Notas de Aula Integral
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1. Primitiva
Até agora, tratamos do “problema das tangentes”. Dada uma curva, achar o
coeficiente angular de sua tangente ou, de modo equivalente, dada uma função, achar sua
derivada.
Newton e Leibniz descobriram que muitos problemas de geometria e física
dependem de “derivação para trás” ou “antiderivação”. Este é, às vezes, chamado
problema inverso das tangentes: dada a derivada de uma função, achar a própria função.
De agora em diante trabalharemos com as mesmas regras de derivação. No
entanto, aqui essas regras são usadas no sentido contrário e levam em particular a
“Integração” de polinômios.
Se 𝑦 = 𝐹(𝑥) é uma função cuja derivada é conhecida, por exemplo:
𝑑𝐹(𝑥)
= 2𝑥
𝑑𝑥
Podemos descobrir qual a função 𝐹(𝑥).
𝐹(𝑥) = 𝑥 2
Podemos acrescentar um termo constante que não muda a derivada.
𝑥 2 + 1; 𝑥 2 − √3; …
e mais geralmente, 𝑥 2 + 𝐶, onde 𝐶 é uma constante qualquer.
Esse princípio permite-nos concluir que toda solução da equação
𝑑𝐹(𝑥)
= 2𝑥 deve ter a forma 𝑥 2 + 𝐶 para alguma constante 𝐶.
𝑑𝑥
∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = 𝐹(𝑥) + 𝐶
1
Exemplo1: ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 = 3 𝑥 3 + 𝐶
= (−(−𝑠𝑒𝑛(𝑥) + 0) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
Propriedades da Integral Indefinida
A integral da soma é a soma das integrais separadas. Isto se aplica a qualquer número
finito de termos.
𝑥 𝑛+1
(iii) ∫ 𝑥 𝑛 𝑑𝑥 = 𝑛+1
,𝑛 ≠ 1
𝑥 𝑛+1 𝑥 3+1 𝑥4
a) ∫ 𝑥 3 𝑑𝑥 = +𝐶 = = +𝐶
𝑛+1 3+1 4
1
+1
1/2 𝑥2 𝑥 3/2 2
b) ∫ √𝑥 𝑑𝑥 = ∫ 𝑥 𝑑𝑥 = 1 = +𝐶 = 𝑥 2/3 + 𝑐
+1 3/2 3
2
c) ∫ 𝑒 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒 𝑥 + 𝑐, 𝑝𝑜𝑖𝑠 (𝑒 𝑥 )′ = 𝑒 𝑥
𝑑𝑡 𝑥 1/2 ′
d) ∫ 𝑥 = ∫(𝑥)−1/2 𝑑𝑡 = = 2√𝑥 + 𝑐, 𝑝𝑜𝑖𝑠 (2√𝑥 + 𝑐) = 1/√𝑥
√ 1/2
f) ∫(3𝑥 4 + 6𝑥 2 )𝑑𝑥 =
3 ∫ 𝑥 4 𝑑𝑥 + 6 ∫ 𝑥 2 𝑑𝑥 =
3 5
𝑥 + 2𝑥 3 + 𝑐
5
3 sec(𝑥) − 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) + 𝑐
𝑠𝑒𝑐 2 (𝑥)
h) ∫ 𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥) 𝑑𝑥 =
1 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
∫ . 𝑑𝑥 = ∫ 𝑡𝑔(𝑥)𝑠𝑒𝑥(𝑥)𝑑𝑥 = sec(𝑥) + 𝑐
cos(𝑥) cos(𝑥)
1 1 1
𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐(𝑥) = 𝑠𝑒𝑐(𝑥) = 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) =
𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑡𝑔(𝑥)
𝑠𝑒𝑛(𝑥) cos(𝑥) 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) + 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) = 1
𝑡𝑔(𝑥) = 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) =
𝑐𝑜𝑠(𝑥) 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑡𝑔2 (𝑥) + 1 = 𝑠𝑒𝑐 2 (𝑥) co𝑡𝑔2 (𝑥) + 1 = 𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐 2 (𝑥)
𝑡𝑔(𝑥) − 𝑐𝑜𝑡𝑔(𝑥) + 2𝑥 + 𝑐
𝑑𝑥
(a) ∫
𝑥3
1
(b) ∫( 9𝑡 2 + 3)𝑑𝑡
√𝑡
1 𝑥 √𝑥
(c) ∫ + )
√𝑥 3
𝑑𝑥
(e) ∫ 2
𝑠𝑒𝑛 (𝑥)
𝑥 2 +1
(f) ∫ 𝑑𝑥
𝑥2
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
(g) ∫ 2 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠 (𝑥)
𝑒𝑡 1
(h) ∫( + √𝑡 + )𝑑𝑡
2 𝑡
Exemplo 3:
𝑑 2
(𝑥 + 3𝑥 + 5)9 = 9( 𝑥 2 + 3𝑥 + 5)8 (2𝑥 + 3)
𝑑𝑥
Note que a derivada é um produto, e que um dos seus fatores (2𝑥 + 3)é a derivada
da expressão (𝑥 2 + 3𝑥 + 5), que ocorre no outro termo. Mais precisamente, a derivada
𝑑𝑢
é um produto da forma: 𝑔(𝑢) 𝑑𝑥 , onde, neste caso, 𝑔(𝑢) = 9𝑢8 e 𝑢 = 𝑥 2 + 3𝑥 + 5.
𝑑𝑢
Pode-se integrar muitos produtos da forma 𝑔(𝑢) 𝑑𝑥 , aplicando a regra da cadeia ao
∫(𝑢)8 𝑑𝑢
2 8 (2𝑥
𝑢9 (𝑥 2 + 3𝑥 + 5)9
∫(𝑥 + 3𝑥 + 5) + 3)𝑑𝑥 = +𝑐 = +𝑐
9 9
2𝑥
(b) ∫ 1+𝑥 2 𝑑𝑥
𝑆𝑜𝑙𝑢çã𝑜:
𝑢 = 1 + 𝑥2
𝑑𝑢 = 2𝑥𝑑𝑥
2𝑥 𝑑𝑢
∫ 𝑑𝑥 = = ln(𝑢) + 𝑐
1 + 𝑥2 𝑢
= ln(1 + 𝑥 2 ) + 𝑐
Solução:
𝑢 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑑𝑥
𝑑𝑢 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥)𝑑𝑥
𝑢3
∫ 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) cos(𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢2 𝑑𝑢 = +𝑐
3
𝑠𝑒𝑛3 (𝑥)
∫ 𝑠𝑒𝑛2 (𝑥) cos(𝑥) 𝑑𝑥 = +𝑐
3
Exercícios - Lista 2:
Resolver as seguintes integrais:
(b) ∫ 𝑡𝑔(𝑥)𝑑𝑥 𝑑𝑢
(m) ∫ 𝑢2 +𝑎2 , 𝑎 ≠ 0
𝑑𝑥 𝑑𝑥
(c) ∫ (3𝑥−5)8 (n) ∫ 16+𝑥2
𝑑𝑥
(d) ∫ √𝑡 2 − 2𝑡 4 𝑑𝑡 (o) ∫ 𝑥 2 +6𝑥+13
𝑥𝑑𝑥 2𝑠𝑒𝑛(𝑥)−5cos(𝑥)
(g) ∫ 5 (r) ∫
√𝑥 2 −1 cos(𝑥)
𝑒𝑡 3
(u) ∫ √𝑠𝑒𝑛(𝜃) cos(𝜃) 𝑑𝜃
(j) ∫ 𝑡 𝑑𝑡
𝑒 +4
Portanto,
1 𝑑𝑢 1 𝑎𝑑𝑣 1 𝑑𝑣 1
2
∫ 2 = 2∫ 2 = ∫ 2 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑣) + 𝑐
𝑎 𝑣 +1 𝑎 𝑣 +1 𝑎 𝑣 +1 𝑎
Logo:
𝑑𝑢 1 𝑢
∫ 𝑢2 +𝑎2 = 𝑎 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(𝑎)+𝑐
2. Integral Definida ou Integral de Riemann
Definição 2: Seja 𝑓 uma função contínua no intervalo [𝑎, 𝑏]. Suponha que este intervalo
seja divido em 𝑛 partes iguais de largura ∆𝑥 = (𝑏 − 𝑎)/𝑛, e seja 𝑥𝑗 um número
pertencente ao j-ésimo intervalo, para 𝑗 = 1,2, … , 𝑛. Neste caso, a integral definida de 𝑓
𝑏 𝑏
em [𝑎, 𝑏], denotada por ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, é dada por ∫𝑎 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 = lim [∑𝑛𝑗=1 𝑓(𝑥𝑗 )]∆𝑥, se este
𝑛→∞
limite existir.
Pode-se mostrar que se a função 𝑦 = 𝑓(𝑥) é contínua em um intervalo [𝑎, 𝑏],
então ela é integrável em [𝒂, 𝒃].
Interpretação geométrica:
Suponha que 𝑦 = 𝑓(𝑥) seja contínua e positiva em um intervalo [𝑎, 𝑏]. Dividimos
este intervalo em 𝑛 subintervalos de comprimento iguais, ou seja, de comprimento
𝑏−𝑎
∆𝑥 = , de modo que 𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏. Seja 𝑥𝑗 um ponto qualquer
𝑛
Figura 1
A soma das áreas dos 𝑛 retângulos construídos é dada pelo somatório das áreas
de cada um deles, isto é,
𝑛
𝐴𝑟𝑒𝑡â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜𝑠 = [∑ 𝑓(𝑥𝑗 )] ∆𝑥
𝑗=1
Intuitivamente, é possível admitir que à medida que 𝑛 cresce ∆𝑥 diminui, e
consequentemente, o somatório anterior converge para a área da região limitada pelo
gráfico de 𝑓 e pelas retas 𝑦 = 𝑜, 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏. (Figura
Figura 2 e 3
Definição 3: (Soma de Riemann) Dada uma função f limitada num intervalo [a;b], e uma
partição 𝑃 = {𝑎 = 𝑥0 < 𝑥1 < 𝑥2 < ⋯ < 𝑥𝑛 = 𝑏} desse intervalo, uma soma de
Riemann é:
𝑛
∑ 𝑓(𝑥𝑗 )∆𝑥𝑗
𝑗=1
Se, para todo 𝜀 > 0 dado existir 𝛿 > 0, que só depende de 𝜀, e não da particular escola
dos 𝑥𝑗 , tal que:
𝑛
𝒃 𝒃 𝒃
(i) 𝒇 + 𝒈 é 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒈𝒓á𝒗𝒆𝒍 𝒆𝒎 [𝒂, 𝒃]𝒆 ∫𝒂 (𝒇(𝒙) + 𝒈(𝒙))𝒅𝒙 = ∫𝒂 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 + ∫𝒂 𝒈(𝒙)𝒅𝒙
𝒃 𝒃
(ii) 𝒌𝒇 é 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒈𝒓á𝒗𝒆𝒍 𝒆𝒎 [𝒂, 𝒃]𝒆 ∫𝒂 𝒌𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = 𝒌 ∫𝒂 𝒇(𝒙)𝒅𝒙
𝒃
(iii) 𝒔𝒆 𝒇(𝒙) ≥ 𝟎 𝒆𝒎 [𝒂, 𝒃], 𝒆𝒏𝒕ã𝒐 ∫𝒂 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 ≥ 𝟎
(iv) 𝑺𝒆 𝒄 ∈]𝒂, 𝒃[ 𝒆 𝒇 é 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒈𝒓á𝒗𝒆𝒍 𝒆𝒎 [𝒂, 𝒄]𝒆 𝒆𝒎 [𝒄. 𝒃]𝒆𝒏𝒕ã𝒐
𝒃 𝒄 𝒃
∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 = ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙 + ∫ 𝒇(𝒙)𝒅𝒙
𝒂 𝒂 𝒄
Exemplo 6: Use a integração para calcular a área das regiões delimitadas pelo eixo dos 𝑥 e pelas
funções.
Suponha que 𝑓 e 𝑔 sejam definidas em [𝑎, 𝑏] e tais que (𝑥) ≥ 𝑔(𝑥), ∀𝑥 ∈ [𝑎, 𝑏]. Então
a área da região 𝑅 limitada pelos gráficos de 𝑓 e 𝑔 e pelas retas 𝑥 = 𝑎 e 𝑥 = 𝑏 é dada por:
𝑏
𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥
𝑎
𝑏
𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥
𝑎
𝑏
𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥
𝑎
𝑏
𝐴 = ∫ [𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥)]𝑑𝑥
𝑎
−2𝑥 3 4𝑥 2 2
𝐴= + |
3 2 0
8
𝐴 = = 2,6667 𝑢𝑎
3
Exercícios - Lista 3:
1. Calcular as integrais.
2
(a) ∫−1 𝑥(1 + 𝑥 3 )𝑑𝑥 (e) 3 ∫0 𝑥 √1 + 𝑥 𝑑𝑥
0 1 𝑥 2 𝑑𝑥
(b) ∫−3(𝑥 2 − 4𝑥 + 7)𝑑𝑥 (f) ∫−1 √𝑥 3
+9
2 𝑑𝑥 1 𝑑𝑥
(c) ∫1 𝑥 6 𝑑𝑥 (g) ∫0 √3𝑥+1
3𝜋
(d) ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝑥) cos(𝑥) 𝑑𝑥
𝜋
4