Resolução de Conflitos Na SADC
Resolução de Conflitos Na SADC
Resolução de Conflitos Na SADC
Curso: Direito
DISCENTE: DOCENTE:
Hanifa da Conceição Carlos Ioneuse Quieta da Chiluane
Objectivo ..................................................................................................................................... 4
Objectivo gerais........................................................................................................................... 4
Metodologia ................................................................................................................................ 5
Conclusão .................................................................................................................................. 13
Bibliográficas ............................................................................................................................ 14
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Introdução
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Objectivo
Objectivo gerais
Proporcionar o crescimento das economias dos países africanos e consequentemente,
Estimular o comércio de produtos e serviços entre os países membros;
Alcançar o desenvolvimento e o crescimento, reduzir a pobreza, melhorar o nível e a
qualidade de vida das populações da África Austral e apoiar as camadas sociais
desfavorecidas, mediante a integração regional;
Promover valores, sistemas e instituições políticas comuns;
Promover e defender a paz e a segurança;
Objectivo especificos
Diminuir a pobreza da população de todos os países membros e melhorar a qualidade de
vida;
Maximizar o uso dos recursos naturais da região;
Promover o crescimento sustentável dos países do bloco;
Promover a paz e bons relacionamentos políticos na região, atuando para evitar conflitos e
guerras;
Cooperação socioeconômica e política na região;
Buscar soluções em comum para os principais desafios da região;
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Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho, irei basear me na leitura de algumas literaturas, bem como
na consulta de alguns manuais, livros, na Internet e que serão referenciados na bibliografia
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Resolução de Conflitos na SADC
O continente africano tem sido marcado por conflitos internos e internacionalizados3, logo depois
do surgimento das primeiras experiências de independência na África, na década de 1960. Desde
esse período, vários conflitos internos surgiram e foram motivados por vários fatores isolados ou
combinados. A maioria dos Estados africanos experimentou, pelo menos, uma situação de conflito
interno ou interestatal, cujas causas estiveram relacionadas a herança colonial das questões de
fronteiras, a partilha do poder, erosão da legitimidade, mudanças constitucionais inconstitucionais,
transições democráticas e processos eleitorais mal sucedidos, o acesso aos recursos financeiros e
naturais, entre outros fatores. Esses conflitos internos tiveram várias intensidades, onde uns foram
capazes de desmoronar a autoridade central dos seus Estados, como é o caso da Somália, na década
de 1990, ou da Líbia mais recentemente.
A colonização europeia tem fortes ligações com a situação dos conflitos internos na África, porque
dividiu profundamente as sociedades africanas – “dividir para reinar” – mas as lideranças africanas
também tem cota parte no processo, porque nas últimas cinco décadas do Século XX pouco fizeram
para inverter esse cenário desfavorável, ignorando por completo os interesses coletivos e supremos
africanos que guiaram as lutas de libertação nacional dos povos africanos, pelos interesses
individuais e grupais, bem como pelas facilidades que o poder oferece, negligenciando por
completo as aspirações, interesses e objetivos coletivos.Os grupos étnicos foram manipulados
pelas lideranças, para a prossecução de interesses inconfessos ou foram colocados a lutar entre si,
numa espécie de “violência em estado natural e que se inclina diante de uma violência maior”
como aponta Fanon (1968, p. 38)
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1987 Insurgência do LRA na RDC, RCA e Sudão do Sul. Grandes Lago
1991 Guerra Civil na Somália, na Somália e Quénia. Chifre de África
1992 Conflito da Frente de Libertação de Oromo. Etiópia
1994 Genocídio de Ruanda: hútus e tutsis. Ruanda
1995 Insurgência de Ogaden na Etiópia. Etiópia
1995 Segunda Insurgência Afar na Eritreia e Etiópia. Etiópia
1996 Insurgência das Forças Aliadas Democráticas. RDC
1998 Conflitos Comunais Nigéria
Os conflitos, apresentados, tem uma dimensão interna, mas com um enorme potencial para criar
desequilíbrios e instabilidade regional, através da intensidade da violência organizada,
deslocamento de pessoas, refugiados. Igualmente, na caixa acima pode-se notar que desde a década
de 1960 o continente foi assolado por vários tipos de conflitos internos e em todas as suas sub-
regiões continentais. Esses conflitos vão desde conflitos Inter étnicos e fronteiriços, passando por
conflitos secessionistas e separatistas, até aos conflitos relacionados com a transição política e
promoção e proteção dos direitos civis
A promoção e proteção dos direitos civis tem sido fator de conflitos na África, sobretudo quando
se trata de questões relacionadas com a participação política e civil, distribuição e legitimidade do
poder político, bem como aspetos relacionados com gestão da coisa pública e governação dos
Estados. Este tipo de conflito é bastante recorrente em situações pós eleitorais. Muitos desses
conflitos têm uma ligação direta com as falhas da transição política que ocorrerem com maior
frequência na década de 1990, em diversos Estados africanos. A transição política para a
democracia proporcionou conflitos de natureza interestatal, fruto do aumento de tensões
resultantes dos imperativos da democratização da vida social, política e econômica. De acordo
com Cohen (1996, p. 6) trata-se de “fenômenos bloqueadores dos sistemas políticos que já não
podem resolver as diferenças individuais ou em grupo, através de procedimentos não-violentos”.
A transição para um sistema de democracia liberal e participativa criou e contínua a criar enormes
problemas nos Estados africanos. Apesar do sistema democrático liberal ter triunfado em alguns
Estados como Moçambique, Benim, Botsuana, Gana, África do Sul e Tanzânia, se está muito longe
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de inspirar qualquer esperança para o futuro de regimes democráticos efetivos na África, visto que
há sempre tendências de retrocessos na democratização.
A história das organizações internacionais demonstra que elas usaram tanto meios pacíficos de
resolução de conflitos, quanto leis e recursos a força para prevenir, gerir e resolver conflitos, fruto
daquilo que Dias (2010, p. 64) refere como sendo “poderes que lhes são conferidos para aturarem
no seu âmbito de atuações fundamentais para o cumprimento de sua missão”. A maioria dos
tratados que criam as organizações internacionais, no geral, preconizam a resolução de disputas
com recurso a mediação5, facilitação6, bons ofícios7, arbitragem8 e outros meios diplomáticos e
jurídicos para resolver conflitos entre Estados membros.Os mecanismos de resolução pacífica de
conflitos perfazem o que se apelida de diplomacia preventiva, ou seja, um conjunto de mecanismos
que visam à prevenção do surgimento de conflitos, por um lado, e o impedimento da sua
deflagração e alastramento, por outro. Para Bourton (1990, p.18), a prevenção de conflitos tem a
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ver com um conjunto de processos e procedimentos com vista a redução das condições causais e
a promoção positiva de um ambiente conducente a um relacionamento colaborativo entre partes
em conflito. Este processo preocupa-se com os problemas sociais e as alterações do ambiente que
conduz ao conflito, bem como com a criação de condições que mitigam o mesmo conflito.
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Comunidade 1981 Burundi, Promoção da cooperação e
Económica da Camarões, desenvolvimento autossustentável, com
África Central República Centro- particular ênfase na estabilidade
Africana, Chade, econômica e melhoria da qualidade de
Congo, Guiné vida dos cidadãos dos Estados membros
Equatorial, Gabão, da organização, entre outros.
Ruanda, São Tomé
e
Príncipe,
República
Democrática do
Congo e Angola
De acordo com os dados patentes na tabela acima, sobretudo em relação aos objetivos das
organizações regionais africanas, pode-se constatar que existem um denominadores comuns
relacionados diretamente com os princípios de cooperação política, econômica e a preocupação
em relação a resolução pacífica de disputas e conflitos. Em relação a esse ponto, Abbott e Snidal
(1998) 10, citados por Gabriela, 2013, p. 309) ressaltam que “as organizações internacionais são
atores importantes em episódios críticos da política internacional, mas com poder na mediação,
resolução de conflitos, manutenção da paz, bem como na aplicação de sanções, entre outras
situações concretas”. Para além disso, as organizações regionais africanas preocupam-se também
com a promoção da paz, segurança e desenvolvimento, assuntos que estão diretamente relacionado
com cooperação, integração e a prevenção, gestão e resolução de conflitos.
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Zimbábue, transformou-se em SADCC, uma organização de coordenação setorial a nível regional,
com o objetivo de reduzir a dependência da África do Sul. Em 1992, a organização de coordenação
setorial transformou-se numa organização de integração regional, neste caso a SADC.O recurso a
intervenção militar foi um elemento dominante nas discussões das lideranças regionais sobre a
prevenção, gestão e resolução de conflitos internos na região. Em 1998, no Lesotho, diante de uma
situação de conflito político e alteração da ordem constitucional que perfazia um golpe de Estado,
houve uma invasão militar liderada pela África do Sul e Botswana, com o intuito de repor a ordem
naquele Estado. Com o andar do tempo, as lideranças fundadoras da SADC, quando confrontadas
com a possibilidade de intervenções militares nos seus Estados, começaram a discutir seriamente
as intervenções militares e a sua possibilidade de interferir nos assuntos internos dos Estados
membros e a promoção da paz e segurança regional.
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membros, através de uma ativa cooperação e promoção de um ambiente de paz como um pré-
requisito para o desenvolvimento econômico”.
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Conclusão
No presente trabalho conclui que as organizações regionais africanas tiveram sempre alguma
sensibilidade para lidar com processos de prevenção, gestão e resolução de conflitos nos e entre
os Estados membros, sobretudo para evitar que a violência tome proporções incontroláveis.
Todavia, essa sensibilidade foi quase que sempre condicionada pelos princípios normativos de não
ingerência em assuntos internos dos Estados membros, princípio norteador essas organizações,
fazendo com que elas se limitassem a promover mecanismos diplomáticos e pacíficos para a
prevenção, gestão e resolução de conflitos. Todavia, ainda há preocupações complexas e profundas
que 224 Conjuntura Global, vol. 6 n. 2, mai./ago, 2017, p. 191-226 devem ser abordadas de forma
concreta, para que a contribuição das organizações regionais africanas e da própria União Africana
sejam mais eficientes e duradouras na prevenção, gestão e resolução de conflitos em África.
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Bibliográficas
AFRICAN UNION COMMISSION. African Union Handbook 2017: A Guide For Those Working
With and Within the African Union. Addis Ababa- Ethiopia: African Union Commission, 2017.
AFRICAN UNION. Peace and Security Council (PSC). The African Union Commission. Addis
Ababa: UA, 2003.
BOURTON, John. Conflict: Resolution and Prevention. New York: St. Martin’s Press,
1990.CAVALCANTE, Milene Dantas. Conflitos Internacionais. Departamento de Relações
internacionais. Santa Catarina: UFSC, 2001.
COHEN, Herman J. Conflict Management in Africa. CSIS Africa Notes 181, Washington,DC,
fevereiro, 1996.
FOLTZ, William J. The Organization of African Unity and the Resolution of Africa’sConflicts.
In: Deng and Zartman (Eds). Conflict Resolution in Africa. Washington, D.C:The Brookings
Institution, 1991.
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