1) O documento descreve uma estratégia clínica chamada "acompanhamento terapêutico" que visa promover a independência e qualidade de vida de pacientes com problemas de saúde mental.
2) Os autores analisam como esta estratégia clínica se baseia nos conceitos de Reich e no movimento da reforma psiquiátrica, envolvendo não só profissionais mas também pacientes e suas famílias no processo terapêutico.
3) O acompanhamento terapêutico é apresentado como uma alternativa à lógica
1) O documento descreve uma estratégia clínica chamada "acompanhamento terapêutico" que visa promover a independência e qualidade de vida de pacientes com problemas de saúde mental.
2) Os autores analisam como esta estratégia clínica se baseia nos conceitos de Reich e no movimento da reforma psiquiátrica, envolvendo não só profissionais mas também pacientes e suas famílias no processo terapêutico.
3) O acompanhamento terapêutico é apresentado como uma alternativa à lógica
1) O documento descreve uma estratégia clínica chamada "acompanhamento terapêutico" que visa promover a independência e qualidade de vida de pacientes com problemas de saúde mental.
2) Os autores analisam como esta estratégia clínica se baseia nos conceitos de Reich e no movimento da reforma psiquiátrica, envolvendo não só profissionais mas também pacientes e suas famílias no processo terapêutico.
3) O acompanhamento terapêutico é apresentado como uma alternativa à lógica
1) O documento descreve uma estratégia clínica chamada "acompanhamento terapêutico" que visa promover a independência e qualidade de vida de pacientes com problemas de saúde mental.
2) Os autores analisam como esta estratégia clínica se baseia nos conceitos de Reich e no movimento da reforma psiquiátrica, envolvendo não só profissionais mas também pacientes e suas famílias no processo terapêutico.
3) O acompanhamento terapêutico é apresentado como uma alternativa à lógica
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PITIÁ, Ana Celeste de Araújo; SANTOS, Manoel Antônio.
Acompanhamento terapêutico: a construção de uma
estratégia clínica. São Paulo: Vetor, 2005.
A s mudanças no contexto histórico
da humanidade têm mostrado que o sucesso tecnológico, a intensa busca por terapêutica, promoção, prevenção e clínica em saúde mental. Estudiosos, analisando a antropologia inovação e a competição por resultados da saúde mental mostram, entre muitos abriram espaço para a pesquisa aplicada. A outros fatores, que o investimento na pesquisa aplicada avança as fronteiras do compreensão do “outro”, do “diferente” conhecimento, mas também possibilita está coadunado com a complexidade e a novas aplicações na prática, tal como é o diversidade de sistemas da sociedade caso da pesquisa em saúde. atual. Assim, a loucura, objeto de investigação A lógica do investidor em pesquisa na como categoria social, nem sempre área da saúde está voltada para a relevância está no centro, apesar da sua enorme social e sanitária de seus resultados. A lógica relevância social. do pesquisador na área da saúde é unir o O trabalho de Pitiá e Santos mostra que cotidiano da população, dos trabalhadores e este paradigma pode estar se ampliando dos serviços nem sempre compatíveis com os quando não só os profissionais decidem, mas recursos e com os procedimentos de produção decidem junto com o maior interessado, e reprodução do conhecimento. Dessa forma, que é o doente. Além disso, valorizam a a pesquisa em saúde no Brasil é intersetorial, participação da família e dos responsáveis dependente dos órgãos de fomento, das por recursos humanos nas empresas e universidades e dos gestores em saúde. instituições sociais onde se inserem esses A produção de conhecimentos científicos indivíduos. Quando todos os segmentos e tecnológicos tem características diferentes participam e têm objetivos comuns, as da produção de serviços e ações de saúde. probabilidades de sucesso são maiores. Entretanto, o ponto de intercessão é o Muitas pessoas acometidas por conhecimento resultando em melhorias problemas de saúde podem ter afetadas para a saúde e para a qualidade de vida da sua capacidade de continuar no trabalho, população. Esses resultados devem dar no estudo ou mesmo de manter uma elementos para a formação científica e estrutura familiar e cuidar de si mesmo. O profissionalizante dos trabalhadores, bem acompanhante terapêutico converte-se em como a difusão das informações para a gestão um aliado importante no processo de dos serviços, sempre visando o benefício para manutenção de vínculos sociais e na a população. participação ativa do indivíduo em seu A relevância social da pesquisa em tratamento e na qualidade de vida. saúde nem sempre é evidente, como é O tipo de ajuda oferecido pelo o caso das novas formas de interação acompanhante terapêutico depende das
Psychê — Ano X — nº 18 — São Paulo — set/2006 — p. 183-184
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necessidades da pessoa com problemas específico e sua contribuição científica
psicossociais. É importante para a constituem-se em algo novo. Pitiá e Santos autoconfiança e para a independência do apresentam, com essa pesquisa, a construção individuo. O vinculo com o acompanhante de uma técnica terapêutica e sua aplicação terapêutico é importante também para que na prática cotidiana. a família conheça mais sobre o problema, Na construção dessa proposta, analisam as possibilidades de melhora, sobre os a instituição psiquiátrica desde sua concepção tratamentos, a importância de não isolar o manicomial até os novos modelos de atenção, indivíduo e de ajudá-lo a manter-se ativo passando por todas as fases do movimento e participativo. da reforma psiquiátrica. Acompanhamento terapêutico focalizado Ainda como suporte para a construção no corpo é um trabalho inédito, com base nas da clínica do acompanhamento terapêutico, idéias de Reich e nas propostas de Basaglia, os autores debruçam-se sobre os conceitos Rotelli e demais adeptos do movimento Reicheanos, considerando o movimento de da reforma psiquiátrica que combatem o dois corpos que interagem no social, isolamento e a exclusão, e que propõem uma envolvidos em uma relação terapêutica. ética de respeito ao ser que adoece. Esse referencial permite avançar o Esse livro propõe uma nova estratégia ato terapêutico para além das palavras, com base na possibilidade da não cronificação pois a ressocialização da pessoa não inclui da doença e na melhora da qualidade de apenas a escuta de tal angústia, mas o vida da pessoa durante e depois do episódio retorno ou a continuidade do movimento agudo da doença. Com isso, reduz as em seu contexto social. conseqüências somáticas e comportamentais Quando Pitiá e Santos apresentam e adversas, fomenta o apoio familiar e social, analisam as vivências da prática de condução especialmente nos aspectos de trabalho, desse processo de acompanhamento vivências e relações sociais. terapêutico, o leitor pode entender a lógica O trabalho do enfermeiro (acompanhante do cuidado, por meio dessa técnica, pois terapêutico) busca estimular a independência. oferecem os elementos para a sistematização Parece óbvio, mas não é. É oposto à lógica e reprodução do cuidado. manicomial, que se pautava na exclusão O acompanhamento terapêutico é social e na dependência terapêutica e um trabalho árduo, que exige preparo do institucional. profissional, desprendimento, interesse A manutenção do indivíduo (mesmo genuíno em trabalhar a independência e adoecido) em seu trabalho (enquanto busca a liberdade assistida, bem como exige a melhora dos seus sintomas) proporciona capacidade de conviver com o sofrimento e muitos benefícios, como aumento da auto- acreditar no potencial saudável do outro. estima, ganhos econômicos, interação com colegas de trabalho e com a comunidade Antonia Regina Ferreira Furegato onde vive, e sem dúvida, evita recaídas, agudização do quadro e reinternações. Professora Titular do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas Nada do que foi destacado é novidade. (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP). Entretanto, sua aplicação na prática, sua análise com base em um referencial teórico e-mail: furegato@eerp.usp.br
Psychê — Ano X — nº 18 — São Paulo — set/2006 — p. 183-184