3° Ano - 3° Bim. Fases Da Industrialização Brasileira
3° Ano - 3° Bim. Fases Da Industrialização Brasileira
3° Ano - 3° Bim. Fases Da Industrialização Brasileira
O processo de industrialização brasileiro é considerado tardio, quando comparado à industrialização dos países
capitalistas centrais. Ela teve início somente no século XX, quase 200 anos depois da industrialização na Europa.
Foi somente na terceira fase da industrialização do Brasil que o governo e classe burguesa fizeram maciços
investimentos no setor, adquirindo maquinários e melhorando o setor de transportes e energia, fator esse que tornou o
país competitivo e apto para receber indústrias mundiais, integrando-se ao sistema capitalista global.
Atualmente, o país encontra-se totalmente industrializado, participando de todos os tipos de indústrias, com
economia global forte e caminhando para uma independência tecnológica e econômica.
Leia também: Taylorismo – modo de organização do processo produtivo criado por Frederick Winslow Taylor
Dentre os fatores que explicam essa situação, podemos considerar o fator histórico como sendo o mais influente, pois,
na ocasião do início da industrialização, o Brasil era colônia de Portugal e estabeleceu durante o período colonial uma
forte parceria comercial com a Inglaterra, que foi o primeiro país a se industrializar. Dessa forma, o Brasil passou a
fornecer matéria-prima e produtos agropecuários para seu parceiro, que, na contramão do processo, industrializou -se
fortemente ainda no século XVIII. Em 1785, porém, a colônia foi proibida de produzir produtos manufaturados, dessa
forma, o que restou para o país foi continuar com a sua economia agropecuária.
Ao se industrializar, o que ocorreu somente na década de 1930, a indústria encontrava-se concentrada na Região
Sudeste. Ela só foi descentralizada, indo para as demais regiões, na década de 1970 em diante.
Atualmente, o Brasil é um dos países mais industrializados do mundo, com economia global forte e intensa
participação capitalista global. Desde a década de 1990 é visto como um dos melhores países para se investir e instalar
indústrias do mundo.
Períodos do processo de industrialização no Brasil
• Primeiro período
O primeiro período do processo de industrialização brasileira ocorreu de 1500 a 1808. Nesse momento não se falava
em indústria no país, pois o Brasil era colônia de Portugal. De certo modo, fazia-se restrição ao processo industrial, e a
produção existente na época era tradicional, com uso da mão de obra.
• Segundo período
O segundo período ocorreu de 1808 a 1930, quando houve a implantação de algumas indústrias no país. Essas
indústrias deveriam seguir algumas regras, como o protecionismo econômico, instaurado em 1828, o qual determinava
que todos os produtos vindos de fora do país, especialmente Inglaterra e Portugal, sofreriam um acréscim o de valor, em
15% e 16%, respectivamente, tarifa que dificultava a importação comercial e favorecia o desenvolvimento da indústria
brasileira.
Mais tarde, em 1844, o valor da tarifa para produtos importados subiu para 60% e, nesse momento, foi criada a Lei
Alves Branco. Dessa forma, investir no setor industrial era algo interessante e bem-visto pela classe burguesa do Brasil.
Naquele mesmo momento, observou-se um declínio da principal atividade econômica do país (a produção cafeeira) e
ocorreram fortes investimentos na produção industrial, isto é, em maquinários, transportes e portos no Brasil,
favorecendo assim o avanço da industrialização brasileira. As primeiras indústrias do país estavam ligadas à extração
mineral, produção de calçados, tecidos e alimentos.
• Terceiro período
No terceiro período, que ocorreu de 1930 a 1955, foram observados maciços investimentos no setor
industrial, oriundos tanto de iniciativas privadas quanto do governo brasileiro, na tentativa de alavancar o setor. Foram
realizados avanços no setor de transportes, com aberturas de ferrovias e rodovias. Observou-se também o
desenvolvimento do setor energético no Brasil e de logística. Foi instalada a Companhia Siderúrgica Nacional, entre
1942 e 1947, que contribuiu para a oferta de matéria-prima para a indústria no país. Em 1953, foi criada a Petrobras,
maior empresa estatal do setor energético petroleiro do Brasil.
O Brasil, nesse período, viu-se preparado para o amplo desenvolvimento industrial e para os maciços investimentos no
setor. Diversas políticas públicas foram criadas para promover o desenvolvimento econômico nacional rumo a uma
industrialização completa e eficiente.
• Quarto período
O quarto período acontece desde 1955 até os dias atuais. Foi marcado pelos projetos políticos instalados no governo do
presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que promoveu uma intensa abertura econômica do país para as
empresas multinacionais, ampliando fortemente a abertura de novas empresas, dos mais variados tipos, incentivando o
consumo, o consumismo e a competitividade tanto interna quanto exte rna.
O Brasil, a partir daí, pôde conhecer o mercado de consumo externo e integrar-se aos processos de exportação e
comércio global. Alguns setores industriais não sofreram tantos investimentos, como o de tecnologia de ponta, o que
tornou o Brasil um país dependente econômica e tecnologicamente de outras economias globais.
Na década de 1990, o país experimentou um forte crescimento econômico industrial, o que resultou no aumento
do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e gradativo aumento da qualidade de vida da população, bem como aumento
do consumo. Esse fenômeno perdura até a atualidade, colocando o Brasil entre as maiores potências econômicas.
Industrialização atual
Atualmente o país vive um forte crescimento e desenvolvimento industrial, motivado e influenciado pelo capital
externo e pelas multinacionais instaladas em nosso território. Há um forte desenvolvimento industrial nos diversos tipos
de indústrias, desde a indústria de base até as indústrias de alta tecnologia.
O Brasil é dependente economicamente de outros países, para quem destina sua produção, seja ela industrial, seja
agroindustrial, e também depende das tecnologias produzidas por países desenvolvidos, o que denota uma fragilidade
na economia nacional, pois faltam investimentos em pesquisa e educação, o que poderia ampliar a produção na área
tecnológica e diminuir essa dependência.
Os desafios que o país enfrenta na atualidade giram em torno de questões como minimizar a dependência de outras
economias e implementar planos governamentais e projetos que viabilizem a produção de ciência e tecnologia para
promover o desenvolvimento industrial.
O Brasil conta com parques industriais sofisticados e competitivos, de maneira descentralizada em todo o território,
com produção de bens de base, intermediários e de ponta. Setores como o farmacêutico, automobilístico,
eletroeletrônico, energético, têxtil, alimentício, entre outros, são destaques na nossa produção, bem como o
agroindustrial.
Resumo
• 1930: investimentos políticos no setor industrial e privado, com melhorias do setor de transportes.
Praticamente todos as economias periféricas do planeta são conhecidas por seus históricos econômico s marcados por
uma produção puramente rural. A industrialização, nesses casos, ocorreu de forma mais consolidada a partir da década
de 1950, de modo que em muitos países esse processo ainda se encontra em fase inicial, como é o caso de alguns
territórios da África e da Ásia. Em outros, como boa parte da América Latina, o norte africano e a África do Sul, bem
como uma fração dos países asiáticos, o processo de industrialização encontra-se em etapas mais avançadas, embora
tenha se constituído de maneira tardia em relação aos países desenvolvidos.
É nesse contexto que surgem várias expressões para designar essa dinâmica, tais como: Novos países
industrializados (NICs), Novíssimos Países Industrializados, Tigres Asiáticos, Novos Tigres Asiáticos, Países
subdesenvolvidos industrializados, Economias emergentes, entre muitos outros termos. Em suma, a maior parte dessas
economias, apesar de apresentar um parque industrial diversificado, caracteriza-se pela predominância de empresas
estrangeiras e baixo domínio de bens tecnológicos mais avançados.
Nesse contexto, os principais destaques de países subdesenvolvidos industrializados por área continental e regional são,
respectivamente:
Ásia – China, Índia, Turquia, Coreia do Sul, Singapura, Hong Kong, Vietnã, Indonésia e outros.
O predomínio de tecnologia e empresas estrangeiras nesses países deve-se ao processo de Globalização econômica e a
consequente expansão das empresas multinacionais, também chamadas de empresas globais ou trans nacionais. Essas
empresas migraram para esses locais em busca de mão de obra mais barata e qualificada, melhor acesso ao mercado
consumidor e outras vantagens oferecidas em termos de fatores locacionais.
De todos os países considerados emergentes ou subdesenvolvidos industrializados, a China foi o que apresentou o mais
peculiar processo de crescimento no setor secundário, fortemente marcado pela presença e controle do Estado, fator
característico da economia planificada que se autodenominou “socialista”. Mesmo com a abertura posterior para o
capital estrangeiro, a presença e atuação do Estado na China ainda são elevadas, controlando as áreas onde as fábricas
se instalam, mantendo a propriedade estatal de várias companhias e intensificando Joint Ventures (associações) entre
empresas estrangeiras e indústrias nacionais.
No cerne desse processo de industrialização do mundo subdesenvolvido, alguns países expressaram de forma mais
evidente a grande dependência em relação ao capital externo, tanto em termos tecnológicos quanto em virtude das
relações de importação e exportação. É o caso, por exemplo, do México, que em sua região norte – mais próxima da
fronteira com os Estados Unidos – instalaram-se muitas indústrias chamadas “maquiladoras” ou montadoras,
empregando mão de obra local a baixo custo e exportando a preços relativamente baixos.
No caso brasileiro, todas essas características acima foram reproduzidas, inclusive no que se refere à grande
dependência – ainda predominante – para com o capital estrangeiro. No país, assim como em toda a América Latina,
predominou o modelo de industrialização substitutiva de importação (ISI), com abertura de mercado, investimentos em
infraestruturas, atração de capital estrangeiro e alto endividamento da máquina pública.
No entanto, como consideramos no início do texto, é impossível generalizar todas ou a maioria das características da
industrialização em países emergentes. Os Tigres Asiáticos, por exemplo, já apresentam um amplo domínio de
tecnologia de ponta – principalmente a Coreia do Sul –, além de possuírem muitas empresas multinacionais que
expandiram suas atividades pelo mundo, a exemplo da montadora de carros Hyundai e a empresa de
tecnologia Samsung.
De toda forma, o que se pode observar é que mesmo com um parque industrial diversificado e um setor terciário
crescente (tal como nos países centrais), os mercados subdesenvolvidos ainda não foram capazes de converter essa
geração de riquezas em benefícios sociais e melhoria do desenvolvimento humano.
VIDEOAULA: https://www.youtube.com/watch?v=-OWnEYq5Fsw