Monografia - Inicial - Lusibina 25 de Maio
Monografia - Inicial - Lusibina 25 de Maio
Monografia - Inicial - Lusibina 25 de Maio
Quelimane
2021
Lusibina Mário Simões Bové
Quelimane
2021
Parecer do Tutor
Dedicatória
Em segundo, gostaria de agradecer à minha família, pela paciência suportada com as minhas
ausências de casa e pela força incansável que me deram para que concluísse este meu grande
percurso universitário.
Em terceiro, e de forma muito especial, agradeço a minha supervisora Lic. Elisa Abibo
Abacar Uaieca, pela forma sábia assim como pela paciência e amabilidade que teve durante a
orientação da presente Monografia
Aos meus colegas em especial as duas irmãs que a faculdade me deu Fauzia Martins e Zanura
Nauaga, pelo seu apoio para ultrapassar os obstáculos encontrados durante esta longa jornada
académica e entrevistados pela sua disponibilidade.
Por fim, gostaria de agradecer à todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram
positivamente para que este trabalho fosse realizado.
The present research entitled “Psychological consequences of the beginning of early sexual
activity in girls aged 13 to 16 years old, a case study in the city of Quelimane, neighborhood
of Janeiro, (2019-2020)”. Thus, with this theme an approach is developed to the different
repercussions resulting from the early onset of sexual activity in girls with retro age
mentioned. The general objective is to understand the psychological consequences of the
beginning of early sexual activity in girls aged 13-16 years and the specific ones: to
understand the motivations for the beginning of early sexual activity, to verify the girl's
relationship with her parents and to describe the psychological repercussions resulting from
the beginning of early sexual activity. The research problem is the psychological
consequences of the beginning of early sexual activity in girls aged 13 to 16 years old in the
neighborhood of Quelimane, Janeiro? Thematic relevance is justified in that, the beginning of
early sexual activity is a worldwide concern and the practice is more accentuated. The theme
has been the focus of many debates in social spheres with a view to finding solutions to
discourage this attitude in adolescence, and may wait for the psychologically and biologically
predicted period. Thus, the following hypotheses were raised: H1 What are the motivations
for the beginning of early sexual activity in girls aged 13 to 16 years? H2What is the
relationship of the girl with her parents in order to determine the level of openness for
dialogue about the beginning of sex? H3 What are the psychological repercussions resulting
from the beginning of early sexual activity at the age mentioned above by the girl? To achieve
the objectives, exploratory research, qualitative approach, observation, semi-structured
interview and bibliographic research were used. In order to verify the relationship of the girl
with her caregivers as a way of ascertaining the level of openness for dialogue about the
beginning of sex, it was found that, in the majority of girls, there is no such openness. Allied
to this fact, sexual practice within the family is a “taboo”, there is this lack of openness
between children and guardians to talk about sex, a space that could allow the girl to have an
idea about the practice of this activity and likely implications of early onset. According to the
different findings identified throughout the study, in order to minimize the problem, it is
recommended that: There is a greater open dialogue between children and guardians about the
practice of sexual activity, its implications in the early beginning as a way of psychologically
preparing the child. adolescent.
Ed. : Editora;
ISHCT: Instituto Superior de Humanidades, Ciências e Tecnologias;
OMS : Organização Mundial de Saúde;
HIV: Vírus de Imunodeficiência Humana
DTS’s: Doenças de Transmissão Sexual
TEPT: Transtorno de Estresse Pós-traumático
PNS: Plano Nacional de Saúde
SINASC: Sistema de Informação Sobre Nascidos Vivos
S/D : Sem Data;
S/: Sem Local.
Lista de Tabelas
Tabela1: Conversa com encarregado de educação sobre actividade sexual? .........................26
Tabela2: O inicio da actividade sexual precoce afecta negativamente nos estudos?................26
Tabela3: Pode-se contrair alguma doença como resultado da actividade sexual precoce?......27
Tabela4: Contraiu uma gravidez?.............................................................................................27
Epigrafe
CAPITULO I: INTRODUÇÃO..............................................................................................11
CAPÍTULOII:REVISÃODA LITERATURA........................................................................15
2.1. Conceitualização................................................................................................................15
3.1.Tipo de pesquisa.................................................................................................................20
3.4. Universo.........................................................................................................................21
3.4.1. Amostra.......................................................................................................................22
6.1. Conclusão.......................................................................................................................29
6.2. Recomendações..................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................31
O início da actividade sexual precoce constitui um fenómeno que tem ganhado muito
acentualidade na sociedade. A faixa etária que pretende-se estudar, enquadra-se na
Adolescência e é uma fase em que considera-se que a rapariga ainda não esta preparada para
prática de actividade sexual pelo desenvolvimento mental e físico.
Objectivo geral
Compreender as consequências psicológicas do inicio da actividade sexual precoce em
raparigas dos 13-16 anos, estudo de caso Bairro de Janeiro, na cidade de Quelimane
(2018-2019).
Objectivos específicos
11
Perceber as motivações do início da actividade sexual precoce em raparigas dos 13 aos
16 anos de idade;
Verificar o relacionamento da rapariga com seus encarregados de educação com vista
apurar o nível de abertura para diálogo sobre início de sexo;
Descrever as repercussões de carácter psicológico resultante do início da actividade
sexual precoce na idade acima mencionada por parte da rapariga.
12
Deste modo, durante o estágio profissional, no apoio psicossocial as raparigas na
adolescência, verificou-se um maior número de pacientes manifestaram terem tido início de
actividade sexual precoce. Nesta ordem de ideia, levanta-se a seguinte questão de
investigação: Quais são as consequências psicológicas do início da actividade sexual
precoce das raparigas de 13 aos 16 anos de idade no bairro Janeiro, na cidade de
Quelimane?
A escolha do tema para realização do presente estudo foi motivada pelo facto da
autora ter constatado ao longo do estágio profissional muitas adolescentes estarem em
situação de inicio de actividade sexual precoce. Dada a complexidade das características
mentais e fisiológicas na adolescência motivou na autora a realizar o estudo com este tema
para perceber as consequências psicológicas do início da actividade sexual precoce nas
raparigas dos 13 aos 16 anos de idade no bairro Janeiro, na cidade de Quelimane.
13
A presente pesquisa esta estruturado da seguinte maneira: Capitulo I onde esta contida
a introdução e elementos da pesquisa; Capitulo II-revisão da literatura; Capitulo Metodologia
onde os caminhos traçados para alcance dos objectivos, Capitulo IV, apresentação de
resultados, capitulo V discussão de resultados, conclusão e finalmente as referências
bibliográficas.
14
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Conceitualização
2.1.1. Conceito de Adolescência
Para Olson (1983) a adolescência é um período ou uma etapa na vida de um individuo
que se inicia por profundas alterações morfológicas, biológicas e psicológicas, terminando
pela formação de uma personalidade e adopção de um sistema de valores que pronunciam a
entrada na idade adulta.
Tavares & Alarcão (1992) definem adolescente como aquele que “está a crescer, a
amadurecer do ponto de vista orgânico, psicológico e social e humano, contraposto ao
adulto”.
Piaget (1990) refere que o adolescente é um individuo que constrói sistemas e teorias
cuja adaptação à sociedade far-se-á de forma automática quando se torna realizador. Para o
mesmo autor, o adolescente não tem tempo nem oportunidade para aperfeiçoar a sua
metafísica, as suas paixões e a sua megalomania para uma verdadeira criação pessoal, factores
indispensáveis para a formação de um “EU” dinâmico, interactivo, onde impera a inteligência
e a afectividade.
Desse modo deve-se buscar conhecer os tabus e crenças sobre a sexualidade para que
possa ser explanado este assunto com os adolescentes de forma mais tranquila, estabelecendo
uma comunicação segura, clara e sem receio entre as partes (Cano etal., 2000).
15
Suplicy (1983, p.25) afirmou que, algumas famílias não educam os adolescentes a
respeito da sexualidade, muitas vezes pela forma rígida que os pais foram educados e por que
se sentem incapacitados para abordar tal assunto, deste modo alguns pais se omitem e deixam
essa educação sexual para as escolas e para o sistema de saúde ensinar aos seus filhos, embora
estejam conscientes da sua obrigação como pais em dar educação sexual.
Podemos então referir que quanto maior for a capacidade das famílias comunicarem
sobre sexualidade sem tabus, no momento certo, na altura certa e da forma mais correcta
adequada à idade, menores serão os comportamentos sexuais de risco da criança e do
adolescente.
Assim, na sociedade contemporânea, uma das questões mais discutidas são a sexualidade e a
conduta sexual, pois os indivíduos vêm sofrendo relevantes modificações, destacando que nas
últimas décadas a mulher conquistou uma "liberdade sexual" e social nunca antes vista nas
gerações passadas.
16
2.3. As mídias e a sexualidade
A adolescência é um processo de construção de valores, sendo nessa fase um dos
períodos que os mesmos mais se deixam influenciar pelas coisas que estão ao seu redor, desde
amigos, mídia, internet, televisão, folders e até mesmo outdoors (Rocha e Pereira., 2009).
Por isso é de suma relevância analisar, sobre a mentalidade que está sendo formada
pelos jovens, diante dos incentivos que são difundidos pelos veículos de comunicação e
verificar se os mesmos estão atentos às intervenções da mídia na construção da identidade e
na formação da sua sexualidade (Cardoso e Silva, 2013).
Além disto, na maioria das famílias os pais não obtêm mais o alto poder de influência
na educação dos adolescentes, pois esse dever foi assumido em parte, pelos programas de
televisão, que não cansam de exibir sexo, traição, vingança, ódio, amor, mas como sempre
tendo um final feliz, ou melhor, dizendo o jovem nas novelas tem relações sexuais sem
responsabilidades, mas no final do roteiro sempre tem um eterno final feliz, como nos contos
de fábulas.
Porém, a realidade é bem diferente da ficção, ao qual não mostra os inúmeros riscos
que são adquiridos na relação sexual sem responsabilidade e conscientização, como doenças
sexualmente transmissíveis, uma gravidez indesejada, aborto entre outros.
17
sexual precoce e com isto surge a preocupação com doenças sexualmente transmissíveis,
gravidezes não programadas e o uso de diversos tipos de drogas, abortos entre outros.
De acordo com o Plano Nacional de Saúde (PNS) de 2012 a 2015 no Brasil, cerca de
630 mil pessoas vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) na faixa etária de 15
a 49 anos de idade, a taxa de predomínio da infecção pelo vírus, nesta população, contínua
estável desde 2004 em aproximadamente 0,6% (0,8% nos homens e 0,4% entre as mulheres),
em média são detectados cerca de 35 mil casos de pessoas que contraíram o Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) por ano (BRASIL, 2017).
Outro factor desfavorável que pode ocorrer está relacionado com a gravidez
indesejada. No Brasil de acordo com o Ministério da Saúde o número de grávidas diminuiu
cerca de 17% entre 2004 e 2015, os dados fornecidos pelo Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (Sinasc), mostra um declínio entre mães de 10 a 19 anos de idade, de 661,2
mil nascidos vivos em 2004, para 546,5 mil em 2015.
As mães adolescentes no ano de 2015, que deram à luz representam cercam de 18%
dos três milhões dos nascimentos de crianças no país neste ano. A região no Brasil com mais
filhos de mães adolescentes é o Nordeste, com cerca de 180 mil nascidos ou 32%, logo após
aparece à região Sudeste com 179,2 mil ou 32%, o Norte do país com 81,4 mil que representa
14%, a região Sul 62.475 ou 11% e por último o Centro
Oeste com 43.342 ou 8% (BRASIL, 2017).
18
Com um nível escolar baixo, essa adolescente provavelmente não terá um emprego
com um bom salário, com isso o seu nível socioeconómico permanecerá o mesmo
continuando na classe social mais desfavorecida e marginalizada da sociedade. E um novo
ciclo se inicia, pois as mesmas não tiveram orientações sobre a sexualidade quando
adolescentes, do mesmo modo não terão condições de instruir seus filhos.
De acordo com (Fundo das Nações Unidas para a População) UNFPA (2013), a
relação entre a educação e a gravidez precoce na adolescência é um casamento difícil. A
literatura mundial traz evidências de que a educação por si só é o maior factor de protecção
contra a gravidez na adolescência.
19
Segundo Erik Erikson na etapa de desenvolvimento psicossocial puberdade e
adolescência, o adolescente procura a sua própria identidade separada da dos seus pais ou das
tradições sociais e o fracasso na busca da sua identidade traz consigo confusão e
desorientação nas suas crenças, ideias, sexualidade e vocação.
Uma das tarefas básicas da etapa adolescente é a procura da identidade. Dependendo
das fases prévias, a crise de identidade dos jovens resolver-se com maior ou menor
dificuldade. Da mesma maneira, a resolução desta crise contribui para êxito das etapas
posteriores.
Uma serie de factores como (transformações filológicas, procura de afecto,
curiosidade, demonstração de maturidade, cumprimento das expectativas dos adolescentes,
empurram o adolescente para satisfação do seu desejo sexual, oferecendo-lhe aliciantes e
excitação. Outros como contexto cultural, família, meios de comunicação social e religião não
actuam num sentido tão concreto e directo, mas funcionam como travão em ocasiões (família,
religião) e como estimulo noutros (meios de comunicação social, contexto sócio-cultural). O
efeito do conjunto destes elementos faz com que a influencia da sexualidade no adolescentes e
no jovem seja muito intensa e, de algum modo, conflituosa.
Todavia, é bom salientar que o tempo de cada fase é menos importante que as
transformações que ocorrem em cada uma dessas etapas durante o desenvolvimento do
individuo. A partir daí, as fases pré-genital se extinguem e a criança entra no período de
20
latência, permanecendo nele até os doze ou treze anos em média quando entra na puberdade e
sofre todo o processo de transformações biológica e psicológica que a preparam para a fase
adulta ou genital do desenvolvimento psicossexual (Cano, et all 2000).
Na fase oral, grande parte da energia sexual é direccionada para os lábios e a língua,
tornando-a portanto, a primeira zona erotogênica, uma vez que é esta a primeira parte a ser
dominada pela criança. Nela o prazer está associado, inicialmente, ao processo de se
alimentar. Em seguida, essa energia é grandemente direccionada para o ânus, que passa a ser a
nova zona de prazer: o ato de defecar ou reter as fezes passa a provocar prazer sexual
posteriormente, a criança entra na fase fálica, cuja zona erotogênica é formada do pénis ou do
clitóris (Cano, et all 2000 p.60).
21
Muitas pessoas são afectadas de maneira duradoura quando algo terrível acontece. Em
algumas, os efeitos são tão persistentes e graves que são debilitantes e representam um
transtorno. Via de regra, os eventos mais propensos a causar TEPT são aqueles que invocam
sentimentos de medo, desamparo ou horror. Combate, agressão sexual e desastres naturais
ou provocados pelo homem são causas comuns do TEPT. No entanto, ele pode ser causado
por qualquer experiência avassaladora e possivelmente fatal, como violência física ou um
acidente de automóvel.
Esses eventos podem ser vivenciados directamente (por exemplo, sofrer uma lesão grave ou
ser ameaçado de morte) ou indirectamente (testemunhar outras pessoas sofrendo lesões
graves, morrendo, ou serem ameaçadas de morte ou tomar conhecimento de eventos
traumáticos que ocorreram com familiares ou amigos próximos). É possível que a pessoa
tenha vivenciado um único evento traumático ou, como ocorre com frequência, vários
eventos traumáticos.
Não se sabe por que um mesmo evento traumático pode causar TEPT vitalício em algumas
pessoas, mas não causar nenhum sintoma em outras. Além disso, não se sabe por que
algumas pessoas testemunham ou vivenciam o mesmo trauma muitas vezes ao longo de
anos sem ter TEPT, mas o desenvolvem em algum momento após um episódio
aparentemente semelhante.
Critérios Diagnósticos
22
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos do evento
traumático (p.ex., socorristas que recolhem restos de corpos humanos,
policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).
1. Estado emocional negativo persistente (p; ex., medo, pavor, raiva, culpa ou
vergonha);
23
CAPÍTULO III: METODOLOGIA DE PESQUISA
No presente capítulo pretende-se ilustrar a metodologia de pesquisa a ser usada para o alcance
dos objectivos pretendidos no estudo.
3.1.Tipo de pesquisa
a) Quanto a natureza
Segundo Silva e Meneses (2005), “Pesquisa Básica: objectiva gerar conhecimentos novos
úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses
universais” (p.20). Esta pesquisa trata-se de Básica quanto a natureza porque os resultados
não foram aplicados imediatamente após a sua finalização.
24
Em linguagem comum, a observação é o exame minucioso ou a mirada atenta sobre um
fenómeno no seu todo ou em algumas das suas partes. Cientificamente, a observação não é
apenas uma das actividades da vida diária, torna-se uma técnica científica à medida que serve
a um objectivo formulado de pesquisa, é sistematicamente planificada, registada e ligada a
proposições mais gerais e, em vez de ser apresentada como conjunto de curiosidades
interessantes, é submetida a verificações e controlo de validades e precisão.
3.4. Universo
De acordo com Richardson (1999, p.157), Universo ou População é o “conjunto de
elementos que possuem determinadas características”. Usualmente, fala-se de população ao se
referir a todos os habitantes de um determinado lugar.
No universo de 30 das raparigas dos 13 aos 16 anos de idade residentes no bairro Janeiro na
Cidade de Quelimane
25
3.4.1. Amostra
Segundo Gonçalves, (2009), torna-se claro que a representatividade da amostra
dependerá do seu tamanho e da forma como é coletada visando obter uma amostra
significativa, e que de fato represente toda a população.
Através do processo de amostragem, o pesquisador busca generalizar (conclusões) de sua
amostra para a população toda, da qual essa amostra foi extraída.
Em seguida para uma análise mais profunda foi aplicada a técnica de triangulação de
dados onde envolveu uma apresentação das respostas fornecidas pelos entrevistados, uma
visão crítica da proponente e uma análise sobre as teorias em volta do tema em abordagem.
Ainda na análise de dados foi feita a categorização dos participantes, codificação de modo a
evitar a identificar seus nomes como forma de preservar a sua identidade.
26
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
No presente capítulo pretende-se apresentar os resultados colhidos junto dos entrevistados
com vista a perceber a problemática levantada ao longo do estudo. Por questões éticas os
entrevistados foram codificados com a letra “E”.
E1: Início de actividades sexuais precoce é quando iniciamos a vida sexual cedo;
E3: Actividade sexual precoce é aquela que acontece antes dos 18 anos;
E4: Início da actividade sexual precoce é quando o homem ou a mulher tem relação sexual
antes dos 18 anos de idade;
E6: Eu entendo que o início da actividade sexual precoce é quando a mulher tanto como para
o homem não estão devidamente preparados para realizar o acto sexual.
E7: Para me o inicio de actividade sexual precoce entendo como iniciar esta actividade sem
estar fisicamente e psicologicamente preparada;
E8: Actividade sexual precoce é quanto uma menor começa a prática acto sexual.
27
E3: Sim. Fui obrigada;
E6: Sim, já tive. Tive a actividade sexual precoce por insistência do meu parceiro e algumas
amizades que afirmavam e tentavam-me convencer que era o tempo ideal;
28
Sim 2 25%
Não 6 75%
Total 08 100%
Fonte: Autora, 2021
Questionados que problemas mentais terão sentido após o início precoce de actividade sexual,
os entrevistados responderam o seguinte:
E1: Passei a ter medo dos homens por causa do que me aconteceu;
E2: Bom a principio, eu passei a desconfiar de todos, porque achava que eles já sabiam o que
iniciei a vida sexual. Mas não tive nenhum problema mental;
E3: Tenho dificuldades em me relacionar. Não confio muito nas pessoas e tenho em
aprendizagem.
E4: Não tive nenhum problema mental após o acto sexual precoce, porque antes do acto
embora fosse menor já tinha informação sobre relação sexual;
E5: Isolamento;
E6: Sentia muita raiva, stresse e acima de tudo muito arrependimento. Queria ficar sozinha e
não conseguia contar para ninguém.
29
E8: Quanto eu tive este acto fiquei muito desconcentrada, sentia uma mudança mental na
minha pessoa.
Para perceber sobre conversa com encarregados de educação sobre actividade sexual,
na visão de Filioud (1981), os pais são por certo os educadores sexuais mais válidos porque a
natureza lhes confiou implicitamente esta responsabilidade. Na verdade, qualquer que seja a
sua atitude a respeito da sexualidade, mesmo que eles evitem falar dela abertamente, a
simples imagem do casal sexuado que gerou filhos, influi sobre o comportamento dos filhos.
A maneira de se comportarem com o outro cônjuge, de lhe falar, de modo atencioso ou
autoritário, é já em sim mesmo um ensinamento.
30
A tabela 1 ilustra dados sobre a questão referente se tem conversado com seus
encarregados de educação sobre actividade sexual, onde 1 dos elementos da amostra
correspondentes a 10% respondeu que sim e 7 correspondente a 90% responderam que não.
Deste modo, de acordo com os resultados percebe-se que na sua maioria das adolescentes não
tem tido conversa com os seus encarregados de educação, facto, constitui preocupante.
Os pais são as pessoas que têm maior possibilidade de interacção com os filhos desde
o seu nascimento até ao seu crescimento. Os pais são espelhos dos filhos, se em casa os pais
tem uma convivência saudável, transmitem o amor, claro que os filhos irão adquirir os bons
costumes dos pais. Por isso é concordar com a visão de Filioud, que os pais são os primeiros
responsáveis pela educação sexual dos seus filhos.
Sobre a questão, contraiu alguma doença como resultado de actividade sexual precoce,
de acordo com Freitas (2002), o início precoce da actividade sexual é um factor que predispõe
a gravidez precoce e infecções sexualmente transmitidas, incluindo para o HIV/ SIDA, pois os
adolescentes principalmente nas faixas mais inferiores da adolescência têm pouca informação
sobre actividade sexual, incluindo sobre contracepção, reduzida ou nula habilidade, e poder
para negociar sexo seguro.
31
sexual, contribui efectivamente para que alunos desenvolvam a comunicação nas relações
interpessoais, façam escolhas conscientes no que se refere à actividade sexual e à prevenção
de doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce. A educação sexual poderá
permitir ao adolescente a tomar decisões mais conscientes e responsáveis face a sua
sexualidade, (Campos 1990).
Nessa fase os adolescentes são muito influenciados pelas opiniões alheias, pela mídia,
pelos padrões e pensamentos considerados certos, ditados pela sociedade, todos esses factores
podem gerar mudança de comportamento entre os jovens despertando neles um interesse
precoce pela primeira relação sexual.
32
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusão
Por tanto, o estudo tem como teoria de base é a de Sigmund Freud, Desenvolvimento
psicossexual. Na sua teoria do desenvolvimento humano. Freud considerou o critério afectivo,
que corresponderia ao comportamento do indivíduo frente aos seus objectos de prazer e
dividiu esse desenvolvimento em fases sucessivas, atribuindo a cada uma delas um nome
ligado a parte do corpo que parecia dominar o hedonismo naquela ocasião.
33
Todo o desenvolvimento seria marcado por essas fases. que se caracterizariam.
sobretudo pela mudança do que é desejado em cada uma e pela maneira como esses desejos
são atingidos.
34
6.2. Recomendações
De acordo com as diferentes constatações identificadas ao longo do estudo, para minimizar a
problemática recomenda-se:
Há necessidade de um diálogo aberto entre os filhos e encarregados de educação sobre
a prática de actividade sexual, suas implicações no início precoce como forma de
preparar psicologicamente a adolescente;
Necessidade de realização de mais estudos de modo que a sexualidade não possa ser
marginalizada do processo educativo, quer na escola, quer no seio familiar, bem como
nos convívios sociais, abrangendo desta forma esta educação todas as idades.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Belisse, Claudia Leila. (2001). Actividade Sexual Precoce na Adolescência: a importância da
educação sexual nas escolas. São Paulo: Editoras Atlas.
Brasil. Plano nacional de saúde - PNS 2012-2015., Brasília: Ministério da Saúde.
Campos, B. P (1990). Psicologia do desenvolvimento e educação de jovens.
Universidade Aberta vol. II. Lisboa: Palácio ceia.
Cano, M. A. T. et all. (2000). Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. S/L:
Revista Latino-Americana de Enfermagem.
Cruzeiro, A. L. etall. (2010). Comportamento sexual de risco: factores associados ao número
de parceiros sexuais e ao uso de preservativo em adolescentes. Revista Ciência & Saúde
Colectiva.
Cardoso, D. M. e Silva, M. R. S. (2013). Uma análise sobre a sexualidade e a influência da
mídia na adolescência: identidade cultural contemporânea entre adolescentes de uma
escola de Belém. Lisboa: Revista do difere.
Ferreira, B. W. (2001). Considerações sobre a gravidez na adolescência. Educação. Porto
Alegre.
Filioud, A. G. M. (1981). Dicionário de psicologia do adolescente. Lisboa, S. Paulo Editora
Verbo.
Freitas, F. (2002). Rotinas em genealogia 4. Porto Alegre: Editora; Arte Medica.
Gil, A. C. (1996). Como elaborar projectos de pesquisa. 3ª Edição. São Paulo: editora Atlas.
Gil, A. C. (2002).Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4ª Edição. São Paulo: Editora Atlas.
LI, X. etall. (2000). Padrões de início de actividades sexuais relacionadas a drogas entre
adolescentes afroamericanos urbanos de baixa renda.S/L: JournalofAdolescentHealth.
Maia, R. F. et all. (2016). A influência da média na sexualidade do adolescente. S/L: Revista
Mackenzie de Educação FísicaeEsporte.
36
Michel, M. H. (2005). Metodologia e Pesquisa Científica em Ciências Sociais. São Paulo:
Editora Atlas.
37
APÊNDICE
38
Apêndice I: Guião de entrevista aplicado as raparigas
O presente guião de entrevista tem como objectivo a recolha de dados para fins académicos,
pelo que todas as informações serão usadas e tratadas simplesmente para subsidiar a pesquisa,
cujo tema é “Consequências psicológicas do início da actividade sexual precoce em
raparigas dos 13 aos 16 anos de idade, estudo de caso da cidade de Quelimane, bairro de
Janeiro, (2019-2020)”.Desde já garantimos o sigilo nas informações fornecidas, cuja
finalidade é apenas para a elaboração da Monografia
Questões de investigação
1. O entendes por início da actividade sexual precoce?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
5. Acredita que, o início da actividade sexual precoce terá afectado negativo nos seus estudos?
a) Sim_____
b) Não_____
39
8. Que problemas mentais terá sentido após o início precoce de actividade sexual?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
40