ao desempenharem suas funções. Um traba-
lhador responsável pela segurança patrimonial, isto é, um vigia, por exemplo, não é o mais
indicado para cadastrar visitantes no sistema da empresa ou responder e-mails, atividades
normalmente atribuídas aos recepcionistas. Essas atividades poderiam ser realizadas com
pouca frequência, ocasionalmente, mas não como as principais de um vigia.
O Ministério do Trabalho dos EUA dispõem de uma rede de informações ocupacio-
nais semelhante, chamada O*NET. É uma ferramenta web, apenas em inglês, cada vez mais
popular (disponível em <http://online.onetcenter.org>, em inglês). Permite aos usuários
(não apenas aos gestores, mas aos trabalhadores e candidatos a emprego) verificarem as
características mais importantes de várias ocupações, bem como experiência, formação e
conhecimentos necessários para realizar o trabalho. Tanto a Classificação Brasileira de Ocu-
pações quanto o O*NET listam tarefas específicas de muitas ocupações. Também relacionam
as competências para cada uma delas, incluindo habilidades básicas para certos cargos, como
a capacidade de negociação e trabalho em equipe. Incluem informações sobre experiência
desejada, áreas de atividade e, no caso da CBO, até as ferramentas de trabalho. O site brasi-
leiro gera relatórios com a tabela de atividades dos cargos que podem ser impressos ou salvos
no seu computador.
O site O*NET também pode ser utilizado para verificar as características do mercado de
trabalho, como projeções de emprego e remuneração.19
COMO UTILIZAR A INTERNET PARA A DESCRIÇÃO DE CARGOS Sabemos que
muitos gerentes e proprietários de pequenas empresas utilizam a internet ao fazer análises e
escrever descrições de cargos, mas como proceder? Deve-se atentar para alguns passos:
Passo 1 Planeje O ideal é que a necessidade de criação de novos cargos venha do
seu departamento ou faça parte da expansão da empresa. Portanto, ana-
lise suas metas e faça o seu planejamento. O que espera das suas vendas
para o próximo ano? Quais áreas ou departamentos talvez precisem ser
ampliados ou reduzidos? Quais novos cargos você vai precisar?
Passo 2 Desenvolva um organograma Trace o organograma do momento atual
e, então, dependendo das suas metas e projeções, desenvolva um or-
ganograma mostrando como você gostaria que a estrutura estivesse
em um ano ou dois. O MS-Word, da Microsoft®, inclui uma função de
mapeamento organizacional. Outra opção é o software OrgPublisher,
da TimeVision.20
Passo 3 Use o questionário para análise de cargo Em seguida, reúna informações
sobre os deveres inerentes ao trabalho.Você pode aplicar questionários de
análise de cargos, como o mostrado na Figura 4.3.
Passo 4 Defina os deveres do trabalho Pesquise o relatório de tarefas no site do Mi-
nistério do Trabalho, como vimos na Figura 4.6. Suponha que você deseja
criar a descrição de cargo de um vendedor de varejo. Digite “vendedor”
na caixa de palavra-chave, clique em “vendedor de comércio varejista”.
Isso levará você para as ocupações correspondentes, “5211 – Operadores
do comércio em lojas e mercados”. Veja o que mais se adapta ao que você
está procurando e pesquise características de trabalho, áreas de atividade,
competências pessoais etc.
Passo 5 Defina o perfil profissional Liste conhecimentos e habilidades necessá-
rios para realizar o trabalho. Disponha dessas informações para ajudar
a desenvolver a descrição de cargo. Use-as para recrutamento, seleção e
treinamento de seus funcionários.
Passo 6 Finalize a descrição do cargo Finalmente, talvez usando a Figura 4.4 como
referência, escreva a descrição sumária do cargo. Em seguida, utilize as infor-
mações obtidas anteriormente, nos passos 3, 4 e 5, para criar uma lista com-
pleta das tarefas, deveres e perfil de cada um dos cargos que você precisa.
aqui estão comportamentos esperados (com exemplos) que ele encontrou e que podem ser
importantes em todos os trabalhos:
Atualmente, em muitos
casos, os funcionários não
realizam apenas tarefas
específicas previstas para
o cargo, pois trabalham
em equipes, e suas
funções podem mudar
continuamente. Em tais
situações, a melhor opção
para uma descrição de
cargos pode ser o modelo
de competências, que
lista as mais importantes
que alguém deve ter para
realizar o trabalho, em vez
de um conjunto estático de
atividades.
e outras características para cada etapa. As informações dessa matriz orientam as tomadas de
decisões em processos seletivos, treinamentos e avaliações. Modelo de competências, que vere-
mos a seguir, é outra forma de reunir informações sobre conhecimentos, habilidades, aptidões
e outras características que um cargo exige de seus encarregados.
Funções
Funções principais
(dentro do RH)
Função de apoio
(aconselhar, auxiliar)
Função de coordenação (monitorar)
Função estratégica de RH
(formular, executar)
Áreas de conhecimento/experiência
Práticas de RH (recrutamento,
seleção, treinamento etc.)
Planejamento estratégico
Direito do Trabalho
Finanças e orçamentos
Gerência
Competências fundamentais
Competências Competências RH/Negócios/
pessoais interpessoais Gestão
%Agir eticamente %Comunicar eficazmente %Estabelecer práticas de
%Exercitar o bom senso %Exercício da liderança RH eficazes
com base em evidências %Negociar eficazmente %Analisar as demonstrações
%Definir e atingir metas %Motivar as pessoas financeiras
%Gerenciar tarefas de %Trabalhar produtivamente %Criar estratégias
forma eficaz em equipe %Gerenciar fornecedores
%Desenvolvimento pessoal
FIGURA 4.7 Exemplo de modelo de competência/perfil profissional para um gerente de recursos humanos.
Nível 6 6 6 6 6 6
Nível 5 5 5 5 5 5
Nível 4 4 4 4 4 4
Nível 3 3 3 3 3 3
Nível 2 2 2 2 2 2
Nível 1 1 1 1 1 1
Obs.: este é um exemplo de uma matriz de competências para funcionários de desenvolvimento de produtos técnicos/de
engenharia. As caixas destacadas mostram o nível exigido de cada habilidade para realizar o trabalho. Uma especificação
mais detalhada daria exemplos para cada nível de cada habilidade, considerando a escala de importância a partir do Nível
1 (menos importante). Por exemplo, o Nível 1 dentro da “Especialização técnica/habilidades” pode significar: “tem ou
está em processo de aquisição do conhecimento básico necessário para realizar esse tipo de trabalho”, enquanto o Nível
6 pode significar: “capaz de conduzir e supervisionar as tarefas de análise altamente complexas e que exigem avançado
know-how técnico”.
Assim como na Figura 4.8, cada matriz listava (1) os tipos gestão de talentos nesta unidade podem se concentrar em
de competências necessárias para realizar esse trabalho recrutamento, contratação, treinamento, avaliação e re-
(como conhecimento técnico) e (2) o nível mínimo neces- muneração dos funcionários, com base nas competências
sário de cada competência para o cargo ou grupo de cargos. de que necessitam para desempenhar suas funções atuais
Perceba que a utilização da matriz também apoiou a e também os trabalhos mais avançados, com o objetivo de
gestão de talentos da divisão de exploração. Os esforços de criar uma força de trabalho mais flexível e eficiente.
Revisão
RESUMO
1. Os empregadores de hoje, muitas vezes, visualizam de cargos. Os empregadores cada vez mais buscam
todas as atividades de pessoal como parte de um informações por meio da internet.
processo integrado de gestão de talentos. Nós definimos 4. Os gestores devem estar familiarizados com o pro-
a gestão de talentos como o processo integrado e orien- cesso de redigir descrições de cargos. Enquanto não
tado por metas de planejamento, recrutamento, desenvol- existe um formato padrão, a maioria das descrições
vimento, gestão, bônus e remuneração de funcionários. contém seções que cobrem a identificação do cargo,
Quando um gerente tem uma perspectiva de ges- um resumo das atividades, uma lista de responsa-
tão de talentos, deve ter em mente que as tarefas bilidades e deveres, se exerce supervisão ou não, e
de gestão são partes de um processo inter-relacio- padrões de desempenho. A descrição de cargos tam-
nado. Certifique-se de que as decisões de gestão, bém pode conter informações sobre as condições e
como remuneração, sejam dirigidas por metas e as especificações do trabalho.
use o mesmo “perfil” para a formulação de planos 5. Ao escrever as especificações dos cargos, é importan-
de recrutamento, seleção, treinamento e avaliação. te distinguir entre as especificações de pessoal com
Gerencie os funcionários e integre/coordene to- experiência versus inexperiente. Para os empregados
das as funções de gestão de talentos. experientes, o processo é relativamente simples, por-
2. Todos os gerentes precisam estar familiarizados com que você está olhando principalmente para as carac-
os conceitos básicos de análise de cargos. terísticas da experiência. Para o pessoal inexperiente,
• Análise de cargos é o procedimento por meio é necessário identificar traços que possam indicar o
do qual você determina as atribuições dos car- sucesso no desempenho do trabalho. A maioria das
gos do departamento e as características das especificações dos cargos vem dos palpites de supe-
pessoas que serão contratadas para eles. riores e baseiam-se, principalmente, em avaliações
• As descrições de cargos compõem uma lista subjetivas. Alguns empregadores usam análise de
do que está envolvido no trabalho, enquanto probabilidades para identificar requisitos ou traços
as especificações do cargo identificam o perfil comportamentais que estão relacionados ao sucesso
pessoal a ser contratado para o trabalho. no trabalho.
• A própria análise de cargos envolve a coleta 6. Empregadores tradicionalmente usam descrições e
de informações sobre assuntos como ativida- especificações de cargos para resumir as atividades en-
des realizadas, comportamentos exigidos, e volvidas, mas os relatórios de atividades são cada vez
máquinas, ferramentas e equipamentos uti- mais populares. Eles mostram o que o trabalhador faz
lizados. em cada uma das tarefas do trabalho, como as realiza,
• Gerentes usam informações de análise de car- o conhecimento, as habilidades e as competências ne-
gos em recrutamento e seleção, remuneração, cessárias para realizá-las, e o propósito das tarefas.
treinamento e avaliação de desempenho. 7. Os empregadores estão criando modelos ou perfis
• Os passos básicos na análise de cargos in- de cada um dos seus cargos. O objetivo é ter o deta-
cluem decidir o uso das fontes de informação, lhamento do que é necessário para um desempenho
revendo‑as em organogramas, por exemplo. excepcional em uma determinada função, em ter-
3. Existem vários métodos de coleta de informações mos de competências, perfil pessoal, conhecimento
para a análise de cargos. Estes incluem entrevistas, e experiência. O perfil profissional torna-se, então,
questionários, observação dos funcionários desem- o norteador ou o modelo de recrutamento, seleção,
penhando suas funções, relatórios de atividades e treinamento, avaliação e desenvolvimento de funcio-
técnicas quantitativas, como questionários de análise nários para cada cargo.
PALAVRAS-CHAVE
gestão de talentos 73 ampliação de cargo 76
análise de cargos 74 realocação 76
descrição de cargos 74 enriquecimento profissional 76
especificações de cargos 74 diário 80
organograma 74 questionário para análise de cargo 81
fluxograma de processo 74 Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) 82
análise de fluxo de trabalho 75 relatório de tarefas 90
reengenharia de processos de negócios 76
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Notas
1. Michael Laff, “Talent Management: From Hire to Retire”, Trai- no Projeto de Planejamento de Recursos Humanos (Projeto
ning and Development, nov. 2006, p. 42-48. BRA/70/550), tendo como base a Classificação Internacio-
2. Disponível em: <http://talentformula.ca/development/talent_ nal Uniforme de Ocupações (CIUO) de 1968. Disponível em:
management>. Acesso em: 6 jun. 2014. <http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/informacoesGerais.
3. Idem. jsf#1>. Acesso em: 10 jun. 2014.
4. Para uma boa discussão sobre análise de cargos, veja James Cli- 14. Para discussão sobre redação da descrição de cargos, veja James
fford, “Job Analysis: Why Do It, and How Should It Be Done?” Evered, “How to Write a Good Job Description”, Supervisory Ma-
Public Personnel Management 23, n. 2, verão 1994, p. 321-340; e nagement, abr. 1981, p. 14-19; Roger J. Plachy, “Writing Job Des-
“Job Analysis”. Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/ criptions That Get Results”, Personnel, out. 1987, p. 56-58; e Jean
artigos/rh.php?idc_cad=e7m3hs6h9>. Acesso em: 6 jun. 2014. Phillips e Stanley Gulley, Strategic Staffing, Upper Saddle River,
5. Parbudyal Singh define a análise de cargos como “O centro de NJ: Pearson Education, 2012, p. 89-95.
praticamente todas as atividades de gestão de recursos humanos 15. Evered, “How to Write a Good Job Description”, p. 16.
necessárias para o funcionamento das organizações bem-sucedi- 16. Idem.
das.” Veja Parbudyal Singh, “Job Analysis for a Changing Workpla- 17. Idem.
ce”, Human Resource Management Review, n. 18, 2008, p. 87. 18. Disponível em: <http://www3.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/
6. Richard Henderson, “Compensation Management: Rewarding default.asp>. Acesso em: 10 jun. 2014.
Performance”. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1994, 19. Matthew Mariani, “Replace with a database: O*NET replaces the
p. 139-150. Veja também T. A. Stetz et al., “New Tricks for an Old Dictionary of Occupational Titles,” Occupational Outlook Quarter-
Dog: Visualizing Job Analysis Results”, Public Personnel Manage- ly, 22 mar. 1999.
ment 38, n. 1, 2009, p. 91-100. 20. Jorgen Sandberg, “Understanding Competence at Work”, Har-
7. Ron Miller, “Streamlining Claims Processing”, eWeek 23, n. 25, 19 vard Business Review, mar. 2001, p. 28. Outros desenvolvedores de
jun. 2006, p. 33, 35. softwares: Nakisa, Aquire e Human Concepts. Veja “Advanced
8. Darin Hartley, “Job Analysis at the Speed of Reality”, Training & Org Charting”, Workforce Management, 19 maio 2008, p. 34.
Development, set. 2004, p. 20-22. 21. Baseado em Ernest J. McCormick e Joseph Tiffin, Industrial Psy-
9. Veja Henderson, “Compensation Management”, p. 148-152. chology, Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1974, p. 56-61.
10. Jack Smith e Milton Hakel, “Convergence Among Data Sources, 22. Steven Hunt, “Generic Work Behavior: An Investigation into the
Response Bias, and Reliability and Validity of a Structured Job Dimensions of Entry-Level, Hourly Job Performance”, Personnel
Analysis Questionnaire”, Personnel Psychology 32, inverno 1979, p. Psychology 49, 1996, p. 51-83.
677-692. Veja também Frederick Morgeson e Stephen Humphrey, 23. Jean Phillips e Stanley Gulley, Strategic Staffing, Upper Saddle Ri-
“The Work Design Questionnaire (WDQ): Developing and Vali- ver, NJ: Pearson Education, 2012, p. 96-102.
dating a Comprehensive Measure for Assessing Job Design and 24. Idem p. 96. Note que alguns especialistas de RH limitam o rela-
the Nature of Work”, Journal of Applied Psychology 91, n. 6, 2006, tório de tarefas para o que é cada uma, seu propósito, como e
p. 1321–1339. Disponível em: <www.paq.com/index.cfm?FuseAc- por que são realizadas. Conhecimentos, habilidades e aptidões
tion=bulletins.job-analysis>. Acesso em: 7 jun. 2014. que a tarefa exige aparecem separadamente.
11. Roni Reiter-Palmon et al., “Development of an O*NET Web 25. Idem, p. 102.
‑Based Job Analysis and Its Implementation in the U.S. Navy: 26. Jeffrey Shippmann et al., “The Practice of Competency Mode-
Lessons Learned”, Human Resource Management Review 16, 2006, ling”, Personnel Psychology 53, n. 3, 2000, p. 703.
p. 294-309. 27. Michael Campion et al., “Doing Competencies Well: Best Prac-
12. Idem, p. 294. tices in Competency Modeling”, Personnel Psychology 64, 2011,
13. A estrutura básica da Classificação Brasileira de Ocupações p. 225-262.
(CBO) foi elaborada em 1977, resultado do convênio firmado 28. Richard S. Wellins et al., “Nine Best Practices for Effective
entre o Brasil e a Organização das Nações Unidas (ONU), por Talent Management”, DDI Development Dimensions Inter-
intermédio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), national, Inc. Disponível em: <http://www.ddiworld.com/
DDIWorld/media/white-papers/ninebestpracticetalentma- ago. 1997, p. 73-78. Veja também Campion et al., “Doing Compe-
nagement_wp_ddi.pdf?ext=pdf>. Acesso em: 14 jun. 2014. tencies Well”.
Para discussão sobre modelo de competências, veja Michael 30. Mirabile, “Everything You Wanted to Know”.
A. Campion et al., “Doing Competencies Well: Best Practices 31. Adaptado de Michael Campion et al., “Doing Competencies
in Competency Modeling”, Personnel Psychology 64, n. 1, 2011, Well”.
p. 225-262. 32. Idem.
29. Adaptado de Richard Mirabile, “Everything You Wanted to Know 33. Veja, por exemplo, Carol Spicer, “Building a Competency Mo-
About Competency Modeling”, Training & Development 51, n. 8, del”, HR Magazine, abr. 2009, p. 34-36.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Listar as etapas do processo de recrutamento e seleção.
2. Explicar as principais técnicas utilizadas no planejamento de recursos humanos.
3. Explicar e dar exemplos da necessidade do recrutamento eficaz.
4. Apontar e descrever as principais fontes internas de candidatos.
5. Listar e discutir as principais fontes externas de candidatos.
6. Explicar como analisar a eficácia do recrutamento.
7. Explicar como recrutar um quadro de funcionários mais diversificado.
Objetivo de Introdução
Aprendizagem 1 Muita gente quer trabalhar para a rede social Facebook, então, a empresa não precisa de muitos
Listar as etapas do processo esforços para o recrutamento de funcionários. Porém, há uma exceção. Se você é um dos ”co-
biçados engenheiros” que o Facebook quer contratar, o CEO Mark Zuckerberg pode recrutá-lo
de recrutamento e seleção.
pessoalmente.1 Os candidatos que já receberam o ”tratamento Zuckerberg” contam uma histó-
ria similar. Zuckerberg os surpreendeu com um e-mail sugerindo que fossem ao seu escritório.
De lá, ele os levou até uma trilha para um mirante do Vale do Silício, em São Francisco, nos EUA.
Então, Zuckerberg explicou por que eles deveriam vir trabalhar para o Facebook.
A análise de cargos identifica funções e requisitos para cada um dos postos de trabalho da em-
presa. Em seguida, deve-se decidir quais desses postos de trabalho preencher, e como recrutar
Supervisores e
Uso das ferramentas
outros profissionais
Formulários de seleção, como
entrevistam candidatos
de inscrição testes, para escolher
selecionados para
completos a maioria dos
decidir sobre
candidatos
a contratação
O processo de recrutamento e seleção constitui uma série de etapas que visam selecionar o melhor candidato para o cargo.
Contexto estratégico
IBM
A IBM passou de fornecedora de computadores para, principalmente, desenvolvedora de soft
ware e consultoria. Portanto (como o diretor de RH da empresa colocou), se analisarmos a mão de
obra estrategicamente, na IBM ”em três anos, 22% da nossa força de trabalho terá habilidades
obsoletas”. 2 Na IBM, o planejamento de RH e o de sucessão, portanto, começam com o pensa-
mento sobre as habilidades e as competências de que a empresa necessita para executar sua
estratégia. Para isso, os executivos de recursos humanos da IBM revisaram, com o financeiro e
outros executivos, que tipos de habilidade e competência são necessários para levar adiante os
planos estratégicos da empresa.3 Isso dá à equipe de recursos humanos informações fundamen-
tais para formular recrutamento específico e planos de treinamento.
Planos Planos de
Planos de Planos
funcionais do marketing Planos de RH
produção financeiros
empregador e vendas
Análise de tendências ANÁLISE DE TENDÊNCIAS O estudo das variações nos níveis de emprego da empresa
Estudo das necessidades de ao longo dos últimos anos é chamado de análise de tendências. Por exemplo, é possível
contratação anteriores por
calcular e traçar o número de empregados no final de cada um dos últimos cinco anos (ou,
um período de anos para
prever demandas futuras. talvez, o número em cada subgrupo como vendas, produção e manutenção). O objetivo é
identificar tendências que possam continuar.
Análise de relação
Técnica de previsão para
A análise de tendências pode fornecer uma estimativa inicial das necessidades futuras de
determinar as futuras contratação, apesar de os níveis de emprego raramente dependerem apenas da passagem do
demandas de contratação tempo. Outros fatores, como a produtividade, a demografia da equipe de trabalho e as saídas
por meio de razões entre, voluntárias, podem ajudar a revelar as necessidades iminentes da equipe.
por exemplo, o volume
de vendas e o número de ANÁLISE DE RELAÇÃO Outra abordagem simples, a análise de relação, significa fazer
funcionários necessários. previsões com base na relação histórica entre (1) algum fator causal (como o volume de
Gráfico de dispersão vendas) e (2) o número de funcionários necessários (como o número de vendedores). Por
Método gráfico utilizado exemplo, suponha que um vendedor geralmente faça R$ 500 mil em vendas. Se a receita de
para ajudar a identificar a vendas em relação ao pessoal de vendas continua a ser a mesma, você poderia contratar seis
relação entre duas variáveis.
novos vendedores no próximo ano (cada um dos quais produziria um extra de R$ 500 mil)
para produzir o esperado de R$ 3 milhões em vendas.
Assim como na análise de tendências, na análise de relação supõe-se que não houve alte-
rações na produtividade. No entanto, se, por exemplo, a produtividade das vendas subir ou
cair, mudaria a proporção de vendas dos vendedores.
GRÁFICO DE DISPERSÃO Um gráfico de dispersão mostra o modo que duas variáveis,
como vendas e pessoal da sua empresa, estão relacionadas. Então, se você pode prever a
atividade empresarial (como vendas), também deve ser capaz de estimar suas necessidades
de pessoal.
Por exemplo, suponha que um hospital de 500 leitos espera expandir para 1,2 mil ao
longo dos próximos cinco anos. A diretora de recursos humanos quer prever quantos enfer-
meiros deverão ser contratados. Ela sabe que deve determinar a relação entre o tamanho do
hospital (em termos do número de leitos) e o número de enfermeiros necessários. Ela visita
oito hospitais de vários tamanhos e obtém os seguintes números:
200 240
300 260
400 470
500 500
600 620
700 660
800 820
900 860
400
200
O planejamento de pessoal
começa com a previsão das
demandas de mão de obra. Por
exemplo, se um administrador
espera expandir um hospital de
500 leitos para 1,2 mil leitos
nos próximos cinco anos, é
importante prever quantos
enfermeiros serão necessários.
DESEMPENHO POTENCIAL DE
ATUAL PROMOÇÃO
Marcante Pronto
Satisfatório Precisa de mais
treinamento
Precisa melhorar Questionável
Pirâmide seletiva do • A relação entre ofertas feitas e novas contratações reais é de 2 para 1.
recrutamento • A relação de candidatos entrevistados e ofertas feitas é de 3 para 2.
Médias aritméticas entre • A relação de candidatos convocados para entrevistas e candidatos entrevistados é cer-
contatos de recrutamento ca de 4 para 3.
e convidados; convidados
e entrevistas; entrevistas e
• Finalmente, a empresa sabe que, de cada seis pessoas que vêm de todas as suas fontes
ofertas feitas; ofertas feitas de recrutamento, normalmente convida apenas um candidato para uma entrevista –
e ofertas aceitas. na proporção de 6 para 1.
Dadas essas razões, a empresa sabe que deve gerar cerca de 1,2 mil contatos para ser ca-
paz de convidar 200 candidatos viáveis para entrevistas. Vai entrevistar cerca de 150 pessoas
convidadas, e assim por diante.
O papel do supervisor
O gerente de recursos humanos, que faz o preenchimento de uma vaga, raramente está
familiarizado com a vaga. Alguém deve explicar o que a posição requer, e o que procurar.
Apenas o supervisor da vaga pode fazer isso. Além do que o trabalho envolve e as especifi-
cações do cargo, o recrutador pode querer saber sobre o estilo de liderança do supervisor
e o trabalho em grupo, percebendo se é um grupo difícil de conviver, por exemplo.
Objetivo de
Aprendizagem 4 Fontes internas de candidatos
Apontar e descrever as
Recrutamento geralmente traz à mente a rede social LinkedIn, as agências de emprego e os
principais fontes internas
anúncios classificados. No entanto, funcionários atuais ou “seleção interna” muitas vezes são
de candidatos.
a melhor fonte de candidatos.
Recontratação
A recontratação de funcionários tem prós e contras. No lado positivo, os ex-empregados são
conhecidos e já estão familiarizados com a forma como você faz as coisas. Por outro lado, os
funcionários desligados podem voltar com atitudes negativas. Uma pesquisa recente desco-
briu que cerca de 26% dos empregadores que demitiram pessoas recentemente planejam
trazer algumas de volta.23
De qualquer forma, você pode reduzir reações adversas. Aos funcionários recontratados,
dê o crédito pelos anos de serviço que tinham antes de partirem. Além disso, pergunte (antes
da recontratação) como se sentem sobre o retorno: “Você não quer o retorno de alguém que
sente ter sido maltratado”, disse um gerente.24
Planejamento da sucessão
Processo contínuo de
Planejamento da sucessão
identificação, avaliação A contratação interna é particularmente importante quando se trata de preencher posições di-
e desenvolvimento de retivas. Isso requer o planejamento da sucessão, processo sistemático e contínuo de identifica-
liderança organizacional para ção, avaliação e desenvolvimento de liderança organizacional para melhorar o desempenho.25
melhorar o desempenho.
Cerca de 36% dos empregadores têm programas formais de planejamento de sucessão.26 O
planejamento sucessório deve estar em conformidade com os princípios básicos de gestão de
talentos. Em particular, a chave é criar um perfil de competências que a estratégia da empresa
exigirá do novo CEO. Em seguida, usa-se esse perfil para formular um pacote integrado de
desenvolvimento/avaliação/seleção de candidatos potenciais.
De qualquer forma, o processo básico é identificar as principais necessidades, desenvol-
ver candidatos, avaliar e selecionar para as posições-chave.27
IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS NECESSIDADES Em um primeiro momento, com base
em planos estratégicos e de negócios da empresa, a alta administração e o diretor de RH
identificam quais são as necessidades futuras de posições-chave da empresa. Temas a tratar
nessa fase incluem a definição das posições, a definição de “alto potencial”, o apoio da di-
retoria e a reavaliação do talento atual da empresa. Planejar expandir para o exterior pode
sugerir aumento na divisão internacional, por exemplo.28
DESENVOLVIMENTO DE CANDIDATOS INTERNOS Após a identificação de futu-
ras posições-chave, a gestão volta-se para a criação de candidatos para esses trabalhos. “Cria-
ção” significa fornecer candidatos internos ou externos, identificados com experiências e
e apenas 1% por meio da mídia social local. Contudo, 22% disseram que ainda utilizam sites
como o LinkedIn para procurar emprego.38
De qualquer maneira, os empregadores estão buscando outras opções on-line. O apli-
cativo para iPhone CareerBuilder.com, o maior site de emprego dos EUA,39 oferece uma
maneira única de procurar quase 2 milhões de empregos. Os usuários podem procurar em-
prego por palavra-chave, ler descrições de cargos e salários, salvar postos de trabalho a uma
lista de favoritos e enviar e-mail para qualquer pessoa na sua lista de contatos. Os usuários
podem direcioná-lo para procurar apenas por empregos perto de onde estão localizados, e o
aplicativo exibe um mapa de onde cada trabalho está localizado.
O recrutamento de profissionais e gestores está migrando para sites de redes sociais
como Facebook, Twitter e LinkedIn.40 Por exemplo, a Science Applications International
Corp cortou os anúncios tradicionais e, agora, seus recrutadores procuram candidatos em
redes sociais profissionais. Uma empresa de recursos humanos de Massachusetts, nos EUA,
usa sua página do LinkedIn e Facebook para anunciar vagas. Outras empresas usam o Twitter
para anunciar vagas de emprego para candidatos que se inscrevem em seus feeds.41 LinkedIn
facilita o desenvolvimento de relações pessoais para networking e referências.42
Outro exemplo é dos executivos da Deloitte Touche Tohmatsu Ltd., que pediram aos
funcionários para fazer vídeos curtos nos quais descrevem suas experiências na empresa, e
postaram o melhor no YouTube.43 A Monster tem uma ferramenta que ajuda os emprega-
dores a integrar vídeos em seus anúncios de emprego.44 O Facebook facilita o desenvolvi-
mento de uma página ou um perfil da empresa, que muitos empregadores usam para fins
de recrutamento.45
A ResumePal, do site de carreiras Jobfox (<www.jobfox.com>, em inglês), é outra inova-
ção de recrutamento, sendo um banco de currículos on-line norte-americano. Candidatos
disponibilizam informações aos empregadores participantes, que podem, então, utilizar pa-
lavras-chave do currículo padronizado para identificar candidatos viáveis mais facilmente.46
A empresa McDonald's postou uma série de depoimentos de funcionários em redes sociais
como o Second Life para atrair os candidatos.47 Outros empregadores simplesmente abrem
anúncios de vagas e cadastro de currículos.48 No Brasil, um exemplo é a ferramenta do site
Vagas (<www.vagas.com.br>).
MENSAGENS DE TEXTO Alguns empregadores utilizam mensagens de texto para cons-
truir um conjunto de candidatos. Por exemplo, em uma conferência, a Hewitt Associates
pediu para um assessor que enviasse uma mensagem “hewdiversity” para um número especí-
fico de participantes. Cada pessoa que recebeu mensagens de texto se tornou parte da “rede
de recrutamento móvel” da Hewitt e é informada periodicamente sobre vagas da Hewitt.49 A
brasileira Vagas procede da mesma maneira.
DOMÍNIO PONTO.COM O domínio ponto.com dá aos candidatos a emprego o acesso
ao “trabalhe conosco” das empresas. Por exemplo, os candidatos que procuram um emprego
na Disneylândia podem ir para <www.disneyland.jobs>. Assim estarão no site de recrutamen-
to da Disney.
FEIRAS VIRTUAIS DE OFERTAS DE TRABALHO Feiras virtuais (totalmente on-line)
são outra opção. Por exemplo, a revista PR Week organizou uma feira para mais de 10 empre-
gadores de relações públicas. No Brasil, são mais frequentes as feiras de estágios e trainees.
Em uma feira virtual, os visitantes on-line veem uma configuração muito semelhante a uma
feira de emprego regular, eles podem ouvir apresentações, visitar estandes, deixar currículos
e cartões de visita, participar de chats ao vivo e obter informações de contato de recrutadores,
gerentes de RH e gerentes de admissões.50
TENDÊNCIAS EM RECRUTAMENTO ON-LINE Segundo algumas estimativas, os gas-
tos dos empregadores dos EUA com recrutamento on-line pode ultrapassar US$ 10 bilhões
por ano até 2016. Os empregadores e os prestadores de serviços estão trabalhando ardua-
mente para aperfeiçoar os resultados do recrutamento on-line.51
Tendências modernas de recrutamento on-line se dividem em três categorias básicas. O
primeiro passo é o passeio no escritório virtual. Na China, por exemplo, o escritório local da
Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Ltd. disponibilizou uma visita virtual ao escritório em
Weibo, que é semelhante ao serviço de mensagens do Twitter. As pessoas que visitam o site
podem entrar virtualmente em cada um dos escritórios da empresa na Ásia, andando por
salas de reuniões e conversando virtualmente com os funcionários locais, para ter uma ideia
de como é trabalhar naquele escritório. Também na China, a Marriott International está lan-
çando um jogo social de interesse profissional no Renren (semelhante ao Facebook). O objetivo
aqui é proporcionar a futuros funcionários de nível básico uma experiência sobre o que é,
realmente, realizar um trabalho dirigido à hospitalidade.
Triagem inteligente automatizada de currículo é outra tendência. Vemos empregadores uti-
lizando o software de rastreamento de candidatos on-line para identificar prováveis candi-
datos com base em palavras-chave, utilizadas em currículos ou frases (como “engenheiro
químico”). No entanto, as telas com as respostas às palavras-chave básicas não se concentram
apenas em potenciais candidatos que podem ser a melhor opção para o empregador. Os
sites de startups, bem como empresas de recrutamento conceituadas, como Monster.com,
levam, portanto, a triagem automatizada de currículos a outro patamar. Por exemplo, em
vez de apenas tentar encontrar palavras-chave, a nova ferramenta de pesquisa de currículo
6Sense da Monster.com tem como objetivo melhorar a “compreensão” das preferências de
trabalho do candidato (com base no histórico profissional da pessoa) e, assim, melhoram a
relação de candidatos com vagas disponíveis. Em outros serviços, como Jobfox, os candida-
tos e empregadores completam questionários detalhados para que (como acontece com si-
tes de namoro on-line) encontrem a melhor adequação possível em termos de preferências
de vida profissional.
PRÓS E CONTRAS DO RECRUTAMENTO ON-LINE O recrutamento baseado na web
gera respostas mais rápidas a um custo menor do que qualquer outro método. No entanto,
ele tem dois grandes problemas em potencial.
Primeiro: algumas pessoas mais velhas e algumas minorias não utilizam a internet, a es-
colha de aplicativos on-line pode, inadvertidamente, excluir um número desproporcional de
candidatos mais velhos e certas minorias.52
O segundo problema é a avalanche de currículos. O objetivo, afinal, é conseguir candida-
tos qualificados. Além disso, candidatos a emprego encaram anúncios com informações mais
específicas como mais atraentes e mais úteis.53 A empresa Cheesecake Factory lista as funções
de forma detalhada para aqueles que não estão interessados não se candidatarem. Outra abor-
dagem é fazer com que os candidatos a emprego respondam a um questionário curto on-line.
Com isso, é possível identificar aqueles que podem continuar no processo de seleção.54 A
maioria dos empregadores também utiliza sistemas de rastreamento de candidatos, do qual
trataremos agora.
UTILIZAÇÃO DO RASTREAMENTO DE CANDIDATOS Os anúncios on-line tendem
a gerar tantos candidatos que a maioria das empresas utiliza sistemas de rastreamento para
auxiliar no recrutamento on-line e off-line. Sistemas de rastreamento de candidatos (de em-
Sistemas de rastreamento de presas como a Taleo Corp e iTrack Solutions) são sistemas on-line que ajudam os emprega-
candidatos
Sistemas on-line que ajudam
dores a atrair, reunir, selecionar, compilar e gerenciar candidatos.55 Eles também oferecem
os empregadores a atrair, outros serviços, incluindo gestão de requisições (para monitorar as vagas abertas na empre-
reunir, selecionar, compilar e sa), a coleta de dados dos candidatos (para digitalizar os dados dos candidatos no sistema)
gerenciar candidatos. e relatórios (para criar várias informações relacionadas ao recrutamento, como custo por
contratação e por fonte de contratação).56 A maioria dos sistemas está em provedores de
serviços de recrutamento (application service providers – ASPs). Empresas fornecem aos em-
pregadores serviços on-line, permitindo que os candidatos ou funcionários do empregador
usem servidores ASP como se estivessem em um sistema próprio. Por exemplo, os candidatos
que se inscrevem ou fazem o login para realizar um teste para o empregador o fazem no site
das ASPs.57 Os principais provedores de serviços de recrutamento on-line e norte-americanos
são: Automatic Data Processing (ADP.com), HRsmart (hrsmart.com), Silkroad Technology
(silkroad.com) e Monster (monster.com).58
MELHORANDO A EFICÁCIA DO RECRUTAMENTO ON-LINE Mais uma vez, atrair
candidatos qualificados é crucial. A maioria das 500 empresas listadas no índice Standard
& Poor’s tem informações sobre vagas em seus sites.9 Os candidatos podem enviar seus cur-
rículos on-line em quase todos os sites das empresas que compõem a Fortune 500. Poucas
empresas dão aos candidatos a emprego a opção de completar formulários on-line, apesar de
ser o que a maioria dos candidatos prefere.60
Uma pesquisa com 256 alunos de escolas de pós-graduação em negócios mostrou por
que o recrutamento baseado na web de muitas das empresas não funcionou:
• Faltava informação relevante sobre as vagas de emprego (como descrições de cargos).
• Dificuldade em postar currículos no formato exigido.
• Muitos entrevistados expressaram preocupações sobre a privacidade das informações.
• O retorno demorado dos empregadores (em termos de acompanhamento das respos-
tas e recepção de candidaturas on-line) foi irritante.61
Além disso, os melhores anúncios da web não eram apenas anúncios de jornal transpos-
tos para a web. Como um especialista observou: “Conseguir recrutadores fora da ‘mentalida-
de de anúncios de jornal’ é um grande problema”. O Quadro 5.2 é um exemplo da adapta-
ção de um anúncio impresso para a web. O anúncio ineficaz tem poucas informações e não
diz muito sobre o porquê de o candidato ao emprego querer esse trabalho.62
Agora, olhe para o anúncio eficaz no Quadro 5.2. Ele usa palavras convincentes como
“fazer deste um mundo melhor”; fornece boas razões para trabalhar para essa empresa; co-
meça com um título que chama a atenção, e utiliza o espaço extra para acrescentar informa-
ções específicas sobre o trabalho. Muitos empregadores incluem a descrição inteira do car-
go.63 O ideal é que um anúncio também deixe claro uma lista de requisitos para os potenciais
candidatos avaliarem se o trabalho é adequado para eles.64
Anúncios
Enquanto o recrutamento on-line vem ganhando espaço, basta olhar para quase qualquer
jornal de negócios ou revista profissional para confirmar que os anúncios impressos, “pro-
cura-se”, ainda são populares. Para utilizar anúncios com sucesso, os empregadores devem
observar duas questões: o meio de publicidade e a construção do anúncio.
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO A melhor escolha − jornal local, web etc. − depende
do cargo. Por exemplo, o jornal local muitas vezes é uma boa fonte de busca de operários,
empregados de escritório e funcionários administrativos de nível básico. Por outro lado, para
o recrutamento de trabalhadores com habilidades especiais, como acabamento de móveis,
você provavelmente vai querer anunciar em locais com muitos fabricantes de móveis, mesmo
que sua unidade esteja em outra região. O objetivo é direcionar os anúncios para onde eles
possam ser vistos pelos futuros empregados.
Para os empregados especializados, você pode anunciar em revistas profissionais como
Profissional & Negócios, Exame.com, RH Portal e Você S/A. Anúncios em jornais como Folha
de São Paulo e Estado de São Paulo podem ser boas fontes para gestores de nível médio ou
sênior. A maioria dessas publicações, agora, incluem anúncios on-line com a compra do
anúncio impresso.
Além de usar vídeos de recrutamento no YouTube, a Electronic Arts (EA), uma editora
de jogos de vídeo, utiliza seus produtos para ajudar a atrair candidatos.65 A EA inclui infor-
mações sobre o seu programa de estágio na parte de trás dos seus manuais de videogame.
Em seguida, usa um software de rastreamento para identificar candidatos com habilidades
específicas e para facilitar a comunicação por e-mail com todos em seu banco de dados.
CONSTRUINDO O ANÚNCIO Anunciantes experientes utilizam o modelo Aida (aten-
ção, interesse, desejo e ação) para a construção de anúncios. Primeiro, você tem que atrair a
atenção para o anúncio – por exemplo, os empregadores costumam anunciar posições-chave
na exibição de anúncios.
Em seguida, você pode criar interesse com frases como “Você busca fazer a diferença?”
ou com outros aspectos do trabalho, como a sua localização.
Então, criar o desejo destacando palavras, como viagens ou desafios. Como exemplo, ter
uma escola de pós-graduação nas proximidades pode atrair engenheiros e profissionais.
Finalmente, o anúncio deve levar a ação com uma instrução como “entre em contato hoje”.
É claro, o anúncio também precisa cumprir com as leis de igualdade de emprego, evitando
características como “vaga para homem”. E é importante lembrar que, no anúncio, deve estar
inserido o endereço (físico ou eletrônico) para onde o candidato pode enviar o seu currículo.
Se o trabalho tem grandes inconvenientes, deve-se considerar um anúncio realista. Quan-
do a New York City Children’s Services Administration, da cidade de Nova York, nos EUA, foi
tendo problemas com a permanência de funcionários, começou a utilizar os seguintes anún-
cios: “Procura-se: homens e mulheres dispostos a entrar em edifícios estranhos em bairros
perigosos, e serem recebidos com gritos por indivíduos desequilibrados...”. O realismo reduz
os candidatos, mas melhora a adesão de funcionários.66
Agências de emprego
Existem três tipos principais de agências de emprego: (1) órgãos públicos operados pelos
governos federal, estadual ou governos locais, (2) agências associadas com organizações sem
fins lucrativos, e (3) agências de propriedade privada.
ÓRGÃOS PÚBLICOS E SEM FINS LUCRATIVOS Cada estado tem uma agência estatal
pública de serviço do emprego. O Ministério do Trabalho dos EUA apoia essas agências, por
meio de doações e outras formas de assistência, como um banco de trabalho informatizado
em todo o país. O Banco Nacional de Trabalho permite que os conselheiros da agência
orientem os requerentes sobre empregos também disponíveis em outros estados. No Brasil,
temos os Balcões de empregos, as Agências de empregos estaduais, como o Emprega São
Paulo/Mais Emprego, o Sine (Sistema Nacional de Emprego), oferecendo diversos serviços
aos trabalhadores e empregadores.
Alguns empregadores têm experiências frustrantes com órgãos públicos. Por um lado, os
requerentes de seguro-desemprego são obrigados a se registrarI e tornam-se disponíveis para
entrevistas de emprego. Algumas dessas pessoas não estão interessadas em voltar a trabalhar,
por isso os empregadores podem receber candidatos que têm pouca vontade de voltarem ao
emprego imediatamente. E, sendo justos ou não, os empregadores provavelmente percebem
algumas dessas agências locais como letárgicas em seus esforços para preencher as vagas dos
empregadores da região.
No entanto, essas agências são úteis. Os conselheiros vão visitar o local de trabalho do
empregador, rever exigências de trabalho, e até mesmo ajudar o empregador com descrições
de cargos. A maioria dos estados tornaram as agências de serviços de emprego em pontos
acessíveis de treinamento e centros de especialização e de emprego.67 Um usuário disse: “Eu
fiz deste lugar uma segunda casa”.68 Nos centros do estado de Oregon, EUA, os candidatos a
emprego usam o software de avaliação de habilidades “iMatch”, enquanto os empregadores
utilizam ferramentas de recrutamento on-line.69 Cada vez mais empregadores devem aprovei-
tar os serviços desses centros.
A maioria das sociedades (sem fins lucrativos), profissionais e técnicas, tem unidades
que ajudam os membros a encontrar empregos. Muitos órgãos públicos recolocam as pes-
soas que estão em categorias especiais, como os portadores de necessidades especiais.
I
N. do R.T.: O trabalhador desligado do emprego, sem justa causa, deve procurar posto de atendimento das
Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego; postos do Sistema Nacional de Emprego; entidades
sindicais cadastradas no MTE; e agências da Caixa Econômica credenciadas pelo MTE.
II
N. do R.T.: Há agências particulares que não cobram dos candidatos, porque essas taxas são pagas pelo
empregador que as contrata. Por outro lado, há agências que cobram porcentagem sobre o salário do
primeiro mês de trabalho.
III
N. do R.T.: De acordo com o levantamento da Manpower com 40 mil empresas em 35 países, a contratação
de trabalhadores temporários ocorre normalmente em duas situações: aumento no volume de trabalho
ou substituição de funcionários. Na média mundial, 41% dos entrevistados apontaram a necessidade de
aumentar a equipe durante períodos sazonais, e somente 15% assinalaram a substituição de funcionários
em licença-maternidade, médica ou afastados por outros motivos. No Brasil, os motivos são os mesmos, com
porcentagens de 50% e 14,5%, respectivamente.
(Disponível em: <http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,ERT103068-16357,00.html>. Aces-
so em: 16 set. 2014.)
Pessoal sem vínculo PESSOAL SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO Os trabalhadores temporários são exem-
empregatício plos de pessoal sem vínculo empregatício, basicamente, pelo uso de fontes não tradicionais
Requer o uso de fontes
não tradicionais de de recrutamento. Outros arranjos de pessoal sem vínculo empregatício incluem “emprega-
recrutamento. dos de contrato temporário” – pessoas empregadas diretamente pela empresa, mas em uma
base explícita de curto prazo – e “contrato de funcionários técnicos” – trabalhadores alta-
mente qualificados, como engenheiros, que são fornecidos para projetos de longo prazo sob
contrato de uma empresa de serviços técnicos no exterior.
IV
N. do R.T.: Esses trabalhadores são considerados funcionários da empresa onde atuam somente do ponto
de vista operacional. Juridicamente são empregados da empresa prestadora desse tipo de mão de obra, que
arca com todas as responsabilidades trabalhistas.
Recrutadores de executivos
Recrutadores de executivos (também conhecidos como headhunters) são agências especiais
de emprego que se concentram em procurar os melhores talentos de gestão para seus clien-
tes. O percentual de cargos da sua empresa preenchido por esses serviços pode ser pequeno.
No entanto, esses trabalhos incluem posições executivas e técnicas fundamentais. Para cargos
executivos, os headhunters podem ser sua única fonte de candidatos. O empregador sempre
paga as taxas desse serviço.
Existem dois tipos de recrutadores de executivo: de contingência e de retenção. Os
membros da Association of Executive Search Consultants geralmente se concentram em po-
sições executivas pagando US$ 150 mil ou mais, e em “busca de executivos retidos”. Eles são
pagos independentemente de o empregador contratar o executivo por meio dos esforços
da empresa. Recrutadores baseados em contingência tendem a lidar com busca de gestores
juniores de nível médio, na faixa de US$ 50 mil a US$ 150 mil. Se de retenção ou de con-
tingência, as taxas estão caindo do que era usual: 30% ou mais do salário do executivo do
primeiro ano.81 Recrutadores top (todos de retenção) incluem Heidrick e Struggles, Egon
Zehnder International, Russell Reynolds e Spencer Stuart.82 Esses tipos de recrutamento
ocorrem também no Brasil.
Os recrutadores de executivos estão usando mais a tecnologia a seu favor. A parte mais
desafiadora do recrutamento tem sido encontrar potenciais candidatos, por exemplo, “um
gerente de vendas, com experiência em produtos químicos de engenharia”. Bases de dados
na internet agora aceleram drasticamente tais pesquisas. Recrutadores de executivos também
estão se tornando mais especializados, e os grandes estão criando novas empresas voltadas
para funções especializadas (como vendas) ou indústrias (como derivados de petróleo). As-
sim, é aconselhável buscar primeiro um especialista.
PRÓS E CONTRAS Recrutadores trazem várias opções para a mesa e têm muitos conta-
tos, sendo especialmente hábeis em encontrar candidatos qualificados atualmente empre-
gados que não estão procurando mudar de emprego. Podem também manter o nome da
sua empresa confidencial até o final do processo e economizar tempo na procura e triagem
de opções. O custo do recrutador pode realmente vir a ser pequeno ao compará-lo com a
economia de tempo.
A grande questão é garantir que o recrutador realmente entenda suas necessidades e,
em seguida, ofereça os candidatos devidamente adequados. O empregador deve explicar
Recrutamento de universitários
Para o recrutamento de universitários há o envio de representantes do empregador para
campi universitários a fim de triar candidatos e criar um grupo deles, é uma importante fon-
te de estagiários de gestão e funcionários profissionais e técnicos. Um estudo concluiu, há
vários anos, por exemplo, que os recém-formados correspondiam a cerca de 38% de todos
os postos de trabalho preenchidos externamente que exigiam um diploma universitário.87
O problema é que o recrutamento no campus é caro e demorado. Horários devem ser
definidos com antecedência, folhetos da empresa impressos, registros de entrevista mantidos,
representando muito tempo gasto no campus. E os próprios recrutadores são, por vezes, inefi-
cazes. Alguns recrutadores estão despreparados, demonstram pouco interesse no candidato e
alguma arrogância, muitos não filtram os candidatos de forma eficaz. Os empregadores preci-
sam treinar recrutadores para que consigam entrevistar os candidatos, explicar o que a empre-
sa tem para oferecer e deixá-los à vontade. E ainda mais que o habitual, o recrutador precisa
estar apresentável.88 A GE contrata de 800 a mil alunos, a cada ano, de cerca de quarenta fa-
culdades, e usa equipes de funcionários e estagiários para a construção da imagem corporativa
GE em cada uma. Da mesma forma, a IBM tem dez recrutadores de pessoal que se concentram
em melhorar os resultados dos esforços de recrutamento da empresa no campus.89
METAS DO RECRUTAMENTO NO CAMPUS O recrutador no campus tem dois objeti-
vos principais. O primeiro é determinar se um candidato é merecedor de consideração, traços
Há algumas questões para evitar os programas de referência. Se o moral está baixo, você
provavelmente deve resolver isso antes de pedir referências. E, se você não contratar alguém,
explique ao empregado que deu a referência sobre o porquê de não ter firmado a contrata-
ção. E, além disso, contar com referências pode ser discriminatório.
CANDIDATOS ESPONTÂNEOS Particularmente para trabalhadores horistas, candida-
turas diretas e espontâneas feitas em seu escritório são uma grande fonte de candidatos. Do
ponto de vista prático, simplesmente postar um “Procura-se” fora da porta pode ser a manei-
ra mais eficaz de atrair bons candidatos locais. Trate candidatos espontâneos com cortesia e
diplomacia, tanto para a reputação do empregador na comunidade como para a autoestima
do candidato. Muitos empregadores fazem uma breve entrevista, mesmo que seja apenas
para obter informações sobre a pessoa “no caso de abrir uma vaga no futuro”. Especialmen-
te em tempos difíceis, você também receberá muitos currículos de profissionais de gestão,
podendo ser boas fontes de liderança. Uma boa prática é responder a todas as cartas dos
candidatos prontamente e com cortesia.
Trabalhadores remotos
Trabalhadores remotos é outra opção. Por exemplo, a JetBlue Airways usa trabalhadores
remotos para lidar com as reservas. Esses funcionários “tripulantes” da JetBlue vivem na área
de Salt Lake City e trabalham fora dos escritórios da empresa, eles utilizam computadores e
tecnologia fornecidos pela JetBlue, e recebem treinamento da empresa.99
Militares
Militares norte-americanos dispensados fornecem uma excelente fonte de recrutas treina-
dos. Vários ramos militares têm programas para facilitar a procura de emprego por soldados.
Por exemplo, a parceria do Exército dos EUA para o Sucesso da Juventude permite que
alguém entre no exército para selecionar um parceiro corporativo pós-exército, para uma
entrevista de emprego, como forma de ajudar os soldados a encontrar um emprego depois
de deixar sua posição.100 No Brasil, esse tipo de trabalho também é feito no site <http://www.
reservaativa.com.br/pt-br/>).
o fazem.106 O Quadro RH como centro de lucro ilustra o papel que a área pode desempenhar na
promoção da rentabilidade.
Trabalhadores idosos
Quando se trata da contratação de trabalhadores idosos, os empregadores não têm muita
escolha.116 Ao longo dos próximos anos, haverá muitas pessoas entre 45 e 64 anos de idade
para compor o mercado de trabalho. As idades de 25 a 34 diminuirão em quase 3 milhões,
refletindo a queda no número de nascimentos no final dos anos 1960 e início de 1970. No
lado positivo, uma pesquisa realizada pela Aarp (American Association of Retired Persons) e
pela SHRM (Society for Human Resource Management) concluiu que os trabalhadores mais
velhos tendem a ter taxas mais baixas de absenteísmo, são mais confiáveis e têm melhores
hábitos de trabalho do que os mais jovens.117 Empresas como Home Depot contratam traba-
Baby boomers lhadores mais velhos, que “servem como um poderoso atrativo para os compradores baby
Geração nascida entre 1946 boomers, espelhando o seu conhecimento e perspectiva”.118
e 1964, durante o grande Assim, faz sentido para os empregadores incentivar os trabalhadores mais velhos a ficar
aumento populacional
nos EUA após a Segunda
(ou vir trabalhar na empresa), mas fazer isso envolve vários aspectos. O grande problema é
Guerra Mundial. oferecer oportunidades para horários de trabalho flexíveis (e muitas vezes de meio período).
Uma pesquisa mostrou que a flexibilidade é a principal preocupação para 71% dos baby boo-
mers, e aqueles que continuam trabalhando preferem fazê-lo em tempo parcial.119 Em uma
empresa nos EUA, os trabalhadores com mais de 65 anos podem reduzir progressivamente
seus horários de trabalho. Já outra empresa utiliza “miniturnos” para acomodar os interessa-
dos em trabalhar menos do que o tempo integral. Outras sugestões incluem:
• Fases de aposentadoria que permitem aos trabalhadores ficarem períodos fora da
empresa.
• Postos de trabalho remoto para quem deseja viver em climas mais quentes no inverno.
• Projetos em tempo parcial para aposentados.
• Benefícios para trabalhar tempo parcial.120
Como sempre, no recrutamento, ser realista é essencial. Por exemplo, escrever no anún-
cio “somos receptivos a trabalhadores da terceira idade” é importante. Os anúncios mais
eficazes enfatizam a flexibilidade de horários e acentuam a igualdade de oportunidades e
diversidade da empresa. Isso é muito mais eficiente do que declarações sobre dar oportuni-
dades aos aposentados para aplicarem seus conhecimentos no novo ambiente de trabalho.121
As minorias e o recrutamento
As mesmas orientações que se aplicam ao recrutamento de trabalhadores mais velhos também
podem ser consideradas para as minorias. Na prática, isso exige um esforço de três partes:
Diretrizes de aplicação
Os gestores devem manter várias orientações práticas em mente. Na seção “histórico de em-
prego”, solicitar informações detalhadas sobre cada empregador anterior, incluindo o nome
do supervisor, seu endereço de e-mail e número de telefone, essenciais para a verificação de
referência. Além disso, ao assinar o formulário, o requerente deve estar ciente de que as de-
clarações falsas podem ser motivo de demissão, de que a investigação da situação financeira,
dos empregos anteriores e do registro profissional foi autorizada, que pode ser necessário um
exame médico, e que o trabalho não tem um período definido.
EXAGERO DE qualificação no currículo Candidatos a emprego muitas ve-
zes exageram as suas qualificações. As estimativas de quantos requerentes exageram giram
de 40% a 70%.127 A preocupação mais comum quanto a exageros é em relação à formação
e experiência de trabalho. Portanto, verifique sempre se os candidatos preenchem o formu-
lário e assinam uma declaração indicando que as informações são verdadeiras. A justiça do
trabalho irá apoiar uma demissão caso exista falsificação de informações na candidatura ao
cargo.128 Além disso, preencher um formulário com exagero pode refletir maus hábitos. Por
outro lado, alguns candidatos simplesmente rabiscam o espaço dedicado ao currículo, e isso
não é aceitável. Você precisa do formulário totalmente preenchido e assinado.
V
N. do R.T.: Informações a respeito de participações em clubes, organizações ou sociedades, raça e religião
são irrelevantes. Já informações a respeito de deficiências físicas, estado civil ou ascendência geralmen-
te são solicitadas. É interessante ver a ficha de inscrição para bolsa-estágio do Programa Jovem Cidadão
– meu primeiro trabalho, da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo.
Disponível em: <http://www.meuprimeirotrabalho.sp.gov.br/imagens/Downloads/FICHA%20DE%20
INSCRI%C3%87%C3%83o_PROGRAMA%20JOVEM%20CIDAD%C3%83O.pdf>. Acesso em: 14 set. 2014.
Revisão
RESUMO
1. O processo de recrutamento e seleção envolve cin- ver períodos de expansão econômica, em que o de-
co etapas principais: decidir que vagas preencher; semprego é baixo e é difícil encontrar candidatos.
construir um grupo de candidatos a essas vagas de 3. Todos os gerentes precisam entender o porquê de o
trabalho; ter formulários de inscrição preenchidos; recrutamento eficaz ser importante. Sem o número
usar ferramentas de seleção; e decidir a quem fazer suficiente de candidatos, os empregadores não podem
uma oferta, em parte com base na entrevista do su- filtrar eficazmente os candidatos ou contratar os me-
pervisor e outros. lhores. Alguns empregadores fazem uma pirâmide se-
2. Recrutamento e seleção começam com planejamen- letiva do recrutamento para estimar quantos candida-
tos precisam ter, a fim de preencher as vagas previstas.
to e alocação de recursos humanos. O planejamento
4. Preencher vagas abertas com fontes internas de can-
de pessoal é o processo de decidir quais vagas a em-
didatos tem várias vantagens. Por exemplo, você pro-
presa terá que preencher e como preenchê-las. Isso
vavelmente já está mais familiarizado com seus pontos
muitas vezes começa com a previsão da necessidade fortes e fraquezas, e eles exigem menos orientação.
de pessoal, talvez utilizando análise de tendências, Para encontrar candidatos internos, muitas vezes se uti-
análise de relação, gráficos de dispersão ou pacotes liza anúncios de vagas. Para o preenchimento de altos
de software. O outro lado da equação de previsão é cargos na empresa, o processo de escolha inclui o pla-
o fornecimento de candidatos internos. Nesse caso, nejamento de sucessão, o processo contínuo de iden-
empregadores utilizam sistemas manuais e cartões de tificação, a avaliação e o desenvolvimento de liderança
substituição, além de dossiês informatizados sobre as organizacional, a fim de melhorar o desempenho.
habilidades. Prever o fornecimento de candidatos 5. Os empregadores utilizam uma variedade de fontes
externos é importante, principalmente quando hou- externas ao recrutar candidatos.
• Destas, recrutar por meio da internet, utilizan- uma pesquisa aprofundada e verificar cuida-
do anúncios, representa a principal fonte. É rá- dosamente suas referências.
pido e de baixo custo. Uma desvantagem é que • Outras fontes externas incluem recrutamen-
muitos candidatos moram longe, mas os em- to em faculdades, referências e candidatos
pregadores utilizam software de rastreamento espontâneos.
para filtrar os candidatos on-line. 6. Recrutar funcionários diversificados é importante. A
• Outras fontes incluem publicidade e agências regra básica é criar um conjunto de políticas e práti-
de emprego (incluindo órgãos públicos, sem cas no sentido de estabelecer um ambiente em que
fins lucrativos e privados). todos possam trabalhar harmoniosamente.
• Os empregadores, cada vez mais, utilizam 7. O processo de recrutamento inclui, inevitavelmente,
agências de trabalho temporário e outros mé- desenvolvimento e utilização de formulários para co-
todos alternativos para contratar tipos “alter- letar informações básicas essenciais sobre o candida-
nativos” de empregados, como funcionários to. A candidatura deve permitir a realização de ava-
contratados para projetos especiais. liações sobre questões importantes, como a formação
• Recrutadores de executivos, um tipo especial da pessoa e a identificação de referências e superviso-
de agência de emprego, são de valor inestimá- res de trabalhos anteriores. Claro, é importante cer-
vel para encontrar e ajudar os empregadores tificar-se de que a candidatura está em conformidade
a contratar profissionais de nível superior e com as leis de igualdade de emprego, por exemplo,
executivos. No entanto, o empregador deve no que diz respeito a questões relativas aos portado-
garantir que o recrutador esteja realizando res de necessidades especiais.
PALAVRAS-CHAVE
planejamento de pessoal 100 recrutamento 107
análise de tendências 102 anúncio de emprego 108
análise de relação 102 planejamento de sucessão 108
gráfico de dispersão 102 sistemas de rastreamento de candidatos 111
registros de qualificações (ou competências) 104 pessoal sem vínculo empregatício 115
gráficos de substituição de pessoal 104 serviços de recrutamento por demanda 117
cartão de substituição 104 recrutamento de universitários 117
pirâmide seletiva do recrutamento 106 formulário de inscrição 123
Que tipos de documentos são necessários aos candi- famílias monoparentais. Discuta o que elas estão fa-
datos da agência antes de poderem se candidatar? zendo para serem receptivas.
Que outros serviços o escritório oferece? Que opi 5. Trabalhando individualmente ou em grupos, entre-
niões você tem sobre a agência? viste um gestor entre as idades de 25 e 35 anos em
4. Trabalhando individualmente ou em grupos, encon- uma empresa local que administra os empregados
tre pelo menos cinco anúncios de emprego, seja na com 40 anos ou mais. Peça ao gerente para descrever
internet ou em um jornal local, que sugerem que a três ou quatro de suas experiências mais desafiadoras
empresa é receptiva a mulheres, minorias, idosos e na gestão de funcionários mais velhos.
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Obtendo os melhores candidatos de uma área a outra e de um emprego a outro. A rotatividade
em suas lojas (como nas de seus concorrentes) muitas vezes
Se você fosse perguntar a Jennifer e a seu pai qual foi se aproxima de 400%. ”Não fale comigo sobre planejamento
o principal problema na gestão de sua empresa, a resposta de recursos humanos e análise de tendências”, diz Jennifer.
seria curta e rápida: a contratação de pessoas boas. Origi- ”Nós estamos lutando uma guerra econômica, e estou feliz
nalmente, a empresa começou como uma cadeia de lavan- apenas por conseguir reunir candidatos suficientes para ser
derias que quase não precisavam de ajuda especializada, capaz de manter minha empresa completa”.
funcionando à base de moedas, e a rede cresceu para seis Em vista desse problema, o pai de Jennifer pede que
lojas, cada qual bastante dependente de gestores qualifica- você responda às perguntas que seguem.
dos, lavadores e passadores de roupas. Os empregados em
geral não têm mais do que o ensino médio (muitas vezes Perguntas
menos), e o mercado para eles é muito competitivo. Ao
longo de um fim de semana típico, há literalmente dezenas 1. Em primeiro lugar, o que você recomendaria para a redu-
de anúncios de emprego para passadores de roupas expe- ção da rotatividade nas lojas?
rientes ou lavadores em jornais da região. Todas essas pes- 2. Forneça uma lista detalhada de sugestões sobre o que
soas costumam receber cerca de US$ 15 por hora, e mudam fazer para aumentar o grupo de candidatos aceitáveis,
de emprego com frequência. Assim, Jennifer e seu pai en- sem a necessidade de contratar qualquer um que entre
frentam a tarefa contínua de recrutamento e contratação de pela porta (suas recomendações devem incluir a redação
trabalhadores qualificados, a partir de um grupo de indivíduos de anúncios on-line e impressos, além de indicações so-
que são quase nômades em sua propensão para se deslocar bre todas as outras estratégias de recrutamento.)
Notas
1. Disponível em: <http://bits.blogs.nytimes.com/2011/07/07/a- Software Magazine, 20 jun. 2010, p. 3, 42. Disponível em: <www.
-walk-in-the-woods-with-mark-zuckerberg/>. Acesso em: 13 jun. kronos.com/scheduling-software/scheduling.aspx>. Acesso em:
2014. 22 jun. 2014.
2. Robert Grossman, “IBM’S HR Takes a Risk”, HR Magazine, 27 9. Disponível em: <www.surveyanalytics.com/skills-inventory-sof-
abr. 2007, p. 57. tware.html>. Acesso em: 22 jun. 2014.
3. “More Companies Turn to Workforce Planning to Boost Pro- 10. Para discussão recente, veja, por exemplo, “Pitfalls Abound for
ductivity and Efficiency”, The Conference Board, press release/ Employers Lacking Electronic Information Retention Policies”,
news, 7 ago. 2006; Carolyn Hirschman, “Putting Forecasting in BNA Bulletin to Management, 1 jan. 2008, p. 1-2.
Focus”, HR Magazine, mar. 2007, p. 44-49. 11. Idem. Veja também Bill Roberts, “Risky Business”, HR Magazine,
4. Carolyn Hirschman, “Putting Forecasting in Focus,” HR Magazi- out. 2006, p. 69-72.
ne, mar. 2007, p. 44-49. 12. “Traditional Security Insufficient to Halt File-Sharing Threat”,
5. Jean Phillips e Stanley Gully, Strategic Staffing. Upper Saddle Ri- BNA Bulletin to Management, 20 jan. 2008, p. 39.
ver, NJ: Pearson Education, 2012, p. 116-181. 13. Disponível em: <http://www.astd.org/%20About/~/media/Files/
6. Idem. Veja, por exemplo, Fay Hansen, “The Long View”, Workfor- About%20ASTD/Public%20Policy/%20BridgingtheSkills-
ce Management, 20 abr. 2008, p. 1, 14. Gap2010.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2014.
7. Bill Roberts, “Can They Keep Our Lights On?” HR Magazine, jun. 14. Next Generation Talent Management by Hewitt Associates. Dis-
2010, p. 62-68. ponível em: <http://www.fashion-networks.com/hr_articles/
8. Para um exemplo de sistema computadorizado de planejamen- Next%20Generation%20Talent%20Management.pdf>. Acesso
to de pessoal, veja Dan Kara, “Automating the Service Chain”, em: 22 jun. 2014.
15. Idem. 31. “Succession Planning: Manage Risk and 44. Gina Ruiz, “Firms Tapping Web Videos
16. Ed Frauenheim, “Valero Energy”, Work- Ensure Business Continuity”, Sum Total to Lure Jobseekers”, Workforce Manage-
force Management, 13 mar. 2006. Strategic Human Capital Management. © ment, 8 out. 2007, p. 12.
17. Phillips e Gully, Strategic Staffing, p. 116- 2012 SumTotal Systems, Inc. Todos os 45. Ed Frauenheim, “Social Revolution”,
181. direitos reservados. Reproduzido com Workforce, 20 out. 2007, p. 30.
18. Susan Ladika, “Manufacturers enroll in permissão. Toda informação referen- 46. “ResumePal: Recruiter’s Friend?” Work-
recruiting 101”, Workforce Management, te à SumTotal Produtos e Ofertas é de force Management, 22 jun. 2009, p. 28.
maio 2012. propriedade e reproduzido com auto- 47. “Innovative HR Programs Cultivate Suc-
19. Darren Dahl, “A Sea of Job Changers, rização de SumTotal Systems. Impresso cessful Employees”, Nation’s Restaurant
But Some Companies Aren’t Getting com a permissão expressa por escrito da News 41, n. 50, 17 dez. 2007, p. 74.
Any Bites”, The New York Times, 28 jun. SumTotal Systems. 48. J. De Avila, “Beyond Job Boards: Targe-
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Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Definir os conceitos básicos de testes, incluindo legitimidade e con-
fiabilidade.
2. Discutir, pelo menos, quatro tipos básicos de teste para recrutamen-
to de pessoal.
3. Explicar fatores e problemas que podem comprometer a eficácia da
entrevista e as técnicas para eliminá-los.
4. Explicar como fazer verificações de antecedentes dos candidatos a
emprego.
5. Explicar as noções básicas de como desenvolver e ampliar a oferta
de emprego.
Introdução
Diz-se que o Google recebe cerca de um milhão de pedidos de emprego por ano e contrata
menos de 1%, que corresponde a um candidato de 130, para ser exato.1 O Google não procura
necessariamente funcionários mais inteligentes ou tecnicamente mais hábeis. A empresa busca
pessoas que se encaixem na sua cultura criativa e flexível, e tenham mente aberta. Para saber
se um candidato se ajusta, o Google criou algumas perguntas interessantes para a entrevista de
trabalho. Por exemplo, “Um homem empurrou seu carro para um hotel e perdeu sua fortuna. O
que aconteceu?”.2
Resposta: Ele estava jogando Banco Imobiliário.`
Objetivo de Confiabilidade
Aprendizagem 1 O rastreio, ou a busca, eficaz depende, em grande parte, de conceitos básicos de testes de
Definir os conceitos
confiabilidade e validade. Confiabilidade refere-se à consistência do teste.7 “É a consistência
da pontuação obtida pela mesma pessoa quando testada novamente com testes idênticos ou
básicos de testes, incluindo
com uma forma equivalente de teste.” A confiabilidade do teste é essencial: se uma pessoa
legitimidade e confiabilidade.
marcou 90 em um teste de inteligência na segunda-feira e 130 quando testada novamente na
Confiabilidade terça-feira, não seria possível ter muita confiança no teste.
Característica que se Você pode medir a confiabilidade de várias maneiras. Uma consiste em aplicar um teste
refere à consistência das para um grupo de pessoas, um dia, e reaplicar o mesmo teste vários dias depois no mesmo
pontuações obtidas pela grupo e, em seguida, relacionar o primeiro conjunto de resultados com as estimativas de con-
mesma pessoa quando
fiabilidade (segundo teste).8 Ou aplicar um teste e, depois, aplicar o que os especialistas acre-
avaliada novamente
com testes idênticos ou ditam ser um teste equivalente, o que seria uma forma equivalente ou alternativa de estimativa. O
equivalentes. Scholastic Assessment Test (SAT) é um exemplo. Ou, então, comparar as respostas para várias
perguntas do mesmo teste destinado a medir a mesma questão. Por exemplo, um psicólogo
teste – Equipe 2
teste – Equipe 2
Pontuação do
Pontuação do
Pontuação do teste – Equipe 1 Pontuação do teste – Equipe 1
inclui dez itens em um teste, acreditando que todos mensuram o interesse em trabalhar ao ar
livre. Aplique o teste e, em seguida, analise estatisticamente o grau em que as respostas a esses
dez itens variam juntas. Esta é uma comparação interna de estimativa. No teste de inteligência
geral não verbal (TIG-NV), as dinâmicas de grupo são aplicáveis.
Muitos aspectos fazem um teste não ser confiável. Entre eles estão as condições am-
bientais (tranquilas em um dia, ruidosas no dia seguinte), condições físicas do candidato
(saudável em um dia, doente no outro) e oscilações de humor da pessoa que administra
o teste (cortês em um dia, rude no outro). Ou talvez as perguntas não tenham boa amos-
tragem: o teste 1 tem enfoque nos capítulos 1, 3, 7, enquanto o teste 2 se concentra nos
capítulos 2, 4 e 8.
Como a medida da confiabilidade geralmente envolve comparar dois parâmetros que
avaliam o mesmo fator (como os testes 1 e 2), é típico julgar a confiabilidade de um teste em
termos de um coeficiente de correlação (nesse caso, um coeficiente de confiança). Esse coefi-
ciente mostra o grau ao qual estão relacionadas duas medidas (resultado do teste de um dia
e do dia seguinte).
A Figura 6.1 ilustra essa correlação. Em ambos, à esquerda e nos gráficos de dispersão à
direita, o psicólogo compara o resultado do teste de cada candidato (no eixo x) com o seu
desempenho subsequente (no eixo y). À esquerda, os pontos da trama de dispersão (cada
ponto mostra o resultado do teste de um candidato e o desempenho posterior) estão espalha-
dos. Não parece haver nenhuma correlação entre os resultados dos testes e o desempenho.
À direita, o psicólogo tentou um novo teste. Nesse caso, os pontos resultantes caem em um
padrão previsível. Isso sugere que os resultados dos testes dos candidatos estão intimamente
relacionados com as suas pontuações anteriores.
Legitimidade
Qualquer teste é uma amostra do comportamento de uma pessoa, mas alguns refletem mais
claramente características que se está buscando. Por exemplo, um teste de digitação cor-
responde claramente a uma avaliação da habilidade de digitação para o trabalho. No outro
Imagem do Teste de
Rorschach.
O que você vê na imagem?
extremo, não pode haver nenhuma relação aparente entre os itens do teste e a característica
esperada. Por exemplo, no teste de Rorschach, o psicólogo pede à pessoa que explique como
ela interpreta uma imagem um tanto estranha. O psicólogo, então, utiliza essa interpretação
para tirar conclusões sobre personalidade e comportamento. Com esses testes, é mais difícil
“provar” que estão medindo aquilo que eles têm o propósito de medir, que são legítimos.
Legitimidade do teste A legitimidade do teste responde à pergunta: “Será que esse teste mede o que deveria
A precisão com que um medir?” Dito de outra forma, “a legitimidade refere-se à confiança que se tem no significado li-
teste, entrevista e outros
recursos de seleção medem
gado às pontuações”.9 Com relação aos testes de seleção de funcionários, a legitimidade, muitas
o que se propõem a medir, vezes, refere-se à evidência de que o teste é relacionado ao trabalho; em outras palavras, que
ou cumprem a função para a o desempenho no teste é um indicador válido do desempenho esperado. Um teste de seleção
qual foram projetados. deve ser válido, pois, sem comprovação de sua legitimidade, não há nenhuma razão lógica ou
Validade de critério legalmente permitida para continuar a usá-lo a fim de selecionar candidatos a emprego.
Tipo de validade baseada em Em testes de emprego, existem duas maneiras principais de demonstrar a legitimidade:
mostrar que as pontuações validade de critério e validade de conteúdo. A validade de critério envolve demonstrar esta-
no teste (indicadores) tisticamente a relação entre (1) pontuações em um processo de seleção e (2) o desempenho
estão relacionadas com
o desempenho esperado
esperado, a partir de uma amostra de trabalhadores. Por exemplo, os que têm bom desem-
(critério). penho no teste também fazem um bom trabalho? E os que não têm bom desempenho, vão
mal no trabalho? Na avaliação psicológica, um indício é a medida (nesse caso, o resultado
do teste) que você está tentando relacionar com um critério, como o desempenho esperado
(talvez como medida para avaliações de desempenho). Na validade de critério, o critério e o
indício devem estar intimamente relacionados.
Validade de conteúdo A validade de conteúdo é uma demonstração de que o conteúdo de um processo de
Teste que tem validade seleção é representativo de aspectos importantes do desempenho esperado. Por exemplo, os
de conteúdo é aquele que
contém uma amostra justa
empregadores demonstram a validade de conteúdo de um teste mostrando que ele constitui
das tarefas e competências uma bela amostra do conteúdo do trabalho. O procedimento básico, aqui, é identificar as
realmente necessárias para tarefas relacionadas ao trabalho que são importantes para o desempenho esperado e, em se-
o trabalho em questão. guida, selecionar aleatoriamente uma amostra dessas tarefas para testar. Na seleção de alunos
Validade de construto para odontologia, muitas escolas oferecem aos candidatos pedaços de giz, e pedem a eles para
Teste válido é aquele que esculpir algo que se pareça com um dente. Se o conteúdo que você escolher para o teste for
demonstra um processo uma amostra representativa daquilo que a pessoa precisa saber para o trabalho, então o tes-
que mede um construto te é, provavelmente, válido em conteúdo. Estudantes de odontologia desajeitados não terão
importante para o sucesso
do desempenho esperado.
sucesso.
A validade de construto é outra abordagem possível, e demonstra duas coisas: que um
processo de seleção mede um construto (algo que acredita ser uma característica humana,
como a honestidade) e que o construto é importante para o sucesso do desempenho esperado.
Análise de viabilidade
Pode acontecer que o teste seja mais caro do que a quantia que você economizaria com
a contratação de funcionários melhores. Para responder à pergunta: “Será que vale pagar
para realizar o teste?”, e isso requer uma análise de viabilidade. Dois especialistas em seleção
dizem: “Em termos financeiros, a análise de viabilidade mostra o quanto o uso de uma medida
de seleção melhora a qualidade de indivíduos selecionados se a medida não tivesse sido usa-
da”.10 As informações necessárias para a análise de viabilidade incluem a validade da medida
de seleção, em termos financeiros e de desempenho esperado, os resultados da média dos
candidatos nos testes, o custo de avaliar um candidato e o número de candidatos testados e
selecionados. O Quadro RH como centro de lucro traz um exemplo.
Generalização da legitimidade
Muitos empregadores, sobretudo os menores, não vão encontrar uma boa relação custo-be-
nefício para realizar estudos de legitimidade das ferramentas de seleção que aplicam. Esses
empregadores devem identificar testes e outras ferramentas de triagem que foram válidas em
diversas situações (e organizações) e, em seguida, levá-los para suas empresas, na esperança
de que também serão válidas.12
Se o teste é válido em uma empresa, até que ponto é possível generalizar os resultados
de validade para a nossa própria empresa? Generalização de legitimidade “refere-se ao grau em
quadro 6.1 Como Passo 1: analise o cargo. Em primeiro lugar, verifique as descrições e especificações do cargo.
validar um teste. Detalhe as características humanas e habilidades que você acredita serem necessárias para o desem-
penho adequado no cargo. Por exemplo, um candidato deve ser assertivo? Deve ser capaz de
manusear componentes delicados? Essas demandas tornam-se os requisitos para a contratação. Eles são
traços humanos e habilidades que você acredita serem fundamentais ao sucesso no trabalho.
Nesta primeira etapa, você também deve definir o que quer dizer com “sucesso no trabalho”,
porque é para ele que existem os requisitos. Os padrões de sucesso são chamados de critérios. Você
poderia se concentrar em critérios relacionados à produção (quantidade, qualidade, e assim por
diante), dados de pessoal (absenteísmo, tempo de serviço etc.) ou avaliações (de desempenho do
trabalhador, por pessoas como supervisores). Para o trabalho de um montador, os requisitos podem
incluir destreza manual e paciência. Você poderia avaliar critérios como quantidade produzida e o
número de erros por hora.
Passo 2: escolha os testes. Em seguida, selecione os testes que você pensa medirem os atributos
(requisitos) importantes para o sucesso do trabalho. Essa escolha, em geral, é fundamentada na
experiência, na pesquisa anterior e em bons palpites, e normalmente você não vai começar com
apenas um teste. Opte por vários, combinando-os em uma bateria para medir uma variedade de
possíveis características como assertividade, extroversão e raciocínio numérico.
Passo 3: aplique os testes. Passe o(s) teste(s) selecionado(s) aos funcionários. A validação preditiva
é a maneira mais confiável para validar um teste. O teste é aplicado aos candidatos antes de serem
admitidos. Em seguida, eles são contratados por meio de técnicas de seleção já existentes, e não
pelos resultados do novo teste que você está desenvolvendo. Depois de estarem no trabalho por
algum tempo, você mede o desempenho e compara com aquele no teste em validação. Em seguida,
você pode determinar se o desempenho no teste poderia ter sido usado para prever o posterior
resultado no trabalho.
Passo 4: relacione pontuações e critérios. Em seguida, determine se existe uma relação significati-
va entre pontuação (indicador) e desempenho (critério). A maneira usual de fazer isso é estabelecer
a relação estatística entre as pontuações no teste e o desempenho por meio de análise de correlação,
que mostra o grau de relação estatística.
Passo 5: faça validação cruzada e revalidação. Antes de colocar o teste em uso, você pode
verificá-lo por validação cruzada, executando novamente os passos 3 e 4 com uma nova amostra de
funcionários. Um especialista deve validar o teste periodicamente.
que as provas de validade de uma medida obtida em uma situação pode ser generalizada a
outra situação, sem mais estudos”.13 Ser capaz de usar o teste, sem o seu próprio estudo de
validação é, naturalmente, o ponto principal. Fatores a serem considerados para chegar a
uma conclusão incluem: provas de validação existentes com relação ao uso do teste para várias
finalidades específicas; semelhança dos temas sobre os quais o teste foi validado com os de sua
organização; e semelhança dos trabalhos envolvidos.14
I
N. do R.T.: A confidencialidade do candidato é garantida pelo artigo 12 da Declaração Universal dos Di-
reitos Humanos, pelo artigo 5o, inciso X, da Constituição Federal e pelo Código de Ética Profissional do
Psicólogo, artigo 9o.
Por exemplo, a cadeia de lojas de departamento Bon-Ton Stores Inc. sofreu alta rotativi-
dade associada às vendas de cosméticos. Para analisar isso, a gestão trabalhou com a Kenexa,
que fornece ferramentas de avaliação. Cerca de 450 associados a vendas de cosméticos preen-
cheram pesquisas anônimas que visavam identificar traços de funcionários. Usando técnicas
de data mining para analisar esse e outros dados, os traços identificados se correlacionaram
com o desempenho e a estabilidade. Por exemplo, os mais bem-sucedidos foram amigáveis
e entusiasmados. “Descobrimos que os colaboradores de maior sucesso e aqueles com mais
estabilidade foram solucionadores de problemas. Eles devem ter as informações dos clientes
sobre o que querem e precisam, e resolvem o problema”.19 Isso permitiu à Bon-Ton formular
ferramentas de seleção mais eficazes.
A B
Temas globais em RH
Questão 1
Qual das seguintes é a data mais distante?
Questão 2
BAIXO está para ALTO, assim como FÁCIL está para______.
Questão 3
Uma palavra abaixo aparece em destaque. Qual é o oposto dessa palavra?
Ela deu uma resposta complexa para a questão e todos nós concordamos com ela.
Respostas
1. E 2. E 3. C
legitimidade do teste e torna menos provável que candidatos compartilhem suas perguntas
(uma vez que cada candidato recebe o que equivale a um teste personalizado).38 O Contexto
estratégico ilustra como uma empresa os utiliza.
Contexto estratégico
Empresas estão disponibilizando testes para os candidatos por meio de seus smartphones.
Por exemplo, o <www.iphonetypingtest.com> mostra um teste de digitação on-line, em inglês,
que você pode fazer em um iPhone.40
Avaliações situacionais
As avaliações situacionais são avaliações seletivas “destinadas a testar o julgamento de um candi-
dato em relação às situações encontradas no local de trabalho”. Aqui está uma questão do teste:
Você é um associado de vendas na Best Buy em Miami, na Flórida (EUA). A loja vende
mais de 1,5 mil produtos, incluindo telefones inteligentes, computadores, TVs e CDs. A con-
corrência não vem apenas de outros varejistas da região, mas também de empresas on-line
como a Amazon. Muitos dos clientes vêm a sua loja para verificar o produto e preço com você
e, em seguida, compram o item na Amazon por um preço menor. Como um revendedor,
você é responsável por três coisas: serviço excepcional ao cliente, conhecimento excepcional
do produto e maximização das vendas. Você é pago com base em um salário semanal, e não
em uma comissão de vendas. Por favor, indique como responderia a cada uma das seguintes
situações (várias situações normalmente são apresentadas).
Situação 1: um cliente chega até você com um folheto sobre um telefone Samsung Gala-
xy anunciado na Amazon e continua a fazer-lhe perguntas detalhadas sobre preço, duração
da bateria e como funciona o telefone, mencionando que “o preço na Amazon é US$ 50
(cerca de 25%) a menos do que o seu”. Você está com esse cliente cerca de ¾ de uma hora
até agora, e há outros clientes esperando. Você:
1. Diz ao cliente para ir comprar o telefone na Amazon.
2. Diz ao cliente para esperar por 20 minutos, enquanto você atende o outro cliente.
3. Diz ao cliente para ir a uma loja Best Buy a meia hora de distância, onde eles têm em
estoque um telefone semelhante a um preço inferior.
4. Diz ao cliente que o revendedor local Mobility Sprint tem o telefone por muito menos
do que a Amazon.
5. Explica em detalhes as vantagens de telefones similares que você tem e que podem
melhor atender as exigências do comprador.
6. Chama o seu supervisor para tentar vender o Galaxy da Best Buy ao cliente.
Avaliações situacionais são eficazes e amplamente utilizados.41 (A resposta 5 pode ser a
melhor.)
Entrevista
Procedimento destinado Entrevista de candidatos
a solicitar informações
Embora nem todos os empregadores utilizem testes, seria muito incomum um gestor não en-
durante uma conversa.
trevistar um possível empregado. Uma entrevista é um procedimento destinado a solicitar in-
formações durante uma conversa. A entrevista de seleção é “um processo projetado para prever o
desempenho futuro no trabalho com base em respostas orais dos candidatos às perguntas”.46
tivas, as perguntas (e talvez até respostas aceitáveis) são especificadas com antecedência, e
as respostas podem ser classificadas por adequação. A Figura 6.6 apresenta um formulário
de entrevista estruturada.
TIPOS DE PERGUNTA Os entrevistadores também fazem diferentes tipos de perguntas.
Questões situacionais focam na capacidade do candidato para explicar qual seria seu compor-
tamento em uma determinada situação.48 Por exemplo, “Como você reagiria ao atraso de um
subordinado três dias seguidos”?
Em questões comportamentais, você pergunta aos entrevistados como se comportaram
no passado em alguma situação. Por exemplo, “Você já passou por uma situação em que
um subordinado chegou atrasado? Se sim, como lidou com a questão?“ Quando o Citizen’s
Banking Corporation de Michigan descobriu que 31 das 50 pessoas no call center saíam em
(continua)
um ano, passaram a incluir entrevistas comportamentais. A entrevista não tenta prever como
os candidatos vão agir perguntando se eles querem trabalhar com clientes irritados. Em vez
disso, são feitas perguntas comportamentais como: “Conte-me sobre uma experiência em
que você estava falando com uma pessoa irada, e como você reverteu a situação”. Apenas
quatro pessoas deixaram o trabalho no ano seguinte.49 A Vanguard utiliza uma técnica de
entrevista baseada em comportamento chamada Star (situation, task, action, result). Durante a
entrevista, o gerente Vanguard pede ao entrevistado para falar sobre uma situação (S) parti-
cular, ou tarefa (T) que ele enfrentou e, em seguida, descobre as ações ou comportamentos
(A) que os candidatos tiveram, e o resultado (R) de suas ações.50
Questões sobre conhecimentos e formação sondam o conhecimento e a experiência relacio-
nados ao trabalho, como em “Que cursos de matemática você fez na faculdade?”
Figura 6.6
PASSO 2 — FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL
(Continuação)
Instruções:
Em seguida, criar um formulário para avaliação de cada candidato em cada uma das competências do trabalho:
Candidato a ser avaliado: ___________________________________________________________________________
Resolução de problemas
Definição:
Identifica problemas, determina a precisão e a relevância da informação; usa o bom senso para gerar e avaliar alternativas
e fazer as recomendações.
Perguntas:
Descreva uma situação em que você identificou um problema e avaliou as alternativas para fazer uma recomendação
ou decisão. Qual era o problema e quem foi afetado?
Sondagem:
Como você gera e avalia as alternativas? Qual foi o resultado?
Descreva comportamentos específicos observados (use o verso da folha, se necessário):
(continua)
Figura 6.6
PASSO 3 — PAINEL DE CONSENSO DO FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO
(Continuação)
Instruções:
Finalmente, criar um painel de consenso como este, para que os avaliadores do candidato possam descrever seu
desempenho na entrevista.
Candidato: _______________________________________________________________________________________
Data:____________________________________________________________________________________________
estudo, pesquisadores pediram para avaliar candidatos com possibilidade de promoção com
base em fotografias. Os homens foram percebidos como mais adequados para contratação
e mais propensos a avançar para o próximo nível executivo do que mulheres igualmente
qualificadas, e os candidatos mais atraentes, sobretudo os homens, tiveram preferência so-
bre os menos atraentes.68 Esses estereótipos estão mudando. No entanto, as mulheres ainda
representam apenas cerca de 16% dos funcionários das empresas e 1% dos CEOs de empre-
sas da Fortune 500.69
PERCEPÇÃO Em um estudo, os pesquisadores manipularam como os “candidatos” são
vistos, por exemplo, colocando uma cicatriz nas bochechas de alguns deles, mas não em ou-
tros. Os gerentes entrevistados tiveram preconceito em relação a um candidato com cicatriz.
“Avaliando pior o candidato e recordavam menos informações sobre a entrevista”, aparente-
mente, olhar para as “cicatrizes” distraía os entrevistadores.70
BAJULAÇÃO Os entrevistados podem aumentar suas chances de emprego por meio de
a utopromoção e bajulação. Bajulação significa, por exemplo, concordar com a opinião do re-
crutador e sinalizar que eles compartilham crenças similares. Autopromoção significa promover
competências e habilidades próprias para criar a impressão de competência.71 Autopromoção
é a tática mais eficaz, mas fingir ou mentir geralmente tem efeito negativo.72
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL Candidatos menos qualificados que “agem cor-
retamente” em entrevistas muitas vezes obtêm classificações mais elevadas do que os candi-
datos mais competentes que não têm essas habilidades. Os entrevistadores devem, portanto,
olhar para além do comportamento do entrevistado. Concentre-se no que o entrevistado
diz. Além disso, atributos como atratividade, sexo ou etnia geralmente são irrelevantes para
o desempenho esperado. Antecipe o impacto potencial de tais preconceitos e não deixe que
influenciem as avaliações realizadas.
RH na prática
O QUE NÃO PERGUNTAR Como regra geral, evite perguntas que possam eliminar os
candidatos com base em etnia, sexo, nacionalidade, deficiência ou outro critério proibido.
Identifique as perguntas inadequadas nesta lista:79
• O que você procura em um trabalho?
• Com que tipos de interesses ou hobbies você está envolvido?
• Você tem alguma limitação?
• Que qualidades deve possuir um gestor de sucesso?
• Você tem planos futuros para casar e ter filhos?
• O que você acha que tem para oferecer a uma empresa como a nossa?
• Qual é a natureza de sua experiência de trabalho?
• Você já foi preso por um crime?
1. Descreva uma situação específica, que ilustra como você define os objetivos para atingir uma meta.
2. Conte sobre uma situação na qual você teve que escolher entre duas ou mais oportunidades importantes. Como você decidiu sobre o que era
mais essencial para você?
3. Diga como você normalmente planeja o seu tempo para realizar suas tarefas do dia a dia.
4. Descreva uma situação em que você teve um papel importante no planejamento de um evento grande. Como você fez isso?
5. Pense em um documento ou relatório que você tenha escrito. Descreva como se organizou, pesquisou e redigiu o relatório.
6. Dê um exemplo de como você organiza anotações e outros registros a fim de estudar para um exame importante.
7. Descreva um momento em que você reorganizou algo para que se tornasse mais eficiente. Como você fez isso?
8. Pense em um momento em que você fez planos importantes que não tiveram êxito. Como você reagiu? O que você fez?
Interação e liderança
1. Conte sobre um evento em seu passado que influenciou muito a maneira de se relacionar com as pessoas.
2. Dê um exemplo específico que melhor ilustra sua capacidade de lidar com uma pessoa que não colabora.
3. Algumas pessoas têm a capacidade de ”dançar conforme a música”. Descreva um momento em que você demonstrou essa habilidade.
4. Diga quando você teve que trabalhar com alguém que tinha uma opinião negativa sobre você. Como você superou isso?
5. Lembre-se de um momento em que você participou de uma equipe. Diga uma lição importante que você aprendeu e que lhe é útil hoje.
6. Descreva um exemplo de quando você reverteu uma situação negativa na universidade, no trabalho ou em casa. Como você fez isso?
7. Descreva uma situação que melhor ilustre sua capacidade de liderança.
8. Pense em alguém cuja liderança você admira. Quais qualidades o impressionam?
Assertividade e motivação
1. Descreva estilos de trabalho que você definiu para si mesmo em empregos anteriores. Por que são importantes para você?
2. Diga um momento em que experimentou falta de motivação. O que causou isso? O que fez?
3. Descreva uma situação em que teve que lidar com alguém supostamente desonesto. Como você resolveu isso?
4. Descreva uma situação que o deixou extremamente irritado. Como reagiu?
5. Conte sobre um momento que melhor ilustra sua capacidade de ”segurar a barra” em uma situação difícil.
6. Descreva um momento em que motivou uma pessoa desmotivada para fazer algo que você queria que ela fizesse.
7. Dê um exemplo de um momento em que você foi afetado pela política organizacional. Como reagiu?
8. Dê um exemplo de quando alguém tentou tirar vantagem de você. Como lidou com a situação?
Passo 5 F
inalize a entrevista Deixe um tempo de entrevista para responder a quais-
quer perguntas que o candidato possa ter e, se for o caso, para dar esclare-
cimentos sobre a empresa. Deixe todas as entrevistas com uma observação
cortês. Diga ao requerente se há interesse e, em caso afirmativo, qual é o
próximo passo. Faça rejeições diplomaticamente (por exemplo: “Obrigado,
mas há outros candidatos cujas experiências estão mais associadas às nossas
necessidades”).
Passo 6 R
eveja a entrevista Após as saída dos candidatos, reveja suas anotações e
preencha a guia de entrevista estruturada (se for o caso, e se você não o fizer
durante a entrevista). Então tome a sua decisão.
book e descobriu que um ótimo candidato descreveu seus interesses como fumar maconha e
atirar nas pessoas. O estudante pode ter feito uma brincadeira, mas não conseguiu o empre-
go.87 Após a realização de pesquisas informais on-line, os recrutadores descobriram que 31%
dos candidatos tinham mentido sobre suas qualificações e 19% haviam postado informações
sobre o consumo de álcool ou uso de drogas, de acordo com uma pesquisa.88 Da mesma
forma, como observou um artigo do Wall Street Journal intitulado “Jobs reference you can’t
control”, sites de redes sociais também podem ajudar a identificar empregadores amigos do
candidato e, portanto, em contato com ele.89
Política de mídia social. O aumento do uso do Facebook, LinkedIn e outras redes sociais traz
novos riscos legais ao processo de seleção. Por exemplo, os candidatos geralmente não listam
etnia, idade, deficiências ou origem étnica em suas páginas no Facebook. Um supervisor ansioso
pode complementar os esforços de RH por meio da realização de sua própria “checagem de
antecedentes” na página do Facebook do candidato e, depois, tomar uma decisão de contratação
com base em critérios discriminatórios.90 A nova lei do estado norte-americano Maryland, entre
outros, restringe exigências do empregador quanto a usernames e senhas dos candidatos.91
A solução não é necessariamente proibir o uso legítimo de busca de informação do can-
didato na mídia social (a não ser que ler essas informações seja ilegal, como em Maryland).
Em vez disso, o empregador deve formular e seguir as políticas e os procedimentos de pessoal
sobre mídias sociais inteligentes. Por exemplo, informar os trabalhadores e futuros trabalha-
dores anteriormente sobre as informações que o empregador pretende ver; atribuir um ou
dois profissionais especialmente treinados em recursos humanos para procurar sites de mí-
dia social; proibir os funcionários não autorizados (como o supervisor potencial) de acessar
tais informações. Além disso, tratar a todos de forma equitativa: não permitir acesso a infor-
mações sobre, por exemplo, perfis profissionais do LinkedIn, a menos que todos os candida-
tos tenham esses perfis profissionais postados.92 O empregador deve evitar subterfúgios, por
exemplo, usando um perfil fictício. Contudo, os candidatos devem, obviamente, considerar
a possibilidade de que os empregadores podem acessar suas páginas nos sites.
VERIFICAÇÃO EFICAZ DE ANTECEDENTES Tratada corretamente, a verificação de
antecedentes é uma maneira barata e simples de avaliar os fatos, como cargos atuais e ante-
riores. Infelizmente, receber respostas espontâneas pode ser complicado. Não é fácil para
quem dá a referência provar uma possível referência negativa. Assim, há muitos candidatos
rejeitados que acionam a justiça, processando a fonte de referência por difamação. Isso pode
inibir empregadores anteriores compreensivelmente.93 Em um caso nos EUA, um homem foi
indenizado com US$ 56 mil depois de ter sido rejeitado por um emprego, porque, entre ou-
tras coisas, um ex-patrão o chamou de “temperamental”. Além disso, muitos superiores não
querem diminuir as chances de um ex-funcionário em um emprego. Outros fornecem boas
avaliações a funcionários incompetentes para se livrar deles.
Quanto ao contexto brasileiro, a verificação de antecedentes do candidato a emprego
não é permitida, exceto em caso de ocupação de determinados cargos e mediante justificativa.
PARA REALIZAR A VERIFICAÇÃO EFICAZ DE ANTECEDENTES Você pode tomar
algumas atitudes para tornar a sua verificação de referência mais útil, quando for o caso.
Uma das formas é obter duas fontes de identificação.
Em 2012, o recém-contratado CEO do Yahoo! foi dispensado quando descobriram que
seu currículo continha informações incorretas sobre o seu diploma universitário.94 Portanto,
outra forma é assegurar que os candidatos concluíram os cursos. Sempre comparar o formu-
lário com o currículo (as pessoas tendem a ser mais criativas em seus currículos que em seus
formulários de inscrição, nos quais devem atestar as informações).95
Ainda, é possível aplicar um formulário de referência de verificação estruturada como na
Figura 6.7. Isso ajuda a garantir que você não negligencie questões importantes.
Finalmente, use as referências oferecidas pelo candidato apenas como uma fonte a ou-
tras pessoas que podem saber do desempenho dele. Assim, você pode perguntar para cada
referência: “Poderia me dar o nome de outra pessoa que está familiarizada com o desempe-
nho do candidato?” Dessa forma, você começa a obter informações a partir de referências
que podem ser mais objetivas. Tente entrar em contato com pelo menos dois superiores
anteriores, dois pares e dois subordinados.
A verificação de referência on-line também pode melhorar os resultados. Com um sistema
como o pré-contratação 360 (<http://www.skillsurvey.com/pre-hire-360>, em inglês), o emprega-
Empresa
Nome
Período empregado
De: Até:
Cargo(s)
Histórico de salário
Motivo do
desligamento
3. O candidato tem uma atitude de trabalho positiva ou negativa? Por favor, explique.
8. Você o recomendaria para este cargo? Por que sim ou por que não?
9. Esta pessoa seria elegível de recontratação? Por que sim ou por que não?
Outros comentários
Teste de honestidade
Os empregadores podem utilizar várias ferramentas para avaliar a honestidade dos candida-
tos e dos empregados.
Com a proibição do uso do polígrafo em processos seletivos brasileiros, surgiu um cres-
cente mercado de testes psicológicos por escrito e destinados a prever a propensão dos can-
didatos em relação à desonestidade. A maioria dessas atitudes é medida sobre aspectos como
tolerância a pessoas que roubam (veja, por exemplo, <http://testyourself.psychtests.com/
testid/2100>).
Os psicólogos têm algumas preocupações. Por exemplo, os testes podem gerar alta porcen-
tagem de falsos-positivos e são suscetíveis a acompanhamento.103 No entanto, estudos tendem a
apoiar a legitimidade desses testes. Um estudo foi feito com 111 funcionários contratados por
uma grande rede de lojas de varejo de conveniência para trabalhar na loja ou como frentistas
de posto de gasolina.104 Os pesquisadores descobriram que a pontuação em um teste de hones-
tidade previu com sucesso o risco de roubo. O Quadro RH na prática descreve outro exemplo.105
Na prática, a detecção de candidatos desonestos envolve não apenas testes, mas um procedi-
mento de triagem abrangente.
RH na prática
Grafologia
O uso da grafologia (análise grafológica) supõe que os traços básicos de personalidade do
escritor serão expressos em sua letra. A análise da escrita, portanto, tem alguma semelhança
com testes projetivos de personalidade.
Embora alguns autores estimem que mais de mil empresas dos EUA aplique a análise de
caligrafia para avaliar os candidatos e que essa seja uma prática aceita no Brasil, a legitimida-
de da análise grafológica é questionável. Um avaliador diz: “Basicamente, não há evidência
de uma ligação direta entre a análise grafológica e várias medidas de desempenho esperado
no trabalho [...]”.108 O motivo de muitos empregadores utilizarem é, portanto, uma questão
de debate. Talvez seja porque, ao que parece, muitas pessoas pensam que tem validade.109
Exames médicos
Os exames médicos são, frequentemente, o passo seguinte no processo de seleção. Esses
exames podem confirmar que o candidato se qualifica para as exigências físicas do cargo e
descobrir as limitações médicas para se ter em conta na colocação do candidato. Podem tam-
bém detectar doenças transmissíveis. De acordo com a legislação, a pessoa com deficiência
não pode ser rejeitada para o trabalho, caso ela seja qualificada e possa executar as funções
essenciais do trabalho com uma adaptação razoável. A legislação permite a realização de um
exame médico, durante o período entre a oferta de trabalho e o início dos trabalhos, se tais exames
são padrão para todos os candidatos a emprego.111
II
N. do R.T.: Não é prática permitida pelo Conselho Federal de Medicina, mas existe. As empresas que
julgam esse procedimento necessário em relação aos empregados devem ter esse assunto claramente dis-
ciplinado nas suas políticas de RH, com evidente conhecimento disso pelos empregados. O tema tem sido
objeto de negociação coletiva de trabalho entre as empresas e os respectivos sindicatos. É matéria de ampla
discussão jurídica; no Brasil, ainda não há posicionamento decisivo do TST sobre o tema.
mas empresas fazem testes de drogas de forma aleatória, enquanto outras fazem quando há
transferência de um empregado.113 A maioria dos empregadores que realiza tais testes usa
amostragem de urina. Diversos fornecedores dispõem dos serviços de testes de drogas no
local de trabalho.
PROBLEMAS O teste de drogas é problemático.114 Bafômetros (como aqueles que a polí-
cia usa nas estradas para motoristas embriagados) e exames de sangue para detectar o álcool
estão intimamente relacionados com os níveis de dependência. No entanto, os testes de urina
e sangue para outras drogas só mostram se os resíduos de drogas estão presentes. Não podem
mensurar prejuízo, hábito ou dependência.115 Além disso, “há produtos que prometem ajudar
os funcionários a passar em um exame de análise de urina e testes de drogas”.116 Exame em
fios de cabelo e amostras de fluidos orais recentes estão muito menos sujeitos a adulteração.
Portanto, testes de drogas levantam várias questões. Sem uma forte evidência relacio-
nando os níveis da droga no sangue ou urina, alguns argumentam que os exames violam a
privacidade das pessoas devido ao processo ser considerado degradante e invasivo. Outros
argumentam que o teste de drogas no local de trabalho pode identificar o uso de drogas du-
rante as horas de lazer, mas tem pouca ou nenhuma relevância para o trabalho.117 Também
não está claro se o teste de drogas assegura o desempenho ou a segurança no trabalho. Pelo
menos um estudo concluiu que, além do álcool, não há nenhuma evidência clara de que as
drogas diminuam a segurança ou o desempenho esperado no trabalho.118
QUESTÕES LEGAIS Várias leis regem os testes de drogas no local de trabalho. Os tribu-
nais podem ver um ex-usuário de drogas (aquele que não usa drogas ilegais e concluiu com
êxito ou está participando de um programa de reabilitação) como um candidato qualificado
com deficiência.119 Normas do Departamento de Transportes dos EUA exigem que as empre-
sas com mais de 50 funcionários qualificados nas indústrias de transporte realizem testes de
álcool em trabalhadores com tarefas sensíveis ou relacionadas à segurança.III Estas incluem
trabalhadores de transporte de massa, controladores de tráfego aéreo, tripulação de trens e
metrô, e motoristas de ônibus escolares.120 Particularmente, onde os trabalhos sejam sensíveis
em segurança, os tribunais parecem ficar ao lado dos empregadores, quando surgem dúvidas.
Previsões realistas
Por vezes, uma dose de realismo é a melhor ferramenta de rastreio. Por exemplo, o Walmart
descobriu que os colaboradores que saiam nos primeiros 90 dias, muitas vezes fizeram isso
porque preferiam trabalhar em outra região geográfica. A empresa então começou a explicar
de forma explícita e perguntar sobre os horários de trabalho e demais preferências.121 Um
estudo ainda apontou que alguns candidatos aceitavam trabalhos com a intenção de sair, um
fato que seria percebido em uma entrevista mais realista.122
III
N. do R.T.: Esse assunto é objeto da Lei n. 12.619, de 30 de abril de 2012, com obrigatoriedade a todos os
motoristas e empresas.
faculdade frequentada e, talvez, os resultados de outros testes. Além disso, você provavelmen-
te terá mais de um candidato.124 Será que você simplesmente escolhe aquele com a maior
pontuação Wonderlic? Provavelmente não. Então, mais uma vez, você precisará de algum
critério para pesar todas as fontes de informação que tem sobre cada candidato.
Afinal, como pesar todas as informações para chegar a uma decisão de seleção? Você tem
três opções básicas. Pode usar, em primeiro lugar, uma abordagem clínica (intuitiva, ou de
julgamento). Aqui, você intui, mas, conscientemente, pondera todas as evidências que tem
sobre o candidato e toma sua decisão. Em segundo lugar, pode ter uma abordagem estatística
ou “mecânica”. Em seu sentido mais puro, a abordagem mecânica consiste em quantificar
todas as informações coletadas sobre o candidato (incluindo informações subjetivas a partir
de referências). Você, então, combina todas essas informações quantificadas, talvez utilizan-
do uma fórmula que prevê o provável sucesso do candidato no trabalho. E, em terceiro lugar,
você pode combinar os resultados mecânicos que obteve a partir de sua fórmula com o jul-
gamento. Embora seja ideal aplicar uma abordagem mecânica/estatística, uma abordagem
crítica é geralmente melhor do que nada.125
Fonte: “Selection Assessment Methods: A guide to implementing formal assessments to build a high-quality workforce”, por Elaine D. Pulakos, de SHRM
Foundation’s Effective Practice Guidelines. Copyright © 2005 by Fundação SHRM. Reproduzido com permissão, todos os direitos reservados.
Revisão
RESUMO
1. Neste capítulo, discutimos várias técnicas para tria- testes são preditivos de sucesso ou fracasso no traba-
gem e seleção de candidatos a emprego: a primeira é lho. Isso geralmente requer um estudo de validação
aplicar testes. preditiva, embora outros meios de validação sejam
2. A legitimidade do teste deve responder à pergunta: frequentemente aceitáveis.
“O que é que esse teste mede?”. Validade de critério 6. Centros de avaliação de gestão são locais de triagem
significa demonstrar que aqueles que fazem bem o que expõem os candidatos a uma série de exercícios
teste fazem bem o trabalho. A validade de conteúdo reais. O desempenho é observado e avaliado por
é demonstrada quando a avaliação constitui uma boa especialistas que, em seguida, verificam suas avalia-
amostra do conteúdo do trabalho. ções, observando os participantes quando eles estão
3. Conforme utilizado por psicólogos, a confiabilidade em seus trabalhos. Exemplos de tais exercícios reais
sempre significa “consistência”. Uma forma de medir incluem jogos de simulação de negócios, como jogos
a confiabilidade é administrar os mesmos testes (ou de empresa e discussões em grupo.
equivalente) para as mesmas pessoas em dois perío- 7. Vários fatores e problemas podem prejudicar a uti-
dos diferentes no tempo. Ou pode-se concentrar em lidade de uma entrevista: a tomada de decisões
consistência interna, comparando as respostas aos precipitadas, deixando informações desfavoráveis
itens aproximadamente equivalentes no mesmo teste. predominarem, não conhecendo as exigências do
4. Existem muitos tipos de testes de pessoal em uso, in- trabalho, estar sob pressão para contratar, permitir
cluindo testes de inteligência, de habilidades físicas, o efeito de ordem de candidato e o comportamento
de desempenho, de aptidão, inventários de interesse não verbal.
e de personalidade. 8. As cinco etapas da entrevista incluem: planejamento,
5. Nos termos da legislação de igualdade de oportuni- estabelecer conexão com o candidato, perguntas ao
dades, o empregador pode ter que provar que seus candidato, concluir a entrevista e rever os dados.
9. Outras ferramentas de rastreio incluem verificação Em seguida, o empregador estende uma oferta de
de referências e antecedentes, exames físicos e visua- trabalho real para o candidato verbalmente. Então,
lizações realistas. quando for alcançado um acordo, o empregador irá
10. Depois de selecionar o candidato a quem a ofer- estender a oferta de trabalho por escrito.
ta será feita, o empregador desenvolve a oferta de 11. Uma vez que você selecionou e contratou seus novos
emprego real. Ele deve basear esta oferta em, por funcionários, eles devem ser treinados. Trataremos
exemplo, atratividade do candidato como um futuro de treinamento no capítulo seguinte.
funcionário e remuneração para cargos semelhantes.
PALAVRAS-CHAVE
contratação negligente 133 validade de construto 135
confiabilidade 133 centro de avaliação da gestão 144
legitimidade do teste 135 entrevista 144
validade de critério 135 entrevista situacional estruturada 165
validade de conteúdo 135
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Teste de honestidade na Empresa de Limpeza Carter
Jennifer Carter e seu pai têm o que ele descreve como uma são facilmente analisados com cerca de 20 minutos de teste.
tarefa fácil, mas difícil, quando se trata de triagem de candida- Tal como acontece com os datilógrafos, como Jennifer assi-
tos a emprego. É fácil, porque, para dois importantes postos nala: ”Descobre-se rapidamente, em teste, os candidatos que
de trabalho, lavadores e passadores de roupas, os candidatos sabem passar roupas rápido o suficiente ou usar produtos
químicos e máquinas de lavar”. Por outro lado, a triagem recor- placa pintada e colocada na frente de todas as nossas caixas
rente para as lojas também pode ser difícil por causa da na- registradoras. A placa dizia: É TUDO DE GRAÇA SE NÓS NÃO
tureza de algumas outras qualidades que Jennifer procura. DERMOS UM RECIBO QUANDO VOCÊ FOR PAGAR. LIGUE
Dois dos problemas mais críticos enfrentados na sua 552-0235. Minha intenção com isso era forçar todos os nos-
empresa são a rotatividade de funcionários e a honestidade sos colaboradores a colocarem os pagamentos na caixa regis
do empregado. Jennifer e seu pai acham extremamente tradora, onde seriam contabilizados por meus contadores.
necessário implementar práticas que reduzam a taxa de ro- Afinal, se todo o dinheiro que entra é registrado no caixa, en-
tatividade de empregados. Se houver uma maneira de fazer tão devemos ter uma dificuldade muito maior em roubar em
isso por meio de testes de funcionários e técnicas de tria- nossas lojas, certo? Bem, um de nossos gerentes encontrou
gem, Jennifer gostaria de saber. A rotatividade gera perda uma maneira diabólica de contornar isso. Entrei na loja uma
do tempo de gestão e dinheiro pela necessidade incessante noite e notei que a caixa registradora que esse gerente estava
de recrutar e contratar novos funcionários. Mais preocupante controlando simplesmente não parecia certa, embora a placa
ainda para Jennifer e seu pai é a necessidade de instituir no- estivesse devidamente colocada na frente dela. Descobriu-se
vas práticas para identificar funcionários que podem estar que em todas as tardes, por volta das 17 horas, quando os
dispostos a roubar a empresa. outros funcionários iam embora, essa pessoa puxava o seu
Roubo praticado por empregado é um enorme problema próprio registro de dinheiro de uma caixa que escondia de-
para os centros de Limpeza Carter, e não se limita apenas baixo dos suprimentos. Os clientes que chegavam notavam
aos funcionários que lidam com o dinheiro. Por exemplo, a placa e, claro, o fato de que ele era meticuloso em registrar
quem lava e passa as roupas muitas vezes abre a loja soz- cada venda. Mas o desconhecido para eles e para nós, por
inho, sem um gerente presente, para começar o trabalho do cerca de cinco meses, era que as vendas feitas por cerca de
dia, e não é raro ter uma ou mais dessas pessoas roubando uma hora todos os dias entravam em sua caixa registradora,
suprimentos ou ”percorrendo um ciclo”. Percorrer um ciclo não na da empresa. Demorou muito tempo para descobrir
significa que um empregado pega as roupas das pessoas para onde o dinheiro dessa loja estava indo”.
do seu bairro para a lavagem e, em seguida, secretamente Jennifer gostaria que você respondesse às seguintes
lava e passa na loja Carter, usando suprimentos da empresa, perguntas:
gás e energia. Também não seria incomum uma pessoa não
Perguntas
supervisionada (ou o seu supervisor, para constar) aceitar
um pedido urgente de lavagem, lavar e passar o item, e de- 1. Quais seriam as vantagens e as desvantagens para a
volvê-lo ao cliente para pagamento sem fazer um registro ad- empresa de Jennifer em aplicar rotineiramente testes
equado e a inclusão da operação. O dinheiro, é claro, vai para de honestidade para todos os seus empregados?
o bolso do trabalhador, em vez de para a caixa registradora. 2. Especificamente, quais outras técnicas de triagem a
O problema mais grave diz respeito ao gerente da loja e empresa poderia usar para filtrar os funcionários pro-
os trabalhadores que manuseiam o dinheiro. De acordo com pensos a roubo e rotatividade, e exatamente como
Jack Carter, ”Você não acreditaria como os funcionários usam poderiam ser usadas?
a criatividade para contornar controles de gestão que monta- 3. Como a companhia de Jennifer deve demitir funcionários
mos para reduzir o roubo cometido por empregado”. Como um pegos roubando e que tipo de procedimento deve ser
exemplo extremo dessa criatividade criminosa, Jack conta a configurado para futuros pedidos de referência sobre es-
seguinte história: ”Para reduzir a quantidade de dinheiro que ses funcionários quando forem para outras empresas à
meus funcionários estavam roubando, eu tinha uma pequena procura de emprego?
nel de entrevistadores irá desenvolver uma entrevista aos entrevistadores sobre como melhorar a eficácia
situacional estruturada para uma babá. da entrevista?
2. Instruções para os entrevistados: os entrevistados de- 3. Instruções para os entrevistadores: enquanto os
vem sair da sala por cerca de 20 minutos. Enquanto entrevistados estão fora da sala, os entrevistadores
fora da sala, devem desenvolver um formulário de do painel terão 20 minutos para desenvolver um
avaliação do entrevistador, com base nas informa- formulário curto, entrevista estruturada situacional
ções apresentadas neste capítulo, em relação aos fa- para uma babá. A equipe da entrevista em painel irá
tores que podem comprometer a utilidade de uma entrevistar dois candidatos para o cargo. Durante a
entrevista. Durante a entrevista em painel, os entre- entrevista, cada entrevistador deve tomar notas em
vistados devem avaliar os entrevistadores utilizando o uma cópia do formulário de entrevista estruturada
formulário de avaliação que criaram. Após a realiza- situacional. Após a entrevista em painel, os entrevis-
ção da entrevista, os entrevistados devem sair da sala tadores devem discutir suas notas. Quais foram as
para discutir suas notas. Será que os entrevistadores suas primeiras impressões de cada entrevistado? As
apresentaram qualquer um dos fatores que podem suas impressões foram semelhantes? Qual candidato
comprometer a utilidade de uma entrevista? Se sim, apresentou as condições para que você o escolha e
quais? Que sugestões vocês (os entrevistados) fazem por quê?
Apêndice:
Entrevista situacional estruturada
Há pouca dúvida de que a entrevista Entrevista situacional potética de trabalho, como “O que você
situacional estruturada – uma série de estruturada faria se a máquina de repente começasse a
Uma série relevante de
perguntas relevantes sobre o trabalho questões com respostas aquecer?” Questões de conhecimentos de traba-
com respostas predeterminadas que predeterminadas, que lho avaliam o conhecimento essencial para
os entrevistadores fazem a todos os os entrevistadores o desempenho esperado, como “O que é
candidatos – produz resultados su- perguntam a todos os HTML?” Perguntas de disposição avaliam
periores.139 A ideia básica é escrever candidatos ao trabalho. a disposição e a motivação do candidato
questões situacionais (o que você faria, o que você fez) ou de para atender aos requisitos do trabalho,
conhecimentos sobre o trabalho e ter especialistas (como aque- como fazer um trabalho físico repetitivo
les que supervisionam o trabalho) que escrevam exemplos de ou viajar. Questões comportamentais verifi-
respostas para essas perguntas, avaliadas de boas a ruins. As pes- cam como os candidatos lidam com situa
soas que entrevistam e avaliam os candidatos, em seguida, usam ções semelhantes.
folhas de classificação ancoradas com exemplos de respostas As pessoas que criam as perguntas
boas ou ruins para avaliar as respostas dos entrevistados.140 geralmente escrevem em termos de in-
Na criação de entrevistas estruturadas situacionais, cidentes críticos. Por exemplo, para um
pessoas familiarizadas com o trabalho desenvolvem ques- candidato de supervisão, o entrevistador
tões baseadas em deveres reais do trabalho. Eles, então, pode fazer essa pergunta situacional: sua
chegam a um consenso sobre o que são e não são respostas esposa e dois filhos adolescentes estão
aceitáveis. O procedimento é o seguinte.141 doentes, de cama e com resfriado. Não
há parentes ou amigos disponíveis para
Passo 1 Análise do cargo Escreva uma descrição cuidar deles. O seu turno começa dentro
do cargo com uma lista de tarefas do tra- de três horas. O que você faria nessa situa
balho e os conhecimentos necessários, as ção? Veja a Figura 6.6 para exemplos.
habilidades e as outras qualificações do
Passo 4 C
riar respostas de referência para cada ques-
trabalhador.
tão Desenvolver respostas ideais (referência)
Passo 2 P
rincipais deveres do cargo Identificar os para bom (uma classificação de 5), regular
principais deveres do trabalho. Para isso, (3) e ruim (1). Por exemplo, considere a
escalonar todos os deveres com base em questão da situação anterior, em que o côn-
sua importância para o sucesso do traba- juge e os filhos estão doentes. Três respostas
lho e sobre o tempo necessário para reali- de referência (de baixo para cima), para o
zá-los em comparação com outras tarefas. exemplo de pergunta, poderiam ser: “eu fi-
Passo 3 C
riar perguntas de entrevista Criar per- caria em casa, pois minha esposa e família
guntas baseadas na realidade do traba- vêm em primeiro lugar” (1); “eu telefonaria
lho, com mais perguntas para as tarefas para o meu supervisor e explicaria minha si-
importantes. Lembre-se de que as questões tuação” (3); e “uma vez que eles estivessem
situacionais representam uma situação hi- apenas resfriados, eu iria trabalhar” (5).
Passo 5 I ndicar o painel da entrevista e realizá-la faz todas as questões a todos os candidatos nesta e em su-
Empregadores geralmente fazem entrevis- cessivas entrevistas dos candidatos (para garantir a consis-
tas situacionais estruturadas, utilizando um tência). No entanto, todos os membros do painel gravam
painel, em vez de individuais. O painel ge- e pontuam as respostas do candidato na folha de escala de
ralmente consiste em três a seis membros, classificação. Fazem isso indicando se a resposta do can-
de preferência os mesmos que escreveram didato para cada questão é insatisfatória, regular ou boa/
as perguntas e respostas. Pode incluir tam- ideal. No final da entrevista, alguém responde a quaisquer
bém o supervisor do trabalho e/ou titular, perguntas que o candidato tenha.143
e um representante de recursos humanos. Programas virtuais ajudam os entrevistadores a orga-
O mesmo painel entrevista todos os candi- nizar entrevistas de seleção de base comportamental. Por
datos para o trabalho.142 exemplo, o SelectPro (<www.selectpro.net>) permite que
Os membros do painel geralmente reveem a descrição os entrevistadores criem entrevistas comportamentais ba-
do trabalho, perguntas e respostas de referência antes da seadas em seleção, guias de entrevistas personalizadas e
entrevista. Um membro do painel introduz o candidato e entrevistas on-line automatizadas.
Notas
1. Baseado em William Poundstone, “How to Ace a Google Inter- 6. Fay Hansen, “Taking ‘Reasonable’ Action to Avoid Negligent Hi-
view”, 24 dez. 2001. Disponível em: <http://online.wsj.com/arti- ring Claims”, Workforce Management, 11 set. 2006, p. 31.
cle/SB10001424052970204552304577112522982505222.html>. 7. Anne Anastasi, Psychological Patterns, Nova York: Macmillan, 1968.
Acesso em: 23 jun. 20014. Veja também Kevin Murphy e Charles Davidshofer, Psychological
2. Idem. Testing, Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2001, p. 108-124.
3. Kevin Hart, “Not Wanted: Thieves”, HR Magazine, abr. 2008, p. 119. 8. Kevin Murphy e Charles Davidshofer, Psychological Testing, p. 116-119.
4. Sarah Needleman, “Businesses Say Theft by Their Workers Is 9. M. Guion, “Changing Views for Personnel Selection Research”,
Up”, Wall Street Journal, 11 dez. 2008, p. B8. Personnel Psychology 40, n. 2, verão 1987, p. 199-213. As normas
5. “Wal-Mart to Scrutinize Job Applicants”, CNN Money, 12 ago. 2004. para os testes educacionais e psicológicos têm a legitimidade
como “o grau em que as evidências e te- 1997, p. 30-43; Joyce Hogan et al., “Per- Understand Response Processes when
orias acumuladas apoiam interpretações sonality Measurement, Faking, and Em- Thinking”, Journal of Applied Psychology
específicas de pontuações decorrentes de ployee Selection”, Journal of Applied Psy- 97, n. 2, 2012, p. 3-316.
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nagement Review 19, 2009, p. 191. Research Directions”, Human Resource Ma- nagement Review 16, 2006, p. 155-180.
10. Robert Gatewood e Hubert Feild, Hu- nagement Review 20, n. 1, 2011, p. 297-310. 32. Veja, por exemplo, W. A. Scroggins et al.,
man Resource Selection, Fort Worth, TX: 26. Murray Barrick e Michael Mount, “The “Psychological Testing in Personnel Se-
Dryden Press, 1994, p. 243. Big Five Personality Dimensions and Job lection, Part III: The Resurgence of Per-
11. Baseado em Dave Zielinski, “Effective Performance: A Meta Analysis”, Person- sonality Testing”, Public Personnel Manage-
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61-64. p. 1-26. Veja também Robert Schneider, 33. Estudos sugerem que testes vocacionais
12. O Uniform Guidelines diz: “Os empre- Leatta Hough, e Marvin Dunnette, “Bro- podem ser úteis para prever desem-
gadores devem garantir que os testes ad-Sided by Broad Traits: How to Sink penho e rotatividade de funcionários.
e procedimentos de seleção não sejam Science in Five Dimensions or Less”, Chad h. Van Iddeking et al., “Are You
adotados casualmente pelos gestores Journal of Organizational Behavior 17, n. 6, Interested? A Meta-Analysis of Rela-
que sabem pouco sobre esses processos nov. 1996, p. 639-655; e Paula Caligiuri, tions between Vocational Interests and
[...] O exame ou procedimentos de sele- “The Big Five Personality Characteristics Employee Performance and Turnover”,
ção não devem ser implementados sem as Predictors of Expatriate’s Desire to Journal of Applied Psychology, v. 96, n. 6,
uma compreensão de sua eficácia e limi- Terminate the Assignment and Super- 2011, p. 1167-1194.
tações para a organização, é preciso ade- visor Rated Performance”, Personnel Psy- 34. Kathryn Tyler, “Put Applicants’ Skills to the
quação para um trabalho específico”. chology 53, 2000, p. 67-68. Test”, HR Magazine, jan. 2000, p. 75-79.
13. Jean Phillips e Stanley Gully, Strategic Sta- 27. Frederick Morgeson et al., “Reconsi- 35. Adaptado de: <www.kozaigroup.com>.
ffing, Upper Saddle River, NJ: Pearson dering the Use of Personality Tests in Acesso em: 23 jun. 2014.
Education, 2012, p. 220. Personnel Selection Contexts”, Personnel 36. Ed Frauenheim, “More Companies Go
14. Idem. Psychology 60, 2007, p. 683. with Online Test to Fill in the Blanks”,
15. “Hiring based on Strength Test Discri- 28. Frederick Morgeson et al., “Are We Get- Workforce Management, maio 2011, p. 12.
minates Against Women”, BNA Bulletin ting Fooled Again? Coming to Terms 37. Hal Whiting and Theresa Kline, “Asses-
to Management, 22 fev. 2005, p. 62. with Limitations in the Use of Personali- sment of the Equivalence of Conventio-
16. Brad Bushman e Gary Wells, “Trait Aggres- ty Tests for Personnel Selection”, Person- nal versus Computer Administration of
siveness and Hockey Penalties: Predicting nel Psychology 60, 2007, p. 1046. the Test of Workplace Essential Skills”,
Hot Tempers on the Ice”, Journal of Applied 29. Robert Tett e Neil Christiansen, “Per- International Journal of Training and Deve-
Psychology 83, n. 6, 1998, p. 969-974. sonality Tests at the Crossroads: A Res- lopment 10, n. 4, dez. 2006, p. 285-290.
17. Para outros exemplos, veja William ponse to Morgeson, Campion, Dipboye, 38. Ed Frauenheim, “Personality Tests Adapt
Shepherd, “Increasing Profits by Asses- Hollenbeck, Murphy, and Schmitt”, Per- to the Times”, Workforce Management, fev.
sing Employee Work Styles”, Employment sonnel Psychology 60, 2007, p. 967. Veja 2010, p. 4.
Relations Today 32, n. 1, primavera 2005, também Deniz Ones et al., “In Support 39. Gilbert Nicholson, “Automated Asses
p. 19-23; e Eric Krell, “Personality Cou- of Personality Assessment in Organiza- sments for Better Hires”, Workforce, dez.
nts”, HR Magazine, nov. 2005, p. 47-52. tional Settings”, Personnel Psychology 60, 2000, p. 102-107.
18. Sarah Gale, “Three Companies Cut Tur- 2007, p. 995-1027. Parte do problema 40. Disponível em: <www.iphonetypingtest.
nover with Tests”, Workforce, abr. 2002, p. com testes de personalidade, segundo com/>. Acesso em: 23 jun. 2014.
66-69. autorrelatos, é que alguns candidatos 41. “Situational Judgment Tests: An Overview
19. Bill Roberts, “Hire Intelligence”, HR Ma- vão até o fim do teste fornecendo as of Current Research” por Deborah Whet-
gazine, maio 2011, p. 64. respostas que acham que o empregador zel e Michael McDaniel, Human Resource
20. William Wagner, “All Skill, No Finesse”, está procurando (eles “falseiam” o tes- Management Review 19, 2009.
Workforce, jun. 2000, p. 108-116. Veja te). O problema, claro, é que os candi- 42. George Thornton III e Alyssa Gibbons,
também, por exemplo, James Diefen- datos menos aptos podem realmente ter “Validity of Assessment Centers for
dorff e Kajal Mehta, “The Relations of sucesso e ganhar pontuações mais eleva- Personnel Selection”, Human Resource
Motivational Traits with Workplace De- das do que os candidatos mais aptos. Em Management Review 19, 2009, p. 169-
viance”, Journal of Applied P sychology 92, estudos, pesquisadores observam exten- 187. Veja também Brian Hoffman et al.,
n. 4, 2007, p. 967-977. sivamente essa questão. Concluíram que “Exercises and Dimensions are the Cur-
21. Toddi Gutner, “Applicants’ Personalities uma forma de minimizar os efeitos da rency of Assessment Centers”, Personnel
Put to the Test”, Wall Street Journal, 26 deturpação era calcular a nota de corte Psychology, 60, n. 4, 2011, p. 351-395.
ago. 2008, p. D4. com base em testes aplicados a supervi- 43. Annette Spychalski, Miguel Quinones,
22. Elaine Pulakos, Selection Assessment Me- sores e funcionários (em vez de candi- Barbara Gaugler e Katja Pohley, “A
thods, SHRM Foundation, 2005, p. 9. datos). No entanto, continua sendo um Survey of Assessment Center Practices
23. Disponível em: <www.myersbriggsreports. problema complicado. Christopher Ber- in Organizations in the United States”,
com>. Acesso em: 23 jun. 2014. ry e Paul Sackett, “Faking in Personnel Personnel Management 50, n. 10, primave-
24. Disponível em: <www.myersbriggsreports. Selection: Trade-Offs in Performance ra 1997, p. 71-90. Veja também Winfred
com/?gclid=CK71m6rEh6ACFVZS2god versus Fairness Resulting from Two Cut Arthur Jr. et al., “A Meta Analysis of the
DEjgkw>. Acesso em: 23 jun. 2014. Score Strategies”, Personnel Psychology 62, Criterion Related Validity of Assessment
25. Veja, por exemplo, Jesus Salgado, “The 2009, p. 835-863. Center Data Dimensions”, Personnel Psy-
Five Factor Model of Personality and Job 30. Edwin A. J. van Hoot e Marise Ph. Born, chology 56, 2003, p. 124-154.
Performance in the European Commu- “Intentional Response Distortion on 44. Kobi Dayan et al., “Entry-Level Police Can-
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Tool or a Hammer to Kill a Fly?” Personnel Employment Decisions”, Journal of Applied 61. Don Langdale e Joseph Weitz, “Estima-
Psychology 55, 2002, p. 827-848. Uma revi- Psychology 93, n. 1, 2008, p. 189-198. ting the Influence of Job Information
são recente concluiu que “o [método de 54. Idem, p. 196. Veja também Michelle Ryan on Interviewer Agreement”, Journal of
avaliação central] tem uma longa história et al., “Think Crisis‑Think Female: The Applied Psychology 57, 1973, p. 23-27.
de demonstrar fortes relações preditivas Glass Cliff and Contextual Variation in 62. R. E. Carlson, “Selection Interview
entre classificações e critérios [...] como the Think Manager‑Think Male Stereo- Decisions: The Effects of Interviewer
promoções, avaliações de desempenho e type”, Journal of Applied Psychology 96, n. 3, Experience, Relative Quota Situation,
de progresso de salário”. George Thorn- 2011, p. 470-484. and Applicant Sample on Interview De-
ton III e Alyssa Gibbons, “Validity of Asses- 55. Veja, por exemplo, M. M. Harris, “Re- cisions”, Personnel Psychology 20, 1967,
sment Centers for Personnel Selection”, considering the Employment Interview: p. 259-280.
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2009, p. 169-187. gestions for Future Research”, Personnel Sample on Ratings of Valid Information
45. Exceto como observado, baseado em Psychology 42, 1989, p. 691-726; Richard in an Employment Setting”, Journal of
Dave Zielinski, “Effective Assessments”, Posthuma et al., “Beyond Employment Applied Psychology 54, 1970, p. 217-222.
HR Magazine, jan. 2011, p. 61-64. Interview Validity: A Comprehensive 64. Veja, por exemplo, Scott Fleischmann,
46. Michael McDaniel et al., “The Validity of Narrative Review of Recent Research “The Messages of Body Language in Job
Employment Interviews: A Comprehen- and Trends Over Time”, Personnel Psycho- Interviews”, Employee Relations 18, n. 2,
sive Review and Meta-Analysis”, Journal of logy 55, n. 1, primavera 2002, p. 1-81. verão 1991, p. 161-176. Veja também Ja-
Applied Psychology 79, n. 4, 1994, p. 599. 56. Timothy Judge et al., “The Employment mes Westpall e Ithai Stern, “Flattery Will
Veja também Richard Posthuma et al., Interview: A Review of Recent Resear- Get You Everywhere (Especially if You’re
“Beyond Employment Interview Validity: ch and Recommendations for Future a Male Caucasian): How Ingratiation,
A Comprehensive Narrative Review of Research”, Human Resource Management Board Room Behavior, and a Demogra-
Recent Research and Trends over Time”, 10, n. 4, 2000, p. 392. Há discordância phic Minority Status Affect Additional
Personnel Psychology 55, 2002, p. 1-81. quanto à superioridade relativa de cada Board Appointments at U.S. Compa-
47. Therese Macan, “The Employment In- um contra entrevistas. Veja, por exem- nies”, Academy of Management Journal 50,
terview: A Review of Current Studies plo, Marlene Dixon et al., “The Panel n. 2, 2007, p. 267-288.
and Directions for Future Research”, Interview: A Review of Empirical Rese-
65. Tim DeGroot e Stephen Motowidlo,
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2009, p. 203-218. Personnel Management, outono 2002, p.
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48. Michael McDaniel et al., “The Validity of 397-428. Para argumentos contra a reali-
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66. Amy Kristof-Brown et al., “Applicant
of Applied Psychology 79, n. 4, 1994, p. Fast Company 136, jun. 2009, p. 51-52.
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601. Veja também Allen Huffcutt et al., 57. Frank Schmidt e Ryan Zimmerman, “A
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cruiter Perceptions of Fit and Similari-
vior Description Interview Questions ployment Interview Validity and Some
ty”, Journal of Management 28, n. 1, 2002,
for Higher Level Positions”, Personnel Supporting Evidence”, Journal of Applied
p. 27-46. Veja também Linda McFarland
Psychology 54, outono 2001, p. 619-644; Psychology 89, n. 3, 2004, p. 553-561.
Stephen Maurer, “A Practitioner Based et al., “Impression Management Use
58. A validade desses argumentos é basea
Analysis of Interviewer Job Expertise and Effectiveness Across Assessment Me-
da em Michael McDaniel et al., “The
and Scale Format as Contextual Factors Validity of Employment Interviews: A thods”, Journal of Management 29, n. 5,
in Situational Interviews”, Personnel Psy- Comprehensive Review and Meta-Analy- 2003, p. 641-661.
chology 55, 2002, p. 307-327. sis”, Journal of Applied Psychology 79, n. 4, 67. Veja, por exemplo, Cynthia Marlowe,
49. Bill Stoneman, “Matching Personalities 1994, p. 607-610. Veja também Robert Sondra Schneider e Carnot Nelson, “Gen-
with Jobs Made Easier with Behavioral Dipboye et al., “The Validity of Unstruc- der and Attractiveness Biases in Hiring
Interviews”, American Banker 165, n. 229, tured Panel Interviews”, Journal of Bu- Decisions: Are More Experienced Mana-
30 nov. 2000, p. 8a. siness & Strategy 16, n. 1, outono 2001, gers Less Biased?” Journal of Applied Psycho-
50. Margery Weinstein, “You’re Hired!”, p. 35-49; e Marlene Dixon et al., “The logy 81, n. 1, 1996, p. 11-21. Veja também
Training 48, n. 4, p. 34-37. Panel Interview: A Review of Empirical Shari Caudron, “Why Job Applicants Hate
51. Susan Strauss et al., “The Effects of Vide- Research and Guidance”, Public Person- HR”, Workforce, jun. 2002, p. 36.
oconference, Telephone, and Face-to-Fa- nel Management 3, n. 3, outono 2002, 68. Marlowe et al., p. 18. Veja também Ti-
ce Media on Interviewer and Applicant p. 397-428. Veja também Todd Mau- mothy Judge, Charlice Hurst e Lauren
Judgments in Employment Interviews”, rer e Jerry Solamon, “The Science and Simon, “Does It Pay to Be Smart, Attrac-
Journal of Management 27, n. 3, 2001, Practice of a Structured Employment tive, or Confident (Or All Three)? Rela-
p. 363-381. Se o empregador registra Interview Coaching Program”, Personnel tionships Among General Mental Ability,
uma entrevista de contratação em vídeo Psychology 59, 2006, p. 433-456. Physical Attractiveness, Core Self-Evalua-
com a intenção de compartilhá-la com 59. Derek Chapman e David Zweig, “Deve- tions, and Income”, Journal of Applied Psy-
gerentes que não participam na entrevis- loping a Nomological Network for Inter- chology 94, n. 3, 2009, p. 742-755.
ta, é aconselhável, primeiro, obter per- view Structure: Antecedents and Con- 69. Emily Duehr e Joyce Bono, “Men, Wo-
missão por escrito do candidato; Matt sequences of the Structured Selection men, and Managers: Are Stereotypes Fi-
Bolch, “Lights, Camera... Interview!” HR Interview”, Personnel Psychology 58, 2005, nally Changing?” Personnel Psychology 59,
Magazine, mar. 2007, p. 99-102. p. 673-702. 2006, p. 837.
52. Emily Maltby, “To Find the Best Hires, 60. Anita Chaudhuri, “Beat the Clock: 70. Juan Madera e Michele Hebl, “Discrimi-
Firms Become Creative”, Wall Street Jour- Applying for a Job? A New Study Shows nation Against Facially Stigmatized Appli-
nal, 17 nov. 2009, p. B6. that Interviewers Will Make Up Their cants in Interviews: An Eye Tracking and
53. Madeline Heilman e Tyler Okimoto, “Mo- Minds About You Within a Minute”, The Face-to-Face Investigation”, Journal of
therhood: A Potential Source of Bias in Guardian, 14 jun. 2000, p. 2-6. applied Psychology 97, n. 2, p. 317-330.
71. Chad Higgins e Timothy Judge, “The 82. “Fake Job Reference Services Add New rences”, BNA Bulletin to Management, 27
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Recruiter Perceptions of Fit and Hiring jan. 2010, p. 9. 100. “Background Checking Providers”, Work-
Recommendations: A Field Study”, Jour- 83. Carroll Lachnit, “Protecting People force Management, abr. 2012, p. 22.
nal of Applied Psychology 89, n. 4, 2004, and Profits with Background Checks”, 101. “Employers Often Receive Flawed Infor-
p. 622-632. Workforce, fev. 2002, p. 52. Veja também mation in Criminal Background Screens,
72. Brian Swider et al., “Managing and Cre- Robert Howie and Lawrence Shapero, Report Says”, Bloomberg BNA, Bulletin to
ating an Image in the Interview: The “Preemployment Criminal Background Management, 24 abr. 2012, p. 131.
Role of Interviewee Initial Impressions”, Checks: Why Employers Should Look 102. Carroll Lachnit, “Protecting People and
Journal of Applied Psychology n. 6, 2011, Before They Leap”, Employee Relations Profits with Background Checks”, Work-
p. 1275-1288. Law Journal, verão 2002, p. 63-77. force, fev. 2002, p. 52.
73. Laura Gollub Williamson et al., “Em- 84. Bill Roberts, “Close-up on Screening”, 103. Ronald Karren e Larry Zacharias, “In-
ployment Interview on Trial: Linking HR Magazine, fev. 2011, p. 23-29. tegrity Tests: Critical Issues”, Human
Interview Structure with Litigation Ou- 85. Veja, por exemplo, A. M. Forsberg et Resource Management Review 17, 2007,
tcomes”, Journal of Applied Psychology 82, al., “Perceived Fairness of a Background p. 221-234.
n. 6, 1996, p. 901; Michael Campion, Da- Information Form and a Job Knowledge 104. John Bernardin e Donna Cooke, “Validi-
vid Palmer e James Campion, “A Review Test”, Public Personnel Management 38, n. 1, ty of an Honesty Test in Predicting Theft
of Structure in the Selection Interview”, primavera 2009, p. 33-46. Among Convenience Store Employees”,
Personnel Psychology 50, 1997, p. 655-702. 86. Idem., p. 50ff. Academy of Management Journal 36, n. 5,
74. Salvo disposição em contrário, são basea 87. Alan Finder, “When a Risqué Online 1993, p. 1097-1108. Sugestões de RH na
dos em Williamson et al., “Employment Persona Undermines a Chance for a prática adaptadas de “Divining Integri-
Interview on Trial”, p. 901-902. Job”, New York Times, 11 jun. 2006, p. 1. ty Through Interviews”, BNA Bulletin to
75. Todd Maurer e Jerry Solamon, “The 88. “Vetting via Internet Is Free, Generally Management, 4 jun. 1987, p. 184; e “Ideas
Science and Practice of a Structured Em- Legal, But Not Necessarily Smart Hiring and Trends”, Commerce Clearing House, 29
ployment Interview Coaching Program”, Strategy”, BNA Bulletin to Management, 20 dez. 1998, p. 222-223. Note que alguns
Personnel Psychology 59, 2006, p. 433-456. fev. 2007, p. 57-58. sugerem que se for apontada possível
76. R. E. Carlson, “Selection Interview Deci- 89. Anjali Athavaley, “Job References You
doença mental, testes de integridade
Can’t Control”, Wall Street Journal, 27 set.
sions: The Effects of Interviewer Experien- podem entrar em conflito com o Ame-
2007, p. B1.
ce, Relative Quota Situation, and Appli- ricans with Disabilities Act, mas uma re-
90. “Practitioners Discuss Various Pitfalls
cant Sample on Interview Decisions”, visão conclui que tais testes apresentam
of Using Social Media to Vet Job Appli-
Personnel Psychology 20, 1967, p. 259-280. pouco risco legal para os empregadores.
cants”, BNA Bulletin to Management,
77. “Looking to Hire the Very Best? Ask the Christopher Berry et al., “A Review of
1 nov. 2011, p. 345-346.
Right Questions. Lots of Them”, Fortune, Recent Developments in Integrity Test
91. “Maryland is First State to Restrict Em-
21 jun. 1999, p. 192-194. Research”, Personnel Psychology 60, 2007,
ployer Demands for Employee, Appli-
78. Panel Kaul, “Interviewing Is Your Busi- p. 271-301.
cant Passwords”, Bloomberg BNA, Bulle-
ness”, Association Management, nov. 1992, 105. Note que uma recente meta-análise con-
tin to Management, 8 maio 2012, p. 145.
p. 29. Veja também Nancy Woodward, cluiu que “as relações entre testes de
92. “Practitioners Discuss Various Pitfalls”.
“Asking for Salary Histories”, HR Ma- integridade e medidas de desempenho
93. Por exemplo, veja Lawrence Dube Jr.,
gazine, fev. 2000, p. 109-112. Coleta de no trabalho tendem a ser bastante fra-
“Employment References and the Law”,
informações sobre as dimensões especí- cas” (Chad H. Van Iddeking et al., “The
Personnel Journal 65, n. 2, fev. 1986, p. 87
ficas da entrevista, como capacidade so- ‑91. Veja também Mickey Veich, “Unco- Criterion Related Validity of Integrity
cial, responsabilidade e independência ver the Resume Ruse”, Security Manage- Tests: an Updated Meta-Analysis”, Jour-
(muitas vezes é feito em entrevistas es- ment, out. 1994, p. 75-76; Mary Mayer, nal of Applied Psychology 97, n. 3, 2012, p.
truturadas) pode melhorar a precisão da “Background Checks in Focus”, HR Ma- 499-530), um ponto disputado por um
entrevista, pelo menos para os trabalhos gazine, jan. 2002, p. 59-62. grupo de editores do teste. William G.
mais complicados. Veja também Andrea 94. “High profile Example Shows Resume Harris et al., “Test Publishers’ Perspecti-
Poe, “Graduate Work: Behavioral Inter- Fraud is Still Major Problem HR Needs ve on An Updated Meta-Analysis”: Com-
viewing Can Tell You If an Applicant to Address”, Bloomberg BNA, Bulletin ment on Van Iddeking, Ross, Raymark,
Just Out of College Has Traits Needed to Management, v. 63, n. 23, 5 jun. 2012, and Odle-Dusseau, Journal of Applied Psy-
for the Job”, HR Magazine 48, n. 10, out. p. 177. chology 97, n. 3, 2012, p. 531-536.
2003, p. 95-96. 95. Carroll Lachnit, “Protecting People and 106. Baseado em “Divining Integrity Through
79. Isto é de Alan M. Saks e Julie M. McCar- Profits with Background Checks”, Work- Interviews”, BNA Bulletin to Management, 4
thy, “Effects of Discriminatory Interview force, fev. 2002, p. 54; Shari Caudron, jun. 1987, e “Ideas and Trends”, Commerce
Questions and Gender On Applicant Re- “Who Are You Really Hiring?” Workforce, Clearing House, 29 dez. 1998, p. 222-223.
actions”, Journal of Business and Psychology nov. 2002, p. 31. 107. Christopher S. Frings, “Testing for Ho-
21, n. 2, inverno 2006. 96. Michelle Goodman, “Reference Checks nesty”, Medical Laboratory Observer 35, n.
80. “Are Your Background Checks Balan- Go Tech”, Workforce Management, maio 12, dez. 2003, p. 27(1).
ced? Experts Identify Concerns Over Ve- 2012, p. 26-28. 108. Steven L. Thomas e Steve Vaught, “The
rifications”, BNA Bulletin to Management, 97. Kris Maher, “Reference Checking Firms Write Stuff: What the Evidence Says
13 maio 2004, p. 153. Flourish, but Complaints About Some Ari- About Using Handwriting Analysis in
81. Baseado em Samuel Greengard, “Have se”, Wall Street Journal, 5 mar. 2002, p. B8. Hiring”, Advanced Management Journal
Gangs Invaded Your Workplace?” Person- 98. Diane Cadrain, “Job Detectives Dig 66, n. 4, ago. 2001, p. 31-35.
nel Journal, fev. 1996, p. 47-57. Veja tam- Deep for Defamation”, HR Magazine 49, 109. Idem; Murphy e Davidshofer, Psychologi-
bém Carroll Lachnit, “Protecting People n. 10, out. 2004, p. 34ff. cal Testing, p. 438-439.
and Profits with Background Checks”, 99. “Undercover Callers Tip Off Job Seekers 110. Bill Roberts, “Your Cheating Heart”, HR
Workforce, fev. 2002, p. 52. to Former Employers’ Negative Refe- Magazine, jun. 2011, p. 55-57.
111. Veja Bridget A. Styers e Kenneth S 127. Beth Mirza, “Cost per Hire Metric Stan- 138. Disponível em: <http://www.shrm.org/
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p. 71-91. nov. 2006, p. 26. Prentice Hall, 1992, p. 9. Veja também
112. Rita Zeidner, “Putting Drug Screening to 129. “Conflicting State E-Verify Laws Trou- O. C. Ferrell, John Fraedrich e Linog
the Test”, HR Magazine, nov. 2010, p. 26. bling for Employers”, BNA Bulletin To Ferrell, Business Ethics, Boston: Hough-
113. Peter Cholakis, “How to Implement Management, 4 nov. 2008, p. 359. O exem- ton Mifflin, 2008.
a Successful Drug Testing Program”, plo de trabalhadores sem documentos, 140. P. Taylor e B. Small, “Asking Applicants
Risk Management 52, n. 11, nov. 2005, roubando e usando documentos de iden- What They Would Do Versus What They
p. 24-28; Elaine Davis e Stacie Hueller, tidade de trabalhadores autorizados con- Did Do: A Meta-Analytic Comparison of
“Strengthening the Case for Workplace tinua a ser um problema, mesmo com Situational and Past-Behavior Employ-
Drug Testing: The Growing Problem of o E-Verify. “Identity Theft Remains Top ment Interview Questions”, Journal of
Methamphetamines”, Advanced Manage- Challenge for E-Verify”, BNA Bulletin to Occupational and Organizational Psychology
ment Journal 71, n. 3, verão 2006, p. 4-10. Management,19 abr. 2011, p. 121. 75, n. 3, set. 2002, p. 277-295. Entrevistas
114. Scott MacDonald et al., “The Limita- 130. Davis Zielinski, “Automating I-9 Verifica- de emprego estruturadas que usam ques-
tions of Drug Screening in the Workpla- tion”, HR Magazine, maio 2011, p. 57. tões situacionais ou questões compor-
ce”, International Labor Review 132, n. 1, 131. Disponível em: <www.dhs.gov/files/ tamentais tendem a gerar alta validade.
1993, p. 100. programs/gc_1185221678150.shtm>. No entanto, entrevistas estruturadas com
115. Idem, p. 103. Acesso em: 23 jun. 2014. formatos de perguntas situacionais pro-
116. Diane Cadrain, “Are Your Employees’ 132. “New Tools Will Aid Employers During duzem classificações mais elevadas. Isso
Drug Tests Accurate?” HR Magazine, jan. Verification Process”, BNA Bulletin to Ma- pode ser porque os entrevistadores ob-
2003, p. 40-45. Veja também Ari Nattle, nagement, 15 mar. 2011. têm respostas mais consistentes (de con-
“Drug Testing Impaired”, Traffic World 133. Russell Gerbman, “License to Work”, fiança), com questões situacionais (que
271, n. 45, 12 nov. 2007, p. 18. HR Magazine, jun. 2000, p. 151-160. obrigam todos os candidatos a abordar
117. MacDonald et al., “The Limitations Recentemente, o Departamento de Se- o mesmo cenário), do que com questões
of Drug Screening in the Workplace”, gurança Interna anunciou que estava comportamentais (que requerem a cada
p. 105-106. inspecionando cerca de 652 empresas candidato encontrar experiências aplicá-
118. Lewis Maltby, “Drug Testing: A Bad In- em todo o país como parte de seu novo veis). Finalmente, há alguma evidência
vestment”, Business Ethics 15, n. 2, mar. programa de auditoria I-9. “I-9 Used to de que para os cargos de nível superior,
2001, p. 7. Conduct High Nine Audits at 652 Busi- entrevistas situacionais baseadas em ques-
119. Ann O’Neill, “Legal Issues Presented by nesses as Focus of Enforcement Ships to tão são inferiores às de comportamento,
Hair Follicle Testing”, Employment Rela- Employers”, BNA Bulletin to Management, possivelmente, porque as situações são
tions Today, 22 dez. 1991, p. 411. 7 jul. 2009, p. 211. A agência de admi- “demasiado simples para permitir qual-
120. Richard Lisko, “A Manager’s Guide to nistração de treinamento e emprego do quer diferenciação real entre os candida-
Drug Testing”, Security Management 38, Ministério de Trabalho dos EUA insta- tos para cargos de nível superior”; Alan
n. 8, ago. 1994, p. 92. Disponível em: lou um novo sistema chamado iCERT, Huffcutt et al., “Comparison of Situatio-
<www.fmcsa.dot.gov/rules-regulations/ para tornar mais fácil para os emprega- nal and Behavioral Description Interview
topics/drug/engtesting.htm>. Acesso dores receber pedidos de condição de Questions for Higher Level Positions”,
em: 23 jun. 2014. trabalho para o programa H1B. “EPA Personnel Psychology 54, n. 3, 2001, p. 619.
121. Coleman Peterson, “Employee Reten- Announces Electronic Portal to Receive 141. Veja também Phillip Lowry, “The Struc-
tion: The Secrets Behind Wal-Mart’s Applications for H1B, Perm Certifica- tured Interview: An Alternative to the
Successful Hiring Policies”, Human Re- tions”, BNA Bulletin to Management, 21 Assessment Center?” Public Personnel Ma-
source Management 44, n. 1, primavera abr. 2009, p. 123. nagement 23, n. 2, verão 1994, p. 201-215;
2005, p. 85-88. 134. Note que os testes de internet despro- Steven Maurer, “The Potential of the
122. Murray Barrick e Ryan Zimmerman, “Re- tegidos levantam sérias questões em Situational Interview: Existing Research
ducing Voluntary, Avoidable Turnover ambientes de trabalho. Nancy Tippins and Unresolved Issues”, Human Resource
Through Selection”, Journal of Applied et al., “Unproctored Internet Testing in Management Review 7, n. 2, verão 1997,
Psychology 90, n. 1, 2005, p. 159-166. Veja Employment Settings”, Personnel Psycho- p. 185-201; e Todd Maurer e Jerry So-
também Michael Tucker, “Show and logy 59, 2006, p. 189-225. lamon, “The Science and Practice of a
Tell”, HR Magazine, jan. 2012, p. 51-52. 135. De Bob Neveu, “Applicant Tracking’s Structured Employment Interview Coa-
123. Lawrence Kellner, “Corner Office”, New Top 10: Do You Know What to Look for ching Program”, Personnel Psychology 59,
York Times, 27 set. 2009. in Applicant Tracking Systems?” Workfor- n. 2, verão 2006, p. 433-456.
124. Pode haver outras complicações. Por ce, out. 2002, p. 10. 142. Pursell et al., “Structured Interviewing”,
exemplo, pode-se querer decidir qual 136. Para carta de oferta e amostras de contra- p. 910.
dos vários cargos disponíveis é o melhor to de trabalho. Disponível em: <http:// 143. De um discurso do psicólogo Paul Green
para o seu candidato. www.unh.edu/hr/sites/unh.edu.hr/ contido em BNA Bulletin to Management,
125. Veja, por exemplo, Frank Landy e Don files/pdfs/offer-letter-template-status-s- 20 jun. 1985, p. 2-3. Para mais informa-
Trumbo, Psychology of Work Behavior, Ho- taff.pdf>; <http://jobsearchtech.about. ções práticas, consulte: <http://www.state.
mewood, IL: Dorsey Press, 1976, p. 131 com/od/jobofferletters/a/jobofferlet- gov/documents/organization/107843.
‑169. Há muitas outras possibilidades. ter.htm>. Acesso em: 23 jun. 2014. pdf>. Acesso em: 23 jun. 2014.
Veja, por exemplo, Gatewood e Feild, 137. Para obter informações e orientação.
Human Resource Selection, p. 278-279. Disponível em: <http://www.shrm.org/
126. Bill Leonard, “Wanted: Shorter Time to templatestools/pages/default.aspx>.
Hire”, HR Magazine, nov. 2011, p. 49-52. Acesso em: 23 jun. 2014.
Competências e
comportamentos
necessários dos funcionários
para a empresa atingir
esses objetivos estratégicos
3
Treinamento e
envolvimento
des
nto
e
e seleç rutam
Re recom
mu
e
Planejamento, rec
ão
nera ensas
2
4
Políticas e práticas de
ção total
p
RH necessárias para
estimular competências
ONDE ESTAMOS AGORA: e comportamentos dos
A Parte 2, Equipes de trabalho: descrição de cargos e alo- funcionários
o
gic
tra R
ba
l
até
ga ela lhista
res, responsabilidades e requisitos são necessários a um e le estr ç s
cargo, e como recrutar, testar e selecionar funcionários.
e
ent 1 5 ões
Ambi
Depois de selecionar e contratar, o gerente deve orientar,
treinar, avaliar, engajar e reter o funcionário e, para isso,
precisa recorrer a métodos de treinamento, desenvol
vimento, avaliação e retenção de recursos humanos. A
Parte 3, Treinamento e desenvolvimento de recursos
humanos, irá abranger: Os conceitos e as técnicas que serão abordados
na Parte 3 desempenham um papel vital na admi-
• Capítulo 7, ”Treinamento e desenvolvimento de fun nistração estratégica de recursos humanos. Como
cionários“ vemos acima, no modelo de estratégia de RH, a
• Capítulo 8, ”Avaliação e gerenciamento do desem administração estratégica de recursos humanos
penho“ significa formulação e execução de políticas e
• Capítulo 9, ”Retenção de pessoas, comprometimen práticas que estimulam competências e compor-
to e carreira“ tamentos dos funcionários para que a empresa
atinja seus objetivos estratégicos de recursos
humanos. Contratar funcionários com elevado
potencial, e cuidadosamente selecionados, não é
suficiente, mas é preciso saber como consegui-los.
Veremos na Parte 3 que estimular essas compe-
tências e comportamentos necessários exige a
implementação de políticas e práticas de treina-
mento de RH, avaliando, envolvendo e retendo
os funcionários. Em seguida, na Parte 4, aborda-
remos a remuneração desses funcionários.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Resumir o propósito e o processo de orientação dos funcionários.
2. Listar e explicar, brevemente, cada uma das cinco etapas do proces
so de treinamento.
3. Realizar um levantamento para identificar as necessidades de treina
mento.
4. Explicar como distinguir problemas que podem, ou não, ser corrigi
dos com o treinamento.
5. Discutir como motivar trainees.
6. Explicar como usar cinco técnicas de treinamento.
7. Listar e discutir, brevemente, quatro métodos de desenvolvimento
de gestão.
Fonte: Hemis/Alamy 8. Listar e discutir, brevemente, os oito passos na condução da mudan
ça organizacional.
9. Responder à pergunta: “O que é o desenvolvimento organizacional
e como ele difere das abordagens tradicionais de mudança organi
zacional?”.
10. Explicar o que considerar na avaliação da eficácia de um programa
de treinamento.
Introdução
Cerca de seis anos depois da fusão com a May Department Stores, a Macy’s estava focada na
integração de suas lojas de departamentos regionais a uma administração centralizada apenas na
Macy’s. Em seguida, a recessão e o foco mudaram para a redução de custos. Durante esses anos,
o serviço de vendas da Macy’s decaiu. Muitos vendedores simplesmente não estavam prestando
o nível de serviço que os clientes queriam. A questão é: o que a Macy’s deve fazer sobre isso?
Processo de orientação
A duração do programa de orientação depende do que você abrange. Os programas tradi-
cionais levam várias horas. O especialista em recursos humanos (ou, nas pequenas empresas,
o gerente do escritório) geralmente executa a primeira parte da orientação, explicando as
questões básicas, como horário de trabalho, benefícios e férias. Essa pessoa, então, apresen-
ta o novo funcionário ao seu supervisor. O supervisor continua a orientação, explicando a
organização, apresentando a pessoa aos seus novos colegas, familiarizando-a com o local de
trabalho e ajudando a reduzir o nervosismo do primeiro dia. Para os novos empregados em
geral, e em especial para as pessoas com deficiência, a integração e a socialização são alta-
mente influenciadas pelo comportamento de colegas e superiores.5 Os superiores devem es-
tar atentos. Acompanhar e incentivar novos funcionários a se envolver em atividades (como
intervalos com os atuais funcionários) que permitirão a cada um “aprender os caminhos” e
tornar-se produtivo.
No mínimo, uma orientação inclui informações sobre os benefícios dos empregados,
políticas de pessoal, rotina, organização e operações diárias da empresa, medidas de segu-
rança e regulamentos, e um passeio pelas instalações.6 Os novos funcionários devem receber
(e assinar) o Manual de Integração dos Funcionários, impresso ou na internet, que tenha
assuntos como estes.
MANUAL DE INTEGRAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS Tribunais podem achar que o
conteúdo do manual de integração dos funcionários representa compromissos de emprego
juridicamente vinculativos. Portanto, deixe claro que as declarações de políticas da empresa,
benefícios e regulamentos não constituem os termos e as condições do contrato de trabalho,
de forma expressa ou implícita. Além disso, os empregadores geralmente não devem inse-
rir frases como “Nenhum funcionário será demitido sem justa causa” ou declarações que
abordem benefícios ou privilégios negociados em contrato. Deve-se enfatizar que o vínculo
empregatício é “por livre vontade”.
TECNOLOGIA DE ORIENTAÇÃO Empregadores utilizam a tecnologia para apoiar a
orientação. Por exemplo, na Universidade de Cincinnati, novos funcionários usam cerca de
45 minutos para um treinamento on-line, sobre a missão do seu novo empregador, organi-
zação, políticas e procedimentos. A IBM usa ambientes virtuais, como o Second Life, para
apoiar a orientação, principalmente para os funcionários no exterior. Os novos funcionários
escolhem avatares virtuais, que, em seguida, interagem com outros avatares da empresa, para
aprender a se inscrever para os benefícios, por exemplo.7 A ION Geophysical utiliza uma so-
lução de portal de integração on-line chamada RedCarpet. O CEO (chief executive officer, di-
retor executivo) da Ion utiliza o RedCarpet para oferecer uma mensagem de boas-vindas em
vídeo. Novos contratados podem ver fotos e perfis dos membros de suas equipes de trabalho.8
Contexto estratégico
I
N. do R.T.: Trata-se do modelo Addia de design instrucional. Disponível em: <http://www.designinstrucio-
nal.com.br>. Acesso em: 26 set. 2014. Outra fonte de interesse pode ser a obra Design instrucional na prática,
de Andrea Filatro, São Paulo: Pearson, 2008.
O objetivo do gerente é distinguir entre problemas de “não poder” ou “não querer fa-
zer”. Em primeiro lugar, determinar se é um problema de não poder fazer. Por exemplo, os
funcionários não sabem o que fazer, ou há impedimentos, como a falta de ferramentas ou
materiais, ou você contratou pessoas que não têm as habilidades necessárias para fazer o tra-
balho. Talvez haja mesmo a necessidade de treinamento.
Por outro lado, pode ser um problema de não querer fazer. Nesse caso, os funcionários
poderiam fazer um bom trabalho, se quisessem.23 Por exemplo, a solução pode ser mudar o
sistema de remuneração e benefícios.
II
N. do R.T.: Trainee, aqui neste capítulo, deverá ser entendido como “treinando” ou “instruendo”, no senti-
do daquele que recebe a carga de treinamento.
Em segundo lugar, o participante também deve estar motivado para aprender o conteú-
do. Nenhum gestor quer desperdiçar seu tempo com um funcionário desinteressado (mes-
mo que ele tenha a capacidade exigida).
Muitos livros foram escritos sobre como motivar os funcionários, mas algumas obser-
vações são realmente pertinentes.26 É provável que os efeitos do programa de treinamento
sejam menores se os trainees retornarem a seus postos de trabalho com comentários malicio-
sos de seus pares ou supervisores, como: “Espero que você tenha gostado de suas pequenas
férias”. Portanto, é importante ter certeza de que pares e supervisores apoiam o esforço de
treinamento. O ideal, especialmente para programas maiores, é a alta administração apoiar
visivelmente o programa. Além disso, podem-se resumir sugestões motivacionais como segue.
obtenção de APRENDIZADO SIGNIFICATIVO Trainees estão mais motivados
para aprender algo que tenha significado para eles. Por isso:
1. No início do treinamento, dê uma visão geral sobre o material que você vai apresentar.27
2. Dê exemplos conhecidos.
3. Organize a informação do treinamento para que possa apresentá-la de forma lógica e
em unidades significativas.
4. Utilize recursos audiovisuais.
5. Crie uma necessidade de treinamento percebida na mente dos trainees.28 “Os gestores
precisam sentar e conversar com o aluno sobre o motivo de estar matriculado na tur-
ma, o que deve aprender, e como pode usá-lo no trabalho”.29
Desenvolvimento de programas
Desenvolvimento de programas significa realmente criar e montar conteúdo e materiais do pro-
grama de treinamento. Isto é, escolher o conteúdo real que o programa vai apresentar, bem
como projetar/escolher os métodos de ensino específicos (palestras e cases, on-line etc.) que
você vai usar. Equipamento de treinamento e materiais incluem iPads, livros, palestras, slides
do PowerPoint, sites e atividades virtuais, como as do curso, recursos (manuais, por exemplo)
e materiais de apoio.
Alguns empregadores criam seu próprio conteúdo de treinamento, mas há também
uma grande variedade de conteúdo on-line e off-line a escolher. Você encontrará sistemas de
Treinamento de aprendizagem
O treinamento de aprendizagem é um processo pelo qual as pessoas tornam-se trabalhadores
Treinamento de aprendizagem qualificados, geralmente, por meio de uma combinação de aprendizagem formal de longo
Processo estruturado pelo
qual as pessoas tornam-se
prazo e treinamento no trabalho. Tradicionalmente, envolve ter o aluno ou aprendiz estu-
trabalhadores qualificados dando sob orientação de um mestre. Quando a siderúrgica Dofasco descobriu que muitos
por meio de uma de seus funcionários iriam se aposentar nos próximos cinco a dez anos, a empresa decidiu
combinação de sala de aula renovar seu programa de treinamento. Novos funcionários passam cerca de 32 meses em um
e treinamento no trabalho.
III
N. do R.T.: A ABTD fez parceria com a Pearson e, juntas, lançaram o Manual de treinamento e desenvolvimento
– gestão e estratégias, organizado por Gustavo Boog e Magdalena Boog (2013).
Aprendizagem informal
Pesquisas da Sociedade Americana de Treinamento e Desenvolvimento estimam que até 80%
do que os funcionários aprendem sobre o trabalho ocorre por meios informais, incluindo a
execução de tarefas diariamente com os seus colegas.38
Embora os gerentes não consigam administrar a aprendizagem informal, ainda há mui-
to que pode ser feito para garantir que ela ocorra. Por exemplo, a Siemens Transmissão e
Distribuição de Energia em Raleigh, Carolina do Norte, nos EUA, coloca as ferramentas em
áreas de cafeteria para tirar proveito das discussões relacionadas com o trabalho. A Sun Mi-
crosystems tem uma plataforma de aprendizagem on-line informal chamada Sun Learning
Exchange, que contém mais de 5 mil itens de aprendizagem informais/sugestões abordando
temas que vão desde as vendas até o suporte técnico.39
Palestras
Dar palestras é uma maneira rápida e simples de apresentar o conhecimento a grandes gru-
pos de trainees, por exemplo, quando a força de vendas precisa conhecer as características de
um novo produto.41 Veja algumas diretrizes para a apresentação de uma palestra:42
• Não abra com uma piada irrelevante.
• Fale sobre o que você conhece bem.
• Dê sinais aos ouvintes. Por exemplo, se você tem uma lista de itens, comece com: “Há
quatro razões pelas quais os relatórios de vendas são necessários. A primeira...”
• Use histórias pertinentes e com bom humor.
• Observe os ouvintes quanto a sinais negativos, como inquietação.
• Mantenha contato visual com o público.
• Certifique-se de que todos na sala possam ouvir você.
• Deixe suas mãos caindo naturalmente ao lado do corpo.
• Discuta questões em fichas ou em slides do PowerPoint.
• Quebre uma longa explanação em uma série de pontos curtos.43
• Conclua a palestra antes do tempo.
IV
N. do R.T.: Esse trabalho é desenvolvido no Brasil pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(Senac – <http://www.senac.br/); pelo Instituto Euvaldo Lodi – Serviço Social da Indústria (IEL); e pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai – <http://www.portaldaindustria.com.br/). Além dis-
so, para mais informações, acesse o Portal da Indústria Brasileira (CNI – <http://www.portaldaindustria.
com.br/>) e o site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE – <http://portal.mte.gov.br/portal-mte/>).
Aprendizagem programada
Aprendizagem programada Se o meio é um livro, um computador ou a internet, a aprendizagem programada (ou instrução
Método sistemático para programada) é um método de autoaprendizagem passo a passo, que consiste em três partes:
o ensino de habilidades
de trabalho, envolvendo 1. Questões atuais, fatos ou problemas para o aluno.
questões ou fatos, que 2. Permitir que a pessoa responda.
permitem que a pessoa
responda e que o aluno
3. Fornecer feedback sobre a precisão das respostas, com instruções sobre o que fazer
receba feedback imediato a seguir.
quanto à precisão de
suas respostas.
Em geral, a aprendizagem programada apresenta fatos e acompanhamento de pergun-
tas. Quando o aluno responde, partes subsequentes fornecem feedback sobre a precisão da
resposta. A próxima pergunta, muitas vezes, depende de como o aluno respondeu à pergunta
anterior. O feedback fornece reforço a partir das respostas.
A aprendizagem programada reduz o tempo de treinamento e também facilita a aprendiza-
gem, permitindo que os trainees aprendam em seu próprio ritmo, obtenham feedback imediato
e reduzam o risco de erro. Alguns argumentam que os trainees não aprendem muito mais com
o aprendizado programado do que com um livro didático. No entanto, estudos geralmente in-
dicam a eficácia da aprendizagem programada.44
Sistemas de aprendizagem com tutorial inteligente têm o conteúdo necessário progra-
mado para a continuação do treinamento. Além da aprendizagem programada, os sistemas
computadorizados com tutorial inteligente sabem quais perguntas e abordagens funcionam
e não funcionam para o aluno e, em seguida, ajustam a sequência de ensino às necessidades
únicas do trainee.
Treinamento audiovisual
Embora cada vez mais substituídas por métodos baseados na web, técnicas de treinamento
baseados em audiovisual, como vídeos, filmes, PowerPoint e áudio ainda são populares.45 A
Ford Motor Company utiliza vídeos em suas sessões de treinamento de revendedores para
simular problemas e reações a várias reclamações de clientes, por exemplo.
Videoconferência
Videoconferência é um método popular para treinamento de funcionários dispersos geografi-
camente e envolve programas por vídeo e áudio transmitidos via banda larga a cabo, internet
ou satélite. Fornecedores como a Cisco desenvolvem produtos de videoconferência, como
Aprendizagem simulada
Aprendizagem simulada significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Uma pesquisa
perguntou para profissionais qualificados que experiências de treinamento tinham com
aprendizagem virtual. As porcentagens de cada experiência foram:
• Jogos do tipo realidade virtual, 19%.
• Guia de animação passo a passo, 8%.
• Cenários com animação e sobreposição de perguntas e decisões, 19%.
• Dramatização on-line com fotos e vídeos, 14%.
• Treinamento de software, incluindo imagens com pedidos interativos, 35%.
• Outros, 6%.54
A realidade virtual coloca o aluno em um ambiente tridimensional artificial que simula os
eventos e as situações que podem ser vividos no trabalho.55 Dispositivos sensoriais transmitem
como o trainee está respondendo ao computador, e ele “vê, sente e ouve” o que está aconte-
cendo, assistido por óculos especiais e dispositivos auditivos e sensoriais.56
EXEMPLO DAS FORÇAS ARMADAS DOS EUA As forças armadas norte-americanas usam
programas baseados em simulação no treinamento de soldados e oficiais. Por exemplo, o exér-
cito desenvolveu programas de treinamento com jogos em vídeo, chamados Full Spectrum Com-
mand e Full-Spectrum Warrior para as tropas de treinamento em guerrilha urbana. De acordo
com uma descrição, os dois jogos oferecem características extremamente realistas, dentro de
um contexto que enfatiza a liderança em tempo real e as habilidades de tomada de decisão.57
A corporação Environmental Tectonics em Orlando, nos EUA, criou uma simulação avançada
de Gestão de Desastres para trainees em resposta às emergências médicas. É tão realista que
é “inquietante”, os trainees, incluindo bombeiros e funcionários do aeroporto, respondem a
imagens e sons de um acidente simulado por meio de dispositivos e rádios.58
WEB 2.0 A aprendizagem Web 2.0 utiliza tecnologias on-line, como mídias sociais (Fa-
cebook, Twitter e LinkedIn), mundos virtuais (Second Life) e sistemas que combinam o
treinamento síncrono e assíncrono com blogs, salas de chat, pesquisadores da internet, com-
partilhamento de bookmark e ferramentas como simulações em 3-D.59 Por exemplo, a British
Petroleum (BP) usa o Second Life para treinar novos funcionários da plataforma. O objetivo
é mostrar a plataforma e simular como usar os recursos de segurança nos tanques de armaze-
namento de gasolina. A BP construiu representações tridimensionais dos sistemas de tanques
no Second Life. Os trainees podem usá-los para “ver” o que está oculto e observar os efeitos
do uso de dispositivos de segurança.60
VANTAGENS Em geral, tecnologias interativas e treinamentos simulados reduzem o tem-
po de aprendizagem em 50%.61 Outras vantagens incluem a consistência de ensino (não há
Simulação avançada de
gestão de desastres para
trainees em resposta às
emergências médicas, criada
pela Environmental Tectonic
de Orlando.
variação de conteúdo com o uso dos computadores como acontece com os treinamentos
presenciais), o domínio da aprendizagem (se o aluno não aprende, geralmente não pode
passar para o próximo passo), o aumento da retenção e o aumento da motivação do trainee
(resultantes do feedback responsivo).
Treinamentos on-line
Treinadores utilizam cada vez mais a aprendizagem on-line para oferecer programas. Até
poucos anos atrás, novos vendedores da ADP tinham um caro treinamento obrigatório de
duas semanas em sala de aula, no centro de treinamento da ADP, em Atlanta, Geórgia (EUA).
Hoje, a ADP treina seus novos vendedores on-line, usando o Blackboard Learning Manage-
ment System, semelhante ao utilizado por muitos estudantes universitários.62 A empresa ita-
liana de óculos Luxottica (cujas marcas incluem LensCrafters, Pearl Vision e Sunglass Hut)
oferece treinamento padronizado para os seus 38 mil funcionários em todo o mundo, via o
acesso imediato à informação on-line, como novos produtos e regulamentos.63
Há duas maneiras básicas de oferecer cursos on-line para os funcionários. Primeiro, o
empregador pode ter seus funcionários fazendo cursos relevantes por si próprios (intranet),
por ofertas on-line ou de fornecedores de treinamento on-line. Por exemplo, o empregador
pode providenciar que seus funcionários façam cursos de segurança do trabalho do Serviço
Social da Indústria (Sesi – <http://www.sesisp.org.br/>).
PORTAIS DE APRENDIZAGEM A segunda abordagem é planejar seus cursos com um
fornecedor de treinamento on-line para que fiquem disponíveis via portal de aprendizagem,
baseado na intranet do empregador. O portal de aprendizagem é uma seção do site de um
empregador que oferece aos funcionários acesso on-line a muitos ou todos os cursos de
treinamento necessários para ter sucesso em seus trabalhos. Na maioria das vezes, o empre-
gador contrata prestadores de serviços. Nos EUA, uma busca no Google para empresas de
e-learning revela muitos desenvolvedores como SkillSoft, Plateau Systems e Employment Law
Learning Technologies. No Brasil, quando os funcionários vão para o portal de aprendiza-
gem da sua empresa, podem acessar o Portal Senai (<https://portal.sp.senai.br/>) e ver o
menu de cursos de treinamento oferecidos.
Aprendizagem móvel
Aprendizagem móvel (ou “aprendizagem por demanda”) significa oferecer conteúdos de apren-
dizagem sob demanda por meio de dispositivos móveis, como telefones celulares, laptops e
iPads, onde e quando o aluno tem o tempo e o desejo de acessá-los.69 Por exemplo, com o uso
de dominKnow (<www.dominknow.com>, em inglês), iPod touch e iPhone Learning Center
Portal, os trainees podem entrar e fazer cursos on-line completos.70
Os empregadores utilizam aprendizagem móvel para fornecer “treinamento corporativo
e downloads sobre tudo, desde como fechar um importante negócio de vendas até a perfeiçoar
a mudança organizacional, aprender espanhol para negócios [...] Você pode [...] andar de
bicicleta e ouvir o programa de treinamento”.71 A Capital One comprou 3 mil iPods para os
trainees que se inscreveram em um dos 20 cursos conduzidos por instrutores em sua Capital
One University. O departamento de treinamento, com um provedor de internet, desenvolveu
um audiolivro e criou um site de aprendizado de áudio dentro do firewall do Capital One.
Os funcionários usam os recursos para baixar os livros e outros materiais solicitados pelos ins-
trutores para seus iPods.72 A IBM utiliza aprendizagem móvel para fornecer informações just-
-in-time (por exemplo, sobre os novos recursos do produto) para sua força de vendas. Alguns
Sala de aula virtual
Método de ensino que empregadores recorrem a blogs para se comunicar com os trainees.73 A JP Morgan incentiva
utiliza o software de os funcionários a usar mensagens instantâneas como um dispositivo de aprendizagem rápida,
colaboração especial para por exemplo, para atualizar os colegas, em tempo real, sobre novos produtos.
permitir que vários alunos
remotos, usando seus PCs
ou laptops, participem, ao Sala de aula virtual
vivo, das discussões de A sala de aula virtual utiliza um software de colaboração especial para permitir que vários alu-
áudio e vídeo, comunicando nos remotos, usando seus PCs ou laptops, participem, ao vivo, das discussões de áudio e vídeo,
‑se por meio de texto
escrito, e aprendendo por se comuniquem por meio de texto escrito e aprendam através de conteúdos, como slides do
conteúdos, como slides do PowerPoint.
PowerPoint. A sala de aula virtual combina o melhor da aprendizagem baseada na web, oferecida por
Aprendizagem contínua
sistemas como o Blackboard e WebCT com vídeo e áudio ao vivo. Assim, o Elluminate Live!
Funcionários têm (<http://www.elluminate.com/Services/Training/Elluminate_Live!/?id=418>, em inglês) per-
experiências de mite aos alunos se comunicar com áudio, criar comunidades com perfis de usuários e de vídeo
aprendizagem contínua ao vivo, colaborar com bate-papo e quadros compartilhados e aprender com os aplicativos com-
ao longo do período partilhados, como slides do PowerPoint.74
em que trabalham na
empresa, com o objetivo
de garantir que tenham a Técnicas de aprendizagem contínua e alfabetização
oportunidade de aprender
Aprendizagem contínua significa proporcionar aos funcionários experiências de aprendiza-
as habilidades necessárias
para realizar seus trabalhos gem ao longo do seu período na empresa, com o objetivo de garantir que tenham a opor-
e expandir seus horizontes tunidade de aprender as habilidades necessárias para fazer seus trabalhos e ampliar seus
profissionais. horizontes. Por exemplo, um garçom sênior no restaurante Rhapsody, em Chicago (EUA),
recebeu seu diploma de graduação e começou a trabalhar como mestre do serviço social,
utilizando a conta de aprendizagem contínua (Life learning account-LiLa), programa ofe-
recido pelo empregador. A aprendizagem contínua pode, portanto, variar desde o ensino
de habilidades básicas (por exemplo, inglês como segunda língua) até nível de graduação.
ALFABETIZAÇÃO Segundo estimativa, cerca de 39 milhões de pessoas nos Estados Uni-
dos têm dificuldades de aprendizagem.75 No entanto, a ênfase no trabalho em equipe e na
qualidade exige que os empregados leiam, escrevam e compreendam números.76
Os empregadores, muitas vezes, se voltam para empresas privadas, como a Education Mana-
gement Corporation para fornecer a educação necessária aos funcionários.77 Outra abordagem
de alfabetização simples é ensinar habilidades básicas aos supervisores que podem dar exercí-
cios de redação e oratória aos funcionários.78 Por exemplo, se um funcionário precisa usar um
manual para descobrir como alterar algo, ensina-se a pessoa a consultar o índice para localizar
a seção relevante. Outros trazem professores do ensino médio para melhorar a leitura. Uma
opção é os funcionários comparecerem a cursos de jovens e adultos (EJA) ou ensino médio.
Treinamento de equipe
O trabalho em equipe nem sempre vem naturalmente. Empresas dedicam muitas horas de
treinamento para novos funcionários ouvirem uns aos outros e cooperarem.82 Um programa
de treinamento de equipe em uma unidade da Coca-Cola, em Baltimore (EUA), ilustra isso.
Nesse caso, a unidade sofria de alta rotatividade e absenteísmo. O novo gerente da fábrica
decidiu reorganizar em torno de equipes e usar o treinamento para apoio à nova organização.
O treinamento de equipe concentra-se em técnica interpessoal e gestão de equipe. Em
termos de técnica de treinamento, por exemplo, a gestão incentivou os funcionários da equi-
pe a aprender os trabalhos uns dos outros, com o objetivo de estimular as atribuições flexíveis.
Treinamento cruzado O treinamento cruzado significa treinamento de funcionários para fazer diferentes tarefas ou
Treinamento de funcionários trabalhos que não o seu, pois isso facilita a flexibilidade e a job rotation, como quando você
para fazer diferentes tarefas
espera que os membros da equipe ocasionalmente compartilhem o trabalho.
ou trabalhos que não o seu,
facilitando a flexibilidade e a Quando o trabalho em equipe falha é, muitas vezes, em razão de problemas i nterpessoais,
job rotation. como conflitos na equipe, falta de consenso, falhas nas comunicações e crítica pessoal. Nesse
caso, o treinamento da equipe inclui habilidades interpessoais de treinamento, como ouvir,
lidar com conflitos e negociações.83 Na prática, as equipes eficazes também exigem certas
habilidades de gerenciamento de equipe. Nesse caso, a capacidade de gestão da equipe incluiu
treinamento em resolução de problemas, gerenciamento de reuniões, decisões e liderança
de equipe na decisão de consenso (já que cada membro teve que exercer a liderança da equi-
pe em um momento ou outro).
Os empregadores também aplicam o treinamento para construir equipes de gestão mais
fortes. Isso, muitas vezes, envolve métodos de treinamento especiais. Por exemplo, alguns uti-
lizam “esportes de aventura” ou treinamento “radical”, como programas da Outward Bound
Brasil (<http://www.obb.org.br>) para a construção de trabalho em equipe. Esse treinamen-
to geralmente envolve levar a equipe de gestão da empresa para uma atividade externa em
terreno montanhoso acidentado. As atividades podem incluir, por exemplo, rafting por meio
de corredeiras com obstáculos. O objetivo é incentivar a confiança e o trabalho em equipe.84
Outros métodos de treinamento incluem a aprendizagem na ação e treinamento, que vamos
abordar mais adiante neste capítulo.
Desenvolvimento gerencial
Qualquer tentativa de Implementação de programas de
melhorar o desempenho
atual e futuro da gestão desenvolvimento gerencial
pela transmissão de
conhecimentos, mudança Desenvolvimento gerencial compreende qualquer tentativa de melhorar o desempenho ge-
de atitudes ou aumento rencial ao transmitir conhecimentos, mudança de atitudes ou aumentar as habilidades.
de habilidades.
Jogos virtuais de
gerenciamento habilitam
os trainees a aprender,
tomando decisões reais em
situações simuladas.
V
N. do R.T.: Para se aprofundar no assunto, recomenda-se a leitura de GRAMIGNA, Maria Rita. Jogos de empre-
sa. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007; ______. Jogos de empresa e técnicas vivenciais. 2.ed. São Paulo: Pearson, 2007.
Desenvolvimento de liderança da GE
A General Electric é conhecida por sua capacidade de desenvolver o talento executivo. Seu
mix atual dos programas de desenvolvimento de executivos ilustra o que está disponível
no mercado:101
• Programas de liderança: programas plurianuais de treinamento contam com cerca de
3 mil funcionários de várias funções, com o objetivo de capacitar as pessoas e fazer da
GE uma grande empresa.
• Sessão C: intenso processo de avaliação de desempenho de vários níveis da GE. O
CEO analisa pessoalmente os 625 funcionários top a cada ano.
• Crotonville: campus de treinamento corporativo da GE, em Nova York (EUA). Ele
oferece uma mistura de aprendizagem convencional em sala de aula e treinamento
em equipe e viagens culturais.
• Boca Raton: reunião anual dos 625 melhores funcionários da GE, que se conectam,
partilham suas melhores ideias e começam a entender a estratégia da empresa para o
próximo ano.
• A próxima grande questão: quer se trate de produtividade ou melhoria da qualidade
por meio do “Six Sigma” ou da “inovação”, a GE concentra seus funcionários sobre
temas ou iniciativas centrais.
• Jantares mensais: Jeffrey Immelt, CEO da GE, reúne-se periodicamente em jantares e
cafés da manhã para saber mais sobre seus principais executivos e para “fortalecer suas
conexões com sua equipe de topo”.102
VI
N. do R.T.: Serviço semelhante é feito no Brasil pela Fundação Carlos Chagas. A instituição realiza seleção
de recursos humanos, processos vestibulares, avaliação de aprendizagem, certificação de profissionais e
pesquisas educacionais. Veja mais em: <http://www.fcc.org.br/institucional>.
O que mudar
Diante de situações como essas, os gestores como Stephen Elop podem mudar um ou mais
dos cinco aspectos de suas empresas em relação a estratégia, cultura, estrutura, tecnologias ou
atitudes e habilidades dos funcionários.
MUDANÇA ESTRATÉGICA Fazem reviravoltas organizacionais e, muitas vezes, começam
com uma mudança na estratégia da empresa, missão e visão. Por exemplo, Elop firmou uma
parceria estratégica com a Microsoft, com o objetivo de apresentar um novo smartphone
baseado no Windows dentro de um ano.
OUTRAS MUDANÇAS O novo CEO da Nokia instituiu outras mudanças organizacio-
nais. Em termos de estrutura, a Nokia dividiu a responsabilidade por seus smartphones e
celulares em duas novas unidades. Substituiu gestores nas unidades de telemóveis da Nokia
e de mercados. Em tecnologia, Elop reduziu o papel central do sistema operacional Symbian
em seus smartphones, substituindo-o pelo sistema operacional móvel da Microsoft. Elop
pediu à sua nova equipe de gestão que mudasse a cultura da empresa, por exemplo, impri-
mindo a necessidade de erradicar a tomada de decisões burocráticas sobre os funcionários
da Nokia.
No entanto, mudanças estratégicas, culturais, estruturais e tecnológicas falham sem o
apoio ativo dos funcionários. Por exemplo, um grande distribuidor de bebidas encontrou
a oposição de sua força de vendas quando mudou seu sistema baseado em papel para a
gestão de vendas em laptops sem fio.107 Liderar a mudança organizacional invariavelmente
requer mudar os próprios funcionários, principalmente suas atitudes, habilidades e compor-
tamentos.108
Infelizmente, receber o apoio dos funcionários não é fácil. A mudança pode requerer a
colaboração de dezenas ou mesmo centenas de gerentes e supervisores, muitos dos quais po-
dem ver a mudança como prejudicial. A resistência pode, portanto, ser enorme. Saber como
lidar com ela é o coração da mudança organizacional.
Estágio de movimento
3. Criar uma coalizão administrativa Ninguém pode realmente implementar uma mu-
dança organizacional sozinho. A maioria dos CEOs cria uma coalizão administrativa
de pessoas influentes, que atuam como missionários e implementadores.
4. Desenvolver e comunicar uma visão compartilhada Por exemplo, a visão de Stephen
Elop era de uma Nokia voltada para o futuro, movendo-se rapidamente para construir
avançados smartphones baseados no sistema operacional da Microsoft. As diretrizes
aqui são manter a visão simples (por exemplo, “Vamos ser mais rápidos do que qualquer
um em satisfazer as necessidades dos clientes”), usar vários fóruns (reuniões, e-mails,
interação formal e informal) e liderar pelo exemplo.111
5. Ajudar os funcionários a fazer a mudança Existem impedimentos para mudar? Po-
líticas, procedimentos e organização da empresa tornam a ação difícil? Os gestores
intransigentes desencorajam os funcionários a atuar? Se assim for, devem-se resolver
os impedimentos. Por exemplo, Elop rapidamente substituiu muitos dos gestores de
topo e de nível médio da Nokia.
6. Consolidar ganhos e produzir mais mudança Apontar para realizações atingíveis em
curto prazo. Use a credibilidade para mudar os sistemas restantes, as estruturas e as
políticas que não se encaixam bem com a nova visão da empresa.112
Estágio de recongelamento
7. Reforçar as novas formas de fazer as atividades A partir de mudanças nos sistemas
e procedimentos da empresa. Por exemplo, usar novos sistemas de avaliação e incen-
tivos para reforçar os comportamentos desejados.
8. Monitorar e avaliar o progresso Trata-se de comparar onde a empresa está e onde de-
veria estar. Na Nokia, por exemplo, “Quantos novos produtos a empresa introduziu?”
Note, no entanto, a mudança organizacional requer mais do que processo de oito passos
úteis: o estilo de liderança do gestor é importante. Líderes transformacionais são mais propen-
sos a alcançar a mudança organizacional, afinal, motivam os seus colaboradores a transcen-
der seus interesses pessoais, para que se identifiquem com um objetivo coletivo e articulem
uma visão clara e atingível.113
Desenvolvimento 1. Geralmente envolve pesquisa-ação, o que significa coletar dados sobre um grupo, depar-
organizacional tamento ou organização, e passar as informações aos empregados, para que eles possam
Abordagem especial para analisá-las e desenvolver hipóteses sobre os possíveis problemas.
a mudança organizacional 2. Aplica-se o conhecimento das ciências comportamentais para melhorar a eficácia da
em que os próprios
organização.
trabalhadores formulam e
implementam a alteração 3. Muda a organização em uma determinada direção, em direção à autonomia, melhoria
que é necessária. da resolução de problemas, capacidade de resposta, qualidade do trabalho e eficácia.
Existem quatro categorias básicas de aplicações do desenvolvimento organizacional: pro-
cesso humano, tecnoestrutural, administração de recursos humanos e estratégica (Quadro 7.2).
A pesquisa-ação é a base de todas as quatro, os próprios funcionários analisam os dados necessá-
rios, projetam e implementam as soluções.
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Antes do treinamento Após o treinamento
Semanas
Revisão
RESUMO
1. Ao admitir um novo funcionário, inicie orientando-o e 3. Com isso feito, você pode focar na implementação
treinando-o. Orientação dos funcionários significa for- do programa de treinamento. Métodos específicos
necer informação de que necessitam para trabalhar, incluem treinamento no trabalho, treinamento de
e ajudá-los a criar vínculo emocional com a empresa. aprendizagem, aprendizagem informal, treinamento
Isso pode envolver simplesmente o fornecimento de de instrução, palestras, aprendizagem programada,
materiais de orientação escritos e breves e um manual treinamento baseado em audiovisual, treinamento
de integração dos funcionários, mas, às vezes, envolve de simulação, videoconferência, sistemas eletrôni-
um processo formal que visa incutir no trabalhador cos de apoio ao desempenho e treinamento baseado
valores estimados na empresa. O processo de treina- em computador. O treinamento computadorizado é
mento de quatro etapas inclui análise de necessida- cada vez mais popular, com muitos programas com-
des, desenho instrucional, implementação e avaliação. pilados disponíveis. Frequentemente, os programas
Trainees precisam ser motivados a aprender. Garantir de hoje são baseados na internet, com funcionários
que estejam motivados envolve tornar a aprendizagem acessando programas on-line, apoiados por sistemas
significativa, conduzindo a transferência de competên- de gestão de aprendizagem, por meio de portais da
cias e reforçando o aprendizado. empresa. Os empregadores também recurrem cada
2. Podemos usar a sigla Addia para delinear o processo vez mais à aprendizagem móvel, por exemplo, em
de treinamento: analisar, desenhar, desenvolver, im- cursos de curta duração. Com o aumento da deman-
plementar e avaliar. Antes de treinar funcionários, é da por funcionários tecnologicamente alfabetizados,
necessário analisar suas necessidades de treinamen- a aprendizagem contínua pode ajudar a garantir
to e elaborar o programa. No treinamento de novos que os funcionários tenham as capacitações básicas
funcionários, empregadores usam análise de tarefa, de que precisam para ter sucesso em seu trabalho. A
que significa um estudo detalhado do trabalho para diversidade corporativa e o treinamento visam criar
determinar quais são as competências que o trabalho maior sensibilidade intercultural com o objetivo de
exige. Para os empregados atuais, é necessária aná- incentivar relações de trabalho mais harmoniosas.
lise de desempenho, especificamente para verificar 4. A maioria dos métodos de treinamento é útil para
se há eficiência de desempenho e para determinar todos os funcionários, mas alguns são particularmen-
se o treinamento é a solução. A distinção entre os te apropriados para programas de desenvolvimen-
problemas de não poder fazer e não querer fazer é to gerencial. Como todos os funcionários, os novos
a questão principal. Depois de entender as questões, gestores, muitas vezes, começam o treinamento no
você pode desenvolver um programa de treinamen- trabalho, por exemplo, por meio de job rotation e
to, o que significa identificar os objetivos específicos, coaching. Além disso, é habitual fornecer vários
planejando um orçamento, e, então, conceber o pro- treinamentos e oportunidades de desenvolvimento,
grama em termos de conteúdo real. fora do local de trabalho, por exemplo, utilizando o
PALAVRAS-CHAVE
orientação dos funcionários 173 sala de aula virtual 185
treinamento 174 aprendizagem contínua 185
treinamento negligente 174 treinamento cruzado 186
análise de tarefas 176 desenvolvimento gerencial 187
modelo de competências 177 job rotation 187
análise de desempenho 177 aprendizagem na ação 187
treinamento no trabalho (on-the-job training – OJT) 180 método de estudo de caso 188
treinamento de aprendizagem 180 jogo de empresa 188
treinamento de instrução (job instruction training – role playing 189
JIT) 181 modelagem do comportamento 189
aprendizagem programada 182 centro de desenvolvimento próprio 189
sistemas eletrônicos de apoio ao desempenho (electro- coach executivo 190
nic performance support systems – EPSS) 182 desenvolvimento organizacional 193
facilitador do trabalho 182 experimentação controlada 195
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Novo programa de treinamento chateados mês passado, quando descobriram que não foram
pagos no final da semana, na sexta-feira, mas (como são to
Os Centros de limpeza Carter, atualmente, não têm dos os funcionários Carter) na terça-feira seguinte. A Carter
nenhuma orientação formal, políticas ou procedimentos de usa o extra de dois dias, em parte, para dar-lhes tempo de
treinamento, e Jennifer acredita que essa é uma razão pela obter as horas de todos e calcular o salário. A outra razão,
qual as normas às quais ela e seu pai gostariam que os em de acordo com Jack, é que ”francamente, quando ficamos
pregados aderissem geralmente não são seguidas. alguns dias atrasados no pagamento de funcionários ajuda a
A Carter preferiria que certas práticas e procedimentos fos garantir que, pelo menos, nos deem aviso prévio de alguns
sem usados para lidar com os clientes nos balcões de atendi dias antes de se desligar. Enquanto nós estamos, de fato,
mento. Por exemplo, todos os clientes devem ser saudados obrigados a lhes pagar, achamos que psicologicamente pa
com o que Jack se refere como um ”grande olá”. O vestuário recem menos propensos a apenas sair na sexta à noite e
deve ser imediatamente inspecionado sobre qualquer dano não aparecer na segunda de manhã se ainda não tiverem
ou mancha incomum, para que estes possam ser mostrados recebido o seu salário em relação à semana anterior. Dessa
ao cliente, e que o cliente mais tarde não culpe erroneamente forma, pelo menos nos dão aviso prévio de alguns dias, para
a loja ao voltar para pegar a roupa. As peças, então, devem que possamos encontrar um substituto”.
ser imediatamente colocadas em conjunto em um saco de Há outros assuntos que poderiam ser abordados durante a
náilon para separá-las do vestuário de outros clientes. A or orientação e o treinamento, diz Jennifer. Eles incluem a polí
dem de serviço também tem de ser cuidadosamente escrita, tica da empresa em relação ao pagamento de férias, atrasos e
com o nome do cliente, o número de telefone e a data com faltas, benefícios para a saúde (não há nenhum, além da com
precisão e clareza em todas as cópias. O funcionário, ainda, pensação dos trabalhadores), abuso de substâncias, comer
deve ter a oportunidade de tentar vender os serviços adicio ou fumar no local de trabalho (ambos proibidos) e as ques
nais ao cliente, como impermeabilização, ou simplesmente tões gerais, como manutenção de um ambiente limpo e área
avisá-lo de que ”Estamos com um desconto especial sobre de segurança do trabalho, aparência pessoal e limpeza, re
limpeza de cortinas nesse mês”. Finalmente, é suposto um gistros de presença, telefonemas pessoais e e-mail pessoal.
comentário cortês como ”Tenha um bom dia” ou ”Dirija com Jennifer acredita que os programas de orientação e treina
segurança”. Cada um dos outros postos de trabalho nas lojas mento ajudariam a garantir que os funcionários soubessem
tem certos passos, procedimentos, e devem seguir as nor como fazer o seu trabalho da maneira certa. E ela e seu pai
mas da Carter. ainda pensam que é apenas quando os funcionários compre
Jennifer acha que a empresa teve problemas por conta endem a maneira correta de fazer as suas tarefas que existe
da falta de treinamento adequado e orientação dos funcio alguma esperança de que seus trabalhos sejam realizados da
nários. Por exemplo, dois novos funcionários ficaram muito forma como a Carter deseja.
Perguntas
b. melhorar competências de relacionamento entre em
pregados novos e antigos?
1. Como a baixa qualificação dos subordinados e a pressão
c. haver maior integração entre empregados novos, que
no trabalho podem interferir no processo de empodera
ainda não se conhecem bem?
mento? E de coaching?
d. descobrir habilidades ou aptidões não utilizadas pelos
2. Que tipos de treinamento podem ser usados por Arnaldo,
empregados mais antigos em suas rotinas de traba
com seus subordinados, a fim de:
lho e que podem melhor contribuir para os resultados
a. desenvolver habilidades técnicas mais rapidamente
pretendidos pela empresa?
entre os novos empregados da área de finanças da
empresa?
Notas
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Magazine, jan. 2005, p. 57. Veja também Development, nov. 2007, p. 24-26. pment and Change, p. 501.
Michael Laff, “Centralized Training Lea- 108. Idem. 120. Para uma descrição de como fazer do
ds to Nontraditional Universities”, Trai- 109. Os passos são baseados em Michael Beer, desenvolvimento organizacional parte
ning & Development, jan. 2007, p. 27-29; Russell Eisenstat e Bert Spector, “Why da estratégia organizacional, veja Aubrey
e Chris Musselwhite, “University Execu- Change Programs Don’t Produce Chan- Mendelow e S. Jay Liebowitz, “Difficul-
tive Education Gets Real”, Training & ge”, Harvard Business Review, nov./dez. ties in Making OD a Part of Organizatio-
Development, maio 2006, p. 57. 1990, p. 158-166; Thomas Cummings e nal Strategy”, Human Resource Planning
Christopher Worley, “Organization Deve- 12, n. 4, 1995, p. 317-329; e Valerie Gar-
row e Sharon Varney, “What Does OD para a discussão de um processo de cole- relacionado aos resultados financeiros”.
Do?”, People Management, 4 jun. 2009. ta de dados de avaliação do treinamento. Diante disso, os gestores podem querer
121. Wexley e Latham, Developing and Trai- 125. Veja, por exemplo, Antonio Aragon- avaliar os resultados do treinamento
ning Human Resources, p. 128. -Sanchez et al., “Effects of Training on não apenas em termos de comporta-
122. Todd Raphel, “What Learning Mana- Business Results”, International Journal of mento e desempenho dos funcionários,
gement Reports Do for You”, Workforce, Human Resource Management 14, n. 6, set. mas quanto ao desempenho financeiro
jun. 2001, p. 56-58. 2003, p. 956-980. da empresa, também. Veja Phyllis Tha-
123. Wexley e Latham, Developing and Trai- 126. Uma revisão recente concluiu que a re- renou et al., “A Review and Critique of
ning Human Resources, p. 153. lação entre o treinamento de recursos Research on Training and Organizatio-
124. Veja, por exemplo, Jack Phillips e Pat- humanos e os resultados e desempenho nal Level Outcomes”, Human Resource
ti Phillips, “Moving From Evidence to organizacional é positiva, mas que o trei- Management Review 17, 2007, p. 251-273.
Proof”, T+D 65, n. 8, ago. 2011, p. 34-39 namento “é apenas muito fracamente
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar de estudar este capítulo, você deverá ser capaz de:
1. Explicar o propósito da avaliação de desempenho.
2. Responder à pergunta: ”Quem deve fazer a avaliação?”.
3. Discutir os prós e os contras de pelo menos oito métodos de avaliação de
desempenho.
4. Dar exemplos de cinco potenciais problemas de avaliação.
5. Explicar como conduzir uma entrevista de feedback de avaliação.
6. Explicar como aplicar um programa de gestão do desempenho.
7. Dar exemplos de segmentação e gestão ativa de talentos de uma empresa.
Introdução
A TRW fornece direção, frenagem, segurança e equipamentos eletrônicos de automóvel para
clientes no mundo inteiro.1 Há vários anos, a TRW estava profundamente endividada.2 Com mais
de 100 mil funcionários em cinco continentes, a gestão sabia que precisava basear a sua nova
estratégia na melhoria da competitividade e desempenho. Na época, a maioria dos departamen
tos distantes da TRW usaram seus próprios sistemas de avaliação de desempenho em papel. A
alta administração decidiu que precisava de um novo sistema de gestão do desempenho para
toda a empresa, a fim de ajudar a harmonizar o que os funcionários estavam fazendo em relação
aos novos objetivos.
Itens de avaliação
____ • O instrutor foi preparado para as suas palestras.
____ • O conteúdo foi consistente com os objetivos do curso.
____ • O instrutor foi justo na forma como ele me avaliou.
____ • O instrutor planejou e organizou cuidadosamente este curso.
____ • O instrutor estava disponível durante suas horas de expediente divulgadas.
____ • O instrutor respondeu a perguntas on-line em tempo hábil.
____ • Em termos de conhecimento e/ou experiência, o instrutor era competente para ministrar
este curso.
____ • No geral, como você classificaria este curso?
Feedback e ações
corretivas: coach e conselho Estabeleça metas e
de funcionários ou outros passos, padrões de desempenho
conforme exigido
Avalie o desempenho
do empregado
Gestão do desempenho
Para vários objetivos da avaliação, as habituais revisões anuais ou semestrais podem ser sufi-
cientes. Por exemplo, promoções e aumentos tendem a ser decisões periódicas. Contudo, para
corrigir o desempenho, é preciso observar continuamente os funcionários de linha. O mesmo
se aplica ao reconhecimento de um desempenho excepcional.
Muitos empregadores, portanto, têm uma abordagem mais contínua para avaliação de
desempenho. Por exemplo, na fábrica da Toyota Motor em Lexington, Kentucky, na unidade
Gestão do desempenho Camry, as equipes de funcionários monitoram seus próprios resultados. Em reuniões frequen-
Processo contínuo de tes, eles alinham esses resultados continuamente com os padrões da equipe de trabalho, e com
identificação, medição a qualidade geral da fábrica e metas de produtividade. Os membros da equipe que precisam de
e desenvolvimento do treinamento são treinados e procedimentos que necessitam de mudança são alterados.
desempenho de indivíduos
e equipes, e alinhamento do Este é o gerenciamento de desempenho em ação. A gestão do desempenho é o processo
seu desempenho com os contínuo de identificação, medição e desenvolvimento do desempenho de indivíduos e equi-
objetivos da organização. pes para alinhar o seu desempenho com os objetivos da organização.7
Muitos empregadores têm o que eles chamam de gestão do desempenho, mas ainda apli-
cam a avaliação de desempenho tradicional. As principais diferenças são os ajustes da gestão
do desempenho, contínuos e baseados nas metas.8 Como disse um especialista, “Um sistema que
envolve avaliações de funcionários, uma vez por ano, sem um esforço contínuo para fornecer
feedback [...] não é um verdadeiro sistema de gestão do desempenho”.9 O Quadro Contexto
estratégico ilustra isso.
Contexto estratégico
TRW
A administração da TRW decidiu que precisava de um novo sistema de gestão do desempenho
para ajudar a sintonizar o desempenho real de seus funcionários com novas metas operacionais da
empresa. A alta administração nomeou uma equipe com o objetivo de criar um sistema de gestão
do desempenho consistente (funcionários de todas as unidades distantes da TRW poderiam usar
o mesmo sistema) e abrangente (que consolidou em um único sistema integrado a definição de
metas, avaliação do desempenho, desenvolvimento profissional e planejamento de sucessão).
O novo sistema de gestão do desempenho produziu muitos benefícios. Mais notavelmente,
focaliza a atenção de todos os funcionários sobre o que precisam fazer para ajudar a alcançar as
metas da TRW. Ele também descobre as necessidades de desenvolvimento dos empregados que
são relevantes para o sucesso da TRW e do empregado.
RH na prática
A segunda base mais popular para avaliar alguém é utilizar um formulário com critérios
genéricos (como “qualidade” e “quantidade”). Assim, o formulário de avaliação de um ins-
trutor pode incluir critérios como: “O instrutor é bem preparado”.
GESTÃO DE TALENTOS, COMPETÊNCIAS E PADRÕES DE COMPORTAMENTO
Uma terceira opção é avaliar os funcionários com base nas competências ou habilidades (ou
“padrões de comportamento”) que o trabalho exige.
Considere um exemplo. Vimos no Capítulo 4 que a divisão de exploração da British
Petroleum (BP) avalia as competências dos trabalhadores, usando uma matriz de habilida-
des (veja a Figura 4.8). Essa matriz mostra as competências básicas a serem avaliadas (como
“conhecimentos técnicos”), e o nível mínimo de cada habilidade que o trabalho exige. Fun-
cionários com o nível exigido de cada habilidade estão qualificados para ocupar o cargo.
Um comitê de avaliação
é geralmente composto
pelo superior imediato do
empregado e outros três ou
quatro superiores.
Fonte: nyul/Fotolia
praticamente todos os demais funcionários classificaram-se pelo menos entre os top 50%.19
Em outro estudo, autoavaliações estavam negativamente correlacionadas com o desempenho
em avaliação posterior – quanto melhor se autoavaliavam, pior ficavam no centro de avalia-
ção. Por outro lado, uma média das classificações dos superiores, pares e subordinados previa
o desempenho do centro de avaliação.20
AVALIAÇÃO PELOS SUBORDINADOS Muitos empregadores fazem subordinados ava-
liar gestores, geralmente, para desenvolvimento e não para fins de remuneração. O anoni-
mato afeta esse feedback. Gestores que recebem feedback de funcionários que se identificam
aceitam melhor o processo, mais positivamente do que os gestores que recebem comentários
anônimos. No entanto, os funcionários preferem dar respostas anônimas, e aqueles que de-
vem identificar-se tendem a avaliar positivamente.21
O feedback de baixo para cima pode melhorar o desempenho de um gerente. Foi feito
um estudo com 252 gestores durante as cinco administrações anuais com um programa de
feedback de baixo para cima. Os gerentes que foram inicialmente classificados fracos ou me-
dianos “demonstraram melhorias significativas em suas avaliações de feedback de baixo para
cima ao longo do período de cinco anos”. E os gestores que se reuniram com seus funcioná-
rios para discutir o seu feedback para cima melhoraram em grau superior em comparação
aos gestores que não o fizeram.22
Feedback 360 graus FEEDBACK 360 GRAUS Com o feedback 360 graus, o empregador consegue informações
O empregador recolhe de desempenho do empregado como um todo, a partir de seus superiores, funcionários, colegas
todas as informações
sobre o desempenho em
e clientes internos ou externos. Geralmente, para fins de desenvolvimento, em vez de remune-
torno de um empregado a ração.23 O processo usual é a realização de pesquisas de avaliação on-line. Sistemas informatiza-
partir de seus superiores, dos, em seguida, compilam todo esse feedback em relatórios individualizados para os avaliados.
funcionários, colegas A pessoa pode então se reunir com o superior para desenvolver um plano de aperfeiçoamento.
e clientes internos ou Os resultados são mistos. Os participantes parecem preferir essa abordagem, mas um estu-
externos.
do concluiu que o feedback de múltiplas fontes levou a melhorias “geralmente pequenas” nas
avaliações subsequentes por parte dos superiores, colegas e funcionários. A melhoria era mais
provável quando os avaliados acreditavam que era necessário mudar.24 Além disso, essas avalia-
ções são mais sinceras quando as recompensas ou promoções não estão envolvidas.
Existem várias maneiras de melhorar as avaliações 360 g raus.
• Estabelecer as dimensões de avaliação de 360 graus (como “gestão de conflitos”), com
exemplos comportamentais específicos (como “efetivamente lida com conflitos”).25
• Treinar cuidadosamente as pessoas que estão dando e recebendo o feedback.26
• Com vários avaliadores, certificar-se de que o feedback é produtivo, imparcial e orien-
tado ao desenvolvimento.27
são 20/70/10 (em que a maior parte dos 10% pior avaliados perde seus postos de trabalho),
e diz que os gestores usam mais senso comum em avaliar.31
DESVANTAGENS Embora amplamente utilizadas, alguns se recusam a fazer avaliações de
distribuição forçada. Como a maioria dos avaliados sabe, a avaliação por distribuição forçada
é implacável. Com distribuição forçada, ou você está no top 10%, ou você não está. E se está
na parte inferior de 10%, você recebe um F, sem direito a perguntas. Seu avaliador tem pouca
opção de manobra. Em uma pesquisa, 77% dos empregadores estavam pelo menos “um pouco
satisfeitos” com a distribuição forçada, enquanto o resto estava insatisfeito. As maiores reclama-
ções são: 44% disseram que traz danos morais, e 47% disseram que cria desigualdades interde-
partamentais, uma vez que algumas “equipes de alto desempenho devem cortar 10% dos seus
trabalhadores, enquanto as equipes de baixo desempenho ainda estão autorizadas a reter 90%
deles”.32 Escritores referem-se indelicadamente à distribuição forçada como “Rank and Yank”.33
Conhecimento organizacional
1 2 3 4 5
Abaixo das expectativas Atende às expectativas Modelo de desempenho
<padrões de desempenho aparecem aqui> <padrões de desempenho aparecem aqui> <padrões de desempenho aparecem aqui>
Eficácia pessoal
1 2 3 4 5
Abaixo das expectativas Atende às expectativas Modelo de desempenho
<padrões de desempenho aparecem aqui> <padrões de desempenho aparecem aqui> <padrões de desempenho aparecem aqui>
Trabalho em equipe
1 2 3 4 5
Abaixo das expectativas Atende às expectativas Modelo de desempenho
<padrões de desempenho aparecem aqui> <padrões de desempenho aparecem aqui> <padrões de desempenho aparecem aqui>
(continua)
Avaliação de resultados
Preenchido por 1:
1 2 3 4 5
Baixo impacto Impacto moderado Alto impacto
A eficiência e a eficácia das operações A eficiência e a eficácia das operações A eficiência e a eficácia das operações
permaneceram as mesmas ou melhoraram bastante. melhoraram tremendamente.
melhoraram minimamente.
A qualidade dos produtos A qualidade dos produtos
A qualidade dos produtos manteve-se melhorou bastante. melhorou tremendamente.
a mesma ou melhorou apenas minimamente.
Preenchido por 2:
1 2 3 4 5
Baixo impacto Impacto moderado Alto impacto
A eficiência e a eficácia das operações A eficiência e a eficácia das operações A eficiência e a eficácia das operações
permaneceram as mesmas ou melhoraram bastante. melhoraram tremendamente.
melhoraram minimamente.
A qualidade dos produtos A qualidade dos produtos melhorou
A qualidade dos produtos manteve-se melhorou bastante. tremendamente.
a mesma ou melhorou apenas minimamente.
Observações/Relatório
A assinatura do empregado indica o recebimento, mas não necessariamente a concordância com esta avaliação.
Comportamento:
Para o comportamento que você está medindo, liste todos os funcionários que deseja classificar. Coloque o nome do
funcionário mais graduado na linha 1, e o nome do funcionário menos graduado na linha 20. Em seguida, relacione
a próxima classificação mais alta na linha 2, a próxima classificação mais baixa na linha 19, e assim por diante.
Continue até que todos os nomes estejam na escala.
1. 11.
2. 12.
3. 13.
4. 14.
5. 15.
6. 16.
7. 17.
8. 18.
9. 19.
10. 20.
Maria está em primeiro lugar aqui Artur está em primeiro lugar aqui
10
Uma potencial cliente disse que só compraria um dos nossos conversíveis de luxo
ou o carro de um concorrente. Quando a empresa de financiamento rejeitou seu pedido,
o vendedor comparou o nosso carro de menor preço com o do concorrente e o convenceu
a comprá-lo.
9
O potencial comprador disse que estava procurando um carro que conseguisse usar para
transportar o seu barco e levá-lo a trilhas, e o vendedor enfatizou o baixo preço e a
qualidade do nosso veículo na oferta de vendas.
5
4
A compradora disse que realmente queria algo especial, um carro com cor e amenidades
incomuns; o vendedor disse que seria melhor ela não esperar dois meses e que deveria
se contentar com um modelo padrão.
3
2
A potencial compradora disse que não gostou da ”aparência” do nosso veículo,
e o vendedor lhe disse: ”estilo é estilo”; ela provavelmente seria
mais feliz com o veículo de um concorrente.
Temas globais em RH
Dias de conversação
Quando funcionários da Juniper Networks expressaram preocupações sobre suas avaliações
de desempenho anuais e sobre a falta de feedback positivo, a Juniper mudou o processo. Em
vez de avaliações de desempenho uma vez por ano, existem “dias de conversa” semestrais. A
ênfase nessas conversas entre gerente-empregado está em áreas de melhoria e crescimento, e
no contrato de metas alinhadas com os interesses de carreira do funcionário. Não há avalia-
ções de desempenho explícitas.
Qualidade do trabalho
Quantidade de trabalho
Criatividade
Integridade
Esclarecendo os critérios
Muitas vezes, a escala de avaliação é muito aberta à interpretação. Como se vê na Figura 8.7, a
escala de avaliação pode parecer objetiva, mas, provavelmente, resulta em avaliações injustas por-
que os comportamentos e os graus de mérito estão abertos à interpretação. Por exemplo, diferen-
tes superiores provavelmente definem “bom desempenho” de formas diferentes. O mesmo é ver-
dadeiro para traços como “qualidade do trabalho”. A melhor maneira de corrigir esse problema
é desenvolver e incluir frases descritivas que definem cada comportamento e o grau de mérito.
Evitando distorções
Infelizmente, as características pessoais dos avaliados (como idade, etnia e sexo) podem dis-
torcer suas classificações. De fato, “vieses idiossincráticos por preconceitos ocorrem na maior
porcentagem dos desvios observados nas avaliações de desempenho”.46
EXEMPLO Um estudo apontou que os avaliadores penalizam mulheres bem-sucedidas pelo
seu sucesso.47 Estudos anteriores descobriram que os avaliadores tendem a rebaixar o desem-
penho das mulheres, especialmente quando são excelentes no que parece ser tarefa típica de
homem, e isso é exatamente o que aconteceu aqui. Nesse novo estudo, os pesquisadores disse-
ram aos avaliadores que analisariam informações sobre alguém que foi uma das 30 pessoas que
tinha concluído um programa de formação em gestão de um ano de duração. Os pesquisado-
res enfatizaram que a maioria dos alunos eram homens e descobriram:
Há muitas coisas que levam um indivíduo a não ser querido, incluindo comporta-
mento desagradável, arrogância, teimosia e mesquinhez, [mas] é só as mulheres,
não os homens, para quem uma tendência única em relação à antipatia é criada pelo
sucesso em uma situação de trabalho não tradicional [“tipicamente masculina”].48
O Quadro 8.2 resume como métodos de avaliação mais populares funcionam na resolução
desses problemas.
Quadro 8.2 Importantes semelhanças, diferenças, vantagens e desvantagens dos instrumentos de avaliação.
Ferramenta Semelhanças/diferenças Vantagens Desvantagens
Escalas gráficas Essas escalas visam medir o desem- Simples de usar, fornece uma As normas podem não ser claras, há
penho absoluto de um funcionário, avaliação quantitativa para cada o efeito halo, a tendência central,
com base em critérios objetivos, como funcionário. a brandura e também pode haver
listado nas escalas. problemas de subjetividade.
Escalas de avaliação comportamental Fornece ”âncoras” comportamentais. Dificuldade para desenvolver.
(Bars) As escalas de avaliação comporta-
mental são muito precisas.
Classificação alternada Esses são os dois métodos para avaliar Simples de usar (mas não tão simples Pode causar divergências entre os
a eficiência relativa dos empregados, como escalas gráficas); evita tendên- funcionários e ser injusta se todos os
um em relação ao outro, mas ainda cia central e outros problemas de funcionários são, de fato, excelentes.
com base em critérios objetivos. escalas de avaliação.
Método de Acaba com uma proporção predeter- Resultados da avaliação dependem
distribuição forçada minada de pessoas em cada grupo. da adequação de sua escolha original
de pontos de corte (além de 10%, e
assim por diante).
Método de Esses são métodos subjetivos, narra- Ajuda a esclarecer o que é exatamente Difícil de classificar funcionários em
incidentes críticos tivos para avaliar o desempenho. ”certo e errado” sobre o desempenho relação a outros.
do funcionário; força o superior a
observar os funcionários em uma base
contínua.
Método da administração por Amarrado aos objetivos de desem- Demorado.
objetivos (APO) penho.
RH na prática
Aprendizagem 5 A avaliação de desempenho geralmente culmina em uma entrevista de avaliação. Neste momen-
Explicar como conduzir uma to, você e seu funcionário discutem a avaliação e a formulação de planos para sanar as deficiên-
entrevista de feedback de
cias e reforçar os pontos fortes. Poucas pessoas gostam de receber ou dar feedback negativo.53
A preparação adequada e a efetiva implementação são, portanto, essenciais.
avaliação.
PREPARAÇÃO PARA A ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO A preparação adequada requer
três pontos de atenção. Em primeiro lugar, dê ao funcionário uma semana de antecedência
para rever seu trabalho, e para compilar perguntas e comentários. Em segundo lugar, antes
de comparar a avaliação de desempenho do empregado aos seus padrões, reveja as avalia-
ções anteriores da pessoa. Finalmente, encontre uma área privativa para a entrevista. Defina
um horário adequado para a entrevista e reserve tempo suficiente, talvez meia hora, para o
pessoal de nível mais operacional, como trabalhadores de escritório, e uma hora, mais ou
menos, para os funcionários de gestão.
I
N. do R.T.: No Brasil, a avaliação de desempenho tem base legal para os servidores públicos. Nas organi-
zações privadas, fundamenta-se nas políticas internas de RH. Obviamente, os possíveis casos decorrentes
de avaliação malfeita, que o empregado julgar cabíveis para ação jurídica, se enquadram em outros temas,
como assédio, discriminação, protecionismo, exclusão, perseguição etc.
1. A gestão do desempenho não significa apenas reunião com um funcionário, uma vez ou
duas vezes por ano para “rever o seu desempenho”. Isso significa interações e feedback
contínuo, diariamente ou semanalmente para garantir a melhoria contínua.57
2. A gestão do desempenho é sempre dirigida a metas. As avaliações de desempenho
contínuas envolvem comparar o funcionário ou o desempenho da equipe em rela-
ção às metas que decorrem, especificamente, dos objetivos estratégicos da empresa.
A congruência estratégica é crucial: as metas de cada funcionário devem estar alinha-
das com metas departamentais e objetivos da empresa.
3. A gestão do desempenho significa reavaliar continuamente e, se necessário, modificar
a forma como o empregado e a equipe fazem o seu trabalho. Dependendo do assunto, isso
pode significar uma formação complementar, alterando os procedimentos de traba-
lho ou instituindo novos planos de incentivo, por exemplo.
Podemos resumir seis elementos básicos de gestão do desempenho:58
1. Compartilhamento de direção significa comunicar os objetivos da empresa para toda a
empresa e, em seguida, traduzi-los em objetivos departamentais, de equipe e individuais
factíveis.
2. Alinhamento de metas significa ter um método que permita que gerentes e funcioná-
rios vejam a ligação entre os objetivos dos empregados, os de seu departamento e os
da empresa.
3. O monitoramento de desempenho em curso geralmente inclui o uso de sistemas in-
formatizados que medem e mostram o progresso e, em seguida, emitem relatórios de
desvio com base no progresso da pessoa, no sentido de cumprir os seus objetivos de
desempenho.
4. O feedback contínuo inclui feedback presencial e informatizado sobre o progresso
em direção às metas.
5. Treinamento e suporte de desenvolvimento deve ser uma parte integrante do proces-
so de feedback.
6. Reconhecimento e recompensas são necessárias para manter o desempenho do em-
pregado.
Atuação
Fator crítico
Essencial
Valor para
a organização
Necessário
Não essencial
Revisão
RESUMO
1. Avaliação de desempenho significa avaliar o desempe- ação são, portanto, aconselháveis. A postura defensi-
nho atual ou passado de um empregado em relação va do empregado é normal e o empregador precisa
aos seus padrões de desempenho. A gestão do desem- lidar com ela.
penho é o processo por meio do qual as empresas ga- 5. O processo de avaliação pode ser melhorado, em pri-
rantem que os funcionários estejam trabalhando em meiro lugar, por meio da eliminação de problemas
direção a objetivos organizacionais, e inclui definição crônicos que, muitas vezes, minam as avaliações e as
de metas, desenvolvimento de competências, desem- escalas de avaliação gráficas em particular. Esses pro-
penho, avaliação e remuneração. blemas comuns incluem normas pouco claras, o efei-
2. Gerentes avaliam o desempenho dos seus funcioná- to halo, a tendência central, a brandura ou o rigor e
rios para tomar decisões de promoção e remuneração, a parcialidade.
desenvolver planos e corrigir deficiências de desempe- 6. Cuidados também devem ser tomados para garan-
nho, e para fins de planejamento de carreira. Avalia- tir que a avaliação de desempenho seja legalmente
ções do superior ainda estão no coração da maioria defensável. Por exemplo, os critérios de avaliação
dos processos de avaliação. devem ser baseados em análises de trabalho docu-
3. A avaliação é geralmente realizada utilizando um ou mentados, os empregados precisam receber os pa-
mais métodos, ou ferramentas de avaliação popula- drões de desempenho escritos e múltiplas dimen-
res. Estes incluem escalas gráficas, classificação alter- sões de desempenho devem ser avaliadas.
nada, comparação entre pares, distribuição forçada, 7. A gestão do desempenho é um processo contínuo de
incidentes críticos, escalas de avaliação comporta- identificação, medição e desenvolvimento do desem-
mental, administração por objetivos, avaliações vir- penho de indivíduos e equipes, e alinhamento do seu
tuais de desempenho e monitoramento eletrônico desempenho com os objetivos da organização. Ao
de desempenho. contrário da avaliação de desempenho, a gestão do
4. Uma avaliação, normalmente, culmina em uma en- desempenho não significa apenas reunião com um
trevista de avaliação. É essencial ter uma preparação funcionário uma ou duas vezes por ano para “re-
adequada, inclusive dando o aviso ao funcionário, re- ver o seu desempenho”, mas interações e feedback
vendo sua descrição do trabalho e desempenho pas- contínuo, diário ou semanal para garantir a melhoria
sados, escolhendo o lugar certo para a entrevista, e contínua do empregado e a capacidade de desem-
deixando tempo suficiente para isso. Na condução da penho da equipe.
entrevista, o objetivo é reforçar um desempenho sa- 8. Na sua essência, a gestão de talentos significa gerenciar
tisfatório ou diagnosticar e melhorar o desempenho ativamente decisões como estas. No ambiente competi-
insatisfatório. A análise concreta dos dados de traba- tivo de hoje, a prática de RH tradicional, de alocação de
lho objetivos e o desenvolvimento de um plano de aumentos salariais, oportunidades de desenvolvimento
e outros recursos escassos, mais ou menos em toda a recursos em funcionários de missão crítica da empre-
linha, ou baseada apenas no desempenho não é mais sa, aqueles que são importantes para as necessidades
viável. Os empregadores precisam focar sua atenção e estratégicas da empresa.
PALAVRAS-CHAVE
avaliação de desempenho 205 feedback 360 graus 209
gestão do desempenho 206
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Avaliação de desempenho Além desse feedback informal, Jennifer acredita que é
necessária uma abordagem mais formal de avaliação. Na
Depois de várias semanas no cargo, Jennifer ficou sur sua opinião, há critérios como qualidade, quantidade, assi
presa ao descobrir que seu pai não tinha avaliado formal duidade e pontualidade que devem ser avaliados periodica
mente o desempenho dos empregados por todos os anos mente, mesmo que um trabalhador seja pago com base em
que ele possuía o negócio. A posição de Jack era que ele quanto produz. Além disso, ela sente que os gestores pre
tinha ”uma centena de coisas de maior importância para cisam ter uma lista de padrões de qualidade para assuntos
fazer”, como aumentar as vendas e reduzir os custos e, de como limpeza da loja, eficiência, segurança e aderência ao
qualquer forma, muitos funcionários não ficavam tempo su orçamento, e saber que serão formalmente avaliados.
ficiente para serem avaliados. Além disso, argumentou Jack,
trabalhadores manuais, como aqueles que passam ou lavam Perguntas
periodicamente, obtêm um feedback positivo, em termos de 1. Jennifer está certa sobre a necessidade de avaliar os tra
elogios de Jack por um trabalho bem feito, ou uma crítica, balhadores formalmente? E os gestores? Justifique.
também de Jack, se as coisas não estão boas em uma de 2. Desenvolva um método de avaliação de desempenho
suas visitas às lojas. Da mesma forma, Jack nunca foi tímido para os trabalhadores e os gestores das lojas.
para apontar aos seus gestores os problemas da loja a fim de
que eles também recebessem algum feedback.
Objetivo: dar-lhe a prática no desenvolvimento e utilização Decida qual das ferramentas de avaliação (escalas grá-
de um formulário de avaliação de desempenho. ficas, classificação alternada etc.) que você vai usar, e
Entendimento necessário: você vai desenvolver uma ava- então desenvolva o próprio instrumento. Aplique o
liação de desempenho para um instrutor e, portanto, que aprendeu neste capítulo sobre a definição de me-
deve estar completamente familiarizado com a discus- tas, para fornecer ao instrutor objetivos práticos.
são sobre avaliações de desempenho neste capítulo. Em seguida, cada grupo pode ter um porta-voz para
Instruções: divida a turma em grupos de quatro ou cinco expor a ferramenta de avaliação do seu grupo. As fer-
alunos. ramentas são semelhantes? Será que todas medem
Primeiro, com base no que já sabe sobre as avaliações os mesmos fatores? Qual fator aparece com mais
de desempenho, você acha que a Figura 8.1 é uma frequência? Qual você acha que é a ferramenta mais
escala eficaz para avaliar os instrutores? Justifique. eficaz? Você pode pensar em uma forma de combinar
Em seguida, o grupo deve desenvolver sua própria fer- os melhores aspectos de várias das ferramentas em
ramenta para avaliar o desempenho de um instrutor. uma nova ferramenta de avaliação de desempenho?
Notas
1. Disponível em: <http://trw.com/>. Acesso em: 23 jun. 2014. 12. Veja, por exemplo, E.A. Locke e G. P. Latham, “Building a prac-
2. D. Bradford Neary, “Creating a Company-Wide, Online, Perfor- tically useful theory of goal setting and task motivation. A 35-year
mance Management System: A Case at TRW, Inc.”, Human Re- odyssey”, American Psychologist, V57 N 9, 2002, p. 705-717.
source Management 41, n. 4, inverno 2002, p. 491-498. 13. Vanessa Druskat e Steven Wolf, “Effects and Timing of Develop-
3. Especialistas debatem os prós e os contras de amarrar avaliações mental Peer Appraisals in Self-Managing Work-Groups”, Journal
a decisões sobre remuneração. Um lado argumenta que isso dis- of Applied Psychology 84, n. 1, 1999, p. 58-74.
torce as avaliações. Um estudo recente conclui o oposto. Com 14. Veja, por exemplo, Brian Hoffman e David Woehr, “Disentan-
base na análise de pesquisas de mais de 24 mil funcionários em gling the Meaning of Multisource Performance Rating Source
mais de 6 mil postos de trabalho no Canadá, os pesquisadores and Dimension Factors”, Personnel Psychology 62, 2009, p. 735-765.
concluíram: (1) vincular o pagamento dos empregados a suas 15. Conforme estudo concluído recentemente, “Longe de ser uma
avaliações de desempenho contribuiu para a melhoria da sa- fonte não significativa de variância do erro, as discrepâncias en-
tisfação com os salários, (2) mesmo quando as avaliações não tre as classificações de múltiplas perspectivas podem de fato cap-
estão diretamente ligadas à remuneração, aparentemente, con- turar variação significativa no desempenho gerencial de vários
tribuem para satisfação, “provavelmente por meio de mecanis- níveis”. Em Sue Oh and Christopher Berry. “The Five Factor Mo-
mos relacionados à justiça organizacional percebida”, e (3) se del of Personality and Managerial Performance: Validity Gains
os empregados receberam remuneração por desempenho, “os through the Use of 360° Performance Ratings”, Journal of Applied
indivíduos que não recebem as avaliações de desempenho ficam Psychology 94, n. 6, 2009, p. 1510.
significativamente menos satisfeitos com seus salários”. Mary Jo 16. Jeffrey Facteau e S. Bartholomew Craig, “Performance Appraisal
Ducharme et al. “Exploring the Links Between Performance Ap- Ratings from Different Rating Scores”, Journal of Applied Psychology
praisals and Pay Satisfaction”, Compensation and Benefits Review 86, n. 2, 2001, p. 215-227.
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the Most of Performance Management Systems”, Compensation Goals Give Different Ratings”, Journal of Applied Psychology 89,
and Benefits Review, set./out. 2006, p. 22-27. n. 1, 2004, p. 158-164.
4. Disponível em: <www.ball.com/page.jsp?page=1>. Acesso em: 23 18. Tais achados podem ser culturalmente relacionados. Um estudo
jun. 2014 comparou autoavaliações e avaliações do superior em culturas
5. “Aligning People and Processes for Performance Improvement”, “diferentemente orientadas” (como na Ásia, onde os valores
T+D 65, n. 3, mar. 2011, p. 80. tendem a enfatizar as equipes). Constatou-se que as avaliações
6. Idem. próprias e do superior foram relacionadas. M. Audrey Korsgaard
7. Peter Glendinning, “Performance Management: Pariah or Mes- et al., “The Effect of Other Orientation on Self: Superior Rating
siah”, Public Personnel Management 31, n. 2, verão 2002, p. 161 Agreement”, Journal of Organizational Behavior 25, n. 7, nov. 2004,
‑178. Veja também Herman Aguinis, Performance Management. p. 873-891. Veja também Heike Heidemeier e Klaus Mosar. “Self
Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall 2007, p. 2; e “Performan- Other Agreement in Job Performance Ratings: A Meta-Analytic
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2012, p. 20-22. 2009, p. 353-370.
8. Aguinis, Performance Management, p. 3. 19. Forest Jourden e Chip Heath, “The Evaluation Gap in Perfor-
9. Aguinis, Performance Management, p. 3-4. mance Perceptions: Illusory Perceptions of Groups and Indivi-
10. Vesa Suutari e Marja Tahbanainen, “The Antecedents of Perfor- duals”, Journal of Applied Psychology 81, n. 4, ago. 1996, p. 369-
mance Management among Finnish Expatriates”, Journal of Hu- 379. Veja também Sheri Ostroff. “Understanding Self-Other
man Resource Management 13, n. 1, fev. 2002, p. 53-75. Agreement: A Look at Rater and Ratee Characteristics, Con-
11. “Get SMART about Setting Goals”, Asia Africa Intelligence Wire, text, and Outcomes”, Personnel Psychology 57, n. 2, verão 2004,
22 maio 2005. p. 333-375.
20. Paul Atkins e Robert Wood, “Self versus Costly Turnover”, BNA Bulletin to Mana- Assessing Employee Reactions to High
Others Ratings as Predictors of Asses- gement, 16 set. 2004, p. 297. Stakes Employment Testing”, Personnel
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dence for 360 Degree Feedback Progra- Grading Employees on a Scale Relative 42. Baseado em Howard Risher, “Getting
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21. David Antonioni, “The Effects of Feed Weepers”, HR Magazine 48, n. 6, jun. 2011, p. 273-281.
back Accountability on Upward Ap- 2003, p. 62. 43. E. Pulakos e R. O’Leary, “Why Is Perfor-
praisal Ratings”, Personnel Psychology 34. “Straight Talk about Grading Employe- mance Management Broken?, Industrial
47, 1994, p. 349-355; para um método es on a Curve”, BNA Bulletin to Manage- and Organizational Psychology 4, 2011,
de avaliação on-line anônimo veja, por ment, 1 nov. 2001, p. 351. p. 146-164.
exemplo, <http://work.com/perform>. 35. Drew Robb, “Building a Better Workfor- 44. Veja, por exemplo, Jochen Reb e Gary
Acesso em: 24 jun. 2014. ce”, HR Magazine, out. 2004, p. 87-94. Gregures, “Understanding Performance
22. Alan Walker e James Smither, “A Five-Ye- 36. Veja, por exemplo, Stoney Alder e Ratings: Dynamic Performance, Attribu-
ar Study of Upward Feedback: What Ma- Maureen Ambrose, “Towards Unders- tions, and Rating Purpose”, Journal of Ap-
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Personnel Psychology 52, 1999, p. 393-423. with Computer Performance Monito- 45. H. John Bernardin et al., “Conscientious
23. Veja, por exemplo, “360-Degree Feed ring: An Integration of the Feedback, ness and Agreeableness as Predictors
back on the Rise Survey Finds”, BNA Justice, and Monitoring Research”, Hu- of Rating Leniency”, Journal of Applied
Bulletin to Management, 23 jan. 1997, man Resource Management Review 15, n. 1, Psychology 85, n. 2, 2000, p. 232-234.
p. 31; Leanne Atwater et al., “Multisour- mar. 2005, p. 43-67. 46. Gary Gregures et al., “A Field Study of
ce Feedback: Lessons Learned and Im- 37. Veja, por exemplo, John Aiello e Y. Shao, the Effects of Rating Purpose on the
plications for Practice”, Human Resource “Computerized Performance Monito- Quality of Multiscore Ratings”, Personnel
Management 46, n. 2, verão 2007, p. 285. ring”, artigo apresentado em Seventh Psychology 56, 2003, p. 1-21.
No entanto, os empregadores estão co- Conference of the Society for Industrial 47. Madeleine Heilman et al., “Penalties for
meçando a usar o feedback de 360 graus and Organizational Psychology, Mon- Success: Reactions to Women Who Suc-
para as avaliações de desempenho, em treal, Quebec, Canada, maio 1992; para ceed at Male Gender Type Tasks”, Jour-
vez de apenas desenvolvimento. Veja, por uma análise recente sobre EPM, veja nal of Applied Psychology 89, n. 3, 2004,
exemplo, Tracy Maylett, “360° Feedback Katherine J. S. Rogers, Michael J. Smith p. 416-427.
Revisited: The Transition from Develop- e Pascale C. Sainfort, “Electronic Per- 48. Ibid., 426. Outro estudo descobriu que
ment to Appraisal”, Compensation & Bene- formance Monitoring, Job Design and mulheres gerentes de sucesso não costu-
fits Review, set./out. 2009, p. 52-59. Psychological Stress”; disponível em: mam sofrer tal avaliação quando vistas
24. James Smither et al., “Does Performan- <http://www.igi-global.com/chapter/ como apoiadoras, carinhosas e sensíveis
ce Improve Following Multi-Score Feed- electronic-performance-monitoring-job- às necessidades. Madeleine Heilman,
back? A Theoretical Model, Meta Analy- -design/45284>. Acesso em: 24 jun. 2014. “Penalties for Success: Reactions to Wo-
sis, and Review of Empirical Findings”, 38. Hsi-An Shih, Yun-Hwa Chiang e In-Sook men Who Succeed at Male Gender Type
Personnel Psychology 58, 2005, p. 33-36. Kim, “Expatriate Performance Manage- Tasks”, Journal of Applied Psychology, v. 89,
25. Christine Hagan et al., “Predicting As- ment from MNEs of Different National n. 3, jun. 2004.
sessment Center Performance with 360 Origins”, International Journal of Manpo- 49. “Flawed Ranking System Revives
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ce Appraisal System That’s ‘Fun’”, HR p. 11, 29. Veja também Ann Pomeroy, ce Hall, 1996, p. 271-288; “10 Tips for
Magazine, jul. 1999, p. 118-119; Dis- “The Ethics Squeeze”, HR Magazine, mar. Avoiding Liability in Conducting Evalu-
ponível em: <http://www.halogensof- 2006, p. 48-55. ations”, The Legal Intelligencer, 12 maio
tware.com/landing/leading-solution/ 41. G. R Weaver e L. K Treviño, “The Role of 2010. Academic OneFile. Acesso em: 13
e360.php?source=msn&c=Search- Human Resources in Ethics/Complian- out. 2012.
-e360&kw=360%20evaluations>. Acesso ce Management: A Fairness Perspecti- 51. Austin et. al. op. cit., 282.
em: 23 jun. 2014. ve”, Human Resource Management Review, 52. Mas cuidado: um problema dos avalia-
28. Disponível em: <www.sumtotalsystems. 11. p. 113-134. Recentemente, os pesqui- dores para evitar erros é que, às vezes,
com>. Acesso em: 23 jun. 2014. sadores realizaram estudos com 490 poli- o que parece ser um erro, como bran-
29. Rachel Silverman e Leslie Kwoh, “Per- ciais submetidos a exames promocionais dura, não é um erro total, por exemplo,
formance Reviews Facebook Style”, The padronizados. Entre suas conclusões quando todos os subordinados tem real
Wall Street Journal, 1 ago. 2012, p. B6. está a de que “As organizações devem mente desempenho superior. Manuel
30. Leslie Kwoh, “Rank and Yank Retains se esforçar para garantir que os candi- London, Edward Mone e John Scott,
Vocal Fans”, The Wall Street Journal, 31 datos percebam justiça, tanto no con- “Performance Management and Asses-
jan. 2012, p. B12. teúdo das avaliações de pessoal quanto sment: Methods for Improved Rater
31. Aguinis, Performance Management. p. 179. na forma como são tratados durante o Accuracy and Employee Goal Setting”,
32. “Survey Says Problems with Forced processo de avaliação”. Julie McCarthy Human Resource Management 43, n. 4, in-
Ranking Include Lower Morale and et al., “Progression Through the Ranks: verno 2004, p. 319-336.
53. Donald Fedor e Charles Parsons, “What 56. Howard Risher, “Getting Serious about 60. Ibid.
Is Effective Performance Feedback?”. In: Performance Management”, Compensation 61. Adaptado ou citado de Gunter Stahl et
Gerald Ferris e M. Ronald Buckley, Hu- & Benefits Review, nov./dez. 2005, p. 19. al., “Global Talent Management: How
man Resources Management. ed. 3. Upper Veja também Marie-Helene Budworth. Leading Multinationals Build and Sus-
Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1996, “Performance Management: Where Do tain their Talent Pipelines”, Faculty and
p. 265-270. Veja também Jeffrey A. Da- We Go From Here?”, Human Resource Ma- Research Working Paper, INSEAD, 2007.
niels e Lisa M. Larson, “The Impact of nagement Review 20, n. 1, 2011. p. 81-84. 62. Ibid.
Performance Feedback on Counseling 57. Clinton Wingrove, “Developing an 63. Ibid.
Self-Efficacy and Counselor Anxiety”, Effective Blend of Process and Tech-
Counselor Education and Supervision, v. 41, nology in the New Era of Performance
n. 2, dez. 2001, p. 120-130. Management”, Compensation and Benefits
54. Brian Cawley et al., “Participation in the Review, jan./fev. 2003, p. 27.
Performance Appraisal Process and Em- 58. Citado ou parafraseado de Risher, “Get-
ployee Reactions: A Meta-Analytic Review ting Serious about Performance Mana-
of Field Investigations”, Journal of Applied gement”, 19.
Psychology 83, n. 4, 1998, p. 615-633. 59. Adaptado ou citado de “Next Genera-
55. Glendinning, “Performance Manage- tion Talent Management”. Hampshire:
ment: Pariah or Messiah”. Palgrave Macmillan, 2010.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Descrever uma abordagem abrangente para retenção de funcionários.
2. Explicar por que o envolvimento dos funcionários é importante, e
como promover essa participação.
3. Discutir o que empregadores e superiores podem fazer para apoiar as
necessidades de desenvolvimento de carreira dos funcionários.
4. Listar e discutir as quatro etapas do coaching de um funcionário.
5. Listar as principais decisões dos empregadores ao tomar decisões
de promoção.
6. Explicar os fatores considerados ao demitir um funcionário.
Introdução
A IBM, recentemente, completou seu 100o aniversário.1 Poucas empresas duram tanto tempo,
mas ela o fez adaptando-se às necessidades dos clientes. Agora, a empresa enfrenta uma nova
ameaça: a tecnologia está mudando tão rápido que eles logo precisarão de funcionários com
habilidades muito diferentes do que sua força de trabalho tem atualmente. Como construir essa
nova força de trabalho e manter os funcionários dos quais precisa?
Esses dados refletem apenas os funcionários que se desligam voluntariamente, como para
migrarem a empregos melhores. Não inclui demissões involuntárias, decorrentes do mau de-
sempenho.3 Combinar rotatividade voluntária e involuntária produz algumas estatísticas sur-
preendentes. Por exemplo, a rotatividade em muitos restaurantes é de cerca de 100% ao ano,
isso significa que muitos precisam substituir praticamente todos os seus empregados a cada
ano! Os custos de tal rotatividade são elevados, como mostra o Quadro RH como centro de lucro.4
Custos da rotatividade
Uma equipe de pesquisa analisou os custos tangíveis e intangíveis de rotatividade em um call
center com 31 agentes e quatro superiores.5 Os custos tangíveis de um agente que se desliga in-
cluem, por exemplo, recrutamento, seleção, entrevista e teste de candidatos, bem como o custo
dos salários, enquanto o novo agente é orientado e treinado. Custos intangíveis abrangem o da
perda da produtividade (o novo agente inicialmente é menos produtivo do que seu predecessor),
o do retrabalho de call center, os erros e o custo de supervisão para treinar o novo agente. Os
pesquisadores estimaram o custo de desligamento de um agente em cerca de US$ 21,5 mil.
Esse call center tem, em média, 18,6 vagas por ano (uma taxa de rotatividade de cerca de 60%).
Portanto, os pesquisadores estimaram o custo total anual da rotatividade em US$ 400.853.I Tomar
providências para reduzir essa rotatividade pela metade poderia fazer essa empresa economizar
cerca de US$ 200 mil por ano.
I
N. do R.T.: Em todos os países, a prática em gestão de executivos tem demonstrado que a reposição é de
elevados custos para a empresa, somados os de saída e os de entrada do substituto. Admite-se que os custos
de saída de um executivo são superiores a cinco vezes o seu salário anual.
interessados em seu trabalho, sentem que não estão adequados a eles, ou aqueles que se sentem
sub-remunerados são mais propensos a sair. Os empregadores podem lidar com tais questões ins-
tituindo práticas eficazes e abrangentes de gestão de talentos. Dito de outra forma, a rotatividade
(voluntária e involuntária), muitas vezes, começa com más decisões de seleção, compostas por
treinamento inadequado, avaliações insensíveis e remuneração desigual. Portanto, tentar formu-
lar uma “estratégia de retenção” sem considerar todas as práticas de RH é geralmente inútil.10
SELEÇÃO No entanto, os funcionários não se desligam apenas por melhores salários. Por
exemplo, as pessoas inadequadas para os seus cargos ou que trabalham para superiores abu-
sivos são mais propensas a sair. Portanto, “a retenção começa antes, na seleção e contratação
dos funcionários certos”.13 Seleção não se refere apenas ao trabalhador, mas também a es-
colher e a monitorar os superiores. Por exemplo, a FedEx realiza periodicamente pesquisas
de atitude dos funcionários para ter uma noção de como seus superiores estão procedendo.
CRESCIMENTO PROFISSIONAL Falta de perspectivas de carreira e pouco desenvolvi-
mento profissional inadequado incitam muitos funcionários a sair. Por outro lado, um progra-
ma de desenvolvimento de carreira e de treinamento pode dar um forte incentivo para ficar.
Um especialista diz que “os profissionais que sentem que sua empresa se preocupa com o seu
desenvolvimento e progresso são muito mais propensos a ficar”.14 O Quadro Contexto estratégico
ilustra isso.
DIREÇÃO DE CARREIRA Periodicamente, vale discutir com os funcionários suas pre-
ferências de carreira e perspectivas de sua empresa, ajudando-os a traçar planos de carreira
em potencial. Além disso, “não espere até as avaliações de desempenho para lembrar aos
principais funcionários como eles são preciosos para a sua empresa”.15 Abordaremos o desen-
volvimento da carreira neste capítulo.
EXPECTATIVAS SIGNIFICATIVAS As pessoas não podem fazer o seu trabalho se não
sabem o que fazer ou quais são os seus objetivos. Portanto, uma parte importante da retenção
de funcionários é esclarecer quais são as expectativas em relação ao seu desempenho.
RECONHECIMENTO Além de remuneração e benefícios, os funcionários precisam e
apreciam o reconhecimento por um trabalho bem feito.
CULTURA E AMBIENTE Empresas que são tensas e “políticas” podem levar os funcioná-
rios a sair, enquanto empresas que os fazem se sentir confortáveis incentivam a ficar.
EQUILÍBRIO ENTRE TRABALHO E VIDA PESSOAL Em uma pesquisa realizada pela
Robert Half e CareerBuilder.com, os trabalhadores identificaram “arranjos de trabalho fle-
xíveis” e “trabalho remoto”, como os dois principais benefícios que os incentivam a escolher
um trabalho ou outro.16
SISTEMA DE PRÁTICAS DE ALTO DESEMPENHO Práticas do tipo alto desempenho/
envolvimento parecem aumentar a retenção de funcionários. Um estudo incidiu sobre os
funcionários de call center. Os empregadores que fizeram maior uso de práticas de envolvi-
mento (por exemplo, arbítrio do empregado, grupos de solução de problemas e equipes au-
todirigidas) tiveram taxas significativamente mais baixas de desligamento, demissões e rota-
tividade total. Assim como aqueles que “investiram” mais em funcionários (por exemplo, em
Contexto estratégico
A rotatividade voluntária
é apenas uma maneira de
afastamento dos funcionários.
Afastamento, em geral,
significa separar-se de sua
situação atual e, no trabalho,
pode manifestar-se em
devaneios, falta de atenção
ou outros comportamentos
contraprodutivos.
Afastamento do trabalho
Infelizmente, a rotatividade voluntária é apenas uma maneira que os funcionários têm de
se afastar do trabalho. Afastamento em geral significa separar-se da sua situação atual, e é,
muitas vezes, um meio de fuga para alguém que está insatisfeito ou com medo. No trabalho,
o afastamento refere-se a “ações destinadas a colocar distância física ou psicológica entre os
funcionários e seus ambientes de trabalho”.21
Presenteísmo e rotatividade voluntária são duas maneiras de funcionários se afastarem. Ou-
tros tipos de afastamento do trabalho podem ser menos óbvios, mas não menos corrosivos. Al-
guns exemplos incluem “pausas de trabalho inadequadas, perdendo tempo em conversa ociosa
e negligenciando aspectos importantes do trabalho”,22 outros funcionários ficam “mentalmente
desligados” (“afastamento psicológico”), talvez sonhando enquanto a produtividade é sofrível.23
O funcionário está lá, mas mentalmente ausente. Na verdade, o processo de afastamento do trabalho
tende a ser progressivo, muitas vezes, evoluindo de sonhar acordado para ausências, até a de-
sistência: “Quando um funcionário percebe que a suspensão temporária não vai resolver seus
problemas, então escolhe uma forma mais permanente de afastamento”.24
LIDANDO COM O AFASTAMENTO DO TRABALHO25 Como muitas pessoas já expe-
rimentaram o desejo de “fugir”, geralmente não é difícil simpatizar com aquelas que sentem
que devem escapar. As pessoas tendem a se mover em direção a situações que fazem com que
se sintam bem, e ficar longe daquelas que os fazem se sentir mal. Mais tecnicamente, “estados
emocionais negativos tornam as pessoas conscientes de que a sua situação atual é problemáti-
ca, e essa consciência os motiva a tomar uma atitude”.26 As pessoas são repelidas por situações
que produzem emoções desagradáveis, desconfortáveis e são atraídas para aquelas que causam
emoções agradáveis e confortáveis.27 O ponto é que quanto mais negativo (ou menos positivo)
o humor da pessoa sobre a situação, mais provável que busque evitar ou retirar-se da situação.28
O gerente pode, portanto, pensar em estratégias em termos de reduzir os efeitos negativos
do emprego e/ou aumentar os seus efeitos positivos. Porque potenciais efeitos negativos e posi-
tivos são praticamente ilimitados, e abordar o afastamento requer, novamente, uma abordagem
de gestão de recursos humanos abrangente. Potenciais aspectos negativos ilustrativos incluem,
por exemplo, os trabalhos entediantes, supervisão deficiente, baixos salários, assédio moral, fal-
ta de perspectivas de carreira e condições de trabalho precárias. Aspectos positivos potenciais
incluem enriquecimento do trabalho, supervisão de apoio, remuneração equitativa, benefícios
familiares, possibilidades de apelação em processo disciplinar, oportunidades de desenvolvi-
mento de carreira, condições de trabalho seguras e saudáveis, e colegas com moral elevada.29
Entrevistas, pesquisas e observação podem ajudar a identificar problemas e a resolvê-los.
83%, aquelas unidades com o menor envolvimento dos funcionários têm apenas uma chance
de 17%.31 Uma pesquisa feita pela consultoria Watson Wyatt Worldwide concluiu que as empre-
sas com funcionários altamente engajados têm 26% mais de receita por funcionário. O diretor
de recrutamento da organização sem fins lucrativos Fair Trade, nos EUA, acredita que impul-
sionar o comprometimento ajuda a explicar a subsequente queda de 10% na rotatividade da
empresa. Um recente artigo da Harvard Business Review observa que, para o atendimento ao clien-
te ser ideal, funcionários satisfeitos não são suficientes.32 Em vez disso, “Os funcionários devem
ser contratados, fornecendo-lhes razões e métodos para satisfazer os clientes e, em seguida, re-
compensados por um comportamento apropriado”.33 No entanto, estudos concluem que apenas
cerca de 21% da força de trabalho global está comprometida, quase 40% é descompromissada.34
Monitoramento do comprometimento
Além de pesquisas como a da Figura 9.2, o monitoramento do comprometimento dos funcio-
nários não precisa ser complicado. Com cerca de 180 mil funcionários no mundo, a empresa
de consultoria Accenture utiliza um método de três partes “taquigrafadas”, conhecido como
“falar, ficar e lutar”. Primeiro, a Accenture avalia o quão positivo o funcionário fala sobre a
empresa e a recomenda aos outros. Em segundo lugar, olha para quem fica na empresa, e por
quê. Em terceiro lugar, observa o “lutar”. Por exemplo, “os empregados assumem um papel
ativo no sucesso global da organização, indo além de apenas cumprir tarefas?”.37
Alguns empregadores, como Starwood Hotels, também medem as consequências do com-
prometimento. Medidas de resultado relevante podem incluir a satisfação do cliente, os re-
sultados financeiros, o absenteísmo, a segurança, as vendas, a rotatividade e a rentabilidade.38
III
N. do R.T.: No Brasil, estudo de orientação profissional, à semelhança do teste de Holland (SDS), é o de
Primi, conforme consta em R. Primi, M. A. Moggi e E. O. Casellato, “Estudo correlacional do inventário de
busca autodirigida (self-directed search) com o IFP”, Psicologia Escolar e Educacional, n. 8, v. 1, 2004, p. 47-54.
Ver SDS – questionário de busca autodirigida: precisão e validade. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902006000200006>. Acesso em: 2 out. 2014.
Conhecimento:
Plano de ação:
Plano de ação:
Formação gerencial:
Plano de ação:
E. Comentários do avaliador:
O papel do gerente
É difícil ver a dimensão do impacto que um superior pode ter no desenvolvimento de
carreira de um funcionário. Com pouco ou nenhum esforço adicional de avaliações de
desempenho realistas e avaliações de habilidades espontâneas, um superior competente
pode ajudar o empregado a entrar e a permanecer no plano de carreira. No outro extre-
mo, um superior indiferente pode inibir, ao longo de anos, o seu progresso ou de seus
funcionários.
O gerente tem muitas oportunidades para apoiar as necessidades de desenvolvimento
de carreira dos subordinados. Por exemplo, quando este inicia o trabalho, certifique-
-se de que desenvolve as habilidades necessárias para obter um bom começo. Agende
avaliações de desempenho periódicas e aborde em que medida as competências e o de-
sempenho atual do funcionário são compatíveis com as suas aspirações de carreira dele.
Forneça ao empregado um plano de desenvolvimento de carreira informal, como o da
Figura 9.4. Mantenha os subordinados informados sobre os benefícios relacionados à
carreira na empresa, e incentive-os a usá-los.62 Saiba também como atuar com coaching e
aconselhamento.
• Torne mais fácil para um potencial mentor concordar com o seu pedido Faça o con-
vite deixando claro o que você espera em termos de tempo e conselhos.
• Respeite o tempo do mentor Seja seletivo sobre as questões que você quer discutir
sobre o trabalho. A relação de tutoria, geralmente, não deve envolver problemas ou
questões pessoais.70
trabalho mais desafiadora, mas não necessariamente mais bem remunerado. Várias decisões,
portanto, têm grande impacto em todo o processo de promoção da empresa.
empresa irá postar vagas abertas e as suas exigências, e transmiti-las a todos os funcionários.
Como explicado no Capítulo 5, muitos empregadores também mantêm bancos de dados de
qualificação dos funcionários e recorrem a gráficos de substituição e sistemas de informação
computadorizados.
Considerações práticas
Em qualquer caso, existem medidas práticas que devem ser tomadas na formulação de po-
líticas de promoção.80 Estabelecer os requisitos de elegibilidade, por exemplo, em termos
de requisito mínimo e avaliações de desempenho, além de rever a descrição do trabalho,
se necessário, e, vigorosamente, rever o desempenho e a história de todos os candidatos,
incluindo os internos.
Promoções e a Lei
Em geral, os processos de promoção do empregador devem cumprir as mesmas leis antidis-
criminatórias, usadas para o recrutamento e a seleção de funcionários ou quaisquer outras
ações de RH. Contudo, além dessa ressalva geral, há vários pontos específicos sobre decisões
de promoção.
Uma preocupação é a retaliação. Leis trabalhistas federais e estaduais contêm disposições
antirretaliação. Por exemplo, uma Corte de Apelações dos EUA fez procedente uma reivindi-
cação de retaliação quando uma funcionária do sexo feminino apresentou provas de que sua
Fonte: StockLite/Shutterstock
empregadora a dispensou da promoção porque um superior que ela tinha acusado de assédio
anteriormente fez comentários sexuais que convenceram seu superior atual a não promovê-la.82,V
A segunda preocupação refere-se a utilizar processos de promoção assistemáticos e in-
consistentes. Por exemplo, um empregador recusou um candidato de 61 anos de idade para
uma promoção por causa do seu desempenho na entrevista. A pessoa que o entrevistou disse
que não “sentiu uma verdadeira sensação de confiança” no candidato.83 Neste caso, o tri-
bunal considerou que “o empregador deve articular quaisquer bases factuais claras e razoa-
velmente específicas em que baseou a decisão”. Em outras palavras, você deve ser capaz de
fornecer alguma evidência objetiva para apoiar a avaliação subjetiva da promoção.
Gerenciando transferências
Transferência A transferência é o movimento de um cargo para outro, geralmente, sem alteração de salá-
Remanejamentos para rio ou de grau. O empregador pode transferir o trabalhador para desocupar uma posição
cargos semelhantes em em que a pessoa não é mais necessária, para preencher aquela em que ela é necessária ou,
outras partes da empresa.
mais geralmente, para encontrar um melhor ajuste para o empregado. Muitas empresas pas-
saram a aumentar a produtividade por meio da consolidação de cargos. Transferências são
uma forma de dar aos trabalhadores deslocados a chance para outra atribuição ou, talvez,
para algum crescimento pessoal. Os funcionários buscam transferências por muitas razões,
incluindo postos de trabalho mais interessantes, maior comodidade, melhor horário e local
de trabalho, ou para cargos que oferecem maiores possibilidades de avanço. Algumas promo-
ções e transferências de emprego exigem que o funcionário se desloque para um novo local.
Nesse caso, a “transferência” é física, e o empregado pode ter que considerar não apenas o
trabalho, mas também os efeitos da transferência de sua família.
IV
N. do R.T.: No Brasil, o assédio sexual está previsto no Código Penal, artigo 216-A:
Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o
agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,
cargo ou função. (Acrescentado pela L-010.224-2001)
Disponível em: <http://vicentemaggio.jusbrasil.com.br/artigos/121942480/o-crime-de-assedio-sexual>.
Acesso em: 4 out. 2014.
V
N. do R.T.: Pela CLT, artigo 468, parágrafo único, o empregador pode reverter o empregado ao cargo an-
terior, e, pelo artigo 499, ele pode dispensar o empregado, indenizando-o. É necessário que o empregador
tenha todo o cuidado ao aplicar o previsto na CLT; tem crescido o número de ações ajuizadas pelos empre-
gados, alegando assédio ou perseguição no ambiente de trabalho.
Gerenciando aposentadorias
Para muitos funcionários, os anos de avaliações e planejamento de carreira finalizam com a
aposentadoria.
O planejamento da aposentadoria é uma questão importante em longo prazo para os
empregadores. Nos Estados Unidos, cresce lentamente o número de pessoas com idades
entre 25 e 34, e o número de pessoas com idades entre 35 e 44 anos está em declínio. Assim,
com muitos funcionários em seus 50 e 60 anos, e em direção à idade de aposentadoria tra-
dicional, “as empresas mudaram o foco para a redução de pessoal a fim de conter os custos
que, em grande parte, negligenciam uma ameaça iminente para a sua competitividade [...]
uma grave escassez de profissionais talentosos”.84
Muitos escolheram preencher suas lacunas de pessoal, em parte, com os aposentados
ou próximos de se aposentar. Por sorte, 78% dos empregados em uma pesquisa disseram
que esperam continuar a trabalhar de alguma forma após a idade normal de aposentadoria
(64% quer fazê-lo em tempo parcial). Apenas cerca de um terço disse que pretende conti-
nuar o trabalho por razões financeiras, e cerca de 43% disseram que só queriam permane-
cer ativos.85
O ponto principal é que “o planejamento da aposentadoria” não é mais apenas para ajudar
os funcionários atuais a se aposentar.86 Também pode permitir que o empregador retenha, de
alguma forma, as habilidades daqueles que normalmente se aposentam e deixam a empresa.
PLANEJAMENTO DA APOSENTADORIA Um primeiro passo razoável é a realização de
análises numéricas de aposentadorias pendentes. Isso deve incluir uma análise demográfica
(com um censo dos funcionários da empresa), a determinação da idade média de aposen-
tadoria para os funcionários da empresa, uma revisão de como a aposentadoria vai afetar a
saúde do empregador e os benefícios previdenciários. O empregador pode, então, determi-
nar a extensão do problema “aposentadoria” e tomar medidas de planejamento da força de
trabalho baseadas em fatos para enfrentá-lo.87
MÉTODOS Os empregadores que procuram atrair e/ou manter os aposentados precisam
tomar várias medidas. A ideia geral é instituir políticas de recursos humanos, que incentivem
e apoiem os trabalhadores mais velhos. Não surpreendentemente, os estudos mostram que
os funcionários que estão mais comprometidos e leais ao empregador são mais propensos
a ficar além da idade normal de aposentadoria.88,VI Isso, muitas vezes, começa pela criação
de uma cultura que valoriza a experiência. Por exemplo, a rede de farmácias CVS sabe que
os meios de recrutamento tradicionais, como anúncios em jornais, podem não atrair os
trabalhadores mais velhos; a CVS, portanto, procura por meio do Conselho Nacional do
Envelhecimento, órgãos municipais e organizações da comunidade para encontrar novos
funcionários. A CVS também deixou claro que acolhe os trabalhadores mais velhos: “Eu sou
muito jovem para me aposentar. CVS está disposta a contratar pessoas mais velhas. Não se
olha para a sua idade, mas para a sua experiência”, disse um trabalhador mais dedicado.89,VII
Outros modificam procedimentos de seleção. Por exemplo, um banco britânico parou de
usar testes psicotécnicos, substituindo-os por exercícios de role-playing para avaliar como os
candidatos lidam com os clientes.
Os empregadores têm várias opções para manter os trabalhadores mais velhos. Entre
elas estão oferecer-lhes cargos em tempo parcial, contratá-los como consultores ou traba-
lhadores temporários, dando-lhes condições de trabalho flexíveis, incentivando-os a atuar
na idade de aposentadoria tradicional, proporcionando uma formação para melhorar as
competências e instituindo um programa de aposentadoria gradativa. Este último permite
a facilidade de os trabalhadores mais velhos se aposentarem, reduzindo gradativamente os
horários de trabalho.90
VI
N. do R.T.: É necessário que o Departamento de Recursos Humanos seja assessorado juridicamente nessa
prática, levando-se em conta aspectos da legislação previdenciária e trabalhista.
VII
N. do R.T.: Essa rede, atualmente CVS Health, atua no Brasil desde 2013, quando incorporou a Drogaria
Onofre. Disponível em: <http://www.onofre.com.br>. Acesso em: 21 out. 2014.
Motivos de demissão
Nos EUA, há quatro bases para a demissão: desempenho insatisfatório, má conduta, falta de
qualificações para o trabalho e mudança nos requisitos para o emprego. Já no Brasil, são duas
as modalidades para isso: demissão sem justa causa e demissão por justa causa. A primeira é
processada quando o empregador não tem mais a necessidade da prestação de serviço por
parte do empregado. Já a segunda está prevista na CLT, artigo 482.
O desempenho insatisfatório refere-se a uma persistente incapacidade de realizar tarefas atri-
buídas ou para cumprir as normas prescritas no trabalho.94 Razões específicas incluem o absen-
tismo excessivo; o atraso, uma persistente incapacidade de atender às exigências normais de
trabalho, ou uma atitude negativa para com a empresa, superior ou colegas de trabalho.
A má conduta é deliberada na violação intencional das regras do empregador e pode in-
cluir roubo, comportamento desordeiro e insubordinação.
A falta de qualificações para o trabalho é a incapacidade de um funcionário para fazer o
trabalho atribuído, embora ele seja diligente. Como é possível que esse empregado esteja
tentando fazer o trabalho, é razoável tentar ajudar-lhe, talvez, atribuindo outro cargo.
JUSTIÇA NAS DEMISSÕES A demissão de funcionários nunca é fácil, mas, pelo menos,
o empregador pode tentar garantir que o empregado perceba o processo como justo. A
comunicação é importante. Um estudo descobriu que “os indivíduos que receberam explica-
ções detalhadas dos motivos sobre a decisão de demissão eram mais propensos a perceber a
demissão como justa, e não desejavam levar o ex-empregador ao tribunal”.96
O funcionário está protegido por qualquer tipo de acordo escrito, incluindo um de negociação coletiva?
Será que foi dada ao empregado a oportunidade de explicar as violações de regras ou corrigir o mau desempenho?
demissão. A Figura 9.7 resume as políticas de indenizações mais comuns. À medida que a
economia se deteriorou, de 2009 a 2011, e as demissões aumentaram, mais empregadores
reduziram o que concediam como indenização. Por exemplo, eles concediam pagamentos
de montante fixo em vez de pagamentos vinculados há anos na empresa.100
Responsabilidade do superior
Tribunais, por vezes, colocam os gerentes pessoalmente responsáveis por suas ações de fiscaliza-
ção.101 Por exemplo, a Lei Fair Labor Standards define empregador para incluir “qualquer pessoa
que atue direta ou indiretamente, no interesse do empregador em relação a qualquer empre-
gado”. Isso pode significar o superior individual.VIII
MEDIDAS A TOMAR Existem várias maneiras para evitar que a responsabilidade pessoal
se torne um problema.
• Siga as políticas e os procedimentos da empresa. Um funcionário pode iniciar uma reclama-
ção contra um superior que ele alega não seguir as políticas e procedimentos.
• Administre a disciplina de uma maneira que não aumente a dificuldade emocional do
empregado.
VIII
N. do R.T.: O conceito de empregador, como consta, refere-se ao de gerente ou superior. O gerente é o
preposto da empresa, o representante do empregador; nessa condição, está autorizado a exercer os atos
inerentes do poder que lhe foi concedido quando da assunção ao cargo. No Brasil, atos de poder do geren-
te como preposto da empresa são disciplinados pelo Código de Direito Civil.
Aconselhamento de
ACONSELHAMENTO DE RECOLOCAÇÃO Com o aconselhamento de recolocação, o
recolocação
Processo sistemático pelo empregador organiza com uma empresa de fora para prestar a funcionários demitidos um
qual uma pessoa desligada planejamento de carreira e busca de emprego. Empresas de recolocação geralmente ofere-
é treinada e recebe cem os serviços de recolocação reais. Empregados (geralmente gerentes ou profissionais)
aconselhamento com que estão se desligando normalmente têm escritório e serviços de secretária que podem usar
técnicas de autoavaliação
em escritórios locais dessas empresas, além dos serviços de aconselhamento. O aconselha-
para garantir uma nova
colocação. mento de recolocação é parte do apoio ou indenização ao funcionário demitido.
Entrevistas de desligamento ENTREVISTA DE DESLIGAMENTO Muitos empregadores conduzem entrevistas de
Entrevistas realizadas pelo desligamento com os funcionários que saem da empresa. Trata-se de entrevistas, geralmente,
empregador imediatamente realizadas por um profissional de recursos humanos, buscando informações com o objetivo
antes de o empregado
deixar a empresa, com o de dar aos empregadores insights sobre suas empresas. As perguntas da entrevista incluem:
objetivo de entender melhor Como você foi contratado? O trabalho foi apresentado correta e honestamente? Como foi
o que o funcionário pensa o ambiente de trabalho? Qual era o estilo de gestão de seu superior?104 O que você gostou
sobre ela. mais/menos na empresa? As mulheres e as minorias são mais propensas a abandonar no iní-
cio do trabalho, por isso essa é uma questão para a qual se deve dar atenção.105
Espera-se que, devido ao fato do empregado estar saindo, ele seja sincero. No entanto,
as informações obtidas podem ser questionáveis.106 Os pesquisadores descobriram que, no
momento do desligamento, 38% dos que saem culpam salário e benefícios, e 4% culpam a
supervisão. Após 18 meses, 24% culparam supervisão e 12%, salário e benefícios.
Dispensa
Dispensas e lei de fechamento de unidade
Situação em que os Desligamentos podem ser iniciados por qualquer parte, empregador ou empregado. Para
trabalhadores são o empregador, a redução das vendas, dos lucros, ou o desejo por mais produtividade pode
informados de que não há exigir dispensa. Os empregados (como visto) podem se desligar por melhores empregos,
trabalho para eles, mas que
a administração pretende para se aposentar ou por outros motivos. A Lei de Adaptação do Trabalhador e Notificação
recuperá-los quando voltar a de Retreinamento (WARN Act, ou a lei de fechamento de unidades) exige que os emprega-
ter demanda. dores norte-americanos com 100 ou mais funcionários deem aviso prévio de 60 dias antes
de fechar uma instalação ou a partir de uma dispensa de 50 ou mais pessoas.107 A CLT, no
Brasil, nos artigos 10 e 448, garante os direitos adquiridos dos empregados nas situações de
mudança ou alteração da estrutura jurídica da empresa. O Tribunal Superior do Trabalho
(TST), na Súmula 44, garante o direito do empregado ao aviso prévio quando da cessação
das atividades da empresa.
A dispensa, em que o empregador deixa trabalhadores em casa por um tempo, por falta
de trabalho, em geral não é uma demissão permanente (embora possa vir a ser). Pelo con-
trário, é uma forma temporária. No entanto, alguns empregadores usam a dispensa a termo
como um eufemismo para a quitação ou rescisão. Nos EUA, nos anos de profunda recessão
de 2008 e 2009, os empregadores realizaram um total de 51 mil dispensas em massa, atingin-
do mais de 5 milhões de trabalhadores.108
PROCESSO DE DISPENSA Um estudo ilustra o processo de dispensa de uma empresa.
Nela, a gerência sênior se encontrou pela primeira vez para tomar decisões estratégicas so-
bre a extensão e a duração das dispensas. Eles também debateram a importância relativa das
competências que a empresa precisava para seguir em frente. Os superiores, então, avaliaram
seus subordinados e funcionários não sindicalizados com classificação A, B ou C (emprega-
dos sindicalizados foram cobertos por um acordo, fazendo dispensas conforme o tempo de
serviço). Os superiores então informaram cada um de seus subordinados sobre sua classifica-
ção A, B ou C, e disseram que cada um daqueles com grau C foram designados “excedentes”
e mais prováveis de serem dispensados.109
EFEITOS DA dispensa Não é surpreendente que dispensas, muitas vezes, resultem em
“consequências nocivas para a saúde física e psicológica” dos que perderam seus postos de
trabalho, bem como dos que ficaram na empresa.110
Além disso, não apenas as “vítimas” e os “sobreviventes” sofrem. Em um estudo, os pes-
quisadores “descobriram que quanto mais os gestores foram pessoalmente responsáveis por
distribuir avisos para os funcionários [...] mais provável era que eles relatassem problemas
de saúde física, necessidade de buscar tratamento para esses problemas, e se queixassem de
distúrbios do sono”.111
Perante tudo isso, muitos empregadores tentam minimizar desligamentos e dispensas
durante as crises. A redução da jornada de trabalho de todos e as férias compulsórias são
duas opções. Outros reduzem dispensas, oferecendo bônus financeiros para melhorar a
produtividade.112
Ironicamente, quando alguns funcionários mais necessitam de programas de assistência
ao empregado (como aconselhamento), depois de serem dispensados, eles os perdem. Mais
empresas estão, portanto, estendendo esses benefícios do programa por um mês ou dois para
Temas globais em RH
Contratos de trabalho
Demissões podem estar sujeitas a restrições adicionais no exterior. Por exemplo, a União Euro-
peia (UE) tem uma diretiva (lei) que obriga os empregadores a fornecer, aos funcionários, contra-
tos muito explícitos de emprego, geralmente em dois meses de seu trabalho inicial.
Como os empregadores cumprem isso varia conforme o país. No Reino Unido, o empregado
deve receber um contrato escrito especificando, entre outras coisas, nome do empregador, pro-
cedimento de reclamação, título do trabalho, remuneração, normas disciplinares, plano de previ
dência, horas de trabalho, férias, políticas de afastamento por doenças, datas de pagamento e
data de início no trabalho. Na Alemanha, os contratos não precisam ser por escrito, ainda que
habitualmente o sejam, dada a quantidade de detalhes que devem cobrir, incluindo antecedência
mínima de demissão, salários, férias, direitos de maternidade/paternidade, igualdade de salários,
direitos de invenção, cláusula de não competição e subsídio de doença. O contrato também não
precisa ser por escrito na Itália, mas geralmente o é. Itens abordados incluem data de início,
período de estágio, horas de trabalho, descrição do trabalho, local de trabalho e salário básico,
além de uma cláusula de não competição. Na França, o contrato deve ser feito por escrito e es-
pecificar informações como identidade das partes, local de trabalho, descrições de cargo ou em-
prego, período de aviso prévio, datas de pagamento e horas de trabalho.
Revisão
RESUMO
1. Gerenciar a rotatividade voluntária requer a iden- discutidas no contexto das aspirações de carreira do
tificação e a resolução de suas causas. Uma aborda- funcionário.
gem abrangente de retenção de funcionários deve 4. Ter funcionários melhores requer ampliar suas ha-
ser multifacetada, e inclui melhor seleção, treina- bilidades de coaching. Idealmente, o processo de
mento bem pensado, programa de desenvolvimen- coaching envolve preparação (análise das questões),
to profissional, assistência aos planos de carreira, planejamento (desenvolvimento de um plano de me-
oferecimento aos funcionários de um trabalho sig- lhoria), coaching ativo e acompanhamento. Mento-
nificativo, de reconhecimento, e recompensa, pro- res eficazes estabelecem padrões elevados, investem
movendo equilíbrio entre a vida pessoal e o traba- tempo, orientam em projetos importantes e exibem
lho, reconhecendo as realizações dos funcionários competência e consistência profissional.
e proporcionando tudo isso dentro de uma cultura 5. Para os empregadores, as promoções podem forne-
de empresa solidária. cer oportunidades para recompensar o desempenho
2. O comprometimento dos funcionários é importante. excepcional, e para preencher vagas com funcioná-
Diversos resultados, incluindo a rotatividade e o de- rios testados e leais. Várias decisões surgem no pro-
sempenho, refletem o grau em que os funcionários cesso de promoção de qualquer empresa: a regra é
estão engajados. Por exemplo, as unidades de negó- antiguidade ou competência? Como devemos medir
cios com os mais altos níveis de comprometimento a competência? O processo é formal ou informal?
dos funcionários têm uma chance de desempenho Vertical, horizontal ou outro? Mulheres e negros ain-
da têm relativamente menos progressão na carreira
acima da média da empresa de 83%, enquanto aque-
em organizações e sofrem preconceitos. Em geral, os
les com o menor envolvimento dos funcionários têm
processos de promoção do empregador devem cum-
apenas uma chance de 17%. Ações de comprometi-
prir as mesmas leis antidiscriminatórias utilizadas no
mento de apoio incluem assegurar que os funcioná-
recrutamento e na seleção de funcionários ou em
rios (1) entendam como seus departamentos contri-
quaisquer outras ações de RH.
buem para o sucesso da empresa, (2) vejam como os
6. Gerenciamento de demissões é uma parte importan-
seus próprios esforços contribuem para alcançar os
te do trabalho de qualquer superior. Entre as razões
objetivos da empresa e (3) obtenham uma sensação para a demissão, estão desempenho insatisfatório,
de realização do trabalho na empresa. má conduta, falta de qualificações, mudanças de re-
3. Os funcionários, por fim, precisam assumir a respon- quisitos para o trabalho e insubordinação. Ao demi-
sabilidade por suas próprias carreiras, mas os empre- tir um ou mais funcionários, no entanto, lembre-se
gadores e os gestores também devem entender que de que a rescisão como uma política tem sido enfra-
os métodos de gestão de carreira estão disponíveis. quecida por exceções em muitos estados nos EUA.
Eles incluem a criação de centros de carreira basea- Além disso, deve ser tomado muito cuidado para evi-
dos na empresa, oferecendo oficinas de planejamen- tar processos de demissão injusta.IX
to de carreira, proporcionando orçamentos para de- 7. Desligamentos como demissões e aposentadoria
senvolvimento de funcionários e oferecendo oficinas ocorrem o tempo todo. A lei norte-americana de fe-
e programas de desenvolvimento de carreira on-line. chamento de unidade (Lei de Adaptação do Traba-
Talvez o mais simples e direto seja fazer a própria lhador e Notificação de Retreinamento) descreve os
avaliação orientada de carreira, na medida em que requisitos que devem ser seguidos no que diz respei-
o feedback de avaliação é um link para as aspirações to à notificação oficial antes de demissões de 50 ou
e os planos do empregado. Os superiores podem de- mais pessoas.X
sempenhar um papel importante no desenvolvimen- 8. Ações disciplinares são uma grande fonte de injusti-
to da carreira de seus funcionários. Por exemplo, ve- ças. A disciplina deve ser baseada em regras e aderir
rifique se o empregado recebe o treinamento de que a um sistema de sanções progressivas, devendo per-
necessita, e certifique-se de que as avaliações sejam mitir um processo de apelação.
IX
N. do R.T.: Pela CLT, artigo 499, o empregador pode dispensar o empregado superior, indenizando-o. Vide nota V.
X
N. do R.T.: Vide item “Dispensas e lei de fechamento de unidade”.
PALAVRAS-CHAVE
carreira 234 demissão 247
gestão de carreira 234 rescisão voluntária 247
desenvolvimento da carreira 235 insubordinação 248
planejamento de carreira 235 demissão ilegal 248
choque de realidade 236 comunicado de rescisão 250
coaching 240 aconselhamento de recolocação 250
tutoria 240 entrevistas de desligamento 250
matriz 9-box 243 dispensa 251
transferência 245 downsizing 252
de futebol. Olhe para essa listagem e escolha dois treinadores. Como é que esses comportamentos se
dos nomes. Em seguida, pesquise essas pessoas on- comparam com o que este capítulo apresentou sobre
-line para determinar quais comportamentos exibi- coaching eficaz?
ram, que parecem explicar por que eram grandes
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Programa de planejamento de carreira acredita que o apoio de carreira teria um efeito na melhoria
da retenção de funcionários da Carter.
Planejamento de carreira sempre foi um item de baixa
prioridade para a empresa Carter, uma vez que “apenas ter Perguntas
trabalhadores e mantê-los fiéis já é um problema”, como Jack 1. Quais seriam as vantagens para a Carter ao criar um pro-
gosta de dizer. No entanto, Jennifer pensou que não seria grama de planejamento de carreira?
uma má ideia verificar como um programa de planejamento 2. Quem deve participar do programa? Todos os fun-
de carreira poderia ocorrer na Carter. Muitos de seus empre- cionários? Funcionários selecionados?
gados estavam com eles durante anos em empregos sem 3. Planeje e descreva o programa de desenvolvimento de
futuro, e ela, francamente, se sentia um pouco mal por eles: carreira que você gostaria de propor para todos os fun-
“Talvez possamos ajudá-los a ter uma melhor perspectiva cionários dos Centros de Limpeza Carter.
sobre o que querem fazer”, pensou. E ela definitivamente
Retenção de talentos
Em tempos de empregabilidade alta e pouca gente di- compromisso emocional que o profissional tem com a orga-
sponível no mercado, é momento de as organizações nização em que trabalha e com seus objetivos”.
começarem a diminuir o turnover e garantir que aqueles tal- Isso significa que essa pessoa não vai trabalhar somente
entos – muitas vezes atraídos a peso de ouro – permaneçam para receber seu salário ou para ser promovida, mas estará
na empresa e tragam o retorno esperado. mais satisfeita e envolvida com o seu trabalho se estiver ali-
Como é que se retém um talento? Engajando esse pro- nhada com as metas da corporação. E, para engajar pessoas,
fissional com a cultura organizacional da empresa e com a é preciso ter um ambiente de fomento ao crescimento, trans-
importância do seu trabalho para o grupo. Em artigo publi- parente e movido pela meritocracia.
cado no ano passado, a Forbes forneceu interessante de- E eis aqui um bom motivo para você apostar em um pro-
finição, que vale a pena ser citada aqui: “Engajamento é o grama de retenção de talentos e engajamento: uma pesquisa
realizada pela Gallup e publicada em 2012 mostra uma rela- apoio de ferramentas tecnológicas, implantar programa de
ção direta entre o nível de engajamento dos empregados e gestão de performance que estabeleça metas e objetivos
a performance global da organização: quanto maior o enga- individuais e corporativos vinculados a um plano de carreira
jamento, maior é a performance da empresa. E, de acordo bem estabelecido.
com a Forbes, ao menos 25% dos talentos são, na verdade, Por incrível que pareça, a maior parte dos profissionais
profissionais desengajados que planejam deixar a empresa. procura por desafios, e há mais engajamento se esses de-
Como engajar esses funcionários com alta performance e safios estiverem alinhados com as metas do grupo no qual
potencial para assumir desafios em outras companhias? ele se insere. Muitas vezes, o salário não é o maior fator de
Há um outro aspecto importante que não deve ser esque- engajamento. A empresa em que você está até pode ofere-
cido quando falamos de pessoas desengajadas dentro da cer uma remuneração alta aos melhores profissionais – mas,
empresa. Um profissional infeliz e trabalhando no piloto auto- se a posição dele na empresa não favorece que ele cresça
mático irá, fatalmente, contaminar o ambiente ao seu redor, e se desenvolva, você já tem uma boa chance de perdê-lo.
cometer erros que podem custar caro para a organização e, Fonte: O Estado de São Paulo, 22 dez. 2013. Disponível em: <http://www.
até mesmo, não respeitar políticas e procedimentos impor- efix.net/pt/wp-content/uploads/2013/12/2013-12-22-estadao.pdf>. Acesso
tantes para a racionalização de custos, por exemplo. em: 21 out. 2014.
Para se ter uma ideia, o custo dessa falta de engajamento,
Perguntas
no Brasil, pode ultrapassar os R$ 100 bilhões. É uma conta
cara, cuja origem não pode mais ser ignorada pelas organi- 1. Em grupo, identifique três possíveis modos para que se-
zações brasileiras – e muitas, ainda, encaram RH como “de- jam retidos os talentos numa organização de pequeno
partamento pessoal”, e não como uma área que pode, sim, porte, sem perspectivas de carreira imediata.
trazer resultados. 2. Como a cultura organizacional pode afetar o mecanismo
O primeiro passo para engajar é identificar os fatores descrito como “engajamento do funcionário”?
de engajamento desses profissionais e trabalhar sobre es- 3. Quais as principais razões para que um empregado per-
ses pontos. Além disso, desafiá-los ao crescimento den- maneça numa organização, ainda que seus ganhos se-
tro de casa pode trazer bons resultados. É possível, com o jam inferiores aos desejados?
Notas
1. “IBM’s Centenary: The Test of Time”, The Economist, 11 jun. de rotatividade anual pela soma dos percentuais de rotatividade
2011, p. 20; “IBM Is Founded”. Disponível em: <www.ibm.com/ dos 12 meses”. SHRM. “Executive Brief: Differences in Employee
ibm100/us/en/icons/founded/>. Acesso em: 23 jun. 2014. Turnover Across Key Industries”. Disponível em: <SHRM.org>.
2. Veja, por exemplo: <www.nobscot.com/survey/index.cfm> e Acesso em: 30 ago. 2012.
<www.bls.gov/jlt/>. Acesso em: 23 jun. 2014; e Adrienne Fox. 12. “Employers Using Cash To Retain Key Talent”, Bloomberg BNA
“Drive Turnover down”, HR Magazine, jul. 2012, p. 24. Bulletin to Management, 26 jun. 2012, p. 202.
3. Jean Phillips e Stanley Gulley, Strategic Staffing, Upper Saddle Ri- 13. Max Messmer, “Employee Retention: Why It Matters Now”, CPA
ver, NJ: Pearson Education, 2012. Magazine, jun./jul. 2009, p. 28; “The Employee Retention Chal-
4. Exemplo baseado em Barbara Hillmer, Steve Hillmer e Gale lenge”, Development Dimensions International, 2009. Veja tam-
McRoberts. “The Real Costs of Turnover: Lessons from a Call bém Claudio Fernandez-Araoz, Boris Groysberg e Nitin Nohria,
Center”, Human Resource Planning 27, n. 3, 2004, p. 34-41. “How to Hang Onto Your High Potentials”, Harvard Business Re-
5. Ibid. view, out. 2011, p. 76-83; e Eric Krell, “Five Ways to Manage High
6. Disponível em: <www.worldatwork.org/waw/adimLink?id=17180>. Turnover”, HR Magazine, abr. 2012, p. 63-65.
Acesso em: 23 jun. 2014. 14. Messmer. “Employee Retention”.
7. Phillips 3 Gulley, Strategic Staffing, p. 329. 15. Ibid.
8. Stephen Robbins e Timothy Judge, Organizational Behavior, 16. Ibid.
Upper Saddle River, NJ: Pearson Education, 2011, p. 81. 17. Jessica Marquez, “IBM Cuts Costs and Reduces Layoffs as It Pre-
9. Phillips e Gulley, Strategic Staffing, p. 328. pares Workers for an ‘On Demand’ World”, Workforce Manage-
10. Veja, por exemplo, Rosemary Batt e Alexander Colvin, “An Em- ment 84, n. 5, maio 2005, p. 84-85.
ployment Systems Approach to Turnover: Human Resources 18. Batt e Colvin, “An Employment Systems Approach to Turnover”.
Practices, Quits, Dismissals, and Performance”, Academy of Mana- 19. Ibid.
gement Journal 54, n. 4, 2011, p. 695-717. 20. Ed Frauenheim, “Numbers Game”, Workforce Management, mar.
11. Adrienne Fox, “Drive Turnover Down”, HR Magazine, jul. 2012, 2011, p. 20-21.
p. 23-27. A SHRM recomenda calcular a rotatividade da seguinte 21. David Wilson, “Comparative Effects of Race/Ethnicity and Em-
forma: “Primeiro calcular a rotatividade a cada mês por meio da ployee Engagement on Withdrawal Behavior”, Journal of Manage-
divisão do número de desligamentos durante o mês pelo núme- rial Issues 21, n. 2, verão 2009, p. 165-166, 195-215.
ro médio de empregados durante esse período e multiplicando 22. Paul Eder e Robert Eisenberger, “Perceived Organizational Sup-
por 100 (número de desligamentos durante o mês: média de port: Reducing the Negative Influence of Coworker Withdrawal
empregados durante o mês × 100). Em seguida, calcule a taxa Behavior”, Journal of Management 34, n. 1, fev. 2008, p. 55-68.
23. Wilson, “Comparative Effects of Race/ 38. Kathryn Tyler, “Prepare for Impact”, HR na dos EUA tem um programa de coa-
Ethnicity and Employee Engagement”. Magazine, mar. 2011, p. 53-56. ching/planejamento de carreira. Dispo-
24. Lisa Hope Pelled e Katherine R. Xin, 39. “Organizations Focus on Employee En- nível em: <http://www.computerworld.
“Down and Out: An Investigation of the gagement to Attract and Retain Top com/article/2588507/it-careers/wan-
Relationship Between Mood and Em- Talent”. Disponível em: <www.mercer. na-keep--your-staff-happy---think--care-
ployee Withdrawal Behavior”, Journal of com>. Acesso em: 23 jun. 2014. er-.html> . Acesso em: 23 jun. 2014.
Management 25, n. 6, 1999, p. 875-895. 40. Robert Siegfried Jr., “Mapping a Career 57. Julekha Dash, “Coaching to Aid IT Ca-
25. Ibid. Path for Attracting & Retaining Talent”, reers, Retention”, Computerworld, 20 mar.
26. Pelled e Xin, “Down and Out”. Financial Executive. nov. 2008, p. 52-55. 2000, p. 52.
27. Ibid. 41. Barbara Greene e Liana Knudsen, 58. Jim Meade, “Boost Careers and Suc-
28. Para examinar isso, Ibid. “Competitive Employers Make Career cession Planning”, HR Magazine, out.
29. Veja, por exemplo, Margaret Shaffer e Development Programs a Priority”, San 2000, p. 175. Disponível em: <http://
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Female and Male Executives Follow the
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abr. 2009, p. 19. contém este e muitos outros exercícios reer Goals Boosts Retention Efforts”,
34. Como outro exemplo, um estudo recen- sobre carreira. A edição de 2011 foi pu- Boston Business Journal 21, n. 11, 20 abr.
te distingue entre engajamento físico blicada por Ten Speed Press em Berkeley, 2001, p. 38.
(“eu trabalho com intensidade no meu Califórnia (EUA). 63. Ann Pace, “Coaching Gains Ground”,
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ço no meu trabalho” etc.), envolvimento in Organizations and Beyond: Balancing abr. 2008. Disponível em: <http://
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mar. 2004, p. 49. luntariamente, mas, em muitos casos, Last Word Count”, Personnel 62, n. 3,
85. “Employees Plan to Work Past Retire- o pagamento final é decorrente quase mar. 1981, p. 47-48. Para outro ponto
ment, but Not Necessarily for Financial imediatamente de quando alguém é de vista veja “Firms Can Profit from Data
Reasons”, BNA Bulletin to Management, demitido involuntariamente. Alguns Obtained from Exit Interviews”, Knight-
19 fev. 2004, p. 57-58. Veja também Mo estados também têm estatutos exigindo -Ridder/Tribune Business News, 13 fev.
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ment Transition and Adjustment Pro- ou subsídio de doença após a rescisão. 107. Veja Rodney Sorensen e Stephen Ro-
cess: Examining the Longitudinal Chan- Veja Jessica Roe e S. Chad Cardon, “Le- binson, “What Employers Can Do to
ge Patterns of Retirees’ Psychological gal Requirements upon Termination”, Stay Out of Legal Trouble When Forced
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ment, 12 jan. 2010, p. 13. Journal, 24 set. 2007, p. B3. questões contratuais de emprego da
109. Leon Grunberg, Sarah Moore e Edward 114. “Calling a Layoff a Layoff”, Workforce Ma- UE RH global, veja Phillips Taft e Cliff
Greenberg, “Managers’ Reactions to Im- nagement, 21 abr. 2008, p. 41. Powell, “The European Pensions and
plementing Layoffs: Relationship to Heal- 115. “Communication Can Reduce Problems, Benefits Environment: A Complex Eco-
th Problems and Withdrawal Behaviors”, Litigation After Layoffs, Attorneys Say”, logy”, Compensation and Benefits Review,
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2006, p. 159-178. p. 129. 118. “New Trend in Career Hunt”, Europe In-
110. Ibid. 116. Roderick Iversen e Christopher Zatzick, telligence Wire, 10 fev. 2004.
111. Ibid. “The Effects of Downsizing of Labor 119. Ibid.
112. “Adopting Laid-Off Alternatives Could Productivity: The Value of Showing Con-
Help Employers Survive, Even Thrive, sideration for Employees’ Morale and
Competências e
comportamentos necessários
dos funcionários
para a empresa atingir
esses objetivos estratégicos
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Políticas e práticas
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de RH necessárias para
estimular competências
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ONDE ESTAMOS AGORA: dos funcionários
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A Parte 3, Treinamento e desenvolvimento de recursos
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e se o, rec es l
e reter funcionários. Além de pensar em modelos de trei- ent 2 1 tratég
Planejam ico
namento e avaliação, a empresa também precisa decidir
como remunerar seus funcionários. Nesta parte, vamos
refletir sobre a criação de planos de remuneração equi-
tativa e a criação adequada de benefícios e planos moti-
vacionais de pagamento de incentivos aos empregados. Os conceitos e técnicas que estudaremos nesta
A Parte 4, Remuneração e recompensas, abrangerá: Parte 4, Remuneração e recompensas, têm pa-
pel vital na administração estratégica de recur-
• Capítulo 10, ”Desenvolvimento de planos de
sos humanos. Como o modelo estratégico de RH
remuneração“
visto na figura acima, administração estratégica
• Capítulo 11, “Remuneração por desempenho e
de recursos humanos significa formular e exe-
planos de benefícios“
cutar políticas e práticas que desenvolvem as
competências e os comportamentos desejados
pela empresa nos funcionários para atingir suas
diretrizes, maximizando a produtividade. Empre-
gar cuidadosamente funcionários selecionados e
treinados não é suficiente; eles também devem
estar motivados para que realizem seu trabalho
da melhor forma possível. Nos próximos capítu-
los, veremos que manter empregados motivados
requer investimento da empresa em políticas e
práticas que proporcionem remuneração ade-
quada, recompensando-os também a partir de
seu desempenho. Mais adiante, na Parte 5, estu-
daremos os métodos para manter relações traba-
lhistas positivas.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de:
1. Listar os fatores básicos que determinam a remuneração.
2. Definir e exemplificar como conduzir uma avaliação de cargos.
3. Explicar detalhadamente como estabelecer um plano de
remuneração competitivo.
4. Explicar como definir a remuneração de cargos gerenciais
e profissionais.
5. Explicar a diferença entre planos de remuneração baseados em
competências e os tradicionais.
6. Listar e explicar as tendências relevantes na gestão da remuneração.
Introdução
O ramo de supermercados é altamente competitivo. Portanto, quando o Walmart, nos Estados
Unidos, se instala em uma região com outros supermercados, a reação automática dos concor-
rentes é pensar em corte de empregados, com a consequente redução da folha de pagamentos.
A empresa Wegmans Food Markets, Inc1 tem aumentado suas lojas, compete, cada vez mais,
com o Walmart e precisará decidir se: deve reduzir os gastos com empregados, para competir
com base no custo, ou prosseguir com uma estratégia de remuneração diferente?2
Remuneração Há duas maneiras básicas de fazer pagamentos financeiros diretos aos empregados: com
Todas as formas de base no tempo ou na produção. O pagamento com base no tempo (salário por hora ou sema-
pagamento ou recompensa
nal) é o que compõe a maioria dos planos de pagamento para empregados de fábricas, por
para os funcionários
decorrentes do seu exemplo. Já para a grande maioria dos cargos em outros estabelecimentos os salários tendem
emprego. a ser mensais.
A segunda opção de pagamento direto é por produção (ou empreitada). Por exemplo, o
Remuneração direta
Pagamentos na forma empregado é contratado para receber seu salário de acordo com o número de peças produ-
de salários, comissões e zidas por ele. As comissões de vendas compõem outro tipo de remuneração, baseada também
gratificações. na produção, mas, neste caso, a produção é o número de vendas. Por fim, há também aqueles
Remuneração indireta empregadores que elaboram planos de pagamento, combinando pagamento com base no
Pagamentos na forma de tempo e incentivos baseados na produção.3
benefícios financeiros, Neste capítulo, vamos mostrar como formular planos para remunerar funcionários com
como seguros de vida e base em salário e em tempo. O Capítulo 11 aborda incentivos financeiros baseados no desem-
assistência médica.
penho, benefícios e remuneração variável.
Importante, entretanto, é observar que diversos fatores determinam o projeto de qual-
quer plano de remuneração: a estratégia e a política da empresa, a equidade, e as questões
legais e sindicais.
Contexto estratégico
Quanto à equidade externa, é possível ter acesso a pesquisas salariais divulgadas por
jornais, revistas e outros sites especializados no assunto, embora seja bastante difícil a com-
paração de remuneração, ainda que para cargos idênticos. Isso porque, na comparação com
o mercado, devem ser considerados local de prestação de serviços e categoria profissional
(normalmente com pisos salariais distintos, de acordo com sindicatos, que negociam por
setor e por local), data-base da negociação salarial, porte da empresa e pacote de benefícios
atrelado ao salário-base.
Além disso, com downsizing (redução de níveis hierárquicos na empresa e consequente
redução de postos de trabalho), fenômeno ocorrido em muitas empresas nas últimas déca-
das, muitos dos títulos de cargo não refletem de modo fidedigno o conjunto de atribuições
ou responsabilidades de seu ocupante, dificultando a comparação com outros cargos de mes-
ma nomenclatura no mercado de trabalho.
Fonte: Deklofenak/Shutterstock
A comissão de avaliação do
trabalho costuma identificar 10
ou 15 cargos-chave ou cargos
de referência. Esses serão os
primeiros avaliados.
realiza sua mais importante função, que é a de realmente avaliar o valor de cada cargo. Para
isso, ele provavelmente irá utilizar um dos seguintes métodos: escalonamento simples (ou job
ranking), categorias predeterminadas (ou job classification) e método de pontos.
“método de classificação por alternância” para o procedimento ser mais preciso. Nele, esco-
lhe-se primeiro o cargo mais alto e o cargo mais baixo; depois, o próximo mais alto e mais
baixo, e assim por diante, até que se tenha classificado todos os cargos. O Quadro 10.3 ilustra
um escalonamento de cargos (ou job ranking). Os cargos naquela pequena unidade de saúde
vão de auxiliar de serviços gerais até gerente de escritório. As referências salariais correspon-
dentes estão à direita. Após a classificação, é possível colocar novos cargos entre aqueles já
classificados e atribuir um salário adequado aos mesmos.27
5. Combinar classificações Geralmente, vários avaliadores classificam os trabalhos de forma
independente. Em seguida, o comitê de avaliação (ou o próprio empregador, no caso das
pequenas e médias empresas) pode fazer uma média dos rankings dos avaliadores.
Esse é o método mais simples de avaliação de cargos e também o que demanda menos
tempo em sua implementação. Mas, embora seja um método simples e rápido, apresenta
como desvantagem o subjetivismo dos avaliadores, que muitas vezes classificam o cargo não
somente pelo único fator de avaliação, mas também levam em consideração os ocupantes
de cada vaga. Além disso, há uma tendência a confiar demais em “estimativas por palpites”
(a partir do conhecimento que os gestores têm das rotinas de cada cargo), dispensando a
classificação que seria mais correta com a utilização de pelo menos um fator de avaliação.
Assim, algumas de suas desvantagens derivam mais da forma como é usado do que do méto-
do em si. De modo geral, pode-se afirmar que o método do escalonamento simples é mais
apropriado para os pequenos empregadores, que não podem arcar com o tempo ou o custo
de desenvolver um sistema mais elaborado para a avaliação de seus cargos.
2. Enfermeiro-chefe 40.000
30.000
3. Escriturário 22.000
4. Enfermeiro 21.000
20.000
5. Cozinheiro 15.000
6. Auxiliar de enfermagem 12.000 10.000
7. Aux. serv. gerais 10.000
Nota: após a classificação, torna-se possível colocar novos 0
cargos (neste caso, com base na dificuldade de trabalho, por
Ge
En
Es
En
Co
Au
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cri
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salário adequado.
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e
ór
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io
em
Método de pontos Quadro 10.4 Exemplo de atribuição de pontos para cada fator de avaliação.
Método de avaliação de
cargos no qual vários fatores Fator: experiência anterior
são definidos pela empresa,
Grau Descrição Pontos
e, para cada um deles, é
indicado o grau em que 1 Não é necessária experiência anterior para o desempenho do cargo. 0
devem ser verificados nos 2 Experiência necessária de pelo menos 1 ano para o desempenho do cargo. 10
diferentes cargos e com
atribuição de pontos para 3 Experiência necessária de 1 a 3 anos para o desempenho do cargo. 50
cada um. 4 Experiência necessária de 3 a 5 anos para o desempenho do cargo. 100
5 Experiência necessária superior a 5 anos para o desempenho do cargo. 200
I
N. do R.T.: Há certos tipos de tratamento estatístico específico para se chegar aos valores dos pontos, pesos
e graus dentro de cada grupo ocupacional avaliado para a remuneração.
executivos, o fator “escolaridade” teria um peso maior do que “aptidões físicas”. Para atribuir
esses pesos, deve-se partir do pressuposto de que existem 100 pontos percentuais para serem
alocados em cada cargo. Dessa forma, se no caso foram definidos três fatores de avaliação,
pode-se atribuir pesos percentuais de 60% para o fator complexidade do trabalho, 30% para o
fator aptidão ou esforço físico e 10% para o fator condições de trabalho, como exemplo.33
QUADRO 10.5
Valores ilustrativos de pontos e definições de grau para o fator complexidade do trabalho.
Definição do fator
O que é a “complexidade do trabalho”? Complexidade do trabalho geralmente se refere ao grau de autonomia, iniciativa, criatividade
e análise de dados complexos que é exigido. Até que ponto a pessoa que está fazendo esse trabalho confronta problemas desconhe-
cidos, lida com decisões complexas e deve exercer poder?
4 480 O empregado, geralmente, pode seguir procedimentos padrão, mas a presença Enfermeira
de problemas não rotineiros exige que ele seja capaz de usar sua iniciativa e
autonomia para analisar e avaliar as situações, possivelmente modificando os
padrões a fim de se adaptar às novas situações.
5 600 O empregado precisa exercer seu poder de decisão e discernimento para realizar Residente de medicina
um trabalho complexo apenas sob supervisão geral, muitas vezes trabalhando de
forma independente a fim de alcançar resultados globais.
8. Avaliar os cargos
As etapas anteriores forneceram as informações sobre os pontos e graus necessários para
avaliar os cargos na empresa. Nessa fase, o comitê reúne descrições e especificações de cargo
para os trabalhos de referência que deseja focar. Em seguida, para cada um desses cargos, o
comitê revisa a descrição e a especificação do cargo.
A partir desse momento, a comissão determina o grau em que cada elemento presente em cada
cargo é avaliado. Ou seja, para um trabalho de mecânico sênior, por exemplo, a equipe pode-
ria concluir (depois de estudar a descrição e a especificação do cargo) que o cargo menciona-
do merece: terceiro grau de pontos de complexidade do trabalho, o primeiro grau de esforço
e o primeiro grau das condições de trabalho.
Curva salarial Conhecendo a complexidade do trabalho, o esforço e os graus para cada cargo, e saben-
Mostra a relação entre o do o número de pontos anteriormente atribuídos para cada grau de cada fator de avaliação,
valor do cargo (conforme é possível determinar a complexidade, o esforço e as condições de trabalho que cada função
o número de pontos a ele de referência deve ter. Para saber qual é o grau de cada fator para cada cargo, pode-se verifi-
atribuídos pelo comitê) e
o do salário médio pago.
car os pontos correspondentes (veja a Tabela 10.1) que foram atribuídos anteriormente para
A curva salarial demonstra cada um desses graus.
como os salários variam Finalmente, somamos esses pontos de graduação para cada cargo, a fim de determinar
quanto à importância relativa o número total de pontos atribuídos ao cargo.37 Nesse caso, o mecânico sênior recebe 360 +
dos cargos na empresa 60 + 20 = 440 pontos da Tabela 10.1. Isso nos permite listar uma hierarquia de cargos, com
(representada pelo número
base em pontos de cada um desses cargos. Podemos, então, atribuir salários para cada cargo
total de pontos, recebidos
no processo de avaliação (passo 9). Mas primeiramente, devemos definir o plano de pagamento competitivo com o
de cargos). mercado e a curva salarial.
$ 6,00
$ 5,00
Figura 10.2
estatística. Esta última produzirá uma curva de salário atual/interna que melhor se adapta
aos pontos. De qualquer forma, veja os resultados na Figura 10.2(b).40
Figura 10.3
Salários do mercado
Salários do mercado
de trabalho
a)
ern
al (int
rial atu
va sala
Cur
Salários para cada grupo ou DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE GRUPOS OU FAIXAS SALARIAIS É padrão
faixa salarial determinar o número de grupos salarias para estabelecer níveis de concentração de pontos
Podem ser estabelecidos
diferentes salários para
iguais, ainda que para cargos com nomenclaturas diferentes. Em outras palavras, cada grupo
um mesmo grupo ou faixa pode incluir todos os cargos para os quais foram atribuídos, entre 50 e 100 pontos, 100 e 150
salarial, fazendo que, para pontos, 150 e 200 pontos e assim por diante. Uma vez que cargos com mesmo grau fazem
determinado cargo, haja a parte da mesma faixa ou grupo salarial, de acordo com o número de pontos recebidos pela
possibilidade de aumento avaliação, o principal problema consiste em determinar quantas faixas salariais existirão na
de salário de acordo com a
avaliação de desempenho
empresa. Não parece haver um número ideal, mas ele geralmente gira em torno de 10 a 16
ou tempo de trabalho na faixas salariais para um determinado grupo de cargos, isso considerando empregos em loja,
mesma empresa. trabalhos de escritório etc. Quanto maior for o número de títulos de cargos diferentes na
mesma empresa, maior será o número de grupos salariais. Dessa forma, uma empresa com
mil cargos tem grande chance de ter maior número de grupos salariais do que uma empresa
com apenas 200 empregados.
$ 9,00
$ 8,50
Salários máximos
$ 8,00
Salários, em dólares, por hora
$ 6,50
$ 5,50
$ 5,00
$ 4,50
I II III IV V VI
$ 4,00
0 50 100 150 200 250 300
Notas dos cargos e pontos avaliados
específicos, distribuídos em diferentes níveis, para cada faixa salarial. A Tabela 10.2 toma como
exemplo a Tabela de Cargos e Salários do Governo Federal norte-americano, com a indicação
dos salários, de acordo com os diferentes faixas salariais e, ainda, dos possíveis salários para
cada uma das faixas, diferenciados em níveis. Observa-se, por exemplo, que empregados ocu-
pantes de cargos classificados como Grupo Salarial 10 (GS10) podem receber salários anuais
entre US$ 45.771 e US$ 59.505, dependendo da experiência anterior, do tempo em que estão
no mesmo cargo na empresa, ou do desempenho, de acordo com os critérios que a empresa
adote para que tenham seu salário melhorado dentro da mesma faixa salarial.
DESENVOLVIMENTO DA VARIAÇÃO SALARIALII Conforme a Figura 10.5, normal-
mente, a curva de salário ancora os salários médios para cada grupo salarial. A empresa pode,
então, decidir arbitrariamente um salário mínimo e máximo para cada faixa, como 15% acima
ou abaixo da curva de salário. Como alternativa, alguns empregadores permitem que, uma vez
por ano, os empregados mudem de grau, na mesma faixa (geralmente isso acontece a partir de
programas de avaliação de desempenho). Nesse caso, se a mobilidade de cargos numa empresa
for baixa, ou seja, exista pouca possibilidade de promoção para diferentes cargos, a empresa
pode optar por uma amplitude de faixa maior entre o maior e o menor salário previstos para
uma mesma faixa salarial. Ainda na Figura 10.5 pode-se perceber que muitos empregadores
estruturam suas tabelas salariais de modo a permitir, por meio de diferentes salários previstos
para uma mesma faixa salarial, que um empregado com mais experiência, tempo de empresa
ou melhor desempenho ganhe mais do que outro ocupando o mesmo cargo.56
Existem várias razões para utilizar diferentes graus dentro de uma mesma faixa salarial.
Primeiro, isso permite que o empregador tenha uma posição mais flexível no mercado de tra-
balho. Por exemplo, com essa flexibilidade torna-se mais fácil atrair funcionários experientes
e mais bem pagos em um alto nível salarial, já que um salário inicial baixo, num determi-
nado grupo salarial (quando comparados aos valores praticados no mercado)será incapaz
de atrair esse tipo de profissional. Numa situação como essa, a empresa poderia oferecer, a
título de salário inicial, o valor correspondente ao grau 3 ou 4 (steps 3 ou 4) para não perder
o candidato ao cargo. O salário também pode variar, permitindo que as empresas ofereçam
II
N. do R.T.: A estratégia mencionada aqui, utilizada para lidar com o reconhecimento nas diferentes faixas
salariais, é o broadbanding, que garante uma amplitude maior sem ferir a legislação trabalhista.
III
N. do R.T.: No Brasil, salários como os de engenheiros são regidos em seu piso pelo órgão de classe (Crea),
que exige um pagamento mínimo para a contratação desse técnico em qualquer organização.
foram para empregos com a expectativa de terem mais desafios e muitos, provavelmente,
sentiram que a melhor maneira de atingir um grande salário era entrando em uma empre-
sa nova e de rápido crescimento, como as startups,67 com opções de subscrição de ações na
forma de pagamento.
No caso do Brasil, por exemplo, recentemente as empresas vivenciaram uma intensa di-
ficuldade na contratação de engenheiros civis para construção de grandes projetos, fazendo
com que os salários iniciais para a admissão daqueles profissionais sofresse um aumento de
15% a 20%. É importante ressaltar que isso ocorreu sem qualquer avaliação de cargos, sim-
plesmente como ajuste de salários com relação à situação do mercado de trabalho.68
Quando se trata de especialistas, a maioria dos empregadores utiliza uma abordagem
de precificação de mercado. Eles precificam trabalhos profissionais no mercado da melhor
forma possível, estabelecendo os valores de referência para essas funções (muitas vezes, as
profissões são representadas, em negociações salariais, por sindicatos próprios, que acabam
por fixar o valor do piso salarial dentro de uma empresa. Em seguida, eles incluem os cargos
de referência e seus outros cargos profissionais em uma estrutura salarial. Cada especialidade
profissional geralmente apresenta entre 4 e 6 níveis, cada um com uma ampla faixa salarial.
Isso ajuda os empregadores a se manterem competitivos na busca por profissionais que, lite-
ralmente, têm possibilidades globais de emprego.69 Isso significa que o mercado de trabalho
a ser avaliado nem sempre fica limitado apenas à localidade em que funciona a empresa;
podendo estender-se além das fronteiras do próprio país, o que, por vezes, inflaciona ainda
mais os salários iniciais para contratação de profissionais altamente qualificados.
Objetivo de
Faixas salariais
Aprendizagem 6 A maioria das empresas utiliza critérios próprios para a definição de número de faixas sala-
riais e amplitude delas. Por exemplo, o plano de pagamento do governo dos Estados Unidos
Listar e explicar as tendências
é composto por 18 principais grupos ou faixas salariais (GS-1 a GS-18), cada um com sua
relevantes na gestão da própria escala de pagamento, ou seja, amplitude de faixa. Para um funcionário cujo cargo
remuneração. pertença a uma dessas faixas, há a definição dos possíveis salários, variando entre um valor
Amplitude das faixas salariais
mínimo e outro máximo, na mesma faixa salarial.
A amplitude das faixas As perguntas que podem ser feitas a partir dessa análise são: “Qual a amplitude correta
salariais indica os limites para cada grupo ou faixa salarial? Qual a variação, dentro de cada faixa, quanto ao número
mínimo e máximo que de pontos de avaliação de cargos?” Porém, as respostas dependem da mobilidade dos pro-
a empresa pretende fissionais dentro da empresa. Caso exista pouca mobilidade, com prazos muito longos para
pagar para cada cargo.
Geralmente, a progressão
promoções pessoais, de um cargo para outro, as faixas salariais tendem a ter uma amplitude
salarial de um empregado maior. O inverso também é verdadeiro e a Figura 10.6 ilustra essa relação. Veja que foram con-
em cada faixa depende solidados seis níveis de remuneração anteriores da empresa em dois grandes faixas salariais.
do tempo de empresa e A empresa pode criar faixas salariais para todos ou para grupos de cargos. A amplitude
do desempenho dele. No de cada faixa salarial tende a ser relativamente grande, na medida em que reflete a variação
caso de remuneração por
competências, a progressão
entre o menor e o maior salário para esses cargos, permitindo que o empregado se mantenha
também pode ocorrer na mesma faixa salarial por mais tempo, antes de ser promovido para novo cargo ou função.
a partir de medições de Por exemplo, em vez de ter 10 grupos ou faixas salariais, cada uma delas com variação entre
conhecimentos, habilidades os graus (amplitude de faixa) de 70%, entre o menor e o maior salário pago para o ocupan-
e comportamento. te daquele cargo, na mesma empresa, é possível optar por reduzir para apenas três grupos
salariais, cada um deles representando um conjunto de cargos, para os quais a variação de
salários entre o menor e o maior seja de 100% ou mais. Haverá, portanto, uma gama muito
maior de valores de salário dentro de cada faixa salarial. Essa forma possibilita mover um
empregado dentro da mesma faixa salarial com mais facilidade, sem se preocupar com o mo-
vimento do empregado para a próxima faixa salarial, o que significaria uma promoção para
um cargo ou grupo de cargos diferentes.
PRÓS E CONTRAS A vantagem básica é que os grupos salariais oferecem maior flexibili-
dade para possíveis aumentos salariais de empregados, considerando seu tempo de empresa
e avaliação de desempenho do empregado no cargo. Inclusive, podem facilitar o processo
de seleção, em tempos de oferta excessiva de vagas no mercado de trabalho, na medida em
que permitem uma possível negociação de salário admissional de contratação (sempre com
respeito à faixa salarial, evitando-se questionamentos sobre equiparação salarial entre ocu-
pantes de um mesmo cargo).
Por outro lado, a faixa salarial promove certo “sentido de permanência no conjunto de
responsabilidades de trabalho, muitas vezes ligado a títulos de cargo” e esta seria justamente
a crítica mais forte quanto aos métodos tradicionais utilizados para planos de cargos e salários
nas empresas. Esse senso de permanência pode ser alterado, por exemplo, se as empresas
optarem pela movimentação dos empregados nas faixas salariais considerando, por exemplo,
as competências dos empregados, o que os incentivaria a trazer suas competências para o de-
sempenho de seu trabalho, independentemente do título ou descrição do cargo que ocupam.
Figura 10.6
Estrutura de faixas salariais
Banda B
e como ela se relaciona com
os níveis de remuneração
tradicionais e intervalos.
Salários, em dólares
Banda A
Salários de executivos
Para executar um plano de remuneração para os executivos de uma empresa, os advogados
especializados em remuneração de executivos sugerem que o conselho de administração, ou
seja, os comitês de salário do conselho que costumam tomar decisões de remuneração dos
executivos em grandes empresas,76 sempre devem se perguntar o seguinte:
• O comitê de remuneração identificou completamente as funções e os processos da
empresa?
• O comitê de remuneração tem os assessores de remuneração adequados?
• Há questões específicas de remuneração dos executivos que a comissão deve abordar?77
• Os procedimentos da empresa demonstram diligência e independência? (Exige deli-
berações cuidadosas e registros.)
• O comitê comunica de forma adequada as suas decisões? Como os acionistas vão reagir?78
Além disso, no caso brasileiro, a legislação prevê tratamentos diferenciados para al-
guns tipos de profissionais e formas de contratação para executivos. É o caso, por exemplo,
dos Diretores de S/A (Sociedades Anônimas), que podem ou não ser empregados, sendo
que suas atribuições, poderes e responsabilidades estão formalmente previstos na Lei n.
6.404/76, no Código Civil (artigos 1.016, 1.017 e 1.020) e nos estatutos da própria empresa.
Há, inclusive, previsão de responsabilidades do diretor de sociedade anônima, que deverá
ser solidária entre os demais executivos, perante a sociedade e os terceiros prejudicados.
Também são responsáveis pela restituição de créditos ou bens sociais aplicados em proveito
próprio, bem como possibilidade de sofrer sanções quando agirem com interesse contrário
ao da sociedade.79 Diante de tantas responsabilidades e previsões legais quanto a possíveis
sanções, os diretores de S/A acabam negociando salários e pacote de remuneração que
superam a observação de fatores desejáveis para o desempenho do cargo ou, ainda, de pes-
quisas salariais externas.
Revisão
RESUMO
1. No estabelecimento de planos de remuneração estra- lítica e equidade. Considerações legais incluem, sobre-
tégicos, os gestores primeiro precisam entender alguns tudo, o princípio da isonomia salarial também foi vis-
fatores básicos para determinar a remuneração. Remu- to (definido pelo art. 7o, incisos XXX, XXXI, XXXII,
neração de funcionários inclui os pagamentos finan- XXXIV da Constituição Federal de 1988 e pelos artigos
ceiros diretos e indiretos. Os fatores que determinam 5o e 461 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT).
o projeto de qualquer plano de pagamento incluem 2. O processo de estabelecimento de remuneração,
questões legais, sindicais, a estratégia da empresa/po- garantindo equidade externa, interna e processual
consiste de várias etapas, dentre elas: realização de go prazo e demais benefícios. Nos níveis superiores,
uma pesquisa salarial, determinação do valor de cada principalmente, não se faz a avaliação do cargo, mas
trabalho, elaboração de uma avaliação do trabalho, leva-se em consideração a complexidade da função, a
agrupamento das funções compostas por dificulda- capacidade do empregador de pagar e a necessidade
des similares e precificação de cada nível salarial com de ser competitivo na atração de talentos.
curvas salariais, e com maior precisão no pagamento. 4. Mais empregadores estão migrando da remuneração
com base nas funções intrínsecas do cargo para a re-
• Pesquisas salariais podem ser feitas por tele-
muneração com base nas competências dos ocupan-
fone ou internet, levantamentos informais ou
tes das vagas. A principal razão para isso é incentivar
formais realizados pelo empregador ou utili-
os funcionários a desenvolver as competências ne-
zando profissional e/ou pesquisas salariais do
cessárias para que eles possam passar por diferentes
governo e comerciais.
funções sem problemas.
• A avaliação do trabalho é a comparação siste-
5. Outros tópicos importantes tratados sobre remune-
mática feita para determinar o valor de um tra-
ração foram: faixa salarial, comitê de salários dos
balho em relação a outro, com base em fatores
executivos, planos de remuneração dos executivos e
de avaliação.
programas de recompensa. A faixa salarial refere-se
• Fatores de avaliação de cargos referem-se a
à consolidação de vários graus de salário para uma
elementos compensáveis de um trabalho, tais
mesma faixa ou grupo salarial, podendo ter uma am-
como habilidades e esforços.
plitude maior ou menor, que depende da mobilida-
• Métodos de avaliação de cargos mais popula-
de dos empregados na empresa. A faixa salarial tam-
res incluem ranking, classificação profissional,
bém incentiva os funcionários a se mover livremente
como o método de pontos, por meio do qual é
entre diferentes funções sem, necessariamente, al-
possível realizar uma análise de cargos e agru-
terar a nomenclatura do cargo. Já com relação ao
pá-los por departamento para que sejam ava-
comitê de salários dos executivos, com muitos acio-
liados na sequência.
nistas preocupados com a excessiva remuneração
• Uma vez que a comissão de avaliação de cargos
dos executivos, esse comitê se tornou uma questão
determina o valor relativo de cada função, po-
importante, devendo confiar essa responsabilidade
de-se voltar para a tarefa de atribuir o pagamen-
para conselheiros qualificados, além de diligência e
to para cada cargo, que inclui o passo de agru-
independência na formulação de planos de remune-
par cargos em níveis para agilizar o processo.
ração dos executivos. Finalmente, os programas de
• A equipe pode utilizar as curvas salariais para
recompensa são aqueles que abrangem os compo-
precificar cada nível e, depois, ajustar os salários.
nentes tradicionais de remuneração, mas também
3. Precificar cargos gerenciais e de profissionais espe- questões como o reconhecimento e o redesenho de
cializados envolve algumas questões especiais. O pa- cargos mais desafiadores, pensando nas necessidades
gamento gerencial consiste tipicamente em salário da geração Y que passa a ocupar cada vez mais posi-
básico, incentivos de curto prazo, incentivos de lon- ções no mercado de trabalho.
PALAVRAS-CHAVE
remuneração 263 método de classificação de cargos 271
remuneração direta 263 classes ou grupos 271
remuneração indireta 263 método de pontos 271
princípio da isonomia salarial 264 curva salarial 274
princípio da irredutibilidade salarial 264 sistema de remuneração competitivo com o
equiparação salarial na empresa 265 mercado 275
jornada de trabalho prevista em lei 265 pesquisa salarial 276
banco de horas 266 salários de acordo com grupos ou faixas salariais 278
avaliação de cargos 267 salários para cada grupo ou faixa salarial 279
fator de avaliação de cargos 267 compa ratio 281
cargo-chave 268 remuneração por competências 284
método de escalonamento 269 amplitude das faixas salariais 285
4. Quais são os prós e os contras de faixas salariais, e presidente da Universidade de Yale recebeu mais de
o que você recomendaria ao seu atual empregador US$ 1 milhão em 2012. Discuta por que se paga (ou
(ou alguma outra empresa com a qual esteja familia- não) aos presidentes de universidades tanto quanto,
rizado) a utilizar como plano de remuneração para ou mais, do que muitos CEOs corporativos.
atrair e manter os melhores candidatos? Justifique 6. Defina e dê um exemplo de como conduzir uma ava-
sua resposta. liação de cargos.
5. Nos Estados Unidos, foi divulgado que a remune- 7. Explique detalhadamente como estabelecer um pla-
ração média da maioria dos presidentes de univer- no de pagamento competitivo no mercado.
sidades foi de cerca de US$ 250 mil por ano, mas 8. Explique como precificar cargos gerenciais e de pro-
que alguns ganharam muito mais. Por exemplo, o fissionais especializados.
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
O novo plano de pagamento de seus colegas tenham a política de pagar salários bastante
baixos, Jack tem seguido uma de pagar cerca de 10% acima
Os centros de limpeza Carter não têm uma estrutura as-
do que ele entende que são as alíquotas vigentes, uma po-
salariada formal nem faixas salariais ou fatores de avaliação
lítica com a qual ele acredita que reduz a rotatividade e pro-
de cargos. Os salários são baseados principalmente nos
move a lealdade do empregado.
outros da região, e há a tentativa, por parte de Jack Carter, de
manter a aparência de equidade na remuneração entre o que Perguntas
recebem os trabalhadores com responsabilidades diferentes
nas lojas. 1. A empresa está no momento de criar uma estrutura for-
Carter não faz quaisquer pesquisas formais para determi- mal de salários, com base em uma avaliação completa
nar quanto sua empresa deve pagar. Ele examina os anúncios do trabalho? Por quê?
de emprego quase todos os dias e realiza pesquisas infor- 2. A política de Jack Carter de pagar 10% a mais do que os
mais entre seus amigos da lavanderia e junto à associação salários vigentes é interessante? Como isso poderia ser
comercial de serviços de limpeza. Enquanto Jack faz uma determinado?
abordagem “intuitiva e improvisada” para a remuneração 3. Qual a diferença entre salário e remuneração variável?
dos seus funcionários, sua agenda de salário tem sido guiada 4. Você acredita que um plano de remuneração variável po-
por várias políticas básicas de pagamento. Embora muitos deria motivar os empregados da empresa? Como?
Notas
1. Rede norte-americana de supermerca- fins previstos no § 2o do art. 461 da CLT, 14. As desigualdades de pagamento podem
dos, fundada como empresa familiar, em só é válido o quadro de pessoal organi- se manifestar de maneiras inesperadas.
Rochester, Nova York, em 1916 e que, zado em carreira quando homologado Pesquisadores observaram o impacto
desde 1998, figurou por oito anos con- pelo Ministério do Trabalho, excluindo- de manter a remuneração em segredo,
secutivos na “Fortune’s 100 Best Companies se, apenas, dessa exigência o quadro de em vez de divulgá-la nas avaliações de
to Work For”, além de ser considerada, até carreira das entidades de direito públi- desempenho individuais dos emprega-
hoje, como uma das melhores empresas co da administração direta, autárquica dos. Eles descobriram que empregados
para se trabalhar nos Estados Unidos. e fundacional aprovado por ato admi- considerados mais intolerantes diante
2. Elayne Robertson Demby, “Two Stores nistrativo da autoridade competente. II das desigualdades na forma de recom-
Refused to Join the Race to the Bottom - Para efeito de equiparação de salários pensa reagiram negativamente em seu
for Benefits and Wages”, Workforce Ma- em caso de trabalho igual, conta-se o desempenho após lhes serem omitidas
nagement, fev. 2004, p. 57-59. Disponível tempo de serviço na função e não no informações e critérios sobre as recom-
em: http://www.workforce.com/arti- emprego. III - A equiparação salarial só pensas nas empresas. Peter Bamberger
cles/two-stores-refuse-to-join-the-race- é possível se o empregado e o paradigma e Elena Belogolovsky, “The Impact of
to-the-bottom. Acesso em: 2 dez. 2013. exercerem a mesma função, desempe- Pay Secrecy on Individual Test Perfor-
3. De acordo com a legislação brasileira, nhando as mesmas tarefas, não impor- mance”, Personnel Psychology 60, n. 3,
o art. 78 da Consolidação das Leis do tando se os cargos têm, ou não, a mesma 2010, p. 965-996.
Trabalho (CLT), no caso de ser o salário denominação. IV - É desnecessário que, 15. Henderson, Compensation Manage-
ajustado por empreitada, ou conven- ao tempo da reclamação sobre equipa- ment; veja também Barry Gerhart e Sara
cionado por tarefa ou peça, garante ao ração salarial, reclamante e paradigma Rynes, Compensation: Theory, Eviden-
trabalhador uma remuneração diária estejam a serviço do estabelecimento, ce, and Strategic Implications, Thou-
nunca inferior ao salário mínimo por desde que o pedido se relacione com si- sand Oaks, CA: Sage, 2003; Joseph Mar-
dia normal da região, zona ou subzona. tuação pretérita. V - A cessão de empre- tocchio, Strategic Compensation, Upper
4. Richard Henderson, Compensation Ma- gados não exclui a equiparação salarial, Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2006, p.
nagement, Reston, VA: RestonPublishing, embora exercida a função em órgão go- 67-94.
1980, p. 101-127; Stacey L. Kaplan, “To- vernamental estranho à cedente, se esta 16. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/
tal Rewards in Action: Developing a To- responde pelos salários do paradigma e seg_desemp/>. Acesso em: 23 fev. 2014.
tal Rewards Strategy”, Benefits & Compen- do reclamante. VI - Presentes os pressu- 17. Disponível em: <http://www.guiatraba-
sation Digest 42, n. 8, ago. 2005. postos do art. 461 da CLT, é irrelevante lhista.com.br/guia/banco_horas.htm>.
5. Demby, “Two Stores Refused to Join the a circunstância de que o desnível sala- Acesso em: 15 jan. 2014.
Race”. rial tenha origem em decisão judicial 18. Peg Buchenroth, “Driving Performan-
6. Nicholas Wade, “Play Fair: Your Life que beneficiou o paradigma, exceto se ce: Making Pay Work for the Organi-
May Depend on It”, The New York Times, decorrente de vantagem pessoal, de tese zation”, Compensation & Benefits Review,
12 set. 2003, p. 12. jurídica superada pela jurisprudência de maio/jun. 2006, p. 30-35.
7. Robert Bretz e Stephen Thomas, “Per- Corte Superior ou, na hipótese de equi- 19. Jessica Marquez, “Raising the Perfor-
ceived Inequity, Motivation, and Final paração salarial em cadeia, suscitada em mance Bar”, Workforce Management, 24
Offer Arbitration in Major League defesa, se o empregador produzir prova abr. 2006, p. 31-32.
Baseball”, Journal of Applied Psychology, do alegado fato modificativo, impeditivo 20. Demby, “Two Stores Refuse to Join
jun. 1992, p. 280-282; Reginald Bell, ou extintivo do direito à equiparação sa- the Race”. Disponível em: <www.hoo-
“Addressing Employees’ Feelings of Ine- larial em relação ao paradigma remoto. vers.com/company/Wegmans_Food_
quity: Capitalizing on Equity Theory in VII - Desde que atendidos os requisitos Markets_Inc/cfhtji-1.html>. Acesso em:
Modern Management”, Supervision 72, do art. 461 da CLT, é possível a equipa- 1o jun. 2011.
n. 5, maio 2011, p. 3-6. ração salarial de trabalho intelectual, 21. Ibid.
8. James DeConinck e Duane Bachmann, que pode ser avaliado por sua perfeição 22. Ibid.
“An Analysis of Turnover Among Retail técnica, cuja aferição terá critérios ob- 23. Joseph Martocchio, Strategic Compensa-
Buyers”, Journal of Business Research 58, jetivos. VIII - É do empregador o ônus tion, Upper Saddle River, NJ: Pearson
n. 7, jul. 2005, p. 874-882. da prova do fato impeditivo, modificati- Education, 2011, p. 140.
9. Michael Harris et al., “Keeping Up with vo ou extintivo da equiparação salarial. 24. Ibid., p. 138. Veja também Nona Tobin,
the Joneses: A Field Study of the Rela- IX - Na ação de equiparação salarial, a “Can Technology Ease the Pain of Salary
tionships Among Upward, Lateral, and prescrição é parcial e só alcança as di- Surveys?” Public Personnel Management
Downward Comparisons and Pay Level ferenças salariais vencidas no período 31, n. 1, primavera 2002, p. 65-78.
Satisfaction”, Journal of Applied Psychology de 5 (cinco) anos que precedeu o ajui- 25. Disponível em: <http://www.haygroup.
93, n. 3, 2008, p. 665-673. zamento. X - O conceito de “mesma lo- com/ww/services/index.aspx?ID=11>.
10. David Terpstra e Andre Honoree, “The calidade” de que trata o art. 461 da CLT Acesso em: 31 ago. 2012.
Relative Importance of External, Inter- refere-se, em princípio, ao mesmo mu- 26. A análise de cargos, como discutida no
nal, Individual, and Procedural Equity nicípio, ou a municípios distintos que, Capítulo 4, pode ser uma fonte útil de
to Pay Satis faction”, Compensation & comprovadamente, pertençam à mesma informação sobre os fatores de avaliação
Benefits Review, nov./dez. 2003, p. 67-74. região metropolitana. de cargos a serem usados pela empresa
11. Ibid., p. 68. 13. Millicent Nelson et al., “Pay Me More: bem como para descrições de cargo (job
12. De acordo com a Súmula n. 6 do TST, fo- What Companies Need to Know About description) e possíveis especificações so-
ram previstas alterações, em 14.09.2012 Employee Pay Satisfaction”, Compensa- bre os desejáveis ocupantes daquela vaga.
(Res. 185/2012, DEJT), para a redação tion & Benefits Review, mar./abr. 2008, Por exemplo, uma técnica de análise
do art. 461, conforme segue: I - Para os p. 35-42. quantitativa de trabalho, como o questio-
nário de análise de cargo, gera informa- aumentar significativamente em 2011. 59. Mark Meltzer e Howard Goldsmith, “Exe-
ção quantitativa sobre o nível em que os Fay Hansen, “Currents in Compensa- cutive Compensation for Growth Com-
cinco fatores básicos a seguir estão pre- tion and Benefits”, Compensation & Bene- panies”, Compensation & Benefits Review,
sentes em cada trabalho: tomada de de- fits Review 42, n. 6, 2010, p. 435. nov./dez. 1997, p. 41-50; Martocchio,
cisões, comunicação ou responsabilidade 39. Martocchio, Strategic Compensation, p. 151. Strategic Compensation, p. 421-428. Veja
social, atividades qualificadas, aptidão 40. Kilgour, “Job Evaluation Revisited”, também “Realities of Executive Compen-
física, experiência no uso e manejo de p. 37-46. sation − 2006/2007 Report on Executive
veículos operacionais ou equipamentos 41. Henderson, Compensation Management, Pay and Stock Options”. Disponível em:
e processamento de informações. Como p. 260-269. Veja também “Web Access <www.watsonwyatt.com/research/res-
resultado, uma técnica de análise de car- Transforms Compensation Surveys”, render.asp?id=2006-US-0085&page=1>.
gos como os questionários para análise Workforce Management, 24 abr. 2006, p. 34. Acesso em: 20 maio 2007.
da função desempenhada (ou PAQ – po- 42. Disponível em: <http://www.bls.gov/ 60. Decisões do Tribunal Superior do Tra-
sition analysis questionnaire) é mais bem bls/wages.htm>. Acesso em: 7 mar. 2014. balho (TST) vêm balizando a escolha
usada para a finalidade de avaliação fu- 43. Disponível em: <http://www.ibge. de empresas por remunerar executivos
tura de cada cargo, a partir das informa- gov.br/home/estatistica/populacao/ e empregados – até mesmo de chão de
ções obtidas pelos próprios ocupantes da mapa_mercado_trabalho/>. Acesso em: fábrica – por meio de stock options. As
vaga. Outro ponto digno de nota é que 7 mar. 2014. decisões da Corte são no sentido de que
a empresa pode entender que um único 44. Disponível em: <http://www3.mte.gov. o valor das stock options não integram
conjunto de fatores de avaliação de car- br/geral/estatisticas.asp>. Acesso em: 7 o salário. Na prática, isso quer dizer
gos não é suficiente para descrever todos mar. 2014. que sobre esses valores não incidem as
os trabalhos desempenhados em deter- 45. Disponível em: <http://stats.bls.gov/ contribuições previdenciárias, nem há
minado cargo. Essa é outra razão pela oes/current/oes_nat.htm>. Acesso em: reflexos sobre verbas trabalhistas como
qual muitos gestores acabam agrupando 7 mar. 2014. férias, 13o salário e fundo de garantia
alguns cargos antes de dar início à sua 46. Para mais informações sobre essas por tempo de serviço (FGTS). Disponí-
avaliação. Por exemplo, você pode ter pesquisas, veja o folder da empresa, vel em <http://abdir.jusbrasil.com.br/
fatores de avaliação diferentes para um “Domestic Survey References”, Wat- noticias/2170842/tst-decide-que-aco-
grupo de cargos separado para os ope- son Wyatt Data Services, 218 Route 17 es-nao-integram-salario>. Acesso em: 7
rários de fábrica (cargos operacionais) e North, Rochelle Park, NJ 07662. Dispo- mar. 2014.
outros para os trabalhadores de escritó- nível em: <www.watsonwyatt.com/sear- 61. James Reda, “Executive Pay Today and
rio (cargos administrativos). ch/publications.asp?ArticleID=21432>. Tomorrow”, Corporate Board 22, n. 126,
27. Alguns programas ou aplicativos podem Acesso em: 29 out. 2009. jan. 2001, p. 18.
ajudar na classificação de cargos. Disponí- 47. Disponível em: <http://datafolha.fo- 62. Syed Tahir Hijazi, “Determinants of
vel em: <http://www.hr-guide.com/data/ lha.uol.com.br/salarios>. Acesso em: Executive Compensation and Its Im-
G909.htm>. Acesso em: 7 mar. 2014. 7 mar. 2014. pact on Organizational Performance”,
28. John Kilgour, “Job Evaluation Revisited: 48. Disponível em: <http://www3.catho. Compensation & Benefits Review 39, n. 2,
The Point Fator Method”, Compensation com.br/salario/action/site/index. mar./abr. 2007, p. 58-67.
& Benefits Review, jul./ago. 2008, p. 40. php>. Acesso em: 7 mar. 2014. 63. Por exemplo, um livro argumenta que
29. Martocchio, Strategic Compensation, p. 140. 49. Disponível em: <http://www.salariobr. os executivos das grandes empresas
30. Para uma discussão, veja Roger Pla- com>. Acesso em: 7 mar. 2014. usam o seu poder para serem remu-
chy, “The Point Factor Job Evaluation 50. Algumas empresas adotam nomenclatu- nerados de maneira que não são rela-
System: A Step-by-Step Guide, Part I”, ras para seus cargos a partir do Código cionadas com o desempenho. Lucian
Compensation & Benefits Review, jul./ago. Brasileiro de Ocupações (CBO), docu- Bebchuk e Jesse Fried, Pay Without Per-
1987, p. 12-27; Roger Plachy, “The Case mento que reconhece, nomeia e codifi- formance: The Unfulfilled Promise of
for Effective Point-Fator Job Evaluation, ca os títulos e descreve as características Executive Compensation, Boston: Har-
Viewpoint I”, Compensation & Benefits das ocupações do mercado de trabalho vard University Press, 2004.
Review, mar./abr. 1987, p. 45-48; Roger brasileiro. Disponível em: <http:// 64. Disponível em: <http://uk.reuters.com/
Plachy, “The Point-Fator Job Evaluation www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/sai- article/2010/02/23/uk-hsbc-idUK-
System: A Step-by-Step Guide, Part II”, baMais.jsf>. Acesso em: 7 mar. 2014. TRE61M6FT20100223>. Acesso em: 15
Compensation & Benefits Review, set./out. 51. Kilgour, “Job Evaluation Revisited,” jan. 2014.
1987, p. 9-24; John Kilgour, “Job Evalua- p. 37-46. 65. Veja Martocchio, Strategic Compensation;
tion Revisited: The Point Fator Me- 52. De acordo com o princípio da irreduti- Patricia Zingheim e Jay Schuster, “De-
thod”, Compensation & Benefits Review, bilidade de salários, previsto pelo artigo signing Pay and Rewards in Professional
jul./ago. 2008, p. 37-46. 468 da CLT. Services Companies”, Compensation &
31. Martocchio, Strategic Compensation, p. 141. 53. Ibid. Benefits Review, jan./fev. 2007, p. 55-62.
32. Kilgour, “Job Evaluation Revisited,” 54. David W. Belcher, Compensation Adminis- 66. Farhad Manjoo, “Engineers to the Val-
p. 37-46. tration, Upper Saddle River, NJ: Prentice ley: Pay Up”, Fast Company 153, n. 38,
33. Ibid. Hall, 1974, p. 257-276; Nicola Sulliva, mar. 2011.
34. Ibid. “Serco Introduces Pay Grade Structure 67. O termo startup passou a ser empregado
35. Ibid. for Senior Staff”, Employee Benefits, jul. no Brasil durante a bolha da internet,
36. Ibid. 2010, p. 5. entre 1996 e 2001, e refere-se a um gru-
37. Ibid. 55. Disponível em: <www.opm.gov/oca/ po de pessoas que se reuniram a fim de
38. Ibid. Claro que o nível de atividade eco- 11tables/html/gs.asp>. Acesso em: 1 criar um modelo de negócios replicável
nômica influencia as expectativas de jun. 2011. e escalável, ou seja, capaz de entregar
compensação. Por exemplo, aumentos 56. Martocchio, Strategic Compensation, p. 185. o mesmo produto em grande escala e
salariais foram menores do que o espe- 57. Ibid., p. 189. com mesma qualidade, trabalhando em
rado em 2010 por conta de uma econo- 58. Kilgour, “Job Evaluation Revisited”, condições de extrema incerteza. Nes-
mia desacelerada, mas estava previsto p. 37-46. te caso, a obra considera startup como
uma empresa ainda em fase de desen- “Competencies and Rewards: Substance Cohen e Laura Clark, “Is the Executive
volvimento e no início de sua operação or Just Style?”, Compensation and Benefits Employment Agreement Dead?” Com-
(NE). Disponível em: <http://exame. Review 35, n. 5, set./out. 2003, p. 40-44. pensation & Benefits Review, jul./ago.
abril.com.br/pme/noticias/o-que-e-u- 72. Joseph Martocchio, Strategic Compensa- 2007, p. 50-55.
ma-startup/>. Acesso em: 21 jan. 2014. tion, p. 168. 78. Ibid. Veja também Brent Longnecker e
68. Disponível em: <http://blogs.estadao. 73. Frank Giancola, “Skill-Based Pay: Fad or James Krueger, “The Next Wave of Com-
com.br/jt-seu-bolso/alta-procura-faz-sa- Classic?”, Compensation & Benefits Review pensation Disclosure”, Compensation &
lario-de-engenheiro-subir-20/>. Acesso 43, n. 4, 2011, p. 220-226. Benefits Review, jan./fev. 2007, p. 50-54.
em: 4 dez. 2013. 74. “The New Talent Equation”. Dispo- 79. Disponível em: <http://www.granadei-
69. Dimitris Manolopoulos, “What Motiva- nível em: <www.accenture.com/NR/ ro.adv.br/template/template_clipping.
tes Research and Development Profes- rdonlyres/7438E440-F7D5-4F81- php?Id=1163>. Acesso em: 23 fev. 2013.
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Laboratories in Greece”, International Outlook_The_New_Talent_Equation. and Managing Tomorrow’s Pay Pro-
Journal of Human Resource Management pdf>. Acesso em: 9 nov. 2010. grams”, Compensation & Benefits Review,
17, n. 4, abr. 2006, p. 616-647. 75. “Five Rules for Talent Management in the jul./ago. 2008, p. 30-35.
70. Veja Robert Heneman e Peter LeBlanc, New Economy”. Disponível em: <www. 81. Frank L. Giancola, “A Framework for
“Development of and Approach for towerswatson.com/viewpoints/2606>. Understanding New Concepts in Com-
Valuing Knowledge Work”, Compensation Acesso em: 9 nov. 2010. pensation Management”, Benefits &
& Benefits Review, jul./ago. 2002, p. 47. 76. Society for Human Resource Manage- Compensation Digest 46, n. 9, set. 2009,
71. Gerald Ledford Jr., “Paying for the ment, “Changing Leadership Strate- p. 7, 13-16; Georgina Fuller, “Total
Skills, Knowledge, and Competencies gies”, Workplace Visions, n. 1, 2008, p. 3. Reward Statements”, Employee Benefits,
of Knowledge Workers”, Compensation 77. Para uma discussão sobre algumas das jan. 2011, p. 47.
& Benefits Review, jul./ago. 1995, p. questões consideradas em um acordo
56; Veja também P. K. Zingheim et al., executivo de emprego, veja: Jonathan
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Discutir os principais incentivos individuais para os empregados.
2. Entender vantagens e desvantagens do uso de comissões ou prêmios, em vez de
salários fixos.
3. Nomear e definir os planos de incentivo mais utilizados nas organizações.
4. Listar e discutir os principais tipos de licença e seguro para os empregados.
5. Descrever os principais benefícios de aposentadoria.
6. Listar e discutir os possíveis serviços e benefícios oferecidos pelas empresas para
empregados e familiares.
Introdução
Assim como para muitas empresas, o controle de custos faz parte da estratégia da NES Ren-
tals Holdings, fornecedora de equipamentos de construção, como plataformas elevatórias.1 A
questão é: como ela pode cortar custos com pessoal e, ainda assim, manter sua boa reputação?
Os planos de salário e remuneração, discutidos no Capítulo 10, representam apenas parte dos
pacotes de compensação total oferecidos pela maioria dos empregadores. Praticamente todos
os empregadores também oferecem benefícios, como planos de seguro de vida e assistência
médica para os empregados, além de cada vez mais empresas, atualmente, passarem a ofe-
recer pagamento de incentivos, como prêmios e bônus de fim de ano. Neste capítulo, vamos
estudar os incentivos e os planos de benefícios.I
I
N. do R.T.: Vale a pena ressaltar que este capítulo, por se tratar de parte de obra traduzida, está defasado em
termos de administração de pessoal por não considerar o eSocial implantado pelo MTE em 2013-2014 como
forma de aumentar o rigor do controle sobre os dados de gestão de pessoas nas organizações quanto a obrigações
e obrigações acessórias.
tretanto, muitos profissionais argumentam que é necessário atenção redobrada aos processos
de avaliação de desempenho para que as promoções tenham critérios claros e transparentes
para ocorrer. O contrário disso poderia desencadear um clima de insatisfação e falta de mo-
tivação entre os demais empregados.9
Já os prêmios são pagos aos empregados como recompensa ou incentivo para a execu-
ção de suas tarefas e, normalmente, obedecem a critérios específicos para sua concessão.
Diferem dos aumentos salariais na medida em que estes modificam em definitivo o salário
do empregado, enquanto os prêmios podem variar de acordo com os resultados alcançados
ou o desempenho do empregado. A grande dificuldade das empresas é a fixação de metas
para o pagamento dos prêmios, sendo que o ideal é levar em consideração não apenas o
desempenho dos empregados no exercício de suas funções, mas, sobretudo, a lucratividade
trazida para a empresa.
UMA OPÇÃO Para fixar critérios mais justos para a concessão de prêmios, pode-se vincu-
lar desempenho individual e organizacional. Os desempenhos da empresa e do empregado
recebem o mesmo peso no cálculo do pagamento por mérito. Na Tabela 11.1, um desempe-
nho excepcional receberia 70% de seu prêmio máximo fixo, mesmo que o desempenho da
organização fosse regular. No entanto, os empregados com desempenho regular ou inaceitá-
vel não receberiam prêmios de montante fixo, mesmo que o desempenho da empresa tenha
sido excelente.
Nota: para determinar o valor do prêmio de cada funcionário neste exemplo: (1) multiplica-se o salário-base do empregado
pelo seu prêmio máximo de incentivo determinado pela empresa (p. ex., 20% sobre salário) e (2) multiplica-se o produto
resultante pela porcentagem adequada a partir desta tabela. Por exemplo, se um empregado tinha um salário-base de
R$ 20 mil e um prêmio máximo de 20% de incentivo, e se o seu desempenho e o da organização foram excelentes (peso
correspondente a 0,8), o prêmio do empregado seria R$ 3,2 mil (20.000 × 0,2 × 0,80 = 3.200).
• viagens em grupo;
• viagens individuais;
• sorteios.
PERSPECTIVA GLOBAL Para evitar que um determinado tipo de benefício possa ter
alguma repercussão diferente, o gerente deve considerar fatores culturais para fazer conces-
sões. Por exemplo, uma empresa deu um prêmio de quatro dólares para seus funcionários de
Singapura, como presente pelo ano novo Chinês, descobrindo apenas depois que, em muitas
culturas asiáticas, o número quatro tem conotação de morte.16
DESENHO DO CARGO Embora, geralmente, não seja considerado um incentivo, o de-
senho do cargo ou conjunto de funções inerentes ao cargo (job description) pode influenciar
significativamente a motivação e a retenção dos empregados. Um estudo concluiu que a res-
ponsabilidade e o feedback do trabalho foram, respectivamente, o quinto e o sétimo fatores
mais importantes no envolvimento dos empregados.17 O desenho de cargo (veja os capítulos
4 e 10) é, portanto, uma parte útil do programa de recompensas totais do empregador.
PRÊMIOS COM BASE ON-LINE E TI Os programas de incentivo podem ser caros e
complicados de administrar.18 Acompanhar o desempenho de dezenas ou centenas de pes-
soas e calcular os incentivos individuais dos empregados é demorado. Como solução, o mer-
cado tem oferecido vários modelos de sistemas de gestão de incentivos empresariais que
automatizam o planejamento, a análise e a gestão de planos de remuneração de incentivo.19
mesmo a falta de preocupação com o pós-venda, que pode indicar necessidades presentes ou
futuras dos clientes quanto ao produto ou serviço adquirido. Na maioria das empresas, uma
parcela significativa das vendas em um ano reflete apenas a repetição das vendas do ano an-
terior, fato que não demanda grande esforço por parte da equipe (denominado carry-over).
O questionamento que deve ser feito pelo empregador é: por que, então, pagar à equipe
uma comissão em todas as vendas do ano corrente se algumas delas não são “novas” vendas
do ano em curso?26
Plano combinado
Na prática, a maioria das empresas, por sua vez, paga aos vendedores uma combinação de sa-
lário e comissão. O acordo de cerca de 70% de salário-base mais 30% de incentivo amortece
o risco de queda de rendimento do vendedor e limita o risco de a empresa perder o controle
do valor a ser pago em comissões,27 sobretudo no caso brasileiro, em que elas integram o
valor do salário para efeito de incidência de encargos sociais. Dentro do plano combinado,
existem inúmeras opções. No plano “salário mais comissão”, o vendedor é pago com base em
comissões, mas conta com o recebimento de salário mínimo ou piso salarial da categoria pro-
fissional, garantindo sua sobrevivência mesmo nos períodos de vendas em baixa. Além das
comissões, as empresas também podem estabelecer prêmios ou bônus para os empregados
para atividades dirigidas, como a venda de itens de baixa rotatividade ou captação de clientes
específicos. A pesquisa revela que, entre outras coisas, os vendedores de alto desempenho
gastam mais de 264 horas por ano em atividades de vendas de alto valor (por exemplo, pros-
pecção, apresentações e fechamento de vendas) do que vendedores de baixo desempenho.28
Nota: para determinar o valor em reais de prêmio de um gerente, multiplique o bônus máximo possível pelo fator
correspondente da matriz.
empresa. Por exemplo, a empresa petrolífera Transocean Ltd. usa uma fórmula que inclui
diversos fatores, tais como novos contratos e segurança da plataforma, além dos itens tradi-
cionais que constam da avaliação de desempenho dos empregados.
As empresas dependem
cada vez mais de equipes
para gerenciar o trabalho.
Portanto, precisam de
planos de incentivo que
estimulem o trabalho em
equipe e concentrem a
atenção dos seus membros
no desempenho.
II
N. do R.T.: No contexto brasileiro, esta opção precisa ser validada mediante convenção coletiva entre sin-
dicato e empresa.
Benefícios
Pagamentos financeiros Panorama atual de benefícios e serviços
e não financeiros,
Ao lado de salários e outros incentivos, os benefícios são o terceiro grande componente das
também chamados de
salários indiretos, que os recompensas totais. Eles são pagamentos financeiros e não financeiros (ou salário indireto)
empregados recebem para que os empregados recebem para continuar trabalhando na empresa,62 incluindo seguro de
continuar seu trabalho com vida e saúde, previdência, assistência odontológica, cesta básica, descontos em produtos ou
a empresa. serviços da empresa etc.
Muitos autores diferenciam os benefícios dos serviços oferecidos pelas empresas, quali-
ficando esses últimos como facilidades para os empregados, a exemplo de estacionamento,
posto bancário no local de trabalho etc.
É importante frisar que os benefícios são pagamentos financeiros ou não financeiros
indiretos fornecidos espontaneamente pelos empregadores. Isso significa que variam dras-
ticamente entre uma empresa e outra, dependendo do porte e do segmento de atuação.
Diferem, portanto, dos encargos sociais, aqueles cujo pagamento é obrigatório para as
empresas, por força de leis ou sindicatos (convenções ou acordos coletivos). Assim, itens
como descanso semanal remunerado (DSR), vale-transporte, creche no local de trabalho63
e seguro-desemprego, dentre outros, são considerados encargos sociais para os emprega-
dores e não benefícios, embora representem alguma vantagem para estes. Os encargos
sociais, dependendo do porte da empresa, alcançam facilmente o patamar de 80% a 100%
do valor do salário.
Benefícios assistenciais de receber o necessário para sua sobrevivência. É o caso dos chamados benefícios assisten-
Benefícios por tempo não ciais, referentes a seguro-desemprego e licenças em geral, remuneradas em razão do afasta-
trabalhado, como seguro
mento dos empregados, normalmente em decorrência de doenças ou acidentes de trabalho
‑desemprego e licenças.
e até mesmo de aposentadorias.
Embora pagos pelo governo, a origem de tais pagamentos decorre das contribuições
mensais feitas pelos empregadores, com referência a cada um de seus empregados, por meio
do recolhimento de parcelas mensais para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Os benefícios assistenciais são previstos pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas – Lei
n. 8.742, de 1993), que define o funcionamento da Seguridade Social em nosso país, me-
diante a previsão de dois modelos: um sistema que prevê cobertura e direito aos benefícios
em função do exercício do trabalho e um sistema que prevê assistência aos inaptos para o
trabalho. Como exemplo do último, que enseja o pagamento de um benefício de prestação
continuada (BPC), de caráter socioassistencial previsto no artigo 203 da Constituição Fede-
ral e arts. 20 e 21 da Loas, podemos citar: pagamento de um salário mínimo para os idosos
(com 65 anos ou mais) e para as pessoas com deficiência (de qualquer idade, com impe-
dimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial) Em ambos
os casos, a renda per capita familiar deve ser inferior a ¼ do salário mínimo para que seja
possível o pleito a referido benefício.
Já quanto aos benefícios em função do trabalho, chamados benefícios eventuais, previs-
tos pelo artigo 22 da Loas, referem-se a situações como morte (auxílio-funeral), vulnerabili-
dade temporária (auxílio-maternidade, por exemplo) e calamidade pública que impeçam a
realização do trabalho.64
Assim, empregados licenciados por problemas de saúde, gravidez ou em decorrência de
acidentes do trabalho não podem permanecer afastados do trabalho sem qualquer remune-
ração, razão pela qual as empresas devem garantir que mantenham sua remuneração, para o
que contribuem mensalmente para o INSS.
Além dos benefícios assistenciais indicados, a Seguridade Social brasileira também res-
ponde pela concessão de seguro-desemprego, instituído pela Lei n. 998, de 11 de janeiro de
1990, alterado pela Lei n. 8.900, de 30 de junho de 1994,65 cujo objetivo é prover assistência
financeira temporária ao trabalhador desempregado, demitido sem justa causa ou na dispen-
sa indireta, com valor não inferior a um salário mínimo.66 Nessas situações (dispensa sem jus-
ta causa ou dispensa indireta), o empregado faz jus ao recebimento de três a cinco parcelas
de seguro-desemprego, cujo valor varia conforme o caso (depende da média dos três últimos
salários do empregado). A quantidade de parcelas depende do número de meses em que o
empregado trabalhou nos 36 meses anteriores à data de desligamento da empresa. Assim, se
trabalhou de seis a 11 meses, receberá apenas três parcelas; de 12 a 23 meses, quatro parcelas
e entre 24 e 36 meses, cinco parcelas.67
Objetivo de Seguro-desemprego
Aprendizagem 4 O seguro-desemprego é um benefício integrante da Seguridade Social, garantido pelo art. 7o
Listar e discutir os principais dos Direitos Sociais da Constituição Federal, e tem por finalidade promover a assistência fi-
tipos de licença e seguro para nanceira temporária ao trabalhador desempregado, em valor não inferior ao salário mínimo
os empregados.
vigente, em virtude da dispensa sem justa causa e também na dispensa indireta.
O trabalhador tem direito a receber de três a cinco parcelas do benefício, a cada período
aquisitivo de 16 meses (o mesmo tempo é aplicado para a carência de recebimento do benefício).
Seguro-desemprego A quantidade de parcelas depende da quantidade de meses trabalhados nos últimos 36 meses.
Tem a finalidade de prover Assim, se o empregado trabalhou de 6 a 11 meses, receberá apenas três parcelas do benefício,
assistência financeira
temporária ao trabalhador de 12 a 23 meses trabalhados, quatro parcelas e, finalmente, de 24 a 36 meses, cinco parcelas. O
desempregado, demitido valor de cada parcela depende da faixa salarial de cada empregado, mas não pode ser inferior a
sem justa causa, e também um salário mínimo e obedece a um valor máximo para pagamento.68 Os gastos com o benefício
na dispensa indireta. alcançaram cerca de R$ 30 bilhões em 2013, bem acima do valor orçado (R$ 23,2 bilhões)
no início do ano.69
No caso de dispensa do empregado, sem justa causa, a empresa, por sua vez, fica obriga-
da a pagar o valor referente ao aviso prévio, correspondente a, no mínimo, uma remunera-
ção mensal a mais para o empregado demitido.70
* Embora indicados aqui como opcionais, algumas categorias profissionais (setores ou segmentos econômicos) negociam
esses benefícios, transformando-os em obrigatórios para os empregadores, ou seja, passam a figurar como encargos sociais e
resultam no direito imediato para os empregados vinculados àquela categoria profissional.
Leis de seguro-desemprego
proporcionam benefícios de
curto prazo para as pessoas
que perdem seus empregos
sem justa causa.
Fonte: Reuters/Corbis
comissões, horas extras etc.), acrescido de um terço. Este valor deve ser pago até dois dias
antes do referido recesso. O empregado tem a opção de “vender” 10 dias de suas férias,
descansando apenas 20 dias (caso tenha menos do que cinco faltas), o que é conhecido por
“abono de férias” (conversão parcial das férias em dinheiro).
Licença médica
Fornece pagamento a
Licença por doença (ou afastamento)
um empregado (auxílio O auxílio-doença é um benefício previdenciário, pago pela Previdência Social, para o
‑doença) quando ele está empregado que precisa ficar afastado do trabalho devido a uma doença, por mais de 15
fora do trabalho por motivos dias consecutivos. Durante o período em que se encontra afastado em gozo de auxílio
de saúde.
‑doença, o contrato de trabalho fica com os seus efeitos suspensos, porque não há paga-
mento de salários pelo empregador e nem a obrigação de o empregado prestar serviço.
A incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela
perícia médica do INSS.73
Caso o empregado fique afastado por mais de seis meses, contínuos ou não, em gozo de
auxílio-doença durante o período aquisitivo das férias, perde o direito a elas, conforme o
artigo 133, inciso IV, da CLT.
O problema é que nem todos os funcionários utilizam esses dias apenas quando estão
doentes. Em uma pesquisa, doenças pessoais representaram cerca de 45% de ausências pro-
gramadas por licença médica. Questões familiares (27%), necessidades pessoais (3%), e a
crença de que faltar é um direito do trabalhador (9%) foram outros motivos citados.74
TÁTICAS DE REDUÇÃO DE CUSTOS As empresas podem optar por adotarem certas
medidas para reduzir a excessiva ausência com licença médica. Entre os exemplos possíveis
estão: estabelecer um número razoável de dias em que os empregados se afastariam ao longo
de um período e fazer campanhas para recompra, no final do ano, de dias de licença médica
sem uso, pagando uma quantia por cada dia não utilizado de ausência por doença. O proble-
ma é que, em campanhas ou programas como estes, muitos dos funcionários legitimamente
doentes podem ir trabalhar. Nos hotéis da cadeia Marriott, por exemplo, os empregados
podem negociar o valor de alguns dias de licença médica para outros benefícios. Outros
empregadores investigam agressivamente todas as ausências, por exemplo, ligando para os
funcionários ausentes em suas casas.75
Alguns empregadores centralizam seus programas de gestão de ausências, fazendo cam-
panhas ou treinamentos para os empregados, agindo de forma proativa. Pois verificam que
a ausência de empregados, seja por faltas excessivas ou afastamento por doenças, representa
um custo elevadíssimo para o alcance dos objetivos propostos pela organização. Assim, mui-
tas empresas já apresentam mapeamentos bastante detalhados sobre motivos das ausências e
até mesmo quais as unidades parecem ter mais problemas de frequência.76 Em seguida, são
propostas soluções, tais como rigorosas revisões sobre reivindicações de ausência. Veja mais
sobre o assunto no Quadro RH como centro de lucro, a seguir.
QUADRO 11.2 Check-list para evitar os custos com a dispensa de empregado (sobretudo aviso prévio
e multa sobre depósitos do FGTS).
• Mantenha documentado o histórico de atrasos, ausências e avisos.
• Advirta empregados que chegam atrasados antes de demiti-los.
• Solicite atestado médico no retorno ao trabalho, após a ausência do empregado.
• Acompanhe os laudos de perícia para os empregados afastados, controlando as datas de retorno.
• Os empregados que desejam se desligar da empresa deverão fazê-lo por meio de pedido de demissão assinado.
• Envie uma carta de abandono do trabalho para os empregados que já deveriam ter voltado após o término da
licença médica ou do afastamento.
• Exija que os superiores documentem as medidas tomadas para controle de presença e as advertências para faltas
excessivas.
• Exija que todos os empregados assinem uma declaração reconhecendo a aceitação de políticas e normas
da empresa.
Por exemplo, suponha que você instruiu todos os funcionários a usar óculos de proteção
durante a operação de máquinas. No entanto, um trabalhador não utilizou os óculos e sofreu
uma lesão no olho, durante o período de trabalho. Mesmo neste caso, a empresa tem culpa
pela ocorrência do acidente (“in vigilando”) uma vez que, mesmo conhecedora da insubor-
dinação do empregado quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPI), não
tomou qualquer providência ao supervisionar o trabalho daquele indivíduo.
CONTROLE DOS CUSTOS DE INDENIZAÇÃO É importante controlar os pedidos de
indenização dos trabalhadores e seus custos. As companhias de seguro do empregador geral-
mente pagam a reivindicação, mas os custos dos prêmios do empregador refletem em muitas
reclamações.82
Existem várias maneiras de reduzir os pedidos de indenização dos trabalhadores, por
exemplo: filtrar trabalhadores propensos a acidentes; reduzir as causas de acidentes e doen-
ças em suas instalações; reduzir os acidentes e os problemas de saúde que desencadeiam
reclamações, instituindo programas de saúde e de segurança eficazes e em conformidade
com as normas de segurança (NR ou Normas Regulamentadoras), enfim, fiscalizando o uso
e a manutenção dos equipamentos de proteção individuais e coletivos (EPI e EPC). Além
disso, apesar de muitos pedidos de indenização dos trabalhadores serem legítimos, alguns
podem não ser. As dificuldades incluem detalhes vagos dos acidentes, a falta de testemunhas
e relatórios atrasados.83
Também é importante apoiar o funcionário doente que volta a trabalhar, pois o envolvi-
mento de um advogado e da duração de um processo influencia os custos de reivindicações.84
Muitas empresas têm programas de reabilitação, como fisioterapia, para ajudar as pessoas a
voltarem ao trabalho.
tando o limite mínimo de seis meses e máximo de dois anos, ou até conseguirem um novo
emprego que tenha o benefício de plano de saúde. O benefício é estendido também aos
familiares inscritos na vigência do contrato de trabalho.86
Outras leis
A previdência complementar oferecida por algumas empresas não deixa de ser uma forma
de seguro oferecido para o empregado, com o intuito de garantir uma renda no momento da
aposentadoria. A previdência complementar pode ser aberta ou fechada, sendo que a aberta
refere-se a planos nos quais qualquer pessoa possa entrar (é oferecida por seguradoras ou
bancos) e a fechada contribuir para a instituição de um fundo de pensão, gerido por enti-
dades sem fins lucrativos e visa alcançar o máximo de empregados de uma mesma empresa.
Ambos são fiscalizados pela Superintendência de Previdência Privada (SUSEP).
Seguro de vida em grupo pela Whirlpool, fabricante mundial de eletrodomésticos, que premiou os não fumantes com
O seguro de vida em grupo cerca de US$ 500, mas teve de suspender 39 trabalhadores que foram pegos fumando do lado
pode ser conjugado ou não
de fora da fábrica depois de afirmar que não eram mais fumantes. Os empregadores também
com o seguro de acidentes
pessoais coletivo. Trata- têm relacionado prêmios aos comportamentos saudáveis de cada funcionário.96 Muitos pro-
se de um contrato que gramas de bem-estar (como bebidas saudáveis em máquinas e grupos de caminhada na hora
a empresa faz com uma do almoço) são medidas simples e de baixo custo que podem ser adotadas pelas empresas.97
seguradora, com o intuito de
garantir proteção financeira OUTRAS OPÇÕES DE CONTROLE DE CUSTO Alguns empregadores optam por me-
aos empregados, e os didas para a redução de custos com programas de benefícios e serviços que, em geral, são bas-
benefícios da apólice são tante caros para a empresa. Por exemplo, estabelecem a chamada coparticipação, na qual os
estendidos aos familiares.
São obrigatórios para empregados arcam com parte dos valores gastos em consultas ou internações. Muitas vezes, as
estagiários, mas, para empresas estabelecem planilhas de reembolso máximo ou os empregados simplesmente são
empregados, normalmente, descontados, em seu holerite, de parte do custo que a empresa contratou, mensalmente, a tí-
sua exigência e valores tulo de prêmio para utilização de seguro médico.98 Além disso, os empregadores têm reduzido
podem fazer parte da os benefícios de saúde subsidiados para seus aposentados, oferecendo planos mais econômi-
convenção coletiva ou
acordo coletivo da categoria cos para quem não atua mais na empresa e que ainda goze de benefícios e serviços médicos.99
profissional à qual pertence Outros asseguram que os dependentes são elegíveis para a cobertura.100 Por exemplo,
a empresa. algumas empresas já não oferecem mais a possibilidade de o empregado vir a ter os pais
Previdência Social como dependentes no benefício médico oferecido. Normalmente, as empresas têm-se limi-
Vários são os benefícios tado a considerar como dependentes apenas cônjuge e filhos. Alguns, como a Viking Range
pagos pela Previdência Corporation, companhia construtora de aparelhos para cozinhas industriais e residenciais,
Social no Brasil: têm planos de saúde autofinanciados pela própria empresa, nos quais, em vez de pagar os
aposentadoria por tempo prêmios para planos médicos ou seguradoras, opta por oferecer aos empregados planos de-
de contribuição, por idade,
aposentadoria especial, por nominados livre-escolha, reembolsando parte ou o valor total dos procedimentos, dependen-
invalidez, por deficiência do do nível hierárquico ocupado pelos mesmos.101
física, auxílio-doença, auxílio
‑acidente, salário-família
e salário-maternidade. Cuidados de longo prazo
E, para os dependentes Com os baby boomers102 em seus 60 anos, seguros e cuidados de longo prazo, como previdên-
dos trabalhadores, os cia complementar e direito à assistência médica aos ex-empregados em sua velhice, são benefí-
benefícios são pensão por
morte e auxílio-reclusão
cios muito importantes e, muitas vezes, capazes de reter excelentes profissionais nas empresas.
(esse último, no caso de
prisão do trabalhador). Para
que tenha direito a esses
Seguro de vida
benefícios, o trabalhador Além de hospitalização e benefícios médicos, a maioria dos empregadores oferece planos de
realiza contribuições seguro de vida em grupo, no qual os funcionários podem obter taxas mais baixas ao aposen-
previdenciárias mensais. tarem-se, mesmo após o desligamento da empresa. Os planos em grupo costumam aceitar
No caso de empregados,
todos os funcionários, incluindo os recém-contratados, sem período de carência, indepen-
é responsabilidade do
empregador fazer tais dentemente de estado de saúde ou condição física.
contribuições diretamente Em geral, há três principais políticas de seguro de vida para considerar: (1) a programa-
aos cofres públicos, arcando ção de benefícios pagos, a quantidade de benefícios de seguro de vida geralmente está ligada
financeiramente com parte ao salário anual do empregado ou nível hierárquico na empresa; (2) benefícios complemen-
delas.103
tares, com cobertura de seguro de vida continuada após a aposentadoria, por exemplo; e (3)
financiamento, representando o montante e a porcentagem que o empregado contribui.
tem parte de seu salário. Entretanto, ao contrário do plano anterior, em que o empregado
sabe, previamente, quanto ganhará ao aposentar-se, no caso dos planos de contribuição de-
finida, o empregado conhece apenas o valor de contribuição, sendo que os valores a serem
recebidos no futuro dependem do quanto foi vertido para o plano ao longo da permanência
do empregado na empresa.
Dado curioso também é que algumas empresas tentam ser mais atrativas na contrata-
ção de profissionais disputados pelo mercado, oferecendo contribuição maior, simultânea
com a do empregado.110 Exemplo disso são as empresas que oferecem planos de previdência
complementar e contribuem com o dobro que o empregado recolhe mensalmente (o mais
comum é a contribuição 1 para 1: para cada real de contribuição do empregado, a empresa
contribui com outro real).
não paga imposto algum sobre o dinheiro até depois de ele se aposentar ou retirar o dinheiro
do plano.115 Geralmente, o empregador fecha um acordo com uma empresa de investimen-
tos para administrar o plano e fazer opções de investimento disponíveis para o plano.116 O
empregador tem a responsabilidade fiduciária com os seus funcionários, e deve monitorar o
fundo e sua administração.117 Além da confiabilidade, um fornecedor do plano 401 (k) deve
facilitar sua inscrição e participação.118
SALDO DE CAIXA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Um problema dos planos
de benefícios definidos é que, para obter a pensão máxima, geralmente é necessário per-
manecer na mesma empresa até se aposentar, pois sua fórmula considera o número de anos
trabalhados para o mesmo empregador. Com os planos de contribuição definida, a pensão
é mais flexível, já que é possível sair a qualquer momento, passando para a previdência do
próximo empregador ou, ainda, para qualquer previdência aberta disponível no mercado
(oferecidas por bancos ou seguradoras). De qualquer modo, o empregador contribui com
uma porcentagem da remuneração atual para planos de pensões dos empregados a cada ano,
e os funcionários ganham juros sobre esse montante.119
A utilização do saldo existente em conta pode-se dar por meio de recebimento de renda
ou de resgate. No caso de renda, pode ser renda vitalícia (renda mensal para o empregado,
pelo resto de sua vida), renda vitalícia com prazo garantido (por exemplo, de 5 a 10 anos,
com recebimento de parcelas fixas), renda vitalícia reversível ao cônjuge e/ou companheiro
(inclusive podendo ser estendido aos filhos menores após o falecimento do casal) e, final-
mente, renda com prazo certo (o beneficiário determina por quanto tempo deseja receber
os pagamentos).120
Aposentadoria antecipada
Os empregados são Pensões e aposentadoria antecipada
incentivados a se Para diminuir sua força de trabalho a fim de propiciar maior mobilidade na empresa ou por
aposentar mais cedo,
outros motivos, alguns empregadores incentivam seus funcionários a se aposentar mais cedo.
e isso representa um
incentivo de benefícios de E o desenho desses planos pode colaborar para essa finalidade.
aposentadoria mais liberal Optar por programas de aposentadoria antecipada pode não ser uma boa escolha, sobre-
– talvez, um pagamento tudo quando a maior permanência dos executivos de primeira linha é desejada, em função
em dinheiro. Em situações de suas competências e dos resultados positivos trazidos para a empresa; entretanto, há casos
extremas, algumas
bem-sucedidos. Quando a Verizon Communications, empresa de telecomunicações norte
empresas determinam em
que idade (por exemplo, ‑americana, ofereceu benefícios de pensão para incentivar cerca de 12 mil funcionários a se
60 anos) o valor será o aposentar, mais de 21 mil utilizaram o plano. Consequentemente, a Verizon teve que subs-
maior para o benefício tituir 16 mil empregados em funções gerenciais, o que pode ser uma oportunidade para
de complementação da provocar mudanças desejáveis e trazer inovações para a empresa.122
aposentadoria. A partir daí,
A discriminação com empregados mais velhos é outro problema em potencial. A menos
passa-se a utilizar fatores
para a redução da pensão. que o plano seja estruturado adequadamente, esses trabalhadores podem encarar os progra-
mas de aposentadoria antecipada como maneiras para forçá-los a sair da empresa contra a
vontade deles.
Por essa razão, os empregadores estão adicionando novos serviços de divulgação de benefí-
cios em seus sites. Um exemplo é o site da companhia de seguros norte-americana USAA123
que, além de oferecer autoinscrição, ajuda os funcionários a alcançar um melhor equilíbrio
entre trabalho e vida. Nesse caso, os funcionários podem escolher palavras em uma lista,
como “estresse”, e obter sugestões sobre como lidar com o problema.124 Já o site de perfil
de pagamento e benefícios da Boeing,125 empresa de desenvolvimento aeroespacial e defesa
norte-americana, disponibiliza, aos funcionários, informações em tempo real sobre o salário,
bônus, benefícios, pensões e serviços especiais, tais como referências de cuidados infantis.126
Os empregadores devem garantir que os empregados tenham informações periódicas sobre
o valor dos benefícios que estão recebendo.127
Serviços pessoais
Benefícios de serviços pessoais incluem assistência ao empregado, cooperativas de crédito e
as oportunidades sociais e recreativas.128
Privilégios executivos
Alguns serviços ou benefícios diferenciados costumam ser oferecidos apenas para os altos
executivos e são conhecidos por fringe benefits (ou benefícios marginais). Essas regalias po-
dem variar de substanciais (aviões da empresa e pagamento de viagens de férias com a fa-
mília) a relativamente insignificantes (espaço privativo e diferenciado para vaga de carro no
estacionamento da empresa). Outros incluem empréstimos, utilização de casas de campo ou
O quadro Contexto estratégico, a seguir, ilustra como funciona o trabalho em casa (ou
home office). Os empregadores que oferecem home office devem calcular os custos e os be-
nefícios do programa cuidadosamente. A Delta Airlines, companhia aérea norte-americana,
teve um custo inicial de US$ 2,5 mil com licenças de computador e software para cada agen-
te de reservas baseado em casa, mas paga a cada um deles US$ 1,50 a menos por hora do que
seus concorrentes de call centers. Outras despesas podem ser menos óbvias, como a necessi-
dade de ter um departamento de TI que responda as dúvidas técnicas desses funcionários.154
Contexto estratégico
RH global
A maioria dos empregadores escolhe benefícios que sejam competitivos em relação ao que as
outras empresas oferecem, e que se relacionem com suas estratégias. No entanto, os empre-
gadores globais devem levar em conta as diferenças jurídicas, culturais e multinacionais. Por
exemplo, o seguro de saúde é um benefício proeminente nas Américas, mas não no Reino
Unido, que tem um programa nacional de saúde.157
Revisão
RESUMO
1. Vários planos de incentivo são adequados para a zes, depende de uma combinação de desempenho
motivação de funcionários, incluindo os programas individual e organizacional. Incentivos de longo
de reconhecimento. Existem alguns tipos de paga- prazo incluem opções de ações, paraquedas dourado
mento: salário por peça é aquele que o empregado e direito a ações virtuais.
recebe uma quantia para cada item que produz; pa- 2. Com mais empregadores organizando-se em equi-
gamento por mérito refere-se a qualquer aumento pes, planos de incentivo para equipes e para toda a
salarial concedido com base no desempenho indivi- organização são importantes. Nos planos de incenti-
dual do empregado; prêmios não financeiros e ba- vo para a equipe, a questão principal é saber premiar
seados no reconhecimento do funcionário podem os membros com base no desempenho individual ou
ser oferecidos na forma de vale-presente, viagens da equipe; ambos têm seus prós e contras. Planos de
individuais etc. Muitos empregadores utilizam sis- incentivo para toda a organização são aqueles nos
temas de gestão de incentivo empresarial para au- quais todos, ou a maioria dos funcionários, têm di-
tomatizar seus planos de incentivo, e no caso de reito de participar, incluindo planos de PLR, no qual
vendedores, os incentivos costumam ser comissões os empregados participam dos lucros da empresa e
de vendas. A maioria das empresas têm planos de são envolvidos em um esforço comum para alcançar
bônus anuais que visam motivar o desempenho de os objetivos de produtividade e, assim, compartilhar
curto prazo dos gestores. O prêmio real, muitas ve- os ganhos.
3. Como muitos planos de incentivo falham, a elabo- de outros benefícios. Muitos empregadores também
ração de programas de incentivo eficazes é crucial. disponibilizam planos de previdência complementar,
Certifique-se de que o programa seja motivacional, que proporcionam uma renda adicional para quando
defina padrões completos e seja acurado em termos os empregados atingem a idade de aposentadoria ou
de análise dos efeitos do plano. quando eles já não podem trabalhar por causa de al-
4. Empregadores costumam fazer muitos pagamentos gum problema de saúde. Os planos podem ser de be-
por tempo não trabalhado e benefícios de seguro. O nefício definido, contribuição definida, ou combinado.
seguro-desemprego fornece benefícios a uma pessoa 6. A maioria dos empregadores também oferece diver-
se ela for dispensada da empresa, sem justa causa, ou se sos serviços pessoais e benefícios familiares, que in-
houver rescisão indireta de contrato. O auxílio-doença cluem as cooperativas de crédito, programas de assis-
fornece pagamento a um empregado quando ele está tência ao empregado, cuidado subsidiado da criança
fora do trabalho por razões de saúde. A maioria dos e atendimento aos idosos. Benefícios flexíveis são pla-
empregadores também oferece uma série de benefí- nos individuais, que podem acomodar as preferências
cios de seguro exigidos ou voluntários. dos empregados quanto à escolha de seus benefícios.
5. Seguridade Social é um programa federal que oferece Os empregadores também estão implementando vá-
renda de aposentadoria para homens a partir dos 65 rios tipos de flexibilização de trabalho, incluindo ho-
anos e mulheres a partir dos 60 anos de idade, além rário flexível e possibilidade de home office.
PALAVRAS-CHAVE
remuneração variável 295 benefícios assistenciais 305
salário por hora trabalhada 295 seguro-desemprego 305
salário mensal 295 licença médica 307
pagamento por mérito 295 indenização 308
bônus anual 301 seguro de vida em grupo 311
opções de ações 301 Previdência Social 311
paraquedas dourado 302 portabilidade 313
plano de incentivo de equipe (ou grupo) 302 aposentadoria antecipada 314
plano de incentivo organizacional 303 programa de assistência ao empregado 315
plano de participação nos lucros e resultados benefícios familiares 315
(PLR) 303 planos de benefícios flexíveis 317
plano de participação acionária do empregado 303 horário flexível 317
benefícios 304
seus docentes com base na qualidade do trabalho no explicando (a) os possíveis programas de previdên-
ensino de graduação e na quantidade de cursos que cia privada disponíveis, e (b) caso pudesse oferecer
lecionavam por ano. Quais são as potenciais vanta- benefícios para seus empregados, visando à retenção
gens e desvantagens desse programa de incentivo? em sua empresa, que benefícios ofereceria? Lembre
Como você acha que foi aceito pela universidade? ‑se de que seu negócio é pequeno e, portanto, os gas-
Você acha que teve o efeito desejado? tos não podem ser elevados. Justifique.
3. Trabalhando individualmente ou em grupos, pesqui- 5. Você é o consultor de RH de uma empresa de peque-
se a legislação e os recursos utilizados para seguro- no porte com cerca de 40 empregados. O proprie-
desemprego no Brasil e descreva se essa taxa vem au- tário pediu-lhe para preparar um relatório de uma
mentando ou não nos últimos três anos. página com: (a) os encargos sociais devidos aos em-
4. Suponha que você tenha um pequeno negócio. Tra- pregados (considerados apenas aqueles previstos em
balhando individualmente ou em grupos, visite o site lei, não em negociações sindicais) e (b) uma estraté-
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ gia para descobrir quais benefícios não obrigatórios
Del2296.htm> e escreva um resumo de uma página o empregador pode ofertar.
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Notas
1. John Pletz, “Workers, Go Home”, Crain’s Chicago Business 34, 7. Regulada pela Lei 10.101, de 2000, alterada pela Lei 12.832/2013.
n. 8, 21 fev. 2011, p. 2, 14. 8. De acordo com a orientação dos tribunais brasileiros, se a gratifi-
2. Mary Ducharme e Mark Podolsky, “Variable Pay: Its Impact on cação de função for percebida pelo empregado por um período
Motivation and Organisation Performance”, International Jour- superior a 10 anos, não mais poderá ser retirada do empregado
nal of Human Resources Development and Management 6, 9 maio e não pode ser reduzido seu valor enquanto o empregado per-
2006, p. 68. manecer na função comissionada.
3. Ibid. 9. Eric R. Schulz e Denise MarieTanguay, “Merit Pay in a Public
4. Kenan Abosch, “Variable Pay: Do We Have the Basics in Place?”, Higher Education Institution: Questions of Impact and Attitu-
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5. Richard Henderson. Compensation Management. Upper Saddle ‑78; Thomas S. Dee e Benjamin J. Keys, “Does Merit Pay Reward
River, NJ: Prentice Hall, 2000, p. 463. Good Teachers? Evidence from a Randomized Experiment”,
6. Nos termos do que prevê o artigo 457 da Consolidação das Leis Journal of Policy Analysis & Management 23, n. 3. verão 2004,
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Competências e
comportamentos necessários
dos funcionários para a
empresa atingir esses
objetivos estratégicos
5
Relações
trabalhistas
Am
ens l
e recomp o tota
bie e legal
as
nte
ã
Remuneraç
4
1
Políticas e práticas
estratégico
de RH necessárias para
estimular competências
e comportamentos
ONDE ESTAMOS AGORA: dos funcionários
Plan
to nto
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me
e
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s
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fornecer aos empregados salários justos, remuneração, nvo n nto eleção
dese name , re
benefícios e incentivos que venham a motivá-los a de- Trei 3 2 cruta
mento
sempenhar de forma eficaz sua função e a permanecer
na empresa. No entanto, o desempenho eficaz requer
mais do que uma seleção eficaz, treinamento e remu-
neração: os funcionários também esperam e merecem
um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e no qual Os conceitos e técnicas que vamos estudar na
possam se realizar profissionalmente. Assim, é preciso Parte 5, Relações de trabalho, desempenham
lançar mão de alguns recursos para a criação de tal am- papel vital na administração estratégica de re-
biente, incluindo o tratamento ético e justo nas relações cursos humanos. Conforme o modelo proposto
trabalhistas, boas e produtivas relações sindicais, zelo pela área de RH, administração estratégica de
pela segurança e saúde dos empregados. A Parte 5, Re- recursos humanos significa formular e executar
lações de trabalho, abrangerá: políticas e práticas que produzam as competên-
• Capítulo 12, ”Ética, relações trabalhistas e tratamen- cias e os comportamentos dos empregados, dos
quais a empresa necessita para atingir os seus
to justo no trabalho“
objetivos estratégicos. Veremos, nesta parte, que
• Capítulo 13, ”Trabalho com sindicatos e a resolução
despertar as competências e os comportamen-
de litígios“
tos necessários dos empregados requer mais do
• Capítulo 14, ”Melhora na gestão de segurança e
que ter políticas e boas práticas de treinamento
medicina do trabalho“
e compensação de empregados bem seleciona-
dos: o empregador também deve fornecer-lhes
um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e no
qual possam realizar-se. Vamos, portanto, con-
centrar, na Parte 5, a forma como os gestores co-
locam em prática as políticas e as práticas de RH,
a fim de produzir relações trabalhistas positivas e
um ambiente de trabalho saudável e seguro.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Explicar o que se entende por comportamento ético.
2. Discutir fatores importantes que moldam o comportamento ético
no trabalho.
3. Discutir pelo menos quatro ferramentas específicas que gestores
de RH utilizam para influenciar o comportamento ético no trabalho.
4. Explicar como utilizar práticas disciplinares justas.
5. Definir relações trabalhistas e discutir pelo menos quatro métodos
para a sua gestão.
Introdução
O gerente tinha sobre a mesa a proposta de uma empresa que fornece software de ferramentas
especiais de monitoramento. Essas ferramentas permitiriam à companhia do gerente fiscalizar
o que os seus funcionários e candidatos a emprego dizem e fazem em sites de redes sociais,
como Facebook e LinkedIn. Agora, ele precisa decidir se é uma boa ideia comprar o software de
monitoramento.1
A maioria das pessoas, geralmente, considera-se ética, portanto, devemos começar este
capítulo com a pergunta: “Por que incluir a ética em um livro de administração de recursos
humanos?”. Por três razões: em primeiro lugar, a ética não é teórica. Na verdade, ela colabora
para que tudo funcione na empresa. Exemplos como gerentes que prometem aumentos, mas
não cumprem; vendedores que dizem que “o pedido está chegando” quando não é verdade;
gerentes de produção que aceitam propina de fornecedores: todos eles colaboram para dimi-
nuir a confiança nas operações do dia a dia das quais as empresas dependem. De acordo com
uma ação judicial, os comerciantes da Pfizer Inc. influenciaram a empresa a suprimir estudos
desfavoráveis sobre um de seus medicamentos, agora os reclamantes estão processando a
empresa por bilhões de dólares.2
Em segundo lugar, as decisões de recursos humanos são, normalmente, carregadas de
consequências éticas.3 Por exemplo, devemos monitorar as atividades de rede sociais de nossos
empregados ou não? Eu sei que minha equipe não deve trabalhar em determinada máquina
até que eu tenha verificado a segurança, mas meu chefe está com pressa: o que devo fazer?
E, por fim, em terceiro lugar, a maioria dos empregadores se esforça para manter rela-
ções positivas com os empregados, e isso é impossível se os funcionários da empresa ou seus
gestores forem vistos como antiéticos ou injustos. A seguir, vamos entender melhor o signifi-
cado de ética, para então entrar em questões mais profundas sobre o assunto.
A ética e a Lei
A lei não é um modelo exato para julgar o que é ético, uma vez que algo pode ser legal, mas não
ser certo moralmente, ou algo pode ser aceito moralmente, mas não ser legal. Dispensar um fun-
cionário de mais de 50 anos de idade, com 30 anos de empresa, em razão da troca de supervisão,
pode ser um ato legal, permitido em lei, mas pode não ser visto como ético pelos demais empre-
gados da empresa. A vice-presidente de práticas empresariais da United Technologies Corp. e
um advogado da empresa colocaram desta forma: “Não mentir, não enganar, não roubar. Fomos
todos criados, essencialmente, com os mesmos valores. Portanto, ética significa tomar decisões
que representam o que você acredita que é correto, e não apenas o que as leis dizem”.6
A lei pode não ser um guia infalível para o que é ético, entretanto, alguns gestores a
tratam como se fosse. As empresas existem para gerar lucro, razão pela qual a rentabilidade
tende a ser o foco quando os gestores tomam decisões. Depois de contabilizar os lucros, per-
guntam-se: “É legal?”. Infelizmente, é possível que a pergunta “É ético?” surja apenas como
uma reflexão tardia, isso se surgir.
tas mais igualitárias. Nos Estados Unidos, onze estados, incluindo Connecticut, Havaí, Nova
Jersey e Nova York, debateram a lei que daria às vítimas de agressões verbais pelas chefias o
direito de processar as empresas por perdas e danos.8
Também no Brasil e em vários outros países foram regulamentados direitos sobre assédio
moral nas relações de trabalho, evitando, sobretudo, que a posição hierárquica dos chefes
seja capaz de permitir abusos no tratamento com os empregados.
Pesquisa de percepção
Pesquisas sugerem que pessoas com capacidade intelectual superior geralmente sofrem assédio
moral desde a época escolar, não raras vezes recebendo apelidos pejorativos como geek e nerd.
Fonte: auremar/Fotolia
is grave é E, nas empresas, não parece ser muito diferente: em um estudo realizado com a intenção de de-
e maltra- monstrar as dinâmicas interpessoais, 217 funcionários de uma organização de saúde responderam
definições a um levantamento que mediu a capacidade cognitiva, a vitimização e como eles se comportavam
o bullying no trabalho.17 Não era apenas o fato de a pessoa ser muito inteligente e ter alta capacidade cog-
nitiva que determinava se ela era uma possível vítima, mas aqueles que se comportavam de modo
mais independente da equipe eram mais propensos a sofrer assédio moral. As pessoas inteligentes
ntimidam
que eram integradas à equipe tinham menos probabilidade de serem reféns de tal prática.
anos, e as
er dificul-
Objetivo de O que molda o comportamento ético no trabalho?
so não são
causar da- Aprendizagem 2 Por que as pessoas têm comportamentos considerados ruins? Essa é uma pergunta compli-
Discutir fatores importantes cada de se responder. Por exemplo, uma revisão recente de mais de 30 anos de pesquisa em
repetida- que moldam o comportamento ética concluiu que três fatores determinam as escolhas éticas que fazemos.18 Os autores inti-
mbém pela ético no trabalho. tulam o papel dessas pessoas de “maçãs podres, situações ruins e ambientes desfavoráveis”.
mir muitas Esse estudo concluiu que a declaração significa: maçãs podres, referentes às pessoas que estão
inclinadas a fazer escolhas antiéticas; confrontam situações ruins, ou seja, situações éticas que
permitem escolhas antiéticas; quando trabalham em ambientes desfavoráveis, isto é, ambientes
ropósito e que promovem ou toleram escolhas e práticas antiéticas. Esses fatores combinados determi-
nam quais escolhas éticas uma pessoa irá escolher.
Podemos resumir as conclusões da pesquisa da seguinte forma:
ares e ou- aracterísticas individuais – quem são as maçãs podres? Algumas pessoas são mais propen-
C
outros. sas a fazer escolhas antiéticas. Além disso, as pessoas diferem em seu nível de “desenvolvi-
ntam que mento moral cognitivo”. As pessoas mais íntegras, com o mais alto nível de desenvolvimen-
ma rápida, to moral cognitivo, pensam nas implicações de suas decisões e aplicam princípios éticos.
emprega- Infelizmente, parte dos adultos não tem essa postura. Em vez disso, eles baseiam seu
julgamento sobre o que é certo nas expectativas de seus colegas e outras pessoas importan-
g. No en- tes com quem eles interagem, ou nas políticas da empresa ditadas pela lei. E as pessoas que
eira como atuam em níveis hierárquicos mais baixos, muitas vezes, acabam fazendo suas escolhas éticas
ima desse baseadas exclusivamente em obedecer seus chefes, a fim de evitar punições ou represálias –
(de com- fato que anula o senso crítico individual frente uma determinada situação.
sensível),
e vítimas Que situações éticas corroboram para posicionamentos éticos ruins (eticamente perigo-
ente, dei- sos)? Alguns dilemas éticos são mais propensos a levar a escolhas antiéticas. Surpreen
dentemente, as questões mais simples são as que levam ao maior número de escolhas
ruins. O que determina o que é “mais simples”? Questões como o dano que tal escolha
pode causar às pessoas e o número de pessoas afetadas por ela, por exemplo. O raciocí-
nio comum é que em situações “menos graves” é mais provável que alguém diga: “Não
há problema em fazer isso, mesmo que seja errado”.
Quais são os “ambientes desfavoráveis” – os fatores externos que moldam as escolhas éticas?
Finalmente, o estudo sugere que algumas empresas produzem ambientes sociais mais vene-
nosos do que outras; esses ambientes, por sua vez, influenciam as escolhas éticas de cada em-
pregado. Por exemplo, empresas que promovem a cultura de “cada um por si”, em ambien-
tes extremamente competitivos e muitas vezes considerados desfavoráveis para a integração
de grupos, são mais propensas a também sofrerem com escolhas antiéticas.19 Aquelas em que
os empregados são incentivados a considerar o bem-estar de todos, por sua vez, apresentam
mais escolhas éticas. Não por outra razão, as empresas cujos gestores colocam em prática
“uma forte cultura ética, em que se comunica claramente o alcance de um comportamento
aceitável e inaceitável, está associada a menos decisões antiéticas no trabalho”.20
Agora, vamos olhar mais detalhadamente para os fatores maçãs podres e ambientes des-
favoráveis.
FIGURA 12.3 Quiz sobre ética no local de trabalho de The Wall Street Journal.
Fonte: Ethics and Compliance Officer Association, Waltham, MA, e The Ethical Leadership Group, Global Compliance’s Expert Advisors, Wilmette, IL. The Wall Street
Journal, 21 out. 1999: B1–B4. © 1999 by Ethics and Compliance Officer Association. Reproduzido com permissão. Todos os direitos reservados.
* Pesquisa realizada nos Estados Unidos com residentes do país. Perguntas relacionadas a valores monetários foram adaptadas para a moeda brasileira (NE).
A disseminação da tecnologia no trabalho tem levantado uma série de novas questões éticas, além de outras antigas que ainda perduram.
Compare suas respostas com as de outros pesquisados, na página 349.
POLÍTICAS E CÓDIGOS DE ÉTICA Políticas e códigos de ética são outras “forças ex-
ternas” que os empregadores podem usar para sinalizar que suas empresas são sérias e éticas.
Por exemplo, o código de ética da IBM diz:
Nem você, nem qualquer membro da sua família pode, diretamente ou através de
outras pessoas, solicitar ou aceitar dinheiro, presente ou qualquer amenidade de
alguém que poderia influenciar ou aparentar influenciar o relacionamento de negó-
cios da IBM com essa pessoa ou organização. Se você ou seus familiares recebem um
presente (incluindo dinheiro), mesmo que ele não tenha sido solicitado, você deve
notificar seu gerente e tomar as medidas adequadas, que podem incluir a devolução
ou a alienação do que você recebeu.29
Além de um código, algumas empresas também aplicam a seus funcionários um rápido
“teste de ética” para avaliar ajustes necessários no código de conduta da empresa. Essas mes-
mas questões também podem aparecer em testes sobre cultura ou clima organizacional. Por
exemplo, a Raytheon Co. pede que seus funcionários se perguntem as seguintes questões no
momento em que enfrentarem dilemas éticos?
A ação é legal?
É correta?
Quem será afetado?
Encaixa-se nos valores da empresa?
Como “será” depois de tomar tal decisão?
Como isso repercutirá na mídia?
Tal decisão irá refletir negativamente para a empresa?30
Ferramentas de treinamentos
A questão da ética nas empresas é tão séria que até mesmo o governo vem interferindo nas
organizações, a fim de criar normas sobre transparência das decisões empresariais, e evitar
que investidores ou clientes possam ser prejudicados. Assim, desde 1991, as diretrizes federais
de condenação, nos Estados Unidos, determinaram penas reduzidas para os empregadores
acusados de má conduta, que implementaram códigos de conduta e formação ética.47 A Lei
Sarbanes-Oxley de 2002 (aplicada para mercado de capitais no mundo todo), por exemplo,
tornou a formação ética ainda mais importante.
E essas diretrizes éticas, que envolvem decisões, leis e códigos de conduta, de um modo
geral, devem ser transmitidas a todos os empregados, para que estes sejam treinados a reco-
nhecer os dilemas éticos, saber como aplicar códigos de conduta para resolver problemas
e como usar as atividades em equipe como práticas disciplinares de modo ético.48 O treina-
mento deve enfatizar os fundamentos morais da escolha ética e o profundo compromisso da
empresa com a integridade e a ética, além de incluir a participação de gestores do topo da
hierarquia da empresa no programa para ressaltar esse compromisso.49
Políticas de privacidade56
Como as discussões acaloradas sobre a revista em aeroportos sugerem, muitas pessoas (ou a
maioria) acham que a violação de sua privacidade é antiética e injusta. No trabalho, invasões de
privacidade dos empregados incluem: intromissões (como no vestiário e vigilância de e-mail),
publicação de assuntos particulares, divulgação dos registros médicos e apropriação do nome
ou de imagem de um empregado para fins comerciais.57 Verificação de antecedentes criminais,
conduta de monitoramento fora do horário de trabalho, questionamentos sobre o estilo de
vida, testes de drogas, buscas e atividades de monitoramento no local de trabalho são outros
tipos de violação de privacidade.58 Vamos olhar mais de perto esses detalhes a seguir.
MONITORAMENTO DOS EMPREGADOS Há alguns anos, um tribunal de Nova Jersey
responsabilizou um empregador quando um de seus funcionários usou o computador da
empresa no trabalho para distribuir pornografia infantil, atividade que já tinha sido alertada
para o empregador, mas que na ocasião não tomou as devidas providências.59
O aumento do uso de blogues e redes sociais, como o Twitter, ampliou ainda mais as
opções para a distribuição de conteúdo potencialmente questionável.60 E com mais emprega-
dores permitindo que os funcionários usem seus iPads e iPhones pessoais como ferramenta
de trabalho, novos problemas estão surgindo.61 Temos o exemplo de um empregador que
deu aos seus funcionários iPods como uma recompensa, e eles sobrecarregaram os servidores
da empresa com downloads ilegais de música.62 A segurança também é um problema. “Um
MP3 player com capacidade de quatro gigabytes, bem como a primeira geração do iPod Mini,
pode levar para casa uma grande quantidade de dados corporativos”, disse um empregador
(processo também conhecido como podslurping63).64 Permitir o uso de tais dispositivos no
trabalho, portanto, exige um planejamento e políticas especiais.
Instituir políticas de privacidade de e-mail é um problema urgente que deve ser pensado
e solucionado pelas empresas. Cerca de um terço das empresas norte-americanas, recente-
mente, investigaram suspeitas de informações confidenciais ou próprias que “vazaram” via
e-mail. Um hospital descobriu que, para facilitar o trabalho em casa, alguns médicos tinham
registros confidenciais dos pacientes em e-mails pessoais, violando leis federais de privaci-
dade. Outros empregadores enfrentam restrições legais para que tenham acesso ao e-mail
de um empregado, acusado de assédio sexual na empresa.65 A recente decisão da Comissão
Federal de Comércio dos Estados Unidos pode tornar os empregadores responsáveis por
propagandas enganosas da empresa que os funcionários postam em seus próprios blogues ou
redes sociais como o Facebook, mesmo que os empregadores não autorizem as declarações.66
Entretanto, não é surpreendente que, em uma pesquisa, 41% dos empregadores com
mais de 20 mil funcionários tinha alguém responsável pela leitura de e-mails dos empre-
gados.67 Outros 96% bloqueiam o acesso a sites adultos e 61% a sites de jogos.68 Alguns ve-
rificam blogues pessoais ou a página do Facebook para verificar se eles estão divulgando
questões relacionadas ao trabalho.69 Até o Twitter está se tornando alvo de monitoramento.70
Assim, o monitoramento atual vai muito além de grampear linhas telefônicas. Por exemplo, o
Bronx Lebanon Hospital, de Nova York, usa scanners biométricos para garantir que os funcionários
que registram ponto sejam realmente quem dizem que são.71 Digitalização pela íris tende a ser o
dispositivo de autorização mais preciso. Algumas organizações, como a Administração Federal de
Aviação, usam-no para controlar o acesso dos funcionários a seus sistemas de informação de rede.72
Uma pesquisa apontou que 40% dos empregadores pesquisados têm uma política formal
que rege as mídias sociais utilizadas pelos funcionários. No entanto, os empregadores preci-
sam formular tais políticas com cuidado. Por exemplo, uma restrição muito ampla relaciona-
da a “fazer comentários depreciativos sobre a empresa através de qualquer meio de comuni-
Fonte: tlorna/Fotolia
cação, inclusive on-line” provavelmente não seria juridicamente defensável.73 Por outro lado,
a proibição de “condutas abusivas”, como fazer gestos obscenos, comentários intimidadores
ou ilegalmente discriminatórios provavelmente seriam.
O monitoramento por localização está se tornando comum entre as empresas.74 Os empre-
gadores que vão desde a United Parcel Service até a prefeitura da cidade de Oakland, na
Califórnia, utilizam GPS para monitorar onde estão seus caminhoneiros e garis.
Os empregadores também costumam usar softwares para monitorar (geralmente em se-
gredo) o que seus empregados estão vendo na internet. Quando um empregador percebeu
que os funcionários estavam acumulando pedidos de horas extras, instalou um novo software
e descobriu que muitos deles estavam gastando horas a cada dia em compras on-line em vez
de trabalhar. Esse acompanhamento levanta questões de privacidade dentro do departamen-
to de RH. Alguns empregadores, como a Eastman Kodak, nomeou executivos responsáveis
por estas condutas, a fim de garantir que a área de RH, ou qualquer outra, não coloque em
risco a empresa ao realizar investigações inadequadas de candidatos ou funcionários.75
QUESTÕES LEGAIS Espionagem eletrônica é legal, até certo ponto. Por exemplo, no
caso brasileiro, as empresas costumam monitorar a correspondência eletrônica (apenas de
e-mail corporativo) por meio de busca de palavras que possam levar a empresa ao conhe-
cimento de que empregados trocam informações sobre pornografia, concorrência desleal,
divulgação de segredos da indústria etc. Nesses casos, as empresas, ao descobrirem uma ação
do empregado em desacordo com a lei ou com o código de conduta da empresa, podem,
inclusive, demiti-los por justa causa. Entretanto, escutas telefônicas são permitidas somente
com autorização judicial, não sendo lícito o acesso do empregador a e-mails ou telefonemas
particulares do empregado, sob pena de ser caracterizado eventual ato criminoso, devendo
o responsável responder com a privação de liberdade e a empresa arcar com o pagamento
de elevadas indenizações. Como as questões ligadas à privacidade e relacionadas à tecnologia
(sobretudo com utilização de correspondência eletrônica e redes de relacionamento) ainda
é ínfima diante da rapidez com que são introduzidas mudanças tecnológicas nas empresas,
os juízes vêm sendo demandados para que sentenciem processos trabalhistas e formem ju-
risprudência sobre o assunto. E, neste conjunto de decisões, nota-se que os empregadores
aparentam ter menos direitos para monitorar e-mail do que inicialmente se supunha.76
Para ser seguro, empregadores devem ter políticas de uso de serviços on-line e e-mail. Os
empregados precisam ser avisados que esses sistemas devem ser utilizados apenas para fins pro-
fissionais. Os empregadores também podem pedir aos funcionários que assinem declarações de
reconhecimento da monitoração telefônica e de e-mail, como a da Figura 12.5. Muitos empre-
gados provavelmente acreditam que, ao utilizar o sistema de e-mail corporativo, suas comunica-
Assinatura Data
Nome Departamento
ções estão sujeitas a inspeção, mas que os e-mails enviados de suas contas de e-mail pessoal no
computador e/ou sistemas do empregador não são. Porém, isso não funciona necessariamente
dessa forma, uma vez que ainda não é uma situação inteiramente clara. Assim a empresa, com o
intuito de sensibilizar os empregados, deve deixar claro, numa política sobre uso de e-mail, que os
mesmos não devem ter expectativa de privacidade em seu e-mail pessoal e uso da internet,77 uma
vez que todas as mensagens enviadas e recebidas no sistema de e-mail do empregador são contro-
ladas pela auditoria de sistemas, sendo propriedade da empresa e, portanto, não confidenciais.78
O monitoramento do local de trabalho em vídeo pede cautela legal. Vigilância contínua
dos funcionários via sistemas de câmera em um ambiente de escritório pode não ser um
problema, mas um empregador em Boston, depois de processado, teve que pagar mais de
US$ 200 mil para cinco trabalhadoras que foram secretamente gravadas em um vestiário de
funcionários da empresa.79 Sendo assim, recomenda-se que quaisquer gravações sejam do
conhecimento do empregado, e sua justificativa deve ser baseada em segurança para o em-
pregado e nunca em controle do trabalho do empregado.
Gestão da disciplina
Algumas práticas de RH, aos poucos, vão envenenando as percepções de “tratamento ético
e justo” dos trabalhadores, ou minando relações trabalhistas como processos disciplinares
Disciplina
injustos. O objetivo da disciplina é incentivar os trabalhadores a aderir a regras e regulamen-
Procedimento que corrige tos. A disciplina é necessária quando um trabalhador viola alguma regra.80 No entanto, o
ou pune um subordinado processo deve ser bem pensado e justo.81
por violar uma regra
ou procedimento.
Os três pilares
O gerente pode construir um processo justo de disciplina baseado em três pilares: regras e
Objetivo de
Aprendizagem 4 regulamentos determinados pela empresa; penalidades para as infrações cometidas; e meca-
nismos de investigação – que serão detalhadas a seguir.
Explicar como utilizar práticas
disciplinares justas. REGRAS E REGULAMENTOS Um conjunto de regras e regulamentos disciplinares cla-
ros é o primeiro pilar. As regras devem tratar de questões como roubo, destruição de proprie-
dade da empresa, beber no trabalho e insubordinação. Exemplos de regras incluem:
• O mau desempenho não é aceitável Espera-se que cada empregado realize seu traba-
lho de maneira adequada e eficiente para atender aos padrões de qualidade estabele-
cidos pela empresa.
• Álcool e drogas não combinam com o trabalho O uso de entorpecentes durante o
horário de trabalho ou trabalhar sob a influência tanto de álcool quanto de outras
drogas são estritamente proibidos.
O objetivo das regras é informar previamente aos empregados o que é ou não é um com-
portamento aceitável. Os empregados devem ser informados, de preferência, por escrito, so-
bre o que não é permitido. Isso geralmente ocorre no processo de admissão do empregado,
por meio da divulgação do Manual de orientação do empregado, que deve conter as regras e os
regulamentos da empresa.
RH na prática
Nome do empregado
Departamento do empregado
Data da ocorrência Data de hoje
Testemunhas do incidente
Se a conduta violou uma política ou regra da Apex Co., registrar a política ou regra
O empregado foi avisado hoje de que, se a má conduta persistir, assim como o problema, a qualquer
momento durante as próximas semanas ele poderá estar sujeito às seguintes medidas disciplinares
Nome Nome
Os sistemas de sugestão atuais costumam ser mais sofisticados do que as “caixas de suges-
tões”, que começaram a existir há alguns anos.115 As principais melhorias são no modo como
o gestor se comunica e formaliza o processo de sugestão com seus empregados. O diretor de
uma empresa que projeta e instala sistemas de sugestão para os empregadores apresenta os
elementos essenciais de um sistema de sugestão efetivo. São eles:116
• Equipe de suporte sênior.
• Processo simples e fácil para a apresentação de sugestões.
• Processo consolidado de avaliação e implementação de sugestões.
• Programa eficaz para divulgação e comunicação do programa.
• Foco do programa sobre os principais objetivos organizacionais.
Revisão
RESUMO
1. Tratamento injusto reduz o moral, aumenta o estres- exemplo, a Toyota disponibiliza um canal anônimo atra-
se e tem efeitos negativos sobre o desempenho dos vés do qual seus funcionários podem expressar suas pre-
empregados. Os gerentes e a gestão de RH podem ocupações com a alta gestão. Empresas como a F edEx
tomar medidas para reduzir tal questão. aplicam pesquisas anônimas de opinião periódicas.
2. Ética refere-se aos princípios de conduta que gover- 7. Garantir programas de tratamento justo, como da
nam um indivíduo ou um grupo, e, especificamente, FedEx, em que as queixas são tratadas de forma justa
aos padrões utilizados para decidir como sua condu- e transparente. As etapas incluem avaliação de gestão,
ta deveria ser. reclamação oficial e canais de reclamação para que
3. Vários fatores moldam o comportamento ético no haja possível revisão executiva quanto às decisões.
trabalho. Eles incluem fatores individuais, fatores or- 8. Um processo disciplinar justo baseia-se em três pilares:
ganizacionais, a influência do chefe, as políticas e os regras e regulamentos, penalidades para as infrações
códigos de ética e a cultura da organização. cometidas e mecanismos de investigação. Uma série de
4. Os empregados têm muitos direitos legais e morais. diretrizes de disciplina é importante, dentre elas desta-
Leis como a própria Constituição Federal indicam o camos duas: a disciplina deve estar em consonância com
que os empregadores podem e não podem fazer no a forma de gestão, que, por sua vez, deve investigar ade-
local de trabalho, além de estabelecerem inúmeros quadamente o assunto antes de administrá-la; e os ges-
direitos para os empregados. tores não devem tirar a dignidade de um subordinado.
5. A gestão de RH pode influenciar a ética e o trata- 9. O objetivo básico da disciplina sem punição é fazer o
mento justo no trabalho de várias maneiras. Ter um empregado aceitar as regras da empresa, reduzindo
processo de seleção justo e aberto que enfatize o es- assim a natureza punitiva da própria medida discipli-
forço da empresa na busca por integridade e ética, nar. Um empregado pode receber um dia de pena
o estabelecimento de programas especiais de forma- para considerar sua infração antes que sejam toma-
ção ética que meçam a adesão dos empregados com das medidas mais sérias.
altos padrões éticos durante as avaliações de desem- 10. O relacionamento com os empregados envolve o es-
penho, e que também gratifiquem (ou disciplinem) tabelecimento e a manutenção das relações positivas
o comportamento ético (ou antiético) relacionado entre empregado-empregador, contribuindo, assim,
ao trabalho, são alguns exemplos. para a produtividade satisfatória, motivação, moral e
6. As empresas oferecem aos empregados meios pelos disciplina, além de manter um ambiente de trabalho
quais podem expressar opiniões e preocupações. Por positivo, produtivo e coeso.
PALAVRAS-CHAVE
ética 329 equipes de sugestão 346
cultura organizacional 335 equipes de resolução de problemas 346
disciplina 340 círculo de qualidade 346
tratamento justo garantido 341 equipe de trabalho autogerida/autodirigida 346
relações com os funcionários 343
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Garantindo o tratamento justo Esse é um assunto sério, mas nem Jennifer nem seu pai
achavam que o que as pessoas estavam fazendo era motivo
Atuando nos negócios de lavanderia e limpeza, a Carter
para demissão imediata, em parte porque o gerente da loja, apa-
sempre exigiu que seus funcionários não fumassem, co-
rentemente, tolerava as ações. O problema era que eles não sa-
messem ou bebessem em suas lojas. Jennifer, filha do dono
biam o que fazer. Parecia-lhes que a questão pedia mais do que
da empresa Carter, Jack Carter, ficou, portanto, surpresa ao
apenas uma advertência, mas menos do que uma demissão.
entrar em uma loja e encontrar dois funcionários almoçando
no balcão da frente. Havia uma grande pizza no caixa; os Perguntas
dois bebiam refrigerante e comiam fatias de pizza e sanduí-
ches em pratos de papel. No cenário caótico, também havia 1. O que você faria se fosse Jennifer? Justifique.
gordura e respingos de refrigerante no balcão e cheiro de ce- 2. E se um sistema disciplinar fosse estabelecido na em-
bola, e calabresa na loja, mesmo com o exaustor de quatro presa Carter?
metros de largura puxando o ar para fora através do telhado. 3. Se o sugerido na questão anterior acontecesse, o que
Além de ser ruim para os clientes, a confusão no caixa au- deveria abranger e como você aconselharia lidar com
mentou a possibilidade de que o pedido de uma pessoa fi- uma situação como a citada no texto?
casse sujo na loja. 4. Como você lidaria com o gerente da loja?
colocando seguranças do lado de fora. Pela prova, ficou claro da ré, a capacidade patrimonial para responder pelos danos,
que os trabalhadores foram impedidos de sequer irem ao ba- as condições econômicas da vítima e a gravidade do dano. A
nheiro ou retirarem seus pertences pessoais. Uma conduta empresa pretende recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho,
que a magistrada classificou como abusiva e desnecessária, mas precisa saber exatamente o que ocorreu para que se
inclusive por violar o direito de propriedade e de locomoção desse a dispensa coletiva, bem como entender o que deve
dos empregados envolvidos. Para a juíza, os trabalhadores ser alegado a fim de reverter a condenação e restabelecer a
foram encarados como se fossem criminosos. “Os obreiros imagem da empresa perante seus clientes e os futuros pro-
foram tratados como mera composição de uma massa dis- cessos seletivos.
forme de pessoas para as quais as portas da empresa es- Fonte: <http://www.trcadvogados.com.br/pagina/dispensa_abusiva>,
tavam se fechando a partir de então”, destacou a julgadora, 9 abr. 2014. Acesso em: 21 out. 2014.
identificando no comportamento da empresa violação à digni-
dade, à intimidade e à privacidade dos trabalhadores. A juíza Perguntas
não teve dúvidas de que a ação da empresa causou senti- 1. Existe alguma previsão legal sobre a dispensa coletiva
mento de baixa estima e humilhação no reclamante. “Privi- de empregados?
legiou-se a economia de tempo e a proteção do patrimônio 2. Sabendo que os empregados são da categoria profissio-
da reclamada em detrimento do respeito que mereciam seus nal da construção civil de Belo Horizonte, quais seriam as
colaboradores”, acrescentou em sua sentença. previsões na convenção coletiva da categoria profissio-
Diante desse contexto, a magistrada decidiu condenar a nal para a dispensa do empregado, além das previsões
empresa a pagar ao empregado reclamante indenização por legais de praxe?
danos morais no valor de R$ 5,5 mil. Para fixar essa quantia, 3. Explique como a demissão em massa pode caracterizar
levou em consideração o grau de culpa e o porte econômico dano moral para o empregado.
Notas
1. Para uma discussão do software, veja Ed Frauenheim. “The 12. Bennett Tepper et al., “Abusive Supervision and Subordinates
Thought Police?”, Workforce Management, March 2011, pp. 28-30. Organization Deviance”, Journal of Applied Psychology 93, n. 4,
2. Keith Winstein. “Suit Alleges Pfizer Spun Unfavorable Drug Stu- 2008, p. 721-732.
dies”, The Wall Street Journal, 8 out. 2008, p. B1. 13. Gary Weaver e Linda Treviño, “The Role of Human Resources in
3. “What Role Should HR Play in Corporate Ethics?” HR Focus 81, Ethics/Compliance Management: A Fairness Perspective”, Hu-
n. 1, jan. 2004, p. 3. Veja também: Dennis Moberg. “Ethics Blind man Resource Management Review 11, 2001, p. 117.
Spots in Organizations: How Systematic Errors in Person Per- 14. Jordan Robbins et al., “Perceived Unfairness and Employee He-
ception Undermine Moral Agency”, Organization Studies 27, n. 3, alth: A Meta-Analytic Integration”, Journal of Applied Psychology
2006, p. 413-428. 97, n. 2, 2012, p. 235-272.
4. Manuel Velasquez. Business Ethics: Concepts and Cases, Upper 15. A Teoria da Equidade foi desenvolvida por J.S.ADAMS, em 1963
Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1992, p. 9. Veja também: O. C. (in “Toward na understanding of inequity, Journal of Abnormal
Ferrell, John Fraedrich e Linda Ferrell. Business Ethics. Boston: Social Psychology, n. 67, p. 422-436, EUA) e refere-se à justiça
Houghton Mifflin, 2008. percebida ligada aos resultados. Em outras palavras, os empre-
5. Para uma discussão mais aprofundada sobre ética e moralidade, gados avaliam a proporcionalidade entre o esforço investido em
consulte Tom Beauchamp e Norman Bowie. Ethical Theory and determinada tarefa e os resultados, ou recompensas, fornecidos
Business. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2001, p. 1-19. pelo empregador, tendo por base o tratamento que recebem
6. Richard Osborne. “A Matter of Ethics”, Industry Week 49, n. 14, 4 dele e dos seus pares na rotina de trabalho.
set. 2000, p. 41-42. 16. Suzanne Masterson. “A Trickle-Down Model of Organizational
7. Direitos previstos pela Consolidação das Leis do Trabalho e pela Justice: Relating Employees’ and Customers’ Perceptions of and
Constituição Federal, além de legislação específica sobre os as- Reactions to Fairness”, Journal of Applied Psychology 86, n. 4, 2001,
suntos. p. 594-601.
8. Miami Daily Business Review, 20 abr. 2007. 17. Ibid.
9. Bennett Tepper. “Consequences of Abusive Supervision”, Aca- 18. Jennifer Kish-Gephart, David Harrison e Linda Trevino. “Bad
demy of Management Journal 43, n. 2, 2000, p. 178-190. Veja tam- Apples, Bad Cases, and Bad Barrels: Meta-Analytic Evidence
bém: Samuel Aryee et al. “Antecedents and Outcomes of Abu- About Sources of Unethical Decisions That Work”, Journal of
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para o português, se refere ao roubo de é razoável para determinar se as práticas default.aspx?id=3529>. Acesso em: 6
informações por meio da utilização de de monitoramento do empregador são set. 2012.
um dispositivo de armazenamento que aceitáveis. O monitoramento eletrônico 90. Ibid.
pode ser conectado ao computador via é geralmente razoável, “onde há um pro- 91. Carolyn Hirschman, “Giving Voice
uma porta de USB, como um pendrive pósito legítimo de negócios, onde exis- to Employee Concerns: Encouraging
ou aparelhos de mp3 (NE). tem políticas para definir as expectativas Employees to Speak Out Requires Res-
64. Ibid. de privacidade dos empregados, e onde pectful Treatment and Appropriate Ac-
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69. Um advogado afirma que os problemas nares justas, consulte Bittel, What Every fective States, and Individual Level Work
podem surgir com a Lei Federal das Co- Supervisor Should Know, p. 308. Paul Fal- Outcomes”, Journal of Applied Psychology
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tions. Chicago: Irwin, 1997, p. 27-33. To Get the Most from Your Company’s
105. Ibid., p. 28. Suggestion System, Move Ideas up the
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Descrever brevemente a história e a estrutura do movimento ope
rário no Brasil e nos EUA.
2. Discutir a natureza das principais leis federais de relações trabalhistas.
3. Descrever o processo da direção e da eleição sindical.
4. Discutir as principais etapas do processo de negociação coletiva.
5. Explicar por que o índice da sindicalização caiu e quais as perspecti-
vas para o movimento sindical.
Fonte: Mira/Alamy
Introdução
Muitos empregados acreditam que seus direitos estão previstos apenas na legislação traba-
lhista, esquecendo-se de que a atuação sindical é responsável por muitas negociações para
melhoria das condições de trabalho e por significativas conquistas legais. É o caso, por exemplo,
de algumas categorias profissionais que já negociavam licença-maternidade de 180 dias (como
a dos bancários), antes mesmo das novas propostas de lei, ou das que concedem períodos
para aperfeiçoamento, com a manutenção do vínculo empregatício, ou aquelas que promovem
negociações coletivas, definindo critérios para distribuição de lucros aos empregados de um
determinado setor.
I
N. da R.T.: Amauri Mascaro Nascimento, Curso de Direito do Trabalho, LTr, 2012.
4. Colaboração com o Estado Estudo e propostas para resolução de problemas que afe-
tam a categoria profissional em questão (artigo 513 da CLT).
5. Representação Atuação, perante autoridades administrativas e judiciais, defen-
dendo os interesses da categoria profissional ou mesmo os interesses individuais
de seus membros.
Organização sindical
Os sindicatos podem representar profissões específicas, todos os que trabalham numa de-
terminada empresa e, ainda, todos os que pertencem ao mesmo segmento da economia.
No caso do Brasil, os sindicatos representam apenas profissões ou empresas pertencentes
ao mesmo segmento econômico, numa determinada região. Assim, em nosso país, classi-
ficam-se em:
1. Sindicatos por profissão Aqueles que reúnem todos os que trabalham numa
determinada atividade profissional, independentemente da empresa em que
atuem. No Brasil, são conhecidos como sindicatos de categorias diferenciadas,
como o sindicato dos médicos, dos advogados, de engenheiros, entre outros.
2. Sindicatos por categoria profissional e econômica Categoria é o conjunto de pes-
soas de qualquer profissão e de qualquer empresa que exercem o seu trabalho
num mesmo setor da economia, determinado pela atividade principal da empresa
em questão, como o sindicato dos trabalhadores em bares e restaurantes de São
Paulo, sindicato das empresas químicas de Jaguariúna, sindicato dos professores
de Campinas, sindicato dos papeleiros do Paraná etc.
II
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=11705>. Acesso em: 18 maio 2014.
III
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11648.htm>.
Acesso em: 18 maio 2014.
sindicatos que a compõem. De tal modo, podem atuar pelos interesses de várias categorias,
participando de tomadas de decisão políticas do país em termos de assuntos trabalhistas.
Assim, de acordo com a Lei n. 11.648/2008, uma das atribuições e prerrogativas das
centrais sindicais é a de participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públi-
cos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, cujos assuntos
abordados sejam de interesse geral dos trabalhadores. Para o exercício destas atribuições,
deve ter filiação mínima de 100 sindicatos, distribuídos nas cinco regiões do país, ou filia-
ção em pelo menos três destas regiões com o mínimo de 100 sindicatos e filiação dos sindi-
catos em, no mínimo, cinco diferentes setores da economia. Além disso, é imprescindível
a filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% do total de empregados sindica-
lizados em âmbito nacional.
Objetivo de
Sindicatos e a Lei
Aprendizagem 2 Nos EUA, até a década de 1930, não existiam leis trabalhistas especiais. O empregador não
Discutir a natureza das
se envolvia em negociações coletivas com os trabalhadores e não havia restrições ao seu com-
principais leis federais de
portamento com os sindicatos. Contratos de gestão “de oposição ao sindicalismo”, em que
relações trabalhistas.
se poderia exigir adesão de não sindicalizados como condição para o emprego, foram am-
IV
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=11705>. Acesso em: 18 maio 2014.
V
N. da R.T.: De acordo com o artigo 614, § 3, da CLT.
VI
N. da R.T.: A Convenção 87 prevê a liberdade sindical ou o princípio da pluralidade sindical, com a possibili
dade de mais de um sindicato por categoria na mesma base territorial, ao contrário do que é praticado no Brasil.
plamente aplicados. A maioria dos recursos sindicais – até mesmo as greves – era ilegal.
Esta situação unilateral vigorou até década de 1930, coincidindo com o período da Grande
Depressão naquele país. Desde então, em resposta à mudança de atitudes públicas, valores e
condições econômicas, o direito do trabalho passou por três mudanças claras: “forte encora-
jamento” pelos sindicatos, “encorajamento modificado junto da regulação” e a “regulamen-
tação detalhada dos assuntos internos do sindicato”.7
No Brasil, o trabalho livre e assalariado ganhou visibilidade após a abolição da escra-
vidão, em 1888, e com a chegada dos imigrantes europeus. Justamente o atraso do Brasil
com relação aos direitos trabalhistas deu origem à formação das primeiras organizações de
trabalhadores, coincidindo com a criação daqueles que viriam a ser os primeiros sindicatos.
Apenas em 1912, seria criada a primeira Confederação Brasileira do Trabalho (CBT),
que tinha por objetivo reunir as reivindicações dos operários, como jornada de trabalho de
8 horas diárias, fixação de um salário mínimo, férias anuais, proteção do trabalho infantil e
das mulheres, dentre outras.VII
No entanto, somente após a Revolução de 1930, os mecanismos de proteção ao trabalho
passaram a ter força, com a criação do Ministério do Trabalho e com a inclusão de direitos
trabalhistas na Constituição de 1934, seguida da promulgação da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), em 1943.
No caso brasileiro, assuntos pertinentes à legislação trabalhista estão associados, princi-
palmente, ao plano nacional, ou seja, o governo federal é a autoridade máxima do país para
assegurar grande parte dos direitos dos trabalhadores. O poder legislativo é exercido em esfe-
ra federal através do Congresso Nacional, que é composto pela Câmara de Deputados e pelo
Senado Federal. Assim, por exemplo, o próprio direito dos cidadãos a um trabalho digno
deve ser garantido pelo governo federal, sendo sua principal obrigação justamente zelar pela
proteção da relação de trabalho entre empresas e empregados. Além disso, a Constituição
Federal de 1988 faz menção expressa a direitos como seguro-desemprego, Fundo de Garan-
tia por Tempo de Serviço (FGTS), fixação de um salário mínimo e de reajustes periódicos,
piso salarial para categorias profissionais, direito ao recebimento de valores diferentes para
horas extraordinárias realizadas (mínimo de 50% sobre a hora normal de trabalho), aposen-
tadoria, licença à gestante, gozo de férias anuais etc. A atuação do governo federal, até que
a atual Constituição chegasse à previsão dos atuais direitos trabalhistas, passou por algumas
importantes promulgações, entre elas as enumeradas a seguir:
• Decreto n. 1.313, de 1891, regulamentou o trabalho dos menores de 12 a 18 anos.
• Decreto n. 1.637, de 1907, acultava a formação de sindicatos pela classe trabalhadora,
o que estimulou a criação de vários sindicatos na época e orientou a atividade sindical
até a década de 1930. Aliás, como não havia legislação trabalhista, até a década de
1920, a ação dos sindicatos era direta, com autonomia plena, frente ao Estado e aos
empregadores.
• Congresso Operário Brasileiro, de 1912, cria a Confederação Brasileira do Trabalho
(CBT).
• Decreto n. 19.433, de 1930, cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, no
governo de Getúlio Vargas.
• Decreto n. 19.770, de 1931, considerado como a primeira lei sindical brasileira.
• Lei n. 4.090, de 1962, institui a obrigatoriedade do 13o salário.
• Lei n. 6.494, de 1977, institui a possibilidade de programas de estágio para alunos de
nível superior, cursos profissionalizantes de 2o grau e supletivos.
Com a promulgação do Decreto 19.770, de 1931, deu-se início a uma nova fase para a
organização sindical, proliferando o número destas associações no país, desde aquela época.
No entanto, a Constituição Federal, de 1937, consolidaria a adoção do princípio da unicida-
de sindical (existência de apenas um sindicato para determinada categoria profissional, em
determinada base territorial), subordinando os sindicatos ao então Ministério do Trabalho,
o que foi mantido pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 8o, inciso II.
VII
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2011/04/evolucao-das-relacoes-
trabalhistas>. Acesso em: 18 maio 2014.
Somente a partir da década de 1970, o movimento sindical avançou no país, com atuação
efetiva dos sindicalistas em São Paulo, na região do ABC, precisamente quando os trabalha-
dores da montadora Scania fizeram greve em busca de aumentos salariais, ignorando a rígida
legislação (resquício do período de ditadura) sobre a proibição de greves. Naquela época,
sindicatos fortes de categorias profissionais, como a dos metalúrgicos, petroleiros e bancá-
rios, abriam o caminho para as negociações de outras categorias menos articuladas.
Nos últimos anos, os setores metalúrgicos e bancário foram atingidos pelo desemprego
(por conta de fusões, aquisições e automatização nas fábricas), o que contribuiu para o início
da decadência do movimento sindical, percebido pela redução do número de greves e pela
precariedade do trabalho em muitos segmentos econômicos.
VIII
N. da R.T.: “Sindicato Legal – Passo a passo para regularização de sindicatos empresariais”. Disponível em:
<www2.fiescnet.com.br/web/recursos/VUVSR01UTTFOdz09>. Acesso em: 23 jun. 2014.
Por exemplo, o grupo que tenta organizar os trabalhadores da Starbucks (Sindicato dos
Trabalhadores da Starbucks) nos EUA criou seu próprio site <www.starbucksunion.org>. Lá,
são incluídas notas como:
[...] e-mails internos revelam que gerentes da Starbucks eram monitorados em chats
na Internet e havia interceptação de conversas em uma campanha secreta para iden-
tificar os funcionários que agitavam a representação sindical nas cafeterias.9
Empresa________________________________________________________
CNPJ_____________________INSC. EST.______________________________
Tel._____________Cel._____________E-mail ____________________________
Responsável_______________________________RG ou CPF_______________
Local, _____/____________/_____
IX
N. da R.T.: Disponível em: <www.sincomat.com.br/component/simpledownload/?task=download>. Acesso
em: 23 jun. 2014.
X
N. da R.T.: S. P. Martins, Direito do trabalho, 27. ed., São Paulo: Atlas, 2011.
competição num cenário internacional, marcado, muitas vezes, pela redução de preços finais
para produtos ou serviços.
Com a carga tributária vivenciada no Brasil e encargos sociais que dificilmente mantêm
‑se abaixo dos 80% sobre o salário do empregado, muitas indústrias foram obrigadas a fechar
suas portas a partir da década de 1990, marcada pela abertura de mercados no País.
Negociação de boa-fé
Termo que significa que
O que é negociação de boa-fé?
ambas as partes estão se Negociação de boa-fé significa que as propostas são comparadas a contrapropostas e que
comunicando e negociando, ambas as partes farão todos os esforços razoáveis para chegar a um acordo. Isso não significa
e que as propostas estão que cada uma das partes é obrigada a concordar com a proposta da outra, nem se exige que
sendo comparadas a
contrapropostas, com qualquer das partes faça concessões específicas (embora algumas possam ser necessárias).
ambas as partes fazendo Na prática, a negociação de boa-fé inclui o dever de conversar com o representante dos
todos os esforços razoáveis funcionários (ou empregador), fornecer, se pedida, a informação que é “relevante e neces-
para chegar a acordos. Isso sária” para permitir que o representante dos funcionários negocie de maneira justa e inclui,
não significa que cada uma ainda, o dever de lidar com quem o representante dos funcionários designar para continuar
das partes é obrigada a
concordar com a proposta as negociações.
da outra. Assim, uma negociação de boa fé deve apresentar avanços nas propostas, divulgação ou
compartilhamento de informações sobre assuntos importantes e de peso na negociação (como
salários, jornada e condições de trabalho), concordância em participar de reuniões prévias
sempre que solicitado pela parte contrária e, ainda, disposição para ceder sempre que possível.
As equipes de negociação
Tanto o sindicato quanto a gestão da empresa formam uma equipe para a mesa de nego-
ciação e ambas costumam ir para as reuniões após realizarem alguns levantamentos. Repre-
sentantes sindicais sondam os sindicalizados sobre suas reivindicações e as conferem com os
representantes sindicais dos sindicatos relacionados.
Da mesma maneira, a gestão reúne dados sobre salários e benefícios, incluindo compa-
rações com valores locais e para trabalhos similares na indústria. A administração também
levanta cuidadosamente os custos do contrato de trabalho atual e determina o aumento no
custo total – por empregado e por hora. O Quadro RH como centro de lucro mostra a questão
dos custos.
Custos do contrato
Especialistas enfatizam a necessidade de precificar as solicitações do sindicato com cuidado. Um
deles afirma:
O erro mais comum que eu vejo [por parte dos profissionais de RH] é entrar nas ne-
gociações sem a compreensão do impacto financeiro dos assuntos que são colocados
nelas. Por exemplo, o sindicato solicita três dias de férias extras. Aparentemente, não
são muitos dias, exceto que em alguns estados, se um funcionário sair da empresa, é
preciso pagar a ele o tempo de férias não utilizado, o que poderá sobrecarregar o or-
çamento inicial feito pela empresa para a concessão de tal direito.11
A gestão também tenta identificar as prováveis solicitações sindicais e o que é mais impor-
tante para o sindicato. Além disso, utiliza informações de queixas e opiniões de superiores
para antecipar aquelas que podem ser as propostas do sindicato para, assim, poder preparar
contrapropostas e argumentos previamente.
Itens de negociação
A legislação trabalhista estabelece itens voluntários, ilegais e obrigatórios que estão sujeitos à
negociação coletiva (Quadro 13.3).
Itens de negociação voluntá- Voluntários (ou permitidos) são itens de negociação nem obrigatórios nem ilegais, que
rios (permitidos) se tornam parte das negociações por meio do acordo conjunto entre gestão e sindicato. Ne-
Itens em negociação nhuma das partes pode ser obrigada, contra a sua vontade, a negociar sobre os itens volun-
coletiva que não são nem
ilegais nem obrigatórios; tários, por exemplo, sobre a adoção ou a obrigação de lavagem de uniformes para empresas
nenhuma das partes pode daquele segmento econômico.
ser obrigada a negociar Itens de negociação ilegais são os proibidos por lei. Uma cláusula que preveja a contra-
sobre esses itens. tação “exclusiva de trabalhadores sindicalizados” seria ilegal se confrontada com a legislação
Itens de negociação ilegais vigente, por exemplo. Outra impossibilidade seria a determinação de jornada de trabalho
Itens na negociação semanal de 50 horas, quando a lei já determina jornada máxima de 44 horas semanais para
coletiva que são proibidos os brasileiros.
por lei; por exemplo, a Itens de negociação obrigatórios envolvem assuntos como salários, horários, períodos de
cláusula de concordar em
contratar “exclusivamente descanso, demissões, transferências, benefícios e verbas rescisórias. Outros são adicionados
sindicalistas” seria ilegal conforme o direito evolui. Por exemplo, formas de apuração de lucros e critérios para distri-
se confrontada com a buição de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos empregados.
legislação vigente.
Itens de negociação obrigatórios Estágios de negociação12
Itens na negociação coletiva
que, se apresentados As negociações normalmente passam por várias etapas, aqui divididas em apenas quatro e
por uma das partes, a detalhadas a seguir:13
outra deve negociar; por
exemplo, questões sobre 1. Preliminar
remuneração. 2. Aproximação da partes
3. Discussão
4. Fechamento
Preliminar
Ocasião em que o sindicato faz suas exigências e inicia o movimento para negociação
coletiva. Nesta fase, cada lado apresenta suas exigências e, a princípio, ambas as partes costu-
mam estar muito distantes em algumas questões.
Fonte: modestil/Fotolia
RH na prática
XI
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/topicos/291244/negociacao-coletiva>. Acesso
em: 18 maio 2014.
XII
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/greve.htm>. Acesso em: 18 maio 2014.
Greve política de prévia frustração da negociação coletiva e do recurso arbitral, bem como a convocação de
Não é um meio de ação assembleia sindical específica para definição da pauta de reivindicações, além da efetiva para-
direta da classe trabalhadora
lisação coletiva dos serviços (artigo 4o, Lei n. 7.783/89). Havendo violação de direitos, a greve
em benefício de seus
interesses profissionais e, será considerada abusiva ou ilícita (artigo 6o, §§ 1o e 3o).
portanto, não é entendida Também podem ser classificadas em: greves políticas, de solidariedade (quando um sin-
como uma greve trabalhista. dicato faz greve em apoio a outro sindicato), típicas ou econômicas (quando resulta de um
Em sentido amplo, é impasse e busca aquisição ou manutenção de um direito) e de advertência.
dirigida contra os poderes
A consequência do processo de negociação conflituoso não precisa ser as greves. Estudos
públicos para conseguir
determinadas reivindicações mostram que muitas são evitáveis, mas ocorrem por conta de erros durante a negociação. Os
não suscetíveis de erros incluem as discrepâncias entre os líderes sindicais, e as expectativas e percepções errô-
negociação coletiva. neas dos membros sobre os objetivos de negociação de cada parte.20 A probabilidade de uma
Greve de solidariedade greve depende, em parte, da vontade dos envolvidos em “fazer uma greve”21
Greve que ocorre em apoio Piquete é uma das primeiras atividades que ocorrem durante uma greve. O seu objetivo é
à de outro sindicato. informar o público sobre a existência da disputa trabalhista e, muitas vezes, encorajar outros
Greve típica ou econômica a se abster de atuar junto do empregador – contra quem os funcionários estão em greve.
Greve que resulta da falta
de acordo sobre os termos LIDANDO COM UMA GREVE Empregadores podem agir de várias maneiras quando
de um contrato, envolvendo se tornam objeto de uma greve. Uma delas é parar suas operações até que a greve acabe. A
salários, benefícios e outras segunda alternativa é a contratação de terceiros durante o período da greve, a fim de ameni-
condições de trabalho. zar os efeitos na produção. Uma terceira alternativa é o empregador continuar as operações,
Greve de advertência talvez usando superiores e outros trabalhadores dispostos a furar a greve. A quarta alternativa
Greve que visa protestar é contratar substitutos para os grevistas. Em uma greve econômica, tais substituições podem
contra uma conduta ilegal ser consideradas permanentes impedindo os funcionários antigos de retornar ao trabalho.
por parte do empregador. Nos Estados Unidos, quando a Northwest Airlines começou a dar empregos permanentes
para 1,5 mil trabalhadores substituírem mecânicos em greve, a greve da Associação Fraternal
de Mecânicos de Aeronave basicamente se desfez.22
No Brasil, são mais raros os casos de substituição de trabalhadores grevistas, o que so-
mente pode ocorrer em caso de a greve ser declarada ilegal pelos Tribunais do Trabalho.
Em junho de 2014, por exemplo, uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA)
declarou ilegal a greve dos rodoviários em São Luis do Maranhão e determinou o reestabe-
lecimento imediato da circulação de pelo menos 70% da frota, que ficou parada por 12 dias.
Adicionalmente, foi ordenada a substituição dos trabalhadores grevistas por conta de ser
caracterizada uma infração ao princípio constitucional que proíbe a suspensão completa de
serviços essenciais à população.
Alguns cuidados devem ser tomados pelos empregadores e seus prepostos durante as greves:
a. os meios adotados por empregados e empregadores, em nenhuma hipótese, po-
derão violar ou constranger os direitos e as garantias fundamentais de outrem.
b. a empresa não poderá adotar meios para constranger o empregado ao compare-
cimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento.
c. a manifestação e os atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impe-
dir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
Boicotar OUTRAS ALTERNATIVAS Tanto a gestão das empresas quanto os trabalhadores utilizam
Recusa conjunta de seus métodos para tentar acabar com um impasse. O sindicato, por exemplo, pode recorrer
empregados e outras partes
a uma campanha corporativa. Esse esforço, organizado pelo sindicato, exerce pressão sobre
interessadas em comprar
ou usar produtos do o empregador, muitas vezes diretamente, além de outros sindicatos da empresa, acionistas,
empregador. diretores, clientes, credores e agências governamentais. Por exemplo, um membro do conse-
lho de administração da empresa pode achar que o sindicato organizou seus membros para
boicotar as ideias do diretor, ou seja, parar de fazer negócios. Nos Estados Unidos, o chefe do
United Auto Workers disse, há algum tempo, que o sindicato pretendia começar uma nova
campanha para organizar os operários horistas em fábricas de automóveis de propriedade de
estrangeiros no país. Como parte de sua campanha, o sindicato começou a fazer piquetes nas
concessionárias da Hyundai, Daimler, Toyota e Nissan.23
Sindicatos, nos EUA, utilizam campanhas corporativas com bons resultados. Também cha-
madas de campanhas de advocacia ou abrangentes, elas ajudam a organizar sindicatos de vá-
rias empresas de cuidados de saúde, por exemplo, incluindo a Sutter Health, na Califórnia.24
De modo geral, sindicatos também podem promover esforços para convencer os funcio-
nários a impedir ou interromper a produção. Eles podem fazer isso, por exemplo, diminuin-
do o ritmo de trabalho, recusando-se a fazer horas extras, mantendo licenças por doença,
apresentando acusações a agências governamentais ou recusando-se a fazer o trabalho sem
receber instruções detalhadas de superiores (mesmo que não tenha sido previamente reque-
rida tal instrução).
Bloqueio BLOQUEIOS Empregadores norte-americanos, por exemplo, podem tentar romper um
A recusa por parte do impasse com bloqueios. Um bloqueio é uma recusa por parte do empregador de propor-
empregador em fornecer
cionar oportunidades para o trabalho. A empresa (muitas vezes literalmente) bloqueia os
oportunidades para trabalhar.
funcionários e proíbe-os de fazer o seu trabalho (e, portanto, de serem pagos). Diante de
um novo contrato, que pode reduzir os seus salários em 50%, funcionários do sindicato da
Canadian Auto Workers, a partir de uma unidade da Caterpillar local, foram bloqueados e,
após seis meses de negociações, não conseguiram chegar a um acordo.25
Embora não seja possível sua prática no Brasil, algumas empresas norte-americanas se-
quer veem um bloqueio como prática de trabalho injusta. Por exemplo, se o seu produto é
perecível (como verduras ou carnes), sendo indesejada uma possível paralisação dos traba-
lhadores, então um bloqueio pode legitimamente servir para neutralizar o poder dos sindi-
catos até que nova rodada de negociações ocorra.
MEDIDA CAUTELAR Durante o impasse, os empregadores e os sindicatos dos trabalha-
dores podem buscar uma medida cautelar caso acreditem que o outro lado está agindo de
modo que possa prejudicar irreparavelmente a outra parte.
Estas ações são consideradas preparatórias para futuras ações ordinárias e, para que se-
jam obtidas, a parte prejudicada deve comprovar perante o Poder Judiciário a prática injusta
de trabalho que está interferindo na campanha de organização sindical e que, se deixada
impune, vai prejudicar irreparavelmente os direitos legais da outra parte. Por exemplo, se o
empregador está injustamente interferindo na campanha de organização do sindicato, ou se
o sindicato faz retaliação contra funcionários, uma parte pode pressionar a outra com uma
medida cautelar.
A medida cautelar é uma ordem judicial, que pede a cessação de determinadas ações
consideradas prejudiciais à conclusão da negociação.26
disso, o objetivo é esclarecer o que esses pontos realmente significam no contexto de resolver
as queixas sobre termos como tempo de folga, ação disciplinar e pagamentos.
Quando o treinador do Cleveland Browns multou um de seus jogadores em US$ 1.701
por não pagar uma garrafa de água de US$ 3 na conta do hotel, os jogadores rapidamente
apresentaram queixas à NFL.27
Infração pior ainda foi vivenciada por uma funcionária do setor de construção civil e
mineração, que, ao ser demitida, foi surpreendida pelo pagamento de multa rescisória de
apenas 20%, conforme cláusula de convenção coletiva de sua categoria profissional.
Questionado sobre a validade da cláusula, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), en-
tendeu que deveria ser considerada inválida a cláusula da norma coletiva que instituía a con-
tinuidade da relação com a empregada mediante a redução da multa de 40% (como prevista
em lei) para 20%.
ADMINISTRAÇÃO DE CONTRATOS Em empresas sindicalizadas, o processo de lidar
com queixas é frequentemente chamado de administração de contratos, porque não há con-
trato de trabalho tão completo que abranja todas as contingências e responda a todas as
perguntas. Por exemplo, suponha que o contrato diz que você pode demitir um empregado
apenas por justa causa. Posteriormente, você demite alguém por responder a você de manei-
ra áspera, mas responder a você com rispidez é justa causa? O procedimento de reclamação
resolve desentendimentos como esses. Trata-se apenas de interpretação e, geralmente, não
significa a renegociação do acordo.
FONTES DE QUEIXAS Funcionários utilizam praticamente qualquer problema envol-
vendo salários, horários e condições de trabalho como base de queixa. Casos de disciplina e
posições de acordo com o tempo de serviço (incluindo promoções, transferências e demis-
sões), provavelmente estão no topo da lista. Outras queixas crescentes incluem as de avalia-
ções de funções e atribuições de trabalho, horas extras, férias, planos de incentivo e feriados.
O PROCEDIMENTO DE RECLAMAÇÃO Qualquer que seja a fonte das queixas, muitas
empresas, hoje em dia (e praticamente todas as sindicalizadas), dão (ou devem dar) aos tra-
balhadores algumas opções, por meio das quais possam apresentar e resolver suas queixas.
Procedimentos de reclamação é, invariavelmente, uma parte das Convenções Coletivas de
trabalho. Entretanto, mesmo em empresas não sindicalizadas, tais procedimentos podem
ajudar a garantir que a paz prevaleça na gestão do trabalho.
DIRETRIZES PARA LIDAR COM QUEIXAS Em geral, é melhor, mas nem sempre pos-
sível, desenvolver um ambiente de trabalho em que as queixas não ocorram. Criá-lo de-
pende de ser capaz de reconhecer, diagnosticar e corrigir as causas implícitas da potencial
insatisfação dos funcionários antes que se tornem reclamações.
As causas típicas incluem avaliações supostamente injustas, salários desiguais ou co-
municações precárias. No entanto, na prática, as queixas podem ser minimizadas, mas
não eliminadas. Há quase sempre a necessidade de se interpretar o que significa alguma
cláusula contratual por parte do trabalhador. O Quadro RH na prática apresenta orienta-
ções importantes.
RH na prática
Não faça
• Não discuta o caso com o sindicato sozinho – o reclamante deve estar presente.
• Não faça acordos individuais com os trabalhadores que são incompatíveis com o contrato
de trabalho.
• Não esconda a solução se a empresa estiver errada.
• Não admita efeito vinculativo a uma prática do passado.
• Não abra mão dos seus direitos de gerente.
• Não resolva queixas na base do que é “justo”. Em vez disso, siga o contrato de trabalho.
• Não negocie sobre itens não cobertos pelo contrato.
Temas globais em RH
Sindicatos globais
Atualmente, com a movimentação das empresas ao redor do globo, muitas vezes transferindo
parte de suas operações, ou mesmo da produção, para outros países, a questão sindical não
pode ser ignorada. O Walmart, por exemplo, em caso recente, foi obrigado a acompanhar a
sindicalização dos empregados em suas lojas inauguradas na China. Essa experiência do Walmart
deriva também dos esforços do Sindicato Internacional de Empregados de Serviços (SEIU) nesse
país, cujas campanhas globais refletem a crença de que muitas empresas ainda pensam em trans-
ferir suas atividades para locais onde podem contratar empregados por uma menor remuneração.
Diante desse quadro, o SEIU vem tentando agir proativamente, ao fortalecer suas alianças com
sindicatos de outros países, com o objetivo de unir os trabalhadores em empresas multinacionais
e indústrias específicas ao redor do globo.37 Assim, o SEIU trabalhou com a Federação dos Sindi-
catos da China (ACFTU) para ajudar a organizar as lojas Walmart que se instalaram no país.38
Recentemente, o Sindicato dos Metalúrgicos da América se fundiu com o maior sindicato da
Grã-Bretanha para criar o ”Sindicato dos Trabalhadores”, com o intuito de ajudar na elaboração de
um novo acordo sindical com empresas multinacionais nesses países.39
Além disso, o United Automobile Workers (UAW) treina e envia ativistas ao exterior para ajudar
a organizar os trabalhadores em fábricas de automóveis de outros países.40 Dessa maneira, em-
presas que pensam, num primeiro momento, em evitar a sindicalização pelo envio de empregados
ao exterior podem ter surpresas, caso permaneçam desatentas às questões sindicais e trabalhis-
tas no país de destino de suas operações.
Cláusulas cooperativas
As notícias tendem a destacar relações contraditórias entre trabalho e gerenciamento. Por
exemplo, quando os trabalhadores da AT&T, recentemente, ameaçaram greve se a empresa
insistisse em um aumento no seguro saúde dos trabalhadores, a empresa começou a treinar
seus gerentes para o preenchimento de postos de trabalho, para funções como atender tele-
fones em centrais de atendimento.41
Apesar das contradições, as relações de trabalho e gerenciamento também são reple-
tas de instâncias de cooperação. Por exemplo, há mais de 50 anos, a General Motors e a
Toyota criaram uma joint venture que chamaram New United Motor Manufacturing Inc.
(Nummi). A Nummi reabriu uma antiga fábrica da GM em Fremont, Califórnia, que sofria
de relações de trabalho tão venenosas que a GM teve que fechá-la. Os parceiros esperavam
mesclar conhecimentos de marketing da GM com o famoso sistema de gestão baseado em
equipes da Toyota.42
A Nummi e a United Auto Workers (UAW) decidiram abrir a unidade com base em uma
nova filosofia cooperativa. Concordaram que os parceiros, que trabalham em equipe, dariam
voz aos trabalhadores na tomada de decisões e construiriam os carros da mais alta qualidade
com o menor custo. A Nummi e a UAW instalaram um novo sistema de gestão do trabalho na
fábrica. Por exemplo, a Nummi enviou trabalhadores ao Japão para três semanas de treina-
mento em melhoria contínua e trabalho em equipe. Cerca de 95 cargos de trabalho da antiga
fábrica da GM deram lugar a apenas três com qualificação e um sem exigências específicas.
Seus 2,4 mil trabalhadores horistas foram organizados em equipes de cinco a dez membros,
que se alternavam entre 15 tarefas. A Nummi reduziu o número de superiores.43 A estratégia
foi muito bem sucedida, apesar de a joint venture ter sido encerrada.
Desde então, muitos acordos de gestão do trabalho incluíram os chamados acordos de
cooperação. Tais acordos, geralmente, incluem sindicato e gestão na adaptação de um ou
mais temas de cooperação. Por exemplo, uma análise de contratos de trabalho com ven-
cimento entre 1997 e 2007 constatou que cerca de metade dos 1.041 contratos estudados
continham cláusulas cooperativas, que incluíam compromissos para aderir a um ou mais dos
seguintes temas de cooperação (organizados em ordem decrescente):44
• Intenção de cooperar.
• Declaração de compromisso de cooperar.
• Comitês para rever preocupações mútuas que surgem.
• Decisões sobre as questões tradicionais.
• Garantias de estabilidade no emprego.
• Compromissos com práticas de alto desempenho.
• Decisões sobre questões estratégicas.
• Plena cooperação.
Revisão
RESUMO
1. O movimento sindical é importante. No caso do Bra- um sindicato na mesma localidade, instituindo a cha-
sil, estima-se que a taxa de sindicalização esteja entre mada Unicidade Sindical.
16% e 17%, tendo passado por períodos de oscila- 5. São funções dos sindicatos:
ções. Especificamente entre os anos de 2005 e 2011, • Negocial Para a celebração da Convenção Co-
constatou-se a geração de 13,4 milhões de novas ocu- letiva da categoria profissional, que estabelece-
pações, o que permitiu a filiação de 2,8 milhões de rá cláusulas e direitos aplicáveis aos contratos
trabalhadores a algum tipo de sindicato, aumentan- individuais de trabalho.
do a taxa de sindicalização para 20,5% no período.
Além de melhores salários e condições de trabalho, • Assistencial Prestação de serviços aos seus
os sindicatos buscam segurança na organização associados, patrocinando atividades educacio-
2. Em termos de estrutura, os sindicatos convivem nais, de saúde, colocação profissional, lazer,
com as federações e confederações, além das cen- formação de cooperativas e serviços jurídicos.
trais sindicais. • Arrecadação Referente à determinação de
3. Quanto à sua organização, os sindicatos podem ser valores de mensalidades e descontos para seus
por profissionais, por categorias profissionais ou por associados.
empresas (sendo que este útimo não existe no Brasil).
4. A atuação dos sindicatos está restrita, no caso brasi- • Colaboração com o Estado Estudo e propos-
leiro, a um determinado território (o artigo 8o, II, tas para resolução de problemas que afetam a
da CF/88 limita o número de organizações sindicais, categoria profissional.
que podem ser criadas por categoria, na mesma base • Representação Atuação perante autoridades
territorial e de tamanho mínimo igual ao de um mu- administrativas e judiciais, defendendo os in-
nicípio, a somente um sindicato por categoria). Essa teresses da categoria profissional ou, mesmo,
restrição impede a existência e a atuação de mais de interesses individuais de seus membros.
6. As negociações coletivas podem ocorrer em qualquer cotes são duas outras ferramentas para lidar com
época do ano, mas todas as categorias têm estabele- impasses e, por vezes, utilizadas pelos trabalhadores
cida uma data-base, ou seja, um período no qual os e pela gestão.
trabalhadores e empregadores tentam chegar a um 10. Conflitos fazem parte do processo de negociação. Me-
consenso sobre revisão, modificação, inovação ou ex- diadores, árbitros, procedimentos de reclamação e de
tinção de alguns direitos trabalhistas que os envolvem negociação são importantes formas de gerir e resolver
7. As negociações coletivas são formas de composição conflitos. A maioria das empresas não parece estar
entre Sindicato Patronal e Sindicato dos emprega- fazendo um bom trabalho de gestão de conflitos. Os
dos, e a negociação tem quatro tipos possíveis de empregadores podem recorrer a algumas estratégias
função: jurídica, política, econômica e social. para ajudar a reduzi-los. Os empregadores precisam
8. Negociação coletiva de boa-fé é o próximo passo a de políticas e práticas que incentivem os funcionários
ser efetuado quando o sindicato ganha a eleição. A a tratar uns aos outros com justiça e respeito, a ter um
boa-fé significa que ambas as partes se comunicam comportamento que promova a confiança e, quando
e negociam, e que as propostas são comparadas às surgem desentendimentos, devem ter opções de abor-
contrapropostas. Algumas dicas sobre negociação in- dagens de resolução de conflitos interpessoais.
cluem não se apressar, estar preparado, descobrir as 11. Existem vários tipos de greves, que podem ser classifi-
motivações e ser um bom ouvinte. cadas, inicialmente, em lícitas ou ilícitas. Para que haja
9. Um impasse ocorre quando as partes não são capazes a realização da greve, é necessário entender que a legi-
de avançar em direção à resolução. Uma alternativa timidade para a instauração dela pertence ao sindica-
é o envolvimento de terceiros, ou seja, a arbitragem to dos trabalhadores. Para que seja considerada lícita,
(que não é adotada no Brasil), a mediação ou o sis- deve atender às exigências previstas na Lei n. 7.783/89.
tema jurisdicional. Às vezes, porém, a greve ocorre. 12. As greves também podem ser classificadas como polí-
Responder à greve envolve medidas como fechar ticas, de solidariedade (quando um sindicato faz gre-
as instalações, contratar trabalhadores temporá- ve em apoio a outro sindicato), típicas ou econômicas
rios ou, eventualmente, substituir os trabalhadores. (quando resulta de um impasse e busca aquisição ou
Bloqueios (que não são adotados no Brasil) e boi- manutenção de um direito), e de advertência.
PALAVRAS-CHAVE
negociação coletiva 363 sistema jurisdicional 368
negociação de boa-fé 364 greve típica ou econômica 369
itens de negociação voluntários (permitidos) 364 greve de advertência 369
itens de negociação ilegais 365 greve política 369
itens de negociação obrigatórios 365 greve de solidariedade 369
mediação 367 boicotar 369
arbitragem 368 bloqueio 370
de negociação, mas, que eventualmente, ele tenha as possíveis modalidades de greve que poderiam ter
sido resolvido. Descreva, de ambos os lados, quais fo- sido adotadas caso a intenção de paralisação fosse le-
ram os motivos do impasse. Como é que foi supera- vada adiante.
do? Quais foram os resultados finais? 4. Indique as razões de queda nos níveis de sindicali-
3. Vários anos atrás, 8 mil trabalhadores da Amtrak zação no Brasil e pesquise sobre os sindicatos ainda
(que atua com transporte viário e ferroviário) con- considerados bastante fortes e representativos em
cordaram em não interromper o serviço até que uma termos de demandas trabalhistas
audiência fosse realizada. A Amtrak pediu aos tribu- 5. Como tratar empregados que têm estabilidade por
nais uma ordem de restrição temporária, e o Sindi- serem dirigentes sindicais e que, em virtude de não
cato dos Trabalhadores de Transporte da América poderem ser dispensados, deixam de trabalhar a
realmente adiou a sua paralisação. Explique sobre contento, com perda de produtividade?
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
A reclamação com seu pai. No carro, voltando para a sede, começou a re-
fletir sobre quais alternativas a empresa Carter poderia ter.
Ao visitar uma das lojas da empresa Carter, Jennifer ficou
surpresa ao ser chamada para conversar por um empregado Perguntas
antigo da Carter, que a viu enquanto ela estava estacionando
1. Você acha que é importante para a Empresa de Lim-
seu carro. “Murray (o gerente da loja) me disse que eu es-
peza Carter ter um processo de reclamação formal?
tava suspenso por dois dias, sem pagamento, porque che- Justifique.
guei atrasado na quinta-feira passada”, disse George. “Estou 2. Com base no que você sabe sobre a empresa Carter,
muito chateado. Por aqui, é como se a palavra do gerente delineie os passos de um processo de reclamação ideal
da loja fosse lei e, às vezes, parece que a única maneira que para ela.
qualquer um tem de apresentar uma reclamação é conhe- 3. Além do processo de reclamação, você pensa em outra
cendo-a ou a seu pai, como nessa abordagem no estaciona- alternativa que a Empresa de Limpeza Carter poderia ado-
mento”. Jennifer ficou muito perturbada por essa revelação e tar a fim de ter certeza de que reclamações como essa
prometeu ao empregado que iria analisar e discutir a situação sejam expressas e também ouvidas pela alta gestão?
que têm sido impostas por parte dos alunos, supervisores Instruções: divida a turma em grupos de quatro ou cinco
e outras pessoas da equipe. Disse que vários deles lhe in- alunos. Suponha que você é o consultor de relações
formaram que tinham assinado cartas sindicais porque trabalhistas contratado pela faculdade para identifi-
acreditavam que a única maneira de a administração da car os problemas e as questões envolvidas para acon-
universidade prestar atenção às suas preocupações era se selhar Tipton Art sobre o que fazer. Cada grupo vai
os funcionários tivessem um sindicato para representá-los. gastar cerca de 45 minutos discutindo os problemas
Zimmer informou que fez uma lista dos funcionários que e delineando essas questões, bem como um plano de
ela sentia que haviam se unido ou estavam interessados no ação para Tipton. O que ele deve fazer agora?
sindicato, e ela poderia compartilhá-la com Tipton, caso Se o tempo permitir, um representante de cada gru-
ele quisesse falar com eles pessoalmente. Zimmer fechou a po deve listar no quadro as questões envolvidas e as
reunião dizendo que ela e os outros supervisores de depar- recomendações do grupo.
tamentos precisam saber o que fazer, a fim de exterminar
a ameaça de sindicalização em seu departamento.
Notas
1. Disponível em: <http://www.bls.gov/news.release/union2.nr0. 25. James Hagerty e Caroline Van Hasselt, “Lockout Tests Union’s
htm>. Acesso em: 18 maio 2014. Clout”, The Wall Street Journal, 30 jan. 2012, p. B1.
2. Disponível em: <http://www.bls.gov/news.release/union2.nr0. 26. Sloane e Witney, Labor Relations, p. 84.
htm>. Acesso em: 18 maio 2014. 27. Disponível em: <http://sports.espn.go.com/nfl/news/story?
3. Disponível em: <www.bls.gov/news.release/union2.nr0.htm>. id=4508545>. Acesso em: 18 maio 2014.
Acesso em: 18 maio 2014. 28. Walter Baer, Grievance Handling: 101 Guides for Supervisors, New
4. Donna Buttigieg et al., “An Event History Analysis of Union Joi- York: American Management Association, 1970.
ning and Leaving”, Journal of Applied Psychology 92, n. 3, 2007, 29. Veja, por exemplo, “Top Ten Practical Tips to Achieving the Best
p. 829-839. Result Through Timely Dispute Resolution”, Mondaq Business
5. Ibid., p. 836. Veja também: Lois Tetrick et al., “A Model of Union Briefing, 15 out. 2007.
Participation: The Impact of Perceived Union Support, Union 30. “Dispute Resolution is an Ongoing Problem”, Personnel Today, 12
Instrumentality, and Union Loyalty”, Journal of Applied Psychology nov. 2007; Disponível em: <http://www.personneltoday.com/
92, n. 3. 2007, p. 820-828. Articles/12/11/2007/43197/dispute-resolution-is-an-ongoing
6. Kris Maher, “The New Union Worker”, The Wall Street Journal, -problem.htm>. Acesso em: 18 maio 2014.
27 set. 2005, p. B1, B11. 31. Steven Robbins, Organizational Behavior, Upper Saddle River, NJ:
7. O material a seguir é baseado em Sloane e Witney, Labor Rela- Prentice Hall, 1998.
tions, p. 83-132. Veja também: <http://history.eserver.org/us-la- 32. Ibid., p. 294.
bor-law.txt>. Acesso em: 26 abr. 2008. 33. Adaptado de Eileen Aranda et al., Teams: Structure, Process, Cul-
8. Gary Chaison, “Information Technology: The Threat to Unions”, ture, and Politics, Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1998,
Journal of Labor Research 23, n. 2, primavera 2002, p. 249-260. p. 116-117.
9. Disponível em: <www.starbucksunion.org>. Acesso em: 18 maio 34. Jessica Marquez, “NY Unions Cage Inflatable Rat, Try Team
2014. work”, Workforce Management, 3 nov. 2008, p. 10. Veja também:
10. Jonathan Segal, “Unshackle your Supervisors to Stay Union Free”, “With Membership Bottoming Out, What Does the Future Hold
HR Magazine, jun. 1998, p. 62-65. Veja também: <www.nlrb.gov/ for Unions?” BNA Bulletin to Management, 1 mar. 2011, p. 65-66.
workplace_rights/nlra_violations.aspx>. Acesso em: 14 jan. 2008. 35. Susan Carey e Jack Nicas, “AMR Will Ask the Judge to Toss Labor
11. Kathryn Tyler, “Good-Faith Bargaining”, HR Magazine, jan. 2005, Pacts”, The Wall Street Journal, 23 mar. 2012, p. B3.
p. 52. 36. Disponível em: <www.bls.gov/news.release/union2.nr0.htm>.
12. Itens de negociação com base em Reed Richardson, Collective Acesso em: 18 maio 2014.
Bargaining by Objectives, Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 37. Schramm, “The Future of Unions”, p. 6.
1997, p. 113-115; Veja também: Sloane e Witney, Labor Relations, 38. Fong e Maher, “US Labor Chief Moves into China”, p. 1.
p. 180-217. 39. Steven Greenhouse, “Steelworkers Merge with British Union”,
13. Sloane e Witney, Labor Relations, p. 192-220. The New York Times, 3 jul. 2008, p. C4.
14. Baseado em James C. Freund, Smart Negotiating, New York: Si- 40. Matthew Dolan e Neil Boudette, “UAW to Send Activists Abroad”,
mon & Schuster, 1992, p. 42-46. The Wall Street Journal, 23 mar. 2011, p. B2.
15. Ibid. 41. Shalini Rankchandran e Anton Troianovski, “AT&T’s Strike
16. Ibid., p. 33. Uma observação interessante: a comunicação de Camp”, The Wall Street Journal, 5 abr. 2012, p. B1-B2.
ameaças é mais eficaz que a comunicação violenta. Veja também: 42. Michael Carroll e Christina Heavrin, Labor Relations and Collective
Marwan Sinaceur et al., “Hot or Cold: Is Communicating Anger Bargaining, Upper Saddle River, NJ: Pearson, 2004, p. 62-63.
or Threats More Effective in Negotiation?” Journal of Applied Psy- 43. Carrell e Heavrin, Labor Relations and Collective Bargaining.
chology 96, n. 5, 2011, p. 1019-1032. 44. George Gray, Donald Myers, e Phyllis Myers, “Cooperative Pro-
17. De Richardson, Collective Bargaining by Objectives, p. 150. visions in Labor Agreements: A New Paradigm?”, Monthly Labor
18. D. Scott DeRue et al., “When Is Straightforwardness a Liability in Review, 1 jan. 1999. Veja também: Mark Schoeff Jr., “Labor on
Negotiations? The Role of Integrative Potential and Structural the March”, Workforce Management, fev. 2010, p. 1, 18-19.
Power”, Journal of Applied Psychology 94, n. 4, 2009, p. 1032-1047. 45. Gray et al., “Cooperative Provisions in Labor Agreements”.
19. Disponível em: <www.thedeal.com/corporatedealmaker/2009/ 46. Stephen Deery e Roderick Iverson, “Labor-Management Coope-
11/us_airways_pilots_seek_federal.>. Acesso em: 18 maio 2014. ration: Antecedents and Impact on Organizational Performance”,
20. Jonathan Kramer e Thomas Hyclak, “Why Strikes Occur: Eviden- Industrial & Labor Relations Review 58, n. 4, jun. 2005, p. 588-609.
ce from the Capital Markets”, Industrial Relations 41, n. 1, jan. 47. Carol Gill, “Union Impact on the Effective Adoption of High
2002, p. 80-93. Performance Work Practices”, Human Resource Management Re-
21. Baseado em Sloane e Witney, Labor Relations, p. 213. view 19, 2009, p. 39-50.
22. Micheline Maynard e Jeremey Peters, “Northwest Airlines Thre- 48. Veja também: Thomas Kochan, “A Jobs Compact for America’s
atens to Replace Strikers Permanently”, The New York Times, 26 Future”, Harvard Business Review, mar. 2012, p. 64-70.
ago. 2005, p. C3. 49. Raymond L. Hilgert e Cyril C. Ling, Cases and Experiential Exerci-
23. Matthew Dolan, “UAW Targets Foreign Car Plants in US”, The ses in Human Resource Management, Upper Saddle River, NJ: Pren-
Wall Street Journal, 23 dez. 2010, p. B3. Veja também: Rachel tice Hall, 1996, p. 291-292.
Feintzeig, “Teamsters Act Tough with Twinkies Maker”, The Wall
Street Journal, 14 fev. 2012, p. B4.
24. Melanie Evans, “Labor Pains: As Membership Slides, Unions
Have Turned to Provocative Corporate Campaigns”, Modern He-
alth Care 34, n. 26, 6 dez. 2004, p. 26.
Objetivos de aprendizagem
Quando terminar o estudo deste capítulo, você será capaz de:
1. Conhecer as principais Normas Regulamentadoras do Trabalho (NR).
2. Identificar causas de acidentes de trabalho.
3. Explicar como evitar acidentes de trabalho.
4. Discutir os principais problemas de saúde no trabalho e como reme
diá-los.
5. Discutir os principais elementos de um programa de gerenciamen
to de segurança e medicina do trabalho.
Introdução
A explosão que ocorreu há vários anos em uma plataforma de petróleo da British Petroleum, chamada
Deepwater Horizon, no Golfo do México, tirou a vida de 11 trabalhadores.1 Relatórios do local concluí
ram que um equipamento contra explosões tinha defeito e não foi ativado, o que causou o desastre.
acidentes esteja caindo, eles ainda causam mais de 3,8 milhões de lesões e doenças ocupa-
cionais por ano nos EUA.3 Em uma pesquisa, mais de 80% dos trabalhadores classificaram a
segurança do trabalho como mais importante do que o salário mínimo, licença por doença
e licença-maternidade.4
Em recente pesquisa conduzida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),
constatou-se que, a cada ano, cerca de 2 milhões de pessoas morrem devido a enfermidades
relacionadas com o trabalho, 321 mil morrem como consequência de acidentes no traba-
lho, 160 milhões sofrem de doenças não letais relacionadas ao trabalho e 317 milhões de
acidentes laborais não mortais são verificados nas empresas.I
Acidentes também custam caro. Por exemplo, nos EUA, os custos com os cuidados mé-
dicos relacionados a um acidente com uma empilhadeira podem ser de US$ 4,5 mil. No
entanto, os danos na empilhadeira e o tempo de produção perdido pode elevar a conta a
US$ 18 mil ou mais.5 E os custos psicológicos para o trabalhador podem ser incalculáveis, sem
contar a possibilidade de demanda trabalhista, envolvendo elevados pedidos de indenização.
Locais de trabalho perigosos não estão limitados às fábricas. Por exemplo, em restauran-
tes, escorregar e cair representa cerca de um terço de todos os casos de acidentes de traba-
lho. Os empregadores poderiam eliminar a maioria deles exigindo, por exemplo, o uso de
sapatos antiderrapantes.6
I
N. da R.T.: Disponível em: <http://www.onu.org.br/oit-um-trabalhador-morre-a-cada-15-segundos-por-aci-
dentes-ou-doencas-relacionadas-ao-trabalho/>. Acesso em: 19 maio 2014.
Contexto estratégico
Deepwater Horizon
Para muitos críticos das práticas de segurança da British Petroleum, o desastre que ocorreu
na Deepwater Horizon não foi apenas por um defeito do dispositivo contra explosões. Para
eles, com ou sem razão, o acidente reflete o fato de que a estratégia corporativa da empresa
havia enfatizado o corte de custos e a baixa rentabilidade em detrimento da segurança. Por
exemplo, cinco anos antes, um relatório do Conselho de Segurança Química culpou a redução
de custos por uma enorme explosão em uma plataforma que refinava petróleo da British Pe
troleum no Texas, em uma estratégia de segurança que deixou o “equipamento inseguro e
antiquado”. Ao conselho e a alguns outros que estudaram as práticas de segurança da empresa,
a Deepwater foi outro exemplo de como a segurança deve começar na alta gestão, e de como
a estratégia da alta gestão pode empregar esforços para melhorar comportamentos de segu
rança dos funcionários.11
II
N. do R.T.: No Brasil, normalmente esse papel é desempenhado por um engenheiro de segurança no trabalho.
• NR 14 – Fornos
• NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
• NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
• NR 17 – Ergonomia
• NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
• NR 19 – Explosivos
• NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
• NR 21 – Trabalho a Céu Aberto
• NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• NR 23 – Proteção Contra Incêndios
• NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• NR 25 – Resíduos Industriais
• NR 26 – Sinalização de Segurança
• NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revoga-
da pela Portaria GM n. 262/2008)
• NR 28 – Fiscalização e Penalidades
• NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Explo-
ração Florestal e Aquicultura
• NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Repa-
ração Naval
• NR 35 – Trabalho em Altura
• NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de
Carnes e Derivados
Por conta da importância do tema e à responsabilidade dos empregadores sobre saúde
e segurança de seus empregados, não apenas a Constituição Federal, mas a própria Consoli-
dação das Leis do Trabalho (CLT) e legislação própria (NR) constituem verdadeiro arsenal
legislativo em busca da conscientização dos gestores, nas empresas, procurando a redução no
número de acidentes de trabalho e afastamentos de empregados.
Legislação sobre saúde e Aliás, desde 1919, a OIT, criada pelo Tratado de Versalhes, com o objetivo de uni-
segurança dos empregados formizar as questões trabalhistas, a superação das condições subumanas do trabalho e o
Ratificação das Convenções
desenvolvimento econômico, adota seis convenções destinadas à proteção da saúde e à
155 e 161 da OIT;
Constituição Federal de integridade física dos trabalhadores (limitação da jornada de trabalho, proteção à materni-
1988 – artigos 7o, inciso dade, trabalho noturno para mulheres, idade mínima para admissão de crianças e trabalho
XXII, 200, inciso VIII, e 193; noturno para menores).
CLT – artigos 154 a 201, com No caso específico da Constituição Federal brasileira, seu texto, em 1988, no artigo já
redação da Lei n. 6.514/77;
mencionado, associado aos artigos 200, inciso VIII, que protege o meio ambiente do tra-
Normas Regulamentadoras
do Trabalho, criadas pela balho, e 193, que determina que “a ordem social tem como base o primado do trabalho, e
Portaria n. 3.214, de 1978. como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”, garantiram a redução dos riscos inerentes ao
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, tendo sido ratificadas as Con-
venções 155 e 161 da OIT, ambas voltadas à preservação da saúde e dos serviços de saúde do
trabalhador.
No início da década de 1970, por conta da liderança do Brasil entre os países com maior
número de acidentes do trabalho, o legislador dedica, no texto da CLT, um capítulo especí-
fico à Segurança e Medicina do Trabalho. Trata-se do Capítulo V, Título II, artigos 154 a 201,
com redação da Lei n. 6.514/77o.III
Em caso de acidente do trabalho, a empresa deverá comunicá-lo à Previdência Social,
responsável pelo INSS, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa. A comunicação ocorre
III
N. da R.T.: “Legislação de Segurança e Medicina do Trabalho”, manual criado pela Fiesp e atualizado em
2013. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/manual-legislacao-em-se-
guranca-e-medicina-do-trabalho>. Acesso em: 9 jun. 2014.
Quadro 14.1 A NR 5 prevê a atuação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) – e doenças decorrentes do tra-
Exemplos de Normas balho –, cuja finalidade é tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Regulamentadoras Estabelece que a obrigatoriedade de constituir e mantê-la recai sobre empresas privadas, públicas, sociedades de
do Trabalho. economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperati-
vas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.
A NR 18 prevê, dentre outras coisas, que “somente pessoas regularmente inscritas no Crea, com profissional legalmente
habilitado pertencente ao seu quadro de empregados ou societário, podem fabricar andaimes completos”, “é obrigatório
o uso de cinto de segurança tipo paraquedista e com duplo talabarte que possua ganchos de abertura mínima de 50
milímetros e dupla trava” e que “o piso de trabalho dos andaimes deve ter forração completa, ser antiderrapante, nivela-
do e fixado ou travado de modo seguro e resistente”.
Resulta de um acidente
Não resulta de um acidente
de trabalho ou de
de trabalho ou de uma
uma exposição no
exposição no ambiente dele
ambiente dele, e é
Tratamento
Restrição
médico Perda de Transferência Nenhuma
de trabalho
(exceto os consciência para outro destas
ou de
primeiros emprego
movimento
socorros)
Então o caso
Então o caso não precisa
deve ser ser registrado
registrado
IV
N. da R.T.: Modelo do formulário disponível em: <http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/
form002_instrucoes.html>.
Reunião de abertura
• Estabelecer o foco e o escopo da visita prevista: o auditor fiscal do trabalho quer
inspecionar as instalações ou simplesmente verificar seus registros?
• Discutir procedimentos para a proteção de áreas que envolvem sigilo nas atividades
da empresa, realizar entrevistas com empregados e emitir documentos.
• Mostrar ao auditor que você tem programas de segurança no local. A inspeção pode
ser suspensa se a papelada estiver completa e atualizada.
Inspeção in loco
• Acompanhar o auditor e tomar notas detalhadas.
• Se o auditor tirar uma foto ou gravar um vídeo, faça o mesmo.
• Solicite ao auditor duplicatas de todas as amostras físicas e cópias de todos os
resultados de testes.
• Seja útil e cooperativo, mas não se voluntarie para oferecer informações.
• Na medida do possível, corrija imediatamente qualquer violação identificada pelo auditor.
Trabalho (incluído no PPRA e PCMSO), dentre outros, que, articulados, integram o conjun-
to mais amplo das iniciativas da empresa, no campo da preservação da saúde e da integridade
dos trabalhadores em geral e, em especial, das pessoas com necessidades especiais.V
V
N. da R.T.: Disponível em: <http://www3.mte.gov.br/fisca_trab/inclusao/lei_cotas_10.asp>. Acesso em: 19
maio 2014.
VI
N. da R.T.: Disponíveis, respectivamente, em: <http://www.fundacentro.gov.br/rbso/inicio> e <http://
ehstoday.com/>. Acesso em: 19 maio 2014.
Comportamento inseguro
Na prática, é impossível eliminar os acidentes apenas reduzindo as
condições de risco. Isto porque as pessoas também são responsá-
veis pela ocorrência de acidentes e, deste modo, não é incorreto
afirmar que inexiste um método infalível de eliminar atitudes de
risco, tais como:
• derrubar materiais;
• trabalhar ou operar em velocidades inseguras;
• tornar os dispositivos de segurança inoperantes, remo-
vendo, ajustando ou desconectando-os;
• utilizar máquinas ou manusear fios de alta tensão próxi-
mo de locais com água;
• levantar algo de forma indevida, sem o auxílio de rolda-
nas etc.
Não há uma explicação sobre o comportamento, ou o moti-
vo de um empregado agir de maneira insegura. Às vezes, como
já foi mencionado, as condições de trabalho podem definir o
cenário para atitudes de risco. Por exemplo, funcionários de
plataforma de petróleo estressados podem se comportar de
As pessoas costumam modo arriscado, mesmo que saibam como agir corretamente.
causar acidentes, e Às vezes, os trabalhadores não são adequadamente treinados
ninguém tem uma maneira em métodos de trabalho seguros, algumas empresas não determinam os procedimentos
de segurança corretos, e os empregados podem, simplesmente, desenvolver o seu próprio
infalível para eliminar uma
método de trabalho (o que é geralmente ruim).
atitude de risco.
De modo geral, há três possíveis práticas que colaboram com a ocorrência de um aciden-
Fonte: thieury/Shutterstock te de trabalho: imperícia, negligência e imprudência.
A imperícia refere-se ao trabalhador que realiza determinada função sem que esteja pre-
parado tecnicamente para tal, sem que tenha expertise para aquele tipo de trabalho.
A negligência, por sua vez, refere-se à falta de cuidado ou displicência quando da realiza-
ção de um trabalho ou função, isto é, ignorar o que deveria ter sido providenciado para que
um serviço seja concluído.
E, finalmente, o empregado age com imprudência quando se arrisca, trabalhando com
desrespeito a que está previsto em lei e com descaso quanto a possíveis consequências de seu ato.
QUE TRAÇOS CARACTERIZAM PESSOAS “PROPENSAS A ACIDENTES”? Atitu-
des de risco podem anular os melhores esforços para reduzir as condições de risco. O
problema é que não há respostas fáceis para a questão do que leva as pessoas a agirem de
forma imprudente.
Pode parecer intuitivamente óbvio que algumas pessoas são simplesmente propensas
a causar e a sofrer acidentes, mas algumas pesquisas indicam um misto de razões.19 Há evi-
dências de que pessoas com características específicas podem certamente ser propensas a
acidentes.20 Por exemplo, pessoas que são impulsivas, extremamente extrovertidas, distraídas
demais e pouco exigentes ou conscientes provocam mais acidentes.21
Além disso, a pessoa que está propensa a acidentes em determinada atividade pode não
estar em outra. Dirigir é um exemplo. Traços de personalidade são considerados pelas segu-
radoras em ocorrências de trânsito: arrogância, ao sentir-se no direito de infringir leis (maus
condutores não entendem porque não deveriam acelerar); impaciência (motoristas com si-
nistros frequentes estavam sempre ansiosos ou com pressa); agressividade (sempre o primeiro
a querer se mover quando a luz vermelha fica verde) e distração (fácil e frequentemente
distraídos por aparelhos celulares, comida, bebida e assim por diante). Um estudo realizado
na Tailândia também descobriu que os motoristas que são naturalmente competitivos e pro-
pensos a atitudes raivosas são condutores particularmente de risco.22
Os trabalhadores podem
utilizar dispositivos de parada
de emergência a fim de
cortar a energia de máquinas
perigosas.
Fonte: <donvictorio@o2.pl/
Shutterstock>
Figura 14.2 Check-list de FORM CD-574 Formulário de Inspeção de Segurança para Gestores
(9/02)
inspeção de segurança.
Nome: Divisão:
Localização: Data:
Assinatura:
Esta listagem pretende ser um guia para auxiliar os gestores na condução de inspeções de saúde e segurança nas
suas áreas de trabalho. Ela inclui questões relativas à segurança do escritório em geral, ergonomia, prevenção de
incêndios, segurança e parte elétrica. Perguntas que recebem um “não” como resposta requerem uma ação
corretiva. Se você tiver dúvidas ou precisar de ajuda com a resolução de quaisquer problemas, por favor, contate
um engenheiro de segurança do trabalho ou uma consultoria especializada.
Ambiente de trabalho
Não se
Sim Não aplica
Todas as áreas de trabalho são limpas, higienizadas e organizadas?
Há iluminação adequada?
A ventilação é adequada?
Passagens/Áreas úteis
Não se
Sim Não aplica
Corredores e passagens estão livres de materiais que podem apresentar riscos
no trajeto?
Ergonomia
Não se
Sim Não aplica
Os funcionários estão avisados de técnicas de elevação adequadas (para
carregar materiais ou máquinas pesadas)?
(continua)
Informações de emergência
Não se
Sim Não aplica
Números de telefone de emergência são colocados onde possam ser
facilmente encontrados?
Prevenção de incêndio
Não se
Sim Não aplica
Líquidos inflamáveis, como gasolina, são guardados em galões seguros e em
armários não inflamáveis?
No caso de equipamento que produz calor, ele é usado em uma área bem ventilada?
Saídas de emergência
Não se
Sim Não aplica
As portas, passagens ou escadas que não são nem saídas nem acesso a saídas,
e que poderiam ser confundidas, estão devidamente sinalizadas com
“SUBSOLO”, “DESPENSA” etc.?
As portas de saída de emergência podem ser abertas de dentro para fora sem a
utilização de uma chave ou de qualquer conhecimento ou esforço especial?
Sistemas elétricos
Não se
Sim Não aplica
Todas as conexões de cabo estão sem falhas e seguras?
FORM CD-574
(9/02)
Armazenamento de material
Não se
Sim Não aplica
Os racks de armazenamento e as prateleiras são capazes de suportar a carga
prevista e os materiais armazenados de forma segura?
RH na prática
Análise de riscos ANÁLISE DE RISCOS Um estudante de ciências da Universidade de Yale foi ferido gra-
Abordagem sistemática
vemente, quando seu cabelo ficou preso em um torno mecânico. A análise de riscos é uma
para identificar e eliminar os
riscos antes que acidentes abordagem sistemática para identificar e eliminar os riscos antes que acidentes ocorram. De
ocorram; centra-se na acordo com a legislação pertinente, a análise “centra-se na relação entre o trabalhador, a
relação entre o trabalhador, tarefa, as ferramentas e o ambiente de trabalho” e tem por fim reduzir os potenciais riscos a
a tarefa, as ferramentas níveis aceitáveis.27 Esses riscos são analisados à luz da Norma Regulamentadora denominada
e o ambiente de trabalho,
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – NR 9.
e tem a função de reduzir
os potenciais riscos a Imagine um analista de segurança verificando o laboratório de ciências da Yale, onde aconte-
níveis aceitáveis. ceu o acidente com o torno mecânico, com o objetivo de identificar possíveis riscos. Realizar uma
análise de riscos pode envolver a avaliação da situação segundo os seguintes questionamentos:
• O que pode dar errado? O cabelo ou a roupa de um estudante poderia tocar o torno,
que os puxaria para dentro da máquina.
• Quais são as consequências? O aluno poderia ter um ferimento grave.
• Como isso poderia acontecer? O acidente poderia acontecer com o aluno inclinando-
-se muito perto do torno quando estivesse na bancada de estudos, andando muito perto
do torno, ou curvando-se para alcançar um objeto que caiu perto do torno mecânico.
• Quais são os outros fatores que contribuem para os acidentes? A velocidade é um
fator contribuinte. O problema poderia ocorrer tão rapidamente que o aluno seria
incapaz de escapar se o torno pegasse seu cabelo.
A análise de risco deve servir de base para a criação de medidas preventivas. Neste caso,
como em muitos outros, por conta da velocidade com a qual poderia ocorrer qualquer aciden-
te é improvável que apenas um treinamento preventivo fosse suficiente. O ideal seria que a área
do torno mecânico estivesse protegida e que o equipamento não entrasse em funcionamento
a menos que o estudante o acionasse por meio de um pedal para mantê-lo em movimento.
vistorias DE SEGURANÇA Após a usina nuclear de Fukushima, no norte do Japão,
Vistorias de segurança explodir em 2011, muitos se perguntavam se a Agência Internacional de Energia Atômi-
Vistorias realizadas por ca (Aiea) havia realizado as inspeções necessárias de segurança operacional. Vistorias de
agências especializadas
para verificar se as unidades
segurança são realizadas por agências especializadas para verificar se as unidades sob sua
sob sua jurisdição estão jurisdição estão em conformidade com todas as leis aplicáveis de segurança, regulamentos,
cumprindo todas as leis ordens e regras. Por exemplo, no Programa Operacional de Análise de Segurança da Aiea,
aplicáveis de segurança, “as equipes internacionais de peritos realizam análises aprofundadas de desempenho de
regulamentos, ordens segurança operacional em uma usina nuclear”.28
e regras.
Treinamento de segurança
Treinamentos de segurança reduzem comportamento insegu-
CALÇAS ro, especialmente dos novos funcionários. Você deve instruir os
DE ALTA funcionários sobre procedimentos e práticas seguras, avisá-los de
VISIBILIDADE perigos potenciais e trabalhar no desenvolvimento de uma atitu-
de de segurança consciente. Devem ser treinados, ainda, sobre
CALÇADO DE
como usar os EPI e EPC.46 Programas de treinamento “menos
SEGURANÇA
atraentes” utilizam palestras, filmes e materiais de leitura. Os
mais interessantes usam modelagem comportamental, simula-
ção e treinamento prático.47
Não há desculpas
Utilização de sites ou programas disponíveis na
para não usá-los internet
Propaganda como
Melhoria da segurança através de soluções on-line
cartazes de segurança
podem ajudar a reduzir Os empregadores também usam a internet para apoiar a sua formação em segurança. Por
os comportamentos de exemplo, a PureSafety, <http://www.ulworkplace.com >, permite que as empresas criem seus
risco. Um estudo mostra próprios sites de treinamento, e incluam uma “mensagem do diretor sobre segurança”. Uma
que a sua utilização, vez que um empregador instala o programa da PureSafety, pode disponibilizar em seu site
aparentemente, aumentou cursos sobre saúde e segurança através da PureSafety.com e soluções de treinamento de se-
o comportamento prudente gurança on-line.48
em mais de 20%. Os sites tornam mais fácil para os empregadores lançar um programa de saúde e seguran-
ça para seus funcionários, e ministrar cursos individuais de forma eficiente.VII O curso on-line
Fonte: Mar Photographics/Alamy abrange temas como revisões pré-viagem e descarga de produtos em instalações de clientes.
VII
N. da R.T.: Por exemplo, acesse: <http://www.ulworkplace.com com>. Essa página descreve, entre outros,
um curso de segurança para os motoristas.
Qualidade do ar
Uma das desvantagens de optar por edifícios de escritórios “verdes”
é que aqueles fechados podem proporcionar doenças como coceira
nos olhos e problemas respiratórios, um fenômeno que alguns cha-
mam de “síndrome do edifício doente”. O problema é que as emis-
sões de impressoras, copiadoras e outros produtos químicos poluen-
tes, sem monitoramento, podem reduzir drasticamente a qualidade
do ar.67 A solução é instituir sistemas de monitoramento contínuo.
QUADRO 14.4 Padrões de comportamento observáveis que indicam possíveis problemas relacionados ao álcool
Estágio do alcoolismo Alguns possíveis sinais de problemas com alcoolismo Algumas evidências do alcoolismo no desempenho
Inicial Chegada tardia ao trabalho Eficiência reduzida
Declarações falsas Perda de prazos
Saída antecipada do trabalho
Médio Ausências frequentes, especialmente às segundas-feiras Acidentes
Observações dos colegas sobre mau comportamento Advertências do chefe
Mudanças de humor Desempenho visivelmente reduzido
Ansiedade
Atraso no retorno do almoço
Ausências frequentes de vários dias
Avançado Negligência pessoal Quedas frequentes e acidentes
Andar trôpego Medidas disciplinares muito rígidas
Comportamento explosivo Incompetência profissional
Esquecimento frequente
Beber no trabalho
Fontes: Gopal Patel e John Adkins Jr., “The Employer’s Role in Alcoholism Assistance”, Personnel Journal 62, n. 7, jul. 1983, p. 570; Mary-Anne Enoch e David Gold
man, “Problem Drinking and Alcoholism: Diagnosis and Treatment”, American Family Physician, 1o fev. 2002. Disponível em: <www.aafp.org/afp/20020201/441.
html>. Acesso em: 20 maio 2014; Ken Pidd et al., “Alcohol and Work: Patterns of Use, Workplace Culture, and Safety”. Disponível em: <www.nisu.flinders.edu.
au/pubs/reports/2006/injcat82.pdf>. Acesso em: 20 maio 2014.
3. Orientação do empregado.
4. Assistência ao empregado.
A política deve indicar, no mínimo, “que uso, posse, transferência ou venda de drogas
ilegais por funcionários é proibido”, o que já é, inclusive, previsto pela legislação trabalhista
brasileira, como causa para a dispensa do empregado, por justa causa. Também deve expli-
car a lógica da política e as consequências disciplinares por violá-la. Os superiores devem
ser treinados para monitorar o desempenho dos funcionários, e para ficar alertas sobre
problemas de desempenho relacionados com a droga.
Viciados em trabalho
(workaholics)
Os problemas relacionados ao estresse e à síndrome de burnout
Pessoas que se sentem Problemas como alcoolismo e abuso de drogas, por vezes, resultam de estresse no trabalho.72
levadas a ser rigidamente A Northwestern National Mutual Life descobriu que um quarto de todos os funcionários
pontuais e a sempre cumprir pesquisados viam seus trabalhos como causadores de estresse em suas vidas.73
prazos e metas, e, por Na verdade, muitos são os fatores externos capazes de desencadear o estresse. Eles in-
isso, em geral se colocam
sob maior estresse do que
cluem a agenda de trabalho, o ritmo, a segurança no trabalho, a rota para o trabalho, o
as outras. ruído no ambiente, bem como o número e o tipo de cliente.74 No entanto, duas pessoas não
reagem da mesma maneira, pois os fatores pessoais também influenciam o estresse.75 Por
exemplo, pessoas que são workaholics, e que se sentem levadas a ser rigidamente pontuais e
a sempre cumprir prazos e metas, colocam-se sob mais estresse do que os que não o fazem.
CONSEQUÊNCIAS O estresse no trabalho tem consequências graves, tanto para o empre-
gado quanto para o empregador. As consequências para os funcionários incluem ansiedade,
depressão, raiva, e vários desdobramentos físicos, tais como doenças cardiovasculares, dores de
cabeça, acidentes e, possivelmente, até mesmo a doença de Alzheimer com início precoce.76
O estresse também tem consequências graves para o empregador, dentre elas o desem-
penho reduzido dos empregados, o aumento do absentismo, a rotatividade, as queixas, e os
custos de cuidados com a saúde dos funcionários. Um estudo norte-americano com 46 mil
colaboradores concluiu que os custos com a saúde dos trabalhadores estressados foram 46%
maiores do que com a dos menos estressados.77 Um estudo dinamarquês descobriu recente-
mente que os enfermeiros que trabalhavam sob pressão excessiva tinham o dobro do risco
de sofrerem de ataques cardíacos.78 No entanto, nem todo o estresse é disfuncional. Algumas
pessoas, por exemplo, são mais produtivas na medida em que os prazos vão chegando ao fim.
REDUZINDO SEU PRÓPRIO ESTRESSE NO TRABALHO Algumas atitudes e mudanças
de hábito podem aliviar o estresse, dentre elas estão usar o bom senso, dormir mais, comer me-
lhor, encontrar um emprego mais adequado, receber aconselhamentos e planejar as atividades
de cada dia. Vários especialistas sugerem algumas atitudes para reduzir o estresse no trabalho:79
nível de exaustão emocional um ano depois. Outra forma de evita-la é manter-se ativo. Um
estudo recente concluiu que “o aumento da síndrome de burnout e a depressão no trabalho
foram mais intensas entre os funcionários que não praticavam atividade física e menos inten-
sas, ao ponto de não ter significância, entre os que praticavam atividade física”.87
DEPRESSÃO O estresse e a síndrome de burnout não são os únicos problemas de saúde
mental do trabalhador,88 mas são os responsáveis, ao lado de outras doenças de ordem psíqui-
ca, pela queda no rendimento. Por exemplo, um estudo do Journal of American Medical Asso-
ciation calculou que trabalhadores deprimidos custam a seus empregadores US$ 44 milhões
por ano em absentismo ou na redução do desempenho no trabalho.89
Aparentemente, empregadores precisam de mais esforços para garantir que os funcio-
nários deprimidos utilizem serviços de apoio. A depressão é uma doença, sendo assim, não
faz sentido dizer a uma pessoa deprimida para “sair dessa”, isso é como dizer a um paciente
com problemas cardíacos para “parar de se sentir cansado”. Uma pesquisa norte-americana
mostrou que, enquanto cerca de dois terços das grandes empresas oferecem programas de
assistência ao empregado, que cobrem casos de depressão, cerca de 14% dos empregados
com depressão disseram que nunca usaram um programa desses.90 Os gerentes precisam de
treinamento para reconhecer sinais de depressão, como tristeza persistente, poucas horas de
sono, redução do apetite, dificuldade de concentração e perda do interesse em atividades
que antes gostava, e então disponibilizar a assistência.
Doenças infecciosas
Com muitos funcionários que viajam para destinos internacionais, o monitoramento e o con-
trole de doenças infecciosas tornou-se uma importante questão de segurança.95
computadores da empresa. No entanto, os riscos de capital humano também são altos e, den-
tre eles estão os riscos de acidentes, como os que discutimos neste capítulo, além daqueles
para a saúde dos empregados.102
A identificação de outros riscos de segurança corporativa está dentro do domínio da
gestão de riscos da empresa, o que significa identificá-los, planejar soluções e realmente miti-
gá-los. Assim, como parte de sua gestão de riscos, o Wal-Mart faz perguntas como: “Quais são
os riscos? O que vamos fazer com eles?”.103 Reduzir as fontes de insalubridade, prestar aten-
ção no risco oferecido por agentes externos, implementar programas de prevenção a roubo
e fraudes, proporcionar treinamento constante dos empregados e melhorar a segurança das
instalações são alguns bons exemplos.
Violência no trabalho
Algumas vezes, os próprios empregados podem desencadear incidentes de violência no tra-
balho, o que pode colocar em risco a integridade física de outros e, até mesmo, causar pro-
blemas e afastamentos de ordem psicológica (como já foi visto no Capítulo 12).
REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA NO TRABALHO Incidentes de violência no local de traba-
lho são previsíveis e evitáveis. A revista norte-americana Risk Management Magazine estima que
aproximadamente 86% dos incidentes de violência no local de trabalho foram antecipados
por outros funcionários, que levaram a situação tensa ao conhecimento da gerência antes de
ela ocorrer de fato. Todavia, a gestão geralmente pouco ou nada fez.104
Gestores de recursos humanos podem tomar várias medidas para reduzir a incidência de
violência no trabalho, tais como:
AUMENTo de MEDIDAS DE SEGURANÇA Reforçar as medidas de segurança é a pri-
meira linha de defesa, se a violência deriva de colegas de trabalho, clientes, ou pessoas de fora
da organização. Algumas possíveis medidas a serem adotadas estão indicadas no Quadro 14.5.
MELHORA DA SELEÇÃO DE EMPREGADOS E terceiros Fatores pessoais e cir-
cunstanciais são correlacionados com a agressão no local de trabalho. Pessoas com “traços
de raiva” mais elevados (predisposição para responder a situações de hostilidade) são mais
propensas a apresentar agressividade no local de trabalho. Em termos da circunstância ou
situação, injustiça interpessoal e liderança ruim podem levar a agressão contra superiores.105
Os empregadores podem identificar trabalhadores potencialmente violentos antes de
eles serem contratados. Durante um processo seletivo, é preciso verificar o histórico do
candidato, sua formação e referências.106 Perguntas durante a entrevista podem incluir: “O
que frustra você?” e “O que menos lhe agrada em um ambiente de trabalho e por quê?”.107
Certas circunstâncias, como as seguintes, podem dar bons indícios de traços violentos:108
• Uma lacuna inexplicável no trabalho (longos períodos sem atividade laboral).
• Informações incompletas ou falsas no currículo ou ficha de inscrição
• Uma referência negativa, desfavorável, ou falsa.
• Comportamento insubordinado ou violento no trabalho anterior.109
• Histórico criminal, envolvendo assédio ou comportamento violento.
• Rescisão por justa causa com uma explicação suspeita.
• Histórico de drogas ou álcool.
• Fortes indícios de instabilidade no trabalho ou na vida pessoal indicado, por exemplo,
por frequentes mudanças de emprego ou de moradia.
RH na prática
por exemplo, com equipes da CIPA, cujo funcionamento é regido pela NR 5. Seu objetivo é
a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
a atividade laboral dos indivíduos com a promoção da sua saúde e manutenção de sua vida.
Referidas comissões (CIPA) são compostas de representantes da empresa e dos empre-
gados,VIII e sua obrigatoriedade depende da atividade econômica da empresa, bem como do
número total de empregados, conforme disposto em lei.IX
São atribuições dos representantes da CIPAX
• Divulgar, aos trabalhadores, informações relativas à segurança e saúde no trabalho.
• Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras.
• Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA.
• Promover anualmente, com o SESMT, se houver, a semana interna de prevenção do
trabalho (SIPAT).
• As atas de reuniões deverão ficar no estabelecimento à disposição dos agentes de ins-
peção do trabalho.
• As atas de reuniões deverão ser assinadas pelos presentes com encaminhamento de
cópias para todos os membros.
Programas de segurança ideais começam com uma análise do atual nível de risco. Inicia-
-se pelo óbvio, por exemplo, “como é o bairro?”. Na empresa (bem como no prédio), “quais
outras situações de risco podem surgir à sua porta?”. Como parte dessa avaliação inicial de
ameaças, também é preciso rever seis temas:
1. Acesso à área da recepção, incluindo a necessidade de um “botão de pânico”.
2. Segurança interior, incluindo banheiros seguros e melhor identificação das saídas e
rotas de fuga.
3. Envolvimento das autoridades, em especial os procedimentos de emergência desen-
volvidos com a aplicação da lei local.
4. Tratamento de correio, incluindo triagem e abertura de correspondências.
5. Evacuação, incluindo procedimentos e treinamentos de evacuação do prédio.
6. Sistemas de backup, como o armazenamento de dados fora da empresa.
Depois de avaliar o nível do atual potencial de risco, é necessário tomar as medidas cabí-
veis para a melhoria das condições de trabalho, observando sempre as possíveis questões de
segurança natural, mecânica e organizacional.114
SEGURANÇA NATURAL Segurança natural significa tirar proveito dos recursos naturais
ou arquitetônicos da instalação para minimizar os problemas de segurança. Por exemplo,
muitas entradas dificultam o acesso e o controle das instalações? Facilitam o acesso à empresa
por desconhecidos? Barulho excessivo das ruas pode atrapalhar a concentração dos empre-
gados no trabalho? Providências devem ser tomadas para que essas situações não ocorram.
SEGURANÇA MECÂNICA Segurança mecânica é a utilização de sistemas de segurança
como travas, alarmes de intrusão, sistemas de controle de acesso e sistemas de vigilância para
reduzir a necessidade de fiscalização humana contínua.115 Scanners biométricos leem impres-
sões do polegar, da palma da mão ou da retina e padrões vocais tornam mais fácil reforçar a
segurança da unidade.116
SEGURANÇA ORGANIZACIONAL Finalmente, segurança organizacional significa usar
uma boa gestão para melhorar a segurança, por exemplo, treinando o pessoal de segurança e
atendentes. Também é preciso garantir que o pessoal de segurança tenha ordens escritas que
definam suas funções, especialmente em situações como incêndios, problemas no elevador,
vazamentos perigosos de materiais, emergências médicas, invasões hostis, pacotes suspeitos,
VIII
N. da R.T.: Os representantes da CIPA gozam de estabilidade desde o registro de sua candidatura até um
ano após o final de seu mandato, estendendo-se esse privilégio também para os suplentes.
IX
N. da R.T.: A Norma Regulamentadora n. 5 (NR 5), aprovada pela Portaria n. 08/99, da Secretaria de Segu-
rança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, combinada com o artigo 163 da Conso-
lidação das Leis do Trabalho (CLT), determinam sobre o dimensionamento, eleição de membros da CIPA,
treinamento e seu conjunto de atribuições.
X
N. da R.T.: Disponíveis em: <http://portal.mte.gov.br/delegacias/pr/cipa-comissao-interna-de-prevencao-
de-acidentes-nr-5.htm>. Acesso em: 22 maio 2014.
Segurança mecânica é a
utilização de sistemas de
segurança como travas,
alarmes de intrusão, sistemas
de controle de acesso e
sistemas de vigilância para
reduzir a necessidade de
fiscalização humana contínua.
Revisão
RESUMO
1. A área de segurança e prevenção de acidentes é moti- pessoa que está propensa a acidentes em determina-
vo de preocupação para os gestores do mundo todo, da função pode não estar em outra. Por exemplo, a
por conta do incrível número de mortes e acidentes visão está relacionada à frequência de acidentes en-
que ocorrem no trabalho. volvendo motoristas e operadores de máquinas, mas
2. O objetivo das Normas Regulamentadoras do Tra- pode não ser tão relevante para outros trabalhado-
balho (NR) é garantir que cada trabalhador esteja res, como contadores.
em um local de trabalho seguro e saudável. Tais nor- 6. Doenças do trabalho e doenças profissionais podem
mas são completas e detalhadas, sendo aplicadas por ocorrer dentro das empresas e são equiparadas a
meio de um sistema de fiscalização no local de traba- acidentes do trabalho, para efeito de afastamento e
lho. Os fiscais do trabalho podem emitir notificações responsabilidades da empresa. Entretanto, diferem
aos empresários e recomendar penalidades, multas quanto ao conceito: a doença profissional é aquela
ou, até mesmo, o fechamento da empresa, conforme decorrente do exercício de trabalho peculiar à deter-
as condições de trabalho verificadas minada atividade, enquanto que a doença do traba-
3. Existem três causas básicas de acidentes: ocorrências lho é aquela desencadeada em função de condições
casuais, condições de trabalho e comportamento in- especiais em que o trabalho é realizado e diretamen-
seguros por parte dos funcionários. Além disso, três te relacionadas a ele. Existem várias abordagens para
outros fatores relacionados ao trabalho em si, como a prevenção de acidentes. Uma delas é a redução das
o horário de trabalho e o clima psicológico, também condições de risco. Outra abordagem é a redução de
contribuem para acidentes. comportamento inseguro, por exemplo, por meio
4. Comportamento inseguro por parte dos funcioná- de processos seletivos, treinamento, reconhecimento
rios é a principal causa de acidentes. Tais atos são, em positivo, comunicação e compromisso da alta gestão.
certa medida, o resultado de tendências de compor- 7. Alcoolismo, toxicodependência, estresse e doenças
tamento dos funcionários que, possivelmente, fazem emocionais são problemas de saúde importantes e
parte de suas características pessoais. crescentes entre os funcionários. O alcoolismo é um
5. Especialistas divergem sobre a existência de pessoas problema particularmente grave, que pode reduzir
propensas a acidentes, independentemente do tra- de maneira drástica a excelência da sua organização.
balho. Alguns traços não preveem acidentes, mas a Medidas disciplinares, aconselhamento interno e re-
ferências a uma agência externa podem ser utiliza- local de trabalho incluem melhores medidas de segu-
dos para lidar com esses problemas. rança, melhor seleção de empregados e treinamen-
8. Estresse e síndrome de burnout são outros poten- tos para a redução de violência.
ciais problemas de saúde no trabalho. Um emprega- 10. Empresas de maior porte contam, por exemplo, com
do pode reduzir o estresse no trabalho afastando-se equipes da Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dele por um tempo durante o dia, não adiando lidar dentes (CIPA), cujo funcionamento é regido pela
com os problemas e anotando os problemas que lhe NR 5. Seu objetivo é a prevenção de acidentes e do-
dizem respeito e o que fará sobre eles. enças decorrentes do trabalho.
9. A violência entre empregados também pode repre- 11. Segurança nas instalações depende de segurança na-
sentar um risco contra a integridade física e mental tural, segurança mecânica e segurança organizacional.
dos trabalhadores. Medidas que podem reduzi-la no
PALAVRAS-CHAVE
legislação sobre saúde e segurança dos vistorias de segurança 394
empregados 383 programa de conscientização 398
Normas Regulamentadoras do Trabalho (NR) 383 viciados em trabalho (workaholic) 400
análise de riscos 394 síndrome de burnout 401
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de Limpeza Carter
Motivar o comportamento prudente instalação é uma pequena unidade de produção onde há
Segurança e saúde dos trabalhadores são muito im máquinas alimentadas por vapor de alta pressão e ar com
portantes para lavanderias e serviços de limpeza. Cada primido que trabalham em altas temperaturas de lavagem,
XI
N. da R.T.: Disponível em: <http://esportes.terra.com.br/corinthians/guindaste-cai-na-arena-corinthians-e-ao-menos-duas-pessoas-mor-
rem,5e0e433116492410VgnCLD2000000ec6eb0aRCRD.html>. Acesso em: 24 maio 2014.
limpeza e prensagem de roupas, muitas vezes, com pisos manuseados, mas alguns, como o ácido fluorídrico, usado
escorregadios e ambiente muito quente. Vapores químicos para remover as manchas de ferrugem das roupas, são muito
são produzidos continuamente e produtos químicos cáusti perigosos. Este último é mantido em recipientes especiais,
cos são usados no processo de limpeza. uma vez que dissolvem até vidro. O problema é que os óculos
Caldeiras em altas temperaturas são mantidas com uma de segurança são um pouco desconfortáveis e ficam man
“sopa de solventes”, que é usada para remover impurezas chados facilmente, reduzindo a visibilidade. Como resultado,
e é reutilizada. Se um erro é cometido nesse processo de Jack se viu quase impossibilitado de conseguir que seus fun
fervura, como o excesso de vapor e borbulhas, resultado da cionários os usassem.
ebulição, os solventes químicos podem vazar e se espalhar
por todo o chão e sobre qualquer um que estiver passando Perguntas
por ali naquele momento. Assim, qualquer pessoa que passe
1. Como a empresa deve agir sobre a identificação de situa
próximo à caldeira está sob risco de sofrer queimaduras e,
ções de risco que precisam ser corrigidas? Use dados e
até mesmo, de morrer.
Como resultado desses perigos e pelo fato de que es listas de verificação, como os da Figura 14.2 e do Quadro
sas unidades produzem continuamente resíduos químicos RH na prática, nas páginas 390-394, para listar pelo
perigosos, várias agências governamentais têm diretrizes rígi menos dez possíveis condições perigosas em lavande
das em matéria de gestão dessas empresas. Por exemplo, rias a seco.
avisos devem ser colocados em cada unidade, notificando os 2. Seria aconselhável à empresa estabelecer um procedi
empregados do direito de serem informados sobre os pro mento para a triagem de pessoas propensas a acidentes?
dutos químicos perigosos com os quais estão lidando, e o Como isso deve ser feito?
método adequado para manusear cada produto químico. Em 3. Em geral, o que você sugeriria aos donos da Carter para
presas de gestão de resíduos devem ser contratadas para que conseguissem comportamentos mais prudentes no
recolher e descartar corretamente aqueles perigosos. trabalho por parte de todos os empregados?
Um problema crônico da Carter (e da maioria dos outros pro 4. Descreva detalhadamente como você motivaria o uso
prietários de lavanderias) é a imprudência de os trabalhadores dos óculos pelos funcionários.
exercerem suas funções sem utilizar os óculos de segurança. 5. Existe alguma NR com orientação sobre o uso de equi
Nem todos os produtos químicos requerem óculos quando pamentos de proteção individual (EPI)? Explique.
por parte de outros empregados que já haviam passado por Muitos trabalhadores se queixam de ter de começar os ser
situações semelhantes. viços logo cedo, com o estômago vazio, sem ter tomado café
da manhã. Isso se deve ao fato de o refeitório disponível para
Cruzeiros de luxo eles ficar fechado durante a folga de alguns e de o horário de
Ao longe, os navios impressionam por seus números. funcionamento coincidir com o dos restaurantes onde a tripula
São pelo menos 60 metros de altura, o mesmo que um pré ção trabalha para servir os passageiros. “A gente só não passa
dio de 20 andares, e 300 metros de comprimento. A bordo, fome porque quem trabalha com restaurante só passa fome se
cerca de 4.070 passageiros, junto a uma tripulação de 1.305 quiser. De vez em quando, a gente pega algo que sobra ou da
pessoas, contando funcionários de limpeza, hotelaria, res cozinha”, relatou uma garçonete.
taurante e oficiais de navegação. Uma passagem para uma
Assédio e problemas frequentes
semana de viagem não sai por menos de R$ 1 mil. Os valores
cobrados contrastam com as condições constatadas que se De acordo com tripulantes, casos de assédio são frequen
escondem no interior de empreendimentos de tal proporção. tes no dia a dia das embarcações, principalmente enquanto
Por conta da quantidade de brasileiros empregados nes elas estão em alto-mar. Como resposta aos problemas en
ses navios e da natureza das violações, a situação preocupa frentados, familiares, amigos e vítimas de abusos fundaram
autoridades e o governo federal. De acordo com a Resolução a Organização de Vítimas de Cruzeiros no Brasil (OCV-Brasil).
n. 71/2006 do Conselho Nacional de Imigração, pelo menos Há relatos sobre oficiais que se valem de seu posto de
um quarto dos tripulantes de qualquer embarcação que per superioridade para realizar atos de agressão sexual, cujas ví
manecer por mais de 90 dias em território nacional deve ser timas, na maioria, são mulheres. Entretanto, a violência não
de brasileiros. Conforme levantamento da associação de em se restringe aos tipos explícitos, podendo também ocorrer
presas do ramo, a Abremar, em 2013 eram 2,5 mil brasileiros de maneiras mais sutis, conforme os testemunhos obtidos.
empregados na área, e cerca de 3 mil durante o ano de 2012. Quando trabalhadores se queixam da carga de trabalho ou
A depender da situação, os contratos de trabalho são firma de um eventual desrespeito por parte de superiores, algumas
dos com base na legislação do Brasil ou em normas internacio práticas são aplicadas. “Nesses casos, costumam nos colo
nais, o que torna o problema complexo e favorece infrações. Se car em um horário que é próximo do fim do expediente, mas
a pessoa for contratada 30 dias antes ou 30 dias após a partida no qual ainda chegam clientes. Assim, temos de estender
do navio da costa brasileira, a Lei determina que a relação de o trabalho por mais horas para atendê-los”, afirma um tripu
trabalho fique subordinada às regras brasileiras. Caso, porém, lante. Segundo apurou a fiscalização, esse tempo a mais não
o contrato seja firmado no exterior ou se estenda por mais de é registrado como extra, muito menos descontado de um
nove meses, o Direito Internacional permite que este seja su banco de horas dos funcionários.
bordinado às leis do país onde o navio tem a bandeira registrada. Pelo tempo excessivo de serviço, os trabalhadores recla
Não é raro, por isso, que as embarcações tenham registro em mam que, com frequência, tampouco encontram oportunidade
países com legislação trabalhista mais frágil, como Indonésia, para limpar seus alojamentos. “Por vezes, ficamos muito tempo
Tailândia e outros. O primeiro navio fiscalizado em Santos, o sem conseguir arrumar nosso quarto”, conta um tripulante. Em
MSC Preziosa, tinha registro no Panamá, por exemplo. alguns casos, eles recorrem a serviços por fora, quando pagam
No universo do cineasta Federico Fellini, há uma cena do a algum colega de folga para fazer a limpeza dos dormitórios.
filme E La Nave Va que pincela um pouco do que se vive den Com o entra e sai de diversos ambientes e o choque tér
tro das embarcações. O longa mostra, de um lado, cozinhei mico, pela troca brusca de temperaturas, não raros também
ros produzindo sob uma velocidade intensa, em compasso são os problemas de dor de garganta, resfriados ou gripe en
com uma trilha sonora acelerada. Enquanto isso, de outro, tre os tripulantes. Quem fica doente ou sente algum tipo de
no restaurante, os passageiros desfrutam da exploração do mal-estar recorre à enfermaria da embarcação.
trabalho e do luxo; a música vai diminuindo e a cena vai se Fonte: Rede Brasil atual, 4 abr. 2014. Disponível em: <http://www.
tornando mais limpa, organizada, com menos personagens, redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/04/fiscais-flagram-trabalho-
e assim as coisas se passam como se toda a situação esti escravo-em-cruzeiro-de-luxo-2887.html>. Acesso em: 21 out. 2014.
vesse em plena harmonia (veja a cena na sequência). O dua
lismo não é simples ficção e, sem dúvidas, coincide com o Perguntas
que foi encontrado em Santos. 1. Qual a jornada máxima de trabalho permitida para os
Entre outros abusos, as jornadas de trabalho da tripulação empregados em navios como os mencionados no caso
responsável por tarefas de hotelaria, limpeza e outros ofícios da MSC?
ultrapassam regularmente doze horas diárias. Para piorar, o 2. Quais são outras possíveis características ou condições
ritmo durante as jornadas prolongadas se confunde com o de trabalho capazes de qualificar o “trabalho escravo”?
cenário ilustrado por Fellini. Além disso, de acordo com le 3. Cite exemplos de outras empresas que, recentemente,
vantamento da fiscalização, os períodos de serviço não cos foram acusadas de trabalho escravo e quais as penalida
tumam seguir um padrão regular. Principalmente na parte de des a que foram submetidas.
restaurantes, o expediente começa cedo — às 6 h —, conti 4. Caso você fosse o gestor da área de recursos humanos
nua durante todo o período da manhã e, às vezes, só é inter da empresa, o que faria diante das acusações recebidas?
rompido por intervalos de cerca de 15 minutos, para voltar na
sequência da próxima refeição.
Notas
1. “BP Oil Spill Timeline”, Guardian.co.uk, preso por homicídio culposo, quando 25. Benjamin Mangan, “Lockout/Tagout
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Administração global de RH
Neste módulo, RH e a internacionalização dos negócios
vamos abordar. . . Melhorias das missões internacionais por meio da seleção
Formação e manutenção de funcionários internacionais
Como implementar um sistema global de rh
Contexto estratégico
Administração de recursos
humanos internacionais (ARHI)
O que é administração de recursos humanos internacionais?
Os conceitos e técnicas Empregadores administração na administração de recursos humanos internacionais (ARHI)
de administração de para lidar com os desafios globais de RH como estes. Podemos definir ARHI como conceitos
recursos humanos que
e técnicas de administração de recursos humanos que empregadores utilizam para gerir os
os empregadores utilizam
para gerenciar os desafios desafios de recursos humanos de suas operações internacionais. ARHI geralmente concen-
de RH das suas operações tra-se em três temas principais:6
internacionais.
1. Administração de recursos humanos em empresas globais Por exemplo, seleção, trei-
namento e compensação de funcionários que trabalham ou são atribuídos ao exterior.
2. Gestão de funcionários expatriados Aqueles dos postos no exterior.
3. Comparação das práticas de administração de recursos humanos Acontece em uma
variedade de diferentes países
Diferenças culturais
significam que as pessoas
reagem de forma diferente
no exterior para situações
idênticas ou semelhantes.
Diferenças culturais como essas ajudam a formar políticas de recursos humanos. Por exem-
plo, em um estudo recente, a distância do poder (aceitação da distribuição desigual de po-
der) foi positivamente correlacionada com a diferença entre o pagamento do CEO e de
outros trabalhadores.11
FATORES LEGAIS Os empregadores em expansão no exterior devem estar familiarizados
com os sistemas de direito do trabalho nos países em que estão entrando. Por exemplo, na
Índia, as empresas com mais de 100 trabalhadores devem obter permissão do governo para
demitir alguém.12 No Brasil, algumas leis trabalhistas resultam do código de trabalho pré
‑Segunda Guerra Mundial na Itália, e podem ser incrivelmente caras para os empregadores.
Assim, a demissão de uma pessoa sem “justa causa” poderia desencadear uma multa de 4%
do montante total que o trabalhador já ganhou.13
Como outros exemplos, a prática do emprego como acontece nos EUA não existe na Eu-
ropa, onde demitir trabalhadores geralmente é caro. E, em muitos países europeus, grupos
Conselhos empresariais atuam em conselhos formais, eleitos pelos trabalhadores, que se reúnem mensalmente com
Grupos formais, os gestores para discutir temas que vão desde as políticas de não fumantes até demissões.14
representantes dos
Codeterminação é a regra na Alemanha e em vários outros países. Codeterminação é o meio
trabalhadores eleitos pelos
trabalhadores que se pelo qual os empregados têm o direito legal de voz na definição das políticas da empresa. Traba-
reúnem mensalmente com lhadores elegem seus próprios representantes para o conselho de fiscalização do empregador.15
os gestores para discutir
temas que vão desde SISTEMAS ECONÔMICOS Da mesma forma, as diferenças nos sistemas econômicos
políticas de não fumantes são traduzidas em diferenças nas práticas de RH internacionais. Os economistas distinguem
até demissões. entre economias de mercado, planejadas e economias mistas. Nas economias de mercado
Codeterminação (como os Estados Unidos), os governos desempenham um papel relativamente contido na
Direito a uma voz na decisão de fatores como o que vai ser produzido e vendido, e a que preços. Nas economias
definição de políticas da planejadas (como a Coreia do Norte), o governo decide e planeja o que produzir e vender,
empresa, os trabalhadores e a que preço. Nas economias mistas (como a China), muitas indústrias ainda estão sob con-
em geral elegem
representantes para o trole direto do governo, enquanto outras tomam as decisões de preços e de produção com
conselho de supervisão. base na demanda do mercado.
Os custos trabalhistas também variam amplamente. Por exemplo, os custos de remunera-
ção por hora (em dólares americanos) para trabalhadores de produção variam de US$ 2,92
no México, US$ 6,58 em Taiwan, US$ 24,59 nos Estados Unidos, US$ 29,73 no Reino Unido
e US$ 37,66 na Alemanha.16
Há outros custos trabalhistas a serem considerados. Por exemplo, em relação às habituais
duas ou três semanas de férias nos EUA, os trabalhadores na França podem esperar dois dias
e meio de férias remuneradas por mês completo de serviço por ano.
EUROPA Para apreciar os efeitos das diferenças culturais, econômicas e legais sobre o
emprego, considere a Europa. Ao longo das últimas quatro décadas, os países separados
da antiga Comunidade Europeia (CE) foram unificados em um mercado comum de bens,
serviços, capitais e até mesmo de trabalho, chamada União Europeia (UE). De um modo
geral, os produtos e o trabalho pode se mover de um país para outro com alguns impedi-
mentos.
Empresas que fazem negócios na Europa (incluindo empresas norte-americanas como
a Ford) devem ajustar suas políticas e práticas de recursos humanos para ambas, as diretivas
da União Europeia e as leis trabalhistas específicas de cada país. Os objetivos das diretivas são
obrigatórios para todos os países membros (embora cada país membro possa implementar
as diretrizes, uma vez que assim o desejar). Por exemplo, a confirmação da orientação de
trabalho obriga os empregadores a fornecer aos funcionários termos e condições por escrito
de seu emprego. No entanto, esses termos podem variar de país para país.17 Na Inglaterra,
uma declaração escrita detalhada é necessária, incluindo coisas como remuneração, empre-
go, data em que começou, e horas de trabalho. A Alemanha não exige um contrato escrito,
mas é habitual ter um.
A interação de diretrizes e leis do país significa que as práticas de recursos humanos po-
dem variar de país para país na UE. Por exemplo:18
• A maioria dos países da UE têm sistemas de salário mínimo em vigor. Alguns estabe-
lecem limites nacionais. Outros permitem que os empregadores e os sindicatos resol-
vam os seus próprios salários mínimos.
• A Europa tem vários níveis de representação dos trabalhadores. Na França, por exem-
plo, os empregadores com 50 ou mais empregados devem consultar os representantes
dos seus trabalhadores sobre questões como condições de trabalho, treinamento, pla-
nos de participação nos lucros e demissões. A maioria das empresas da UE deve “infor-
mar e consultar” os funcionários sobre ações relacionadas ao empregado, mesmo que
as empresas não operem fora das fronteiras dos seus próprios países.19
• Em muitos países europeus, as comissões de trabalhadores substituem as mediações
de gestão informais ou sindicais típicas em empresas norte-americanas. Da mesma for-
ma, a cogestão é a regra na Alemanha e em vários outros países. Nos Estados Unidos,
os salários e os benefícios são definidos pelo empregador, ou pelo empregador em
negociações com seus sindicatos. As leis de codeterminação, incluindo a Lei Cons-
titucional Works, determinam, em grande parte, a natureza das políticas de RH em
muitas empresas alemãs.
A SOLUÇÃO HÍBRIDA Hoje, a escolha não é apenas entre funcionários expatriados con-
tra locais; há uma solução híbrida. Uma pesquisa mostrou que cerca de 78% dos emprega-
dores tinham alguma forma de política de “localização”. Esta é uma política de transferência
de um funcionário nacional do país de origem para uma subsidiária estrangeira, como uma
“transferência permanente”. O empregador, aqui, não trata o empregado (que assumida-
mente quer ir para o estrangeiro) como um expatriado, mas como, digamos, um contratado
local francês.27 Por exemplo, funcionários da IBM dos Estados Unidos originários da Índia,
eventualmente preencheram muitos dos 5 mil empregos que a IBM passou recentemente
dos Estados Unidos para a Índia. Esses funcionários eleitos para voltar para a Índia, recebem
como locais na Índia.
TERCEIRIZAÇÃO Como explicamos no Capítulo 5, processos de negócio de terceiriza-
ção, como fabricação e operações de call center no exterior e, assim, funcionários locais no
exterior fazem trabalhos que os empregados da empresa faziam, está crescendo rapidamen-
te. Cerca de 3 milhões de empregos terão mudado ao exterior entre 2000 e 2015.28
Terceirização de empregos dos Estados Unidos para países de baixos salários enreda a
equipe de recursos humanos nas questões econômicas, políticas e culturais que discutimos
anteriormente. O Quadro RH na prática ilustra como gestores de recursos humanos lidam
com algumas dessas questões.
RH na prática
De que forma a administração de recursos humanos pode facilitar as operações
de trabalho no exterior
Gestores de recursos humanos desempenham um papel central nas decisões de terceirização.
Empregadores foram entrevistados na IBM Business Consulting Services para ver exatamente
qual o papel do RH nessas decisões. Aqui está uma amostra do que foi observado.29
Remuneração internacional
A remuneração internacional apresenta alguns problemas complicados. Por um lado, há uma cer-
ta lógica em ter escalas de remuneração na empresa. Por exemplo, a empresa paga aos diretores
de marketing das divisões em todo o mundo dentro de uma mesma faixa de remuneração. Mas
isso geralmente não é prático, dadas as grandes diferenças de custo de vida entre os países.
ABORDAGEM DO BALANÇO A abordagem mais comum para a formulação de paga-
mento expatriado é, portanto, igualar o poder de compra entre os países, uma técnica conhe-
cida como a abordagem do balanço.71
A ideia básica é que cada expatriado deve aproveitar o mesmo padrão de vida que tinha
em casa. Com a abordagem do balanço, o empregador se concentra em quatro grupos de
despesas, referentes a impostos de renda, habitação, bens e serviços, e as principais despesas
discricionárias do país de origem (pensão alimentícia, pagamentos de carro, e assim por
diante). O empregador calcula qual seria cada uma dessas quatro despesas no país de origem
do expatriado, e o que cada um vai ter no país de acolhimento. O empregador, então, paga
qualquer diferença, como impostos adicionais ou despesas de habitação.
Na prática, isso geralmente se resume à construção da remuneração total do expatriado
em torno de cinco ou seis componentes separados. Por exemplo, o salário base será, nor-
malmente, na mesma faixa salarial do país de origem do gerente. No entanto, pode haver
um prêmio de serviço no exterior. O executivo recebe isso como uma porcentagem de seu
salário base, para compensar os ajustes culturais e físicos.72 Também pode haver várias licen-
ças, incluindo um subsídio de alojamento e um subsídio de educação para as crianças do
expatriado. O imposto de renda representa outra área de preocupação. Os gerentes dos EUA
destacados no estrangeiro, por exemplo, muitas vezes têm que pagar não apenas os impostos
dos Estados Unidos, mas também o imposto de renda no país de acolhimento.
A Tabela MA.1 ilustra a abordagem do balanço para alguém transferido dos Estados Uni-
dos para Xangai, na China. O Departamento de Estado dos EUA estima que o custo de vida
em Xangai seja 128% dos Estados Unidos.73 Nesse caso, os ganhos anuais do gestor são de
US$ 160 mil, e enfrenta uma taxa de imposto de renda dos EUA de 28%. Outros gastos são
com base no índice de custo de vida no exterior publicado em “U.S. Department of State In-
dexes of Living Costs Abroad, Quarters Allowances, and Hardship Differentials”, disponíveis
em <http://aoprals.state.gov/content.asp?content_id=186&menu_id=81>, em inglês.
Para ajudar o expatriado a gerenciar sua casa e as obrigações financeiras no exterior, a maio-
ria dos empregadores usa uma abordagem de divisão do pagamento, eles pagam, por exemplo,
metade do salário real de uma pessoa na moeda do país de origem e metade na moeda local.74
PAGAMENTO DE EXPATRIADO Para exemplificar, podemos analisar os expatriados
trabalhando para a empresa CEMEX.
Recebem como prêmio pelo serviço externo um aumento de 10% no salário. Alguns
obtêm um prêmio por dificuldade, dependendo do país, que varia de zero, em um
destacamento relativamente confortável, para 30%, em Bangladesh, por exemplo.
Pagam a sua habitação, a escola dos filhos até a faculdade, há passagens para uma
visita ao seu país natal por toda a família uma vez por ano e aulas para o cônjuge.
Extrapolam o pagamento de todos os expatriados, para tirar os potenciais efeitos
QUADRO MA.1
• Asea Brown Boveri (ABB) faz revezamento de cerca de 500 gerentes ao redor do mundo para
Programas corporativos diferentes países a cada dois ou três anos, com o intuito de desenvolver um quadro de
para desenvolver gestores administração de “transparência”, apoiando os objetivos estratégicos deles.
globais.
• A PepsiCo tem um programa de orientação para seus gerentes estrangeiros, o que os leva para
Fonte: International Organizational treinamentos de um ano de duração nos EUA.
Behavior, 2. ed., por Anne • Na British Telecom, funcionários expatriados existentes conversam com procuradores indicados
Marie Francesco e Barry Gold.
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a respeito dos fatores culturais a esperar.
Education, Inc. Reproduzido • Honda of America Manufacturing dá a seus supervisores e gerentes norte-americanos preparação
eletronicamente pela Pearson extensiva em língua, cultura e estilo de vida japonesa e, então, os envia para a matriz em Tóquio
Education, Inc., Upper Saddle
por mais de três anos.
River, Nova Jersey.
• General Electric dá a seus engenheiros e gerentes treinamento regular em línguas e diversas
culturas, assim eles se tornam aptos para conduzir os negócios com pessoas ao redor do mundo.
Tabela MA.1 Abordagem Despesa anual Chicago, U.S. Xangai, China (US$ Abono
do balanço (com base no equivalente)
salário base dos EUA de Habitação e serviços US$ 35.000 US$ 44.800 US$ 9.800
US$ 160 mil).
Bens e serviços 6.000 7.680 1.680
Impostos 44.800 57.344 12.544
Renda discricionária 10.000 12.800 2.800
Total US$ 95.800 US$ 122.624 US$ 26.824
qualquer forma, é difícil agir com menos segurança, mesmo consciente que seja legítimo, ser
justo com os trabalhadores no exterior assim como com aqueles de casa. As empresas de alta
qualificação, incluindo a Apple, receberam má publicidade e tomaram medidas para melho-
rar – em razão de condições de trabalho de fábrica em países como a China.
TERRORISMO O aumento da ameaça do terrorismo é outra questão. Mesmo colocando
empregados em países assumidamente seguros, não há garantia de que não haverá proble-
mas. Por exemplo, quando os protestos começaram no Egito, em fevereiro de 2011, a Medex
Global Solutions evacuou mais de 500 pessoas dos seus clientes do Egito e já tinha aconselha-
do os clientes do empregador sobre as possibilidades de instabilidade política.80 Os emprega-
dores precisam, assim, instituir planos de segurança mais abrangentes no exterior, incluindo,
por exemplo, planos de evacuação para colocar funcionários em segurança. Muitos empre-
gadores compram serviços de inteligência para monitorar possíveis ameaças terroristas no
exterior. O chefe de uma empresa de inteligência estima tais serviços a um custo de US$ 6 mil
a US$ 10 mil por ano.81
VIAGENS DE NEGÓCIOS Manter os viajantes de negócios seguros é uma especialidade
própria, mas sugestões incluem:82
• Fornecer aos expatriados treinamento sobre o lugar para onde vai, assim ficam mais
orientados.
• Diga-lhes para não chamar a atenção para o fato de que são estrangeiros, vestindo
camisetas com marcas, por exemplo.
• Faça viajantes chegarem nos aeroportos o mais perto possível da hora de partida e
esperar em áreas distantes da principal área de fluxo.
• Equipar o carro e a casa do expatriado com sistemas de segurança.
• Diga aos empregados para variar a partida e a chegada, e seguir por rotas diferentes.
• Mantenha os funcionários atualizados sobre crimes e outros problemas, verificando
regularmente, por exemplo, avisos de viagem do Departamento de Estado e avisos em
<http://travel.state.gov/>, em inglês. Clique em “Alertas de viagem” e “Informações
sobre o país”.83
• Aconselhar os funcionários a agir confiantes em todos os momentos. A linguagem
corporal pode atrair criminosos e aqueles que se parecem com vítimas, muitas vezes,
se tornam vítimas.84
Cumprir passos
para garantir
que o sistema é
aceitável àqueles
que precisam
implementá-lo, investigando
urgências por práticas
diferenciadas
Revisão
RESUMO
1. O comércio internacional é importante para quase operações financeiras em uma base mundial. Como
todos os negócios de hoje e, por isso, as empresas resultado, as empresas, hoje, têm necessidades inter-
devem cada vez mais ser gerenciadas globalmente. nacionais de RH prementes, no que diz respeito a
Isso confronta os gerentes com muitos novos desa- seleção, treinamento, remuneração e repatriação de
fios, incluindo a produção de coordenação, vendas e funcionários globais.
2. Diferenças interpaíses afetam os processos de gestão triados é igualar o poder de compra entre os países,
de RH da empresa. Fatores culturais, como assertivida- uma técnica conhecida como a abordagem do balan-
de e orientação humana, sugerem diferenças de valo- ço. O empregador calcula as despesas de imposto de
res, atitudes e, portanto, comportamentos e reações de renda, habitação, bens e serviços, e os custos discri-
pessoas de um país para outro. Fatores de custo eco- cionários, e paga suplementos para o expatriado, de
nômico e trabalho ajudam a determinar se a ênfase de tal forma a manter o mesmo padrão de vida que teria
RH deve ser na eficiência, ou em alguma outra aborda- em casa.
gem. Relações de trabalho e, especificamente, entre os 6. O processo de avaliação do expatriado pode ser com-
trabalhadores, o sindicato e a influência do emprega- plicado pela necessidade de ter superiores locais e
dor na natureza das políticas de RH são específicas de da sede para fornecer subsídios para a avaliação de
uma empresa, de país para país. desempenho. Sugestões para melhorar o processo
3. Uma grande porcentagem dos trabalhos no exterior incluem estipular o nível de dificuldade, pesando
falha, mas a média de acertos pode ser melhorada a avaliação do gerente no local, mais fortemente, e
por meio de seleção cuidadosa. Existem várias fontes com o gerente da sede obtendo aconselhamento dos
de RH que podem ser usadas para funcionários de gestores familiarizados com o local no exterior, antes
subsidiárias nacionais e estrangeiras. Muitas vezes, de completar a avaliação do expatriado.
cargos de chefia são ocupados por moradores, em 7. Problemas de repatriamento são comuns, mas você
vez de expatriados, mas isso nem sempre é o caso. pode minimizá-los. Eles incluem o medo, muitas
4. Selecionar gestores para expatriar significa usar tria- vezes, bem fundado de que o expatriado está “lon-
gem para as características que predizem o sucesso ge dos olhos, longe do coração”, e dificuldades em
na adaptação a novos ambientes de forma signifi- reinstalar a família do expatriado de volta para a
cativa. Tais características incluem tanto os traços cultura do país de origem. Sugestões para evitar
“estável” e “dinâmico” quanto a adaptabilidade e a esses problemas incluem o uso de acordos de repa-
flexibilidade, a auto-orientação, o conhecimento do triamento, atribuição de um orientador que ofereça
trabalho e a motivação, as competências relacionais, aconselhamento de carreira, e manutenção dos ex
a abertura extracultural e a situação familiar. Obser- ‑patriados vinculados à sede da empresa.
var a adaptabilidade focando no provável sucesso da 8. Os empregadores que conseguiram implementar
família em lidar com a missão estrangeira pode ser sistemas globais de RH o fizeram por meio da apli-
um passo muito importante no processo de seleção. cação de diversas práticas melhores. A ideia básica
5. A formação de gestores para o exterior, normalmen- é desenvolver sistemas que sejam aceitáveis para os
te, concentra-se em diferenças culturais, como as ati- funcionários em unidades de todo o mundo, e aque-
tudes que influenciam o comportamento e o conhe- les que os empregadores possam implementar de
cimento sobre o país de destino. A abordagem mais maneira mais eficaz.
comum para a formulação de remuneração de expa-
PALAVRAS-CHAVE
gestão de recursos humanos internacionais (ARHI) 416 nacionais de países terceiros 419
conselhos empresariais 418 equipes virtuais 421
codeterminação 418 etnocêntrica 421
expatriados 419 policêntrica 421
cidadãos do país de origem 419 geocêntrica 421
locais 419
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH
“Chefe, eu acho que nós temos um problema” Outros aspectos de suas atividades internacionais de RH
têm sido igualmente problemáticas. Fisher designou dois de
A Central Steel Door Corp tem estado no negócio por cerca
seus gerentes de vendas dos EUA, enviando-os para a Eu-
de 20 anos, vendendo, com sucesso, uma linha de portas
ropa, a fim de executar temporariamente as operações, mas
de aço industrial de grau, bem como hardware e acessórios
deixou de trabalhar um pacote especial de compensação que
necessários a elas. Focando, principalmente, nos Estados Uni-
iria cobrir suas despesas relativamente altas na Alemanha e
dos e no Canadá, a empresa tinha aumentado gradualmente
na Bélgica. Um acabou ficando a maior parte do ano, e Fisher
a sua presença a partir da cidade de Nova York, primeiramente
foi tristemente surpreendido ao ser informado pelo governo
para New England e depois para Atlantic Coast; em seguida,
belga que seu gerente de vendas devia milhares de dólares
para o centro-oeste e oeste; e, finalmente, para o Canadá.
em impostos locais. Os gerentes haviam contratado cerca
A estratégia de expansão básica da empresa era sempre a
de dez pessoas locais para a equipe de cada um dos dois
mesma: escolha uma área, abra um centro de distribuição,
centros de distribuição. No entanto, sem gerentes locais
contrate um gerente regional de vendas e, então, deixe que
em tempo integral na Europa, o nível de vendas foi decep-
ele ajude a equipe do centro de distribuição a contratar repre-
cionante, então Fisher decidiu demitir cerca de metade dos
sentantes de vendas locais.
funcionários do centro de distribuição. Nesse momento, ele
Infelizmente, o sucesso tradicional da empresa na busca
recebeu uma chamada telefônica de emergência do seu ge-
de ajuda em vendas não se estendeu às suas operações no
rente de vendas temporário na Alemanha: ”Acabei de ser
exterior. Com a ampliação da União Europeia, Mel Fisher,
informado de que todos esses funcionários deveriam ter
presidente da Central Steel Door Corp, decidiu expandir
contratos de trabalho escritos e que, de qualquer forma, não
sua empresa para o exterior, na Europa. No entanto, a ex-
podemos demitir alguém sem aviso prévio de pelo menos
pansão seguiu com problemas. Ele tentou, por três sema-
um ano. As autoridades locais, aqui, são realmente firmes.
nas, encontrar um gerente de vendas, divulgando a vaga no
Chefe, eu acho que nós temos um problema”.
International Herald Tribune, que é lido por empresários e por
expatriados norte-americanos que vivem e trabalham na Eu- Perguntas
ropa. Embora os anúncios colocados no Tribune também es-
tivessem por cerca de um mês no site da publicação, Fisher 1. Com base neste módulo e no estudo de caso, compile
até agora foi notificado de apenas cinco candidaturas. Uma uma lista de dez erros internacionais cometidos, até ag-
delas veio de um candidato com grandes chances, ao passo ora, pelo RH de Fisher.
que quatro surgiram de candidatos aos quais Fisher se refere 2. Como você faria a contratação de um gerente de vendas
como ”almas perdidas”, pessoas que parecem ter passado a europeu? Por quê?
maior parte de seu tempo viajando sem parar, de país para 3. O que você faria, agora, se fosse Mel Fisher?
país, tomando cafés na calçada. Quando perguntado sobre
o que tinha feito durante os últimos três anos, um candidato
disse a Fisher que tinha ”andado por aí”.
Notas
1. Veja, por exemplo, Helen Deresky, International Management, 8. David Ralston et al., “Eastern Values: A Comparison of Managers
Upper Saddle River, NJ: Pearson, 2008; e Anne Marie Francesco in the United States, Hong Kong, and the People’s Republic of
e Barry Allen Gold, International Organizational Behavior, Upper China”, Journal of Applied Psychology 71, n. 5, 1992, p. 664-671.
Saddle River, NJ: Pearson, 2005. Veja também P. Christopher Earley e Elaine Mosakowski, “Cultu-
2. Nancy Wong, “Mark Your Calendar! Important Task for Interna- ral Intelligence”, Harvard Business Review, out. 2004, p. 139-146.
tional HR”, Workforce, abr. 2000, p. 72-74. 9. Disponível em: <www.geert-hofstede.com/>. Acesso em: 1 jun. 2011.
3. Disponível em: <www.hoovers.com/company/Wal-Mart_Stores_ 10. Veja Vas Taras, Bradley Kirkman e Piers Steel, “Examining the
Inc/rrjiff-1.html>. Acesso em: 1 jun. 2011. Impact of Culture’s Consequences: A Three-Decade, Multilevel,
4. “First Wal-Mart Union Begins in China”. Disponível em: <www. Multi-Analytic Review of Hofstadter’s Cultural Value Dimen-
huffingtonpost.com/2008/08/03/first-wal-mart-union-be- sions”, Journal of Applied Psychology 95, n. 3, 2010, p. 405-439.
gi_n_116629.html>. Acesso em: 30 jun. 2011. 11. Tor Grenness, “The Impact of National Culture on CEO Compen-
5. Baseado em “Wal-Mart’s Reshuffle Plan in China Falters”. Dis- sation and Salary Gaps Between CEOs and Manufacturing Worke-
ponível em: <www.chinadaily.com.cn/china/2009-04/21/con- rs”, Compensation and Benefits Review, v. 43, n. 2, 2011, p. 100-108.
tent_7699105.htm>. Acesso em: 30 jun. 2011. 12. “In India, 101 Employees Pose Big Problems”, Bloomberg Business
6. Francesco e Gold, International Organizational Behavior, p. 145. week, 17-23 jan. 2011, p. 13.
7. Deresky, International Management, p. 17. 13. “Employer Beware”, The Economist, 12 mar. 2011, p. 43.
14. Disponível em: <www.fedee.com/ewc1. 30. Ibid., p. 3, 4. nal Careers?” International Journal of Hu
html>. Acesso em: 4 nov. 2009. 31. Ibid., p. 5, 6. man Resource Management 13, n. 5, ago.
15. Isso é discutido em Eduard Gaugler, “HR 32. Ibid., p. 5, 6. 2002, p. 773-783; Wolfgang Mayrhofer e
Management: An International Compari- 33. Ibid., p. 10. Hugh Scullion, “Female Expatriates in
son”, Personnel 65, n. 8, 1988, p. 28. Veja 34. Charles Snow, Scott Snell, Sue Can- International Business: Evidence from
também E. Poutsma et al., “The Diffusion ney Davison e Donald Hambrick, “Use the German Clothing Industry”, Interna
of Calculative and Collaborative HRM Transnational Teams to Globalize Your tional Journal of Human Resource Manage
Practices in European Firms”, Industrial Company”, Organizational Dynamics (pri- ment 13, n. 5, ago. 2002, p. 815-836; and
Relations 45, n. 4, out. 2006, p. 513-546. mavera 1996), p. 50-67. Altman and Shortland, “Women and In-
16. Annual 2007 figures. Disponível em: 35. Ibid. ternational Assignments”.
<www.bls.gov/news.release/pdf/ichcc. 36. Deresky, International Management, p. 36. 53. Deresky, International Management, p. 373.
pdf>. Acesso em: 19 fev. 2010. 37. Arvind Phatak, International Dimensions 54. P. Caligiuri, “The Big Five Personality
17. Phillips Taft e Cliff Powell, “The Europe- of Management. Boston: PWS Kebt, 1989, Characteristics as Predictors of Expatria-
an Pensions and Benefits Environment: p. 129. tes’ Desire to Terminate the Assignment
A Complex Ecology”, Compensation & 38. Ibid. and Supervisor-Rated Performance”,
Benefits Review, jan./fev. 2005, p. 37-50. 39. Donald Dowling Jr., “Export Codes of Personnel Psychology 53, n. 1, primavera
18. Ibid. Conduct, Not Employee Handbooks”, 2000, p. 67-88. Veja também Margaret A.
19. “Inform, Consult, Impose: Workers’ The Society for Human Resource Manage Shaffer et al., “You Can Take It with You:
Rights in the EU”, Economist, 16 jun. 2001, ment Legal Report, jan./fev. 2007, p. 1-4. Individual Differences and Expatriate
p. 3. Veja também J. Banyuls et al., “Euro- 40. Ibid. Effectiveness”, Journal of Applied Psycholo
pean Works Council at General Motors 41. Disponível em: <www.nytimes.com/2011/ gy 91, n. 1, jan. 2006, p. 109-125.
Europe: Bargaining Efficiency in Regime 03/19/business/global/19blue.html>. 55. Citado em Meredith Downes, Iris I. Var-
Competition?”, Industrial Relations Journal Acesso em: 30 jun. 2011. ner e Luke Musinski, “Personality Traits
39, n. 6, nov. 2008, p. 532-547. 42. Mary G. Tye e Peter Y. Chen, “Selection as Predictors of Expatriate Effectiveness:
20. Francesco e Gold, International Organiza of Expatriates: Decision-Making Models A Synthesis and Reconceptualization”,
tional Behavior, p. 145. Used by HR Professionals”, Human Resour Review of Business 27, n. 3, primavera/
21. Ibid., p. 106. ce Planning 28, n. 4, dez. 2005, p. 15-20. verão 2007, p. 16.
22. “DOL Releases Final Rule Amending 43. Paula Caligiuri et al., “Selection for In- 56. Jan Selmer, “Expatriation: Corporate Poli-
Filing, Processing of Foreign Labor Cer- ternational Assignments”, Human Re cy, Personal Intentions and International
tifications”, BNA Bulletin to Management, source Management Review 19, 2009, p. Adjustment”, International Journal of Hu
11 jan. 2005, p. 11. 251-262. man Resource Management 9, n. 6, dez. 1998,
23. Leslie Klass, “Fed Up with High Costs, 44. Disponível em: <www.performancepro- p. 997-1007. Veja também Barbara Myers
Companies Winnow the Ranks of Career grams.com/Surveys/Overseas.shtm>. e Judith K. Pringle, “Self-Initiated Foreign
Expats”, Workforce Management, out. 2004, Acesso em: 31 jan. 2008. Experience as Accelerated Development:
p. 84-88. 45. P. Blocklyn, “Developing the Interna- Influences of Gender”, Journal of World Bu
24. Veja “Workforce Trends: Companies tional Executive”, Personnel, mar. 1989, siness 40, n. 4 nov. 2005, p. 421-431.
Continue to Deploy Ex-Pats”, Compensa p. 45. Veja também Paula M. Caligiuri 57. Hung-Wen Lee e Ching-Hsing, “Deter-
tion & Benefits Review 42, n. 1, jan./fev. e Jean M. Phillips, “An Application of minants of the Adjustment of Expatria-
2010, p. 6. Self-Assessment Realistic Job Previews te Managers to Foreign Countries: An
25. “Mercer’s International Assignments to Expatriate Assignments”, International Empirical Study”, International Journal of
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Workforce Management, dez. 2010, p. 36. view, jul./ago. 2005, p. 25. Retention”, Human Resource Management
69. Ibid., p. 358. 79. Hal Gregersen et al., “Expatriate Perfor- 48, n. 1, jan./fev. 2009, p. 27-47.
70. Ibid., p. 359. Alguns sugerem a adapta- mance Appraisal in U.S. Multinational 92. Ann Marie Ryan et al., “Designing and
ção do programa de treinamento para Firms”, Journal of International Business Implementing Global Staffing Systems:
as culturas e os valores dos formandos. Studies 27, n. 4, inverno 1996, p. 711 Part 2—Best Practices”, Human Resource
Por exemplo, pergunte se os estagiários ‑739. Veja também Hsi-An Shih, Yun Management 42, n. 1, primavera 2003,
vêm de uma sociedade mais individualis- ‑Hwa Chiang e In-Sook Kim, “Expatriate p. 85-94.
ta ou coletivista, já que isso pode afetar o Performance Management from MNEs 93. Ibid., p. 89.
grau em que você quer treinar participa- of Different National Origins”, Interna 94. Ibid., p. 90.
ção versus não participação. Baiyin Yang tional Journal of Manpower 26, n. 2, fev. 95. Ibid., p. 86. Veja também M. Schoeff,
et al., “Does It Matter Where to Conduct 2005, p. 157-175; e Francesco e Gold, “Adopting an HR Worldview”, Workforce
Training? Accounting for Cultural Fac- International Organizational Behavior, Management 87, n. 19, 17 nov. 2008, p. 8.
tors”, Human Resource Management Review p. 152-153. 96. Ryan et al., “Designing and Implemen-
19, 2009, p. 324-333. 80. “Unrest in Egypt Highlights Importan- ting Global Staffing Systems”, p. 87.
71. Charles Hill, International Business, Burr ce of Crisis Management Plans, Experts 97. Ibid., p. 92.
Ridge, IL: Irwin, 1994, p. 519-520; Jo- Say”, BNA Bulletin to Management, 8 fev.
seph Martocchio, Strategic Compensation, 2011, p. 41-42.
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72. Martocchio, Strategic Compensation, 82. Baseado em Samuel Greengard, “Mis-
p. 402-403. sion Possible: Protecting Employees
73. Disponível em: <http://aoprals.state.gov/ Abroad”, Workforce, ago. 1997, p. 30-32.
content.asp? content_id=186&menu_id= Veja também Z. Phillips, “Global Firms
81>. Acesso em: 1 jul. 2011. Consider Additional Cover for Overseas
I
N. do E.: As informações apresentadas aqui dizem respeito à realidade norte-americana, a do autor do livro.
Portanto, o intuito de incluí-las na edição brasileira é mais ilustrativa, como um complemento de curiosida-
de ao conteúdo aprendido ao longo dos capítulos.
de Capital Humano da Society for Human Resources Management observou que até mesmo as
empresas com menos de 100 empregados, muitas vezes, gastam o equivalente a duas pessoas
a cada ano tratando de questões de ARH.4 No entanto, esse tempo geralmente fica contabili-
zado no longo dia de trabalho do proprietário.
PRIORIDADES Não é apenas o tamanho, mas a realidade da situação que leva muitos
empresários a gastar mais tempo e recursos em questões não relacionadas ao RH. Depois de
estudar pequenas empresas de e-commerce no Reino Unido, um pesquisador concluiu que,
tão importante quanto a ARH, que simplesmente não representava uma prioridade para
essas empresas, era:
Dada a sua falta de recursos, em termos de tempo, dinheiro, pessoas e conhecimen-
tos, os imperativos organizacionais do gestor em uma PME típica [pequenas e médias
empresas] são percebidos em finanças, produção e marketing, com o RH em dimi-
nuída importância relativa.5
INFORMALIDADE Um efeito disso é que as atividades de ARH tendem a ser mais infor-
mais em pequenas empresas. Por exemplo, um estudo analisou as práticas de treinamento de
cerca de 900 pequenas empresas familiares e não familiares.6 O treinamento tende a ser in-
formal, com ênfase, por exemplo, em métodos como o colega de trabalho e de treinamento
de supervisão no trabalho. Como um pesquisador diz, a necessidade de pequenas empresas
a se adaptar rapidamente a desafios competitivos, muitas vezes, significa lidar com questões
como aumentos, avaliações e tempo de folga “numa base informal e reativa”.7
O EMPREENDEDOR Empreendedores são pessoas que criam empresas em condições
de risco, e iniciar novos negócios a partir do zero é sempre arriscado. Empresários, por-
tanto, precisam ser dedicados e visionários. Os pesquisadores acreditam que nas pequenas
empresas a “relativa informalidade, em parte, decorre de empresários”. Empresários tendem
(entre outras coisas) a ser um pouco o controle: “Os proprietários tendem a querer impor
sua marca e estilo de gestão de pessoal em assuntos internos, incluindo o principal objetivo
e orientação da empresa, suas condições de trabalho e políticas, além do estilo de comunica-
ção interna e externa e como é comunicada ao pessoal”.8
IMPLICAÇÕES Essas quatro diferenças, muitas vezes, significam que as pequenas empre-
sas podem enfrentar diversos riscos especiais de recursos humanos relacionados com a gestão.
• Primeiro, os proprietários de pequenas empresas correm o risco de que suas práti-
cas relativamente rudimentares de recursos humanos irão colocá-los em desvantagem
competitiva. Assim, um pequeno empresário que não usa pré-seleção virtual pode ser
acumulando custos desnecessários e, provavelmente, decorrentes de resultados infe-
riores do que (maiores) concorrentes.
• Em segundo lugar, a empresa não dispõe de conhecimentos especializados em RH.9
Ele pode ter, no máximo, uma ou duas pessoas dedicadas à ARH, responsáveis por
uma gama completa de funções de RH. Isso torna mais provável problemas em áreas
específicas, como o direito de oportunidades iguais de emprego.
• Em terceiro lugar, o pequeno empresário pode não estar totalmente em conformi-
dade com as normas e as leis de compensação. Estes incluem pagar por horas ex-
traordinárias trabalhadas, e distinguir entre funcionários e prestadores de serviços
independentes, por exemplo.
• Em quarto lugar, duplicação de papelada significa erros de entrada de dados. Para as
pequenas empresas, muitas das quais não usam sistemas de informação de recursos
humanos, dados de funcionários (nome, endereço, estado civil etc.), muitas vezes,
aparecem em várias formas de ARH (registros médicos, formas de inscrição, formulá-
rios W-4, entre outros). Qualquer mudança exige alterar manualmente toda a papela-
da. Isso é muito demorado e ineficiente, e pode precipitar erros.
familiares e de rápido crescimento. Eles concluíram que o sucesso das PME de alto cresci-
mento foi por conta da maior importância ao treinamento e desenvolvimento, avaliação de
desempenho, pacotes de recrutamento, manter o moral, e definir níveis de remuneração
competitivos, em comparação às empresas de baixo desempenho: “Esses resultados sugerem
que essas atividades de recursos humanos têm, de fato, um impacto positivo no desempenho
[em pequenas empresas]”.11 O Quadro RH como centro de lucro ilustra isso.
Para muitas pequenas empresas, a gestão eficaz dos recursos humanos também é obriga-
tória. A maioria dos fornecedores (e, portanto, seus fornecedores) devem estar em confor-
midade com os padrões internacionais de qualidade. Assim, para cumprir com os requisitos
ISO-9000, grandes clientes “são diretamente verificados quanto à presença de certas políticas
de RH, ou, mudanças são exigidas indiretamente, por exemplo, treinamento [do pequeno
fornecedor] e projeto de trabalho”.12 Nós veremos, neste módulo, métodos que gerentes de
pequenas empresas podem utilizar para melhorar suas práticas de ARH, começando com a
Internet e as ferramentas do governo.
Abordar essas questões começa com decidir quais leis trabalhistas federais se aplicam à
empresa. Por exemplo, o Artigo VII da Lei dos Direitos Civis de 1964 aplica-se aos emprega-
dores com 15 ou mais empregados, enquanto a discriminação por idade na lei de emprego
de 1967 aplica-se a empresas com 20 ou mais pessoas.16 Pequenos empresários podem encon-
trar as respostas legais que precisam on-line, em sites de órgãos federais como os seguintes.
DOL O Ministério do Trabalho dos EUA (DOL), “Assessoria de Direito do Trabalho”
(<www.dol.gov/elaws/firststep/>) ajuda as pequenas empresas a determinar que leis se apli-
cam ao seu negócio. Em primeiro lugar, o assistente elaws leva o proprietário a perguntas
como “Qual é o número máximo de trabalhadores que a sua empresa ou organização utiliza
ou vai utilizar durante o ano civil?”.
Prosseguindo com o assistente, o pequeno empresário chega a uma página de “resulta-
dos”. Esta diz: “Com base no inTreinamento, fornecido em resposta às perguntas, as seguin-
tes leis trabalhistas administradas pelo Ministério do Trabalho podem ser aplicadas ao seu
negócio ou organização”.17 Para uma pequena empresa típica, essas leis poderiam incluir Lei
de Proteção do Consumidor de Crédito, Lei de Protecção de polígrafo no emprego, Lei de
Padrões Justos de Trabalho, Lei de Imigração e Nacionalidade, Lei da Segurança do Trabalho
e de Saúde, Lei dos Serviços Uniformizados de emprego e dos Direitos de Reemprego, e Lei
Whistleblower.
Um site vinculado ao DOL (<www.dol.gov/sc/flsa/index.htm>) fornece informações so-
bre o Fair Labor Standards Act (FLSA), que contém várias “assessorias de leis pela web“. Cada
um fornece orientação prática sobre questões como quando pagar horas extras.
EEOC A Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego (EEOC) dos EUA administra o
Artigo VII da Lei de 1964, a Lei sobre discriminação de idade no emprego de 1967 (ADEA),
o Título I da Lei de Americanos com Deficiência de 1990 (ADA), e a Lei da Igualdade de
1963 (EPA). Seu site (<www.eeoc.gov/employers/>) contém informações importantes sobre
as seguintes questões:
• Como posso saber se o meu negócio é abrangido por leis EEOC?
• Quem pode apresentar uma acusação de discriminação à EEOC?
• Uma pequena empresa pode resolver uma acusação sem sofrer uma investigação ou
enfrentar uma ação judicial?
O site (<www.eeoc.gov/employers/index.cfm>) fornece aos proprietários de pequenas
empresas conselhos práticos, como “O que devo fazer quando alguém entra com acusação
contra minha empresa?”.
Planejamento e recrutamento
Recursos da Internet podem tornar os donos de pequenos negócios tão eficazes quanto os seus
grandes concorrentes, ao escrever descrições de cargos e conquistar grupos de candidatos.
Como vimos no Capítulo 4, o O*NET do Ministério do Trabalho dos EUA (<http://online.
onetcenter.org>) ilustra isso. O assistente on-line permite que os proprietários de negócios
criem descrições de cargo precisos e profissionais, e especificações de trabalho rapidamente.
RECRUTAMENTO on-line Da mesma forma, os proprietários de pequenas empresas po-
dem usar as ferramentas de recrutamento on-line que discutimos no Capítulo 5. Por exemplo,
é fácil postar cargos em anúncios de trabalho da Internet, como <CareerBuilder.com>, nos sites
das associações profissionais, ou nos sites dos jornais locais.
Seleção
Para a pequena empresa, um ou dois erros de contratação poderiam causar estragos. Um
programa de teste formal, de preferência baseado na web, como o aplicado pela City Garage,
é aconselhável.
Alguns testes são tão fáceis de usar que são particularmente bons para as empresas me-
nores. Um deles é o teste de Pessoal Wonderlic, que mede a capacidade mental geral. O
candidato lê as instruções e, em seguida, observando o tempo (duração menos de 15 minu-
tos) deve trabalhar com os 50 problemas. A pontuação do candidato é a soma do número de
respostas corretas. A comparação da pontuação da pessoa com o mínimo recomendado para
várias ocupações mostra se a pessoa atingiu a média aceitável para o trabalho em questão.
= Adequação fraca
17 QI equivalente
95
Fonte: “Wonderlic Personnel
Test”, do website do Wonderlic.
Copyright© 2012 by Wonderlic, Inc.
Reimpressa com permissão.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Análise da pontuação
Adequação ao trabalho: aqueles que apresentaram esta pontuação não reúnem as habilidades cognitivas exigidas
pelo trabalho. A complexidade dessa posição pode tornar difícil para esses indivíduos agregar padrões mínimos ao
desempenho da função.
Potencial de treinamento: o realizador deste teste é capaz de receber o máximo de benefício a partir do
treinamento que segue uma abordagem programada ou de domínio para o aprendizado. Concedido um prazo razoável,
este indivíduo pode demonstrar a habilidade necessária para aprender um número limitado de procedimentos de
rotina, prolongados. Permita tempo suficiente à prática do treinamento antes de requisitar este indivíduo para
trabalhar independentemente.
O Predictive Index é outro exemplo. Ele mede traços de personalidade, unidades e com-
portamentos relacionados ao trabalho, em particular, dominância, extroversão, paciência e
formalidade. O modelo é simples, incluindo quinze padrões de personalidade de referência.
Por exemplo, há o padrão de “interesse social”, para uma pessoa que é, geralmente, altruísta,
agradável, persuasiva, paciente e despretensiosa. Essa pessoa seria um bom entrevistador de
pessoal, por exemplo.
Muitos fornecedores, incluindo Wonderlic e o Predictive Index, oferecem compilação de
candidato on-line e serviços de triagem. O Serviço de Wonderlic (que custa cerca de US$ 8,5 mil
por ano para uma empresa com 35 funcionários) primeiro fornece análises de cargo para o
empregador, em seguida fornece um site onde candidatos às pequenas empresas podem se co-
nectar e fazer um ou vários testes de seleção (incluindo o teste de Pessoal Wonderlic). A Figura
MB.1 mostra um relatório parcial de um candidato. Aqui, estão algumas sugestões da revista
Inc. para o recrutamento e os processos de seleção em um pequeno negócio:
• Mantenha foco no negócio. Use divulgação on-line do trabalho que visa a um deter-
minado setor ou cidade para minimizar os candidatos irrelevantes.18 Por exemplo,
<jobing.com> mantém 41 locais de trabalho específicos da cidade em 19 estados. Já o
<beyond.com> hospeda centenas de comunidades específicas do setor.
• Automatize o processo. Sistemas automatizados de processamento de candidatos são
baratos o suficiente para os pequenos empregadores. Por exemplo, os sistemas de
Taleo, NuView Systems, e Accolo aceitam currículos e ajudam a automatizar o proces-
so de triagem. NuView, que custa cerca de US$ 6 a US$ 15 por mês, por usuário, pode
imediatamente fazer perguntas aos candidatos e descartar aqueles sem a educação
necessária, por exemplo.19
• Teste on-line. Use testes on-line, por exemplo, para testar a velocidade de digitação de
um candidato, a proficiência em QuickBooks, ou mesmo capacidade de vender por
telefone. Por exemplo, PreVisor e Kenexa oferecem cerca de mil avaliações on-line,
variando até US$ 50 por teste.20
• Use seu círculo interno. Fale com amigos e funcionários para recomendações e use
sites de redes sociais como LinkedIn e Facebook. Um gerente diz: “Eu recebo pessoas
indicadas, então eu não tenho que passar horas triando currículos”.21
• Envie uma gravação. A InterviewStream, em Bethlehem, Pensilvânia, nos EUA, gra-
va entrevistas em vídeo on-line, por cerca de US$ 30 a US$ 60. A empresa envia ao
candidato um convite por e-mail com um link. Ao clicar no link, um entrevistador
faz perguntas pré-gravadas de vídeo da empresa. A webcam captura respostas do
candidato, que podem ser regravadas. Gerentes de contratação podem rever os ví-
deos à vontade.22
Treinamento
Pequenas empresas não podem competir com os recursos de treinamento de gigantes, como a
General Electric. Entretanto, o treinamento on-line pode proporcionar, a um custo relativamente
baixo, treinamento que costumava estar fora do alcance da maioria dos pequenos empregadores.
FORNECEDORES PROVADOS O pequeno empresário pode ter centenas de forne-
cedores de soluções de treinamento “pré-embalados”. Estes vão desde os programas de
autoestudo da American Management Association (<www.amanet.org>) e SHRM (<www.
shrm.org>), até programas especializados. Por exemplo, o empregador pode organizar
com a PureSafety para que seus funcionários façam cursos de segurança do trabalho em
<www.puresafety.com>.
Avaliação e remuneração
Pequenos empregadores têm acesso fácil a serviços informatizados on-line de avaliação e
compensação. Por exemplo, o avaliador Employee (<www.employeeappraiser.com/index.
php>) apresenta um menu de mais de uma dezena de dimensões de avaliação, incluindo
confiabilidade, iniciativa, comunicação, tomada de decisão, liderança, bom senso, planeja-
mento e produtividade.26 Dentro de cada dimensão, são vários fatores de desempenho, mais
uma vez em forma de menu. O sistema de software eAppraisal da Halogen é outro exemplo.27
Da mesma forma, a falta de acesso fácil a pesquisas salariais, torna difícil e demorado para
as pequenas empresas ajustarem suas tabelas salariais. Hoje, sites como <www.salary.com> tor-
nam mais fácil determinar a remuneração local.
Segurança e saúde
A segurança é uma questão importante para os pequenos empregadores. Um estudo euro-
peu descobriu que a maioria de todos os acidentes de trabalho, incluindo os graves acidentes,
ocorrem em empresas com menos de 50 empregados.28 A OSHA oferece vários serviços gra-
tuitos para os pequenos empregadores.
CONSULTORIA OSHA29 A OSHA fornece gratuitamente serviços de segurança e saúde
no local para pequenas empresas. Ela utiliza especialistas em segurança dos governos esta
duais que oferecem consultorias, geralmente, no local de trabalho do empregador. Os empre-
gadores podem contatar o escritório OSHA da área mais próxima para falar com o especia-
lista em assistência de cumprimento. Empregadores também podem conferir o treinamento
disponível no OSHA Training Institute em Chicago, ou em um dos cerca de 20 centros de
educação, localizados em faculdades e universidades norte-americanas.
O empregador desencadeia o processo, solicitando uma consulta voluntária. Há, então,
uma conferência de abertura com um especialista em segurança, uma vistoria, e uma con-
ferência de encerramento em que o empregador e o especialista em segurança discutem as
observações deste último. A única obrigação do empregador é de se comprometer a corrigir
graves falhas de segurança e riscos para a saúde do trabalho.
RH na prática
Um processo de entrevistas simples e otimizado
O pequeno empresário, pressionado pelo tempo, pode utilizar o seguinte processo prático de
entrevista de emprego:32
Organizando a entrevista
• Tenha um plano Conceba e utilize um plano para orientar a entrevista. De acordo com o espe-
cialista em entrevista John Drake, aspectos significativos para levantar sobre o candidato são:
{{ experiências universitárias
{{ experiências de trabalho temporário, em tempo parcial
{{ experiência profissional em tempo integral (uma por uma)
{{ objetivos e ambições
{{ reações ao trabalho para o qual está sendo entrevistado
{{ autoavaliação (pontos fortes e fracos)
{{ experiências militares
{{ atividades fora da atual33
• Siga seu plano Comece com uma pergunta aberta para cada tópico, como: ”Você poderia
me dizer o que você fez na faculdade?”. Então obtenha informações sobre o conhecimento
e a experiência da pessoa, além de motivação, inteligência e personalidade.
TESTES DE AMOSTRA DO TRABALHO Suponha que você está tentando contratar, por
exemplo, um gerente de marketing, e quer uma maneira simples de filtrar seus candidatos. A
elaboração de um teste de trabalho é uma solução simples. Um teste de amostra do trabalho
significa fazer os candidatos executarem amostras reais do trabalho em questão. Esses testes
têm validade óbvia (medir claramente deveres reais de trabalho) e são fáceis de elaborar.
O processo é simples. Quebrar as principais funções do trabalho em componentes de
tarefas, como escrever um anúncio. Então, pedir ao candidato para fazer uma amostra da ta-
refa. Por exemplo, para o cargo de gerente de marketing, pedir ao candidato que passe uma
hora projetando um anúncio, e também solicite a escrita por meia hora de um programa de
pesquisa de marketing para um produto hipotético.
Flexibilidade no treinamento
As pequenas empresas também têm tipicamente uma abordagem mais informal de trei-
namento e desenvolvimento. Por exemplo, um estudo com 191 pequenas e 201 grandes
empresas na Europa descobriu que as empresas menores eram muito mais informais em
suas abordagens de treinamento e desenvolvimento.34 Muitas das pequenas empresas não
acompanham sistematicamente as necessidades de competências de seus gestores, e menos
de 50% (contra 70% das grandes empresas) tinham programas de desenvolvimento de car-
reira. As pequenas empresas também tendem a concentrar todo o treinamento de gestão na
aprendizagem de competências específicas relacionadas à empresa, como a forma de vender
os produtos da empresa.35 Isso acontece em razão de limitações de recursos e relutância em
investir muito em gestores que podem sair.
QUATRO ETAPAS DO PROCESSO DE TREINAMENTO Com recursos limitados ou
não, as pequenas empresas devem ter procedimentos de treinamento. Segue um processo de
treinamento de quatro etapas simples, mas eficazes.
Passo 1 Escreva uma descrição do trabalho A descrição detalhada do trabalho é o coração
de um programa de treinamento. Listar as tarefas de cada posto de trabalho, junta-
mente a um resumo das etapas em cada tarefa.
Passo 2 Desenvolva um formulário de registro de análise de tarefas O pequeno empre-
sário pode usar um formulário de Análise de Tarefas abreviado (Quadro MB.1),
contendo quatro colunas para orientar o treinamento necessário.
O Quadro MB.1 mostra os cinco primeiros passos em uma das tarefas (operar
cortador de papel) para que o proprietário de uma fábrica de impressão possa trei-
nar a pessoa que faz o corte do papel antes de colocá-lo nas impressoras.
• Na primeira coluna, a lista de tarefas específicas. Incluir o que é para ser realiza-
do em termos de cada uma das tarefas principais, e os passos envolvidos em cada
uma delas.
• Na segunda coluna, os padrões de desempenho (em termos de quantidade, qua-
lidade, precisão, e assim por diante).
• Na terceira coluna, a lista de habilidades treináveis necessárias, coisas que o em-
pregado deve saber ou fazer para executar a tarefa.
• Na quarta coluna, a lista de aptidões necessárias. Estas são as aptidões humanas
(como a compreensão mecânica), que o empregado deve ter para ser treinável,
e para as quais deve ser testado.
Passo 3 E
labore uma ficha de instruções de trabalho Em seguida, desenvolver uma Ficha
de Instrução de Trabalho para o cargo. Como no Quadro MB.2, uma folha de Ins-
trução de Trabalho mostra as etapas de cada tarefa, bem como os pontos-chave para
cada uma.
No Wards Móveis,
os trabalhadores
podem compartilhar
as responsabilidades
empregatícias e fazer algum
trabalho em tempo parcial
de casa.
Advertências
Existem várias desvantagens potenciais para as PEO. Se a PEO sai do negócio, o pequeno em-
presário deve lutar para conseguir manter seus funcionários assegurados.61 Muitos emprega-
dores visualizam seus processos de ARH (a exemplo do treinamento de novos engenheiros)
como uma vantagem estratégica, e não estão dispostos a entregar tarefas como essas pessoas
de fora. A responsabilidade pela cisão também pode ser problemática.
Vários fatores podem sinalizar problemas. Um deles é a negligência na diligência devida.
Por exemplo, como compartilham a responsabilidade com o empregador, devem questioná-lo
extensivamente sobre as políticas e práticas de recursos humanos, segurança e local de trabalho
de sua empresa.62
II
N. do R.T.: No Brasil, é mais comum que escritórios de contabilidade tenham esse papel.
RH e intranet
Os empregadores muitas vezes instalam sistemas de RH baseados na intranet. Por exemplo,
a LG & E Energy Corporation utiliza a sua intranet na comunicação de benefícios. Os fun-
cionários podem acessar a página inicial de benefícios (entre outras informações) e revisar
o 401 (k) da empresa, opções de investimento do plano, obter respostas às perguntas mais
frequentes sobre planos de saúde e odontológico da empresa, e relatar alteração da situação
familiar. Outros usos para intranets de recursos humanos incluem: automatizar postagens e
rastreamento de candidatos a emprego, estabelecer registro de treinamento, fornecer reci-
bos de pagamento eletrônicos, publicar um manual eletrônico do empregado, e permitir que
os funcionários atualizem seus perfis pessoais e acessem suas contas, como a 401 (k).
Revisão
RESUMO
1. ARH em pequenas empresas é diferente por quatro 2. A Assessoria de Direito do Trabalho do Ministério do
razões principais: o tamanho, as prioridades, a infor- Trabalho dos EUA ajuda os empregadores (e, particu-
malidade e a natureza do empreendedor. Estes criam larmente, as pequenas empresas) a determinar que
vários riscos. Primeiro, os proprietários de pequenas leis se aplicam ao seu negócio. O site do DOL tam-
empresas correm o risco de que suas práticas, relati- bém fornece informações sobre a Lei de Padrões jus-
vamente rudimentares, de recursos humanos os colo- tos de Trabalho (FLSA). Ele contém vários conselhos.
quem em desvantagem competitiva. Além disso, exis- O site da Comissão (EEOC) The Equal Employment
te uma falta de conhecimento especializado de RH; a Opportunity dos EUA fornece informações importan-
empresa menor, provavelmente, não tratará de forma tes sobre as questões da EEOC, como o artigo VII. O
adequada o potencial litígio no local de trabalho; o site da Administração de Saúde e Segurança Ocupa-
pequeno empresário pode não estar totalmente em cional do DOL apresenta igualmente uma riqueza de
conformidade com as normas e leis de compensação; informações para os pequenos empresários. O site da
o retrabalho e a papelada levam a ineficiências e er- OSHA estabelece, entre outras questões, fácil acesso
ros de entrada de dados. ao Manual do OSHA para pequenas empresas.
3. Recursos da Internet podem tornar os proprietários tos de treinamento. Ter funcionários com alto poten-
de pequenas empresas mais eficazes na ARH. Por cial não garante que haverá sucesso. Em vez disso,
exemplo, o O*NET do Ministério do Trabalho dos eles devem saber o que você quer e como você quer
EUA é eficaz para a criação de descrições de cargos. que eles façam isso. Discutimos um processo de trei-
Pequenas empresas podem usar as ferramentas de re- namento-instrução de trabalho menos complexo,
crutamento on-line que discutimos no Capítulo 5. O mas ainda assim eficaz.
serviço de monitoramento de candidatos Wonderlic 7. A maioria das pequenas empresas são familiares.
também fornece análises de cargo para o empregador. Tratamento desigual entre trabalhadores familiares
Há muitos fornecedores de soluções de treinamento e não familiares pode prejudicar a percepção de jus-
pré-embalados. Estes incluem desde os programas de tiça, bem como a moral. Discutimos métodos para
autoestudo da American Management Association reduzir esses problemas.
(<www.amanet.org/>) e SHRM (<www.shrm.org>), 8. Muitos pequenos empresários observam todas as
até programas especializados. Small Business Admin- questões envolvidas com a gestão de pessoal e deci-
istration, do governo federal dos EUA (<www.sba. dem terceirizar todas, ou a maioria, das suas funções
gov/training/>) oferece cursos on-line. Pequenos de recursos humanos para fornecedores externos,
empregadores também podem fazer avaliações de de- geralmente chamados de organizações de empre-
sempenho on-line. OSHA fornece serviços gratuitos gadores profissionais (PEO), de recursos humanos
de segurança e saúde para pequenas empresas. terceirizados (HRO), empregados ou empresas de
4. As pequenas empresas precisam alavancar seus pon- locação de pessoal. No mínimo, essas empresas assu-
tos fortes e, no trato com os empregados, devem mem tarefas da folha de pagamento, mas geralmente
aproveitar seu pequeno tamanho. Insignificância assumem mais tarefas de recursos humanos. A PEO
deve se traduzir em familiaridade com os pontos lida com atividades relacionadas com o empregado,
fortes, necessidades e situação familiar de cada cola- como recrutamento, contratação (somadas à aprova-
borador. E isso deve se traduzir no luxo de ser rela- ção dos superiores das empresas clientes), folha de
tivamente flexível e informal nas políticas e práticas pagamento e impostos.
de ARH que a empresa segue. Mesmo sem os bolsos 9. Mesmo as pequenas empresas utilizam formulários
de grandes, as pequenas empresas podem oferecer relacionados a RH. Muito pequenos empregadores
aos funcionários benefícios de trabalho e vida pes- começam com um sistema manual de ARH. Isso,
soal que os grandes empregadores, geralmente, não geralmente, significa a obtenção e a organização de
podem igualar. um conjunto de formulários padronizados, abran-
5. O acesso a benefícios de aposentadoria é mais pre- gendo cada aspecto do RH – recrutamento, seleção,
valente em grandes empresas do que nas pequenas. treinamento, avaliação, remuneração e segurança,
Existem várias maneiras simples para as pequenas bem como alguns meios para organizar todas essas
empresas oferecerem planos de aposentadoria para informações. Empresas de catálogos de mala direta
seus empregados. Por exemplo, a lei Pension Protec- oferecem uma variedade de materiais de RH. À me-
tion de 2006 contém uma disposição para um novo dida que a empresa cresce, a maioria das pequenas
tipo de benefício de aposentadoria, que combina e médias empresas começam a informatizar tarefas
planos 401 (k) tradicionais e benefício definido. individuais de RH. Por exemplo, a empresa G. Neil
6. Pequenas empresas dependem de práticas de re- vende pacotes de software de prateleira para monito-
crutamento, seleção e treinamento mais informais. ramento de atendimento, registros de empregados,
A elaboração de um teste de amostra de trabalho descrições de cargo, escrita de manuais de políticas
é uma solução simples. Com recursos limitados ou de empregados, e realização de avaliações computa-
não, as pequenas empresas devem ter procedimen- dorizadas de funcionários.
Exercícios de aplicação
ESTUDO DE CASO EM RH: Empresa de limpeza Carter
Notas
1. “Statistics of U.S. Businesses and Non-Employer Status”. Disponível 10. No entanto, um estudo concluiu que o aumento dos custos de
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2009; disponível em: <http://www.bls.gov/news.release/empsit. nho compensam os aumentos de produção associada com práti-
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2. “Small Business Economic Indicators 2000”, Office of Advocacy, the HRM–Performance Link: Value Creating and Cost Increasing
U.S. Small Business Administration, Washington, D.C., 2001, p. 5. Effects of Small-Business HRM”, Journal of Management Studies
Ver também “Small Business Laid Foundation for Job Gains”. 43, n. 2, mar. 2006, p. 319-342. Para provas de efeitos positivos
Disponível em: <www.sba .gov/advo>. Acesso em: 9 mar. 2006. do RH em pequenas empresas, veja também Andrea Rauch et
3. Estudos mostram que o tamanho da empresa afeta as atividades al., “Effects of Human Capital and Long-Term Human Resources
de recursos humanos, como remuneração de executivos, treina- Development and Utilization on Employment Growth of Small-S-
mento de pessoal e terceirização de RH. Peter Hausdorf e Dale cale Businesses: A Causal Analysis”, Entrepreneurship Theory and
Duncan, “Firm Size and Internet Recruiting in Canada: A Prelim- Practice 29, n. 6, nov. 2005, p. 681-698; Andre Grip e Inge Sieben,
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3, jul. 2004, p. 325-334. Productivity and Employee’s Wages”, Applied Economics 37, n. 9,
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benchmarking.aspx>. Acesso em: 23 out. 2014. mily-Owned SMEs”, Journal of Small Business Management 44, n.
5. Graham Dietz et al., “HRM Inside UK E-commerce Firms”, Inter- 4, out. 2006, p. 531-543. Veja também Jake Messersmith e James
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6. Bernice Kotey e Cathleen Folker, “Employee Training in SMEs: nizations: Implications for Firm Performance”, Human Resource
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7. Dietz et al., “HRM Inside UK E-commerce Firms”. 13. Baseado em Donna Harris, “Mentors Cut Turnover Costs, Boost Sa-
8. Ibid. Veja também N. Wasserman, “Planning a Start-Up? Seize the les Loyalty”, Automotive News, 28 jun. 2010. Disponível em: <http://
Day ... Then Expect to Work All Night”, Harvard Business Review www.autonews.com/article/20100628/RETAIL07/306289995/
87, n. 1, jan. 2009, p. 27. mentors-cut-turnover-costs-boost-sales-loyalty>.
9. Os quatro pontos seguintes têm base em Kathy Williams, “Top 14. Ibid.
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17. Disponível em: <www.DOL.gov/elaws>. tional Learning and HRD: How Appro- 2006, p. 39, 45.
Acesso em: 10 fev. 2008. priate Are They for Small Firms?”, Jour- 57. Lyle DeWitt, “Advantages of Human Re-
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19. Ibid. 2006, p. 40. 59. Ibid.
20. Ibid. 37. Gina Ruiz, “Smaller Firms in Vanguard of 60. Ibid.
21. Ibid. Flex Practices”, Workforce Management 84, 61. Ibid.
22. Ibid. n. 13, 21 nov. 2005, p. 10. 62. Ibid.
23. Paul Harris, “Small Businesses Bask in 38. Kira Bindrum, “Little Firms Redefine 63. Para uma lista mais completa, veja, por
Training’s Spotlight”, T + D 59, n. 2 (ou- Culture of Work”, Crain’s New York Busi- exemplo, Sondra Servais, Personnel Direc-
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24. Ibid. 39. Ibid. p. 7-13. ducts, 1994. Disponível em: <http://www.
25. Disponível em: <http://www.themanufac- 40. Ruiz, “Smaller Firms in Vanguard of Flex hr.com/en/free_forms/>. Acesso em: 10
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26. Disponível em: <www.employeeapprai- 42. Ibid. 64. Disponível em: <http://www.officedepot.
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28. Jan de Kok, “Precautionary Actions with- 45. Disponível em: <www.dol.gov/ebsa/pdf/ 65. Disponível em: <www.ihrim.org>. Acesso
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29. Sean Smith, “OSHA Resources Can Help dez. 2006, p. 30. nível em: <http://www.hr-guide.com/
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2003, p. 4. Disponível em: <www.osha. derwriter 111, n. 45, 3 dez. 2007, p. 12-13. Laudon, “Management Information Sys-
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26 maio 2007. 49. Phillip Perry, “Welcome to the Family”, and Technology”, Upper Saddle Riv-
30. Disponível em: <www.osha.gov/dcsp/ Restaurant Hospitality 90, n. 5, mai. 2006, er, NJ: Prentice Hall, 1998, p. G7. Veja
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17 fev. 2010. 50. Ibid. Kahn, “The Governance of Records Man-
31. Dietz et al., “HRM Inside UK E-Commer- 51. Ibid. agement”, Directors and Boards 26, n.
ce Firms”. 52. Ibid. 3 (primavera 2002), p. 45-48; Anthony
32. Baseado em John Drake, “Interviewing for 53. Ibid. Hendrickson, “Human Resource Infor-
Managers: A Complete Guide to Employ- 54. Jane Applegate, “Employee Leasing Can mation Systems: Backbone Technology
ment Interviewing”, Amacom, New York, Be a Savior for Small Firms”, Business of Contemporary Human Resources”,
1982. Courier Serving Cincinnati–Northern Ken- Journal of Labor Research 24, n. 3 (verão
33. Ibid. tucky, 28 jan. 2000, p. 23. 2003), p. 381-395.
34. Colin Gray e Christopher Mabey, “Man- 55. Layne Davlin, “Human Resource Solu-
agement Development: Key Differenc- tions for the Franchisee”, Franchising
es Between Small and Large Businesses World 39, n. 10, out. 2007, p. 27-28.
Casos abrangentes
Bandag Automotive*
Jim Bandag assumiu o negócio de autopeças de sua família em 2005, depois de ajudar o seu
pai, que fundou a empresa, a tocá-la por cerca de 10 anos. Com sede em Illinois, nos EUA,
a Bandag emprega cerca de 300 pessoas e distribui peças automotivas (escapamentos de
reposição, lâmpadas, peças de motor etc.) por meio de duas divisões, uma que fornece para
estações de serviço e oficinas de reparação, e outra que vende material de varejo através de
cinco lojas de autopeças chamadas “Bandag Automotive”.
O pai de Jim, e agora Jim, sempre se esforçaram para manter o organograma da Bandag
tão simples quanto possível. A empresa possui um controlador em tempo integral, os gesto-
res de cada uma das cinco lojas, um gerente que supervisiona a divisão de distribuição e o
assistente executivo de Jim Bandag. Jim e seu pai, que trabalha em tempo parcial, cuidam das
áreas de marketing e vendas.
O assistente executivo de Jim administra o dia a dia e as tarefas da empresa na gestão de
recursos humanos, mas a empresa terceiriza a maioria das atividades de RH, incluindo uma
agência de emprego que faz o recrutamento e a seleção; uma empresa de benefícios que
administra o plano 401 (k); e um serviço de folha de pagamento que processa os contrache-
ques. Os sistemas de gestão de recursos humanos da Bandag consistem quase inteiramente
de modelos de documentos de RH padronizados, comprados de um fornecedor de RH. Eles
incluem modelos, tais como formulários de avaliação de candidatos e desempenho, bem
como um teste de “honestidade” que a Bandag utiliza para testar o pessoal que trabalha nas
cinco lojas. A empresa realiza pesquisas salariais informais para ver o quanto as outras em-
presas da região estão pagando para posições semelhantes, e recorre a esses resultados para a
concessão de aumentos por mérito anuais (que na verdade são mais ajustes de custo de vida).
O pai de Jim tem uma abordagem bastante paternal para o negócio. Ele sempre fala com
os seus funcionários, descobre os seus problemas e até mesmo os ajuda com um ocasional
empréstimo – por exemplo, em casos de doença, ou para inteirar no valor para comprar
uma nova casa. Jim, por outro lado, tende a ser mais sério, e não partilha do mesmo relacio-
namento caloroso com os empregados como seu pai. Jim não é injusto ou ditatorial. Ele só
está muito focado em melhorar o desempenho financeiro da Bandag, por isso todas as suas
decisões, incluindo as relacionadas ao RH, geralmente, são para cortar custos. Por exemplo,
sua reação instintiva é, muitas vezes, oferecer menos dias de folga, em vez de mais, menos be-
nefícios, em vez de mais e ser menos flexível quando um funcionário precisa, por exemplo,
de alguns dias fora, porque um filho está doente.
Portanto, talvez não seja surpreendente que, ao longo dos últimos anos, as vendas e os
lucros da Bandag têm aumentado significativamente, entretanto a empresa encontra-se cada
vez mais enredada em questões de igualdade e RH. Na verdade, Jim agora passa um ou dois
dias por semana abordando problemas de RH. Por exemplo, Henry Jaques, um funcionário
de uma das lojas, procurou o assistente executivo de Jim e lhe disse que estava muito bravo
com a sua recente demissão e, provavelmente, iria processar a empresa. O gerente de loja
de Henry afirmou em sua última avaliação de desempenho que Henry fez bem os aspectos
técnicos do seu trabalho, mas que ele tinha “sérios problemas ao interagir com seus colegas
de trabalho”. Ele estava constantemente discutindo com eles, e reclamando para o gerente
da loja sobre as condições de trabalho. O gerente da loja tinha dito a Jim que ele teve que
demitir Henry porque o funcionário estava “envenenando o grupo”, e que (embora tenha
sentido pena porque ouviu rumores de que Henry sofria de alguma doença mental) ele sen-
tiu que tinha que fazer isso. Jim aprovou a demissão.
Gavin era outro problema. Gavin tinha trabalhado para Bandag por 10 anos, os dois últi-
mos como gerente de uma das cinco lojas da empresa. Logo após Jim Bandag ter assumido,
Gavin disse que precisava tirar uma licença médica por conta da necessidade de fazer uma
cirurgia no quadril, e Jim aprovou a licença. Quando Gavin voltou da licença, Jim lhe disse
que sua função tinha sido eliminada. Bandag decidiu fechar sua loja e abrir uma nova, maior
e em frente a um shopping center um pouco mais distante, nomeando um novo gestor na
ausência de Gavin. No entanto, a empresa deu a Gavin um cargo (não gerencial) na nova loja
como vendedor de balcão, com o mesmo salário e os mesmos benefícios que ele tinha antes.
Mesmo assim, Gavin insistiu: “Este trabalho não é como o anterior, ele não tem tanto pres-
tígio”. O funcionário alega que a lei de licença médica exige que a empresa o recoloque na
mesma posição, ou equivalente, e que isso significa uma posição de supervisão, semelhante
a que ele tinha antes de sair de licença. Jim disse que não e eles parecem estar caminhando
para processos judiciais.
Em outro caso na Bandag, a controller da empresa, Miriam, que estava na empresa havia
aproximadamente seis anos, entrou em licença-maternidade por 12 semanas em 2005 (tam-
bém sob a lei de licença médica) e, em seguida, recebeu um adicional de três semanas no
âmbito do programa de dias de doença prolongada da Bandag. Quatro semanas depois ela
voltou, perguntou a Jim Bandag se podia trabalhar menos horas por semana, e passar cerca
de um dia por semana trabalhando de casa. Ele recusou e a demitiu cerca de dois meses mais
tarde. Jim Bandag disse: “Sinto muito, a demissão não tem nada a ver com os seus pedidos re-
lacionados com a gravidez, mas temos amplas razões para demiti-la. Seus orçamentos mensais
têm tido vários dias de atraso, e temos prova de que você pode ter falsificado documentos”.
Ela respondeu: “Eu não me importo com o que você diz sobre suas razões: você está realmen-
te me demitindo por causa da minha gravidez, e isso é ilegal”.
Jim sentiu que estava em terreno seguro na defesa da empresa para essas ações, embora
não esperasse gastar tempo e dinheiro, que seriam necessários para resolver cada um dos
problemas. No entanto, o que ele aprendeu durante o almoço com um colega minou sua
confiança sobre outro caso que Jim tinha certeza que seria uma “jogada certa” para sua em-
presa. Jim estava explicando para seu amigo que um funcionário do caminhão de serviço de
manutenção da Bandag tinha se candidatado a um emprego para dirigir um dos caminhões
do departamento de distribuição, e que Jim tinha recusado porque o trabalhador era surdo.
Jim (cuja esposa, ocasionalmente, disse: “Ninguém jamais acusou Jim de ser politicamente
correto”) foi mencionar a seu amigo, o aparente absurdo de uma pessoa surda querer ser um
funcionário de entrega de caminhão. Seu amigo, que trabalha para a United Parcel Service
(UPS) empresa de logística, apontou que o Tribunal de Apelações para o Nono Circuito dos
EUA decidiu recentemente que a UPS tinha violado o Americans with Disabilities Act (lei
norte-americana para deficientes físicos), recusando-se a considerar os trabalhadores surdos
para trabalhos de condução de veículos menores da empresa.
Embora o pai de Jim esteja parcialmente aposentado, o pequeno aumento súbito na
frequência de questões do tipo Equal Employement Opportunity (EEO – lei, de 1972, que
trata da igualdade de oportunidades de emprego) o incomodava, principalmente depois de
tantos anos de paz trabalhista. No entanto, ele não tem certeza sobre o que fazer. Depois de
entregar as rédeas da empresa para seu filho, ele estava relutante em voltar para a tomada
de decisão operacional da empresa. Por outro lado, ele tinha medo já que, em curto prazo,
aquelas questões estavam drenando uma grande quantidade de tempo e recursos de Jim, e
no longo prazo, elas poderiam ser um sinal do que estava por vir, como a eventual falência da
Bandag Auto. Imagine que ele procura você, sabendo que conhece sobre gestão de recursos
humanos, e faz as seguintes perguntas.
Perguntas
1. Dado o tamanho da Bandag Auto, e qualquer outra informação que você tenha, deve-
mos reorganizar a função de gestão de recursos humanos? Se sim, por que e como?
2. Você faria algo para mudar e/ou melhorar os atuais sistemas, formas e práticas de RH
da empresa?
3. Você acha que o empregado que Jim demitiu por criar um “relacionamento veneno-
so” tem o direito legítimo contra a empresa? Se sim, por que e o que devemos fazer a
respeito?
4. É verdade que nós precisamos colocar Gavin de volta em uma posição equivalente, ou
foi suficiente recolocá-lo em um trabalho com o mesmo salário, bônus e benefícios que
ele tinha antes de sua licença?
5. Miriam, a controller, alega que a empresa está contra ela por ter ficado grávida, e que
o fato de levantarmos problemas de desempenho era apenas uma cortina de fumaça.
Você acha que a Equal Employment Opportunity Commission (EEOC – comissão para
oportunidade igual de emprego, criada pela lei dos direitos civis em 1964) e/ou tribu-
nais concordariam com ela? De qualquer forma, o que devemos fazer agora?
6. Um funcionário que é surdo pediu-nos para ser um de nossos entregadores e recusei.
Ele agora está ameaçando processar a empresa, o que devemos fazer, e por quê?
7. Nos 10 anos anteriores tivemos apenas uma reclamação trabalhista e, agora, nos últimos
anos, tivemos quatro ou cinco. O que devo fazer sobre isso? Por quê?
*
Baseado em fatos reais, mas o nome Bandag é fictício.
Fontes: “The Problem Employee: Discipline or Accommodation?”, Monday Business Briefing, 8 mar. 2005; “Employee Says
Change in Duties After Leave Violates FMLA”, BNA Bulletin to Management, 16 jan. 2007, p. 24; “Manager Fired Days After
Announcing Pregnancy”, BNA Bulletin to Management, 2 jan. 2007, p. 8; “Ninth Circuit Rules UPS Violated ADA by Barring
Deaf Workers from Driving Jobs”, BNA Bulletin to Management, 17 out. 2006, p. 329.
Angelo’s Pizza*
Angelo Camero foi criado no Bronx, Nova York, nos EUA, e, basicamente, sempre quis estar
no ramo de pizzaria. Quando jovem, ele às vezes passava horas na pizzaria local observando
o proprietário amassar a massa da pizza, alisando-a até deixá-la circular, arremessando-a para
cima, e, depois, espalhando o molho de tomate em cada uma. Depois de se formar na faculda-
de em marketing, ele voltou para o Bronx, onde abriu sua primeira loja da Angelo’s Pizza, que
enfatizava a limpeza no interior da loja; chamava atenção para sua placa em verde, vermelho
e branco, e seus ingredientes frescos e naturais. Em cinco anos, a pizzaria de Angelo era um
sucesso, ele abriu três outras lojas e estava considerando o seu conceito de franchising.
Ansioso para expandir, seus quatro anos na escola de negócios lhe ensinaram a diferença
entre ser um empreendedor e ser um gerente. Como um empreendedor/pequeno empresá-
rio, ele sabia que tinha a vantagem de ser capaz de executar pessoalmente toda a operação.
Com apenas uma loja e vários funcionários, ele poderia tomar todas as decisões e cuidar do
caixa, da chegada dos novos suprimentos, e supervisionar o serviço pessoalmente.
Quando ele expandiu para três lojas, a situação começou a ficar mais difícil. Ele contra-
tou gerentes para as duas novas lojas (que haviam trabalhado para ele na sua primeira loja há
vários anos) e deu-lhes apenas um rápido treinamento de “como gerenciar uma loja”, pressu-
pondo que os dois novos gerentes, tendo trabalhado com ele durante vários anos, já sabiam
praticamente tudo o que precisavam sobre o funcionamento de uma loja. Entretanto, ele já
estava enfrentando problemas com a gestão de recursos humanos, e sabia que não haveria
maneira alguma de expandir o número de lojas que possuía, ou contemplar sua ideia de fran-
chising, a menos que tivesse um sistema padrão que pudesse “clonar” em cada nova loja, para
fornecer ao gerente (ou franqueado) a gestão do conhecimento e a experiência necessária
para dirigir suas lojas. Angelo não tinha programa de treinamento no local para ensinar seus
gerentes de loja. Ele simplesmente (erroneamente, como se viu) assumiu que, trabalhando
com ele, iriam aprender a fazer as coisas. Como Angelo não tinha um sistema em vigor, os
novos gestores, de certa forma, começaram do zero a gerenciar uma loja.
Havia várias questões que, particularmente, preocupavam Angelo. Encontrar e contratar
bons funcionários era a número um. Ele havia lido a nova pesquisa de pequenos negócios da
Fundação Educacional, da Federação Nacional de Negócios Independentes. Nela, constatou
que 71% dos pequenos empresários acreditavam que encontrar empregados qualificados era
“difícil”. Além disso, “a busca por funcionários qualificados continuará difícil por conta de
fatores demográficos e da educação”. Da mesma forma, lendo The Kiplinger Letter (publica-
ção semanal norte-americana sobre tendências econômicas e de negócios, feita pela Kiplinger
Washington Editors, Inc.) certo dia, ele percebeu que quase todos os tipos de negócio não
encontram bons funcionários o suficiente para contratar. As pequenas empresas estão particu-
larmente em risco, a carta dizia: grandes empresas podem terceirizar muitos postos de trabalho
no exterior (especialmente de nível de entrada), e também podem pagar melhores benefícios
e treinar seus funcionários. Pequenas empresas raramente têm os recursos ou as economias
Como uma empresa local, Angelo recrutava colocando anúncios em dois jornais locais,
e ele ficou “chocado” com algumas das respostas e experiências que teve, relacionadas aos
anúncios. Muitos dos candidatos deixaram mensagens de correio de voz (Angelo ou os ou-
tros trabalhadores da loja estavam muito ocupados para responder), e alguns candidatos An-
gelo “apenas eliminou” pressupondo que as pessoas sem boas maneiras ao telefone também
não teriam boas maneiras na loja. Ele também aprendeu rapidamente que tinha de descartar
um grande grupo para contratar apenas uma ou duas pessoas. Muitos candidatos, como se
referiu, ele eliminou por causa das mensagens que deixaram, e cerca de metade das pessoas
que programou para a entrevista não apareceu. Ele fez cursos em gestão de recursos huma-
nos, de modo que (como ele disse) “Eu deveria saber melhor”, mas ele contratou pessoas
baseando-se quase que exclusivamente em uma única entrevista (ele ocasionalmente fez uma
tentativa de verificar as referências, mas que não deu certo). Assim, a sua abordagem de RH,
obviamente, não estava funcionando. Ele não estava contratando bons candidatos suficien-
tes, e as pessoas que ele tinha eram, muitas vezes, problemáticas.
O que ele procurava? Pessoas cordiais orientadas para serviços. Por exemplo, ele contra-
tou uma funcionária que falou palavrões várias vezes, inclusive na frente de um cliente. No
terceiro dia da funcionária, Angelo precisou dizer a ela: “Eu acho que a Angelo não é o lugar
certo para você”, e ele a demitiu. Como Angelo disse: “Eu me senti mal, mas também sabia
que tudo o que tenho é este negócio, então eu não ia deixar alguém colocá-lo para baixo”.
Angelo quer pessoas de confiança (o que vai aparecer com o tempo), honestas e flexíveis em
mudar de cargo e horário, conforme necessário. Ele chama seu estilo de gestão de “confiança
e controle”. “Eu os oriento, dou metas e acompanho cuidadosamente os resultados”.
A Angelo’s Pizza tem um sistema de gestão de recursos humanos rudimentar. An-
gelo comprou vários formulários em um fornecedor de produtos de escritório local, e
raramente usa outras alternativas. Ele tem seu contador pessoal para analisar os livros da
empresa, e o próprio Angelo calcula o salário de cada funcionário no final da semana
e preenche os cheques. O treinamento é totalmente no dia a dia do trabalho. Angelo
treina pessoalmente cada um de seus funcionários e aqueles que passam a ser gerentes
de loja, Angelo pede que treinem seus próprios funcionários da forma que Angelo os
treinou (para melhor ou pior, como se vê). Angelo paga os salários vigentes “um pouco
acima” do mercado (a julgar por outros anúncios), mas provavelmente não o suficiente
para fazer uma diferença significativa na qualidade de funcionários que ele atrai. Se você
perguntasse a Angelo qual sua reputação como empregador, ele, como uma pessoa since-
ra e franca, provavelmente diria que é um empregador de apoio, mas durão, e que trata
as pessoas de forma justa, mas cuja reputação do negócio pode sofrer devido à desorga-
nização decorrente dos métodos inadequados e (falta de) treinamento. Ele se aproxima
de você para fazer-lhe várias perguntas.
Perguntas
1. Minha estratégia é ter a possibilidade de expandir o número de lojas e, eventualmente,
de franquia, concentrando-me em servir apenas ingredientes frescos de alta qualidade.
Quais são as três implicações específicas relacionadas à gestão de recursos humanos da
minha estratégia (incluindo as políticas e práticas específicas)?
2. Identifique e discuta brevemente cinco erros específicos da gestão de recursos huma-
nos que estou cometendo atualmente.
3. Desenvolva um formulário estruturado de entrevista que podemos aplicar para contra-
tar (a) gerentes de loja, (b) garçons, e (c) pessoal de balcão/pizzaiolos.
4. Com base no que você sabe sobre Angelo, e o que você sabe por ter visitado pizzarias,
escreva um resumo de uma página que mostra especificamente como você acha que
Angelo deve fazer a seleção de funcionários.
*
Baseado em fatos reais, mas o nome Angelo’s Pizza é fictício.
Fontes: Dino Berta, “People Problems: Keep Hiring from Becoming a Crying Game”, Nation’s Business News 36, n. 20, 20 maio
2002, p. 72-74; Ellen Lyon, “Hiring, Personnel Problems Can Challenge Entrepreneurs”, Patriot-News, 12 out. 2004; Rose
Robin Pedone, “Businesses’ $400 Billion Theft Problem”, Long Island Business News 27, 6 jul. 1998, p. 1B-2B; “Survey Shows
Small-Business Problems with Hiring, Internet”, Providence Business News 16, 10 set. 2001, p. 1B; “Finding Good Workers Is
Posing a Big Problem as Hiring Picks Up”, The Kiplinger Letter 81, 13 fev. 2004. Ian Mount, “A Pizzeria Owner Learns the Value
Of Watching the Books”, The New York Times, 25 out. 2012, p. B8.
Google
A revista norte-americana Fortune apontou o Google como sendo a melhor entre 100 melho-
res empresas para se trabalhar, e há pouca dúvida do motivo. Entre os benefícios que oferece,
está o serviço de transporte gratuito equipado com wi-fi, para buscar e deixar os funcionários
da área de San Francisco Bay, dias ilimitados de licença de saúde, viagens anuais de esqui com
todas as despesas pagas, refeições gourmet livres, cinco médicos gratuitos no local, US$ 2 mil
de bônus para indicar uma nova contratação, vacinas gratuitas contra a gripe, uma piscina
olímpica gigante, troca de óleo e lavagens de carro no local, quadras de vôlei, happy hour às
sextas, chuveiros e secadores livres no local (com sabonete), mesas de pingue-pongue e pebo-
lim, e palestras gratuitas com pessoas famosas. Para muitas pessoas, são as refeições gourmet
e os lanches que destacam o Google. Por exemplo, a Diretora de Recursos Humanos Stacey
Sullivan ama a farinha de aveia irlandesa com bagas frescas do Plymouth Rock Café, perto
do grupo de operações da empresa. “Às vezes eu sonho com isso”, disse ela. O engenheiro
Jan Fitzpatrick ama a comida crua do restaurante do Google, o Tapis, que fica no campus da
empresa. Então, é claro, há o estoque de opções que cada novo funcionário recebe, cerca de
1,2 mil opções de compra de ações do Google (recentemente cerca de US$ 480 por ação).
Na verdade, dezenas dos primeiros funcionários do Google (chamados de googlers) já são
multimilionários graças às ações do Google. A recessão, que se iniciou por volta de 2008, fez
o Google e outras empresas cortar alguns desses benefícios (por exemplo, o horário da cafe-
teria hoje é mais curto), mas o Google ainda tem um pacote de benefícios.
Por sua parte, os googlers compartilham certas características. Eles tendem a ser bri-
lhantes, orientados a equipe (trabalho em equipe é a norma, especialmente, para grandes
projetos). A Fortune os descreve como pessoas que “quase universalmente” se veem como as
mais interessantes do planeta, e que são despreocupadas por fora, mas do tipo muito intenso
e objetivo por dentro. São consideradas supertrabalhadoras (o que faz sentido, já que não
é incomum para os engenheiros ficarem às três horas da manhã nos corredores, debatendo
uma nova solução matemática para um problema de pesquisa do Google). Os empregados
estão tão orientados à equipe que, quando se trabalha em projetos, não é incomum para eles
desistir de seus escritórios maiores, mais espaçosos e irem para uma pequena sala de confe-
rências, onde se pode “fazer as coisas”. Historicamente, os googlers se formam com grandes
méritos nas melhores universidades, incluindo Stanford, Harvard e MIT. Por muitos anos, o
Google nem sequer considerava a contratação de alguém com menos de 3,7 de média, (de
um total de 5), enquanto também sondava profundamente o porquê por trás de quaisquer
notas B. O Google também não contrata lobos solitários, ele quer que as pessoas trabalhem
juntas e que tenham diversos interesses (habilidades ou interesses mesquinhos são um desvio
no Google). O Google também quer pessoas com potencial de crescimento. A empresa está
expandindo tão rápido que precisa contratar pessoas que sejam capazes de ser promovidas
cinco ou seis vezes, pois apenas com a contratação de tais pessoas superqualificadas, diz a
empresa, pode-se ter certeza de que os empregados serão capazes de manter o Google e seus
departamentos em expansão.
Os salários iniciais são altamente competitivos. Engenheiros experientes começam em
cerca de US$ 130 mil por ano (mais cerca de US$ 1,2 mil de opções de ações, conforme ob-
servado), e os novos diplomados em MBA (master in business administration – mestre em admi-
nistração de negócios) podem esperar entre US$ 80 mil e US$ 120 mil dólares por ano (com
concessões de opções menores). Recentemente, o Google tinha cerca de 10 mil funcionários,
contra apenas três em uma garagem alugada no início.
Claro que, em uma empresa que cresceu de três funcionários para 10 mil, e de valor zero
para centenas de bilhões de dólares, pode haver subterfúgios para falar sobre “problemas”,
mas não há dúvida de que tal crescimento rápido confronta a administração do Google, e, em
particular, seu grupo de “operações de pessoas”, com alguns grandes desafios. Vejamos estes.
Por um lado, o Google, como observado anteriormente, funciona 24 horas, e com os enge-
nheiros e outros frequentemente virando noites para finalizar os seus projetos, a empresa precisa
oferecer um pacote de serviços e benefícios financeiros que suporte esse tipo de estilo de vida, e
que ajude seus funcionários a manter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal aceitável.
Como outro desafio, o enorme sucesso financeiro do Google é uma espada de dois gu-
mes. Embora o Google geralmente ganhe a corrida de recrutamento, quando se trata de
competir por novos empregados contra concorrentes como Microsoft ou Yahoo!, o Google
precisa conter de alguma forma a onda crescente de aposentadorias. A maioria dos googlers
ainda está em seus 20 e 30 anos, mas muitos se tornaram tão ricos com suas opções de ações
do Google que podem se dar ao luxo de se aposentar. Um engenheiro de 27 anos de idade
recebeu o prêmio de um fundador de milhões de dólares por seu trabalho no programa
para procurar computadores desktop, e não pensa em sair, “exceto para iniciar a sua própria
empresa”. Da mesma forma, um ex-vice-presidente de engenharia se aposentou (com seus
lucros de ações do Google) para prosseguir com o seu amor pela astronomia. O engenheiro
que criou o Gmail se aposentou recentemente aos 30 anos.
Outro desafio é que o trabalho não envolve apenas longas horas, mas também pode ser
muito tenso. O Google é um ambiente muito orientado a números. Por exemplo, considere
uma reunião típica semanal de interface de design do Google. Marisa Meyer, vice-presidente
de produtos de busca e experiência do usuário da empresa, coordena a reunião, onde seus
funcionários trabalham a aparência de produtos do Google. Sentados ao redor de uma mesa
de conferência estão cerca de uma dezena de googlers, com seus laptops. Durante a sessão
de duas horas, Meyer avalia diversas propostas de layout, que vão desde pequenos ajustes a
todo o layout de um novo produto. Ela dá previamente, a cada apresentação, um montante
atribuído de tempo, e um grande relógio digital na parede mostra os segundos. Os apresen-
tadores deverão mostrar rapidamente as suas ideias, mas também lidar com questões como
“o que os usuários farão, se a guia for movida do lado da página para o topo?”. Além disso,
– tudo gira em torno dos números, ninguém no Google jamais diria, por exemplo, “a guia
fica melhor em vermelho” – você precisa provar o seu ponto de vista. Os apresentadores de-
vem vir preparados com resultados da experiência de usualidade, mostrando, por exemplo,
que determinada porcentagem prefere vermelho ou outra cor. Enquanto os apresentadores
estão respondendo a estas perguntas o mais rápido possível, o relógio digital está andando, e
quando atinge o tempo previsto, a apresentação deve terminar, e a próxima equipe segue. É
um ambiente difícil e tenso, e os googlers precisam ter feito sua lição de casa.
O crescimento também pode minar a cultura “bando de foras da lei que está mudando
o mundo”, que promoveu os serviços que tornaram o Google famoso. Mesmo o cofundador
Sergi Brin concorda que os riscos do Google são cada vez “menos bobos”, conforme a empresa
cresce. Parafraseando um dos seus gestores de topo, a parte mais difícil de qualquer negócio
é manter a originalidade e a inovação da empresa de pequeno porte à medida que ela cresce.
Criar a cultura certa é um desafio, especialmente agora que o Google é verdadeira-
mente global. Por exemplo, o Google trabalha duro para fornecer os mesmos benefícios
financeiros e de serviços em todo lugar que faz negócios em todo o mundo, mas não pode
igualar exatamente seus benefícios em todos os países por causa de leis internacionais e das
questões de tributação internacional. Oferecer os mesmos benefícios em todos os lugares
é mais importante do que possa parecer inicialmente. Todos esses benefícios tornam a vida
mais fácil para o pessoal do Google, e os ajudam a alcançar um equilíbrio entre trabalho e
vida pessoal – ponto central da cultura do Google –, mas isso também se torna mais difícil
à medida que a empresa cresce. Por um lado, a empresa espera que todos os seus funcioná-
rios trabalhem duro, por outro lado, percebe que precisa ajudá-los a manter algum tipo de
equilíbrio. Como um gerente diz, o Google reconhece “que quer trabalho duro, mas que
o trabalho não é tudo”.
O recrutamento é outro desafio. Apesar de para o Google não faltar candidatos, atrair os
certos é fundamental para que continue a crescer com sucesso. Trabalhar no Google requer
um conjunto especial de características, e triar funcionários é mais fácil se são recrutadas as
pessoas certas. Por exemplo, o Google precisa atrair pessoas que são superbrilhantes, gostam
de trabalhar, se divertir, sabem lidar com estresse, e que também têm interesses externos e
flexibilidade.
À medida que a empresa cresce internacionalmente, ela também enfrenta o desafio con-
siderável de recrutamento de pessoal no exterior. Por exemplo, o Google está introduzindo
uma nova estrutura baseada em mercado vertical em toda a Europa, para atrair mais empre-
sas anunciantes para sua busca. Estrutura com base no mercado vertical do Google significa
concentrar-se em setores-chave verticais de negócios, tais como viagens, varejo, automotivo
e tecnologia. Para construir esses agrupamentos industriais no exterior a partir do zero, o
Google promoveu o ex-chefe de seu grupo de serviços financeiros dos EUA para ser o diretor
de mercados verticais na Europa, que se mudou para lá recentemente. O Google está atento
aos chefes de cada um dos seus grupos industriais verticais em todos os seus territórios eu-
ropeus fundamentais. Cada uma dessas cabeças de mercado vertical terá de educar os seus
setores de mercado (varejo, viagens, e assim por diante) para que o Google possa atrair novos
anunciantes. Com escritórios em toda a Europa, o de Londres triplicou em tamanho para
100 funcionários em apenas dois anos.
No entanto, provavelmente o maior desafio do Google é se preparar para seu sistema de
seleção de funcionários, agora que a empresa deve contratar milhares de pessoas por ano.
Quando o Google começou no negócio, os candidatos a emprego tipicamente sofriam com
uma dúzia ou mais de entrevistas pessoais, e os padrões eram tão altos que os candidatos,
mesmo com anos de grande experiência de trabalho, muitas vezes ficavam de fora se tivessem
apenas notas médias na faculdade. Mas, recentemente, até mesmo cofundadores do Google
reconheceram a analistas de segurança que a definição de tal nível extraordinariamente alto
para a contratação estava segurando a expansão do Google. Para os primeiros anos, um dos
cofundadores da empresa entrevistou quase todos os candidatos antes de serem contratados,
e, até hoje, um deles ainda revisa as qualificações de todos antes de uma oferta final.
A experiência de um candidato mostra o que o Google está enfrentando. Um candidato
de 24 anos foi entrevistado para um trabalho de comunicação corporativa. O Google fez
o primeiro contato com o candidato em maio e, depois de duas entrevistas por telefone,
convidou-o para ir à sede. Lá, ele fez entrevistas separadas com cerca de seis pessoas e foi
levado para almoçar em um restaurante do Google. Ele também precisou se virar em várias
atribuições como “trabalhos de casa”, incluindo uma declaração pessoal e um plano de
marketing. Em agosto, o Google convidou o candidato para uma segunda rodada, que disse
que iria envolver mais quatro ou cinco entrevistas. Enquanto isso, ele decidiu que preferia
trabalhar em uma start-up, e aceitou outro trabalho em um novo provedor de mensagens
instantâneas on-line.
O novo chefe de recursos humanos do Google, um ex-executivo da GE, diz que a em-
presa está tentando encontrar o equilíbrio certo entre o conhecimento sobre o candidato e
vice-versa e, ao mesmo tempo, poder se mover rapidamente. Para esse fim, o Google recen-
temente fez uma pesquisa com todos os atuais funcionários, em um esforço para identifi-
car as características que se correlacionam com o seu sucesso. Na pesquisa, os funcionários
responderam a questões relativas a cerca de 300 variáveis, incluindo o seu desempenho em
testes padronizados, quantos anos tinham quando usaram pela primeira vez um computa-
dor, e quantas línguas estrangeiras falavam. A equipe de pesquisa do Google, em seguida,
comparou as respostas a 30 ou 40 fatores de desempenho do trabalho, que eles mantêm para
cada funcionário. Eles, assim, identificaram grupos de características que podem levar focar
melhor durante o processo de contratação. O Google também está passando das entrevistas
de forma livre, usadas no passado, para um processo mais estruturado.
Perguntas
1. O que você acha da ideia do Google de correlacionar características pessoais das res-
postas dos funcionários à pesquisa ao seu desempenho, e depois utilizar isso como base
para a seleção de candidatos a emprego? Em outras palavras, é ou não é uma boa ideia?
Explique sua resposta.
2. Os benefícios que o Google banca, obviamente, representam uma despesa enorme.
Com base no que você sabe sobre a empresa e sobre o que você leu neste texto, como
defenderia todos esses benefícios, se você estivesse fazendo uma apresentação para os
analistas de segurança que estavam analisando o desempenho do Google?
3. Se você quisesse contratar as pessoas mais brilhantes, como faria o recrutamento e a
seleção?
4. Para apoiar sua estratégia de crescimento e expansão, o Google quer (entre outras ca-
racterísticas) pessoas superbrilhantes e que trabalhem duro, muitas vezes sem horário,
que sejam flexíveis e mantenham um equilíbrio entre o trabalho e uma vida digna. Liste
cinco políticas ou práticas que você acha que o Google tem implementado, ou deve
implementar, para apoiar sua estratégia. Explique a sua resposta específica de RH.
5. Que tipos de fatores você acha que o Google terá que levar em consideração na forma
de transferir seus sistemas de recompensa, cultura e maneira de fazer negócios para
suas operações no exterior?
6. Levando em conta os tipos de valores e cultura que o Google preza, descreva sucinta-
mente quatro atividades específicas que você sugere para o processo de orientação do
novo empregado.
Fontes: “Google Brings Vertical Structure to Europe”, New Media Age, 4 ago. 2005, p. 2; Debbie Lovewell, “Employer Profile
– Google: Searching for Talent”, Employee Benefits, 10 out. 2005, p. 66; “Google Looking for Gourmet Chefs”, Internet Week, 4
ago. 2005; Douglas Merrill, “Google’s ‘Googley’ Culture Kept Alive by Tech”, eWeek, 11 abr. 2006; Robert Hof, “Google Gives
Employees Another Option”, BusinessWeek Online, 13 dez. 2005; Kevin Delaney, “Google Adjusts Hiring Process as Needs
Grow”, The Wall Street Journal, 23 out. 2006, p. B1, B8; Adam Lishinsky, “Search and Enjoy,” Fortune, 22 jan. 2007, p. 70-82;
Disponível em: <www.nypost.com/seven/10302008/business/frugal_google_cuts_perks_136011.htm>. Acesso em: 12 jul.
2009; Adam Bryant, “The Quest to Build a Better Boss”, The New York Times, 13 mar. 2011, p. 1, 7.
Muffler Magic*
Muffler Magic é uma cadeia de rápido crescimento, de 25 centros de serviços automotivos,
em Nevada, nos EUA. Originalmente, foi criada há 20 anos por Ronald Brown, como uma
oficina de reparação. A cadeia expandiu-se rapidamente para novos locais, e a Muffler Magic
também expandiu os serviços prestados, realizando desde substituição do silenciador até
trocas de óleo, ajustes de freio e reparação de motores. Hoje, pode-se levar um automóvel a
uma loja Muffler Magic para basicamente qualquer tipo de serviço.
O serviço de automecânica é um negócio difícil. O dono da loja é, basicamente, de-
pendente da qualidade do serviço de pessoas que contrata e mantém, e os mecânicos mais
qualificados acham que é fácil sair para assumir um emprego no concorrente que pague
um pouco mais. É também um negócio em que a produtividade é muito importante. A
única maior despesa é, geralmente, o custo do trabalho. Concessionárias de serviço de au-
tomóveis, em geral, não equilibram os preços que cobram dos clientes para vários reparos,
em vez disso, cobram com base nas taxas padronizadas do negócio, para tarefas como tro-
car as velas de ignição ou reparar um radiador furado. Portanto, se alguém levar um carro
para trocar um alternador, e o número padrão de horas para trocá-lo é de uma hora, mas o
mecânico levar duas horas, o proprietário do centro de serviço pode acabar tendo menor
lucro na transação.
A qualidade é um problema persistente. Por exemplo, o “retrabalho” tem sido, recen-
temente, um problema silencioso na Muffler Magic. Uma cliente levou o seu carro para
substituir as pastilhas de freio do carro, que o centro de serviço da concessionária havia feito.
Infelizmente, quando ela saiu de lá, levou apenas cerca de dois quarteirões para descobrir
que o freio não funcionava. Já que ela estava indo devagar, foi capaz de parar seu carro ralan-
do-o contra uma guia de estacionamento. Posteriormente, descobriu-se que o mecânico que
substituiu as pastilhas de freio não conseguiu apertar corretamente a montagem dos tubos de
freio hidráulico e o fluido do freio deixou o carro sem poder de frenagem. Em um problema
semelhante no mês anterior, outro mecânico substituiu a correia da ventoinha, mas se esque-
ceu de encher o radiador com água, o carro do cliente superaqueceu antes que ele chegasse
a quatro quadras de distância, e a Muffler Magic teve que substituir todo o motor. É claro que
problemas como esses não só diminuem a rentabilidade dos lucros da empresa, mas também
têm o potencial para arruinar a reputação da Muffler Magic.
Organizacionalmente, a Muffler Magic emprega cerca de 300 pessoas, e Ron dirige sua
empresa com oito gerentes, incluindo a si mesmo como presidente, um controller, um dire-
tor de compras, um diretor de marketing, e o gerente de recursos humanos. Ele também tem
três gerentes regionais, aos quais os gestores do centro de serviço, de oito ou nove em cada
área, de Nevada, se reportam. Nos últimos dois anos, como a empresa abriu novos centros de
serviços, os lucros dela como um todo têm diminuído em vez de aumentar. Em parte, esses
lucros decrescentes provavelmente refletem o fato de que Ron Brown tem se deparado com
uma operação em crescimento cada vez mais difícil de gerir: “Seu alcance é superior à sua
capacidade”, é o que a esposa de Ron tem dito.
A empresa tem apenas os sistemas de RH mais básicos no local, utilizando um formulário que
o gerente de recursos humanos modificou a partir de um que ele baixou da internet, e os formu-
lários de solicitação de mudança de status dos empregados normais, formulários de assinatura,
formulários I-9 e assim por diante, que ele comprou de um fornecedor de recursos humanos.
O treinamento é totalmente no dia a dia do trabalho. A Muffler Magic espera que os técnicos
experientes que contrata cheguem para o trabalho totalmente treinados, e os gerentes de centros
de serviços em geral esperam que os candidatos tenham as habilidades comportamentais básicas.
No entanto, a maioria dos outros técnicos contratados para fazer trabalhos como os de
troca de pneus, fixação de pastilhas de freio e substituição de silenciadores são inexperientes.
Eles devem ser treinados no trabalho pelo gerente do centro de serviço ou por técnicos mais
experientes.
Ron Brown enfrenta vários problemas de RH. Um deles é que ele enfrenta a “tirania do
imediato” quando se trata de contratação de funcionários. Embora seja bom dizer que ele faz
a triagem de cada funcionário cuidadosamente e verifica suas referências e ética de trabalho a
partir de um ponto de vista prático, com 25 centros ocorre que os gestores dos centros geral-
mente contratam alguém apenas porque “parece estar respirando”, contanto que respondam
a algumas perguntas básicas da entrevista sobre reparação de automóveis, tais como: “Qual é
o problema se há superaquecimento em um Camry 2001, e o que você faz?”.
A segurança dos funcionários também é um problema. Um centro de serviço automotivo
pode não ser dos mais perigosos, mas oferece alguns riscos. Os funcionários estão lidando
com ferramentas afiadas, pisos engordurados, ferramentas gordurosas, temperaturas extre-
mamente quentes (por exemplo, de silenciadores e motores), e peças de motor em movi-
mento rápido como hélices do motor. Há algumas questões básicas que um gerente de servi-
ço pode fazer para garantir mais segurança, tais como insistir que todos os derrames de óleo
sejam limpos imediatamente. No entanto, a partir de um ponto de vista prático, há algumas
maneiras de contornar muitos dos problemas, tais como quando o técnico deve verificar o
motor enquanto ele estiver ligado.
Nos lucros, a Muffler Magic está decaindo em vez de crescer, o gerente de recursos hu-
manos de Brown tomou a posição de que o principal problema é financeiro. Como ele diz:
“Você recebe o que você paga” quando se trata de funcionários, e se você compensar melhor
os técnicos, então você terá melhores técnicos do que seus concorrentes, aqueles que fazem
melhor o trabalho e ficam mais tempo na empresa e, em seguida, os lucros vão aumentar.
Assim, o gerente de RH agendou uma reunião entre ele, Ron Brown e uma professora de
negócios que ensina gestão de compensação em uma universidade local. O gerente de RH
pediu à professora para passar cerca de uma semana pesquisando cada um dos centros de
serviços, analisando a situação, e chegando a um plano de compensação que abrangerá a
qualidade e problemas de produtividade da Muffler Magic. Nessa reunião, a professora fez
três recomendações básicas para mudar as políticas de remuneração da empresa.
Em um primeiro momento, ela descobriu que a Muffler Magic sofre do que ela chama
de “presenteísmo”, em outras palavras, os funcionários arrastam-se para o trabalho mesmo
quando estão doentes, porque a empresa não os remunera se eles estão fora, a empresa
não oferece dias de licença doença. Em poucos dias, a professora não poderia corretamente
quantificar o quanto a Muffler Magic está perdendo com o presenteísmo. No entanto, a par-
tir do que ela podia ver em cada loja, normalmente, há um ou dois técnicos que trabalham
com várias doenças, como gripe ou resfriado, e pareceu-lhe que cada uma dessas pessoas,
provavelmente, só trabalhou cerca de metade do tempo (embora eles estivessem sendo pa-
gos o dia todo). Assim, em 25 centros de serviço por semana, a Muffler Magic poderia estar
perdendo entre 125 e 130 dias por semana de trabalho. A professora sugere que a Muffler
Magic comece a permitir que todos possam ter três dias de licença doença remunerados por
ano, uma sugestão razoável. No entanto, como Ron Brown aponta: “Nesse momento, estamos
perdendo apenas cerca de metade de um dia de salário para cada funcionário que entra e
que trabalha de forma improdutiva, com sua sugestão, não vamos perder o dia inteiro?” A
professora disse que refletiria sobre o assunto.
Em segundo lugar, a professora recomenda colocar os técnicos em um plano de remune-
ração por habilidade. Basicamente, ela sugere o seguinte: dê a cada técnico uma letra (de A a
E) com base em determinado nível e habilidades de um técnico. Um técnico “A” é um líder de
equipe e precisa mostrar que tem excelentes habilidades de resolução de problemas e de diag-
nóstico, bem como capacidade de supervisionar e orientar outros técnicos. No outro extremo,
um técnico “E” normalmente seria um aprendiz, com pouca formação técnica. Os outros
técnicos ficam entre esses dois níveis, com base em suas habilidades e capacidades individuais.
No sistema da professora, o técnico “A“, ou líder de equipe, deve atribuir e supervisionar
todo o trabalho feito dentro de sua área, mas não necessariamente fazer todos os reparos me-
cânicos. O líder da equipe é quem soluciona problemas de diagnóstico, supervisiona, treina os
outros técnicos e testa o carro antes de devolver para o cliente. No âmbito deste plano, cada téc-
nico recebe um salário por hora garantida dentro de um determinado intervalo, por exemplo:
Técnico A = US$ 25 – US$ 30 por hora
Técnico B = US$ 20 – US$ 25 por hora
Técnico C = US$ 15 – US$ 20 por hora
Técnico D = US$ 10 – US$ 15 por hora
Técnico E = US$ 8 – US$ 10 por hora
Em terceiro lugar, para abordar diretamente a questão da produtividade, a professora
recomenda que cada gerente de serviços calcule a produtividade de cada técnico de equipe
no final de cada dia, e no final de cada semana. Ela sugere que cada líder de equipe também
calcule produtividade total dos funcionários para visualização diária. Então, os técnicos divi-
didos em grupo ganham bônus semanais em dinheiro com base na sua produtividade. Para
calculá-la, a professora recomenda a divisão do total de horas de trabalho faturado pelo total
de horas de trabalho pagas aos técnicos.
Em sua pesquisa, a professora disse que a média nacional de produtividade do trabalho
é, atualmente, cerca de 60%, e que somente os centros de serviços mais bem administrados
atingem 85% ou mais. Por seus cálculos aproximados, a Muffler Magic atinge a média do
setor (cerca de 60%, em outras palavras, eles têm faturamento para apenas cerca de 60 horas
por cada 100 horas que eles realmente pagam técnicos para fazer os trabalhos). É claro, isso
não era inteiramente culpa dos técnicos. Técnicos conseguem tempo livre para interrupções,
e para o almoço, e se um centro de serviço específico simplesmente não tem demanda em
determinado dia ou durante uma semana, então vários técnicos podem sentar-se de braços
cruzados à espera do próximo carro a entrar. A professora recomenda a criação de uma meta
de eficiência de trabalho de 80% e calcular diariamente os resultados de produtividade de
cada equipe no local de trabalho, para fornecer-lhes feedback. Ela recomenda que, se no fi-
nal de uma semana, a equipe for capaz de aumentar a sua produtividade dos atuais 60% para
80%, receberia um bônus adicional de 10% no pagamento semanal. Depois disso, para cada
aumento de 5% na produtividade – acima de 80% – os técnicos receberiam um bônus de 5%
adicional por semana. Então, se o salário semanal normal de um técnico é de US$ 400, o em-
pregado receberia um extra de US$ 40 no final da semana, se a sua equipe passar a produzir
80% em vez de 60%.
Após a reunião, Ron Brown agradeceu à professora pelas suas recomendações e disse-lhe
que iria pensar no assunto, voltando a fazer contato com ela. Após a reunião, na sede da uni-
dade, Ron estava pensando o que fazer. Ele precisa decidir se quer instituir a política da pro-
fessora, e se deseja implementar o incentivo e o plano de compensação. Entretanto, antes de
implementar qualquer coisa, ele queria ter certeza de que ele havia entendido o contexto da
sua decisão. Por exemplo, a Muffler Magic realmente tem um problema de pagamento de
incentivos, ou eles são mais amplos? Além disso, como o plano de incentivo da professora teria
impacto na qualidade do trabalho que as equipes estavam fazendo? E se a empresa realmente
começar a pagar por dias de afastamento por doença? Ron Brown tinha muito em que pensar.
Perguntas
1. Escreva um resumo com três ou quatro recomendações que você faria com relação a
cada função de RH (recrutamento, seleção, treinamento etc.) que você pensa que Ron
Brown deverá abordar com o seu gerente de RH.
2. Desenvolva 10 perguntas a gerentes de centros de serviços, de forma estruturada, para
que Ron Brown possa usar para entrevistar técnicos experientes.
3. Se você fosse Ron Brown, aplicaria a recomendação da professora sobre o problema de
presenteísmo, ou seja, começaria a pagar por dias de doença? Justifique.
4. Se você estivesse aconselhando Ron Brown, recomendaria a ele implementar o plano
de pagamento de incentivos e o pagamento baseado em habilidade, sugeridos pela pro-
fessora? Por quê? Você o implementaria com modificações? Se quiser modificá-lo, por
favor, seja específico sobre essas modificações e o motivo.
BP Texas City
Quando a plataforma de petróleo Horizon, da British Petroleum (BP), explodiu no Golfo
do México, em 2010, desencadeou lembranças trágicas para especialistas da comunidade de
segurança. Em março de 2005, uma explosão e um incêndio na refinaria em Texas City da
BP, no Texas, EUA, mataram 15 e feriram 500 pessoas, no pior acidente industrial dos EUA
em mais de dez anos. O desastre provocou três investigações: uma interna da BP, uma pelo
Chemical Safety Board (CSB – Conselho de Segurança Química dos EUA), e uma investiga-
ção independente, presidida pelo ex-secretário de Estado dos EUA, James Baker e um grupo
de 11 membros, que foi organizada a pedido da BP.
Para contextualizar os resultados dessas três investigações, é útil compreender que, na
época, em sua gestão, a BP tinha – durante os últimos dez anos ou mais antes da explosão em
Texas City – uma estratégia enfatizando a rentabilidade e a redução de custos. A conclusão
básica das investigações foi que a redução de custos comprometeu a segurança na refinaria.
Ainda assim, é útil considerar as conclusões de cada investigação.
A investigação do CSB, de acordo com Carol Merritt, presidente do conselho, mostrou
que “a gestão global da BP estava ciente de problemas com manutenção, gastos e infraestru-
tura bem antes de março de 2005”. Aparentemente, confrontada com inúmeros acidentes an-
teriores, a BP fez algumas melhorias na segurança. No entanto, ela enfatizou principalmente
os comportamentos de segurança dos empregados e de conformidade de procedimentos,
reduzindo, assim, os índices de acidentes na segurança. O problema (de acordo com o CSB)
foi que “riscos catastróficos de segurança permaneceram”. Por exemplo, de acordo com essa
investigação, “projetos de equipamentos inseguros e antiquados foram deixados no local, e
deficiências inaceitáveis em manutenção preventiva foram toleradas”. Basicamente, o CSB
descobriu que os cortes no orçamento da BP levaram a uma deterioração progressiva da
segurança na refinaria de Texas City. Merritt disse: “Em uma instalação antiga como a de
Texas City, não se pode reduzir os orçamentos relacionados à segurança e à manutenção, sem
examinar cuidadosamente o impacto sobre o risco de um acidente catastrófico”.
Olhando detalhes, o CSB disse que uma auditoria interna de 35 unidades de negócios
da BP em 2004, incluindo Texas City (a sua maior refinaria), constatou falhas de segurança
significativas que todas tinham em comum, incluindo, por exemplo, a falta de competências
de liderança e “questões sistêmicas subjacentes”, como uma tolerância generalizada com o
descumprimento de regras básicas de segurança, além de um monitoramento pobre de sis-
temas de gestão de segurança e processos. Ironicamente, o CSB descobriu que o esforço
de prevenção de acidente da BP, em Texas City, tinha conseguido uma redução de 70% em
lesões de trabalho no ano anterior à explosão. Infelizmente, isso significa que os trabalhado-
res estavam tendo menos acidentes individualmente. O problema mais fundamental é que
permaneceu a situação potencialmente explosiva inerente à depreciação.
O CSB descobriu que a explosão de Texas City seguiu um padrão de anos de grandes
acidentes na instalação. Na verdade, havia aparentemente a média de uma morte de empre-
gado a cada 16 meses na unidade, nos últimos 30 anos. O CSB descobriu que o equipamento
diretamente envolvido na explosão mais recente era obsoleto e já extinto na maioria das
refinarias e fábricas de produtos químicos, e que peças-chave de sua instrumentação não
estavam funcionando. Houve também casos anteriores em que vapores inflamáveis foram
lançados da mesma unidade dez anos antes da explosão. Em 2003, uma auditoria externa se
referiu à infraestrutura e aos ativos da refinaria Texas City como “pobres” e o que se referia a
uma “mentalidade de talão de cheques”, na qual os orçamentos não são suficientes para gerir
todos os riscos. Em particular, o CSB descobriu que a BP tinha aplicado um corte de 25% nos
custos fixos, entre 1998 e 2000, e que isso impactou negativamente os gastos de manutenção,
despesas e infraestrutura da refinaria. Além disso, o CSB constatou que, em 2004, houve três
acidentes graves na refinaria, que matou três trabalhadores.
O relatório interno da BP concluiu que os problemas em Texas City não eram de origem
recente, mas vinham de anos. Disse ainda que a BP estava tomando medidas para enfrentá
‑los. Sua investigação descobriu que “não havia evidência de qualquer pessoa consciente, ou
intencionalmente agindo ou tomando decisões que colocassem os outros em risco”. O rela-
tório da BP afirma: “As razões subjacentes para os comportamentos e as ações apresentadas
durante o incidente são complexas, e a equipe passou muito tempo tentando compreendê
-las – é evidente que ocorria há anos e isso exigirá ações corretivas e comprometidas para
solucionar o problema”. O relatório da BP concluiu que havia cinco causas para a explosão:
1
Esses resultados e as sugestões a seguir são baseados em “BP Safety Report Finds Company’s Process Safety
Culture Ineffective”, Global Refining & Fuels Report, 17 jan. 2007.
Fontes: Sheila McNulty, “BP Knew of Safety Problems, Says Report”, The Financial Times, 31 out. 2006, p. 1; “CBS: Documents
Show BP Was Aware of Texas City Safety Problems”, World Refining & Fuels Today, 30 out. 2006; “BP Safety Report Finds Company’s
Process Safety Culture Ineffective”, Global Refining & Fuels Report, 17 jan. 2007; “BP Safety Record Under Attack”, Europe Intelligence
Wire, 17 jan. 2007; Mark Hofmann, “BP Slammed for Poor Leadership on Safety, Oil Firm Agrees to Act on Review Panel’s
Recommendations”, Business Intelligence, 22 jan. 2007, p. 3; “Call for Bonuses to Include Link with BP Safety Performance”, The
Guardian, 18 jan. 2007, p. 24; Disponível em: <http://www.theguardian.com/business/2007/jan/18/oilandpetrol.news>. Acesso
em: 12 jul. 2009; Steven Greenhouse, “BP Faces Record Fine For ‘05 Blast”, The New York Times, 30 out. 2009, p. 1, 6; Kyle W.
Morrison, “Blame to Go Around”, Safety & Health 183, n. 3, mar. 2011. p. 40.
Cargo de referência Cargo utilizado para ancorar a escala de paga- cionário questiona o empregador por ter tomado alguma ação
mento do empregador e em torno do qual outros trabalhos são disciplinar.
organizados em ordem de valor relativo. Cultura organizacional Valores característicos, tradições e compor-
Carreira As posições ocupacionais que uma pessoa tem ao longo de tamentos dos funcionários que fazem parte de uma empresa.
muitos anos de trabalho. Curva salarial Mostra a relação entre o valor do trabalho e o salário
Cartão de substituição de cargo Cartão preparado para cada cargo médio pago por esse trabalho no mercado.
em uma empresa, a fim de mostrar possíveis candidatos sobressa- Curva salarial de mercado/externa Compara valores de cargos com
lentes e suas qualificações. as taxas de remuneração que o mercado para eles.
Cartões de autorização A fim de apresentar uma petição para a elei- Curva salarial interna Mostra como aspectos de cada trabalho se re-
ção sindical, o sindicato deve mostrar que, pelo menos, 30% dos fun- lacionam com a sua taxa atual de remuneração.
cionários estão interessados em se sindicalizar. Os funcionários indi- Dashboard Apresentação de gráficos e tabelas na mesa do gerente,
cam esse interesse através da assinatura de cartões de autorização. mostrando onde a empresa está em todas as métricas do processo
Centro de avaliação gerencial Facilidade com a qual os candidatos à de scorecard de RH na forma de uma imagem computadorizada.
gestão tomam decisões em situações hipotéticas e são pontuados Data mining Conjunto de atividades utilizadas para encontrar pa-
de acordo com seu desempenho. drões de dados novos, ocultos ou inesperados.
Centro de desenvolvimento interno Método baseado na empresa Declaração de tarefa Breve resumo sobre o que o trabalhador faz
para expor potenciais gestores a exercícios realistas, com o objeti- em uma tarefa de trabalho particular; como amplia o conheci-
vo de desenvolver melhores habilidades de gerenciamento. mento, as habilidades e as aptidões necessárias para fazer o traba-
Choque de realidade Resultados referentes a um período, que pode lho; além do propósito da tarefa.
ocorrer no início da carreira, quando as expectativas elevadas a Declaração de visão Declaração geral de direção pretendida da em-
respeito de trabalho do novo empregado enfrentam a realidade presa mostra, em termos gerais, “o que queremos ser”.
de uma situação chata ou não atraente. Definição do grau Descrições escritas do nível de responsabilidade
Círculo de qualidade Tipo especial de equipe formal de resolução e conhecimento exigido por determinados postos de trabalho em
de problemas, geralmente composto por 6 a 12 funcionários es- cada grau. Cargos semelhantes podem ser combinados em graus
pecialmente treinados, que se reúnem uma vez por semana para ou classes.
resolver os problemas que afetam a sua área de trabalho. Demissão Cessação involuntária de cargo e trabalho de um empre-
Citações Convocação informando empregadores e empregados de gado com a empresa.
regulamentos e normas que foram violados no local de trabalho. Demissão sem justa causa Demissão de funcionário que não cum-
Classes Agrupamento de cargos com base em um conjunto de re- pre a lei, ou o acordo contratual expresso ou implícito da empre-
gras exigidas para cada grupo ou classe, como quantidade de jul- sa, através de suas formas de emprego, manuais de empregados e
gamento independente, habilidade, esforço físico etc. As classes demais promessas.
geralmente reúnem cargos semelhantes. Descrições de cargos Análise do cargo que gera uma lista com fun-
Coach executivo Consultor externo que questiona os executivos a ções do trabalho, responsabilidades, relações de subordinação,
fim de identificar seus pontos fortes e fracos e, em seguida, acon- condições de trabalho e responsabilidades de supervisão.
selhar o executivo para que possa capitalizar sobre os pontos fortes Desenvolvimento de carreira Série de atividades ao longo da vida
e superar os pontos fracos. que contribuem para o avanço da carreira de uma pessoa, além de
Coaching Auxiliar na reflexão e no aconselhamento a partir da pró- estabelecimento no trabalho, sucesso e realização.
pria realidade do coachee (ou treinando), sem um direcionamen- Desenvolvimento gerencial Qualquer tentativa de melhorar o de-
to efetivo. sempenho atual ou o futuro da gestão por meio da transmissão
Codeterminação Direito de voz na definição das políticas da em- de conhecimentos, mudança de atitudes ou aumento das habi-
presa, e os trabalhadores, em geral, elegem representantes para o lidades.
conselho de supervisão. Desenvolvimento organizacional Abordagem especial para a mu-
Cogestão Empregados têm o direito legal de voz na definição das dança organizacional, na qual os próprios trabalhadores formu-
políticas da empresa. lam e implementam a mudança necessária.
Comparável por mérito Conceito pelo qual as mulheres – que nor- Desertificação Processo legal no qual os funcionários cancelam o
malmente recebem salários menores do que os homens – podem direito de um sindicato para representá-los.
alegar equiparação salarial, caso o trabalho seja rigorosamente Diário listagens diárias feitas pelos trabalhadores sobre todas as
igual e o salário for realmente diferente. atividades que realizaram, com o tempo necessário para executar
Compensação dos trabalhadores Fornece benefícios de renda e as- cada uma.
sistência médica às vítimas de acidentes relacionados ao trabalho, Direito ao trabalho Política pública em um número determinado de
ou aos seus dependentes, independentemente de culpa. estados que proíbe segurança sindical de qualquer tipo.
Condições inseguras Condições físicas e mecânicas que causam Diretrizes uniformes Diretrizes emitidas por órgãos federais, en-
acidentes. carregados de garantir o cumprimento da legislação federal de
Confiabilidade Característica que se refere à consistência da pontua oportunidades iguais de emprego, explicando detalhadamente os
ção obtida pela mesma pessoa quando testada novamente com procedimentos recomendados pelo empregador.
testes idênticos ou equivalentes. Disciplina Procedimento que corrige ou pune um subordinado por
Conselhos trabalhistas Grupos formais de representantes dos traba- violar uma regra ou orientação predeterminada.
lhadores, eleitos por eles, que se reúnem mensalmente com os Disciplina não punitiva Disciplina sem punição, que geralmente en-
gestores para discutir temas que vão, por exemplo, desde políticas volve um sistema de advertências verbais e “folhas de decisão”, em
de não fumantes até demissões. vez da punição mais tradicional.
Contratação negligente Contratação de trabalhadores com antece- Discriminação Realizar ações direcionadas ou contra uma pessoa
dentes criminais ou outros problemas, sem salvaguardas adequadas. específica, com base no grupo ao qual ela pertence.
Contrato psicológico de trabalho Acordo implícito e não escrito que Discriminação reversa Reivindicação que, por conta de sistemas de
existe entre empregadores e empregados, responsáveis por reger cotas e ações afirmativas, os homens brancos são discriminados.
as expectativas e as obrigações de cada parte em relação à outra. Dispensa Situação na qual os trabalhadores são informados que não
Convenção de arbitragem Arbitragem que interpreta os termos há trabalho para eles, mas que a administração pretende recuperá
de um contrato existente, em situações como quando um fun- -los quando o trabalho estiver disponível novamente.
Dispersão Método gráfico utilizado para ajudar a identificar a rela- Equipes virtuais Grupos geograficamente dispersos de colegas de
ção entre duas variáveis. trabalho, que são agrupados e interagem por meio de uma com-
Diversidade Reunir uma força de trabalho composta por dois ou binação de tecnologias de informação e telecomunicações para
mais grupos de funcionários com diferentes origens étnicas, cul- realizar uma tarefa organizacional.
turais, religiosas, de gênero, nacionalidade, deficiência e idade. Erro por ordem de candidato (ou contraste) Erro de julgamento
Doenças ocupacionais Qualquer condição anormal ou desordem por parte do entrevistador, devido à realização de uma ou mais
causada pela exposição a fatores ambientais associados ao emprego. entrevistas com candidatos muito bons, ou muito ruins, antes da
Downsizing Refere-se ao processo de redução, geralmente de forma entrevista que seria a ideal.
dramática, do número de pessoas empregadas por uma empresa. Escala de avaliação comportamental ancorada (Bars) Método de
Economias e planos de poupança Plano de poupança no qual os avaliação que visa combinar os benefícios de incidentes críticos
empregados contribuem com uma parcela de seus rendimentos narrativos e avaliações quantificadas, para ancorar uma escala
para um fundo, e o empregador geralmente corresponde a essa quantificada com exemplos narrativos específicos de bom e mau
contribuição, no todo ou em parte. desempenho.
Efeito halo Na avaliação de desempenho, refere-se ao problema Escalas de padrão misto Na avaliação de desempenho, semelhante
que ocorre quando a avaliação de um superior sobre um subor- às escalas comportamentalmente ancoradas, as escalas mistas em
dinado tem viés devido à classificação dessa pessoa em outras geral listam cerca de três exemplos de comportamento (ou “pa-
características. drões”) para cada uma das dimensões de desempenho escolhidas,
Empreitada direta Plano de incentivo em que uma pessoa recebe de e o empregador, em seguida, “mistura” as declarações comporta-
acordo com cada item que faz ou vende, com uma estrita propor- mentais resultantes ao enumerá-las.
cionalidade entre os resultados e as recompensas. Especificações de trabalho Lista “necessidades humanas” para a
Engajamento Empenho e dedicação dos funcionários em relação à ocupação de um cargo, como formação escolar, habilidades, per-
empresa. sonalidade, entre outros, que é resultado da análise do cargo.
Enriquecimento do cargo Redesenhar cargos de forma que aumen- Estereótipos de gênero Tendência de associar as mulheres a certos
tem as oportunidades para o trabalhador experimentar sentimen- empregos, frequentemente não gerenciais.
tos de responsabilidade, realização, crescimento e reconhecimento. Estratégia Curso de ação que a empresa pode seguir para atingir os
Entrevista Procedimento destinado a solicitar informações a partir seus objetivos estratégicos.
das respostas orais de uma pessoa a perguntas também orais. Estratégia competitiva Estratégia que identifica como construir e re-
Entrevista coletiva Painel de entrevistas com vários candidatos ao forçar a posição competitiva da empresa a longo prazo no mercado.
mesmo tempo. Estratégia de boa-fé Estratégia de emprego destinada a mudar as
Entrevista de avaliação Entrevista na qual o superior e o subordina- práticas que contribuíram no passado, excluindo ou subutilizando
do revisam a avaliação do subordinado e fazem planos para sanar grupos protegidos.
suas deficiências e reforçar os pontos fortes. Estratégia de nível corporativo Tipo de estratégia que identifica o
Entrevista de rescisão Entrevista em que o trabalhador é informado portfólio de negócios que, no total, compõem a empresa e as for-
do fato de que está sendo demitido. mas nas quais elas se relacionam entre si.
Entrevista desestruturada (ou não diretiva) Entrevista de estilo co- Estratégia funcional Responsável por identificar o que o departa-
loquial desestruturado, em que o entrevistador busca pontos de mento deve fazer em termos de políticas e práticas departamen-
interesse em resposta a perguntas. tais específicas, para ajudar a empresa a alcançar seus objetivos
Entrevista em painel Entrevista na qual um grupo de entrevistado- competitivos.
res faz perguntas a candidatos. Estresse na entrevista O entrevistador procura deixar o candidato
Entrevista estruturada sequencial Entrevista em que o candidato é desconfortável com perguntas consideradas rudes.
questionado sequencialmente por várias pessoas, e cada um irá Ética Princípios de conduta que governam um indivíduo ou um
avaliar o candidato em um formulário padrão. grupo, especificamente, os padrões utilizados para decidir como
Entrevista não estruturada sequencial Entrevista em que cada entre- deve ser a conduta ideal.
vistador tem uma opinião independente em relação ao candidato Etnocêntrica Noção de que atitudes, estilo de gestão, conhecimen-
depois de fazer perguntas diferentes. to, critérios de avaliação e gerentes de origem são superiores ao
Entrevista situacional Série de questões relacionadas ao trabalho, que o país anfitrião tem para oferecer.
que se concentram em como o candidato irá se comportar em Expatriados Aquele que não é cidadão do país no qual está tra-
uma determinada situação. balhando.
Entrevista situacional estruturada Série de perguntas relevantes Expectativa Espera e desejo de uma pessoa, de que o seu esforço
para o trabalho com respostas predeterminadas, que os entrevista- levará ao desempenho imaginado.
dores fazem a todos os candidatos ao trabalho. Experimentação controlada Métodos formais para testar a eficácia
Entrevistas comportamentais Série de perguntas relacionadas ao de um programa de treinamento, de preferência, com testes antes
trabalho, que se concentram em como o candidato reagiu a situa- e depois, além da análise de um grupo controle.
ções reais no passado. Faixas salariais (ou taxas) Série de etapas ou níveis dentro de um
Entrevistas de desligamento Entrevistas realizadas pelo empregador nível salarial, determinado, normalmente, com base nos anos de
imediatamente antes de o empregado deixar a empresa, com o obje- serviço do empregado.
tivo de entender melhor a opinião do funcionário sobre a empresa. Fator de compensação Elemento compensável fundamental de um
Equipe de trabalho autogerenciada/autodirigida Grupo altamente trabalho, tais como habilidades, esforço, responsabilidade e con-
treinado, com cerca de oito funcionários, totalmente responsável dições de trabalho.
por transformar um segmento bem definido em trabalho acabado. Feedback de 360 graus O empregador recolhe todas as informações
Equipes de resolução de problemas Identificação e pesquisa dos sobre o desempenho em torno de um empregado – reunindo a
processos de trabalho, e desenvolvimento de soluções para os pro- opinião de seus superiores, subordinados, colegas e clientes inter-
blemas relacionados ao trabalho. nos ou externos.
Equipes de sugestão Equipes temporárias, cujos membros traba- Flexibilidade no local de trabalho Funcionários com as ferramentas
lham em tarefas analíticas específicas, tais como a forma de cortar de tecnologia da informação que precisam para realizar suas tare-
custos ou aumentar a produtividade. fas de qualquer lugar.
Fluxograma do processo Gráfico de fluxo de trabalho, que mostra o Greve de risco Greve não autorizada que ocorre durante a vigência
fluxo de entradas e saídas de um determinado trabalho. de um contrato.
Força de trabalho analítica Empregadores utilizam a força de traba- Greve econômica Paralisação que resulta da falta de acordo em re-
lho analítica (ou “análise de talento”), como aplicações de softwa- lação aos termos de um contrato, envolvendo salários, benefícios
re para analisar seus dados de recursos humanos e tirar conclusões e outras condições de emprego.
a partir dele. Greve por simpatia Paralisação que ocorre quando há uma greve
Formulário de candidatura Fornece informações sobre educação, sindical em apoio a outra greve.
registro de trabalho anterior e habilidades do candidato. Griggs versus Duke Power Company Caso do Supremo Tribunal
Generalização da validade Grau em que provas de validade de uma norte-americano em que o requerente argumentou que a exigên-
medida obtida em uma situação pode ser generalizado em relação cia do seu empregador, solicitando que os funcionários da car-
a outra situação, sem mais estudos. voraria tivessem cursado e concluído o ensino médio, foi injusta-
Geocêntrica Política de pessoal que busca as melhores pessoas para mente discriminatória. O Tribunal decidiu que a discriminação
postos-chave de toda a organização, independentemente da nacio- não precisa ser declarada ilegal, mas que as práticas de emprego
nalidade. Isto é, toda a equipe de gestão da empresa deve ser leva- devem estar relacionadas ao desempenho no trabalho. Sendo as-
da em uma base global, no pressuposto de que o melhor gerente sim, o ônus da prova recai sobre o empregador para mostrar que
de uma posição específica pode estar em qualquer um dos países os padrões de contratação são relacionados ao trabalho.
em que a empresa atua. Horário flexível Plano de construção dos horários de trabalho dos
Gerenciar Conseguir realizar as cinco funções básicas do gerente: funcionários, em torno de um núcleo de horas, como entre 11 h
planejamento, organização, gestão de pessoas, liderança e controle. e 14 h.
Gerente O responsável por realizar os objetivos da organização, ge- Impacto adverso Impacto global das práticas patronais, que resul-
renciando os esforços das pessoas da organização. tam em percentuais significativamente mais elevados de membros
Gerente de linha Gerente que está autorizado a dirigir o trabalho de de minorias e outros grupos protegidos, sendo rejeitados em em-
seus subordinados e é responsável pela realização de tarefas da or- prego, colocação ou promoção.
ganização. Impacto de disparidade Disparidade não intencional entre a pro-
Gerente de pessoal Gerente que auxilia e orienta os gerentes de linha. porção de um grupo protegido se candidatando para um cargo e
Gestão científica Abordagem de gestão baseada na melhoria dos a proporção dos que conseguem o emprego.
métodos de trabalho através da observação e da análise. Impasse Situação de negociação coletiva que ocorre quando as par-
Gestão da diversidade Maximizar os benefícios potenciais da diver- tes não são capazes de avançar em direção à resolução, geralmen-
sidade e minimizar as barreiras potenciais que podem comprome- te porque uma parte é mais exigente do que aquilo que o outro
ter o desempenho da empresa. pode oferecer.
Gestão de carreira Processo que auxilia os funcionários a compre- Incentivos financeiros Recompensas financeiras pagas aos trabalha-
endr e desenvolver melhor suas habilidades e interesses profis- dores, cuja produção excede um padrão predeterminado.
sionais, empregando essas habilidades e interesses de forma mais Indivíduos qualificados Sob ADA (Americans with Disabilities Act),
eficaz no trabalho. aqueles que podem desempenhar as funções essenciais do trabalho.
Gestão de talentos Processo metaorientado e integrado de planeja- Injunção Liminar judicial que obriga a parte, ou as partes, a conti-
mento, recrutamento, desenvolvimento, gestão e compensação de nuar ou desistir de uma determinada ação.
funcionários em toda a organização. Instrumentalidade Relações percebidas entre o desempenho bem
Gestão do desempenho Processo contínuo de identificação, medi- sucedido e a obtenção da recompensa.
ção e desenvolvimento do desempenho de indivíduos e equipes, Insubordinação Desrespeito intencional, ou desobediência a ordens
alinhando o seu desempenho aos objetivos da organização. legítimas e autoridade do chefe.
Gestão estratégica de recursos humanos Formulação e execução de Inventário de interesse Dispositivo de seleção e desenvolvimento
políticas e práticas que produzem as competências e os comporta- pessoal que compara os interesses atuais da pessoa com os de ou-
mentos dos funcionários, que a empresa necessita para atingir os tras profissões, determinando a melhor ocupação para o indivíduo.
seus objectivos estratégicos de recursos humanos. Inventários de qualificações (ou competências) Manuais ou registros
Gestão estratégica Processo de identificação e execução do plano informatizados, listando interesses, educação, carreira e desenvolvi-
estratégico da organização, combinando as capacidades da empre- mento dos trabalhadores, idiomas, habilidades especiais, entre ou-
sa com as exigências do seu ambiente. tros, para ser usado na seleção interna de candidatos à promoção.
Globalização Tendência das empresas de aumentar vendas, pro- Investigador de fatos Nas relações de trabalho, refere-se a uma par-
priedades e/ou fabricação em novos mercados no exterior. te neutra, que estuda as questões em disputa e faz uma recomen-
Grade de remuneração (ou salário) A remuneração é composta de dação pública para um acordo razoável.
postos de trabalho com dificuldade equivalente. Itens de negociação voluntária (permitida) Itens na negociação coleti-
Gráfico de avaliação em escala Escala que relaciona uma série de va aos quais a negociação não é ilegal nem obrigatória, uma vez que
características e desempenhos para cada empregado. Ele é, então, nenhuma das partes pode ser obrigada a negociar sobre esses itens.
avaliado a partir da identificação da pontuação que melhor des- Itens ilegais de negociação Itens na negociação coletiva que são
creve o seu nível de desempenho para cada caraterística. proibidos por lei, por exemplo, a cláusula de concordar em con-
Gráfico de expectativa Gráfico que mostra a relação entre os resul- tratar “exclusivamente sindicalistas” seria ilegal no direito traba-
tados dos testes e o desempenho no trabalho, a respeito de um lhista dos Estados Unidos.
grupo de pessoas. Itens obrigatórios de negociação Em negociação coletiva, itens que
Gráficos de substituição de pessoal Registros da empresa que mos- uma parte deve negociar conforme apresentado pela outra parte,
tram o desempenho atual e a possibilidade de promoção de can- como remuneração.
didatos internos para cargos mais importantes. Janela de aposentadoria antecipada Tipo de oferta pelo qual os em-
Graus Sistema de classificação de cargos, como o de classes, embora pregados são incentivados a se aposentar mais cedo. O incentivo
muitas vezes com cargos diferentes, tais como secretários, mecâni- é a liberação dos benefícios de pensão e, talvez, um pagamento
cos e bombeiros. Descrições de grau são feitas com base em fatores em dinheiro.
compensáveis, listados em sistemas de classificação. Job rotation Técnica de treinamento de funcionários, que envol-
Greve Retirada do trabalho. ve o direcionamento para fazer diferentes tarefas ou trabalhos
que não o seu, visando facilitar a flexibilidade e a rotação de Métricas baseadas em estratégia Métricas voltadas, especificamente,
trabalho, além de ampliar sua experiência e identificar os pontos para medir as atividades que contribuam para alcançar os objeti-
fortes e fracos. vos estratégicos da empresa.
Jogo de gestão Técnica de desenvolvimento na qual as equipes de Minitreinamento e avaliação profissional Candidatos em avalia-
gestores competem, tomando decisões computadorizadas a res- ção executam várias tarefas próprias do trabalho e, em seguida,
peito de situações reais, mas simuladas. são avaliados de acordo com seu desempenho, antes de serem
Jogos internos Esforço sindical para convencer os funcionários a contratados.
impedir ou interromper a produção, por exemplo, diminuindo Modelagem do comportamento Técnica de treinamento na qual os
o ritmo de trabalho. estagiários são apresentados, em um primeiro momento, às boas
Justiça distributiva Equidade e justiça do resultado de uma decisão. técnicas de gestão assistindo a um filme, depois, são convidados a
Licença médica Empresa fornece pagamento a um funcionário desempenhar um papel em uma situação simulada e, em seguida,
quando está afastado do trabalho por causa de doença. recebem feedback e elogios do seu superior.
Linha de autoridade Autoridade exercida por um gerente de RH, Modelo de competências Modelo gráfico que consolida, geralmen-
direcionando as atividades das pessoas no seu próprio departa- te em um diagrama, uma visão precisa das competências necessá-
mento e nas áreas de serviço (como o refeitório da unidade). rias para a realização eficaz de um trabalho, incluindo conheci-
Locais Funcionários que trabalham para a empresa no exterior e mentos, habilidades e comportamentos desejados.
são cidadãos dos países onde eles estão trabalhando, também co- Modificação de comportamento Utilizar recompensas contingentes
nhecidos como cidadãos do país anfitrião. ou punição para mudar o comportamento de um empregado.
Loja preferencial Membros sindicais têm preferência na contra- Monitoramento de desempenho eletrônico (EPM) Monitoramen-
tação, mas o empregador também pode contratar operários não to eletrônico da quantidade de dados informatizados que um
sindicalizados. empregado processa por dia e, assim, possibilitando a análise do
Loja sindical Forma de segurança sindical em que a empresa pode seu desempenho.
contratar pessoas não sindicalizadas, mas que devem se unir ao sin- Monitoramento preditivo da força de trabalho Atenção e foco con-
dicato após um determinado período de tempo e pagar pelo perío tínuo nas questões de planejamento da força de trabalho.
do passado – caso não sigam essa diretriz, podem ser demitidos. Motivação intrínseca Motivação que deriva do prazer que alguém
Mapa estratégico Ferramenta de planejamento estratégico, que sente ao realizar um trabalho ou uma tarefa.
mostra a “ideia geral” de como o desempenho de cada departa- Nacionais do país de origem Cidadãos do país no qual a empresa
mento contribui para alcançar os objetivos globais da empresa. multinacional tem a sua sede.
Matriz 9-box No planejamento da força de trabalho, esta matriz Necessidade do negócio Justificativa para uma prática de emprego
apresenta três níveis de desempenho no trabalho atual (excepcio- discriminatória, a partir do momento que exista uma finalidade
nal, plenamente realizável, ainda não plenamente realizável) na comercial primordial legítima.
parte superior, e três níveis de provável potencial para o lado (ele- Negociação coletiva Processo no qual os representantes da admi-
gível para a promoção, espaço para crescimento no cargo a tual, nistração e do sindicato se reúnem para negociar um contrato
não deve crescer além do cargo atual). de trabalho.
Mediação Intervenção nas relações de trabalho, na qual um tercei- Negociação de boa-fé Termo que significa que ambas as partes estão
ro agente neutro tenta ajudar as partes a chegar a um acordo. se comunicando e negociando, além de as propostas também esta-
Mentoria Assessoria, aconselhamento e orientação. rem sendo combinadas com contrapropostas, com ambas as partes
Método de classificação de cargo Método mais simples de avaliação fazendo esforços razoáveis para chegar a acordos. Isso não significa
do trabalho, que envolve a classificação de cada cargo em relação a que cada uma das partes seja obrigada a concordar com a proposta.
todos os outros, sendo, geralmente, com base na dificuldade geral. Opção de ações Direito de comprar um número declarado de
Método de classificação por comparação Classificar empregados ações de uma empresa em algum momento no futuro, porém a
em uma escala que vai do melhor ao pior, em relação a uma ca- um preço de hoje.
racterística em particular. O método prevê a escolha dos melhores Organização Grupo composto por pessoas com papéis formalmente
aos piores, até que todos estejam classificados. designados, que trabalham em conjunto para alcançar os objetivos
Método de comparação pareada Classificação dos funcionários a da organização.
partir de um gráfico com todos os pares possíveis para cada carac- Organograma da organização Gráfico que ilustra a distribuição de toda
terística e indicação de qual é o melhor empregado do par. a organização do trabalho, com os títulos dos cargos e as linhas de in-
Método de distribuição forçada Percentagens pré-determinadas de terligação, que mostram quem se reporta e se comunica com quem.
pontos são colocadas em várias categorias de desempenho, seme- Orientação ao empregado Procedimento que fornece informações
lhante à colocação desses números em uma curva. básicas sobre a empresa a novos funcionários.
Método de estudo de caso Método de desenvolvimento no qual a Outplacement Processo sistemático pelo qual uma pessoa demitida
descrição por escrito de um problema organizacional é apresenta- é treinada e aconselhada nas técnicas de autoavaliação, para ga-
da ao gerente para diagnosticar e solucionar a questão. rantir uma nova colocação.
Método de incidentes críticos Manter um registro de exemplos de Padrões justos de trabalho Padrões que os empregadores deveriam
comportamento raro, bom ou indesejável, relacionados ao traba- elaborar para cada tarefa, com base em uma cuidadosa análise
lho de um funcionário, e revisá-lo com o próprio empregado em científica.
horários predeterminados. Pagamento de benefícios suplementares Benefícios por tempo não
Método do ponto Método de avaliação de trabalho no qual certo trabalhado, como seguro-desemprego, férias e subsídio de férias
número de fatores compensáveis são identificados e, em seguida, e de doença.
há a determinação do grau correspondente a cada um desses fato- Pagamento de indenização Empregadores costumam oferecer uma
res relacionados aos trabalho. só vez esse tipo de pagamento quando demitem um empregado.
Métrica de recursos humanos Indicador quantitativo de uma ativi- Pagamentos financeiros diretos Pagamento em forma de salários,
dade de administração de recursos humanos, como rotatividade incentivos, comissões e gratificações.
de funcionários, horas de treinamento por empregado, ou candi- Pagamentos financeiros indiretos Pagar em forma de benefícios fi-
datos qualificados por cargo. nanceiros, como seguros.
Paraquedas dourado Pagamento realizado por empresas em relação Planos de incentivo organizacionais Planos organizacionais nos
a uma mudança na propriedade ou no controle de uma empresa. quais todos, ou a maioria dos funcionários, podem participar. Ge-
Partilha de trabalho Refere-se a uma redução temporária da jorna- ralmente, agregam a recompensa com alguma medida de desem-
da de trabalho por um grupo de funcionários durante as crises penho em toda a empresa.
econômicas, como forma de evitar demissões. Planos de pensões Planos que oferecem uma quantia fixa quando
Pesquisa salarial A pesquisa tem como objetivo determinar os níveis os empregados atingem uma idade de aposentadoria predetermi-
salariais vigentes. A boa pesquisa salarial oferece salários específi- nada, ou quando eles já não podem trabalhar por conta de algu-
cos para trabalhos específicos. Pesquisas formais por questionário ma deficiência.
escrito são mais abrangentes, mas pesquisas por telefone, internet Planos de saldo de caixa Planos de benefícios definidos nos quais o
e jornal também são fontes de informação. empregador contribui a cada ano com um percentual do salário
Pessoa adequada ao cargo Identificação daquela que representa dos empregados para planos de pensão, e os funcionários, em con-
a confluência de (1) conhecimento, competências, habilidades trapartida, ganham juros sobre esse montante.
(KSAs), e competências fundamentais para a realização do traba- Policêntrica Filosofia de gestão orientada para preencher cargos
lho, conforme determinado pela análise do trabalho, com (2) o com talentos locais; ou crença consciente de que apenas os ge-
conhecimento do potencial do funcionário, habilidades, capaci- rentes do país anfitrião podem entender realmente a cultura e o
dades e competências. comportamento do mercado do país anfitrião.
Piquetes Empregados que carregam placas e anunciam as suas pre- Política de restrição Outro teste para avaliar o impacto adverso, en-
ocupações trabalhistas próximas aos negócios da empresa. volvendo demonstração de que as práticas de contratação do em-
Pirâmide de produtividade do recrutamento Relações aritméticas pregador excluem um grupo protegido, intencionalmente ou não.
históricas entre os seguintes pares: recrutados e convidados; con- Portabilidade Facilitar o resgate dos fundos de pensão acumulados
vidados e entrevistados; entrevistados e os que recebem ofertas; e aos empregados que deixam a empresa antes da aposentadoria.
os que recebem ofertas e ofertas aceitas. Postagem de vagas de trabalho Divulgar uma vaga aberta aos fun-
Planejamento da força de trabalho (de emprego ou pessoal) Proces- cionários (muitas vezes, literalmente, colocando-a em quadros de
so de decidir quais posições deverão ser preenchidas pela empre- avisos na empresa), listando seus detalhes, como qualificações, su-
sa, e como isso será feito. pervisão, horário de trabalho e remuneração.
Planejamento de carreira Processo deliberado, por meio do qual Prática de greve trabalhista injusta Greve que visa protestar contra a
uma pessoa torna-se consciente de competências pessoais, interes- conduta ilegal por parte do empregador.
ses, conhecimentos, motivações e outras características, e estabele- Prêmios de mobilidade Pagamentos de montante fixo típicos para re-
ce planos de ação para atingir objetivos específicos. compensar os funcionários na mudança de uma atividade para outra.
Planejamento sucessório Processo contínuo de identificar, avaliar e Prêmios por serviços no exterior Pagamentos financeiros acima do
desenvolver liderança organizacional para melhorar o desempenho. salário base regular, variando, tipicamente, entre 10% e 30% do sa-
Plano 401 (k) Plano norte-americano de contribuição definida, com lário base.
base na seção 401 (k) do Código da Receita Federal. Procedimento de queixa Processo formal para qualquer fator que
Plano de benefícios flexíveis/Plano de benefícios “cafeteria” Pla- envolve uma queixa contra o empregador, envolvendo salários,
nejar planos individualizados de benefícios permitidos pelos em- horas e demais condições de trabalho.
pregadores para acomodar as preferências dos empregados quan- Processo Addia No contexto de treinamento, a sigla se refere a ava-
to aos benefícios. liação da necessidade de treinamento; projeto do programa global
Plano de contribuição definida para a aposentadoria Plano em que de treinamento; desenvolvimento do curso; e implementação e
a contribuição do empregador para os fundos de pensão dos fun- avaliação da eficácia do curso.
cionários é especificada. Processo de avaliação de pessoal Processo de avaliação em três eta-
Plano de distribuição dos resultados Plano de incentivo que envolve pas, que envolve (1) ajuste de padrões de trabalho, (2) avaliação
os funcionários em um esforço comum, para alcançar os objetivos do desempenho real do empregado em relação a esses padrões,
de produtividade da empresa e partilhar os ganhos. e (3) feedback para o empregado com o objetivo de ajudar-lhe a
Plano de hora padrão Plano pelo qual o trabalhador é pago por uma eliminar deficiências de desempenho ou a continuar ter um de-
carga horária básica, mas recebe um percentual extra por causa da sempenho acima da média.
sua produção superior por hora ou por dia. Semelhante ao paga- Processo de dispensa Procedimentos detalhados que determinam
mento por empreitada, mas com base em um prêmio percentual. quem será demitido caso o trabalho não seja entregue, permitin-
Plano de incentivo de equipe (ou grupo) Plano em que um padrão do que os funcionários utilizem seu tempo de serviço para perma-
de produção é definido por um grupo de trabalho específico, e necer no cargo.
que seus membros recebem incentivos caso o grupo exceda o pa- Processo de gestão As cinco funções básicas de planejamento, orga-
drão de produção. nização, gestão de pessoas, liderança e controle.
Plano de pagamento de ganhos em risco Plano que coloca uma Produtividade Proporção de saídas (bens e serviços), dividida pelos
parcela da remuneração normal do empregado em risco, caso insumos (recursos, tais como trabalho e capital).
não cumpra os seus objetivos. Em contrapartida, ao atingir e/ou Programa de assistência ao funcionário (EAP) Programa formal em
exceder a meta, possibilidade, há o ganho de um bônus bastante que o empregador proporciona aos funcionários aconselhamento
vantajoso. e/ou programas de tratamento para problemas como alcoolismo,
Plano de participação nos lucros Plano pelo qual os empregados jogos de azar ou estresse.
têm participação nos lucros da empresa. Programa de conscientização de segurança Programa que permite
Plano de pensão de benefício definido Plano que contém uma fór- o treinamento de superiores para orientar os novos trabalhadores
mula para determinar os benefícios de aposentadoria. em relação a riscos de segurança comuns e métodos de prevenção
Plano diferenciado de participação nos lucros Plano em que certa simples no local de trabalho.
quantidade de lucros é creditada na conta de cada funcionário, po- Questionário de Análise do Cargo (PAQ) Questionário para coletar
dendo ser resgatada em caso de aposentadoria, demissão ou morte. dados quantificáveis sobre os deveres e as responsabilidades dos
Plano estratégico Plano da empresa para saber como irá correspon- vários cargos de uma empresa.
der às suas forças e fraquezas internas, com as oportunidades e Recrutamento de empregados Encontrar e/ou atrair candidatos
as ameaças externas, a fim de manter uma vantagem competitiva. para os cargos em aberto da empresa.
Recrutamento na faculdade Envio de representantes do emprega- Sistema de remuneração competitivo com o mercado Sistema de re-
dor para campi universitários, com o objetivo de pré-selecionarem muneração no qual as taxas de remuneração real do empregador
candidatos, criando um grupo de possíveis futuros empregados a são competitivas com as do mercado de trabalho relevante.
partir da turma de formandos. Sistema de trabalho de alto desempenho Conjunto de políticas e
Reengenharia de processos de negócios Redesenho de processos, práticas de administração de recursos humanos que promovem
combinando etapas pertencentes a um mesmo grupo de trabalho, eficácia organizacional.
de modo que pequenas equipes de processos multifuncionais uti- Sistemas de apoio ao desempenho eletrônico (EPSS) Conjuntos de
lizem a tecnologia de informação para fazer o trabalho antes reali- ferramentas e instrumentos informatizados, que automatizam o
zado por uma sequência de departamentos. treinamento, a documentação e o suporte por telefone; integran-
Regra desvio-padrão Na seleção, a regra desvio padrão sustenta que, do essa automação em aplicações e fornecendo apoio mais rápido,
como norma geral, a diferença entre o número de candidatos de barato e eficaz do que os métodos tradicionais.
minorias que a empresa espera contratar e o número daqueles que Sistemas de rastreamento de candidatos Sistemas on-line que auxiliam
são realmente contratados deve ser inferior a dois desvios-padrão. o empregador a atrair, reunir, triar, compilar e gerenciar candidatos.
Relações trabalhistas Atividade que envolve estabelecer e manter re- Subsídios para dificuldades Pagamentos que compensam os expa-
lações positivas entre empregado e empregador, contribuindo para triados que vivem e trabalham em condições excepcionalmente
produtividade satisfatória, motivação, moral e disciplina, além de duras, em certos locais.
para manter um ambiente de trabalho positivo, produtivo e coeso. Taxas de rejeição díspares Teste para impacto adverso, no qual seja
Remuneração baseada em competências Processo no qual a empresa possível demonstrar que há uma discrepância entre as taxas de rejei-
remunera o alcance, a profundidade e os tipos de habilidades e co- ção dos membros de um grupo protegido em comparação a outros.
nhecimentos do empregado, em vez de remunerar o cargo ocupado. Técnica de amostragem do trabalho Método de teste com base na
Remuneração do empregado Todas as formas de pagamento ou re- medição do desempenho dos empregados em tarefas básicas e reais
compensa aos funcionários, decorrentes de seu emprego. de trabalho.
Remuneração por mérito (aumento por mérito) Qualquer aumento Tendência central Tendência em classificar todos os empregados da
salarial concedido ao empregado com base em seu desempenho mesma maneira, atribuindo uma classificação média para todos eles.
individual. Testes situacionais Examinandos respondem a situações represen-
Remuneração variável Qualquer plano de vincular o pagamento à tativas do trabalho.
produtividade do empregado, ou rentabilidade, geralmente como Trabalho compartilhado Permite que duas ou mais pessoas compar-
pagamentos fixos de uma só vez. tilhem um único trabalho em tempo integral.
Revisão de segurança operacional Revisões efetuadas pelas agên- Trabalho por peça Sistema de pagamento com base no número
cias para verificar se as unidades sob sua jurisdição estão cum- de artigos processados por cada trabalhador em uma unidade de
prindo todas as leis aplicáveis de segurança, regulamentos, or- tempo, tais como itens por hora ou por dia.
dens e regras. Transferência Recolocar empregados em cargos semelhantes, po-
Role playing Técnica de treinamento na qual os treinandos inter- rém em outras partes da empresa.
pretam o desempenho de papéis diferentes do seu, em uma simu- Tratamento diferenciado Disparidade intencional entre a proporção
lação de situação realista de gestão. de um grupo protegido e a proporção que consegue o emprego.
Rotatividade Taxa em que os empregados deixam a empresa. Tratamento justo garantido Programas do empregador que visam
Sala de aula virtual Método de ensino no qual se utiliza software garantir que todos os funcionários sejam tratados de forma jus-
de colaboração especial para permitir que vários alunos remotos, ta, fornecendo meios formalizados, documentados e amplamente
munidos de seus computadores, participem das discussões com divulgados através dos quais os funcionários podem apelar sobre
áudio e vídeo ao vivo, comuniquem-se através de texto escrito e quaisquer questões.
aprendam a partir de conteúdos, como slides do PowerPoint. Treinamento Processo de ensinar os funcionários, novos ou atuais,
Salgação sindical Tática de organização sindical a qual trabalhado- as habilidades básicas que são necessárias para desempenhar suas
res sindicalistas se infiltram em uma empesa, através da contrata- funções.
ção de empregadores inconscientes. Treinamento de aprendizagem Processo estruturado pelo qual as
Scorecard de RH Processo de atribuição de metas e métricas finan- pessoas tornam-se trabalhadores qualificados através da combina-
ceiras e não financeiras, para a cadeia de gestão relacionada com ção de treinamento em sala de aula e no trabalho.
atividades de recursos humanos, necessárias para atingir os objeti- Treinamento de instrução de trabalho (JIT) Listar as tarefas básicas
vos estratégicos da empresa e monitorar os resultados. de cada trabalho com seus pontos-chave, a fim de proporcionar
Segurança baseada em comportamento Identificar os comporta- treinamento passo a passo para os funcionários.
mentos de trabalho que contribuem para o acontecimendo de aci- Treinamento negligente Situação em que o empregador deixa de trei-
dentes e, em seguida, capacitar os trabalhadores para evitar estes nar adequadamente, e o empregado acaba prejudicando terceiros.
comportamentos. Treinamento no trabalho Treinamento de uma pessoa para que ela
Seguro de vida em grupo Oferece as tarifas mais baixas para o em- aprenda a realizar um determinado trabalho enquanto estiver tra-
pregador ou empregado, incluindo todos os funcionários e os no- balhando nele.
vos empregados, independentemente da saúde ou condição física. Triagem de adaptabilidade Processo que visa avaliar e conciliar o pro-
Seguro-desemprego (ou compensação) Oferece benefícios se uma vável sucesso do candidato em lidar com a transferência externa.
pessoa não é capaz de trabalhar por algum problema que não seja Unidade de negociação Grupo de funcionários do sindicato que se
de sua vontade. torna autorizado para representação.
Semana de trabalho comprimida Esquema em que o empregado Valência Valor percebido que uma pessoa atribui à recompensa.
trabalha menos horas, porém por mais dias por semana. Validade de construto Teste de que é válido o construto, demons-
Serviços de Recrutamento por Demanda (ODRs) Fornecimento de re- trando sua importância para o desempenho do trabalho bem su-
crutamento especializado de curto prazo, para apoiar projetos espe- cedido e para o construto de um processo de seleção.
cíficos sem a despesa de manter as empresas de pesquisa tradicionais. Validade de conteúdo Conteúdo válido é aquele que foi testado e
Simulação baseada em vídeo Teste situacional no qual os examinan- que contém uma amostra justa de tarefas e competências realmen-
dos respondem a simulações em vídeo de situações reais de trabalho. te necessárias para o trabalho em questão.
Validade de critério Tipo de validade baseada na afirmação de que Viés Tendência para permitir que diferenças individuais (como idade,
as pontuações no teste (preditores) estão relacionadas ao desem- etnia e sexo) afetem a avaliação e a classificações de funcionários.
penho do trabalho (critério). Workaholic Pessoas que são “viciadas em trabalho” e, por isso, cos-
Validade do teste Precisão com que um teste ou uma entrevista pro- tumam ficar na empresa até depois do horário normal, trabalham
põem a medir ou a cumprir uma função a qual o empregado foi aos finais de semana e assumem grandes cargas de trabalho.
projetado para preencher.
Vantagem competitiva Quaisquer fatores que permitem a uma or-
ganização diferenciar seu produto (bens e/ou serviços) dos seus
concorrentes, para aumentar a sua fatia do mercado.
International House of Pancakes. Veja IHOP, NLRB. Veja National Labor Relations Board Science Applications International Corp., 110
344 (NLRB), 367 SDS. Veja Self-Directed Search (SDS), 236
Intuit, 297 Nokia, 191–192, 193 Sea Island Shrimp House, 344
ION Geophysical, 174 Nooyi, Indra, 49 Seagate Technology, 215
iTrack Solutions, 111 Northwest Airlines, 369 Second Life, 110, 174, 183
Northwestern National Mutual Life, 400 Securities and Exchange Commission (SEC),
J Novartis China, 232 335
NUMMI. Veja New United Motor Self-Directed Search (SDS), 236
J&J. Veja Johnson & Johnson (J&J), 191, 403
Manufacturing Inc. (NUMMI), 374 Serco, 278
Jackson Hospital, 270t
SFA. Veja Survey Feedback Action (SFA)
JCPenney’s, 239
program, 345
JetBlue Airways, 119 O
Shanghai, Hotel Portman. Veja Hotel Portman,
Jobfox, 111 Occupational Safety and Health Shanghai, 53, 54
Jobtrak.com, 317 Administration (OSHA), 382-384 Sharp Electronics, 177
Johnson & Johnson (J&J), 191, 403 OSHA. Veja Occupational Safety and Health Shell China, 232
JP Morgan, 185 Administration (OSHA), 382-384 Shell Oil Co., 118
Juniper Networks, Inc., 219 Outback Steakhouse, 138p, 139 SHRM. Veja Society for Human Resource
Outward Bound, 186 Management (SHRM), 58, 68
K Siegel, Laurie, 16
Kaiser Permanente, 118, 356 P Siemens, 181
Kamp, John, 138f P&G. Veja Procter & Gamble Co. (P&G), 301 Silkroad Technology, 111
Kelly Services Inc., 115 Pacific Gas & Electric Company (PG&E), 187 Sindicato Internacional de Empregados de
Kenexa, 139, 242 Palo Alto Software, 50-51 Serviços (SEIU), 374
KeyBank, 136 SkillSoft, 184
Panera Bread, 21-22
Society for Human Resource Management
Papa John’s, 51
(SHRM), 11, 58, 68, 105f, 119, 122, 160,
L Payless ShoeSource, 267
189, 190, 277
Lands’ End, 7 Pearson Corporation, 3
Southwest Airlines, 54, 55f, 56
Lending Tree, 210 PepsiCo, 49, 51
Spencer Stuart, 116
Lewin, Kurt, 192 Pfizer Inc., 105, 329
Standard & Poor’s, 111
LinkedIn, 8, 10, 107, 109-110, 155, 183, 328 PG&E. Veja Pacific Gas & Electric Company
Starbucks, 51, 65, 361
LivingSocial, 210 (PG&E), 187
Starwood Hotels, 234
Lockheed Martin Corp., 59, 335, 337, 346 Philips, 216
Sun Learning eXchange, 181
Louisiana-Pacific Corp., 381 Pierce University, 377
Sun Microsystems, 181
Luxottica, 184 Pilat NAI, 109
Survey Feedback Action (SFA) program, 345
Pinterest, 345
Pizza Hut, 51
M T
Plateau Systems, 184
MacDonald, Randall, 4p, 11 PR Week, 110 Talentwise Solutions, 157
Macy’s Inc., 58, 172, 174 Prevent Blindness America, 394 Taleo Corp., 111
Makino, 114 PreVisor, 142 Target, 51
Marriott International, 111 Procter & Gamble Co. (P&G), 301 TelePresence, 183
May Department Stores, 172 PureSafety, 396 Tesco PLC, 223
McDonald’s Corp., 65, 110 Texas Instruments, 316
McDonnell-Douglas Corporation, 33 Thomas International USA, 143
R
McKinsey & Co., 223, 287 TimeVision, 88
Men’s Wearhouse, The, 180 Raytheon Co., 334 Tipton, Art, 377, 378
Merrill Lynch, 289 Recreation Equipment, Inc., 161 Towers Perrin, 52, 234
Microsoft, 58, 88, 121, 191, 192, 336, 337f Red Door Interactive, 345 Toyota Motor, 206
Monster, 110, 111 RedCarpet, 174 Transocean Ltd., 301
Murray Supply Co., 345 Renren, 111 TRW, 204, 207
Myers-Briggs, 140 Restaurante Rhapsody, 185 TurboTax, 185
ResumePal, 110 Twitter, 110, 183, 338
N Revista Fortune, 7, 111, 150, 210 Tyco International, 16
Risk Management Magazine, 404
National Hockey League, 367
Ritz-Carlton, 54
National Labor Relations Board (NLRB), 367 U
Rogers, Carl, 220
Nationwide Mutual Insurance Co., 232 Ulrich, David, 12, 13
Rubbermaid. Veja Newell Rubbermaid, 54
Neiman-Marcus, 52 Uniglo, 8
Russell Reynolds, 116
NES Rentals Holdings, Inc., 294, 318 Unilever, 223
New United Motor Manufacturing Inc. Union Pacific, 313
(NUMMI), 374 S United Auto Workers, 369, 374
New York City Children’s Services Salesforce Rypple, 210 United Parcel Service (UPS), 182, 339
Administration, 113 Samsung, 216 United Technologies Corp., 329
Newell Rubbermaid, 54 Sarasota County (Florida), 252 Universidade de Yale, 394
Nike, 115 SAS Institute, Inc., 13p UPS. Veja United Parcel Service (UPS), 182, 339
Nissan, 369 Scholastic Assessment Test (SAT), 133 USAA, 315
para a retenção de funcionários, 230 leis de Oportunidades Iguais de Emprego, medição, 11, 285
para o desenvolvimento organizacional, 24-25, 37 normas para
193, 194 Decisões de promoção, 244247 definição, 216
para o recrutamento, 118 Declaração de competência, 82-86 na descrição do cargo, 82-84
sites de co-working, 8 Declaração de missão, 49 planejamento de sucessão e, 242
trabalhadores mais velhos como, 246 Declaração de visão, 49 remuneração por desempenho, 295
Contabilidade, 329 Declarações de tarefas, 81 rescisão e, 319
Continuidade do negócio, 408 Deficiência testes de personalidade e, 140
Contratação alfabetização e, 185 Desempenho insatisfatório, como fundamento
negligente, 133 consultas pré-admissionais e, 157 de demissão, 247
recontratação, 108-109 defesas do empregador, 32 Desemprego
Contratação negligente, 133 discriminação e, 23-25, 38 recrutamento e, 107
Contrato psicológico, 235 exames médicos e, 158 rotatividade voluntária e, 228
Contratos gravidez e, 32f taxas de, 105
componentes, 370 orientação dos funcionários e, 173 tendências, 9-10
reabilitação profissional e, 23 Desengajamento moral, 333, 336
de negociação, 364
Seguridade Social e, 305 Desenvolvimento
demissões e, 252
Deficiência mental e, 24 desenvolvimento de gestão, 187
federal, 22, 161, 181
Demissão, 247-252 desenvolvimento organizacional, 193-195
finalidade de, 162
aconselhamento e, 250, 251 Desenvolvimento de carreira, 231, 234
gestão de conflitos pessoais, 373-374
check-list para, 248 Desenvolvimento de gestão, definição, 187
manual do funcionário e, 173
definição, 247 Desenvolvimento de programas, 179-180
negociação de boa-fé, 364
desligamento voluntário, 247 Veja também Treinamento
ofertas de emprego contra, 161
disciplina e, 342, 343 Desenvolvimento de recursos humanos, base
oposição ao sindicalismo, 358
motivos para, 247 de conhecimento para, 14
para prestadores de serviços
perguntas a serem feitas antes, 248, 249f Desenvolvimento organizacional, 193-195
independentes, 270
questões de demissão injusta e, 248-249 Desonestidade, identificando, 157
psicológico, 235 Desregulamentação, 8, 10, 373
Veja também Downsizing; Demissões
rescisão e, 247 verbas rescisórias, 248, 249f, 308-309 Devido processo legal
RPOs, 121 Demissão construtiva, 248 iguais de emprego e, 24
Controlar, o papel de, 2 Demissão injusta, 248, 249 proteger, 341
Conversa de rescisão. Veja Entrevistas Demissões, 247-248, 308 resolução de conflitos, 373
Cor Demografia triagem de drogas e, 158
discriminação e, 23, 32t, 38, 265, 335 análise de tendências e, 102 Diário, registro em, 80
oportunidades iguais de emprego, 40 tendências da força de trabalho, 6-7, 6f, 237 Dias de conversação, 216
Correlação, 134, 134f, 135 Denunciantes, 335 Difamação, 155
Creche. Veja Cuidados da criança, subsidiado Departamento de recursos humanos, 4-5, 5f Diferença salarial, 284
Crescimento profissional, rotatividade e, 231 Dependentes Diferenciação, 51
Crime Cobertura da Previdência Social, 311-312 Dificuldades de aprendizagem. Veja
contratação negligente e, 133 cobertura de saúde para, 308, 311 Deficiência
disciplina e, 342 compensação dos trabalhadores e, 311 Digitalização pela íris, 338, 339P
programa de prevenção para, 407 cônjuge, 311 Direito a uma eleição, 360
questões internacionais, 411-412 manutenção de registros para, 281 Direito ao trabalho, 358, 359
violência contra as mulheres, 411 Depressão, empregado, 315, 402 Diretrizes sobre disciplina justa, 340
violência no trabalho, 404-406 Desastre da Deepwater Horizon, 380, 382 Discriminação
Cuidado ao idoso, 316, 317 Descrições de cargos alegações de, 32-36
Cuidado da criança, subsidiado, 315-316 análise de tarefas e, 175 aposentadoria antecipada e, 314
Cuidados de saúde, 310, 315 avaliação do trabalho e, 274 contratação negligente e, 133
Cultura, 335 declaração, tarefa de cargo, 82 cor e, 22, 32t, 34, 265
Currículos em vídeo, 125 definição, 74, 75, 82 currículos em vídeo e, 125
Curvas salariais, 275-280, 278f, 279f, 282 descrição, 74, 75f, 77-83, 79f, 83f decisões judiciais sobre, 24-25
Custos exercício de aplicação, 95-96 defesas contra, 21, 32-36
de licença médica, 307 identificação do cargo, 82, 90 deficiência e, 23-25
de recrutamento, 135 questionário para analisar, 79f definido, 36
de rotatividade, 229 recrutamento on-line e, 110 discriminação reversa, 38
dos cuidados de saúde, 309, 310 resumo do cargo, 90-91 em decisões de promoção, 244
reduzindo, 311 Veja também especificações de cargo estado civil e, 34
sindicato exige e, 373 Desempenho exercício de aplicação, 40-41
ajuste pessoa-trabalho e, 133 gênero e, 22, 32t, 34, 37, 265
análise, 175-176 gravidez e, 32f
D compensação, 266 (Veja também idade e, 22, 32t, 34, 37, 265
Dashboards (painéis digitais), 56, 56f, 221 Remuneração; Incentivos) igualdade de remuneração e, 21
De integração. Veja Funcionários, orientação/ dimensões da personalidade e, 140 intencional, 31, 32, 33
treinamento para disciplina e, 338 Lei dos Direitos Civis e, 31
Decisões da Suprema Corte funcionários engajados e, 11 nacionalidade e, 22, 32t, 34, 35, 265
assédio sexual, 26, 27 insatisfatório, demissão e, 247 necessidade do negócio e, 34-35
Monitoramento da previsão da força de Lei dos Direitos Civis (1991), 31 Perguntas em entrevistas. Veja Entrevistas
trabalho, 105-106 Lei Equal Employment Opportunity, 24 Perguntas, à vontade, 162
Monitoramento por localização, 339 Ordenamento jurídico, 22-23 Período de carência, 311
Moralidade, 329, 336 retaliação e, 41 Personalidade
Veja também Comportamentos; Ética verificação de antecedentes, 153, 154, 155 conflitos interpessoais, 373
Motivação Oposição ao sindicalismo, 358 dimensões de, 137
aprendizagem e, 178-179 OPP. Veja Organizações prestadoras de serviços pessoas propensas a acidentes e, 388
enriquecimento profissional e, 76 preferenciais (PPOs) planejamento de carreira e, 235
teoria da equidade de, 264 Orçamento de caixa, 66 testes para, 137-138, 141f, 143, 160t, 194
Mudança cultural, 191 Orçamento de vendas, 66 Pesquisa
Mudança estratégica, 191 Orçamento operacional, 65 em administração de recursos humanos, 11
Orçamentos/orçamento Pesquisa de estatísticas atuais do emprego, 276
N análise, 65-68 Pesquisa Nacional de Remuneração (NCS), 276
aprendizagem contínua, 185, 238 Pesquisa-ação, 193, 194
Nacionalidade
exemplo, 66f Pesquisas de Atitude, 191, 231, 344
discriminação e, 22, 32t, 34, 37, 265, 335
processo de, 63 Pesquisas de atitude, 231
NAFTA. Veja Acordo de Livre Comércio da responsabilidade por, 68 Pesquisas de remuneração da internet. Veja
América do Norte (NAFTA) Organização Remuneração
NCS. Veja Pesquisa Nacional de Remuneração cultura, 335, 335-336 Pesquisas on-line, 344
(NCS) definição, 2 Pesquisas salariais, 264, 276-277, 283
Necessidade do negócio e, 34 divisões de cargos, 74 Pessoal alternativo. Veja Agências de trabalho
Necessidade do negócio, 34 gráfico para, 74, 76 temporário
Negatividade orientação, 173 Pessoal
afastamento do trabalho e, 232-233 pesquisas de clima, 344-345 análise de trabalho para, 73
em entrevistas, 149-150 planos de incentivo (Veja Incentivos) com erros, 2-3
Negociação coletiva programas de mudança, 194-198 experiente versus não experiente, 89
definição, 363 segurança (veja Segurança) filosofia de recursos humanos para, 12
lei e, 358, 360 Organizações prestadoras de serviços formulário de registro de inventário e
negociações, 364-366 preferenciais, 316, 317 desenvolvimento, 104-105
processo de, 363-373 Organizando gestão, 10
salários e, 266 no departamento de RH, 4-5 gráficos de substituição, 104, 104F
Negociação de boa fé, 364 papel, 2 plano de ação para, 106
Negociação de boa-fé, 364 Orientação. Veja Treinamento plano salarial para, 68, 68f
Nerds. Veja Geeks e nerds
previsão para, 101-105 (Veja também
Networking
P Planos/Planejamento)
tecnologia e, 8, 10
Padrões de seleção recrutamento (Veja Recrutamento)
eficácia, 133 revisão dos registros, 243
O Veja também Funcionários
ferramentas, 56F
O*NET, 88, 254, 255 qualificações, 34 Pessoas propensas a acidentes, 388-389
Obesidade validação, 26, 73 Pessoas qualificadas, 34
bem-estar e, 310 Veja também candidatos a emprego, Piquetes, 369
discriminação e, 35 funcionários, selecionando, entrevistas Pirâmide seletiva do recrutamento, 106, 106F
Objetividade Pagamento, igualdade Planejamento da força de trabalho. Veja
em avaliações de desempenho, 215 discriminação no salário, 23, 32t, 265 Planos/Planejamento
em RH, 60 fatores remuneráveis e, 283-284 Planejamento de aposentadoria da força de
Objetivos de aprendizagem, 178 sindicatos e, 372 trabalho. Veja aposentadoria
Objetivos instrucionais. Veja os objetivos de Pagamento. Veja Remuneração Planejamento de benefícios flexíveis. Veja Plano
aprendizagem Pagamento/promoção/sistema por mérito, 22, de benefícios
Objetivos, aprendizagem, 178 295, 296t Planejamento de carreira
Observação Pagamento baseado em tempo, 263 definição, 235
na análise do cargo, 78 Veja também Remuneração exercício de aplicação, 255
ODRs. Veja Serviços de recrutamento por Pagamentos financeiros diretos, 262 finalidade de, 235
demanda Pagamentos financeiros indiretos, 262 oficinas para, 237
OJT. Veja Treinamento no trabalho (OJT) Pais solteiros, 122 rotatividade e, 229
Ônus da prova, 33, 137 Palestras, 178 Planejamento de negócios
Opções de ações, 301-302 PAQ. Veja questionário de análise de cargos software para, 50, 58
Oportunidades iguais de emprego, 21-41 (PAQ) Veja também Planos/Planejamento
contra a ação afirmativa, 37 Paraquedas dourado, 302 Planejamento sucessório, 108, 109, 175, 242
Decisões da Suprema Corte, 28, 33 Passivo, 66 Veja também Gestão de talentos
ética e, 40 Patrimônio individual, 264 Plano combinado, 299
exercícios de aplicação, 40-41 Patrimônio líquido, 66 Plano de ação da força de trabalho, 106
gerentes para, 4 PDA. Veja Lei sobre Discriminação na Gravidez Plano de benefício de pensão, 310, 312
leis, 10, 22-30 Penalidades, 341, 384 Plano de benefícios, 317-318
assédio sexual e, 26-30 Pensamento científico em RH. Veja Recursos Plano de contribuição
estadual e municipal, 23, 40 Humanos definição, 313
formulários de inscrição e, 123 Pensão flexível, 314 planos de participação nos lucros e, 303
portabilidade, 313, 314 Políticas e procedimentos. Veja Planos/ Programas de desenvolvimento gerencial,
Veja também Planos de participação Planejamento implementação, 187-190
acionária dos empregados (ESOP) Pontos do contrato, na negociação, 370 Veja também Treinamento
Plano de Desastres, 404, 408 Pornografia infantil, 338 Programas de prevenção clínicos, 310
Plano de ganhos compartilhados, 303 Portais da empresa, 10 Programas de reconhecimento positivo, 396
Plano de pagamento com risco sobre os Portais de aprendizagem, 184 Programas de reconhecimento/
ganhos, 295 Posicionamento estratégico, 13 reconhecimento
Plano de remuneração competitiva ao Postos de trabalho no exterior, 8, 115-116, 373 como incentivo, 305
mercado, definição, 272 Postos de trabalho, papel do, 7 relações com os empregados e, 343
Plano estratégico/planejamento Poupança e planos de poupança, 312 rotatividade de funcionários e, 232
análise de necessidades, 178 PPA. Veja Análise de Perfil de Personalidade Veja também Recompensas
definição, 47 (PPA) Programas de remuneração do futuro, 284
exemplo, 47 PPE. Veja equipamento de proteção individual Programas de sugestões, 346
importância, 13 (EPI) Programas de transformação produtiva. Veja
papel dos gestores em, 52-53 Prática de greve trabalhista injusta, 369 Downsizing
planejamento da força de trabalho, 101-102 Práticas trabalhistas injustas, 363, 370, 371 Programas top-down, 37-38
planejamento de pessoal, 100, 101f Preconceito, 35 Projeto de séries temporais, 195
processo de, 47-49, 47f Previsão Promoção da saúde e prevenção de doenças,
Remuneração e, 263, 272-273 atividade empresarial, 101 310-311
retenção de funcionários e, 230 computadorizado, 104 Própria diligência, 190
software para, 50-51, 55 demanda da força de trabalho, 101 Provedores de serviços de recrutamento
treinamento e, 176 orçamento e, 65 (ASPs), 111
Plano salarial, 68, 68f, 263, 295-296 Punição, disciplina e, 342-343
planejamento e, 2, 46
Veja também Remuneração recrutamento, 100, 104-106
Planos 401 (k), 313 PRH. Veja Profissionais em Recursos Humanos Q
Veja também Poupança e plano de Primeiras impressões, 149, 150 Qualidade do ar, 399
poupança
Princípio de Peter, 243 Qualificações
Planos/Planejamento
Prioridades conjunto de habilidades para, 104
base de conhecimento para, 14
estresse e, 400 falta de, como fundamento de demissão, 247
papel de, 2
para a segurança, 381, 401 inventários, 104
para descrições de trabalho, 88
Privacidade Queixas, 371-372
para o recrutamento, 100, 123
em dados de funcionários, 105-106 Questionário de análise de cargos (PAQ), 74,
planejamento da força de trabalho, 101-107
importância, 11, 112 78-79, 79f, 81
políticas e procedimentos, 47
políticas para, 338-339 Questionários
processo de, 47-48
triagem de drogas e, 158 na análise de cargo, 81-83
Veja também Planejamento de carreira;
violações de segurança e, 411 na avaliação do cargo, 274
Metas; plano estratégico/planejamento
Problemas de “não querer fazer”. Veja para descrições de cargos, 82, 79F
Planos atuais de participação nos lucros, 303
problemas “não pode/não quer fazer” Questões comportamentais, 145-146, 150
Planos de ações fantasmas, 301
Problemas Não pode fazer/não quer fazer, 177 Questões de conhecimentos de trabalho, 165
Planos de ações, 301
Procedimentos eleitoral, sindicalização e, 360 Questões de conhecimentos e de base, 150, 165
Planos de aposentadoria
Procedimentos transparentes de seleção, 34 Questões situacionais, 145, 150
definição, 311
Processo de recurso, 342
portabilidade, 313
tipos de, 312-314 Processo legal dos empregados, 372 R
Planos de emergência, 408 Processos de demissão injusta, evitação, 253
Raça
Planos de férias remuneradas agrupadas, 306 Procura por trabalho. Veja Pessoal ação afirmativa, 36
Planos de incentivo da equipe, 302 Produtividade análise demográfica, 7
Veja também Incentivos análise de fluxo de trabalho e, 75 candidatura e, 124, 146, 147, 151
Planos de incentivos, 298 análise de relação e, 102 demissão e, 247
Planos de opções de ações de base ampla, 301 igualdade de remuneração e, 32T desempenho no cargo e, 90, 218
Planos de pagamento. Veja Remuneração melhorando, 251 discriminação e, 22, 32t, 265
Planos de participação acionária dos planos de remuneração por produção e, 295 tratamento diferenciado e, 32
empregados (ESOP), 303 sindicatos e, 355 Reação, a análise do trabalho e, 78
Planos de participação nos lucros, 295, 303 Produto Interno Bruto (PIB), 9 realista, 159
Planos de participação nos lucros, 303 Profissionais em Recursos Humanos, 3, 14 reduzindo atos inseguros com, 388
Planos de remuneração por produção. Veja Profissionais estrangeiros/empregados, validade de, 135-136
Remuneração programa de vistos H-1B, 8 valor de, 12
Planos de saldo de caixa, 314 Programa de Aposentadoria antecipada, 314 Veja também Verificação de antecedentes
Planos de saúde autofinanciados, 311 Programa de premiação de serviço, 345 Recompensas
Planos de saúde autofinanciados, 311 Veja também Recompensas alinhamento com a estratégia, 263
Polígrafos, 157 Programa de reconhecimento social, 297 ética e, 335, 338
Política de portas abertas, 343 Programa de remuneração, 281 relações com os empregados e, 343
Política de promoção formal, 243 Programa de vistos H-1B, 8 remuneração e recompensas totais, 284
Política restrita, 34 Programa funcionário do mês, 297 Veja também benefícios, incentivos
Veja também Impacto adverso Programas de assistência ao empregado, 315 Recontratação, 108-109
Políticas de exclusão do cônjuge, 311 Programas de bem-estar, 310-311, 403 Recrutadores
Gary Dessler
Administração
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de Recursos Humanos
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3a edição
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Todos os capítulos do livro trazem exemplos reais e atuais, bem como estudos de casos
brasileiros, nos quais o novo RH é posicionado como centro de lucro e com características
do contexto estratégico, o que torna esta obra essencial à formação de gestores e
profissionais nas áreas de administração e recursos humanos.
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ISBN 978-85-430-0027-5
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