Trabalho de Psicodinâmica
Trabalho de Psicodinâmica
Trabalho de Psicodinâmica
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ANA BEATRIZ PICHITELI GONÇALVES - 42135141
excelente trabalho.
LAURA DARÉ BRAGA - 42140048 Parece que existe um
interesse de hierarquizar a
LORENZO FANTAZZINI REICHTER- 42107873 verificação de um campo,
submetendo ele a um outro.
Isso é debate pra muito
MARCELA LOURENÇO FREGONESI - 42111048 tempo. Vejam as
considerações.
Parabéns também pela
THIAGO ALCANTARA MENDES - 42119928 escrita, muito bem feita e
precisa.
THIAGO CARREIRA SOARES HANNA - 42109086
São Paulo
2023
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO:....................................................................................................................2
2. O PARADIGMA CIENTÍFICO DA PSICANÁLISE...............................................................2
3. NEUROPSICANÁLISE E A ATUALIDADE DO PROJETO DE 1895................................. 3
4. EFEITOS CLÍNICOS DA PSICANÁLISE............................................................................ 5
5. CONCLUSÃO:..................................................................................................................... 6
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1. INTRODUÇÃO:
O delineamento do que constitui verdadeiramente a ciência tem sido uma questão que
perdura nos debates filosóficos e epistemológicos por gerações. Da busca pela objetividade às
muito bem
rigorosas abordagens metodológicas, a definição de critérios que conferem cientificidade a escrito isso
aqui.
um campo de conhecimento permanece uma tarefa desafiadora. Nesse contexto, emergem as
vozes de figuras emblemáticas como Thomas Kuhn, que contribuíram com perspectivas
instigantes sobre a natureza e a evolução da ciência. No âmbito dessa discussão, a
psicanálise, uma abordagem que mergulha nas profundezas da mente humana em busca de
compreensão e terapêutica, encontra um lugar de destaque. Através das lentes de Kuhn bem
como de outros pensadores pertinentes, este ensaio se propõe a investigar as bases que
sustentam a cientificidade da psicanálise, levando em consideração suas características
distintas e sua contribuição para o entendimento do intrincado mundo psíquico humano.
onde sua diversidade e adaptação são suas maiores virtudes (MASSONI, 2005).
Fliess. Esse projeto se propõe a estruturar uma psicologia como uma ciência natural e tenta
descrever o funcionamento do cérebro tanto nos casos normais como nos casos patológicos
(Freud, 1895).
Nesse projeto, Freud considerava que todas as funções do sistema nervoso constituem
em reflexos endógenos ou exógenos. Em sua época, o psicanalista já tinha tido contato com
conceito de neurônio, e denominava eles como partículas materiais divididas em: neurônios
motores, aqueles que descarregam a cagar, e sensoriais, aqueles que recebem a carga (Vieira,
2005). Juntando os conhecimentos prévios e os ganhos a partir desse estudo, chega-se à
conclusão de que o sistema neuronal tem duas funções: as funções primárias (descarga de
quantidade, ligada aos estímulos exógenos) e funções secundárias (conservar os caminhos
preferências de descarga, ligada à memória, aos imperativos endógenos)(Vieira, 2005).
Recentemente, foi encontrado uma correlação entre o Default-mode, que é uma rede de
regiões cerebrais que desempenha o papel na atividade básica e na percepção consciente, indo
do consonância ao papel do Ego desenvolvido por Freud (1895) e com os processos Existe um pulo
gigante entre as
ideias do projeto
secundários(CARHART-HARRIS; FRISTON, 2010). e os
desenvolvimento
Suas teorias se baseiam principalmente nos conceitos de inconsciente, princípio do da segunda
tópica, por mais
prazer e aparelho psíquico. Assim, Freud vai dividir o aparelho psíquico em consciente (Ego) que eles sejam
muito
e inconsciente (Id), processo secundário e processo primário, respectivamente. Sendo o Ego aproximávies,
conceitualmente
responsável pelo processamento de estímulos exógenos e o Id responsável pelo eles habitam
mundos
processamento de estímulos endógenos, e contendo representações de situações que o epistêmicos
diferentes. Isso
consciente não deu conta de lidar, sendo responsável pela memória e desejo. pode ser um
limite
Essa busca de Sigmund por explicar os fenômenos psíquicos por meio da filosofia e intransponível e
talvez a grande
do funcionamento do sistema nervoso do século XIX, marca a Psicologia como disciplina limitação da
psicanálise que
autônoma. Embora, muitas das ideias específicas do Projeto de 1895 tenham sido revisadas a coloque fora
do campo das
ou abandonadas posteriormente, a ideia de que processos neurais estão relacionados a ciências
hegemonicamen
processos psicológicos continua a ser atual (Rodrigues, 2009). Hoje em dia, existem te científicas, no
sentido "duro"
movimentos dentro da psicanálise que visam estudar a possível compatibilidade entre a do termo.
neurociência e a psicanálise; mesmo comumente considerados opostos, e cada vez mais tem
sido estudado esse diálogo. Apesar das claras diferenças, é possível uni-las no que se conhece
como Neuropsicanálise, fazendo uma ponte entre as teorias de Freud e os avanços da Verifiquem os
estudo do Lerner
neurobiologia e proporcionando uma maior compreensão dos processos mentais(KANDEL, para isso. É bem
interessante
1998). Uma descoberta mais notória da neurobiologia sobre o sono foi: o sono é dividido em
episódios longos de sem sonho seguidos de episódios curtos com sonhos. Esses períodos
curtos de sono são chamados de REM, sendo um momento em que o cérebro reativa. O REM
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junto com sonhos teria o papel de revisitar nossa experiência mais recente e armazenando nos
neurônios. Isso enfatiza o papel central do sono e dos sonhos na consolidação da memória,
por organizar o que foi vivenciado durante o período de vigília no inconsciente (RIBEIRO,
2003) o que corrobora as ideias de Freud, que o sonho seria uma porta de entrada para esta
instância da psique. Outro achado interesse foi de Solms (2000), em sua pesquisa foi
observado que sistema neurais relacionados aos estados motivacionais, ligados a
comportamentos que buscam a satisfação de necessidades biológicas, como beber, comer e
copular, apresentou um aumento na atividade durante o sono REM, apontando a relação entre
os estados motivacionais e os fenômenos oníricos. Isso demonstra que a hipótese de Freud
(1900) de que os sonhos sofrem influências de nossos desejos reprimidos tem base
Esses estudos são muito interessantes, mas lembrem que existe aqui a premissa de modelizar um conceito
neurocientífica. para torna-lo verificável. É o preço que se paga, mas esse preço tem um custo. O texto de Fonagy (2015)
Levando em conta esses achados e todos os aspectos da atualidade do Projeto de trabalha isso
bem.
1895, nos mostra como a Psicanálise tem muito a contribuir com a neurociência e no
desenvolvimento científico. Mostrando que existem forças inconscientes que não temos
controle e motivam nosso comportamento, enquanto a neurociência contribui com esse
entendimento em relação com a função do cérebro e sua relação com o aparelho psíquico;
tanto na compreensão em como os sonhos não são apenas conexão aleatórias que nosso
cérebro faz durante a fase REM e sim, um processo de organização de nosso consciente na
tentativa de estabelecer a homeostase tanta física como psíquica e a existência de regiões
responsáveis pelo controle e processamento de aspectos mais conscientes de nossa mente.
Mesmo ainda existindo algumas diferenças, há oportunidade de integração entre essas duas
disciplinas tão nobres, neurociência e psicanálise; e possibilitando o avanço científico e a
compreensão da mente humana.
5. CONCLUSÃO:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHALMERS, A. F. O Que é Ciência Afinal? Trad. Fiker. R. São Paulo :Ed. Brasiliense,
1997.
Scicast #406: Epistemologia. Locução: Fernando Malta, Marcelo de Matos, André Trapani,
Bruno Gallas, Livia Nádia da Costa Leite, Luis Felipe Figueiredo, Felipe Novaes, Maria
Oliveira. [S.l.] Portal Deviante, 20/11/2020. Podcast. Disponível em:
https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-406/
Scicast #415: Epistemologia 2. Locução: Tarik Fernandes, Marcelo de Matos, André Trapani,
Bruno Gallas, Livia Nádia da Costa Leite, Luis Felipe Figueiredo, Felipe Novaes, Maria
Oliveira. [S.l.] Portal Deviante, 22/01/2021. Podcast. Disponível em:
https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-420/
Scicast #448: Epistemologia 3. Locução: Débora Cabral, Marcelo de Matos, André Trapani,
Bruno Gallas, Livia Nádia da Costa Leite. [S.l.] Portal Deviante, 03/09/2021. Podcast.
Disponível em: https://www.deviante.com.br/podcasts/scicast-448
SOLMS, Mark. Dreaming and REM sleep are controlled by different brain mechanisms.
Behavioral and Brain Sciences, [S. l.], v. 23, n. 6, p. 843–850, 2000. DOI:
10.1017/S0140525X00003988. Disponível em:
https://www.cambridge.org/core/product/identifier/S0140525X00003988/type/journal_article.
Acesso em: 8 set. 2023.
VIEIRA, Tito Livio Ferreira. Project for a scientifc psychology by Sigmund Freud. 2005. 94
f. Dissertação (Mestrado em História da Ciência) - Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, São Paulo, 2005. Disponível em:
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/13261