Estratificacao e Diferenciacao Social
Estratificacao e Diferenciacao Social
Estratificacao e Diferenciacao Social
Introdução.........................................................................................................................................3
1.1.Conceptualização........................................................................................................................5
2.1.Teoria Personiana.....................................................................................................................12
2.3.Teoria Marxista........................................................................................................................13
2.4.Teoria Weberiana.....................................................................................................................14
Conclusão.......................................................................................................................................15
Bibliografia.....................................................................................................................................16
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Introdução
O presente trabalho tem como tema de pesquisa As Sociedades nos séculos XX e XXI,
cujo objecto de estudo é Estratificação e Diferenciação Social e o seu aspecto é Estratificação e
Diferenciação Social do século XX ao século XXI.
A Estratificação e Diferenciação Social na Época Contemporânea caracteriza-se por
profundas transformações políticas, sociais e económicas. Essas transformações, enquadram se
no capitalismo, com o surgimento de classes sócias e tendo sido assim, a estratificação e
diferenciação social durante este período, não ficou de fora de ter algumas modificações na sua
organização e também na sua mobilidade.
As classes sociais são grandes grupos sociais definidos por sua inserção nas relações
fundamentais de produção dentro de um sistema económico e social particular. Duas classes
básicas existem no capitalismo: a classe dominante, que controla o Estado e se apropria do
excedente económico na forma de lucros e juros, e a classe trabalhadora. Essas duas classes são
definidas pelo papel que desempenham na produção, resultado directo da divisão social do
trabalho. A mentalidade é condicionada pelo estado do desenvolvimento da sociedade tendo em
conta que o homem é ser colectivo, assumido um carácter ou aspecto colectivo marcando, desta
forma uma determinada época ou um período da humanidade. Face a descrição acima, levantou-
se a seguinte pergunta de partida: quais os tipos de estratificação que caracterizam o período do
século XX ao século XXI?
Supõe-se que os tipos de estratificação que se evidenciaram tanto no século XX, quanto
XXI, foram os seguintes: castas e classes. Embora na fase anterior as classes tivessem sido
consideradas estamento na Idade Média, na França moderna. Com o advento do capitalismo, a
terminologia evolui segundo a orientação do mercado para as classes.
O mesmo trabalho apresenta como objectivo geral compreender estratificação e
diferenciação social do século XX ao século XXI; como objectivos específicos: Identificar os
principais tipos de estratificação social e descrever Teoria sobre Estratificação e Classes Sociais.
A revisão literatura será suportada por seguintes autores: Ferrari (1983), avança que a
estratificação mostra na actualidade um incremento na fluidez e flexibilidade das classes sociais
da classe hegemónica representada pela classe alta ou classe dominante tradicional; Barro (2004)
refere que a expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação
social entende-se a distribuição de indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente super
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postas dentro de uma sociedade; Piletti (1999), estratificação social refere-se a um arranjo
hierárquico entre os indivíduos em divisões de poder e riqueza em uma sociedade. É a
diferenciação hierárquica entre indivíduos e grupos, segundo suas posições (status),
estamento ou classes; Bresser-Pereira (1981), Classes sociais são aqui entendidas em seu sentido
amplo como sendo derivadas da inserção de grupos sociais em relações de produção antagónicas.
Espera se que o trabalho crie um aceso debate no seio da turma e da comunidade
estudantil, esperamos também de igual maneira que, sirva de um texto de apoio para as classes
iniciais do Ensino Secundário Geral e quiçá servir de uma fonte de inspiração para que os outros
ganhem mais energia de investigação sobre o mesmo.
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Do exposto pode-se inferir que a Estratificação Social só existe quando surgem amplos
sectores da população detentores de interesses, formas de participação na produção de bens
económicos, qualidade e volume de consumo, estilo de vida e, finalmente, oportunidades de vida
relativamente homogéneos, de modo a formarem unidades sociais identificáveis.
mais de 3 mil anos, adoptando uma hierarquização baseada em religião, etnia, cor,
hereditariedade e ocupação. Esses elementos definem a organização do poder político e a
distribuição da riqueza gerada pela sociedade.
Apesar de que na Índia haver hoje uma estrutura de classes, o sistema de castas
permanece mesclado a ela, o que representa uma dificuldade a mais para entender a questão. O
sistema sobrevive por força da tradição, pois legalmente foi abolido em 1950 (Idem).
Pode se perceber que o sistema de estratificação por casta é fechado, visto que a
localização dos indivíduos na hierarquia social é necessariamente herdada de modo que é
absolutamente interditada a mobilidade social. Rituais e padrões de comportamentos próprios
devem ser cumpridos pelos membros da casta, sob pena de severas sanções.
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A riqueza por si mesma, não confere nem poder a quem não é nobre, mesmo empobrecido, não perde o prestígio
recebido por herança.
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A insatisfação da burguesia associada à consciência da força económica que ela significava para sociedade e à
desarticulação política da nobreza tornou possível a transformação radical daquela sociedade através da revolução de
1789.
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Segundo Ferrari (1893:410), o sistema de estratificação por classe é aberta como nas
democracias ocidentais, é um sistema em que as fronteiras de classe são vagas e mutáveis e existe
alguma mobilidade entre as classes, portanto, como membro de uma sociedade com um sistema
de classe mas aberto pode trabalhar para melhorar de classe em relação a esta que foi dada pela
sua família.
De acordo com Nova (1992:160), as sociedades estratificadas em classes são as que se
aproximam do tipo de sociedades chamada aberta, como nota Pitirin Sorokin as classes sociais
são legalmente abertas, mas semi-fechadas, isto é, do ponto de vista estrito da lei, nas sociedades
de classe, todos os indivíduos podem ter livre acesso a qualquer camada social, mas, na prática as
possibilidades reais de ascensão social não são as mesmas para todas as pessoas.
De acordo com Herculano (2006:12), o sistema de classes caracteriza a sociedade aberta,
onde os indivíduos, em suas trajectórias pessoais, podem transitar de um grupo a outro, segundo
seu sucesso em obter ou perder riqueza, reconhecimento e poder. Existe as classes como
comunidades, isto é, como grupos concretos que se identificam uns aos outros, compartilham
valores, modos de vida, ou resultante de uma dada categorização.
Nas sociedades de classes, a identificação da localização dos indivíduos na hierarquia
social não é tão clara quanto nas sociedades estratificadas em castas e em estamentos, ao
contrário do que ocorrem nestas sociedades, não são evidentes os limites entre as diferentes
camadas nas sociedades de classe. E é relativamente fácil identificar os extremos da pirâmide
social, o que não acontece em relação aos limites entre as camadas. A composição da
estratificação em número de camadas, categorias ocupacionais de cada classe, varia de
sociedades para sociedades e de época para época numa mesma sociedade (Idem).
Percebe-se que a eestratificação social por classe é encarada aqui como a classificação
diferencial dos indivíduos, que compõem um dado sistema social e seu tratamento como
superiores e inferiores uns em relação aos outros em certos aspectos socialmente relevantes que
deriva do controle relativo sobre bens, dentro de uma dada ordem econômica.As distinções de
classe não têm legitimidade com base na superestrutura legal e ideológica da sociedade. Assim, a
base econômica da classe se torna mais aparente. Alguns vendem e outros compram trabalho no
mercado, originam-se daí as diferenças de classe.
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Nas sociedades pré-capitalistas a classe dominante era o único factor histórico efectivo, portanto, estes sectores da
Classe dominante disputavam o controlo do Estado, mas só muito raramente a classe explorada participava dessas
lutas. Ela pode ter-se revoltado ou escapado, ou ainda ganho mais espaço político. O poder da classe dominante, no
entanto, apenas sofre uma ameaça com o advento do capitalismo e da classe trabalhadora, precisamente porque a
classe trabalhadora foi a primeira classe dominada a se tornar organizada e a desenvolver uma consciência de seus
próprios interesses (Bresser-Pereira, 1981:9).
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classificação e mobilidade sociais. Assim, as classes sociais expressam, no sentido mais preciso,
a forma como as desigualdades se estruturam na sociedade capitalista.
De acordo com Bresser-Pereira (1981:12), na estratificação das classes no modo de
produção capitalista emergiu uma nova classe, cujo seu surgimento é argumentado na base de
relações de produção, entretanto, a classe emergente pode ter ou não consciência de classe, mas é
essencial que ela não se confunda com os estratos sociais. Em princípio, nos modos de produção
puros, temos apenas uma classe dominante e uma classe dominada, portanto, a classe média vai
corresponder aos sectores menos ricos da classe dominante e aos sectores mais ricos da classe
dominada.
Estão na primeira categoria os capitalistas de pequeno e médio porte, de um lado, e os
trabalhadores especializados de outro. Alternativamente, numa formação social mista, a classe
média representará a emergência de novas relações de produção e das correspondentes relações
sociais. A classe média é designada Tecnoburocrática que emerge no capitalismo
tecnoburocrático se insere nesta segunda categoria (Idem).
Portanto, percebe-se que no capitalismo tecnoburocrático, sendo o resultado de uma
formação social mista, que permanece predominantemente capitalista mas compartilha de
algumas características estatais ou tecnoburocráticas, é o meio de onde emerge a nova classe
média: a classe tecnoburocrática ou profissional, isto é, apresenta uma forte tendência de
mobilidade de indivíduos das suas classes de origem para formarem uma nova classe que passou
a ser intermédia na estratificação social das sociedades capitalistas. O que nos leva a acreditar
que a estratificação social na sociedade capitalista na actualidade está estruturada em três estratos
sociais, nomeadamente: Burguesia (Estrato Alto), Tecnoburocrático (Estrato Médio) e Classe
Trabalhadora (Estrato Baixo).
Tabela: Resumo do sistema de estratificação social
Tipo de estratificação Características Tipo de sociedade Exemplos
Castas Hereditariedade das Fechada Índia tradicional
posições sociais
Estamental Desigualdade de Semi-fechada Europa feudal ; Brasil
facto e de direito colonial e monárquico
Classe Desigualdade de Aberta Sociedade urbana
facto mais não de industrial
direito
Fonte: Grupo
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de outro modo, o autor chega a identificar a estratificação social com o processo distributivo nas
sociedades humanas, processo pelo qual se distribuem os valores raros.
Ainda Ferrari (1983:417), Lenski, seguindo essa concepção dialéctica, centra a sua
polarização numa tese conservadora e uma antítese radical. A tese conservadora se apoia no
“Status quo”, as diferenças e as atribuições de gratificações entre os seres humanos são justas,
úteis e imutáveis. A antítese radical consiste numa visão oposta que reja o sistema de distribuição
de recompensas como injustas inúteis e imutáveis. Por conseguinte, na ética radical as diferenças
sociais que a estratificação social apresentaria seriam um retorno da distribuição da riqueza e da
força do uso ou abuso dos mais fortes sobre os mais fracos no processo de formação da
sociedade.
2.3.Teoria Marxista
Para Marx (1974:124), a história pode ser dividida em Civilização Antiga, Feudalismo e
Capitalismo. Cada um deles está caracterizado por um modo de produção, e fundada nele
estabelecer-se-ia uma estrutura bipolarizada da estratificação social uma classe dominante, isto é,
dos donos dos meios de produção, e uma classe dominada formada pelos trabalhadores. Marx
considera a produção o eixo básico para a estruturação da estratificação social.
Assim, para ele quatro aspectos de produção explicam ou pretendem explicar porque os
esforços do homem na procura de sua subsistência constituem a mudança na história: Produção
de meios para satisfazer as necessidades básicas (alimentação, habitação, vestuário). Trata-se,
portanto, da produção da vida material; Satisfeita uma necessidade, (que implica a acção de
satisfazer e a aquisição do instrumento), outras novas (necessidades) se criam; Os homens que
refazem diariamente sua própria vida, geram outras vidas, a propagar sua classe: a família. A
família que no princípio, é a única relação social, chega a ser mais tarde quando aumentadas as
necessidades, criam-se novas relações sociais e são acrescidas à população novas necessidades
emergindo uma relação subordinada; Tanto a produção da vida como a produção no trabalho
aparecem como uma relação dupla: de um lado, como relação natural e, de outro, como relação
social. (Idem)
De acordo com Ferrari (1983:46), a teoria marxista de estratificação social, não pode ser
separada da estrutura de classe e da morfogénese desta. A configuração em dois estratos
(dominadores e dominados) depois de uma conotação tripartida (capitalistas, burgueses e
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proletários) tende a ser simplista por considerar apenas o factor “modo de organização e
produção” como fundamental, porém não sendo suficiente, em vista da existência de outros
factores socioculturais que tem importância básica na sociedade. Igualmente dentro da teoria
marxista da estratificação social fica minimizada a importância dos factores culturais, como as
crenças religiosas, as normas jurídicas, as ideias científicas, e assim por diante.
2.4.Teoria Weberiana
Na visão de Ferrari (1983:416), a crítica mais frutífera sobre a estratificação social foi
feita por Max Weber, no seu intento de corrigir Marx, tratou o assunto assumindo várias
perspectivas. O modelo weberiano da estratificação social é fundamentado na discussão que faz
num fragmento da Economia e Sociedade intitulado “Classe, Status e Partido”.
Neste fragmento, Weber obtém o que Marx não logrou esclarecer, isto é, uma discussão
explícita de classe, distinguindo-se do modelo abstracto de Marx, facilitando assim a composição
da imagem da estratificação social, pois, para Weber, as classes, os grupos de status e os partidos
são fenómenos de distribuição do poder dentro de uma comunidade desde que a estrutura de cada
ordem jurídica influi directamente na distribuição do poder económico ou de outra classe dentro
da sua respectiva comunidade. Weber, manifesta que por poder se entende a oportunidade de um
homem ou de um grupo realizar sua própria vontade em uma acção comunitária, embora contra a
resistência de outros que participam da acção (Idem.).
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Conclusão
Terminado o trabalho conclui-se que a estratificação e diferenciação social do século XX
ao século XXI consistiram na divisão de sociedade em castas, estamentos e classes. Quanto ao
estamento, refere-se a um estado em que pode cada um subsistir ou permanecer na sua classe
social, notabilizou-se no período da Idade Media, embora tivesse características semelhantes à
das castas, a sua diferença reside no facto de, estamento permitir mobilidade em menor escala.
No que tange as castas, foi uma estratificação social que perpetua uma hierarquia de geração em
geração, não permitindo a mobilidade entre as camadas sociais.
O sistema de casta predominou na Índia, era caracterizado por uma estratificação fechada,
isto e, não permitia a mobilidade, tanto ascende, quanto descendente. O termo é aplicado a cada
uma das cinco classes sociais hereditárias estabelecidas entre os habitantes da Índia: sacerdotes
(brâmanes), guerreiros (kshatriyas), agricultores e mercadores (vaishyas) e trabalhadores
(sudras). Muito abaixo dos sudras estão os sem casta (harijans), intocáveis ou párias. Pertencer
estrita e hereditariamente à casta de nascimento determina que as pessoas só podem contrair
matrimónio dentro desse mesmo grupo. A limitação do contacto pessoal com membros de outras
castas e a aceitação por parte de cada indivíduo do lugar que lhe cabe na sociedade são
características relevantes de uma sociedade organizada por castas.
No que concerne as classes, concluiu-se que é um termo que indica uma camada social
numa sociedade e seu status correspondente. O princípio da organização é diferente do adoptado
nas sociedades de castas, a classe social é regida fundamentalmente por uma estrutura do tipo
económico. Portanto, no sistema de classe no modo de produção capitalista, as sociedades estão
estratificadas em três classes, a Classe Alta (Burgueses), a Classe Media (Tecnoburocráticas) e a
Classe Baixa (Trabalhadores).
Importa referir que a Classe Tecnoburocrática ou intermédia emergiu no auge do
Capitalismo, onde com a implementação de novos moldes de produção, um grupo de indivíduos
pertencentes a Classe Baixa que no decorrer dos anos foi adquirindo capital e profissionalizar a
arte, sofreu uma mobilidade e juntou-se a um grupo de pequenos burgueses e formaram a Classe
Média. Na realidade do dia, é notório o esforço levado por esta classe e a importância que tem no
desenvolvimento de um País e na sua influência na tomada de decisões políticas do Estado, por
fim dizer que a mesma classe é constituída pelo grosso dos indivíduos, comparativamente a
classe Alta e Baixa da estratificação social.
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Bibliografia
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Vozes Editora, 2004, 221p;
BOUGLÉ, C. O sistema de castas. Em "Teorias de estratificação social. São Paulo: Companhia
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CORVISIER, André. História Moderna. São Paulo. Defel. 2ª Edição. 493p;
COSTA, Lairton José da, Sociologia: a economia e a sociedade, Brasília, s/d. 62p;
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GASCHO, João Arnoldo, etall. Sociologia. Jaraguá do Sul. Editora Unerj. 2006, 101p;
HERCULANO, Selene. A Busca da Igualdade e a Coexistência com a Desigualdade: Classes,
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MARX, Carl, Introdução à Crítica da Economia. São Paulo, Abril Cultural, 1974, 343p;
NOVA, Sebastião Vila, Introdução à Sociologia, 2 a Edição, São Paulo: 1992, 232p;
PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. São Paulo, Editora Ática, 18ª edição, 1999, 264p;
SOROKIN, Pitirim A. Sociedade, Cultura e Personalidade. Porto Alegre, Globo, 1968, 413p;
WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro, Zahar, 1971, 204p.