5 Luciano 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO EMBASAMENTO GRANULÍTICO DA


EXTREMIDADE NORTE DA BACIA DO RIO PARDO, BAHIA, BRASIL.

por

REJANE LIMA LUCIANO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Orientador: Profo Dr. Johildo Salomão Figueiredo Barbosa


Co-orientador: Profo Dr. Luiz César Corrêa-Gomes

SALVADOR/BAHIA
Agosto de 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO EMBASAMENTO GRANULÍTICO DA


EXTREMIDADE NORTE DA BACIA DO RIO PARDO, BAHIA, BRASIL.

por

REJANE LIMA LUCIANO

Dissertação apresentada como requisito parcial para


obtenção do grau de Mestre em Geologia pela
Universidade Federal da Bahia.
Orientador: Profo Dr. Johildo Salomão Figueiredo Barbosa
Co-Orientador: Profo Dr. Luiz César Corrêa-Gomes

SALVADOR/BAHIA
Agosto de 2010
“Mapeamento Geológico do Embasamento Granulítico da Extremidade
Norte da Bacia do Rio Pardo, Bahia, Brasil.”
RESUMO

A área de estudo está localizada na região sul do Estado da Bahia, abrangendo parte dos municípios
de Arataca, Camacan e Santa Luzia que encontram-se próximo ao limite entre o Cráton do São Francisco
(CSF) e o Orógeno Araçuaí (OA). Nessa área observa-se a porção norte da Bacia do Rio Pardo (BRP) e seu
embasamento granulítitico inserido no OISC. Sobre esses dois domínios estão depositados sedimentos
recentes, depósitos fluviais clásticos e litofácies do Grupo Barreiras, contudo são pouca expressivos. As
rochas que constituem o embasamento da BRP na área de pesquisa são: (i) Gabronoritos granulitizados
pertencentes ao Complexo Ibicaraí; (ii) Quartzo-grabros e tonalitos granulitizados representantes do
Complexo Buerarema e; (iii) Álcali-feldspato sienito integrante do Corpo Anurí. Intrudido nesses litotipos
ocorrem diques máficos de composição basáltica e andesítica. A BRP é representada pelas rochas
metassedimentares que compõem as formações Panelinha, Camaçã e Salobro. Com relação as características
químicas das rochas que constituem o embasamento granulítico da BRP, os gabronoritos e os quartzo-
grabros apresentam uma tendência toleítica, enquanto que os tonalitos são predominantemente cálcio-
alcalinos. Os álcali-feldspato sienitos são alcalinos. Quanto aos diques máficos, tanto os de composição
basáltica quanto os de composição andesítica apresentam caráter toleítico. Quanto as características
estruturais, nos granulitos do embasamento da BRP, identifica-se duas fases dúcteis desenvolvidas no
paleoproterozóico durante metamorfismo de fácies granulito (M1). A primeira (Dn) gerou foliação plano axial
de dobras assimétricas (Sn) que foi redobrada isoclinalmente e transposta (Sn+1) na segunda fase (Dn+1). Uma
terceira fase dúctil (Dn+2) associada a foliação milonítica (Sn+2) é formada no neoproterozóico. Nos
metassedimentos da BRP, a superfície S0 é dobrada suavemente na fase D1 formando uma superfície axial S1
em dobras abertas. Zonas cisalhamento (ZC) dúcteis-rúpteis são encontradas tanto na BRP quanto em seu
embasamento granulítico. A foliação S1 e as ZC tem orientação coincidentes com a superfície Sn+2,
encontrada no embasamento granulítico, sendo ambas paralelas à Zona de Cisalhamento de Potiraguá, de
idade neoproterozoica. As deformações neoproterozóicas na BRP e em seu embasamento granulítico estão
associados ao metamorfismo de fácies anfibolito baixo/xisto-verde (M2).
ABSTRACT

The study area is located in southern Bahia State, having enclosed part of the municipalities of
Arataca, Camacan and Santa Luzia that meet next to the limit between São Francisco Craton (CSF) and
Araçuaí Orogen (OA). In this area observed it the northern portion of the Rio Pardo Basin (BRP) and its
basement, that inserted in the south portion of granulite basement in the OISC. On these two domain are
deposited recent sediments, clastic fluvial deposits and lithofacies of the Barreiras Group, however they are
little expressive. The rocks forming the basement of the BRP in the research area are: (i) Gabbronorites
reequilibrated in the granulite metamorphic facies, pertaining to the Ibicaraí Complex; (ii) Quartz-gabbros
and tonalites reequilibrated in the granulite metamorphic facies, representatives of the Buerarema Complex
e; (iii) Alkali-feldspar syenite integrant of the Anurí Body. Intruded in these lithotypes occurs mafic dikes of
basaltic and andesitic composition. The BRP is represented by the the rocks metasedimentary that compose
the formations Panelinha, Camaçã and Salobro. With relation the chemical characteristics of the rocks that
constitute the basement granulite BRP, the gabbronorites and quartz-grabros show a tholeiitic trend, whereas
the tonalities are predominantly calc-alkaline. The alkali-feldspar syenites are alkaline. How much to the
mafic dikes, as of basaltic composition as of andesitic composition show tholeiitic character. How much the
structural characteristics, the studies had shown that, in the granulites of the basement of the BRP, it
identifies two ductile phases developed during the Paleoproterozoic during granulite facies metamorphism
(M1). The first (Dn) generated axial plane foliation of asymmetrical folds (Sn) that it was redoubled and
transposed isoclinal (Sn+1) in the second phase (Dn+1). A third phase ductile (Dn+2) associated with the
mylonitic foliation (Sn+2) is formed in the Neoproterozoic. In the metassedimentos of the BRP, the S0 surface
is softly folded in phase D1 forming an axial surface S1 in open folds. Shear zones (ZC) ductile-brittle are
found as in the BRP as in its basement granulite. The S1 foliation and the ZC have orientation coincident
with the surface Sn+2, found in the basement granulite, being both parallel to the Shear Zone Potiraguá, of
Neoproterozoic age. Neoproterozoic deformation in the BRP and its basement granulite are associates to the
metamorfismo of lower amphibolite facies metamorphism / shale-green (M2).
AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar, a Deus por ter me dado a oportunidade de estar aqui neste momento
concluindo esta etapa da minha vida.

Aos meus pais e irmãos pelo apoio e paciência durante toda a minha trajetória nesta instituição.

Ao Programa Tecnológico de Fronteiras Exploratórias – PROFEX-PETROBRÁS pelo apoio na


logística e infraestrutura e a Compania Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) pelo envio de algumas amostras
para laboratório especializado em análises químicas de rocha total.

Aos meus mestres, importantes colaboradores no meu crescimento acadêmico, em especial ao professor
e orientador Johildo Salomão Figueiredo Barbosa pela oportunidade, apoio e paciência empregados no
decorrer do trabalho e à amiga Jailma Santos de Souza, pelo auxílio no manuseio de alguns dos softwares
utilizados na produção desta monografia, além do companheirismo e paciência.

À todos os meus colegas do Curso de Graduação em Geologia da UFBA que de alguma forma
contribuíram nesta minha jornada.

i
ÍNDICE

RESUMO
ABSTRACT
AGRADECIMENTOS...................................................................................................................................i
ÍNDICE.........................................................................................................................................................ii
ÍNDICE DAS FIGURAS ............................................................................................................................iv
ÍNDICE DAS TABELAS ...........................................................................................................................vii
ÍNDICE DAS FOTOGRAFIAS................................................................................................................viii
ÍNDICE DAS FOTOMICROGRAFIAS .....................................................................................................x

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................11
1.1 Localização e Acessos .........................................................................................................11
1.2 Justificativas........................................................................................................................12
1.3 Objetivos..............................................................................................................................13
1.4 Materiais e Métodos ...........................................................................................................13
1.4.1 Revisão Bibliográfica .......................................................................................................13
1.4.2 Sensoriamento Remoto .....................................................................................................14
1.4.3 Trabalhos de Campo ........................................................................................................14
1.4.4 Trabalhos de Laboratório ................................................................................................16
3 GEOLOGIA REGIONAL ...............................................................................................................18
3.1 Arqueno-Paleoproterozoico ...............................................................................................20
3.2 Mesoproterozoicos ..............................................................................................................23
3.3 Neoproterozoico ..................................................................................................................23
3.4 Cenozoico.............................................................................................................................26
3 GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA.....................................................................................27
3.1 Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, embasamento da BRP...........................................27
3.1.1 Gabronoritos granulitizados ............................................................................................27
3.1.2 Quartzo-gabros granulitizados ........................................................................................30
3.1.3 Tonalitos granulitizados...................................................................................................32
3.1.4 Álcali-feldspato sienitos ...................................................................................................34
3.2 Diques Máficos ....................................................................................................................36
3.3 Bacia do Rio Pardo .............................................................................................................38
3.3.1 Formação Panelinha........................................................................................................39
3.3.2 Formação Camacã ...........................................................................................................39
3.3.3 Formação Salobro............................................................................................................40
3.4 Depósitos Sedimentares Recentes......................................................................................40
4 LITOGEOQUÍMICA.......................................................................................................................42
4.1 Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, embasamento da BRP...........................................42
4.1.1 Gabronoritos granulitizados ............................................................................................42
4.1.2 Quartzo-gabros granulitizados ........................................................................................44
4.1.3 Tonalitos granulitizados...................................................................................................46
4.1.4 Álcali-feldspato sienitos ...................................................................................................47
4.2 Diques Máficos ....................................................................................................................49

ii
5 GEOLOGIA ESTRUTURAL..........................................................................................................52
5.1 Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, embasamento da BRP ..........................................52
5.1.1 Deformação dúctil............................................................................................................52
5.1.2 Deformação dúctil-rúptil..................................................................................................56
5.2 Bacia do Rio Pardo .............................................................................................................61
5.2.1 Acamadamento .................................................................................................................61
5.2.2 Deformação dúctil............................................................................................................61
5.2.3 Deformação dúctil-rúptil..................................................................................................64
6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES ...................................................................................................68
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................71
APÊNDICES .....................................................................................................................................76
I Fichas petrográficas............................................................................................................77
II Mapa geológico..................................................................................................................118

iii
ÍNDICE DAS FIGURAS

Figura 1.1. Mapas de localização e de situação da área de pesquisa (Modificado: Folha Camacã, SD.24-Y-
D-III).................................................................................................................................................................12
Figura 1.2. Mapa de pontos de afloramentos visitados em campo..................................................................15
Figura 2.1. Mapa esquemático mostrando os limites e as maiores unidades estruturais do Cráton do São
Francisco: 1) Embasamento Arqueano/Paleoproterozóico com sequências Greenstone Belts (em preto); 2)
Coberturas Paleo e Mesoproterozóicas do Supergrupo Espinhaço; 3) Coberturas Neoproterozóicas do
Supergrupo São Franscisco; 4) Coberturas Fanerozóicas; 5) Limites do Cráton (Almeida 1971, Cruz &
Alkmim 2006); 6) Lineamentos correspondentes aos cinturões de dobramentos Brasilianos. Nesta figura está
localizada a área pesquisada. Adaptado de Alkmim et al. (1993)....................................................................19
Figura 2.2. Mapa geológico esquemático destacando os principais domínios geológicos e tectônicos: (CSF)
Cráton do São Francisco; (BRP) Bacia do Rio Pardo; (OA) Orógeno Araçuaí; (PASEBA) Província Alcalina
do Sul do Estado da Bahia. Modificado de Moraes Filho & Lima (2007).......................................................21
Figura 3.1. Mapa Geológico simplificado da área de estudo..........................................................................28
Figura 3.2. Os gabronoritos no diagrama triangular QAP de Streckeisen (1976)...........................................30
Figura 3.3. Os quartzo-gabros no diagrama QAP de Streckeisen (1976)........................................................32
Figura 3.4. Os tonalitos no diagrama QAP de Streckeisen (1976)..................................................................34
Figura 3.5. Os álcali-feldspato sienitos no diagrama QAP de Streckeisen (1976)..........................................36
Figura 4.1. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os gabronoritos................................44
Figura 4.2. Padrões de Elementos Terras Raras dos gabronoritos...................................................................44
Figura 4.3. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os quartzo-gabros............................45
Figura 4.4. Padrões de Elementos Terras Raras dos quartzo-gabros. a) Quartzo-grabro do tipo QG1 e b)
Quartzo-grabro do tipo QG2.............................................................................................................................46
Figura 4.5. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os tonalitos.......................................47
Figura 4.6. Padrões de Elementos Terras Raras dos tonalitos. a) Tonalitos do tipo T1 e b) tonalitos do tipo
T2......................................................................................................................................................................47
Figura 4.7. Diagrama binário (Na2O + K2O)/SiO2 (Invine & Baragar 1971) para o álcalifeldspato sienito.48
Figura 4.8. Padrões de Elementos Terras Raras do álcali-feldspato sienito. a) Dados analítico obtido nesse
trabalho para o álcali-feldspato sienito e b) dados analítico tratados por Oliveira (1995) para os sienitos
máficos e os sienitos gnáissicos pertencentes ao Corpo Anurí.........................................................................48
Figura 4.9. Diagrama de classificação química de rochas ígneas TAS (Cox et al. 1979) para os diques
máficos..............................................................................................................................................................49
Figura 4.10. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os diques máficos..........................50
Figura 4.11. Padrões de Elementos Terras Raras dos diques máficos.............................................................51

iv
Figura 5.1. Diagrama estereográfico representando os planos de foliação Sn, cujo trend é N064º e
respectivas linhas de estiramento mineral. Hemisfério inferior, 6 medidas Sn e 2 medidas Lxn......................53
Figura 5.2. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções de foliações Sn, Sn+1 e Sn+2, e suas respectivas
linhas de estiramento mineral, além de lineamentos estruturais obtidos por tratamento de imagem de modelo
de relevo SRTM (Shuttle Radar Topography Mission)....................................................................................54
Figura 5.3. (a) Diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar dos planos de foliação Sn+1, cujo
plano máximo é N010º/89ºSE e (b) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar de direção das
linhas de estiramento mineral, cujo trend é 21º p/ N190º. Hemisfério inferior, 51 medidas Sn+1 e 16 medidas
Lxn+1..................................................................................................................................................................55
Figura 5.4. Diagrama estereográfico representando os planos de foliação Sn+2 cujo trend é N141º e
respectivas linhas de estiramento mineral. Hemisfério inferior, 8 medidas Sn+2 e 2 medidas Lxn+2.................56
Figura 5.5. (a) Diagrama estereográfico mostrando os planos de cisalhamento e (b) diagrama estereográfico
das linhas de estiramento mineral nessas zonas. Hemisfério inferior, 10 medidas ZC e 6 medidas LxZC........57
Figura 5.6. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções de zonas de cisalhamento miloníticas (ZC)
com suas respectivas linhas de estiramento mineral e falhas/fraturas, além de direções de diques máficos
medidos em campo e obtidos na bibliografia. Consta também, falhas/fraturas obtidas por fotointerpretação e
tratamento de imagem de modelo de relevo SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) (INPE 2010)........58
Figura 5.7. Diagramas das falhas e fraturas e estrias de falha medidas nos granulitos. (a) Rosetas de direção
dos planos de falhas e fraturas, (b) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar dos planos de
falha e fratura, (c) rosetas de direção das estrias de falha e (d) diagrama de curvas de isodensidade de
freqüência polar de direção das estrias de falha. Hemisfério inferior, 921 medidas de falhas e fraturas e 457
medidas de estrias de falha................................................................................................................................59
Figura 5.8. (a) Roseta de direção dos planos de colocação diques máficos e (b) diagrama de curvas de
isodensidade de freqüência polar dos planos de colocação dos diques máficos. Hemisfério inferior, 42
medidas.............................................................................................................................................................60
Figura 5.9. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções dos planos de acamadamento S0 e dos planos
de foliação S1 nos metassedimentos da Bacia...................................................................................................62
Figura 5.10. Diagrama estereográfico representando os planos de acamadamento S0. Hemisfério inferior, 12
medidas.............................................................................................................................................................63
Figura 5.11. Diagrama estereográfico representando os planos de foliação S1 com respectiva linha de
estiramento mineral. Hemisfério inferior, 6 medidas S1 e 1 medida Lx1..........................................................63
Figura 5.12. Diagrama estereográfico representando os planos de zona de cisalhamento. Hemisfério inferior,
5 medidas..........................................................................................................................................................64
Figura 5.13. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções de zonas de cisalhamento com suas
respectivas linhas de estiramento mineral e falhas/fraturas, além de direções de veios de quartzo e calcita
medidos em campo. Consta também, falhas/fraturas obtidas por fotointerpretação e tratamento de imagem de
modelo de relevo SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) (INPE 2010)..................................................65
v
Figura 5.14. Diagramas das falhas e fraturas e estrias de falha medidas na BRP. (a) Rosetas de direção dos
planos de falhas e fraturas, (b) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar dos planos de falha e
fratura. Hemisfério inferior, 197 medidas.........................................................................................................66
Figura 5.15. Diagrama estereográfico representando os planos de colocação dos veios de quartzo ou calcita.
Hemisfério inferior, 5 medidas.........................................................................................................................67

vi
ÍNDICE DAS TABELAS

Tabela 3.1. Composição mineralógica média das rochas granulíticas e do álcali-feldspato sienito................29
Tabela 3.2. Composição mineralógica dos diques máficos intrudidos nos granulitos.....................................37
Tabela 4.1. Análises químicas dos litotipos do embasamento granulítico à norte da Bacia do Rio Pardo......43
Tabela 4.2. Análises químicas dos diques máficos intrudidos nas rochas do embasamento norte da Bacia do
Rio Pardo...........................................................................................................................................................50

vii
ÍNDICE DAS FOTOGRAFIAS

Foto 3.1. Registro fotográfico do gabronorito onde é possível observar foliação deformacional (ponto
R22)...................................................................................................................................................................29
Foto 3.2. Registro fotográfico do quartzo-gabro onde é possível observar foliação deformacional (ponto
R06)...................................................................................................................................................................31
Foto 3.3. Registro fotográfico do tonalito em que é possível observar veios quartzo-feldspáticos deformados
(ponto R21).......................................................................................................................................................33
Foto 3.4. Registro fotográfico do álcali-feldspato sienito onde é possível observar pórfiros de feldspato
alcalino orientados (ponto R15)........................................................................................................................35
Foto 3.5. Registro fotográfico de dique máfico onde é possível observar a sua forma retilínea e angulosa,
além da direção aproximadamente E-W (ponto R28).......................................................................................37
Figura 3.6. Registro fotográfico do meta-ortoconglomerado polimíctico da Formação Panelinha em corte de
estrada (ponto R20)...........................................................................................................................................39
Foto 3.7. Registro fotográfico de lente de calcarenito da Formação Camacã onde é possível observar
estratificação cruzada tabular e cristais euedrais de pirita, setas vermelhas indicando as piritas (ponto
R12)...................................................................................................................................................................40
Foto 3.8. Registro fotográfico da Formação Salobro. Paredão em pedreira abandonada onde se observa
arenito carbonático com dobras covoluta, estrutura de carga e estratificação cruzada acanalada (ponto
R18)...................................................................................................................................................................40
Foto 3.9. Registro fotográfico da Formação Salobro. Paredão em pedreira abandonada mostrando
paraconglomerado onde se observa fragmentos de rochas do embasamento e da própria BRP com tamanhos
variados (ponto R19).........................................................................................................................................41
Foto 5.1. Registro fotográfico da foliação Sn, cuja orientação medida do plano é N065º/18ºSE (ponto
R28)...................................................................................................................................................................53
Foto 5.2. Registro fotográfico: a) foliação Sn//Sn+1 cuja direção preferencial é N010º/89ºSE (ponto R06); b)
linha de estiramento mineral (Lxn+1) marcada por quartzo e plagioclásio cuja direção neste ponto é 24º p/
N185º (ponto R32)............................................................................................................................................55
Foto 5.3. Registro fotográfico do plano da foliação milonítica Sn+2, cuja orientação neste ponto é
N130º/30ºSW (ponto R23)................................................................................................................................56
Foto 5.4. Registro fotográfico de zona de cisalhamento milonítico, cuja orientação medida da linha de
estiramento mineral 30º p/ N195º (ponto R45).................................................................................................57
Foto 5.5. Registro fotográfico de par de fraturas (ponto R21). Bússola apontando para o norte.....................59
Foto 5.6. Registro fotográfico de dique máfico intrudido nos granulitos, aproveitando sistema de
fraturamento de direção N095º e N020º (ponto R28).......................................................................................60

viii
Foto 5.7. Registro fotográfico de paredão, em pedreira desativada, de arenito carbonático onde pode ser
observado variadas estruturas sedimentares tais como estruturas de carga e estratificação cruzada acanalada
(ponto R18).......................................................................................................................................................61
Foto 5.8. Registro fotográfico de metassiltito carbonático Formação Camacã onde pode ser observada
xistosidade (ponto R19)....................................................................................................................................63
Foto 5.9. Registro fotográfico de falha cortando fratura e indicando movimento sinistral em arenito da
Formação Salobro (ponto R10).........................................................................................................................64
Foto 5.10. Registro fotográfico de veio de quartzo com crescimento dos cristais de quartzo perpendiculares
as paredes da fratura, sugerindo, portanto, tratar-se de fratura do tipo T. Conglomerado fino da Formação
Salobro. (ponto R17).........................................................................................................................................66

ix
ÍNDICE DAS FOTOMICROGRAFIAS

Fotomicrografia 3.1. Fotomicrografia representando a associação mineralógica dos gabronoritos: a) luz


plana e b) nícois cruzados. Foi utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e
Fettes & Desmons & Desmons 2007................................................................................................................31
Fotomicrografia 3.2. Fotomicrografia representando a associação mineralógica dos quartzo-gabros: a) luz
plana e b) nícois cruzados. Foi utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e
Fettes & Desmons & Desmons 2007................................................................................................................33
Fotomicrografia 3.3. Fotomicrografia mostrando a associação mineralógica dos tonalitos: a) luz plana e b)
nícois cruzados. É utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes &
Desmons & Desmons 2007...............................................................................................................................35
Fotomicrografia 3.4. Fotomicrografia exibindo a associação mineralógica dos álcali-feldspato sienito: a) luz
plana e b) nícois cruzados. Utilizou-se a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e
Fettes & Desmons & Desmons 2007................................................................................................................37
Fotomicrografia 3.5. Fotomicrografia mostrando a associação mineralógica dos diques máficos: a) luz plana
e b) nícois cruzados. É utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes &
Desmons & Desmons 2007...............................................................................................................................38

x
11

1 INTRODUÇÃO

A área de pesquisa abrange a parte sul do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (Arqueano-


Paleoproterozoico) e a extremidade norte da Bacia do Rio Pardo (Neoproterozoico). Situa-se tectonicamente
próximo ao limite entre o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC) e o Orógeno Araçuaí (OA).

Na área selecionada para estudo pode-se observar diversos litotipos, os quais são agrupados em dois
domínios geotectônicos: (i) o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC), que corresponde a um conjunto de
rochas granulíticas de idade arqueana-paleoproterozoica deformadas e metamorfisadas no paleoproterozóico
(Barbosa & Sabaté 2002, 2004), cortadas por diques máficos de idade entre 1.1 e 1.0 Ga (Renné et al. 1990)
e (ii) a Bacia do Rio Pardo (BRP), considerada como parte integrante do Orógeno Araçuaí e representada por
rochas metassedimentares de idade neoproterozoica, cujo ambiente de sedimentação variou entre continental
e marinho raso (Karmann 1987).

Ampla complexidade estrutural é observada na área de pesquisa, que parece estar relacionada à
proximidade com o limite entre as duas unidades geotectônicas: o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC)
e o Orógeno Araçuaí (OA), que interagiram durante o Ciclo Brasiliano (Almeida 1971). Dados gravimétricos
indicam que o limite entre estas duas unidades tectônicas, na área de estudo (Falha Rio Pardo-Água Preta),
encontra-se encoberto pelos litotipos da BRP (Pedreira 1999).

1.1 Localização e Acessos

A área de estudo, cujos vértices possuem coordenadas geográficas 15º14’24’’ e 15º30’00’’ de latitude
sul e 39º14’24’’ e 39º30’36’’ de longitude oeste, localiza-se no sul do Estado da Bahia, nas regiões de
Arataca, Camacã e Santa Luzia, e abrange uma área de aproximadamente 833.326km² (Figura 1.1). O
principal acesso a área de estudo é pela rodovia federal BR-101 e a partir dela o acesso se faz pelas estradas
estaduais
12

BA-676, BA-976, ambas sem pavimentação, e pela estrada estadual BA-270, pavimentada, além de estradas
vicinais não pavimentadas.

Figura 1.1. Mapas de localização e de situação da área de pesquisa (Modificado: Folha Camacã, SD.24-Y-D-III).

1.2 Justificativas

A área de pesquisa merece ser estudada visto que, com a metodologia aplicada (mapeamento geológico,
estudos petrográficos, litogeoquímicos e do arcabouço estrutural) pode-se avaliar a influência dos processos
geológicos neoproterozóicos, presentes na Bacia do Rio Pardo, integrante do Orógeno Araçuaí (Karmann
1987, Karmann et al. 1989, Pedreira 1999), sobre os processos geológicos paleoproterozóicos, presentes nas
rochas metamórficas de alto grau do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, pertencente ao Cráton do São
Francico (Barbosa & Sabaté 2002, 2004).

Mapeamento geológico na escala 1:100.000 é inexistente na área de pesquisa, embora tenha sido
realizada cartografia geológica nessa escala nas regiões de Itabuna e Ibicaraí, situadas à norte (Arcanjo 1997
e Martins & Santos 1997) e na região de Porto Seguro-Santa Cruz de Cabrália, situada à sudeste (Rocha &
Ramos 2000). Na área proposta foram iniciados anteriormente trabalhos de pesquisa na escala 1:100.000,
13

entretanto eles foram paralizados e os dados petrográficos e litogeoquímicos, desses trabalhos, somados com
aqueles obtidos nessa pesquisa constam, na integra, nessa dissertação.

A ausência de um mapa geológico, na escala proposta por esse trabalho, que faça a conexão entre as
regiões mapeadas à norte e à sudeste, bem como a proximidade do limite entre Cráton do São Francisco e o
Orógeno Araçuaí motivaram a realização desse trabalho.

1.3 Objetivos

Como não existe mapeamento geológico em escala adequada na área e diante das justificativas
anteriormente descritas, essa pesquisa tem como objetivo geral contribuir com o conhecimento do
embasamento da Bacia do Rio Pardo, enfatizando a zona de interação entre o Orógeno Itabuna-Salvador-
Curaçá com o Orógeno Araçuaí. Como objetivo específico, pretende-se: (i) detalhar os litotipos do ponto de
vista petrográfico, litogeoquímico e estrutural do embasamento granulítico da Bacia do Rio Pardo; (ii)
identificar os registros petrológicos e estruturais relacionados com a interação tectônica entre o Orógeno
Itabuna-Salvador-Curaçá e o Orógeno Araçuaí e; (iii) elaborar um mapa geológico na escala 1:100.000, que
complementará ou fará a ligação entre a geologia das folhas topográficas de Itabuna e Ibicaraí com aquelas
situadas mais ao sul do Estado.

1.4 Materiais e Métodos

A seguir serão descritas as atividades realizadas visando cumprir os objetivos propostos.

1.4.1 Revisão Bibliográfica

O estudo do conhecimento geológico, petrológico, litogeoquímico, geocronológico e tectono-estrutural


da região onde se localiza a área de pesquisa foi realizado através de revisão do acervo bibliográfico.

Entre os trabalhos realizados na região que envolve a área e que foram consultados e analizados podem-
se citar os de Conceição et al. (2007), Moraes Filho & Lima (2007), Barbosa & Sabaté (2004, 2002), Corrêa
Gomes & Oliveira (2002), Rosa et al. (2002), Pedrosa Soares et al. (2001, 1998, 1992), Rocha & Ramos
(2000), Pedreira (1999, 1979, 1976), Corrêa Gomes et al. (1998), Arcanjo (1997), Martins & Santos (1997),
Alves da Silva (1996), Conceição & Otero (1996), Oliveira (1995), Rosa (1994), Alkmin et al. (1993),
Corrêa Gomes et al. (1993), Egydio-Silva et al. (1993), Ussani (1993), Arcanjo et al. (1992), Renné et al.
(1990), Karmann et al. (1989), Karmann (1987), Barbosa (1986), Almeida (1977), Costa Pinto (1977), Silva
Filho et al. (1974), Fujimori (1967).
14

Os trabalhos mencionados acima, na maioria foram realizados em áreas restritas e com objetivos
específicos, enfatizando estudos petrográficos, petroquímicos, estruturais e metamórficos. Somam-se as
datações geocronológicas realizadas por diferentes métodos, que permitiram aos autores realizarem
interpretações sobre a evolução geológica-geotectônica da região.

Com relação ao mapeamento geológico foi realizado o levantamento e integração do acervo


bibliográfico existente na área, além da aquisição de carta topográfica na escala 1:100.000 onde a área está
contida. Trata-se da Folha de Camacã (SD.24-Y-D-III), proveniente do convênio da Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste–SUDENE com o Governo do Estado da Bahia (Projeto Bacia do Paraguaçu).
Na confecção do mapa geológico na escala 1:100.000, realizado para essa Dissertação, foram lançados os
dados bibliográficos de trabalhos anteriores, destacando-se os litotipos existentes e elementos da geologia
estrutural.

Uma compilação sobre a geologia isotópica/geocronológica foi também realizada possibilitando


compatibilizar os processos geológicos e as suas idades. Vale colocar aqui que, como os granulitos são
predominantes na área de pesquisa, foi feita uma síntese bibliográfica sobre os mesmos, assim como, das
rochas que compõem a Bacia do Rio Pardo que ocorrem na porção sul da área.

1.4.2 Sensoriamento Remoto

Após a etapa de revisão bibliográfica realizou-se a interpretação fotogeológica da área de pesquisa


utilizando-se 11 fotografias aéreas na escala de 1:108.000 (Câmara Zeiss, RMKA 8.5/23, distância focal
85.52) e produzidas pelos Serviços Aerofotogramétricos Cruzeiro do Sul S.A. (Convênio SUDENE/Governo
do Estado da Bahia e Secretaria do Saneamento e Recursos Hídricos), tendo como título “Cobertura
Aerofotogramétrica da Região da Bacia do Rio Paraguaçu”. Nos trabalhos de fotointerpretação foram usados
também imagens de radar e satélites, cedidas pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Também foi feita a extração e interpretação dos lineamentos estruturais da Bacia do Rio Pardo e do seu
embasamento granulítico norte, utilizando imagens georeferênciadas por sensoriamento remoto.

1.4.3 Trabalhos de Campo

Após a fotointerpretação e confecção da base geológica integrada a Folha de Camacã, foram realizadas
campanhas de campo, direcionadas sobretudo para partes da área menos estudadas. Os afloramentos foram
localizados com o aparelho de recepção via satélite, do Sistema de Posicionamento Global (GPS) (Figura
1.2). Nas campanhas de campo descreveu-se os afloramentos, coletou-se amostras para estudos petrográficos
e petroquímicos e realisou-se o levantamento de dados estruturais, além de compatibilizar os elementos
colhidos no campo com os dados dos trabalhos anteriores.
15

Figura 1.2. Mapa de pontos de afloramentos visitados em campo.


16

No total foram visitados e descritos sessenta e cinco afloramentos, tendo sido confeccionadas quarenta
lâminas delgadas. Das amostras de mão coletadas, vinte e duas foram destinadas para análises químicas de
rocha total.

1.4.4 Trabalhos de Laboratório

O estudo petrográfico baseou-se na descrição de quarenta lâminas delgadas visando estudar as


características petrográficas das rochas deformadas procurando-se identificar minerais metamórficos
neoformados e relíquias ígneas e sedimentares, se possível. Os dados petrográficos encontram-se no
Apêndice I devendo-se colocar que, houve um maior detalhamento naquelas amostras que possuíam análises
químicas de rocha total. Nos estudos petrográficos, além de identificação das fases minerais, estimou-se
também a moda, para cada lâmina delgada. Nessas estimativas modais foram realizadas contagens visuais de
10 a 15 campos por lâmina, levando-se sempre em conta os resultados analíticos dos elementos maiores,
advindos dos estudos litogeoquímicos.

As lâminas delgadas foram confeccionadas pelo laboratório de preparação de amostras do Instituto de


Geociências (IGEO/UFBA). Em nenhuma delas foi colocada lamínula, uma vez que posteriormente elas
poderão ser polidas e utilizadas na identificação da química mineral das fases minerais através de
Microssonda Eletrônica.

Nos estudos petrográficos foram utilizados microscópio binocular de luz transmitida modelo Olympus
BX-60 onde se fez as fotomicrografias que ilustram, tanto o Capítulo 4, descritos adiante, quanto as fichas
petrográficas.

As análises litogeoquímicas foram realizadas em vinte e duas amostras previamente selecionadas. Em


todas elas foram analisados os elementos maiores, traços e Terras Rasas visando a definição dos protólitos
pré-metamórficos e demais características litogeoquímicas.

As análises químicas foram executadas nas rochas granulíticas do embasamento da Bacia do Rio Pardo
nos laboratórios da GEOSOL - Lake Field Ltda e AcmeLabs - Acme Analytical Laboratories (Vancouver)
Ltd., por meio de fluorescência de raios X, absorção atômica, titulometria e ICP–AES. Por fluorescência de
raios X determinou-se os teores de SiO2, Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, TiO2, P2O5, MnO, Na2O e K2O, e os
elementos traços Ba, Ga, Nb, Rb, Sr, V, Y, Zr, F, Cl e S, com uma precisão próxima de 100% nos primeiros
e de até 1 ppm nos últimos. Os Elementos Terras Rasas foram determinados por ICP–AES. Pelo método de
espectrometria de absorção atômica calculou-se os teores de Na2O e K2O para amostras com valores abaixo
de 1%. Quanto ao FeO, o método utilizado foi o de Titulometria.
17

Os resultados analíticos foram usados nas projeções em diagramas de classificação de rochas e na


elaboração de gráficos de padrões de Elementos Terras Raras, relacionando–os ao condrito C1 de Sun &
McDonough (1989). Na interpretação dos dados geoquímicos foi utilizado aplicativo numérico (software)
MINPET 2.02 (Richard 1988, versão 1995) em ambiente Windows.

Os dados estruturais foram obtidos a partir do levantamento clássico de determinação espacial dos
elementos tectônicos coletados em afloramentos utilizando a regra da mão direita.

Na organização dos dados estruturais foi utilizado o geosoftware Stereonet (Allmendinger 2002) em
ambiente Windows. Utilizando-se esse aplicativo foram confeccionados diagramas estatísticos constantes no
Capítulo 6 dessa Dissertação.
18

2 GEOLOGIA REGIONAL

As unidades geológicas abrangidas pela área de estudo estão inseridas na porção sudeste do Cráton do
São Francisco (Almeida 1967, 1977), próximas ao limite com o Orógeno Araçuaí, na região sul-sudeste do
Estado da Bahia (Figura 2.1).

O Cráton do São Francisco (CSF) representa uma unidade geotectônica estabilizada no final do
Paleoproterozóico (Mascarenhas & Garcia 1989). Seus limites foram estabelecidos a partir da delimitação
das faixas orogênicas neoproterozóicas associadas ao Ciclo Geotectônico Brasiliano (Almeida 1971, Brito
Neves & Cordani 1973, Almeida 1977).

O CSF é bordejado pelos orógenos formados durante o Ciclo Brasiliano (Almeida 1971): (i) Riacho do
Pontal e Sergipano (Brito Neves et al. 2000) que limitam o Cráton a norte e a nordeste, respectivamente; (ii)
Araçuaí (Almeida 1977), uma possível extensão norte do Cinturão Ribeira, situado a sul; (iii) Brasília
(Almeida 1969) situado na margem oeste e (iv) Formosa do Rio Preto (Inda & Barbosa 1978, Brito Neves et
al. 2000), uma pequena faixa de rochas dobradas localizada mais ao norte do Cráton. O Orógeno Araçuaí
(OA) limita o Cráton mais a sul (Figura 2.1).

Os terrenos arqueanos e paleoproterozóicos que constituem o embasamento do CSF no Estado da Bahia


podem ser divididos em quatro importantes segmentos crustais arqueanos-paleoproterozóicos (Barbosa 1986,
Barbosa & Sabaté 2002, 2004), denominados de Bloco Gavião (BG), Bloco Serrinha (BS), Bloco Jequié (BJ)
e Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC) (Figura 2.1). A partir da colisão entre esses blocos, que ocorreu
em torno de 2.0 Ga (Barbosa & Sabaté 2002, 2004), formou-se o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC),
cujo eixo maior extende-se orientado próximo à direção N-S. Esse Orógeno correspondeu a uma cadeia de
montanhas que atualmente encontra-se em nível de erosão profundo, expondo rochas granulitizadas das suas
raízes (Barbosa & Sabaté 2002 e 2004). Ao final do paleoproterozóico, entre aproximadamente 2.0 e 1.8 Ga,
esse Orógeno foi intrudido por diques máficos discordantes a subconcordantes com a foliação dos granulitos.
19

Figura 2.1. Mapa esquemático mostrando os limites e as maiores unidades estruturais do Cráton do São Francisco: 1)
Embasamento Arqueano/Paleoproterozóico com sequências Greenstone Belts (em preto); 2) Coberturas Paleo e
Mesoproterozóicas do Supergrupo Espinhaço; 3) Coberturas Neoproterozóicas do Supergrupo São Franscisco; 4)
Coberturas Fanerozóicas; 5) Limites do Cráton (Almeida 1971, Cruz & Alkmim 2006); 6) Lineamentos
correspondentes aos cinturões de dobramentos Brasilianos. Nesta figura está localizada a área pesquisada. Adaptado de
Alkmim et al. (1993).

Esses diques foram colocados quando os granulitos encontravam-se em nível crustal mais superficial,
correspondendo a ambiente do fácies anfibolito.
20

No neoproterozóico houve a formação da Bacia do Rio Pardo (BRP) (Pedreira 1979, Karmann 1987,
Pedreira 1999). Além dessa Bacia, ocorreu também nesse período a colocação de vários plutões
anorogênicos da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia (PASEBA) (Fujimori 1967, Silva Filho et al.
1974, Lima et al. 1981, Rosa et al. 2003).

O limite entre o Cráton do São Francisco (CSF) e Orógeno Aracuaí (OA) é marcado pela Falha Rio
Pardo-Água Preta (Karmann et al. 1989) que tem direção aproximada NW-SE e divide o embasamento da
BRP em dois segmentos distintos: ao sul dessa falha estaria o domínio de deformação endodérmica,
enquanto a norte estaria o domínio de deformação epidérmica (Figura 2.2).

O Orógeno Araçuaí (OA) está relacionado à processos de subducção, com a formação de ofiolitos,
ambos de idade neoproterozóica (Pedrosa-Soares et al. 1992, 1998, 2001 e Pedrosa-Soares & Wiedemann-
Leonardos 2000). Nesse orógeno há um volume anomalamente alto de rochas graníticas, geradas durante a
sua edificação, especialmente derivadas de fusão crustal durante o estágio colisional (Pedrosa-Soares &
Wiedemann-Leonardos 2000, Noce et al. 2000).

Ampla variedade litotípica é observada na região onde insere-se a área de pesquisa. Essa última envolve
a parte sul do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, diques máficos e a parte norte da Bacia do Rio Pardo
(Figura 2.2).

2.1 Arqueano-Paleoproterozoico

Na região onde está inserida a área de trabalho o Cráton do São Francisco (CSF) é constituído pelos
Complexos Almadina, Ibicaraí, Ibicuí-Ipiaú, Itapetinga e Buerarema, pela suíte intrusiva Pau Brasil (Moraes
Filho & Lima 2007) e pelo corpo de Anurí (Oliveira 1995). Esses domínios litológicos compõem o Orógeno
Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC) na sua porção sul. Dentre os litotipos presentes encontram-se diversas
suítes ígneas do tipotoleítica, cálcio-alcalina e shoshonítica deformadas e metamorfisadas no fácies granulito
(Barbosa 1990).

Segundo Moraes Filho & Lima (2007) o Complexo Almadina é constituído por supracrustais de
composição variada (quartzitos, formações ferríferas, gnaisses kinzigíticos, além de rochas calssilicátiticas)
metamorfisadas no fácies granulito. Seus contatos são tectônicos com os litotipos do Complexo Ibicaraí,
também descrita resumidamente a seguir.

O Complexo Ibicaraí engloba rochas cálcio-alcalinas metamorfisadas no fácies granulito. Na região,


esse Complexo é representado por enderbitos indiferenciados, constituídos por rochas ortoderivadas, de
origem plutônica, deformadas e granulitizadas com composições charnockítica, enderbitíca, trondhjemítica e,
21

Figura 2.2. Mapa geológico esquemático destacando os principais domínios geológicos e tectônicos: (CSF) Cráton do São Francisco; (BRP) Bacia do Rio Pardo; (OA) Orógeno
Araçuaí; (PASEBA) Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia. Modificado de Moraes Filho & Lima (2007).
22

subordinadamente, norítica (Moraes Filho & Lima 2007). Suas rochas apresentam contato tectônico com as
rochas do Complexo Buerarema, assim como com os metassedimentos da Bacia do Rio Pardo.

Em contato tectônico com os Complexos Ibicarí e Itapetinga encontra-se o Complexo Ibicuí-Ipiaú. Esse
é representado por ortognaisses de composição variada metamorfisados no fácies anfibolito e, raramente,
granulito. Ocorrem ainda, granulitos básicos de composição gabronorítica (Moraes Filho & Lima 2007).

O Complexo Itapetinga é constituído por um conjunto de gnaisses, por vezes granadíferos (Moraes
Filho & Lima 2007). Os ortognaisses possuem predominantemente composição sienogranítica e
monzogranítica, embora os biotita-ortognaisses apresentem composição predominantemente tonalítica. Os
paragmaisses são constituídos por níveis félsicos, quartzo-feldspáticos, alternados com níveis máficos,
biotíticos, e com níveis granadíferos com nódulos de silimanita. Rochas quartzíticas quase sempre ocorrem
associadas à essas rochas supracrustais granulitizadas.

O Complexo Buerarema engloba enderbitos e ortognaisses tonalíticos, ambos de composição cálcio-


alcalina. O primeiro é composto por ortognaisse enderbítico-charnoenderbítico com corpos de gabros, todos
metamorfisados no fácies granulito e, o segundo, é composto por ortognaisse tonalítico, dioritíco, granítico e
granodiorítico com biotita e/ou hornblenda (Moraes Filho & Lima 2007), esses últimos metamorfisados no
fácies anfibolito. Os litotipos desse Complexo apresentam contato tectônico com as rochas que compõem o
Complexo Ibicaraí e com aqueles do Corpo Sienítico Anurí. Essas últimas litologias estão em contato
discordante com as rochas metassedimentares da Bacia do Rio Pardo.

Granitóides de composição e dimensões variadas e com idade paleoproterozóica constituem a suíte


intrusiva Pau Brasil (Moraes Filho & Lima 2007). Tratam-se de tonalitos, mesopertita-granitos foliadas,
ortognaisses graníticos de composição cálcio-alcalina, metaluminosos, biotita-granito augen-gnaisses,
ortognaisses porfiroclásticos e monzogranitos, além de monzonitos, quartzo-monzonitos, sienitos e
monzodioritos de composições cálcio-alcalina á shoshonítica e metaluminosos. Esses corpos encontram-se
em contato tectônico com o Complexo Ibicaraí e discordante do Grupo Rio Pardo, da Bacia do Rio Pardo.

O Corpo Sienítico de Anuri (Moraes Filho & Lima 2007) está em contato tectônico com as rochas
granulitícas dos Complexos Ibicaraí e Buerarema. Ele se cristalizou na interface epizona-mesozona
(Conceição 1990, Rosa 1994, Conceição & Otero 1996). Tal corpo, de idade 2.094 ± 4 Ma (Conceição et al.
2007), é composto por sienito, alcalifeldspato sienito e hiperstênio-quartzo sienito (Moraes Filho & Lima
2007). Nele ocorre, ocasionalmente, nas áreas próximas aos contatos, xenólitos angulares de rochas
granulíticas, bem como foliação de fluxo magmático subvertical que gerou estrutura gnáissica do corpo, cuja
orientação é condicionada à sua geometria (Conceição et al. 2007).
23

Regionalmente, a estruturação do OISC é interpretada como resultado da deformação progressiva


durante o paleoproterozóico, sob condições dominantemente do fácies granulito. Inicialmente a
movimentação foi tangencial, com vergência para oeste, progredindo para zonas transpressivas sinistrais,
gerando lineamentos nas direções NNE-SSW e N-S na área pesquisada (Barbosa & Sabaté 2002 e 2004).

A fase rúptil de deformação é marcada por falhas verticais e orientam-se nas direções N30ºE e N90ºE.
Nelas é comum a presença de “pó-de-falha” (gouge) e microbrechas. As estrias de falha posicionam-se em
alto rake na direção NNE e o baixo rake nos planos de direção E-W (Moraes Filho & Lima 2007).

Observa-se ainda sistemas de juntas e falhas espaçadas, associadas ao evento essencialmente rúptil
ligada à Zona de Cisalhamento Itabuna-itaju do Colônia, orientada na direção NE-SW, e que apresenta um
movimento essencialmente transtensivo dextral, do Ciclo Brasiliano (Corrêa Gomes et al. 1998). Nas
proximidades desta zona de cisalhamento ocorrem gnaisses granulíticos com foliação milonítica, cujas
direções são, preferencialmente, N-S com mergulhos fortes a moderados para leste (Moraes Filho & Lima
2007).

2.2 Mesoproterozoico

A complexidade dos terrenos arqueanos-paleoroterozóicos nesta região e a grande quantidade de


intrusões de diques têm dificultado o mapeamento detalhado das rochas granulíticas que compõem as raízes
do OISC, aflorante na parte sul do estado da Bahia.

Os diques de composição toleítica com idade entre 1.1 a 1.0 Ga (Renné et al. 1990) e de direções
preferenciais N090° e N120º (Corrêa-Gomes et al. 1993, Corrêa Gomes et al. 1998, Corrêa Gomes &
Oliveira 2002) encontram-se dispersos e cortando o embasamento granulítico da BRP. Tais diques são
representados por diabásios e gabros, apresentam formas retilíneas, angulosas, e exibem, as vezes, bordas de
resfriamento, que atestam o caráter raso de suas colocações (Corrêa-Gomes et al. 1993).

2.3 Neoproterozoico

Segundo Pedrosa Soares et al. (2007) definuiu-se de Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental (Araçuaí-West-
Congo Orogen) o conjunto orogênico neoproterozóico-cambriano contido na grande reentrância delineada
pelos crátons do São Francisco e Congo, cujo limite meridional no Brasil seria balizado pela extremidade sul
do Cráton do São Francisco na altura do paralelo 21º S (Pedrosa-Soares & Noce 1998, Pedrosa-Soares &
Wiedemann-Leonardos 2000, Pedrosa-Soares et al. 2001). Esse orógeno é identificado por um conjunto de
componentes geotectônicos que caracterizam um orógeno colisional sucessor de um orógeno acrescionário
24

de margem continental ativa, tais como depósitos de margem passiva, lascas ofiolíticas, zona de sutura, arco
magmático, granitos sin-colisionais e plutonismo pós-colisional.

Em decorrência da abertura do Atlântico Sul, no Cretáceo, a contraparte Araçuaí herdou dois terços do
Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental, ficando com unidades do rifte continental, a margem passiva ocidental
com restos ofiolíticos, a zona de sutura, o arco magmático e bacias relacionadas, e todo o conjunto
magmático sin- a pós-colisional (Pedrosa- Soares et al. 2007, 2008).

O Orógeno Araçuaí, na região pesquisada, é representado pelos Grupos Rio Pardo e Macaúbas e pelo
Complexo Jequitinhonha. A Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia (PASEBA), deve ter se formado
na fase precursora desse orógeno.

A PASEBA reúne diversos maciços alcalinos cujas intrusões mais antigas, a sul, apresentam idades em
torno de 730 Ma e as mais jovens, a norte, exibem idades de aproximadamente 690 Ma (Corrêa-Gomes &
Oliveira 2002, Rosa et al. 2002, 2003). As maiores são denominadas de: (i) Batólito Sienítico Itabuna; (ii)
Complexo Alcalino Floresta Azul; (iii) Batólito Sienítico Serra das Araras e; (iv) Batólito Nefelina-Sienítico
Itarantim. Além dessas mais importantes, vários stocks nefelina-sieníticos estão presentes, a exemplo
daquelas de Potiraguá, Itaju do Colônia e Serra da Gruta. Também é grande o número de diques alcalinos
félsicos e máficos (Rosa et al. 2003, Corrêa-Gomes & Oliveira 2002). Esses corpos alcalinos têm,
geralmente, seus contatos com as rochas encaixantes controlados por falhas, com foliação magmática no seu
interior marcada pelo alinhamento de prismas de feldspatos e dos minerais máficos (Rosa et al. 2003).

O Grupo Rio Pardo engloba sedimentos depositados em ambiente que evoluiu de continental para
marinho (Costa Pinto 1977), sendo posteriormente metamorfisados. Estes sedimentos foram agrupados, da
base para o topo, nas seguintes formações (Karmann 1987, Pedreira 1999): (i) Formação Panelinha,
composta por metaconglomerados polimictícos, metagrauvacas e metarcóseos; (ii) Formação Camacã,
constituída por metassiltito, metargilito, metarenito, metacálcario dolomítico e lentes de metacalcário; (iii)
Formação Água Preta, representada por filitos; (iv) Formação Santa Maria Eterna, formada de arenitos e
conglomerados; (v) Formação Serra do Paraíso, constituída por calcários e dolomitos e; (vi) Formação
Salobro, composta por conglomerados polimícticos, arcóseos e grauvacas.

Os sedimentos que deram origem as rochas do Grupo Rio Pardo teriam sido depositados entre 1.100 e
500 Ma (Karmann 1987). A idade mínima de deposição dos sedimentes foi obtida a partir da idade mínima
de intrusão dos diques de diabásio que encontram-se no embasamento da bacia (Karmann 1987). Para a
idade máxima não há consenso, contudo dados obtidos por Karmann (1987) e Mascarenhas & Garcia (1989)
indicam que a fase final de deposição dos sedimentos se processou seguramente durante o evento
compressivo do Brasiliano, datado em torno de 600 (Delgado et al. 1994).
25

Segundo Karmann (1987), os sedimentos da BRP sofreram três fases de deformação dúctil-rúptil. A
primeira deformação é marcada por transporte tectônico de sudoeste para nordeste resultando em dobras com
clivagem ardosiana, nas rochas de granulação fina, e clivagem espaçada, nas de granulação grossa. A
segunda refere-se a falhas contracionais, inclusive de baixo ângulo, com transporte tectônico para norte-
nordeste, associadas a dobras assimétricas fechadas. Segundo Karmann et al. (1989) a Falha Rio Pardo-Água
Preta é resultante dessa deformação. Próximo a ela, os seixos dos conglomerados do topo da Formação
Salobro estão estirados (25º p/ N280°). Na porção oeste da BRP falhas compressivas com vergência para
leste-nordeste relaciona-se a terceira fase de dobramento da bacia, sendo essa menos expressiva que as duas
primeiras.

O Grupo Macaúbas (Moraes & Guimarães, 1930) é representado por uma unidade litoestratigráfica
glacial, Formação Chapada Acauã, depositada no estágio transicional rifte-margem passiva da bacia Araçuaí
(Pedrosa-Soares & Wiedemann-Leonardos 2000, Pedrosa-Soares et al. 2001), e outra pós-glacial, Formação
Ribeirão da Folha, depositada em ambiente marinho profundo. A Formação Chapada Acauã é composta por
metadiamictitos, que a caracteriza em termos de ambiente de formação, apesar de serem menos abundantes,
metarenitos arcosianos, formações ferríferas bandadas (alternância de níveis quartzosas e granadíferas) e
granada-moscovita-biotita-xistos com intercalações subordinadas de xisto grafitoso e moscovita-quartzito.
Na Formação Ribeirão da Folha predominam micaxistos bandados com intercalações de lentes quartzíticas e
de xistos grafitosos (Sampaio et al. 2004).

Os paragnaisses e xistos das Formações Chapada Acauã e Ribeirão da Folha preservam o


acamadamento composicional primário. As estruturas principais são dobras assimétricas com eixos de fraco
caimento para sudeste, exibindo superfície axial com atitudes em torno de N030º/40°NE. Os biotita-xistos
contêm abundantes nódulos de sillimanita e quartzo, cujo alongamento marca a atitude dos eixos das dobras
da segunda fase tectônica (Sampaio et al. 2004).

O Complexo Jequitinhonha composto sobretudo por paragnaisses kinzigíticos, em variados estágios de


migmatização, exibe localmente concentrações de grafita de bom potencial econômico. Segundo Litwinski
(1985 in Moraes Filho & Lima 2007) parte desse Complexo pode ser resultado do metamorfismo, crescente
de oeste para leste, de sedimentos do Grupo Macaúbas. A tectônica desse complexo é caracterizada por um
sistema imbricado, que coloca lado a lado níveis crustais distintos. Observam-se zonas de cisalhamento
transcorrentes e transpressivas dextrais, orientadas segundo NW-SE e associadas á dobras e empurrões
(Sampaio et al. 2004).
26

2.4 Cenozoico

Os depósitos sedimentares recentes, na área de estudo, podem ser agrupados em: (i) Grupo Barreiras
constituído por litofácies areno-cascalhosas depositadas por fluxos de detritos, caracterizando uma deposição
em um sistema fluvial proximal na base, e por sedimentos areno-cascalhosos que incluem depositos
subaquosos e de fluxos de detritos no topo (Vilas Bôas et al. 2001) e; (ii) depósitos aluviais constituídos por
sedimentos arenosos, areno-argilosos e cascalhos. Esses depósitos encontram-se em contato discordante
sobre os litotipos anteriormente citados.
27

3 GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

Ampla variedade litotípica é observada na área de estudo (Figura 3.1). Tais litotipos encontram-se
agrupados, constituindo: (i) o Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC); (ii) os diques máficos e; (iii) a
Bacia do Rio Pardo (BRP), além dos depósitos sedimentares recentes.

3.1 Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, embasamento da BRP

Os trabalhos de campo associados com a análise petrográfica permitiu distinguir quatro litotipos
diferentes para o OISC (Figura 3.1): (i) gabronorito granultizados associado ao Complexo Ibicaraí; (ii)
quartzo-gabro granulitizados relacionado ao Complexo Buerarema; (iii) tonalito granulitizado também
associado ao Complexo Buerarema e; (iv) álcali-feldspato siento representante do Corpo de Anurí. Os três
primeiros litotipos encontram-se reequilibrado no fácies granulito, enquanto o último apresenta-se
reequilibrado no fácies anfibolito. Esses litotipos foram posteriormente intrudidos por diques máficos de
composição toleítica.

3.1.1 Gabronoritos granulitizados

Os gabronoritos granulitizados concentram-se na parte leste da área estudada estendendo-se na direção


N-S, sendo limitado a sul pelos sedimentos do Grupo Barreiras (Figura 3.1 e Apêndice II). Esses apresentam
uma coloração cinza à preta azulada, granulometria média à grossa, encontrando-se fraturados, foliados
(foliação/bandamento marcada por níveis quartzo-feldspaticos intercaladas com níveis máficos) (Foto 3.1) e
por vezes com veios milimétricos de epidoto.

Quanto as suas características petrográficas, observa-se que esse litotipo apresenta em média 57,7% de
plagioclásio, 17,5% de clinopiroxênio, 8,6% de opacos, 6,5% de anfibólio, 4,9% de biotita, 2,1% de
28

Figura 3.1. Mapa Geológico simplificado da área de estudo.


29

ortopiroxênio, 1,6% de apatita, 0,7% de epidoto, 0,2% de quartzo e 0,1% de feldspato alcalino (Tabela 3.1,
Figura 3.2).

Foto 3.1. Registro fotográfico do gabronorito onde é possível observar foliação deformacional (ponto R22).

Tabela 3.1. Composição mineralógica média das rochas granulíticas e do álcali-feldspato sienito.
LITOTIPOS % Qtz Pl Afs Cpx Opx Am Bt Ap Ep Chl Zr Op
Mínimo 0,0 37,9 0,0 5,1 0,0 1,3 0,0 0,0 0,0 - - 4,4
GABRONORITO
(5 amostras) Médio 0,2 57,7 0,1 17,5 2,1 6,5 4,9 1,6 0,7 - - 8,6
Máximo 1,1 69,0 0,6 44,2 7,2 11,3 9,7 7,6 2,8 - - 13,5
Mínimo 4,0 50,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 0,0 0,0 0,0 - 3,6
QUARTZO GABRO
(11 amostras) Médio 7,4 67,3 0,2 4,7 3,7 1,0 5,1 0,5 0,1 1,5 - 8,5
Máximo 14,4 85,2 1,1 12,0 11,0 5,6 14,6 2,2 0,5 16,7 - 15,0
Mínimo 14,6 31,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 - 0,0 0,0
TONALITO
(13 amostras) Médio 27,6 44,4 0,9 5,3 0,8 4,3 5,5 0,8 0,2 - 0,2 8,4
Máximo 51,9 58,4 3,9 27,1 4,3 20,8 11,9 2,8 2,0 - 1,9 27,0

ALCALI-FELDSPATO Mínimo - 4,1 43,9 6,1 - 0,0 0,0 2,0 - - - 2,1


SIENITO Médio - 7,0 63,0 7,3 - 3,9 3,3 7,4 - - - 8,0
(3 amostras)
Máximo - 9,8 83,7 8,6 - 9,8 8,6 14,6 - - - 13,4
Abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons 2007.

O plagioclásio é sub-euédrico a anédrico ou sub-idioblástico a xenoblástico com contatos retos a


irregulares. Observa-se extinção ondulante, verificando-se por vezes geminação do tipo albita, estando boa
parte dos grãos saussuritizados. O clinoproxênio é sub-euédrico a anédrico com contatos curvos a
irregulares, bastante fraturado e alongado. Os minerais opacos são anédricos ou xenoblásticos com contatos
irregulares, por vezes alongados e suavemente orientados, notando-se que, em geral, eles estão associados
aos minerais máficos, principalmente aos piroxênios. O anfibólio, possivelmente hornblenda, é xenoblástico
com contatos irregulares, ocorrendo associado principalmente ao clinopiroxênio, onde ele ocorre nas suas
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bordas, sugerindo ser produto retrometamórfico. A biotita é sub-idioblástica a xenoblástica com contatos
curvos a irregulares aparecendo associada aos minerais máficos, geralmente com o anfibólio, ou em zonas
cataclásticas. O ortopiroxênio é anédrico com contatos irregulares, bastante fraturado, identificando-se por
vezes intensa recristalização nas bordas ou em fraturas. A apatita é sub-euédrica ou euédrica com contatos
curvos ou retos, levemente prismática, por vezes fraturada. O epidoto é xenoblástico com contatos
irregulares, aparecendo em pequenas fraturas que, ocasionalmente, são perpendiculares as microzonas
cataclásticas. O quartzo, quando ocorre, é anédrico com contatos irregulares e alongado. O feldspato alcalino
é raro sendo sub-euédrico com contatos retos a curvos e com geminação do tipo Carlsbad (Fotomicrografia
3.1).

Figura 3.2. Os gabronoritos no diagrama triangular QAP de Streckeisen (1976).

3.1.2 Quartzo-gabros granulitizados

Os quartzo-gabros granulitizados ocorrem intercalados aos tonalitos granulíticos na porção central da


área, sendo limitados à oeste pelo álcali-feldspato sienito. Apresentam-se orientados na direção norte-sul,
sendo encobertos à sul pelos metassedimentos do Grupo Rio Pardo (Figura 3.1 e Apêndice II). Esse litotipo
tem coloração cinza esverdeada e granulometria fina a média. Encontram-se fraturados, foliados (foliação
visível apenas nas porções alteradas) (Foto 3.2) e por vezes cortados por veios milimétricos de epidoto.

Quanto às suas características petrográficas, esse litotipo apresenta em média: 67,3% de plagioclásio;
8,5% de opacos; 7,4% de quartzo; 5,1% de biotita; 4,7% de clinopiroxênio; 3,7% de ortopiroxênio; 1,5% de
31

clorita; 1,0% de anfibólio; 0,5% de apatita; 0,2% de feldspato alcalino e; 0,05% de epidoto (Tabela 3.1,
Figura 3.3).

a) b)
Fotomicrografia 3.1. Fotomicrografia representando a associação mineralógica dos gabronoritos: a) luz plana e b)
nícois cruzados. Foi utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons &
Desmons 2007.

Foto 3.2. Registro fotográfico do quartzo-gabro onde é possível observar foliação deformacional (ponto R06).

O plagioclásio é sub-euédrico a anédrico ou sub-idioblástico a xenoblástico, com contatos retos a


irregulares, verificando-se que alguns grãos apresentam extinção ondulante, geminação do tipo albita, apesar
de boa parte deles encontrar-se saussuritizado. Os minerais opacos são xenoblásticos com contatos
irregulares, por vezes alongados, ocorrendo geralmente nas bordas ou preenchendo fraturas dos minerais
máficos, principalmente piroxênios. O quartzo é anédrico com contatos irregulares, alongado e levemente
orientado, exibindo extinção ondulante e sendo raramente mimerquítico. A biotita é idioblástica a
xenoblástica com contatos retos a irregulares, ocorrendo associada aos minerais máficos, geralmente o
piroxênio ou opacos. O clinoproxênio é sub-euédrico a anédrico com contatos curvos a irregulares, fraturado,
32

alongado e, por vezes, bastante alterado. O ortopiroxênio, sub-euédrico a anédrico, mostra-se com contatos
curvos a irregulares, fraturado, alongado e por vezes alterado, onde raramente são observados simplectitos
preenchendo fraturas. A clorita, quando ocorre, é xenoblástica com contatos irregulares e bordejando o
anfibólio. O anfibólio, possivelmente hornblenda, é sub-idioblástico a xenoblástico com contatos curvos a
irregulares, ocorrendo nas bordas dos clinopiroxênios, sugerindo ser produto retrometamórfico do mesmo. A
apatita, quando ocorre, é euédrica a sub-euédrica com contatos curvos ou retos, prismática, por vezes
fraturada. O feldspato alcalino é raro, anédrico com contatos irregulares, geminação do tipo albita-periclina e
por vezes ocorre como lamelas em alguns plagioclásios configurando mesopertita. O epidoto é xenoblásticos
com contatos irregulares, aparecendo sob a forma de vênulas preenchendo pequenas fraturas
(Fotomicrografia 3.2).

Figura 3.3. Os quartzo-gabros no diagrama QAP de Streckeisen (1976).

3.1.3 Tonalitos granulitizados

Os tonalitos granulitizados ocorrem na porção central do mapa orientado na direção norte-sul e


intercalado com os quartzo-gabros e gabronoritos, este último também ocorrem como encraves. Esse litotipo
é limitado à sul pelas rochas metassedimentares do Grupo Rio Pardo e por sedimentos do Grupo Barreiras
(Figura 3.1 e Apêndice II). Apresentam coloração cinza esverdeada, granulometria média a grossa,
encontrando-se fraturado, gnaissificado e com veios quartzo-feldspáticos deformados (Foto 3.3). Na maioria
dos afloramentos é possível verificar zonas milonitizadas onde são visíveis epidoto e/ou biotita, além de mais
raramente granada do tipo almadina.
33

a) b)
Fotomicrografia 3.2. Fotomicrografia representando a associação mineralógica dos quartzo-gabros: a) luz plana e b)
nícois cruzados. Foi utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons &
Desmons 2007.

Foto 3.3. Registro fotográfico do tonalito em que é possível observar veios quartzo-feldspáticos deformados (ponto
R21).

Petrograficamente exibe em média 44,4% de plagioclásio, 27,6% de quartzo, 8,4% de opacos, 5,5% de
biotita, 5,3% de clinopiroxênio, 4,3% de anfibólio, 0,9% de feldspato alcalino, 0,8% de ortopiroxênio, 0,8%
de apatita, 0,2% de epidoto e 0,2% de zircão (Tabela 3.1, Figura 3.4).

O plagioclásio é sub-euédrico a anédrico ou sub-idioblástico a xenoblástico, com contatos retos a


irregulares, onde alguns grãos apresentam extinção ondulante, geminação do tipo albita e raras albita-
carlsbad. Boa parte deles encontram-se saussuritizados. O quartzo é anédrico ou xenoblástico com contatos
irregulares, alongado e levemente orientado, apresentando extinção ondulante. Os minerais opacos são
anédricos ou xenoblásticos com contatos curvos ou irregulares, possuindo formas arredondadas ou alongadas
e, ocorrem geralmente associados aos minerais máficos, principalmente aos clinopiroxênios. A biotita
idioblástica a xenoblástica com contatos retos a irregulares, aparecendo associada aos minerais máficos, aos
minerais opacos e a microzonas de catáclase, onde nessas últimas apresenta-se orientada. O clinoproxênio é
sub-euédrico a anédrico com contatos curvos a irregulares, fraturado, alongado, por vezes bastante alterado e
muitas vezes envolto por anfibólio. O anfibólio, possivelmente hornblenda, é sub-idioblástico a xenoblástico
34

com contatos curvos a irregulares, ocorrendo associado principalmente ao clinopiroxênio, onde nota-se que
ele aparece nas bordas ou envolvendo-o, sugerindo ter sua origem a partir do mesmo. O feldspato alcalino é
sub-euédrico a anédrico com contatos curvos a irregulares, extinção ondulante e geminação do tipo albita-
periclina, raramente associado a mimerquita e, mais raramente, mesopertita. O ortopiroxênio é sub-euédrico
a anédrico, com contatos curvos a irregulares, apresentando grãos fraturados com raros minerais opacos
preenchendo essas fraturas. A apatita, quando ocorre, é euédrica a sub-euédrica com contatos curvos ou
retos, por vezes fraturada e tendendo a se concentrar próximo ao anfibólio. O epidoto é raro, xenoblásticos,
com contatos irregulares e aparecendo sob a forma de minusculas vênulas preenchendo pequenas fraturas. O
zircão é sub-euédrico com contatos curvos (Fotomicrografia 3.3).

Figura 3.4. Os tonalitos no diagrama QAP de Streckeisen (1976).

3.1.4 Álcali-feldspato sienitos

Os álcali-feldspato sienitos foram estudados em maior detalhe por Conceição (1990), Rosa (1994),
Oliveira (1995), Conceição & Otero. (1996) e Conceição et al . (2007). Nessa dissertação foi feita apenas
uma descrição sumarizada, a partir das observações de campo e da análise microscópica de três amostras,
coletadas com o propósito de contemplar o estudo petrográfico dos litotipos observados na área de pesquisa.
35

a) b)
Fotomicrografia 3.3. Fotomicrografia mostrando a associação mineralógica dos tonalitos: a) luz plana e b) nícois
cruzados. É utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons & Desmons
2007.

Os álcali-feldspato sienitos, que ocorrem na extremidade oeste da área de pesquisa, orientados na


direção norte-sul, limitados a sul pelas rochas metassedimentares que integram a BRP e por depósitos
aluviais (Figura 3.1 e Apêndice II). Na sua borda leste encontra-se em contato tectônico com quatzo-gabro e
subordinadamento com os tonalitos, mais ao sul. Esse litotipo apresenta coloração cinza rosada, textura
média à grossa, por vezes porfirítica, composto por pórfiros de feldspato alcalino, biotita e minerais máficos,
encontrando-se fraturado e com foliação de fluxo marcada pela orientação dos grãos de feldspato alcalino
(Foto 3.4).

Foto 3.4. Registro fotográfico do álcali-feldspato sienito onde é possível observar pórfiros de feldspato alcalino
orientados (ponto R15).

No estudo petrográfico foi possível notar que esse litotipo apresenta em média 63,0% de
feldspatoalcalino, 8,0% de opacos, 7,4% de apatita, 7,3% de diopsídio, 7,0% de albita, 3,9% de hornblenda e
3,3% de biotita (Tabela 3.1, Figura 3.5).

O feldspato alcalino é anédrico com contatos irregulares, extinção ondulante, rara geminação do tipo
carlsbad e algumas mesopertitas. Os minerais opacos são anédricos com contatos irregulares, por vezes
36

alongados e suavemente orientados, aparecendo associados aos minerais máficos, por vezes no interior do
clinopiroxênio. A apatita é sub-euédrica ou euédrica com contatos curvos ou retos, por vezes fraturada. O
clinopiroxênio, provavelmente diopsídio, é anédrico com contatos irregulares, alongado, levemente orientado
e geralmente associado aos minerais opacos e ao anfibólio. A albita ocorre dentro dos feldspato alcalino
mesopertíticos às mesopertita, sendo raramente observados sob a forma de diminutos grãos com geminação
do tipo albita. O anfibólio, possivelmente hornblenda, é anédrica com contatos curvos ou irregulares, sendo
possível observa-los no centro dos grãos de clinopiroxênios, embora possa observa-los também ao lado. A
biotita é sub-euédrica ou anédrica com contatos irregulares, aparecendo geralmente nas bordas do anfibólio
(Fotommicrografia 3.4).

Figura 3.5. Os álcali-feldspato sienitos no diagrama QAP de Streckeisen (1976).

3.2 Diques Máficos

Diques de composição toleítica com idade entre 1.1 a 1.0 Ga (Renné et al. 1990) e direções
preferenciais E-W encontram-se dispersos por todo o embasamento da BRP (Corrêa-Gomes et al. 1993,
Corrêa Gomes et al. 1998, Corrêa Gomes & Oliveira 2002) (Figura 3.1 e Apêndice II). Esses diques
apresentam granulometria entre fina e média, coloração cinza escuro, espessuras variadas e formas retilíneas
e angulosas (Tabela 3.2, Foto 3.5).
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a) b)
Fotomicrografia 3.4. Fotomicrografia exibindo a associação mineralógica dos álcali-feldspato sienito: a) luz plana e b)
nícois cruzados. Utilizou-se a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons &
Desmons 2007.

Petrograficamente os diques máficos apresentam em média 37,8% de plagioclásio, 17,2% de


clinopiroxênio, 13,2% de minerais opacos, 10,3% de anfibólio, 9,3% de biotita, 4,5% de apatita, 3,5% de
ortopiroxênio, 2,3% de feldspato alcalino, 1,7% de quartzo e 0,3% de epidoto (Tabela 3.2).

Tabela 3.2. Composição mineralógica dos diques máficos intrudidos nos granulitos.

Qtz Afs Cpx Opx Am Bt Ap Ep Op


LITOTIPO AMOSTRA Pl (%)
(%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)

Mínimo 0,0 25,2 0,0 6,7 0,0 4,9 1,6 0,0 0,0 7,5
DIQUE MÁFICO (8
amostras) Médio 1,7 37,8 2,3 17,1 3,5 10,3 9,3 4,5 0,3 13,2

Máximo 11,7 50,5 6,5 26,3 12,9 17,2 23,8 17,1 2,3 20,7

Abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons 2007.

Foto 3.5. Registro fotográfico de dique máfico onde é possível observar a sua forma retilínea e angulosa, além da
direção aproximadamente E-W (ponto R28).
38

O plagioclásio é euédrico a sub-euédrico com contatos retos a irregulares com alguns poucos grãos
apresentando extinção ondulante, geminação do tipo albita e albita-carlsbad. Em geral encontra-se
saussuritizados e nas bordas dos piroxênios. O clinoproxênio é sub-euédrico a anédrico com contatos curvos
a irregulares, fraturados, alongados, raramente apresentando borda de reação, constituída por anfibólio. Os
minerais opacos são sub-euédricos a anédricos com contatos curvos ou irregulares e com forma arredondada
ou alongada. Ocorrem geralmente associados aos minerais máficos, principalmente aos clinopiroxênios. O
anfibólio, provavelmente actinolita e hornblenda, é sub-idioblástico a xenoblástico com contatos curvos a
irregulares, aparecendo nas bordas ou envolvendo o clinopiroxênio, sugerindo ser produto do mesmo. A
biotita é sub-idioblástica a xenoblástica com contatos curvos a irregulares, aparecendo associada aos
minerais máficos, geralmente anfibólio e, aos minerais opacos. A apatita, quando ocorre, é euédrica a sub-
euédrica com contatos curvos ou retos e por vezes fraturada, tendendo a se concentrar próximo ao anfibólio.
O ortopiroxênio é sub-euédrico a anédrico, com contatos curvos a irregulares, fraturado, alongado e costuma
ocorrer em contato com o clinopiroxênio. O feldspato alcalino é raro, sub-euédrico a anédrico com contatos
curvos a irregulares, apresentando extinção ondulante e geminação do tipo carlsbad e albita-periclina, sendo
possível observar essas características mesmo quando saussiritizado. O quartzo é raro, anédrico com contatos
irregulares, alongado e levemente orientado, apresentando extinção ondulante e podendo ser mimerquítico. O
epidoto, quando ocorre, é xenoblásticos com contatos irregulares, aparecendo sob a forma de pequenas
vênulas preenchendo pequenas fraturas (Fotomicrografia 3. 5).

a) b)
Fotomicrografia 3.5. Fotomicrografia mostrando a associação mineralógica dos diques máficos: a) luz plana e b) nícois
cruzados. É utilizada a abreviação mineralógica adotada por Kretz 1983, Spear 1993 e Fettes & Desmons & Desmons
2007.

3.3 Bacia do Rio Pardo

Como representantes da BRP na área estudada (Figura 3.1) encontra-se, da base para o topo as
Formações Panelinha, Camacã e Salobro (Karmann 1987, Karmann et al. 1989, Pedreira 1976, 1979 e 1999).
O estudo petrográfico dos litotipos que constituem a BRP na área de pesquisa não foi realizado, contudo
segundo Karmann (1987) o fácies metamórfico das rochas inseridas na bacia é o xisto verde, marcado pela
39

presença de actinolita, albita, espinélio e clorita. Os litotipos que compõem a BRP encontram-se dispostos
discordantemente sobre as rochas que compõem o embasamento granulítico arqueano-paleoproterozoico
descrito anteriormente.

3.3.1 Formação Panelinha

A Formação Panelinha ocorre como lentes nas proximidades do limite entre BRP e o embasamento
granulítico, na porção centro-oeste do mapa (Figura 3.1, Apêndice II). Os litotipos que compõem essa
Formação são meta-ortoconglomerados polimícticos constituídos essencialmente por fragmentos de rochas
do embasamento (Foto 3.6).

Figura 3.6. Registro fotográfico do meta-ortoconglomerado polimíctico da Formação Panelinha em corte de estrada
(ponto R20).

3.3.2 Formação Camacã

A Formação Camacã estende-se de oeste à leste, compondo a parte norte da BRP. Exibe a sul contato
discordantes com as rochas da Formação Salobro e a norte com os litotipos do OISC. Metassiltito, ardósias e
calcarenitos são os litotipos que compõem essa formação na área de estudo. Os metassiltitos e ardósias são
predominantes, apresentando-se com coloração variando de cinza a bege e avermelhada quando a ação do
imtemperismo é mais intensa. Essas rochas preservam estruturas sedimentares como estratificação cruzada
tabulares e estruturas de carga, encontrando-se por vezes crenuladas. Os calcarenitos possuem coloração
cinza esverdeado e apresentam estratificações cruzadas tabulares, além de cristais de pirita euedral dispersos
(Foto 3.7).
40

3.3.3 Formação Salobro

A Formação Salobro predomina na porção sul da área de pesquisa, encontrando-se em contato


discordante com os litotipos da Formação Camacã à norte (Figura 3.1, Apêndice II). Essa formação é
constituída por arenitos e metaconglomerados polimícticos compostos por fragmentos de rochas do
embasamento e da própria BRP. Os arenitos e paraconglomerados finos preservam muitas estruturas
sedimentares tais como, estruturas de carga, solifluxão, dobras covolutas e estratos cruzados acanalados
(Fotos 3.8 e 3.9).

Foto 3.7. Registro fotográfico de lente de calcarenito da Formação Camacã onde é possível observar estratificação
cruzada tabular e cristais euedrais de pirita, setas vermelhas indicando as piritas (ponto R12).

Foto 3.8. Registro fotográfico da Formação Salobro. Paredão em pedreira abandonada onde se observa arenito
carbonático com dobras covoluta, estrutura de carga e estratificação cruzada acanalada (ponto R18).

3.4 Depósitos Sedimentares Recentes

Os depósitos sedimentares, na área de estudo, podem ser agrupados em (Figura 3.1, Apêndice II): (i)
Grupo Barreiras que ocorre à oeste, entre as rochas da BRP e seu embasameno, sendo constituído por areias
grossas a conglomeráticas, com matriz caulínica e estruturas de estratificação cruzada planar na base, areias
grossas quartzosas com matriz areno-argilosa e argilas arroxeadas levemente arenosas no meio e um nível de
41

argilas de cores vermelha e branca no topo (Vilas Bôas et al. 2001); (ii) Depósitos Aluviais localizados nas
margens dos rios São Pedro e Panelinha e do córrego Preto, onde verifica-se sedimentos arenosos e areno-
argilosos. Esses depósitos sedimentares encontram-se em contato discordante sobre os litotipos
anteriormente citados.

Foto 3.9. Registro fotográfico da Formação Salobro. Paredão em pedreira abandonada mostrando paraconglomerado
onde se observa fragmentos de rochas do embasamento e da própria BRP com tamanhos variados (ponto R19).
42

4 LITOGEOQUÍMICA

A litogeoquímica foi realizada nesse trabalho com o objetivo não somente de confirmar os litotipos
identificados na petrografia, mas sobretudo indicar os tipos de magmas que formaram os protólitos das
rochas granulíticas do embasamento norte da BRP e dos diques máficos que as cortam.

4.1 Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, embasamento da BRP

Para o estudo litogeoquímico, realizado somente para as litologias do embasamento norte da BRP foram
retiradas amostras dos gabronoritos, quartzo-gabros, tonalitos, todos os três granulitizados, e de álcali-
feldspato sienitos. Incluiu-se também nesse estudo, resultados dos diques máficos.

4.1.1 Gabronoritos granulitizados

Para caracterização geoquímica dos gabronoritos granulitizados foram utilizadas três amostras que
tiveram estimadas as quantidades dos elementos maiores, traços e terras raras (Tabela 4.1).

Os gabronoritos granulitizados são rochas básicas à intermediarias que apresentam teores de SiO2
variando de 49,60 a 56,50% (média de 52,18%). São caracterizados por teores de FeO entre 2,15 e 9,80%
(média de 5,29%), MgO entre 4,10 e 7,15% (média de 6,09%), CaO entre 7,00 e 11,20% (média de 8,88%),
Na2O entre 3,22 e 4,50% (média de 3,63%) e K2O que encontra-se desde abaixo do limite de detecção do
método até 0,96% (média de 0,57%). Observam-se ainda teores de Al2O3 situados entre 13,60 e 17,30%
(média de 16,15%) e TiO2 entre 0,80 e 1,00% (média de 0,88%). Com relação aos elementos traços, estas
rochas apresentam valores de V variando entre 139 e 265 ppm (média de 201,00 ppm), Ba entre 203 e 406
ppm (média de 324,50 ppm), Sr entre 223 e 317 ppm (média de 286,25 ppm), Zr entre 59 e 117 ppm (média
de 91,50 ppm) e F entre 283 e 1680 ppm (média de 745,40 ppm) (Tabela 4.1).
43

Tabela 4.1. Análises químicas dos litotipos do embasamento granulítico à norte da Bacia do Rio Pardo.
Alcali-
Gabronorito granulitizado Quartzo gabro granulitizado Tonalito granulitizado feldspato
sienito
GN QG1 QG2 T1 T2 AFS
Amostra R32 CC-16 B CC-10 R05 R06 CC-02 CC-03 R28 R07 R43 R21 CC-20 CC-13 R34 R35 R13
SiO2 51,20 51,40 56,50 56,80 58,50 58,60 63,00 64,10 67,30 59,58 66,88 68,60 70,40 67,80 68,50 61,80
TiO2 0,80 0,90 1,00 0,95 0,68 0,65 0,62 0,34 0,51 0,89 0,29 0,36 0,29 0,28 0,19 0,53
Al2O3 16,60 17,10 17,30 14,00 14,30 16,40 17,10 16,40 15,00 17,31 15,46 15,50 15,70 15,70 14,90 16,50
Fe2O3 10,40 2,60 1,80 10,60 10,20 1,90 1,80 4,39 5,63 7,32 3,19 2,10 0,29 4,62 3,79 4,16
FeO 2,62 9,80 6,60 3,16 4,36 5,90 4,00 2,35 2,37 5,22 1,88 2,10 2,30 3,00 2,34 2,73
FeOt 11,98 12,14 8,22 12,70 13,54 7,61 5,62 6,30 7,44 11,81 4,75 3,99 2,56 7,16 5,75 6,47
Fe2O3t 13,31 13,49 9,13 14,11 15,04 8,45 6,24 7,00 8,26 13,12 5,28 4,43 2,85 7,95 6,39 7,19
MnO 0,16 0,16 0,13 0,20 0,12 0,11 0,07 0,07 0,08 0,08 0,06 0,06 0,04 0,06 0,05 0,05
MgO 6,39 6,60 4,20 4,76 3,16 4,70 2,40 1,81 1,93 1,88 1,55 2,00 1,10 1,11 1,14 1,51
CaO 9,53 7,00 7,80 6,63 7,06 6,50 6,50 4,95 4,16 4,72 3,59 4,60 2,40 3,94 3,62 1,82
Na2O 3,22 3,40 4,50 3,98 3,75 3,60 4,80 4,29 4,12 3,86 4,70 4,40 3,40 3,35 4,26 4,17
K2O 0,39 0,92 0,91 1,39 1,30 0,98 2,37 1,54 2,32 2,55 1,80 5,00 3,19 1,39 8,57
P2O5 0,19 0,10 0,29 0,26 0,15 0,26 0,17 0,09 0,11 0,63 0,15 0,11 0,21 0,12 0,13 0,29
Total 101,50 99,06 101,04 102,25 103,67 99,92 101,44 101,16 102,75 103,81 100,30 101,63 101,13 103,17 100,31 102,13
V 154,00 246,00 139,00 202,00 205,00 133,00 82,00 63,00 74,00 161,00 54,00 73,00 19,00 45,00 53,00 40,00
Rb 20,00 17,00 26,00 59,00 42,00 38,90 68,40 63,00 71,00 46,00 211,00
Ba 203,00 406,00 376,00 425,00 759,00 1005,00 575,00 947,00 799,00 1034,00 980,00 1580,00 1142,00 1906,00 546,00 3930,00
Sr 317,00 223,00 305,00 248,00 417,00 578,00 397,00 528,00 597,00 750,30 925,70 615,00 403,00 722,00 657,00 1968,00
Y 18,00 23,00 22,00 34,00 11,00 22,00 9,00 20,00 8,00 20,80 10,70 19,00 8,00 4,00
Nb 20,00 5,00 10,00 17,00 13,00 5,00 6,00 12,60 5,50 5,00 5,00 17,00 22,00 6,00
Zr 99,00 91,00 117,00 79,00 95,00 140,00 138,00 130,00 155,00 291,80 104,60 66,00 114,00 156,00 127,00 347,00
Ga 18,00 32,00 38,00 20,00 18,00 31,00 34,00 20,00 21,00 21,70 17,10 34,00 35,00 19,00 22,00 23,00
F 589,00 1680,00 430,00 585,00 270,00 700,00 140,00 75,00 159,00 650,00 180,00 154,00 60,00 396,00
Cl 1009,00 82,00 91,00 299,00 127,00 61,00 76,00 41,00 72,00 139,00
S 334,00 198,00 243,00 829,00 1061,00 605,00 435,00 286,00 399,00 429,00 383,00 261,00 293,00 73,00
La 20,90 10,86 12,56 27,80 28,30 18,32 17,71 33,80 22,90 109,30 24,80 33,99 17,26 16,40 15,90 53,10
Ce 36,50 19,34 26,15 40,90 45,80 37,14 31,13 48,50 30,30 238,70 56,00 58,35 29,79 22,20 21,30 89,50
Pr 5,27 5,77 6,11 6,23 3,72 26,23 6,85 2,81 2,53 12,08
Nd 21,30 8,69 12,02 23,30 23,00 17,60 10,15 22,10 13,30 96,60 27,70 20,97 10,47 9,90 8,20 47,00
Sm 3,90 2,23 2,61 4,90 4,40 3,73 1,67 3,70 2,20 15,61 4,86 4,86 2,49 1,60 1,10 7,60
Eu 1,24 0,67 0,72 1,14 1,13 0,64 0,48 1,35 1,04 2,60 1,25 1,01 0,71 1,45 1,01 3,35
Gd 3,96 2,54 2,52 5,62 4,06 2,81 1,47 3,40 1,74 10,22 3,36 2,87 1,64 1,25 1,28 5,96
Tb 0,70 0,91 0,59 0,49 0,33 1,20 0,43 0,20 0,21 0,73
Dy 3,29 1,78 1,46 4,88 2,86 1,37 0,86 2,49 1,40 4,50 1,96 1,06 0,65 0,60 0,77 3,02
Ho 0,66 0,37 0,32 0,93 0,50 0,27 0,17 0,44 0,26 0,72 0,34 0,22 0,13 0,15 0,16 0,46
Er 1,64 1,05 0,98 2,54 1,29 0,70 0,42 1,01 0,51 1,57 0,95 0,61 0,32 0,18 0,28 0,87
Tm 0,31 0,43 0,24 0,22 0,16 0,23 0,15 0,11 0,10 0,18
Yb 1,60 1,02 0,97 2,20 1,20 0,58 0,39 1,00 0,60 1,52 1,04 0,61 0,39 0,20 0,30 0,70
Lu 0,27 0,17 0,18 0,35 0,18 0,10 0,11 0,16 0,12 0,20 0,15 0,14 0,12 0,09 0,14
(Ce/Yb)N 6,34 5,27 7,46 5,16 10,60 17,91 22,11 13,47 14,03 43,62 14,96 26,75 21,22 30,83 19,72 35,52
44

No diagrama ternário AFM de Invine & Baragar (1971), contendo o limite entre o campo toleítico e
cálcio-alcalino, os pontos representativos das analises químicas dos grabronoritos granulitizados situam-
sepróximo ao limite entre os dois campos, embora tendendo mais para o campo dos toleítos (Figura 4.1).

Figura 4.1. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os gabronoritos.

Os espectros dos Elementos Terras Raras dessas rochas granulitizadas encontram-se na figura 4.2,
normalizados segundo os dados para condrito de Sun & McDonough (1989). De acordo com seus padrões
eles mostram pouca diferença entre os elementos leves e pesados, ambos pouco fracionados, como verificado
na razão (Ce/Yb)N com valores entre 5,27 e 7,46. Eles mostram uma tendência toleítica o que concorda com
o diagrama AFM de Invine & Baragar (1971).

Figura 4.2. Padrões de Elementos Terras Raras dos gabronoritos.

4.1.2 Quartzo-gabros granulitizados

Seis amostras com análise dos seus elementos maiores, traços e terras raras foram utilizadas para
caracterização geoquímica dos quartzo-grabros granulitizados (Tabela 4.1).
45

Tratam-se de rochas intermediárias que apresentam teores de SiO2 variando de 58,50 a 67,30% (média
de 61,38%). São caracterizados por teores de FeO entre 2,35 e 5,90% (média de 3,69%), MgO entre 1,81 e
4,76% (média de 3,13%), CaO entre 4,16 e 7,06% (média de 5,97%), Na2O entre 3,60 e 4,80% (média de
4,09%) e K2O entre 0,91 e 2,37% (média de 1,41%). Observam-se também teores de Al2O3 situados entre
14,00 e 17,10% (média de 15,53%) e TiO2 entre 0,35 e 0,95% (média de 0,63%). Quanto aos elementos
traços, este litotipo apresenta valores de V variando entre 63 e 205 ppm (média de 126,50 ppm), Ba entre
575 e 1005 ppm (média de 751,67 ppm), Sr entre 248 e 578 ppm (média de 460,83 ppm), Zr entre 79 e 155
ppm (média de 122,83 ppm) e F entre 75 e 585 ppm (média de 321,50 ppm) (Tabela 4.1).

No diagrama ternário AFM de Invine & Baragar (1971), as amostras dessa litologia se mostram
dispersas, distribuindo-se no limite entre os campos toleíticos à cálcio-alcalino (Figura 4.3).

Figura 4.3. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os quartzo-gabros.

Os espectros dos ETR dessas rochas granulíticas encontram-se na figura 4.4, normalizados segundo os
dados para condrito de Sun & McDonough (1989). Através dos padrões de Elementos Terras Raras esse
litotipo pode ser subdividido em dois tipos, os QG1 e os QG2. Os quartzo-gabros do tipo QG1 apresentam
ETRL com significativo fracionamento e enriquecimento enquanto os ETRP mostram-se pouco à
moderadamente fracionado e moderadamente enriquecido. O padrão de fracionamento desse litotipo é
condizente com a razão (Ce/Yb)N entre 5,16 e 22,11. Observa-se ainda, fraca anomalia negativa de Eu. No
quartzo-gabro do tipo QG2 observa-se o significativo fracionamento dos ETRL e dos ETRP e
enriquecimento dos ETRL, como mostra a razão (Ce/Yb)N cujo valores são 13,47 e 14,06. Registra-se
também, fraca anomalia positiva de Eu para esse litotipo.
46

a) b)
Figura 4.4. Padrões de Elementos Terras Raras dos quartzo-gabros. a) Quartzo-grabro do tipo QG1 e b) Quartzo-grabro
do tipo QG2.

4.1.3 Tonalitos granulitizados

Para caracterizar geoquimicamente essas rochas foram utilizadas seis amostras com os dados analíticos
dos elementos maiores, traços e Terras Raras (Tabela 4.1).

Os tonalitos granulitizados são rochas intermediárias à ácidas que apresentam teores de SiO2 variando
de 59,58 a 70,40% (média de 66,96%). São caracterizados por teores de FeO entre 1,88 e 5,22% (média de
2,81%), MgO entre 1,10 e 2,00% (média de 1,47%), CaO entre 2,40 e 4,72% (média de 3,81%), Na2O entre
3,35 e 4,70% (média de 4,00%) e K2O entre 1,39 e 5,00% (média de 2,71%). Observam-se também teores de
Al2O3 situados entre 14,90 e 17,31% (média de 15,76%) e TiO2 entre 0,19 e 0,89% (média de 0,38%).
Quanto aos elementos traços, este litotipo apresenta valores de V variando entre 19 e 161 ppm (média de
67,50 ppm), Ba entre 546 e 1506 ppm (média de 1198,00 ppm), Sr entre 403 e 925,7 ppm (média de 678,83
ppm), Zr entre 66 e 291,8 ppm (média de 143,23 ppm) e F apresenta valores abaixo do limite de detecção do
método até 650 ppm (média de 174,00 ppm) (Tabela 4.1).

No diagrama ternário AFM de Invine & Baragar (1971), as amostras do tipo T1 situam-se tanto no
campo toleítico, termos mais enriquecidos em ETRL, quanto no campo cálcio-alcalino, termos menos
enriquecidos em ETRL, com tendência mais cálcio-alcalina. As amostras do tipo T2 localizam-se próximo
ao limite dos campo toleítico e cálcio-alcalino (Figura 4.5).

Os espectros dos ETR dos tonalitos granulitizados encontram-se na figura 4.6, normalizados segundo os
dados para condrito de Sun & McDonough (1989). Utilizando os padrões de Elementos Terras Raras pode-se
subdividido esse litotipo em dois tipos, T1 e T2. Os tonalitos do tipo T1 apresentam ETRL com expressivo
fracionamento e enriquecimento enquanto os ETRP mostram-se pouco fracionado e moderadamente
enriquecido, condizente com as razões (Ce/Yb)N situadas entre 14,96 e 43,62. Verifica-se ainda, fraca
anomalia negativa de Eu e anomalia positiva de Lu nos termos menos enriquecido. Nos tonalitos do tipo T2
47

observa-se significativo fracionamento e enriquecimento dos ETRL com forte anomalia positiva de eu, além
de ETRP fracionado com forte anomalia positiva de Tm e Lu. Para esse litotipo as razões (Ce/Yb)N são 19,72
e 30,83. Nos dois tipos a tendência cálcio-alcalina é confirmada pelos padrões de ETR.

Figura 4.5. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os tonalitos.

a) b)
Figura 4.6. Padrões de Elementos Terras Raras dos tonalitos. a) Tonalitos do tipo T1 e b) tonalitos do tipo T2.

4.1.4 Álcali-feldspato sienitos

Dos álcali-feldspato sienitos uma (1) amostra com dados analítico de elementos maiores, traços e Terras
Raras (Tabela 4.1) foi utilizada na caracterização geoquímica. Esta amostra teve o padrão de ETR comparada
com o padrão de ETR de amostras do Corpo Anurí obtidas por Oliveira (1995).

A amostra coletada nesse trabalho para esse litotipo corresponde a rocha máfica com teor de SiO2 de
46,80%. É caracterizada por teor de FeO de 9,60%, MgO de 5,40%, CaO de 8,80%, Na2O de 3,40% e K2O
de 0,87%. Observam-se também teores de Al2O3 de 13,30% e TiO2 de 3,50%. Quanto aos elementos traços,
48

essa rocha apresenta valores de V de 417,00 ppm, Ba de 317,00 ppm, Sr de 242,00 ppm, Zr de 221,00 ppm e
F de 600,00 ppm (Tabela 4.1).

No diagrama binário (Na2O + K2O)/SiO2 de Invine & Baragar (1971), onde constam os campos alcalino
e subalcalino, a amostra do álcali-feldspato sienito situa-se no campo alcalino (Figura 4.7).

Figura 4.7. Diagrama binário (Na2O + K2O)/SiO2 (Invine & Baragar 1971) para o álcalifeldspato sienito.

Os espectros dos ETR do álcali-feldspato sienito (AFS) encontram-se na figura 4.8, normalizados
segundo os dados para condrito de Sun & McDonough (1989). Essa rocha apresenta ETRL e ETRP com
significativo fracionamento e enriquecimento, confirmando o carater alcalino observado no diagrama (Na2O
+ K2O)/SiO2. A razão (Ce/Yb)N de 35,52 reflete o padrão ETR observado. Verifica-se também, uma fraca
anomalia positiva de Eu e Tm. A análise comparativa do padrão ETR para essa amostra é coincidente com
aqueles obtido por Oliveira (1995) para esse mesmo litotipo.

a) b)
Figura 4.8. Padrões de Elementos Terras Raras do álcali-feldspato sienito. a) Dados analítico obtido nesse trabalho para
o álcali-feldspato sienito e b) dados analítico tratados por Oliveira (1995) para os sienitos máficos e os sienitos
gnáissicos pertencentes ao Corpo Anurí.
49

4.2 Diques Máficos

Os diques máficos, na área de estudo, abrange rochas de composição basáltica e andesítica (Figura 4.9)
intrudidas no embasamento norte da BRP. Seis amostras com análise dos seus elementos maiores, traços e
terras raras foram utilizadas para caracterização geoquímica dessas rochas (Tabela 4.2).

Figura 4.9. Diagrama de classificação química de rochas ígneas TAS (Cox et al. 1979) para os diques máficos.

Os diques máficos apresentam teores de SiO2 variando de 46,80 a 57,50% (média de 49,40%). São
caracterizados por teores de FeO entre 7,60 e 11,80% (média de 8,87%), MgO entre 2,70 e 6,40% (média de
4,95%), CaO entre 5,60 e 9,70% (média de 8,46%), Na2O entre 2,83 e 3,70% (média de 3,17%) e K2O entre
0,78 e 1,20% (média de 0,92%). Observam-se também teores de Al2O3 situados entre 12,80 e 14,70% (média
de 13,52%) e TiO2 entre 1,70 e 3,80% (média de 3,01%). Quanto aos elementos traços, estes litotipos
apresentam valores de V variando entre 173 e 456 ppm (média de 363,50 ppm), Ba entre 275 e 755 ppm
(média de 479,67 ppm), Sr entre 202 e 244 ppm (média de 228,33 ppm), Zr entre 168 e 560 ppm (média de
228,33 ppm) e F entre 303 e 1120 ppm (média de 642,17 ppm) (Tabela 4.2).

No diagrama ternário AFM de Invine & Baragar (1971), todas as amostras dos diques máficos situam-se
no campo dos magmas toleítico (Figura 4.10).
50

Tabela 4.2. Análises químicas dos diques máficos intrudidos nas rochas do embasamento norte da Bacia do Rio Pardo.
Diques máficos
Basalto Andesito
Amostra CC-11 CC-14 R31 CC-18 CC-17 CC-15
SiO2 46,80 48,60 48,10 48,60 46,80 57,50
TiO2 3,80 2,40 2,98 3,70 3,50 1,70
Al2O3 12,80 14,40 13,00 12,90 13,30 14,70
Fe2O3 4,70 5,30 18,20 10,00 7,20 2,50
FeO 11,80 8,50 7,72 7,60 9,60 8,00
FeOt 16,03 13,27 24,10 16,60 16,08 10,25
Fe2O3t 17,81 14,74 26,78 18,44 17,87 11,39
MnO 0,28 0,22 0,26 0,28 0,28 0,20
MgO 5,90 6,40 4,29 5,00 5,40 2,70
CaO 9,40 9,70 8,97 8,30 8,80 5,60
Na2O 2,90 3,20 2,83 3,00 3,40 3,70
K2O 0,78 0,99 0,79 0,90 0,87 1,20
P2O5 0,65 0,44 0,49 0,67 0,69 0,62
Total 99,81 100,15 107,63 100,95 99,84 98,42
V 456,00 336,00 426,00 373,00 417,00 173,00
Rb 15,00
Ba 461,00 389,00 275,00 681,00 317,00 755,00
Sr 223,00 236,00 223,00 202,00 242,00 244,00
Y 39,00 36,00 46,00 52,00 43,00 68,00
Nb 17,00 21,00 32,00 25,00 20,00 18,00
Zr 180,00 185,00 168,00 205,00 221,00 560,00
Ga 32,00 30,00 18,00 33,00 26,00 41,00
F 710,00 560,00 303,00 560,00 600,00 1120,00
Cl 38,00 688,00 219,00 152,00 269,00
S 1421,00 816,00 834,00 1490,00 1316,00 334,00
La 21,29 12,15 21,60 18,94 13,18 28,63
Ce 33,29 25,65 40,10 42,71 27,49 51,63
Pr 6,13
Nd 13,74 13,82 28,00 24,29 16,15 25,60
Sm 3,18 3,46 7,00 6,68 4,21 6,09
Eu 0,99 1,08 2,49 2,12 1,52 2,03
Gd 3,83 4,11 8,39 8,56 5,37 7,43
Tb 1,38
Dy 2,08 2,50 7,82 6,07 3,29 3,89
Ho 0,40 0,54 1,52 0,94 0,69 0,81
Er 1,03 1,68 4,04 3,36 2,04 2,35
Tm 0,63
Yb 1,40 1,54 3,80 2,96 1,70 2,00
Lu 0,32 0,29 0,53 0,46 0,30 0,47
(Ce/Yb)N 6,61 4,63 2,93 4,00 4,50 7,16

Figura 4.10. Diagrama triangular A-F-M (Invine & Baragar 1971) para os diques máficos.
51

Os padrões dos ETR para os diques máficos encontram-se na figura 4.11, normalizados segundo os
dados para condrito de Sun & McDonough (1989). Utilizando o diagrama. Essas rochas apresentam ETRL e
ETRP pouco fracionados e moderadamente enriquecidos. Nota-se ainda, uma fraca anomalia negativa de Eu.
O caráter toleítico observado no diagrama AFM, confirmada pelo padrão ETR é condizente com as razões
(Ce/Yb)N que apresenta valores entre 2,93 e 7,16.

Figura 4.11. Padrões de Elementos Terras Raras dos diques máficos.


52

5 GEOLOGIA ESTRUTURAL

Neste capítulo serão apresentadas as características das estruturas dúcteis e dúcteis-rúpteis presentes na
área de pesquisa. Essas estruturas serão analisadas separadamente para o embasamento granulítico e para a
Bacia do Rio Pardo (BRP). As representações em mapa dessas deformações estão destacadas nas áreas em
branco, assinaladas nas figuras 5.2, 5.6, 5.9 e 5.13.

5.1 Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá, embasamento da BRP

Dentre as estruturas planares observadas no embasamento da BRP tem-se foliações Sn, Sn+1 e Sn+2 cuja
deformação (Dn, Dn+1 e Dn+2) processou-se no campo da ductibilidade. Representando as estruturas dúcteis-
rúpteis são encontradas zonas de cisalhamento que são produto da deformação chamada aqui de dúctil-rúptil.
Falhas e fraturas, por vezes, preenchidas por diques máficos representam a deformação rúptil.

5.1.1 Deformação dúctil

Na área de estudo a deformação dúctil é marcada por três fases deformacionais, Dn, Dn+1 e Dn+2. As duas
primeiras fases estão associadas à foliações de plano axial, desenvolvidas no paleoproterozóico, e a fase Dn+2
está relacionada a uma foliação milonítica, considerada nesse trabalho como desenvolvida no
neoproterozóico.

A primeira fase deformacional, Dn, gerou a foliação, Sn, representada por uma foliação plano axial
transposta de dobras assimétricas, com mergulho variando desde baixo à alto ângulo. Essa superfície foi
gerada durante o processo de edificação do Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (OISC) (Capítulo 2 nessa
Dissertação), em ambiente do fácies granulito (Barbosa 1990), a partir do dobramento assimétrico de
bandamento gnáissico já existente. Essas dobras foram transpostas e foliação plano axial (Sn) associada a
transposição dessas dobras assimétricas foi formada (Foto 5.1). A foliação Sn é identificada nas áreas
53

próximas do contato entre os granulitos, paleoproterozóicos, e os litotipos que compõem a BRP,


neoproterozóicos (Figura 5.2). Esse conjunto de foliações (6 medidas) encontra-se alinhado na direção
preferencial N064º com mergulho variando desde baixo à alto ângulo para sudeste (Figura 5.1). Verifica-se
também, associadas a foliação Sn, linhas de estiramento mineral (Lxn) de baixo e alto rake marcadas por
quartzo e plagioclásio, tendo sido efetuada apenas 2 medidas posicionadas em 26º p/ N048º e 33º p/ N175º.

Sn

Foto 5.1. Registro fotográfico da foliação Sn, cuja orientação medida do plano é N065º/18ºSE (ponto R28).

N=6

Figura 5.1. Diagrama estereográfico representando os planos de foliação Sn, cujo trend é N064º e respectivas linhas de
estiramento mineral. Hemisfério inferior, 6 medidas Sn e 2 medidas Lxn.

A foliação Sn+1 é produto da fase deformacional Dn+1, que redobrou a foliação Sn, formando dobras
isoclinais com planos axiais sub-verticalizados (Barbosa 1990). Entretanto na área de pesquisa, apesar de
predominar a foliação Sn+1, são encontrados afloramentos com dobras fechadas e com a foliação Sn
apresentando mergulhos de baixo a alto ângulo (Foto 5.2 e Figura 5.2). A foliação Sn+1 é portanto
representada por uma foliação gnáissica que resulta de uma superfície anterior (Sn) que foi dobrada
isoclinalmente, por vezes, transposta. Essa foliação encontra-se alinhada na direção preferencial
54

N010º/89ºSE (51 medidas) (Figura 5.2) e apresenta linhas de estiramento mineral (Lxn+1) de baixo rake
marcadas por quartzo e plagioclásio (16 medidas) com trend geral é 21º p/ N190º, registrando uma tectônica
transpressiva predominante sinistral (Figura 5.3).

Figura 5.2. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções de foliações Sn, Sn+1 e Sn+2, e suas respectivas linhas de
estiramento mineral, além de lineamentos estruturais obtidos por tratamento de imagem de modelo de relevo SRTM
(Shuttle Radar Topography Mission).
55

Lxn+1

Sn//Sn+1

a) b)
Foto 5.2. Registro fotográfico: a) foliação Sn//Sn+1 cuja direção preferencial é N010º/89ºSE (ponto R06); b) linha de
estiramento mineral (Lxn+1) marcada por quartzo e plagioclásio cuja direção neste ponto é 24º p/ N185º (ponto R32).

Máximo N = 16
N010º/89ºSE
N = 51

4%

8%

12 %

16 %

20 %

24 %

a) b)
Figura 5.3. (a) Diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar dos planos de foliação Sn+1, cujo plano máximo
é N010º/89ºSE e (b) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar de direção das linhas de estiramento
mineral, cujo trend é 21º p/ N190º. Hemisfério inferior, 51 medidas Sn+1 e 16 medidas Lxn+1.

A terceira fase de deformação, Dn+2, gerou a foliação, Sn+2, (Foto 5.3). Essa foliação localiza-se
preferencialmente nas proximidades do contato entre os litotipos que compõem o (OISC) e os litotipos que
compõem a BRP (Figura 5.2). A foliação Sn+2 (8 medidas) consiste numa foliação milonítica associado a
zonas de cisalhamento dúcteis onde são observadas biotita e epidoto. Essa foliação apresenta trend geral
N141º com mergulho de baixo à alto ângulo para sudoeste (Figura 5.4). Observa-se ainda, associadas a
foliação Sn+2, linhas de estiramento mineral (Lxn+2) marcadas por quartzo e plagioclásio, tendo sido efetuada
apenas 2 medidas posicionadas em 14º p/ N151º e 29º p/ N230º.
56

Sn+2

Foto 5.3. Registro fotográfico do plano da foliação milonítica Sn+2, cuja orientação neste ponto é N130º/30ºSW (ponto
R23).

N=8

Figura 5.4. Diagrama estereográfico representando os planos de foliação Sn+2 cujo trend é N141º e respectivas linhas de
estiramento mineral. Hemisfério inferior, 8 medidas Sn+2 e 2 medidas Lxn+2.

5.1.2 Deformação dúctil-rúptil

A deformação dúctil-rúptil observada na área de pesquisa é marcada por zonas de cisalhamento


milonítica que truncam as zonas de cisalhamento da fase Dn+2. Essas foram desenvolvidas possivelmente no
neoproterozóico (Foto 5.4). As zonas de cisalhamento ocorrem por toda a área com variadas orientações (10
medidas) (Figura 5.6), sendo possível observar dois trends: N145º com mergulho de alto ângulo para
sudoeste, provavelmente relacionada a Zona de Cisalhamento de Potiraguá (ZCP) e, N049º com mergulho
variando desde baixo à alto ângulo para sudeste, provavelmente relacionada a Zona de Cisalhamento de
Itabuna-Itaju do Colônia (ZCIIC) (Corrêa Gomes et al. 1998). Tanto a ZCP quanto a ZCIIC desenvolveram-
se no neoproterozóico (Corrêa Gomes et al. 1998). Associadas a essas zonas de cisalhamento encontram-se
linhas de estiramento mineral de médio a baixo rake marcadas por quartzo (6 medidas) cujo trend geral é
N178º (Figura 5.5). Verifica-se também, linhas de alto rake observados na porção oeste da área (Figura 5.6).
57

Foto 5.4. Registro fotográfico de zona de cisalhamento milonítico, cuja orientação medida da linha de estiramento
mineral 30º p/ N195º (ponto R45).

N=6
N=6

a) b)
Figura 5.5. (a) Diagrama estereográfico mostrando os planos de cisalhamento e (b) diagrama estereográfico das linhas
de estiramento mineral nessas zonas. Hemisfério inferior, 10 medidas ZC e 6 medidas LxZC.

A deformação rúptil no embasamento da BRP é representada por falhas e fraturas (Foto 5.5), por vezes,
preenchidas por diques máficos. Dentre as varias famílias de falhas/fraturas observadas (921 medidas)
(Figura 5.6), predomina o conjunto orientado preferencialmente à N130º/67ºNE. Direções de fraturas
secundárias como N090º, N015º e N000º são também bem marcados (Fig 5.7). A hierarquia das falhas e
fraturas não foram estabelecidas neste trabalho, devido a grande intensidade de quebramento e superposição
dos mesmos. Contudo, em alguns destes planos foi possível observar processo de reativação tectônica
registrando mais de um movimento. Estes registros são observados nos planos de falha através de estrias e
degraus de falha (slikensides). Alguns planos de falha exibe lineações de baixo e/ou de alto rake marcadas
por estrias (457 medidas) orientadas preferencialmente à N026º/64º (Figura 5.7).
58

Figura 5.6. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções de zonas de cisalhamento miloníticas (ZC) com suas
respectivas linhas de estiramento mineral e falhas/fraturas, além de direções de diques máficos medidos em campo e
obtidos na bibliografia. Consta também, falhas/fraturas obtidas por fotointerpretação e tratamento de imagem de modelo
de relevo SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) (INPE 2010).
59

Foto 5.5. Registro fotográfico de par de fraturas (ponto R21). Bússola apontando para o norte.

Máximo
N = 921 N310º/67ºNE

N = 921
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%

a) b)

N = 457 Máximo
64º p/ N026º
N=457
2%
4%
6%
8%
10 %
12 %
14 %
16 %

c) d)
Figura 5.7. Diagramas das falhas e fraturas e estrias de falha medidas nos granulitos. (a) Rosetas de direção dos planos
de falhas e fraturas, (b) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar dos planos de falha e fratura, (c) rosetas
de direção das estrias de falha e (d) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar de direção das estrias de
falha. Hemisfério inferior, 921 medidas de falhas e fraturas e 457 medidas de estrias de falha.
60

Quanto aos diversos diques máficos não deformados observados na área de estudo (42 medidos) (Foto
5.6), é possível observar que sua colocação ocorre na direção preferencial N081º/89ºSE aproveitando,
portanto, o conjunto de falhas e fraturas orientado aproximadamente na direção N090º (Figura 5.8).
Entretanto, notou-se que outros conjuntos de fraturas e falhas foram também utilizados para a colocação dos
diques, visto que eles ocorrem nas mais variadas direções (Figura 5.6).

Foto 5.6. Registro fotográfico de dique máfico intrudido nos granulitos, aproveitando sistema de fraturamento de
direção N095º e N020º (ponto R28).

Máximo
N = 42 N261º/89ºNW.
N = 42

2%
4%
6%
8%
10 %
12 %
14 %
16 %
18 %

a) b)
Figura 5.8. (a) Roseta de direção dos planos de colocação diques máficos e (b) diagrama de curvas de isodensidade de
freqüência polar dos planos de colocação dos diques máficos. Hemisfério inferior, 42 medidas.
61

5.2 Bacia do Rio Pardo

Dentre as estruturas observadas nos litotipos que compõem a BRP na área de pesquisa, constam
acamadamento (S0), foliação (S1//S0) cuja deformação (D1) se processou no campo de ductibilidade. Por sua
vez, zonas de cisalhamento que ocorrem na Bacia foram produzidas pela deformação (D2), dúctil-rúptil.
Falhas e fraturas, por vezes, preenchidas por veios de quartzo ou calcita também são observadas. Essas
últimas representam a deformação rúptil.

5.2.1 Acamadamento

Os litotipos que compõem a BRP na área estudada apresentam planos de acamadamento (S0) de baixo
ângulo (12 medidas) (Figura 5.9) com trend predominante de N141º (Foto 5.7). Verifica-se associado a essa
superfície estruturas sedimentares tais como leques entrelaçados, estruturas de carga, chama em bola, dobras
convolutas, estratificações cruzadas, dentre outras, todas indicando topo normal (Figura 5.10). Essa
superfície encontra-se suavemente dobrada, como explicado no item seguinte.

Foto 5.7. Registro fotográfico de paredão, em pedreira desativada, de arenito carbonático onde pode ser observado
variadas estruturas sedimentares tais como estruturas de carga e estratificação cruzada acanalada (ponto R18).

5.2.2 Deformação Dúctil

Na área de pesquisa, a deformação dúctil é marcada pela fase deformacional, D1, que gerou a foliação S1
(Figura 5.9) correspondente a planos axiais de dobras abertas sobre a superfície S0 (Foto 5.8). Essa foliação
plano axial apresenta-se com trend geral N135º com mergulho variando desde baixo a alto ângulo para
sudoeste (6 medidos) (Figura 5.11). São observados ainda, planos de xistosidade e planos de crenulação com
mesma orientação da S1 diferindo apenas nos mergulhos. Observa-se ainda, associada a essa foliação linha
de estiramento mineral Lx1 de alto rake cuja orientação 37º p/ N190º.
62

Figura 5.9. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções dos planos de acamadamento S0 e dos planos de
foliação S1 nos metassedimentos da Bacia.
63

N = 12

Figura 5.10. Diagrama estereográfico representando os planos de acamadamento S0. Hemisfério inferior, 12 medidas.

Foto 5.8. Registro fotográfico de metassiltito carbonático Formação Camacã onde pode ser observada xistosidade
(ponto R19).

N=6

Figura 5.11. Diagrama estereográfico representando os planos de foliação S1 com respectiva linha de estiramento
mineral. Hemisfério inferior, 6 medidas S1 e 1 medida Lx1.
64

5.2.3 Deformação dúctil-rúptil

Na área da Bacia observa-se uma fase de deformação dúctil-rúptil associada a zonas de cisalhamento
(Figura 5.13). Nota-se que suas orientações, cuja trend é N157º com mergulho de baixo ângulo para sudoeste
(5 medidas) (Figura 5.12), são semelhantes com a foliação milonítica (Sn+2) observada nos litotipos do
embasamento proximal.

N=5

Figura 5.12. Diagrama estereográfico representando os planos de zona de cisalhamento. Hemisfério inferior, 5
medidas.

Com relação à deformação rúptil na BRP várias famílias de fraturas foram observadas (197 medidas)
(Figura 5.13 e Foto 5.9), por vezes, preenchidas por veios de quartzo ou calcita. A direção preferencial desse
conjunto de fraturas é N036º/40ºNE (Figura 5.14). E, como no embasamento, a hierarquia das falhas e
fraturas presentes na BRP não foram estabelecidas, devido a grande intensidade de quebramento existentes.

Foto 5.9. Registro fotográfico de falha cortando fratura e indicando movimento sinistral em arenito da Formação
Salobro (ponto R10).
65

Figura 5.13. Mapa estrutural ilustrando a distribuição e direções de zonas de cisalhamento com suas respectivas linhas
de estiramento mineral e falhas/fraturas, além de direções de veios de quartzo e calcita medidos em campo. Consta
também, falhas/fraturas obtidas por fotointerpretação e tratamento de imagem de modelo de relevo SRTM (Shuttle
Radar Topography Mission) (INPE 2010).
66

N = 197 Máximo
N036º/40ºNE
N = 197

2%
4%
6%
8%
10 %
12 %
14 %
16 %
18 %
20 %
22 %
24 %

a) b)
Figura 5.14. Diagramas das falhas e fraturas e estrias de falha medidas na BRP. (a) Rosetas de direção dos planos de
falhas e fraturas, (b) diagrama de curvas de isodensidade de freqüência polar dos planos de falha e fratura. Hemisfério
inferior, 197 medidas.

Quanto aos diversos veios de quartzo ou calcita observados na Bacia (5 medidas) (Figura 5.13)
encontram-se orientados à N000º/90º, N050º/80ºNW, N140º/90º e N150º/20ºSW (Figura 5.155). Aqueles
que ocorrem na direção N000º e que seus cristais crescem perpendiculares as paredes da fratura, sugerem
preencher fraturas do tipo T indicando possível direção de σ3 em N090º, para a formação desse conjunto
(Foto 5.10).

Foto 5.10. Registro fotográfico de veio de quartzo com crescimento dos cristais de quartzo perpendiculares as paredes
da fratura, sugerindo, portanto, tratar-se de fratura do tipo T. Conglomerado fino da Formação Salobro. (ponto R17).
67

N=5

Figura 5.15. Diagrama estereográfico representando os planos de colocação dos veios de quartzo ou calcita. Hemisfério
inferior, 5 medidas.
68

6 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

Durante a pesquisa observou-se que as rochas que compõem o embasamento norte da BRP encontram-
se dispostas preferencialmentena direção N-S, concordando com a orientação geral dos litotipos que
constituem a parte sul do OISC. Verificou-se ainda, que essas rochas são encobertas à sul pelas rochas que
compõem a BRP, orientadas preferencialmente na direção NW-SE, conforme trabalhos realizados por
Karmann (1987) e Pedreira (1999) para esta região.

A petrografia possibilitou a individualização das rochas que constituem embasamento da BRP em


gabronoritos, quartzo gabros, tonalitos e álcali-feldspato sienitos, além de diques máficos. Verificou-se
também, que os três primeiros litotipos encontram-se equilibrados no fácies granulito, marcado pela presença
de ortopiroxênio e mesopertitas. Nessas rochas observam-se registros de retrometamorfismo, que marca a
transição do fácies granulito para o fácies anfibolito, assinalados pela desestabilização do ortopiroxênio para
formar anfibólio retrogrado. Registra-se ainda, o mudança para o fácies anfibolito baixo-xisto verde devido a
presença de biotita, epidoto, clorita e por processos de saussuritização do plagioclásio.

Através da litogeoquímica foi possível obter informações sobre os tipos de magmas que deram origem
as rochas do embasamento granulítico e aos diques máficos, além de confirmar os litotipos observados na
petrografia. Foi possível assim, visualizar suas características geoquímicas, tais como: (i) grabronoritos
granulitizados com composição de magma transicional toleítico/cálcio-alcalino com ETR muito pouco
fracionados, refletindo a ausência de biotita e alto percentual de clinopiroxênios (44,2%) em sua paragênese
(Fonseca 2010); (ii) quartzo-gabros granulitizados tipos QG1 e QG2. O primeiro tipo apresenta composição
de magma transicional toleítico/cálcio-alcalino, exibindo ERTL mais diferenciados e ERTP menos
enriquecidos. O segundo tipo tem também composição de magma transicional toleítico/cálcio-alcalino e ETR
muito diferenciados registrando fraca anomalia positiva de Eu; (iii) tonalitos granulitizados tipo T1 e T2. No
tipo T1, aqueles com ETRL mais enriquecidos apresentam caráter toleítico, enquanto aqueles com ETRL
69

menos enriquecidos são cálcio-alcalino, além disso os ETRL são muito fracionados. Os do Tipo T2 exibem
composição de magma transicional toleítico/cálcio alcalino e ETR bastante diferenciados, com ERTL
enriquecidos e ETRP pouco enriquecidos, apresentando anomalias positivas de Eu e; (iv) álcali-feldspato
sienitos de composição alcalina com ETR muito fracionado e enriquecido exibindo fraca anomalia positiva
de Eu que coincide com os dados apresentados por Oliveira (1995). O QG1 e o T1 apresentam padrões de
ETR com características semelhantes, assim como o QG2 e o T2. Os diques máficos que intrudiram as
rochas do embasamento são principalmente basaltos e subordinadamente andesito de composição
predominantemente toleítica, com seus padrões de ETR pouco fracionados e moderadamente enriquecidos.

As estruturas observadas na área de pesquisa revelam fases de deformação tanto no embasamento da


BRP quanto na própria BRP. Duas fases de deformações dúcteis, paleoproterozóica (Barbosa 1990), foram
identificadas no embasamento granulítico: (i) a primeira (Dn), responsável peça formação de dobras
assimétricas com foliação de plano axial transposta (Sn), cuja orientação preferencial é N064º e mergulho
variando desde baixo a alto ângulo para sudeste: (ii) o segundo evento (Dn+1) redobrou a foliação Sn gerada
na fase anterior, formando dobras isoclinais com foliação plano axial de alto ângulo de mergulho (Sn+1),
orientada preferencialmente na direção N010º. Ambas as fases foram geradas durante o processo de
edificação do OISC, em ambiente do fácies granulito (Barbosa 1990). A fase Dn corresponde ao evento
compressivo que deu origem ao OISC, gerando dobras apertadas assimétricas com foliação plano axial (Sn).
Com a evolução da deformação, no ápice de compressão desse orógeno, essas dobras foram redobradas e
transpostas, evoluindo para um sistema transpressivo (Dn+1), gerando dobras isoclinais com foliação plano
axial (Sn+1) sub-verticalizadas. A fase de deformação (Dn) estaria relacionada ao evento metamórfico (M1)
progressivo, do fácies granulito (Fig. 7.1), representado pela paragênese ortopiroxênio e mesopertita. Com a
continuidade dos eventos tectônicos que deram origem ao sistema transpressivo (Dn+1), teria se iniciado um
processo de soerguimento crustal que resultou no retrometamorfismo das rochas do embasamento granulítico
para o fácies anfibolito, representado pela paragênese clinopiroxênio e anfibólio.

Dn e Dn+1 Æ Metamorfismo M1 Æ Paleoproterozoico

} }
Fácies granullito
Metamorfismo
Progressivo Dn e Dn+1
Opx + Mesopertita

Metamorfismo
Retrógrado } Fácies Anfibolito

Opx Æ Cpx +
± Am

Na BRP, sobretudo no contato com o embasamento granulítico, há o registro de superfícies de


acamadamento (S0) com mergulhos de baixo ângulo preferencialmente orientado à N141º para sudoeste.
Essas superfícies foram dobradas numa primeira fase (D1) formando foliação plano axial (S1), de dobras
abertas, assim como planos de xistosidade e crenulação, cuja orientação geral é N135º com mergulhas
70

variando desde baixo á alto ângulo para sudoeste. Esse evento deformacional, de idade neoproterozoica
(Karmann 1987), estaria associadoa um metamorfismo (M2) do fácies anfibolito baixo/xisto-verde,
representado no OISC pela paragênese biotita, epidoto e clorita e na BRP pela paragênese actinolita, albita,
espinélio e clorita. Relacionado a este evento deformacional neoproterozóico, observa-se no embasamento,
em áreas localizadas, foliação milonítica (Sn+2) correspondente à zona de cisalhamento presente na BRP,
cujos planos estão orientados preferencialmente na direção N141º e N157º, com mergulhos variando desde
baixo à alto ângulo. Vale ressaltar que, a foliação milonítica (Sn+2) registrada no embasamento e as zonas de
cisalhamento presentes na Bacia apresentam orientação próxima àquela observada na zona de cisalhamento
de Potiraguá, em torno de N135º.

D1 , Dn+2 e ZC Æ Metamorfismo M2 Æ Neoproterozoico

OISC
} Fácies Anfibolito Baixo/Xisto verde

Cpx ± Am Æ Bt ± Ep ± Chl

BRP
} Fácies Xisto verde

Act ± Ab ± Spl ± Chl

Quanto as deformações rúpteis são notadas no embasamento granulítico, três conjuntos bem distintos de
falha e fratura: N130º, N090º e N015º, em ordem decrescente de predominância. Os diques máficos de idade
entre 1.1 e 1.0 Ga (Renné et al. 1990), que ocorrem por todo o embasamento da BRP, aproveitaram
principalmente as de fraturas de direção N090º para sua colocação. Na BRP verificou-se também, três
conjuntos bem distintas de fraturamento N036º, N250º e N151º, em ordem decrescente de predominância.
Em algumas delas verifica-se veios de quartzo ou calcita.
71

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Francisco: uma revisão. In: A. Misi & J.M.L. Dominguez (eds.), O Cráton do São Francisco,
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Brasil e do Paraguai. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 43, p. 835-836.

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76

APÊNDICES

Apêndice I. Fichas petrográficas.


Apêndice II. Mapa geológico.
77

APÊNDICE I.

FICHAS

PETROGRÁFICAS.
78

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 01 Ponto: CC 01
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8312222 / 450124 m Altitude: 206 m
Toponímia: 3,2 km a norte da entrada para Anurí, do lado esquerdo.
Descrição do afloramento
Rocha félsica esverdeada, contendo quartzo e plagioclásio (neossoma) e rocha máfica de
textura fina à média, contendo biotita (ZC). Observam-se também rocha máfica (dique?) de
textura média, sem biotita, provável gabro.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (47,4%), clinopiroxênio (26,3%), anfibólio (8%), opacos
(7,5%), biotita (5,2%), k-feldspato (3,3%), epidoto (2,3%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura sub-ofítica, inequigranular.
O plagioclásio é subédrico à euédrico, com contatos retos, onde ripas de plagioclásio
envolvem os cristais clinopiroxênios. São observadas geminações do tipo albita e albita
Carlsbad e alguns cristais encontram-se alterados (saussurutização). Apresentam também,
extinção ondulante em alguns grãos.
O clinopiroxênio é anédrico, com contatos irregulares com os demais minerais, além de
estar fraturado.
O anfibólio é xenoblástico, ocorrendo nas bordas do clinopiroxênio.
Os opacos são anédricos e ocorrem dispersos por toda a lâmina, geralmente em contato
irregular com os máficos.
A biotita é xenoblástica e ocorre geralmente associada aos anfibólios no contato com os
clinopiroxênios.
O feldspato potássico é anédrico, possui geminação Carlsbad, extinção ondulante e
contato irregular com os demais minerais.
O epidoto é xenoblástico e ocorre em micro veios.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Plagioclásio + Fluido Æ Epidoto
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


79

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 02 Ponto: CC 02
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8313511 / 459253 m Altitude: 134 m
Toponímia: Estrada Arataca/Una, antes do assentamento dos sem terra.
Descrição do afloramento
Rocha cinza esverdeada, cortada por veios milimétricos com estiramento mineral na direção
23° p/ N180°.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (50%), clorita (16,7%), opacos (9,3%), biotita (9,3%),
anfibólio (5,6%), quartzo (5,5%), clinopiroxênio (1,8%), ortopiroxênio (1,8%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio e cloritização.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada, levemente
lepidoblástica, com minerais muito alterados.
O plagioclásio ocorre como cristais xenoblásticos, bastante saussuritizados, alguns
preservam a geminação do tipo albita. Os contatos, quando visíveis, são irregulares com os
demais minerais.
O opaco, sub-idioblástico, ocorre normalmente associado à biotita e ao anfibólio.
A biotita é sub-idioblástica, bem desenvolvida, com contatos irregulares e ocorre no
contato entre o anfibólio cloritizado e o clinopiroxênio.
O anfibólio encontra-se em processo de cloritização, o que torna difícil reconhecer seus
contatos. Ocorre principalmente nas bordas dos clinopiroxênios, associados às biotitas.
O quartzo apresenta-se fitado e elongado, com extinção ondulante e contatos
irregulares.
O clinopiroxênio, xenoblástico, apresenta-se fraturados, com inclusões de ortopiroxênios
e com bordas de reação formando anfibólio e biotita.
O ortopiroxênio ocorre incluso nos clinopiroxênios, onde apresenta contato curvo ou
irregular.
A clorita aparece como produto de alteração do anfibólio, ocorrendo em seu entorno.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Clinopiroxênio + Plagioclásio 2
Clinopiroxênio + Plagioclásio 2 Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Anfibólio + Plagioclásio 2 + Fluido Æ Clorita
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


80

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 03 Ponto: CC03
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8314696 / 462250 m Altitude: 119 m
Toponímia: Assentamento Santo Antônio, margem de riacho.
Descrição do afloramento
Rocha máfica encaixante cinza esverdeada com foliação bem marcada, cortada por dique
máfico de textura fina e cor cinza, fraturado; Similar aos Pontos R27 e R28.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (67,8%), opacos (9,8%), clinopiroxênio (7,7%), quartzo
(4,9%), biotita (3,8%), ortopiroxênio (3,8%), apatita (2,2%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada.
O plagioclásio é sub-idioblástico com contatos retos e interlobados com os demais
minerais. Apresenta extinção ondulante e, por vezes, geminação do tipo albita. Exibe leve
alteração (saussutirizado).
O opaco é xenoblástico com contatos curvos a irregulares, elongado, ocorrendo
associado aos minerais máficos.
O clinopiroxênio é sub-idioblástico com contatos retos a irregulares, por vezes é elongado
e apresenta extinção ondulante e fraturamento.
O quartzo é sub-idioblástico com contatos curvos e apresenta extinção ondulante.
A biotita é xenoblástica com contatos irregulares e ocorre nas bordas dos piroxênios e
está associado também aos opacos.
O ortopiroxênio é sub-idioblástico com contatos retos com os clinopiroxênios e curvos
com os demais minerais. Encontra-se fraturado e elongado, ocorrendo alterações nas
fraturas.
A apatita é sub-idioblástica com contatos curvos, elongada e ocorre associada
principalmente ao ortopiroxênio+clinopiroxênio+plagioclásio.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


81

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 10 Ponto: CC 10
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8306373 / 463184 m Altitude: 192 m
Toponímia: Estrada Stª Luzia/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha gnaíssica de cor cinza claro e granulometria média à fina, bloco rolado. Obseva-se
também bloco rolado de dique máfico.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (68,9%), apatita (7,6%), opacos (6,8%), anfibólio (6,8%),
clinopiroxênio (5,1%), biotita (2,5%), k-feldspato (0,6%), epidoto (0,6%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura faneritica media a fina, inequigranular.
O plagioclásio é sub-euédrico (sub-idioblástico?) com contatos retos a curvos. Por vezes
é observada geminação do tipo albita, mais raramente albita-carlsbad. Encontra-se pouco
intemperizado e alguns grãos com extinção ondulante.
A apatita é euédrica à sub-euédrica com contatos retos a curvos. É observada como
pequenos prismas sem orientação preferencial.
Os opacos são xenoblásticos com contatos irregulares e ocorrem geralmente associados
aos clinopiroxênios.
O anfibólio é xenoblástico com contatos irregulares a curvos e encontra-se raramente
fraturado. Ocorrendo nas bordas do clinopiroxênio.
O clinopiroxênio é sub-euédrico com contatos curvo por vezes irregular. Encontra-se
muito fraturado.
A biotita é xenoblástica com contatos irregulares e tende a ocorrer entre os
clinopiroxênios, geralmente associado aos opacos, sendo considerada como produto de
retrometamorfismo.
O k-feldspato é sub-euédrico (sub-idioblástico?) com contatos retos a curvos.
Apresentam geminação do tipo carls bad.
O epidoto ocorre em pequenos veios, sendo xenoblástico com contatos irregulares.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: GABRONORITO GRANULITIZADO


82

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 11 Ponto: CC 11
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8297692 / 469811 m Altitude: -
Toponímia: Lado esquerdo da estrada Una/Santa Luzia, margem do rio São Pedro.
Descrição do afloramento
Rocha assemelhando-se a um TONALITO GRANULITIZADO cortado por diques de 10 a 50
cm de largura e com direção N-S.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (25,9%), opacos (19,4%), aegerina (16,7%), anfibólio
(actinolita) (13%), jadeíta (7,3%), k-feldspato (6,5%), biotita (5,6%), ortopiroxênio (5,6%)
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio e do k-feldspato.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular, subofitica, média a grossa.
O plagioclásio é sub-euédrico com contatos reto a irregular. Encontra-se alterado
(saussutirizado) e com geminação do tipo albita.
O opaco é sub-euédrico/subiomórfico com contatos retos a irregulares e geralmente
associados aos minerais máficos.
A aegerina é anédrica com contatos irregulares. Apresenta extinção ondulante, ocorrendo
nas bordas dos ortopiroxênios. Por vezes encontra-se bordejado por anfibólio e pela jadeíta,
além de opaco e biotita, levemente fraturado.
A jadeíta é xenoblástica com contatos retos a irregulares, ocorre associada ao anfibólio
(actinolita) e ao opaco nas bordas do clinopiroxênio (aegerina).
O anfibólio (actinolita) é xenoblástico, mal formados. Ocorre principalmente no entorno da
aegerina, contudo pode ocorrer nas bordas da jadeíta também.
O feldspato potássico é sub-euédrico com limite reto a irregular. Encontra-se
saussuritizado e apresenta geminação carlsbad.
A biotita é xenoblástica com contatos irregulares, má formada, ocorre associada ao
anfibólio (actinolita), nas bordas do mesmo, geralmente também associado a opacos.
O ortopiroxênio é anédrico com contatos irregulares, sendo bordejados por clinopiroxênio,
geralmente aegerina. Encontra-se bastante fraturado.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Clinopiroxênio 2 + Anfibólio + Opacos
Anfibólio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos 2
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 12 Ponto: CC 12
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8297692 / 469079 m Altitude: 86 m
Toponímia: Lado esquerdo da estrada Uma/Santa Luzia, margem do rio São Pedro.
Descrição do afloramento
Rocha de textura grossa, de cor branca quando alterada, com minerais estirados e
orientados.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (67,7%), opacos (13,5%), apatita (9,8%), ortopiroxênio
(7,2%), clinopiroxênio (5,8%), biotita (3,9%), anfibólio (1,3%), apatita (0,6%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada, subordinadamente
nematoblástica.
O plagioclásio é xenoblástico com contatos irregulares com os demais minerais, está
saussuritizado e apresenta extinção ondulante. Por vezes preserva a geminação do tipo
albita, sendo preenchidas, em alguns casos, as suas lamelas por sericita. A geminação do
tipo albita-carlsbad é vista raramente.
Os opacos são xenoblásticos. Encontra-se associado aos minerais máficos, sendo
geralmente na borda e/ou inclusos nos piroxênios.
A apatita é sub-idioblástico, fraturada. Ocorre associada ao plagioclásio.
O ortopiroxênio, xenoblástico a sub-idioblástico, muito fraturado. Exibe textura
simplectítica em suas bordas e, por vezes, ao longo de fraturas. Também pode ser
observado inclusos nos clinopiroxênios.
O clinopiroxênio é sub-idioblástico, fraturado. Com inclusões de ortopiroxênio sugerindo
ser produto do retrometamorfismo destes.
A biotita é sub-idioblástica com contatos retos à curvos com os piroxênios, ocorrendo
associados aos opacos.
O anfibólio é mal formado, xenoblástico, com contatos irregulares. Apresenta coloração
esverdeada e ocorre associado ao ortopiroxênio.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Clinopiroxênio
Clinopiroxênio + Plagioclásio 2 Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: GABRONORITO GRANULITIZADO


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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 13 Ponto: CC13
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8298912 / 463016 m Altitude: -
Toponímia: Estrada Santa Luzia/Arataca, na Fazenda Itiuba.
Descrição do afloramento
Rocha com textura grossa, apresentando minerais claros e escuros espaçados em massa
verde.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (42,8%), quartzo (38,8%), biotita (11,9%) clinopiroxênio
(2%), anfibólio (2%), epidoto (2%), opacos (0,5%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica em série, subordinadamente
nematoblástica.
O plagioclásio é xenoblástico, elongados, encontra-se alterado (saussutirizado). Com
contatos irregulares e interlobados com os demais minerais
O quartzo é xenoblástico elongado com contatos interlobados com os plagioclásios e
exibe extinção ondulante.
A biotita apresenta-se mal formada, xenoblástica, com contatos irregulares. Ocorre nas
bordas dos clinopiroxênios, associada ao anfibólio.
O clinopiroxênio é encontrado envolvido pelo anfibólio e pela biotita, sendo xenoblástico e
fraturado, com contatos irregulares.
O anfibólio é considerado produto da alteração do clinopiroxênio, apresentando contatos
irregulares, ocorrendo associado à biotita.
O opaco é xenoblástico com contatos por vezes curvos, dispersos na lamina.
Principalmente associado à biotita e à clorita.
A epidoto é xenoblástica com contatos irregulares e ocorre como pequenas vênulas.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Anfibólio
Anfibólio + Plagioclásio 2 Æ Biotita + Opacos
Plagioclásio + Fluido Æ Epidoto
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 14 Ponto: CC 14
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8300514 / 463051 m Altitude: -
Toponímia: Estrada Santa Luzia/Arataca, lado direito, margem do riacho.
Descrição do afloramento
Rocha escura granulítica, gabróica ou tonalítica.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (45,4%), aegerina (13,8%), opacos (13,1%), anfibólio
(actinolita) (7,7%), jadeíta (6,2%), biotita (6,2%), k-feldspato (6,1%), ortopiroxênio (1,5%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio e do k-feldspato.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular, subofitica, média a grossa.
O plagioclásio é sub-euédrico com contatos retos a irregulares com os demais minerais.
Encontra-se alterado (saussutirizado) e geminado segundo a Lei Albita, além de apresentar
extinção ondulante.
A aegerina é anédrica com contatos irregulares com os demais minerais. Apresenta
extinção ondulante, sendo bordejada pelo anfibólio e pela jadeíta, além de opaco e biotita,
levemente fraturado. Também pode ser observada nas bordas dos ortopiroxênios.
O opaco é sub-euédrico/subiomórfico com contatos retos a irregulares e geralmente
associados aos minerais máficos.
O anfibólio (actinolita) é xenoblástico, mal formado. Ocorre principalmente nas bordas da
aegerina, contudo pode ocorrer associado à jadeíta.
A jadeíta é xenoblástica com contatos retos a irregulares. Ocorre associado aos
anfibólios (actinolita) e o opaco nas bordas da aegerina.
A biotita é xenoblástica, má formada, ocorre nas bordas do anfibólio (actinolita),
geralmente também associado a opacos.
O feldspato potássico é sub-euédrico com limite reto a irregular. Encontra-se
saussuritizado e exibe geminação carlsbad.
O ortopiroxênio é anédrico com contatos irregulares, sendo bordejados por clinopiroxênio.
Encontra-se bastante fraturado.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Clinopiroxênio 2 + Anfibólio + Opacos
Anfibólio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos 2
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 15 Ponto: CC 15
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8299715 / 466080 m Altitude: 104 m
Toponímia: Estrada Santa Luzia/Arataca, lado esquerdo, na sede da Fazenda Lago Preto.
Descrição do afloramento
Rocha escura de textura grossa a média. A foliação principal é de difícil visualização. Parece
TONALITO GRANULITIZADO.
Estimativa modal
Assembléia Mineral:: Plagioclásio (33,6%), opacos (20,7%), biotita (18,9%), apatita
(15,2%), clinopiroxênio (6,7%), anfibólio (4,9%).
Minerais e Processos de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular, subofítica.
O plagioclásio é sub-euédrico com contatos retos à irregulares com os demais minerais.
Observa-se a presença de minerais máficos no seu interstício. Por vezes, se encontram
intemperizados (saussuritizados) e geralmente apresenta geminação albita e mais
raramente albita-carlsbad.
O opaco é xenoblástico. Ocorre geralmente associado com a biotita e ambos bordejando
os minerais máficos.
A biotita apresenta duas formas de ocorrência: uma sub-euédrica, bem formadas e por
vezes deformadas, e outra xenoblástica, má formada, ocorrendo geralmente nas bordas dos
minerais máficos.
A apatita é sub-euédrica com contatos curvos à retos, por vezes fraturada. Ocorre
disseminada na lâmina, associada aos minerais máficos.
O clinopiroxênio é anédrico com contatos irregulares. Bastante fraturado e normalmente
bordejado por biotita e apatita.
O anfibólio é anédrico com contatos curvos a irregulares. Encontra-se fraturado com
ocorrência de biotita e apatita em suas bordas.
Reações metamórficas
Anfibólio + Plagioclásio Æ Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC-16B Ponto: CC-16B
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8302137 / 464574 m Altitude: 129 m
Toponímia: Estrada de barro Stª Luzia/Arataca, lado esquerdo.
Descrição do afloramento
Rochas com minerais máficos dispersos em matriz mais clara. Podem-se observar
eventualmente encraves de TONALITO GRANULITIZADO (?). Ocorrem ainda, veios de
quartzo dobrados onde são observados drags com indicação de movimento sinistral, além
de diques máficos, com espessura média de 20 cm, cortando o embasamento na direção
N045º.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (45,1%), clinopiroxênio (22,5%), anfibólio (11,3%),
opacos (9,8%), biotita (8,5%), epidoto (2,8%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica.
O plagioclásio é sub-idioblástico e levemente alterado (saussuritizado), por vezes
preserva geminação do tipo albita. Apresenta extinção ondulante.
O clinopiroxênio tem contatos curvos e irregulares com os demais minerais. Encontra-se
bastante fraturado.
O anfibólio é xenoblástico e ocorre nas bordas do clinopiroxênio sugerindo ser produto do
retrometamorfismo.
Os minerais opacos são xenoblásticos e ocorrem associados aos minerais máficos,
principalmente clinopiroxênio, sugerindo ser produto do mesmo.
A biotita ocorre geralmente associada ao clinopiroxênio e ao anfibólio, preferencialmente.
Ocorre ainda em zona de cisalhamento cataclástico.
O epidoto ocorre em pequenos veios oblíquos à zona de cisalhamento cataclástico.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Plagioclásio 2
Clinopiroxênio + Anfibólio ± Plagioclásio Æ Biotita + Opacos
Plagioclásio 2 + Fluido Æ Epidoto
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: GABRONORITO GRANULITIZADO


88

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 16 Ponto: CC 16
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8302137 / 464574 m Altitude: 129 m
Toponímia: Estrada Santa Luzia - Arataca, lado esquerdo, próximo a lagoa.
Descrição do afloramento
Minerais máficos dispersos em matriz mais clara além de veios de quartzo dobrados e drags
com movimento sinistral.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (42,5%), quartzo (37,5%), clinopiroxênio (10%), opacos
(7,5%). k-feldspato (2,5%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio e do k-feldspato.
Descrição da lâmina
A rocha esta muito alterada e apresenta textura inequigranular granoblástica decussada.
O plagioclásio, xenoblástico, é encontrado muito alterado, dificultando assim a
visualização dos contatos e contornos dos grãos.
O quartzo apresenta-se como cristais xenoblástico, estirados, apresenta extinção
ondulante e contornos irregulares.
Os clinopiroxênios estão intemperizados e são xenoblásticos, fraturados, com contatos
irregulares com os plagioclásios e os quartzos.
Os opacos são xenoblásticos, preenchendo interstícios, ocorrendo associados aos
plagioclásios. Geralmente costumam apresentar forma arredondada.
O k-feldspato encontra-se muito alterado (saussuritizado/intemperizado) dificultando a
visualização de seus contornos. É identificado principalmente pela presença de mimerquita
em suas bordas.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


89

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 17 Ponto: CC 17
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8304323 / 463178 m Altitude: 181 m
Toponímia: Estrada de barro Stª Luzia/Arataca.
Descrição do afloramento
Dique/Veio de diabásio, de 3 metros de espessura, no contato do Charnoquito ou Monzonito
com o TONALITO GRANULITIZADO / Enderbito.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (25,2%), apatita (17,1%), anfibólio (13,5%), quartzo
(11,7%), opaco (11,7%), biotita (9,0%), clinopiroxênio (8,2%), ortopiroxênio (3,6%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular, subofítica.
O plagioclásio é sub-euédrico a anédrico, por vezes exibe geminação do tipo albita
carlsbad e extinção ondulante, apresentando-se bastante saussuritizado.
A apatita é sub-euédrica, com contatos curvos com os demais minerais, ocorrendo,
geralmente associada ao anfibólio.
O anfibólio (hornblenda) é xenoblástico, ocorre nas bordas do clinopiroxênio indicando
que é produto de retrometamorfismo.
O quartzo é sub-euédrico a anédrico, estirados, apresenta extinção ondulante e
contornos irregulares.
A biotita é xenoblástica com contatos irregulares e ocorre associada aos minerais
máficos.
O clinopiroxênio é anédrico, bastante fraturado, apresentando borda de reação
constituída por anfibólio.
O ortopiroxênio é anédrico com contatos irregulares com os clinopiroxênios e retos entre
si. Apresenta-se fraturado e elongado.
Os minerais opacos é sub-euédrico com contatos retos a irregulares, ocorrendo em
associação com os minerais máficos.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


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FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC18 Ponto: CC18
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8306373 / 463184 m Altitude:165 m
Toponímia: Estrada Santa Luzia/Arataca, lado direito em uma roça de cacau.
Descrição do afloramento
Dique/Veio de diabásio no contato do Charnoquito ou Monzonito com o TONALITO
GRANULITIZADO/Enderbito, amostra semelhante ao Ponto CC-17.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (25,9%), biotita (23,8%) clinopiroxênio (15,8%), opacos
(15,1%), anfibólio (8,6%), ortopiroxênio (4,3%), apatita (3,8%), k-feldspato (2,7%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular, subofítica.
O plagioclásio é sub-euédrico à anédrico. Apresentam geminação albita e albita-carlsbad
além de razoável alteração (saussuritização). Geralmente seus contatos são irregulares com
os demais minerais.
A biotita é xenoblástica à sub-idioblástica. Ocorre geralmente associado ao plagioclásio
com contatos irregulares e aos máficos com contatos retos.
O clinopiroxênio é anédrico. Encontra-se fraturado e por vezes ocorre em suas bordas o
anfibólio com contatos irregulares sugerindo retrometamorfismo.
O opaco é sub-euédrico à anédrico Ocorre associado aos minerais máficos com contatos
irregulares.
O anfibólio é xenoblástico, ocorrendo geralmente nas bordas do clinopiroxênio com
contatos irregulares indicando que é produto de alteração do mesmo.
O ortopiroxênio é sub-euédrico. Encontra-se fraturado, inclusos e/ou bordejado pelos
clinopiroxênio, geralmente com contatos curvos.
A apatita é sub-euédrica com contatos reto a curvos. É elongada, ocorrendo de forma
dispersa.
O k-feldspato é sub-euédrico com contatos curvos, retos ou irregulares com os demais
minerais. Apresentando geminação do tipo carlsbad e periclina.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


91

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 19 Ponto: CC 19
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8309006 / 460268 m Altitude: 158 m
Toponímia: Estrada de barro Stª Luzia/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha cinza esverdeado, com foliação bem marcada de direção N010°, granulometria
média à grossa cortada por Dique máfico de granulometria fina, cor cinza, fraturado e
direção N060° e Dique félsico centimétrico em varias direções, indicando movimento destral
(N110°/SV).
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (62,1%), quartzo (14,4%), opaco (11,0%), clinopiroxênio
(4,9%), biotita (4,4%), anfibólio (1,6%), k-feldspato (1,1%), epidoto (0,5%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada, subordinadamente
nematoblástica.
O plagioclásio é xenoblástico a sub-idioblástico, com contatos curvos/irregulares com os
demais minerais, alguns grãos exibem geminação do tipo albita e na sua maioria
apresentam-se saussuritizado.
O quartzo é xenoblástico, por vezes fraturado, com extinção ondulante e com presença
de mimerquita nas bordas quando em contato com os feldspatos.
O clinopiroxênio é xenoblástico, por vezes apresenta-se fraturado e exibindo bordas de
reação contendo anfibólio, sugerindo retrometamorfismo (?).
A biotita apresenta-se de duas formas, quando de cor marrom é bem desenvolvida, sub-
idioblástica, quando vermelha é xenoblástica e ocorre associada principalmente ao anfibólio.
O anfibólio (hornblenda) pode ser xenoblástico a sub-idioblástico, geralmente quando
ocorre associada à biotita marrom, por vezes, apresenta-se bem desenvolvido quando
associado ao clinopiroxênio, ocorrendo em suas bordas.
O k-feldspato ocorre em mimerquitas, raramente ocorrem como grãos com geminação do
tipo periclina.
Os minerais opacos são xenoblásticos e com contatos irregulares em associação com os
minerais máficos.
O epídoto é xenoblástico e apresenta-se em forma de pequenas vênulas.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


92

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 20 Ponto: CC 20
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8312257 / 454898 m Altitude: 163 m
Toponímia: Estrada Arataca/BR 101.
Descrição do afloramento
Rocha muito foliada (ZC - milonito), cortada por veio com Lx na direção N022°. Presença de
charneira de dobra e dique máfico. Similar aos Pontos R27 e R28.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (58,4%), quartzo (14,8%), biotita (8,4%), opacos (8%),
clinopiroxênio (6%), ortopiroxênio (2,4%), anfibólio (1,6%), apatita (0,4%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular cataclástica, subordinadamente lepidoblástica.
O plagioclásio é sub-idioblástico com contatos reto à curvos. Os seus grãos apresentam
alto grau de fraturamento (sub-grãos), por vezes apresentam geminação albita, além de
extinção ondulante. Está levemente saussuritizado.
O quartzo é xenoblástico e ocorre com pequenos grãos recristalizados. Apresenta
extinção ondulante e contatos irregulares.
A biotita ocorre como pequenas ripas com alguma orientação preferencial. Encontra-se
associada aos minerais máficos e opacos. Por vezes, ocorre nas bordas dos anfibólios
sendo interpretada como produto do retrometamorfismo do mesmo.
Os opacos são xenoblásticos e elongados, com contatos irregulares. Geralmente
ocorrem associados aos minerais máficos preenchendo seus interstícios.
O clinopiroxênio é xenoblástico fraturado com contatos irregulares com os demais
minerais. Geralmente apresenta-se bordejado por biotita e anfibólio xenoblásticos, por vezes
é possível observar inclusões de biotita, anfibólio, assim como opacos.
O ortopiroxênio é sub-idioblástico, fraturado com contatos curvos a irregulares. Em suas
bordas ocorrem biotita, plagioclásio e clinopiroxênio sugerindo processos retrometamórficos.
O anfibólio é xenoblástico, geralmente ocorre associado ao clinopiroxênio (inclusos ou
bordejando) com contatos curvos, sugerindo ser produto do mesmo, ou vice-versa.
A apatita é xenoblástica ocorre associada ao plagioclásio e ao quartzo, com contatos
curvos.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


93

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: CC 48 Ponto: CC 48
Amostrado por: Najara Sapucaia e Johildo Barbosa Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8300514 / 458487 m Altitude: 158 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Stª Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de granulometria média contendo ortoclásio, biotita, plagioclásio, máficos. A
400m deste ponto, do lado esquerdo a margem de um rio (casa), observa-se um lajedo com
Zona de Cisalhamento na direção N050°. Cortado por vários diques, um deles assimilando o
embasamento.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (54,9%), biotita (14,6%), opacos (12,2%), ortopiroxênio
(11%), quartzo (6,7%), apatita (0,6%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular nematoblástica, subordinadamente
granoblástica decussada.
O plagioclásio é xenoblástico/sub-idioblástico. Os contatos são irregulares com os demais
minerais, por vezes apresentam extinção ondulante e raramente exibem geminação albita.
A biotita é xenoblástica, mal formada, orientada, ocorrendo associada ao piroxênio e ao
opaco. As texturas observadas sugerem que este mineral pode ser produto do ortopiroxênio.
O opaco é xenoblástico, com contatos irregulares, e geralmente ocorrem associados aos
ortopiroxênios e as biotitas.
O ortopiroxênio é sub-idioblástico, com contatos curvos a irregulares, encontra-se
intensamente fraturado, geralmente bordejado por biotitas
O quartzo é xenoblástico, estirado, com contatos irregulares com os minerais máficos e
interlobado com os plagioclásios.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


94

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R01 Ponto: R01
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 831288 / 450415 m Altitude: 206 m
Toponímia: 3,2 km a norte da entrada para Anurí, do lado esquerdo.
Descrição do afloramento
Rocha bandada com porções félsicas de cor esverdeada contendo Qtz e Pl e porções
máficas com granulometria fina à média contendo Bt (provável ZC). Ocorre ainda rocha
máfica de granulometria média sem Bt, provável gabro.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (31,9%), clinopiroxênio (27,7%), anfibólio (21,3%),
quartzo (14,9%), opacos (4,2%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio e intemperização do
clinopiroxênio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura granoblástica poligonal e subordinadamente decussada.
O plagioclásio é xenoblástico e fortemente alterado (saussuritizado), por vezes alguns
núcleos preservados apresentam geminação do tipo albita e mais raramente do tipo
periclina.
O clinopiroxênio encontra-se alterado (intemperizado). Contatos retos entre grãos são
raros, sendo o contato serrilhado e o curvo os mais comuns.
O anfibólio é sub-idioblástico e ocorre nas bordas do clinopiroxênio sugerindo ser produto
do mesmo. Existem ao menos dois tipos de anfibólios, um deles provavelmente corresponde
a uma hornblenda. Em alguns casos o anfibólio mostra-se bem formado com pequenos
resquícios do clinopiroxênio.
O quartzo encontra-se bastante estirado (fitado), xenoblástico e com extinção ondulante.
Os minerais opacos são xenoblásticos e ocorrem geralmente associados aos minerais
máficos, principalmente clinopiroxênio, sugerindo ser produto do mesmo.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Plagioclásio 2
Anfibólio + Plagioclásio 2 Æ Anfibólio 2 + Quartzo + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


95

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R05 Ponto: R05
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8312629 / 456461 m Altitude: 139 m
Toponímia: Estrada de barro Arataca/Santa Luzia, lado direito, margem de rio.
Descrição do afloramento
Rocha de coloração cinza esverdeada quando sã e avermelhada quando alterada, textura
fina à média.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (71,9%), quartzo (8,3%), opacos (8,3%), ortopiroxênio
(4,7%), clinopiroxênio (4,7%), biotita (2,1%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada em série.
O plagioclásio é xenoblástico, intensamente recristalizado. A maioria dos grãos apresenta
extinção ondulante e raramente exibem geminação do tipo albita.
O quartzo é fitado, xenoblástico, com extinção ondulante, geralmente com contatos
interlobados com os plagioclásios e minerais máficos.
O ortopiroxênio é xenoblástico, seus contatos são curvos com os quartzos e biotitas ou
irregulares com os clinopiroxênios. Ocorrendo geralmente bordejado por biotitas e associado
ao clinopiroxênio.
O clinopiroxênio é sub-idioblástico à xenoblástico, seus contatos geralmente são curvos
ou irregulares. São geralmente elongados e encontram-se fraturados. Por vezes são
observadas inclusões de ortopiroxênio, sugerindo processos retrometamórficos.
A biotita é xenoblástica de coloração avermelhada e ocorre associada aos minerais
máficos e aos minerais opacos. Geralmente nas bordas dos ortopiroxênios.
Os minerais opacos são xenoblásticos e ocorrem principalmente nas bordas ou inclusos
nos piroxênios, sugerindo ser produto dos mesmos.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Clinopriroxênio + Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Pl Pl Pl Pl
Qz Qz
Cpx Cpx
Pl Opx Pl
Opx
Opx Qz Cpx Opx Qz
Opx Opx Cpx

Bt Pl Op Op
Bt Pl

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


96

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R06 Ponto: R06
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8312081 / 457114 m Altitude: 145 m
Toponímia: Estrada de barro Arataca/Santa Luzia, lado direito.
Descrição do afloramento
Gnaisse migmatítico com bandas máficas de cor cinza esverdeada, granulometria média,
contendo anfibólio e biotita.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (59,3%), opacos (15,0%), quartzo (13,3%), clinopiroxênio
(5,3%), biotita (3,5%), ortopiroxênio (2,7%), apatita (0,9%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada.
O plagioclásio é sub-idioblástico, com contatos interlobados à irregulares com os demais
minerais, encontram-se moderadamente alterado (saussuritizado) e bastante recristalizado.
A maioria dos grãos apresenta extinção ondulante e raramente exibem geminação do tipo
albita.
O quartzo é xenoblástico com extinção ondulante. Por vezes, parece preencher
interstícios, sugerindo ter sido produzido a partir da reação clinopiroxênio/ortopiroxênio com
o plagioclásio.
O clinopiroxênio é xenoblástico, seus contatos geralmente são curvos ou irregulares,
ocorrendo principalmente nas bordas dos ortopiroxênios.
A biotita é xenoblástica de coloração avermelhada pouco desenvolvida e ocorre
geralmente associada aos minerais máficos, sugerindo ser produto dos mesmos.
O ortopiroxênio é xenoblástico, seus contatos são curvos ou irregulares com os demais
minerais. Ocorre associado ao clinopiroxênio.
Os minerais opacos são xenoblásticos e ocorrem geralmente associados aos minerais
máficos, sugerindo ser produto dos mesmos assim como a biotita.
A apatita é prismática e seus contatos são curvos. Geralmente associadas aos
plagioclásios e quartzos.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Quartzo + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia
Pl
Opx Pl Pl Opx Pl
Op Op
Qz Cpx Qz
Cpx
Pl Pl
Cpx Cpx Qz
Qz Cpx Cpx

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


97

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R07 Ponto: R07
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8297965 / 450164 m Altitude: 158 m
Toponímia: Estrada de barro Arataca/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha de coloração cinza esverdeado com foliação bem marcada na direção N010°,
granulometria média à grossa. Cortada por dique máfico na direção N060° com
granulometria fina, cor cinza, fraturado e por diques félsicos centimétricos em direções
variadas, apresentando indicação de movimento destral.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (69,5%), opacos (9,0%), clinopiroxênio (6,7%), biotita
(4,9%), quartzo (4,0%), ortopiroxênio (3,2%), anfibólio (2,7%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica, subordinadamente
nematoblástica.
O plagioclásio é xenoblástico, encontra-se levemente alterado (saussuritizado) e exibe
textura de recristalização. A maioria dos grãos apresenta extinção ondulante e raramente os
grãos exibem geminação do tipo albita.
Os minerais opacos são xenoblásticos e ocorrem geralmente associados aos minerais
máficos, sugerindo ser produto dos mesmos.
O clinopiroxênio é xenoblástico, seus contatos geralmente são curvos ou irregulares,
ocorrendo principalmente nas bordas dos ortopiroxênios, associado a biotita.
A biotita é xenoblástica à sub-idioblástica de coloração avermelhada e ocorre geralmente
associada aos minerais máficos, sugerindo ser produto dos mesmos assim como os opacos.
O quartzo é xenoblástico, fitado, seus contatos geralmente são irregulares a interlobados
com os demais minerais e apresenta extinção ondulante.
O ortopiroxênio é xenoblástico, seus contatos são geralmente irregulares, sendo
bordejado por biotitas e clinopiroxênios.
O anfibólio é xenoblástico a sub-idioblástico, seus contatos são preferencialmente curvos
podendo ser também irregulares. Ocorre associado aos piroxênios sugerindo que são
produtos do retrometamorfismo.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia
Pl Pl
Op
Opx Cpx Opx Cpx Op
Opx Cpx Opx Cpx
Bt Bt Bt Bt
Pl Op Pl Op

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


98

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R13 Ponto: R13
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8301127 / 446499 m Altitude: 159 m
Toponímia: BR 101, lado direito, sentido Camacã/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha máfica foliada e fraturada onde são observados k-feldspato e biotita. Cortado por
dique máfico com granulometria fina à média, cor cinza, fraturado.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: K-feldspato (61,4%), anfibólio (8,6%), biotita (8,6%), opacos (8,6%),
albita (7,1%), apatita (5,7%).
Processos de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular fanerítica média a grossa, porfirítica.
O k-feldspato ocorre como pórfiros anédricos com contatos irregulares com os demais
minerais, encontrando-se intemperizado. Raramente é possível sugerir a existência de
geminação do tipo carlsbad. Por vezes mesomesopertitas são observadas.
O anfibólio é anédrico, por vezes elongado, com contato irregular com os k-feldspatos e
curvo com as biotitas.
A biotita é sub-euédrica, com contatos irregulares e ocorre geralmente bordejando o
anfibólio, sugerindo ser produto de alteração dos mesmos.
A albita ocorre dentro dos k-feldspatos mesopertíticos. Raros grãos diminutos sugerem a
presença de geminação do tipo albita.
Os minerais opacos são anédricos, seus contatos irregulares, geralmente preenchendo
interstícios. Ocorrem geralmente associados ao anfibólio e a biotita.
A apatita é sub-euédrica, com contatos curvos ocorrendo principalmente associada aos k-
feldspatos.
Reações metamórficas
Anfibólio + K-feldspato Æ K-Feldspato 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: ÁLCALI-FELDSPATO SIENITO


99

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R14 Ponto: R14
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8303846 / 446281 m Altitude: 161 m
Toponímia: BR 101, lado direito, sentido Camacã/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha de coloração cinza rosada, granulometria grossa, levemente foliada, contendo
pórfiros k-feldspato e minerais máficos.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: K-feldspato (43,9%), apatita (14,6%), opacos (13,4%), anfibólio
(9,8%), albita (9,8%), clinopiroxênio (7,3%), biotita (1,2%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular fanerítica média a grossa, porfirítica.
O k-feldspato ocorre como pórfiros anédricos com contatos irregulares com os demais
minerais, encontrando-se intemperizado. Apresenta extinção predominantemente ondulante.
Por vezes mesomesopertitas são observadas.
A apatita é sub-euédrica à euédrica, fraturada. Seus contatos variam de reto a curvo com
os outros minerais.
Os minerais opacos são anédricos/xenoblástico, seus contatos curvos a irregulares.
Ocorrem geralmente associados e inclusos nos anfibólios.
O anfibólio é xenoblástico com contatos interlobados a irregulares com os clinopiroxênios
e os k-feldspatos. Também são observadas inclusões de opacos e clinopiroxênio.
A albita ocorre dentro dos k-feldspatos mesopertíticos. Raros grãos diminutos sugerem a
presença de geminação do tipo albita.
O clinopiroxênio é anédrico com contato irregular, geralmente associado ao anfibólio e
aos minerais opacos.
A biotita é anédrica com contatos irregulares. Ocorre geralmente bordejando o anfibólio,
sugerindo ser produto do mesmo.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Mesomesopertita Æ Anfibólio + K-Feldspato 2
Anfibólio + K-feldspato Æ K-Feldspato 3 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: ÁLCALI-FELDSPATO SIENITO


100

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R15 Ponto: R15
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8306861 / 446653 m Altitude: 177 m
Toponímia: BR 101, lado direito, sentido Camacã/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha de coloração cinza rosada, granulometria porfirítica, levemente foliada, contendo k-
feldspato e minerais máficos.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: K-feldspato (83,7%), clinopiroxênio (6,1%), plagioclásio (4,1%),
anfibólio (2,0%), opacos (2,1%), apatita (2,0%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular fanerítica média a grossa, porfirítica.
O k-feldspato é anédrico com contatos irregulares com os demais minerais, encontram-se
intemperizado e feições de recristalização. Apresenta extinção predominantemente
ondulante e por vezes é possível observar geminação do tipo carlsbad.
O clinopiroxênio é anédrico e ocorre como pequenos cristais, mal formados. Está
associado ao anfibólio e aos minerais opacos.
O anfibólio é anédrico, ocorre como pequenos prismas, mal formados, com alguma
orientação preferencial. Geralmente associado ao clinopiroxênio e aos minerais opacos.
O plagioclásio é anédrico com contatos irregulares. Em alguns grãos são observadas
geminação do tipo albita.
Os minerais opacos são anédricos/xenoblástico e ocorre como pequenas manchas,
preenchendo interstícios com alguma orientação preferencial. Por vezes é observado
incluso nos clinopiroxênio sendo, contudo, mais comum, nas bordas deste e do anfibólio.
A apatita é sub-euédrica à euédrica e seus contatos variam de reto a curvo.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: ÁLCALI-FELDSPATO SIENITO


101

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R21 Ponto: R21
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8298308 / 449520 m Altitude: 146 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha alterada de coloração esbranquiçada foliação bem marcada, estrutura gnaíssica,
granulometria variando de média à grossa, contendo veios de quartzo e k-feldspato
deformados. Cortada por dique máfico cor cinza escuro contendo quartzo, k-feldspato e
minerais máficos, com fraturas E-W e dique contendo pórfiros de plagioclásio, de direção
N100º. São observados conjuntos de fraturas conjugadas, um desses conjuntos sugerem
sigma 1 na direção N085º.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (44,3%), quartzo (35,1%), anfibólio (12,2%), biotita
(4,6%), clinopiroxênio (1,5%), opacos (1,5%), apatita (0,8%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica, subordinadamente lepidoblástica.
O plagioclásio é xenoblástico, com contatos irregulares, encontra-se bastante alterado
(saussuritizado) dificultando a observação dos contatos dos grãos. A maioria dos grãos
apresenta extinção ondulante.
O quartzo é xenoblástico com contatos irregulares, apresentando forte extinção ondulante
em alguns grãos e estiramento segundo uma orientação preferencial, podendo ocorrer
inclusos no plagioclásio.
O anfibólio é sub-idioblástico, com contatos irregulares a curvos, bem desenvolvidos e
pouco fraturados, ocorrendo nas bordas dos clinopiroxênios sugerindo ser produto de
retrometamorfismo destes.
A biotita é xenoblástica, com contatos curvos a irregulares, mal formada e geralmente
associada aos anfibólios e aos piroxênios.
O clinopiroxênio é xenoblástico, ocorrendo como pequenos cristais rodeados por
anfibólio. Apresenta-se pouco fraturado parecendo se tratar de material reliquiar. Encontra-
se muito intemperizado.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos serrilhados, elongados e ocorrendo
de forma dispersa.
A apatita é sub-idioblástico com contatos curvos tendendo a ocorrer nas vizinhanças do
anfibólio e exibir forma hexagonal.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


102

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R21_ Ponto: R21_
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8298308 / 449521 m Altitude: 146 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Embasamento muito foliado/gnaissificado (migmatizado?) contendo ortoclásio, quartzo,
máficos e epídoto, alterado, cor esbranquiçada, textura média à grossa, contendo veios de
quartzo e k-feldspato deformados. Apresentando fraturas conjugadas (as duas primeiras)
indicando sigma 1 N085º. Cortado por dique máfico de cor cinza escuro, contendo quartzo,
ortoclásio e máficos, contendo fraturas na direção E-W. Dique porfirítico (plagioclásio)
subvulcânico de direção N100º.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (42,6%), quartzo (26,7%), anfibólio (12,9%), biotita
(6,9%), opacos (4,0%), k-feldspato (3,9%), apatita (2,0%), clinopiroxênio (1,0%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica, subordinadamente lepidoblástica
O plagioclásio é xenoblástico, com contatos irregulares, apresenta-se bastante
saussuritizado e extinção ondulante, raramente os grãos exibem geminação albita.
O quartzo é xenoblástico com contatos irregulares, apresentando forte extinção ondulante
em alguns grãos e estiramento segundo uma orientação preferencial, podendo ocorrer
inclusos no plagioclásio.
O anfibólio é sub-idioblástico, com contatos irregulares a curvos, bem desenvolvidos e
pouco fraturados, ocorrendo associado aos clinopiroxênios sugerindo ser produto de
retrometamorfismo.
A biotita é xenoblástica, com contatos curvos a irregulares, mal formadas e geralmente
associada aos anfibólios e aos piroxênios.
O k-feldspato é xenoblástico, com contatos irregulares a curvos, apresentam-se com
geminação tipo periclina e fortemente saussuritizado.
O clinopiroxênio é xenoblástico, ocorrendo como pequenos cristais rodeados por
anfibólio. Apresenta-se pouco fraturado parecendo se tratar de material reliquiar.
O ortopiroxênio é sub-idioblástico, com contatos curvos à irregulares. Apresentando-se
fraturado e em associação com as biotitas e os opacos.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos serrilhados, elongados e ocorrendo
de forma dispersa ou associado aos ortopiroxênios.
A apatita é sub-idioblástico com contatos curvos tendendo a ocorrer nas vizinhanças do
anfibólio e exibir forma prismática.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Anfibólio
Anfibólio + Plagioclásio 2 Æ Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


103

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R22 Ponto: R22
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8297965 / 450164 m Altitude: 155 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha máfica com vários veios de félsicos nas direções N345º e N050º, com foliação
marcada por lentes e veios quartzo-feldspáticos e máficos.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Clinopiroxênio (44,2%), plagioclásio (37,9%), anfibólio (9,5%), opacos
(8,4%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada, subordinadamente
poligonal.
O clinopiroxênio é sub-idioblástico, seus contatos são retos com os plagioclásios e
anfibólios, por vezes são irregulares com os plagioclásios. Encontra-se intemperizado.
O plagioclásio é xenoblástico a sub-idioblástico com contatos irregulares, encontra-se
levemente alterado (saussuritizado) e bastante recristalizado. A maioria dos grãos apresenta
extinção ondulante e raramente exibem geminação do tipo albita.
O anfibólio é xenoblástico a sub-idioblástico, seus contatos são preferencialmente retos
com os clinopiroxênios podendo ser também irregulares com os plagioclásios e opacos.
Ocorre associado aos piroxênios.
Os minerais opacos apresentam-se em forma piramidal à bipiramidal. Tendo contato reto
com o plagioclásio e irregular com o clinopiroxênio.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Anfibólio + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: GABRONORITO GRANULITIZADO


104

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R23 Ponto: R23
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8302379 / 455364 m Altitude: 170 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha máfica (?) de cor cinza, textura muito fina, fraturado, milonitizado. ZC com cinemática
reversa destral.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Quartzo (51,9%), plagioclásio (44,5%), anfibólio (1,8%), opacos
(1,8%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular nematoblástica com minerais muito
intemperizados.
O quartzo é xenoblástico, estirado, orientado, apresenta contatos irregulares devido à
recristalização além de exibir extinção ondulante.
O plagioclásio é encontrado sub-idioblástico, com contatos curvos a irregulares com os
demais minerais, além de apresentar-se recristalizado e/ou alterado (saussuritizado).
O anfibólio é raramente preservado e exibe alto grau de alteração, os seus contatos são
curvos. Ele está rotacionado, se paralelizando a foliação e alinhando-se ao quartzo.
O opaco é xenoblástico, mal formado e está associado ao anfibólio e ao plagioclásio.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


105

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JUNHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R24 Ponto: R24
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8301241 / 457034 m Altitude: 188 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de cor cinza levemente esverdeado, textura fina a média, veios de quartzo e
feldspato.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (48,4%), clinopiroxênio (21,9%), anfibólio (17,2%), biotita
(16%), opacos (9,4%), quartzo (1,5%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular nematoblástica, subordinadamente
lepidoblástica.
O plagioclásio é sub-idioblástico a xenoblástico, completamente intemperizado por vezes
se verifica contato reto entre eles. Alguns grãos sugerem uma existência de uma geminação
albita pretérita ou do tipo carlsbad.
O clinopiroxênio é xenoblástico, bastante alterado, apresentando contato reto e/ou
dentado com o plagioclásio e irregular com o anfibólio.
O anfibólio apresenta-se de forma xenoblástica, bordejando os clinopiroxênios sugerindo
ser proveniente da alteração do mesmo.
A biotita é xenoblástica com contatos irregulares e ocorre nas bordas dos minerais
máficos.
O opaco ocorre associado aos anfibólios e possuem forma elongada tendendo a
prismática com contatos irregulares.
O quartzo ocorre associado ao plagioclásio, que apresenta extinção do tipo carlsbad, em
textura do tipo mimerquítica.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia
106

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JUNHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R27 Ponto: R27
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8300533 / 450164 m Altitude: 158 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de textura média contendo ortoclásio, biotita, plagioclásio e máficos. A 400m
deste ponto, ao lado esquerdo na margem de um rio (casa), observa-se um lajedo com ZC
na direção N050°. Cortado por vários diques, um deles assimilando o embasamento.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (85,2%), quartzo (5,3%), opacos (4,2%), clinopiroxênio
(1,6%), ortopiroxênio (1,5%), biotita (1,1%), apatita (1,1%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada.
O plagioclásio é xenoblástico, intensamente recristalizado. A maioria dos grãos apresenta
extinção ondulante e raramente exibem geminação do tipo albita e seus contatos são
irregulares.
O quartzo é xenoblástico, preenchendo interstícios, tendo seus contatos moldados pelos
demais minerais, apresentando contatos irregulares.
O clinopiroxênio é xenoblástico, fraturado, fortemente alterado e com contatos irregulares
com os demais minerais.
O ortopiroxênio é xenoblástico, apresentando-se bastante fraturado, com contatos
irregulares com as biotitas e os plagioclásios.
A biotita xenoblástica, por vezes elongada, apresentando contatos curvos/retos a
irregulares e associada aos opacos e aos ortopiroxênios.
Os minerais opacos são xenoblásticos, por vezes elongados com contatos irregulares,
diretamente associados aos ortopiroxênios, ocorrendo nas bordas ou preenchendo planos
de fraturas ou clivagem.
A apatita é sub-idioblástica, elongada e com contatos curvos, ocorrendo de forma
dispersa na presença do ortopiroxênio.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


107

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R28 Ponto: R28
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8300538 / 459411 m Altitude: 151 m
Toponímia: Estrada de barro BR 101/Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de cor cinza esverdeado contendo plagioclásio e quartzo, textura média,
cortado por diques máficos N095°/52°NE.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (76,6%), biotita (7,5%), clinopiroxênio (5,6%), quartzo
(4,4%), opacos (3,6%), anfibólio (1,2%), ortopiroxênio (1,1%)
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica em série.
O plagioclásio é xenoblástico a sub-idioblástico, encontrado bastante recristalizado, por
vezes exibe geminação tipo albita. Apresenta extinção ondulada e contatos interlobados a
irregulares com os demais minerais.
A biotita xenoblástica a sub-idioblástica ocorre em associação a opacos e aos máficos,
com limite reto/curvo.
O clinopiroxênio é xenoblástico, fraturado, fortemente alterado e com contatos irregulares
com os demais minerais.
O quartzo xenoblástico, fitado e seus contatos são irregulares preenchendo interstícios.
O opaco está associado à borda ou incluso nos minerais máficos, é xenoblástico por
vezes elongado.
O ortopiroxênio é xenoblástico, apresentando-se bastante fraturado, com contatos
irregulares com as biotitas e os plagioclásios
Reações metamórficas
Anfibólio + Plagioclásio 2 Æ Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


108

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R30 Ponto: R30
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8300193 / 462802 m Altitude: 226 m
Toponímia: Lajedo do embasamento foliado na margem do rio (entrada da fazenda).
Descrição do afloramento
Blocos rolados de rocha máfica, milonitizada, muito alterada. Lajedo do embasamento
foliado cortado por diques máficos, na margem do rio (entrada da fazenda).
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (80,4%), quartzo (10,0%), biotita (4,0%), opacos (4,0%),
clinopiroxênio (0,9%), apatita (0,4%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica em série, com minerais máficos
fortemente alterados.
O plagioclásio é xenoblástico, apresentando, extinção ondulante e raramente geminação
do tipo albita preservada e contatos irregulares e interlobados com os demais minerais.
O quartzo é fitado, xenoblástico, com contatos irregulares e grãos maiores que os de
plagioclásio.
A biotita é xenoblástica, de coloração marrom à avermelhada ocorrendo associada ao
clinopiroxênio e por vezes aos minerais opacos.
O clinopiroxênio é absolutamente xenoblástico, com contatos irregulares. Apresenta-se
muito alterado, bordejado por biotita.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos irregulares ocorrendo geralmente
associados à biotita e aos piroxênios.
A apatita tende a ser prismática, com contatos curvos e encontra-se dispersa associada
ao plagioclásio e o quartzo.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


109

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R31 Ponto: R31
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8313500 / 452223 m Altitude: 159 m
Toponímia: Estrada BR 101/Arataca, lado direito.
Descrição do afloramento
Rocha máfica fraturada de textura média de cor cinza esverdeada contendo plagioclásio.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (50,5%), clinopiroxênio (14%), ortopiroxênio (12,9%),
anfibólio (9,7%), opacos (8,6%), biotita (4,3%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular subofítica.
O plagioclásio é euédrico com contatos retos entre si e curvos com os demais minerais,
apresenta-se com geminação albita e albita/carlsbad. Pouco intemperizado (saussiritizado).
O clinopiroxênio é anédrico com contato irregular, por vezes ocorrendo bordejando por
anfibólio e associado ao ortopiroxênio.
O ortopiroxênio é anédrico,
O anfibólio é sub-euédrico com contatos retos com os plagioclásios e irregulares com os
piroxênios. Ocorrendo preferencialmente nas bordas do piroxênio ou associado ao
plagioclásio. Apresenta-se verde azulado, por vezes castanho no centro.
O opaco é anédrico com contatos e irregulares com os piroxênios, geralmente ocorrem
inclusos ou nas bordas dos minerais máficos.
A biotita ocorre no entorno dos opacos, sendo anédrico com contatos irregulares.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: DIQUE MÁFICO


110

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R32 Ponto: R32
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8312409 / 469764 m Altitude: 104 m
Toponímia: Afloramento na sede da fazenda.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de textura fina à média de cor cinza.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (69%), clinopiroxênio (9,8%), biotita (9,7%), opacos
(4,4%), hornblenda (3,6%), ortopiroxênio (3,5%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica, com minerais pouco
intemperizados.
O plagioclásio é sub-idioblástica, com contato reto a irregular com os demais minerais,
apresentando extinção ondulante e por vezes geminação albita preservada.
O clinopiroxênio apresenta-se xenoblástico, fraturados, com contorno irregular e
bordejado por biotita.
A biotita é xenoblástico, mal formada, sempre bordejando o clinopiroxênio e associada à
hornblenda.
O opaco é xenoblástico, ocorre preenchendo interstícios associado aos minerais máficos,
por vezes elongado.
A hornblenda é xenoblástica com contatos irregulares, raramente curvos. Ocorre na
borda do ortopiroxênio ou no contato entre o ortopiroxênio e o clinopiroxênio.
O ortopiroxênio é xenoblástico, fraturado, com contatos irregulares e bordejado por
hornblenda e/ou biotita.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Anfibólio + Biotita
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: GABRONORITO GRANULITIZADO


111

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R34 Ponto: R34
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8296761 / 467708 m Altitude: 94 m
Toponímia: Entrada pra sede da fazenda, leito do rio São Pedro.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de textura média, cor cinza esverdeado, foliada, com lineação e indicadores
de movimento destral, cortado por dique máfico de direção E-W
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (57,9%), quartzo (15,7%), opacos (10,0%), clinopiroxênio
(5,7%), biotita (5,0%), ortopiroxênio (4,3%), k-feldspato (1,4%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica em série, subordinadamente
lepidoblástica.
O plagioclásio é xenoblástico, apresentando, extinção ondulante e raramente geminação
do tipo albita preservada e contatos irregulares. Também é observado processo de
alteração (saussuritização).
O quartzo é xenoblástico com contatos irregulares, ocorrendo como mimerquitas e fitado,
associado ao plagioclásio.
O clinopiroxênio é xenoblástico, com contatos curvos a irregulares, fraturados, por vezes
elongados.
A biotita sub-idioblástica à xenoblástica, quando bem formada, apresenta coloração
avermelhada e contatos retos, e quando mal formadas exibe contatos irregulares, ocorrendo
preferencialmente associada ao clinopiroxênio, aos minerais opacos, bordejando o
ortopiroxênio.
O ortopiroxênio é xenoblástico, aparentemente orientado, com contatos curvos à
irregulares. Bordejado por biotita e por simplectitos de opacos-quarzto, sendo que os opacos
também ocorrem preenchendo fraturas.
O k-feldspato é sub-idioblástico, com contatos retos a irregulares, apresentando,
geminação do tipo albita-periclina e extinção ondulante, bem como textura do tipo
mimerquita pouco preservada.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos irregulares ocorrendo geralmente
associados aos máficos, preenchendo interstícios.
Reações metamórficas
Ortopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


112

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R35 Ponto: R35
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8297656 / 469082 m Altitude: 86 m
Toponímia: Fazenda Santo Antônio.
Descrição do afloramento
Rocha félsica gnaíssica/milonítica fraturada esverdeado, apresentando cinemática reversa.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (48,1%), opacos (17,9%), quartzo (17,1%), anfibólio
(11,3%), apatita (9,8%), clinopiroxênio (1,9%), biotita (0,9%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica.
O plagioclásio esta saussuritizado, o que dificulta a observação do seu limite. Apresenta-
se xenoblástico com contatos irregulares, com raros grãos que preservam a geminação
albita pretérita.
O opaco é xenoblástico e com contatos irregulares, está associado ao anfibólio,
principalmente, e ao clinopiroxênio, subordinadamente.
O quartzo é xenoblástico com contatos irregulares e extinção ondulante. Ocorre
associado ao plagioclásio.
O anfibólio é xenoblástico, apresenta cor verde azulado, por vezes bordas acastanhadas
e contatos irregulares.
A apatita é xenoblástico a sub-idioblástica com curvos a irregulares. Ocorre associada ou
próxima ao anfibólio, clinopiroxênio e aos opacos.
O clinopiroxênio é xenoblástico com contatos irregulares com os demais minerais,
normalmente bordejado por anfibólio.
A biotita é rara, ocorre dispersa e sub-idioblástica.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


113

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R39 Ponto: R39
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8314320 / 468559 m Altitude: 167 m
Toponímia:
Descrição do afloramento
Bloco rolado de granulito básico com grãos médios e biotita vermelha, levemente foliado.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (63,1%), clinopiroxênio (12,7%), ortopiroxênio (10,9%),
opacos (7,4%), quartzo (4,7%), biotita (0,8%), apatita (0,8%), k-feldspato (0,7%).
Processo de Alteração: -
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular nematoblástica, subordinadamente
granoblástica decussada.
O plagioclásio é xenoblástico, apresentando contatos retos a curvos com os demais
minerais, geralmente apresenta geminação albita e por vezes apresenta mesomesopertita
fracamente marcada.
O clinopiroxênio é sub-idioblástico, com contatos curvos a irregulares, fraturado e
ocorrendo em associação com o ortopiroxênio e opacos.
O ortopiroxênio é sub-idioblástico, com contatos curvos à irregulares. Apresentando-se
fraturado e em associação ao clinopiroxênio e opacos.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos curvos ocorrendo associados aos
máficos, preenchendo interstícios.
O quartzo é sub-idioblástico com contato interlobado, tendendo ser fitado, com orientação
preferencial.
A biotita xenoblástica, com contatos irregulares, ocorrendo preferencialmente associada
ao clinopiroxênio e aos minerais opacos.
A apatita é sub-idioblástica com contatos curvos e ocorrendo de forma dispersa.
O k-feldspato é xenoblástico, com contatos curvos e ocorre como lamelas do plagioclásio
configurando mesomesopertita.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: QUARTZO-GABRO GRANULITIZADO


114

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R40 Ponto: R40
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8287622 / 456675 m Altitude: 190 m
Toponímia: Estrada Arataca/Uma, BA 676, no chão na estrada e em bica do lado esquerdo.
Descrição do afloramento
Rocha máfica de textura média, cor cinza esverdeada, foliada, exibindo quartzo estirado.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (52,0%), quartzo (23,4%), opaco (8,6%), biotita (6,4%),
anfibólio (5,1%), clinopiroxênio (1,7%), apatita (1,1%), zircão (1,1%), k-feldspato (0,6%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica.
O plagioclásio é sub-idioblástico, com contatos curvos a irregulares, apresentando-se por
vezes, fraturado e com grãos apresentando geminação do tipo albita e albita-carlsbad.
Encontrado em processo de intensa alteração (saussuritização).
O quartzo é xenoblástico com contatos curvos a irregulares. Apresentando-se com
extinção ondulante.
Os opacos são xenoblásticos com contatos irregulares ocorrendo geralmente associado
aos anfibólios.
A biotita é xenoblástica, com contatos irregulares, de cor vermelha, ocorrendo de forma
dispersa.
O anfibólio é xenoblástico de cor marrom com, contatos irregulares e apresentando feição
de produto da transformação do clinopiroxênio com grãos deste mineral ocorrendo em suas
bordas.
O clinopiroxênio é sub-idioblástico com contatos irregulares. Ocorrendo como pequenos
cristais em meio ao anfibólio.
O k-feldspato é xenoblástico com contatos irregulares e apresenta geminação do tipo
periclina incipiente.
A apatita é sub-idioblástica com contatos curvos, ocorrendo de forma dispersa.
O zircão é sub-idioblástico com contatos curvos e ocorre de forma dispersa.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


115

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R42 Ponto: R42
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8301639 / 456834 m Altitude: 163 m
Toponímia: Fazenda São José, lado esquerdo da estrada de barro para Santa Luzia.
Descrição do afloramento
Rocha foliada/gnaissificada de cor cinza claro e granulometria média, cortada por dique
máfico na direção N060º. Similar ao Ponto R21.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (34,8%), opacos (27,0%), quartzo (16,5%), biotita
(11,3%), clinopiroxênio (6,1%), ortopiroxênio (2,6%), apatita (1,7%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada.
O plagioclásio é xenoblástico com contatos irregulares, bastante saussuritizado com
raros grãos geminados segundo a lei albita. Por vezes apresenta feições de recristalização.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos irregulares ocorrendo geralmente
associados à biotita nas bordas do clinopiroxênio.
O quartzo é xenoblástico com contatos irregulares, estirado e apresenta extinção
ondulante e orientação preferencial.
A biotita é xenoblástica com contatos curvos a irregulares, ocorrendo geralmente nas
bordas do clinopiroxênio formando simplectito com os opacos.
O clinopiroxênio é xenoblástico, com contatos irregulares, apresentando-se alterado e
fraturado, com ocorrência de simplectitos de biotita e opacos nas suas bordas.
O ortopiroxênio é xenoblástico, com contatos irregulares. Apresentando-se bastante
alterado e fraturado, com opacos ocorrentes nos bordos e preenchendo suas fraturas.
A apatita é sub-idioblástica com contatos curvos ocorrendo de forma dispersa, por vezes,
associada com a biotita e opacos.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


116

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R43 Ponto: R43
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 8299613 / 465943 m Altitude: 104 m
Toponímia: Estrada Santa Luzia/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha gnaíssica de cor cinza claro esverdeado e granulometria média, contendo
plagioclásio, biotita, granada e máficos. Cortada por dique máfico.
Estimativa modal
Assembléia Mineral: Plagioclásio (37,4%), quartzo (25,7%), opacos (18,1%), biotita (8,6%),
clinopiroxênio (6,4%), apatita (2,1%), ortopiroxênio (1,1%), k-feldspato (0,6%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica decussada.
O plagioclásio é xenoblástico, com contatos curvos a irregulares, apresentando extinção
ondulante, por vezes apresenta geminação do tipo albita e raramente periclina, sugestão de
mesomesopertita. Encontrado em processo de intensa alteração (saussuritização), mas com
porções ainda bastante recristalizadas.
O quartzo é xenoblástico com contatos irregulares. Estirado e por vezes com orientação
preferencial.
A biotita é xenoblástica, com contatos irregulares, ocorrendo preferencialmente
bordejando os máficos e associada aos opacos.
O clinopiroxênio é xenoblástico, com contatos irregulares, fraturado e com ocorrência de
simplectitos de opacos e biotita em suas bordas.
O ortopiroxênio é xenoblástico, fraturado e com contatos irregulares. Apresenta-se em
processo de alteração e com opacos nos bordos.
O k-feldspato é xenoblástico, com contatos irregulares, apresentando texturas dos tipos
mimerquita e mesopertita.
Os minerais opacos são xenoblásticos, com contatos irregulares ocorrendo geralmente
associados aos máficos, formando simplectitos com a biotita.
A apatita é sub-idioblástica, com contatos irregulares e geralmente ocorrendo dispersa.
Reações metamórficas
Clinopiroxênio + Plagioclásio Æ Plagioclásio 2 + Biotita + Opacos
Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


117

FICHA DE DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA


DISSERTAÇÃO DE MESTRADAO / IGEO - UFBA, JULHO DE 2010
Mapeamento Geológico do embasamento a NE da Bacia Metassedimentar do Rio Pardo
Número da lâmina: R45 Ponto: R45
Amostrado por: Rejane Luciano Datum: SAD 69 / Zona 24 L
UTM: 830428 / 463170 m Altitude: 165 m
Toponímia: Estrada Santa Luzia/Arataca.
Descrição do afloramento
Rocha gnaíssica de cor cinza claro e granulometria média, contendo zona de cisalhamento
milonítica, com presença de quartzo estirado e granada oxidada. Cortada por dique máfico
com produção de drags, no contato com a rocha encaixante, indicando movimento sinistral.
Estimativa modal
Minerais essenciais: Plagioclásio (50,0%), quartzo (40,38%), biotita (7,69%), zircão
(1,92%).
Processo de Alteração: Saussuritização do plagioclásio.
Descrição da lâmina
A rocha apresenta textura inequigranular granoblástica, sub-idioblástica.
O plagioclásio é anédrico, com contatos curvos, apresentando, por vezes, extinção
ondulante e raramente geminação do tipo albita. Encontrado em processo de intensa
alteração (saussuritização) e com presença de biotita em suas poucas fraturas.
O quartzo é anédrico com contatos irregulares. Apresentando-se com extinção ondulante
e como inclusão no plagioclásio.
A biotita é xenoblástica, com contatos curvos, de cor vermelha, ocorrendo geralmente
próxima aos plagioclásios ou em torno destes.
Reações metamórficas

Fotografia / Fotomicrografia

Nome da Rocha: TONALITO GRANULITIZADO


118

APÊNDICE II.

MAPA

GEOLÓGICO
450.762 470.762
119
23 6
B A- 6 7
62
Mapa Geológico
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Una o
17
Depósitos Sedimentares Recentes (Cenozoico)
8.312.144

8.312.144
63 30 Depósitos Aluviais: Sedimentos arenosos, areno-argilosos e cascalhos
87
na base.
12 15 Grupo Barreiras: Sedimentos areno-cascalhosas depositados por
Arataca m
fluxos de detritos em ambiente seco a subaquoso.

li
14

ge
An
Bacia Metassedimentar do Rio Pardo (Neoproterozoico)

b.
Ri
Formação Salobro: Conglomerados polimíticos, arcóseos e grauvacas.
Formação Camacã: Metassiltito, metargilito, metarenito, metacálcario
dolomítico e lentes de metacálcario.
Formação Panelinha: Metaconglomerados polimitícos, metagrauvacas
35 e metarcóseos.
Diques Máficos (Mesoproterozoico)

do M eio
87 Diques máficos de granulometria entre fina e grossa, coloração cinza
escuro e levemente esverdeado, espessuras variadando de centimé-
tricas a métricas e formas retilíneas.

R ib .
Orógeno Itabuna-Salvador-Curaçá (Arqueano-Paleoproterozoico)
80 Alcali-feldspato sienito de coloração cinza rosada, granulometria média à
grossa, por vezes porfirítica, fraturado e foliado.
i Tonalito granulitizado com coloração cinza esverdeada, granulometria
an média a grossa, encontra-se fraturado, gnaissificado.
a

r
ne linh

G ua
Quartzo-gabro granulitizado de coloração cinza esverdeada, granulometria
75 b.
Ri fina a média, encontra-se fraturado, foliado.
o Pa

Gabronorito granulitizado de coloração cinza, granulometria fina à grossa,


Ri

encontra-se fraturado e foliado.


57
ESTRUTURAS
Ri
30
Direção e sentido de linha de estiramento mineral.

b. Á
gua Fri a
70 Direção mergulho de zona de cisalhamento.


30 r.M
80 Direção e mergulho de foliação.
BR-1

r
29 40

BA
oq
uim

-9
72

76
01

Direção de foliação vertical.

18 35 Direção e mergulho de superfície de acamadamento.

48 Zonas de cisalhamento cinistrais


Rib Direção de falhas e fraturas fotointerpretadas e obtidas por tratamento
. Caj a ze
i ra de imagem SRTM.
Lineamentos estruturais fotointerpretados e obtidas por tratamento de
Ri

R o
io Sã imagem SRTM.
P 49 oP
ne ed
a

71 ro TOPONÍMIA

Có r r
l
inh

S Estradas e rodovias

.
68
a

çara

er
ro
37 34 Drenagem

te
Ju

Área urbana
rr.

33

28
50
45°0'0"W 40°0'0"W 35°0'0"W
50 BA-
27 0 PERNAMBUCO

PIAUÍ
5 75 MARANHÃO

10°0'0"S

10°0'0"S
ALAGOAS
Camacã 20

E
IP
Co

TOCANTINS
r r. d o Our

RG
Ri o

SE
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8.292.144

8.292.144
Santa Luzia

O
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IC
BAHIA
BR-101

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is


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65 Salvador

GOIAIS

AT

rr. P

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ÁREA DE

NO
reto

15°0'0"S

15°0'0"S
Córr. da A TRABALHO

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OC
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Ri

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MINAS GERAIS
0 150 km

Rib.
Sa ES
lo
b ro
45°0'0"W 40°0'0"W 35°0'0"W
Ri

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b

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rr.

12
do

15
km
Pe

Coord. UTM 0 1 2 4
ix o

Zona 24 L Sul
to

450.762 470.762

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