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NEURO ANATO
Sistema carotídeo
Artéria vertebral
Ramo da artéria subclávia, penetra no processo transverso das vértebras cervicais e ganha
a calota craniana mediante o forame magno. A partir de então, anastomosa-se com a sua
equivalente contralateral formando a artéria basilar.
Polígono de Willis
Formado pelas artérias cerebrais posteriores (ramos terminais da artéria basilar), artérias
comunicantes posteriores, cerebrais médias (continuação da artéria carótida interna),
cerebrais anteriores (ramos da carótida interna) e uma única comunicante anterior.
Ponto de grande relevância na neuroanatomia, uma vez que todas as suas anastomoses
formam uma rede de supressão sanguínea cerebral, ele é capaz de manter o aporte
sanguíneo adequado em caso de obstrução.
Artérias cerebrais
Irrigação do cerebelo
São duas de cada lado; anterior (ramo da basilar) e posterior. A artéria cerebelar
póstero inferior pode ser acometida por diversas síndromes e é ramo da artéria
vertebral.
Sistema venoso
● A veia jugular interna, tributária da subclávia, é formada pela passagem desta pelo
forame jugular.
● No interior da dura máter há os seios da dura máter responsáveis pela drenagem
do sangue. O trajeto do sangue nessa região se dá através do seio sagital superior,
inferior, confluência dos seios, seio transverso, seio sigmóide e, finalmente,
desembocam na veia jugular interna.
● A glândula hipófise é circundada pelo seio cavernoso, por onde há a passagem de
muitos componentes vasculares e nervosos, são eles: artéria carótida interna, nervo
oculomotor (iii), troclear (iv), parte oftálmica e maxilar do trigêmeo (v) e abducente
(vi).
● A veia facial possui uma característica: veia angular, que anastomosa-se com as
veias oftálmicas (no interior da órbita) e drena para o seio cavernoso: tais estruturas
formam a zona perigosa da face; podem ocorrer repercussões profundas de
processos inflamatórios nesta região.
FISIOPATO
Exame físico
A Escala de avaliação pré-hospitalar pode ser utilizada como método de triagem porque
possui boa acurácia. Caso o paciente apresente qualquer um dos seguintes itens, seu
resultado é positivo:
● Queda facial: quando o paciente é solicitado a mostrar os dentes ou sorrir, verifica-se
assimetria;
● Fraqueza nos braços: quando o paciente é solicitado a estender os braços para a frente
em um ângulo de 90% com o tronco e mantê-los na posição por 10 segundos, um dos
braços não se move ou não fica mantido na posição em relação ao contralateral;
● Fala anormal: quando o paciente é solicitado a pronunciar a frase “na casa do padeiro
nem sempre tem trigo”, o paciente pronuncia palavras incompreensíveis, usa palavras
incorretas ou é incapaz de pronunciar.
Já a equipe responsável pelo atendimento hospitalar deve priorizar o uso da Escala do
NIHSS (National Institute of Health and Stroke Scale), que tem grande utilidade diagnóstica,
prognóstica e na avaliação sequencial do paciente.
Exame de imagem
O método de imagem mais utilizado, mais disponível e de menor custo para a avaliação
inicial do AVC isquêmico agudo é a tomografia computadorizada de crânio, demonstrando
sinais precoces de isquemia em até 67% dos casos nas primeiras 3 horas do início dos
sintomas e em até 82% dos casos nas primeiras 6 horas do icto (última hora em que a
pessoa foi vista assintomática). A detecção aumenta para aproximadamente 90% após 1
semana. Além disso, tem boa capacidade para identificar sangramentos associados. A
lesão isquêmica aparece como uma hipodensidade que não se impregna pelo contraste,
geralmente no território suprido pela artéria cerebral média.
Diagnóstico Diferencial
O conhecimento do médico sobre as principais formas de instalação das desordens
cerebrais é fundamental para o diagnóstico clínico de AVC hemorrágico ou isquêmico. Por
exemplo, um déficit que se desenvolve durante semanas é usualmente decorrente de lesão
cerebral com efeito de massa, p. ex., neoplasia ou abscesso cerebrais. Já um hematoma
subdural deve ser distinguido de um AVC por seu curso mais prolongado e pela combinação
de disfunções focais e difusas. Os ataques isquêmicos transitórios (AIT) podem ser
confundidos com migrânea com aura, caracterizada por sinais ou sintomas focais,
usualmente visuais como os escotomas cintilantes, hemiparesia ou outros déficits focais.
Convulsões podem ser confundidas com AIT. A maioria das convulsões produz atividade
motora ou sensitiva positivas, enquanto a maioria dos AVC ou AIT produz sintomas
negativos. O estado pós-ictal observado após uma convulsão pode também ocorrer em
algumas síndromes isquêmicas. Uma pequena proporção de AVC (10%), especialmente os
embólicos, é associada a convulsões concomitantes. Outras doenças que podem mimetizar
um AVC são: hipoglicemia, doença de Ménière ou outras vestibulopatias periféricas.
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
Critérios de inclusão
Serão incluídos neste Protocolo pacientes adultos (idade igual ou maior a 18 anos) com
diagnóstico de AVCi agudo.
A depender do tratamento a ser disponibilizado, o paciente deve apresentar adicionalmente
os critérios de inclusão a seguir. Para realização de trombólise, serão incluídos pacientes
com todos os critérios a seguir:
● Avaliação de médico neurologista que confirme AVCi agudo;
● Quadro clínico de AVC com início há menos de 4,5 horas desde o início dos sintomas até
a infusão do medicamento;
● Tomografia computadorizada ou ressonância magnética sem sinais de hemorragia
intracraniana.
Para realização de trombectomia mecânica em indivíduos cujo início dos sintomas tenha
ocorrido em até 8 horas ou que tenham sido vistos bem (sem déficit neurológico) pela última
vez em até 8 horas, os pacientes deverão apresentar todos os critérios a seguir:
● Oclusão envolvendo a artéria carótida interna intracraniana, o primeiro segmento da
artéria cerebral média (M1) ou ambos que puderem ser tratados dentro de 8 horas após o
início dos sintomas (definido como o momento em que o paciente foi visto pela última vez
em um estado normal de saúde);
● Pontuação de pré-ataque de 0 ou 2 na escala modificada de Rankin (variação de 0 [sem
sintomas] a 6 [morte]);
● Pontuação de 6 ou mais no National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS; intervalo de
0 a 42, com valores mais altos indicando déficit mais grave) na apresentação.
Para realização de trombectomia mecânica em indivíduos cujo início dos sintomas tenha
ocorrido entre 8 e 24 horas ou que tenham sido vistos bem (sem déficit neurológico) pela
última vez entre 8 e 24 horas, os pacientes deverão apresentar todos os critérios a seguir:
● Sinais e sintomas consistentes com o diagnóstico de um AVCi de circulação anterior
agudo;
● Pontuação de 6 ou mais no NIHSS;
● Pontuação na Escala de Rankin modificada menor ou igual a 2 antes do curso de
qualificação (funcionalmente independente para todas as atividades da vida diária - AVD);
● Volume do infarto (avaliado por perfusão ou difusão), considerando os seguintes pontos
de corte:
o Menor que 21 cm³, em pacientes com idade maior ou igual a 80 anos e com NIHSS
acima de 10;
o Menor que 31 cm³, em pacientes com idade menor que 80 anos e com NIHSS entre 10
e 19;
o Menor que 51 cm³, em pacientes com idade menor que 80 anos e com NIHSS acima de
20;
o Menor que 70 cm³, em pacientes com mismatch maior que 1,8, penumbra maior que 15
mL e que apresentem janela de sintomas entre 8 e 16 horas.
Critérios de exclusão
Para realização de trombólise, serão excluídos pacientes que apresentem uma das
contraindicações ao procedimento, quais sejam:
● Resolução completa espontânea imediata ou área de hipodensidade precoce à tomografia
computadorizada (sugestiva de área isquêmica aguda) com acometimento maior do que um
terço do território da artéria cerebral média;
● Realização de cirurgia de grande porte nos últimos 14 dias;
● Histórico de hemorragia intracraniana;
● Malformações arteriovenosas ou tumores intracranianos;
● Pressão arterial sistólica maior que 185 mmHg após tratamento anti-hipertensivo (não
responsiva à correção adequada);
● Pressão arterial diastólica maior que 110 mmHg após tratamento anti-hipertensivo (não
responsiva à correção adequada);
● Suspeita de hemorragia subaracnóide;
● Hemorragia gastrointestinal ou genitourinária nos últimos 21 dias;
● Contagem de plaquetas menor que 100.000/mm³; RNI acima de 1,7; TTPA acima de 40s,
(sem necessidade de esperar resultados para iniciar a trombólise na maioria dos casos;
aguardar sempre INR em pacientes em uso de antagonistas da vitamina K - varfarina,
femprocumona; aguardar TTPA em pacientes hospitalizados que estejam usando heparina
não fracionada endovenosa; aguardar contagem de plaquetas nos pacientes com histórico
ou suspeita de plaquetopenia; aguardar todos os exames de coagulação em pacientes com
histórico de coagulopatia ou hepatopatia ou hemorragia);
● Defeito na coagulação (RNI maior que 1,7);
● Uso de anticoagulantes orais diretos (ACOD - inibidores diretos de trombina ou de fator
Xa) nas últimas 48 horas, se a função renal estiver normal. Caso o paciente apresente
testes de coagulação (TTPa, INR, contagem de plaquetas, tempo de trombina, tempo de
ecarina, atividade de Xa) normais, a trombólise pode ser realizada, se não apresentar
outras contraindicações. Em pacientes em uso de dabigatrana, se houver o agente reversor
disponível (idarucizumabe), ele pode ser utilizado e a trombólise realizada logo após;
● Suspeita de hemorragia subaracnóide, mesmo com tomografia normal;
● Em uso de dose terapêutica de heparina de baixo peso molecular nas últimas 24 horas;
● Endocardite bacteriana;
● Dissecção de arco aórtico;
● Hemorragia interna ativa, evidência de sangramento ativo em sítio não passível de
compressão mecânica.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA
Tratamento farmacológico
A trombólise é um tratamento recomendado no AVCi agudo, que envolve o uso de
medicamentos trombolíticos para a destruição do coágulo, como: alteplase, estreptoquinase
e tenecteplase.
Dentre os medicamentos, a alteplase é o mais utilizado e o único recomendado neste
Protocolo. Sobre a tecnecteplase, estudos recentes indicam um potencial efeito benéfico de
seu uso em pacientes com AVCi agudo. No entanto, no Brasil, não há indicação aprovada
em bula para tratamento de AVCi. Quanto ao uso da estreptoquinase, estudos avaliando
sua eficácia e segurança não demonstraram bons resultados, tendo sido suspensos
prematuramente e não há evidências para substanciar o tratamento de AVC isquêmico com
este medicamento.
Para cada região sem alterações na TC de fase aguda, conta-se um ponto. Cada região
que apresente hipodensidade ou edema focal, perde-se um ponto. Ou seja, se 3 regiões na
TC apresentaram hipodensidade, o ASPECTS será de 7 pontos. Se apenas 1 teve
alteração, o ASPECTS será de 9 pontos.
1. Caudado
2. Lentiforme
3. Cápsula interna
Os valores de ASPECTS que estão próximos de 10, indicam áreas de isquemia mais
restritas (melhor prognóstico). Já os valores mais próximos de 0, relatam isquemias mais
extensas, que tem um pior prognóstico.
Além disso, não existe um ponto de corte claro do valor do score ASPECTS que indique ou
contraindique o tratamento com trombólise ou trombectomia. Contudo, quando há uma
avaliação desse score, uma avaliação clínica e com outros exames complementares é
possível escolher a melhor decisão terapêutica para o paciente.
O score ASPECTS foi pensado para avaliar os territórios cerebrais irrigados pela artéria
cerebral média. Dessa forma, as principais limitações desse sistema são:
O Ministério da Saúde divulgou, em 2013, o Manual de Rotinas para Atenção ao AVC. Esse
documento disponibiliza, dentre outros aspectos relacionados ao manejo do AVC, duas
classificações para elencar as possíveis regiões acometidas pelo AVC e também as
possíveis causas etiológicas dessa doença. Tais classificações são denominadas:
Síndromes provocadas por lesão nas regiões corticais mais profundas. São caracterizadas
pela possível presença de déficit sensitivo e motor; Disartria (“clumsy-hand”); Hemiparesia
atáxica.
Tal acometimento acontece a partir de lesões nos ramos arteriais da circulação cerebral
anterior. Esse tipo de síndrome é caracterizado por combinações de sintomas, como:
É desenvolvida a partir da obstrução das artérias vertebrais, da artéria basilar, das artérias
cerebrais posteriores ou de seus ramos. É caracterizada pela seguinte apresentação: