Módulo 3 - Estrutura de Apoio À Governança de Dados
Módulo 3 - Estrutura de Apoio À Governança de Dados
Módulo 3 - Estrutura de Apoio À Governança de Dados
Transformação Digital
Estrutura de Apoio à
Governança de Dados
Conteudista
Vanessa de Souza Fraga (Conteudista, 2022).
Enap, 2022
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Unidade 1: Importância das Estruturas de Apoio à Governança de
Dados.......................................................................................................4
Referências ...................................................................................................................... 15
Referências ...................................................................................................................... 32
Módulo
3 Estrutura de Apoio à
Governança de Dados
Estruturas de apoio são a base dos grupos de apoio formados por profissionais
que atuam ou têm alguma interação com a Gestão de Dados, fornecendo suporte
às demais equipes. A depender da formalização desta estrutura, será possível
demonstrar se a empresa já possui um nível razoável de maturidade.
Neste sentido, esta fase dos estudos tratará sobre as estruturas de apoio à
Governança de Dados, dando subsídios para que você consiga identificar as boas
práticas de implementação na Gestão de Dados.
Objetivo de aprendizagem
Você entenderá por que é importante adotar estruturas de apoio e quais são os
tipos de estruturas de apoio mais utilizadas atualmente. Vamos em frente!
Você concorda que, se precisar planejar e executar um grande projeto, seja em sua
casa, no trabalho, na igreja, ou em outra área da sua vida pessoal ou profissional,
será imprescindível contar com uma rede de apoio?
Adotar estruturas de apoio ajuda a definir quem serão os especialistas de negócios que
trabalham com aqueles dados. Também nasce, aqui, a visão sobre o fluxo que os dados
seguem, ou seja, por onde eles circulam e a quais processamentos são submetidos.
Adotar estruturas de apoio e ter a visão de fluxo refere-se aos atores que
conhecem e fazem a gestão dos dados. São os especialistas da área de negócios
que trabalham com os dados. Neste ponto, é importante pensar em mecanismos
de formalização dessas posições.
Essas estruturas formais são grupos de apoio compostos por profissionais que
atuam ou têm alguma interação com a Gestão de Dados, dando suporte às demais
equipes de Gestão de Dados e atuando em processos decisórios, como é o caso dos
integrantes do Conselho de Governança de Dados. “Sua atuação abrange desde o
nível operacional e tático até a passagem pelo nível estratégico, onde o Conselho
de Governança de Dados define as principais diretrizes de gestão e governança que
serão adotadas por toda a empresa” (RÊGO, 2013, p. 127)
Papéis/Pessoas
1
Executivo: Comitê alto nível – Apoio -Patrocínio - Investimento – Cultura
Controla os Os da GD
Ec
Atividade Tipo
Relação das atividades que podem ser prestadas por um Escritório de Gestão e Governança de Dados.
Fonte: Rêgo (2013, p. 130).
Gestor Estratégico
de Dados
Objetivo: elevar o grau de qualidade
dos modelos de dados produzidos Gestores de Dados
Qualidade na pelos Gestores de Dados de Negócio Gestor
de Negócio
Modelagem e Projetistas de Dados. Estratégico
de Dados de Dados
Gestores Técnicos
Duração estimada do comitê: de Dados
seis meses.
Projetista de Dados
Barbieri (2020) salienta que, na formalização das posições de GD, poderá haver
conflito quando os dados são fundamentais e tratados por unidades organizacionais
diferentes. As decisões sobre uma gestão de dados compartilhada, alinhavada por
um Grupo/Comitê de Gestores no plano tático, podem ser pensadas pela definição
de um Gestor de Dados por Assunto, que englobaria a autoridade sobre aquele
dado, válida para todas as Unidades Organizacionais (UOs) que o utilizam.
Sobre o cronograma das ações do comitê, Rêgo (2013) define que ele deve ser
revisto ao final de cada encontro, momento em que também podem ser definidas
Membros
Presidente do Representante
Facilitador (CDO) Negócio 1 Convidado 1
Conselho de TI
Negócio 2 Convidado 2
Negócio 3
Negócio 4
Diante do que foi apresentado até aqui, você entendeu a importância em se adotar
estruturas de apoio, seja em uma organização menos estruturada ou outra maior,
que possui mais experts e apoiadores no processo de tomada de decisão para uma
gestão voltada para a GD? Isso implicará na escolha dos tipos de estruturas de
apoio, de acordo com o grau de maturidade organizacional para a GD. Por isso, é
de especial importância a obtenção de patrocinadores executivos, a fim de levar a
frente o programa estruturado de GD.
Brasil
No caso brasileiro (BRASIL, 2020), o governo dispõe do Comitê Central
de Governança de Dados (CCGD), instituído pelo Decreto 10.046, de 9 de
outubro de 2019. O Comitê possui competência para deliberar, dentre
outras matérias, sobre as orientações e as diretrizes para a categorização de
compartilhamento amplo, restrito e específico, bem como sobre a forma e o
meio de publicação dessa categorização – observada a legislação pertinente,
referente à proteção de dados pessoais –, e ainda sobre as orientações e as
diretrizes para a integração dos órgãos e das entidades com o Cadastro
Base do Cidadão. O CCGD é composto por:
• Advocacia-Geral da União;
Austrália
Na Austrália, há um comitê de nível estratégico, o Comitê de Transformação
Digital do Gabinete, que tem assento sob o Gabinete e é presidido pelo
Primeiro Ministro.
Espanha
Já na Espanha, a Comissão de Estratégia de TIC (CETIC), órgão interministerial
no mais alto nível político que compreende altos funcionários de todos os
ministérios, define a estratégia que uma vez aprovada vai para o Conselho
de Ministérios. O CETIC também define os serviços a serem partilhados,
determina as prioridades para os investimentos, faz relatórios sobre projetos
de lei, regulamentos e outras normas gerais com o objetivo de regular as
questões das TIC para a administração geral do Estado. Além disso, o CETIC
promove a colaboração com as regiões autônomas e autarquias locais para
a implementação de serviços interadministrativos integrados.
Muito bem, você chegou ao final desta unidade. Aqui, você viu os tipos de
Estruturas de Apoio à Governança de Dados, incluindo os comitês, conselhos e
escritórios. Você entendeu por que é importante adotar estruturas de apoio na
GD? Espera-se que sim! Vamos continuar!
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as boas práticas de implementação
na Gestão de Dados.
Para isso, serão apresentados alguns dos principais frameworks utilizados na Gestão
de Dados, abordando uma visão geral das suas metodologias.
Frameworks são modelos com instruções e critérios de operação que auxiliarão o setor
de gestão de dados a desempenhar seu papel para implantar, dar manutenção, suporte,
controle e o gerenciamento de um modo geral, os quais têm a função de facilitar a
autenticação, autorização, acesso e auditoria nos ativos de dados e informações.
Dito isso, você iniciará os estudos aqui aprendendo sobre o framework DAMA
DMBok V2. Em seguida, aprenderá a respeito do 5W2H, do framework da IBM, e do
GTI - COBIT 2019. Serão abordados, rapidamente, outros modelos, como o da EDM
Council e o modelo DMM do CMMI Institute. Vamos lá? Tome uma água, respire
fundo e siga com atenção!
Aqui é importante que você compreenda a Governança de Dados (GD) não só como
uma postura passiva, que envolve os fatores reativos, mas também fatores proativos.
A postura passiva foca em como um problema de compliance ou regulação, ou uma
grande fonte de erros em dados, por exemplo, com impactos em reputação ou
perdas financeiras, impacta no negócio.
2.1.1 DAMA-DMBOK® V2
Assim, o 5W2H pode ser utilizado como uma primeira abordagem para se tratar
aspectos de dados na empresa. Como Barbieri (2020) explicita, esta ferramenta
pode ser associada ao MGD-Canvas para Melhoria de Gestão de Dados, também
chamado de UAAI Data Learning.
4. Desenvolver roteiros;
7. Entender os dados;
9. Definir métricas;
10. Gerir dados mestres, incluindo: governar, gerenciar
qualidade dos dados e implementar MDM;
2 Processos;
3 Estruturas organizacionais;
5 Informação;
6. Sistema de
4. Governança Distinta 5. Necessidades da
Governança Ponta a
de Gestão Empresa Sob Medida
Ponta
Nesta imagem, é possível entender a intenção do COBIT 2019, que visa fornecer
às partes interessadas uma compreensão de um sistema de governança
e gerenciamento aplicável, descrevendo a necessidade de entender o
relacionamento e o alinhamento destes com as metas e objetivos estratégicos
da empresa. Isso envolve considerar a incerteza em torno do risco associado às
práticas de DevOps, bem como as demandas por investimentos em ferramentas
e recursos, entre outros (ISACA, 2019).
Áreas de
Processo
Práticas Práticas
Estratégia de Gestão de Dados Qualidade de Dados
Funcionais Infraestrutura
Governança de Dados
• Estratégia de Gestão de Dados • Estratégia da Qualidade de
• Comunicações Dados
• Gestão de Dados
• Função da Gestão de Dados • Glossário de negócios • Perfil de Dados Reps Raps
• Caso de negócios • Gestão de metadados • Avaliação da Qualidade de Capability Maturity =
• Financiamento do programa Dados
• Limpeza de Dados 5 Níveis Capability
+ IE (mesmo nível)
Plataforma e Arquitetura Processos de Suporte
1- Executado
Operações de Dados 2- Gerenciado 1- Ap1.1
• Abordagem arquitetural • Medição e Análise 3- Planejado 2- Ap2.1-Ap2.2
• Definição de requisitos 3- Ap3.1-Ap3.2
• Padrões arquiteturais • Gerência de processos 4- Medido
de dados • Plataforma de Gestão de Dados • Garantia de qualidade de 5- Otimizado
• Gestão de ciclo de vida • Integração de Dados processo
dos dados • Dados históricos, Arquivamento • Gerência de Risco
• Gestão de Provedores e Retenção • Gerência de Configuração
MED CGO CPC
GQA GRI
O DMM SM tem uma proposta de gestão de dados com seis categorias e 25 áreas
de processos. Portanto, tem como foco ser um guia para avaliação, embora sugira
possíveis formas de implementação.
O caso do Brasil
O caso da Dataprev
Tome nota! Foi possível associar a estrutura de gestão de dados do governo com
alguns exemplos governamentais, inclusive com a apresentação da estrutura do
Comitê Central de Governança de Dados (CCGD). Já os modelos aqui apresentados
nos remetem a possibilidades de implementação, atuação e controle de um programa
de GD, o qual deverá ser adaptado a cada realidade organizacional, conforme sua
estrutura de gestão de dados.
Muito bem, você conseguiu chegar ao final desta unidade. Aqui, você aprendeu a identificar
as boas práticas de implementação na Gestão de Dados e os principais frameworks utilizados.
Agora, realize no ambiente virtual os exercícios relacionados a estes temas. Boa sorte!
BRAGA, Graciela. COBIT 2019 and the IIA 2019 Guiding Principles of Corporate
Governance. Two Frameworks, Many Similarities. ISACA, [S.L.], 2020. Disponível em:
https://www.isaca.org/resources/news-and-trends/industry-news/2020/cobit-2019-
and-the-iia-2019-guiding-principles-of-corporate-governance. Acesso em: 07 mar. 2022.
ISACA. COBIT: An ISACA Framework. ISACA, [S.l.], 2019. Disponível em: https://www.
isaca.org/resources/cobit. Acesso em: 07 mar. 2022.
SOUZA NETO, J. Migração para o COBIT 2019. Brasília, 2021. 17 slides, color. 4º
Fórum IBGP de Tecnologias da Informação. Disponível em: https://forum.ibgp.net.
br/wp-content/uploads/2019/01/4FTI-palestra_21-11_10h30_DrSouzaNeto.pdf.
Acesso em: 07 mar. 2022.