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Rosa Marina

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INTRODUÇÃO

Estudos afirmam que a educação em Angola passou por um conjunto de


factores condicionantes para se chegar ao sistema de ensino dos dias de hoje.
A educação é um processo planificado e sistematizado de ensino-
aprendizagem, que visa preparar de forma integral o indivíduo para as
exigências da vida individual e colectiva e se desenvolve na convivência
humana, a fim de ser capaz de enfrentar os principais desafios da sociedade,
especialmente na consolidação da paz e da unidade nacional e na promoção e
protecção dos direitos da pessoa humana e do ambiente, bem como no
processo de desenvolvimento científico, tecnológico, social e cultural do país.
De acordo com Silva (2020), “a educação desempenha um papel crucial como
processo estruturado e sistemático de influências sociais no sentido do
desenvolvimento contínuo e integral da personalidade dos indivíduos, tendo em
conta as carácter ísticas do modo de vida, os desafios para os quais terão de
estar preparados e as tarefas sociais que terão de assegurar”. Ela é o factor
através do qual os valores, padrões sociais e éticos específicos de uma
sociedade são transmitidos e assimilados, formando cidadãos livres,
responsáveis e autónomos, isto é, indivíduos capazes de julgar, com espírito
crítico e construtivo, o meio social em que se integram e de se empenhar na
sua transformação e progresso.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O sistema de educação é o conjunto de estruturas e modalidades e instituições
de ensino, por meio das quais se realiza o processo educativo, tendente à
formação harmoniosa e integral do indivíduo, com vista a construção de uma
sociedade livre, democrática, de direito, de paz e de progresso social.

Existem diferentes documentos normativos que embasam o trabalho da escola


e a prática docente, sendo o currículo escolar um dos principais, pois orienta o
processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar.

1. O currículo escolar é a base da prática pedagógica, que envolve os


conteúdos que serão estudados, as actividades realizadas e as
competências a serem desenvolvidas, com o objectivo da formação
plena dos estudantes.

Ele serve como referência para a gestão e organização do conhecimento


escolar, ao dispor sobre os conteúdos a serem estudados e o modo como
serão abordados em sala de aula, além de estabelecer as metodologias e
estratégias de aprendizagem adoptadas pela escola. Trata-se de um
documento normativo que compreende os objectivos de aprendizagem e as
habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos, além de orientar o trabalho
dos professores para cumprir esse propósito.

O currículo escolar é parte integrante do Projecto Político Pedagógico da


escola, documento normativo que contém todas as actividades a serem
realizadas ao longo do ano letivo, compartilhado com toda a comunidade
escolar. Ele surgiu para organizar o projecto pedagógico e atender às
directrizes educacionais, com a padronização dos conhecimentos a serem
adquiridos pelos alunos, de modo a garantir uma formação democrática que
proporcione a humanização, a cidadania, o direito à educação e a diminuição
da desigualdade cultural.

Outros documentos normativos como a Lei n.º 4/75 de 09 de Dezembro de


1975 e a A Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino que servem de
trabalho nas práticas pedagógicas:

1.1 A Lei n.º 4/75 de 09 de Dezembro de 1975, um mês a seguir à


Independência, que consagrava a nacionalização do ensino (Brás,
2019). Esta lei teve como base a lei constitucional de 1975, aprovada
pelo MPLA no dia da proclamação da independência. Trata-se da lei
que nacionalizou a educação em Angola, cujos objectivos imediatos
eram fazer do sistema de educação um instrumento do Estado e
substituir todo o aparelho colonial da educação e ensino, promovendo
no seio da sociedade angolana uma educação virada para o povo
(escola para todos), uma vez que as autoridades coloniais não a

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tinham implementado devido a sua política de exclusão e discriminação
da maioria dos angolanos.
2. A Lei de Bases do Sistema de Educação e Ensino: O Sistema de
educação implementado em Angola após a independência, em 1975,
apresentava um conjunto de distorções, desde a organização à gestão
de processos do ensino e aprendizagem. Estes problemas identificados
no referido diagnóstico ditaram a realização de uma reforma do sistema
de educação angolano. Tendo em vista a melhoria da qualidade da
educação escolarizada em Angola, o sistema de educação conheceu
mudanças significativas introduzidas ao enunciar que o sistema de
educação se desenvolve em todo o território nacional e a definição da
sua política é da exclusiva competência do Estado, cabendo ao
Ministério da Educação e Cultura a sua coordenação. O artigo 3.º faz
referência aos seus objectivos, enfatiza o propósito de desenvolver
harmoniosamente as capacidades físicas, intelectuais, morais, cívicas,
estéticas e laborais da jovem geração, de maneira contínua e
sistemática e elevar o seu nível científico, a fim de contribuir para o
desenvolvimento social e económico do País e «formar um indivíduo
capaz de compreender os problemas regionais, nacionais e
internacionais de forma crítica e construtiva para a sua participação
activa na vida social à luz dos princípios democráticos». A Lei n.º 32/20,
de 12 de Agosto altera a Lei n.º 17/16, de 07 de Outubro em função da
necessidade que se teve de modificar algumas disposições da referida
lei, no sentido de melhor clarificar a tipologia e a designação das
instituições de cada Subsistema de Ensino, reafirmar o papel nuclear
dos professores e o reforço do rigor e experiência para acesso à classe,
bem como a natureza terminal do Ensino Secundário.
2.1 Administração Educacional em Angola
A gestão do sistema de ensino angolano em termos de normativos
reflecte a gestão pedagógica e escolar de competência exclusiva do
Ministério da Educação e Cultura (MED, 2001), considerando vários
aspectos, entre os quais as mudanças dos seus normativos que regem
as suas reformas. Assim, com esta segunda reforma, o Sistema de
Educação conheceu mudanças significativas, introduzidas ao abrigo da
Lei n.º 13/01 de 31 de Dezembro (INIDE, 2018). Com a entrada em
vigor da Constituição da República de Angola, aprovada a 5 de
Fevereiro de 2010. Neste período, o Ministério da educação vem
promovendo o Programa de Adequação Curricular denominado PAC
2018-2019, que além da adequação, revisão, correcção e inovação,
flexibilização dos processos curriculares, integra uma estratégia de
formação dos Agentes da Educação em Serviço, desenvolvida por um
modelo em cascata.

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Com base nos princípios da normativos supracitados, o que se pretende é
proporcionar aos alunos do Ensino Secundário, em especial, uma formação
básica para a cidadania, e cabe à escola criar condições de aprendizagem
para:

“o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o


pleno domínio da leitura, da escrita ou seja a retenção do conhecimento;

“a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da


tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

“o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a


aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

“o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e


de tolerância recíproca em que se assenta a vida social”.

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CONCLUSÃO
Ao longo da elaboração do presente trabalho foi-me possível observar que as
normas criadas para a prática pedagógica surgiram no intuito de regularizar os
aspectos fundamentais de cada disciplina e orientar os professores na
aplicação do conhecimento, além de reunir as disciplinas e os conteúdos a
serem implementados e cumpridos pelas escolas, ele são importantes para
estabelecer os objectivos de aprendizagem em cada etapa, bem como sua
sequência lógica para a construção do conhecimento. O currículo escolar
também determina a carga horária, a metodologia que orientará a prática
docente e a definição do processo de avaliação, seus indicadores e
instrumentos.

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Referências Bibliográficas
www.med.gov.ao;
Brás, C. (2019): O papel da escola na formação para a cidadania em Angola;
Cultura (MEC), M. d. (2001). Estratégia Integrada para a Melhoria do Sistema
de Educação (2001-2015), Luanda, Editorial Nzila;
Ngaba, A.V (2012), Políticas Educativas em Angola (1975-2005). Entre o global
e o local: O Sistema Educativo Mundial, Mbanza-Kongo edição SEDIECA;
Nguluve, A. K. (2010). Educação Angolana: Políticas de Reformas do Sistema
Educacional. 1ª ed. S. Paulo;
Biscalchin; Paxe, I. (2017). Políticas Educativas em Angola: Um desafio do
direito à educação. 1.ª Ed. Luanda: Where Angola Publisher;
REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA. Lei n.º 4/75, de 09 de Dezembro de
1975;
Silva, E. A. A (2020): princípios e propostas para a Gestão da Educação
Escolar em Prol da Eficiência e da qualidade (Lei de Bases do Sistema de
Educação e Ensino, debates e proposições;
Teodoro, A. (1994), Políticas Educativas em Portugal. Educação,
Desenvolvimento e Participação Política dos Professores, Lisboa, Bertrand
Editora, Lda;
Vieira, L. (2007). Angola: A Dimensão Ideológica da Educação 1975 – 1992. 1ª
Ed. Luanda: Nzila.

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