ParecerReferencialDMPn 12
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PARECER
Assessoria Técnico-Jurídica
Parecer Referencial DMP n. 012
Assunto: Prorrogação do prazo de vigência contratual de serviços e fornecimentos contínuos, aluguel de
equipamentos e utilização de programas de informática, com exceção daqueles que tenham decorrido de
contratação direta (dispensas e inexigibilidades de licitação). Comprovação da vantajosidade na manutenção
do contrato. Interesse das partes contratantes. Possibilidade mediante termo aditivo, com fundamento nos
arts. 106 e 107 da Lei n. 14.133/2021. Demanda repetitiva. Aplicação da Resolução GP n. 36/2019.
14.133/2021, sendo prescindível a análise jurídica a cada caso concreto, entende-se aplicável a figura do
parecer referencial.
Retira-se dos relatórios estatísticos da Diretoria de Material e Patrimônio de 2017, 2018
e 2019 que a emissão de pareceres pela Assessoria Técnico-Jurídica da DMP para prorrogação do prazo de
vigência que tinham por objeto serviços continuados ou de aluguel de equipamentos e utilização de
programas de informática alcançou o número de 284 de um total de 2034 pareceres emitidos em 2017, 229
do total de 1796 em 2018, 196 do total de 1462 em 2019.
Desde a implementação deste instrumento em 2019, já foram emitidos mais de 990
pareceres referenciais: 49 (em 2019), 216 (em 2020), 343 (em 2021), 281 (em 2022) e 102 até o dia de
hoje, em 2023. Ou seja, 4,6% (2019), 15,25% (2020), 24,98% (2021), 15,9% (2022) e 17,98% (até o
momento em 2023) da força de trabalho desta Assessoria tocante à elaboração de pareceres passou a não
mais ser destinada a procedimentos onde não existe análise jurídica, e sim, apenas a verificação de
preenchimento de requisitos pré-determinados.
A Lei n. 14.133/2021 admite que a duração dos contratos que tenham por objeto serviços
e fornecimentos contínuos (art. 106, caput) e aluguel de equipamentos e utilização de programas de
informática (art. 106, §2º) seja de até 5 (cinco) anos, podendo ser prorrogado até a vigência máxima de 10
(dez) anos (art. 107). Vejamos:
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de
serviços e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes diretrizes:
I - a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá atestar a maior vantagem econômica
vislumbrada em razão da contratação plurianual;
II - a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exercício, a existência de créditos
orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção;
III - a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser de créditos
orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato não mais lhe oferece vantagem.
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo ocorrerá apenas na próxima data de
aniversário do contrato e não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da referida data.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática.
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados sucessivamente,
respeitada a vigência máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste
que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o
contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes.
Ademais, a referida Lei estabelece a possibilidade de celebração de contratos com o
prazo de até 10 (dez) anos, nas hipóteses elencadas no art. 108:
Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10 (dez) anos nas hipóteses previstas
nas alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei.
Como se depreende da redação do art. 106 supramencionado, há pressupostos mínimos
essenciais ao deferimento da prorrogação de prazo de vigência de contratos, os quais se passa a destacar:
Inicialmente, verifica-se que para que seja possível realizar a prorrogação do prazo de
vigência de contratos em estudo, com fundamento no art. 107 da Lei 14.133/2021, é indispensável que
exista previsão no ato convocatório para tanto, nos termos do próprio artigo. A exigência deriva da
aplicação dos princípios da isonomia e vinculação ao instrumento convocatório, pois o edital, onde está
anexa a minuta contratual, expõe aos interessados as condições da contratação, estando, dentre elas, a
caracterização do objeto como passível de prorrogação do prazo de vigência contratual.
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O doutrinador Marçal Justen Filho ensina que a omissão desta previsão impede que se
realize a prorrogação, respeitando o princípio da segurança, uma vez que todos os interessados devem
estar cientes desta condição da contratação. Vejamos:
8) A previsão da prorrogação no ato convocatório
A renovação do contrato depende de explícita autorização no ato convocatório. A omissão impede a
renovação. Essa asserção deriva do princípio da segurança. Não é possível que se instaure a licitação sem
explícita previsão acerca do tema. Os eventuais interessados deverão ter plena ciência da possibilidade de
prorrogação. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratações Administrativas
[livro eletrônico]. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021)
No mesmo sentido, entende Joel de Menezes Niebuhr, como condição inicial para
análise da prorrogação do prazo de vigência contratual:
O primeiro requisito para a prorrogação é que o edital a preveja. O silêncio do edital obsta a prorrogação,
ainda que as suas condições sejam extremamente vantajosas para a Administração. O pressuposto é que a
possibilidade de prorrogação pode afetar o interesse de empresas em participar da licitação ou mesmo o teor
das suas propostas. Sendo assim, a intenção do legislador é fazer com que todos os licitantes saibam sobre a
possibilidade e as condições para a prorrogação, que, pois, deve ser disciplinada no edital. Por consequência,
a prorrogação deve obedecer a eventuais limitações contidas no edital. (NIEBUHR, Joel de Menezes.
Licitação pública e contrato administrativo. 5. ed. - Belo Horizonte: Fórum, 2022)
Assim, inicialmente, para que seja dado início à instrução do processo administrativo
para prorrogação de vigência dos contratos aptos a serem subsumidos a este parecer referencial, deverá a
Divisão de Contratos, Convênios e Registro de Preços se certificar da existência de cláusula contratual
prevendo a possibilidade, sob pena de vedação da aplicação do referido instrumento e, ademais, devendo-
se, neste caso, realizar novo procedimento licitatório competitivo, já que as dispensas e inexigibilidades
não se submeterão a este parecer referencial.
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[...]
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática.
Dessa forma, tanto para os contratos de serviços e fornecimentos contínuos, quanto
aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática, caso haja previsão na minuta contratual
ou ato convocatório, é possível a prorrogação de vigência contratual por até 10 anos.
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I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item correspondente do Sistema Nacional
de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – Sinapi;
II – dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de tabela de referência formalmente aprovada pelo
Poder Executivo, federal ou estadual, e de sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que
atualizados no momento da pesquisa e compreendidos no intervalo de até 6 (seis) meses de antecedência da
data de divulgação do edital ou da autorização da contratação direta pelo diretor-geral administrativo,
contendo a data e a hora de acesso;
III – contratações similares realizadas pela Administração Pública, em execução ou concluídas no período de
1 (um) ano anterior à data da pesquisa de preços, inclusive mediante sistema de registro de preços, observado
o índice de atualização de preços correspondente; ou
IV – pesquisa de notas fiscais eletrônicas.
§ 7º Fica vedada a substituição da utilização de um ou mais parâmetros estabelecidos no caput deste artigo
pela atualização dos preços por meio da aplicação de índice de preços.
Art. 6º Serão utilizados, como critério para obtenção do preço referencial, o menor preço, a média ou a
mediana dos valores obtidos da pesquisa de preços, desde que o cálculo incida sobre um conjunto de 3 (três)
ou mais preços oriundos de um ou mais dos parâmetros de que trata o art. 5º desta resolução, desconsiderados
os valores inconsistentes, os inexequíveis e os excessivamente elevados.
§ 1º A média será utilizada preferencialmente quando os preços coletados na pesquisa forem homogêneos.
§ 2º A mediana será utilizada preferencialmente quando os preços coletados na pesquisa forem heterogêneos.
§ 3º O menor preço será utilizado sempre que o objeto da contratação for comercializado em mercado com
baixa competição econômica, devendo essa condição ser comprovada nos autos.
§ 4º Poderão ser utilizados outros critérios ou métodos, desde que devidamente justificados nos autos pelo
servidor responsável e aprovados pela autoridade competente.
§ 5º Para a desconsideração dos valores inconsistentes, dos inexequíveis e dos excessivamente elevados,
deverão ser adotados critérios fundamentados e descritos no processo administrativo.
§ 6º Poderão ser desconsiderados, na forma do § 5º deste artigo, aqueles preços coletados em séries de preços
heterogêneos, na forma definida no inciso VII do caput do art. 2º desta instrução normativa, que estejam fora
dos seguintes limites:
I – limite inferior: o valor da média dos preços coletados subtraído o valor do desvio padrão; e
II – limite superior: o valor da média dos preços coletados somado ao valor do desvio padrão.
§ 7º Excepcionalmente será admitida a determinação de preço referencial com base em menos de 3 (três)
preços, desde que devidamente justificada nos autos pelo servidor responsável e aprovada pelo diretor-geral
administrativo, adotando-se nestes casos o menor dos preços coletados como preço referencial.
§ 8º Quando o preço referencial for obtido unicamente com base no inciso I do caput do art. 5º desta instrução
normativa, o valor não poderá ser superior à mediana do item nas fontes consultadas.
§ 9º Para a obtenção do desconto mínimo serão utilizadas a média ou a mediana dos valores ou percentuais
obtidos da pesquisa, desde que o cálculo incida sobre um conjunto de 3 (três) ou mais dados coletados por
pelo menos um dos parâmetros de que trata o caput do art. 5º desta instrução normativa, desconsiderados os
valores inconsistentes, os inexequíveis e os irrisórios.
§ 10. A pesquisa de preços para análise da vantagem na prorrogação de contratos de prestação de serviços
continuados sem dedicação exclusiva de mão de obra ou do pedido de revisão de preços desses contratos
poderá, de forma justificada, contemplar apenas os itens mais demandados pela administração e cujos valores
sejam mais representativos, utilizando-se a metodologia de análise com base no princípio de Pareto.
§ 11. Aplicam-se os critérios previstos neste artigo e os parâmetros constantes no art. 5º desta instrução
normativa para obtenção do retorno econômico referencial a ser estabelecido nas licitações cujo critério de
julgamento é o maior retorno econômico.
Ainda, a IN DMP n. 1/2021 prevê, em seu art. 14, que os modelos de Termo de
Consolidação de Pesquisa de Preços devem ser utilizados para fundamentar as prorrogações de contratos
continuados:
Art. 14. Deverão ser adotados os modelos de Termo de Consolidação de Pesquisa de Preços para a
contratação de bens e serviços em geral, para a aferição de vantagem na prorrogação contratual de serviços
continuados ou de atas de registro de preços e para subsidiar a tomada de decisão quanto ao deferimento de
revisão de preços.
Parágrafo único. Os preços referenciais das pesquisas de preços para a aferição de vantagem na prorrogação
contratual de serviços continuados ou de atas de registro de preços e para subsidiar a tomada de decisão
quanto ao deferimento de revisão de preços deverão contemplar a indicação do desconto concedido pelo
contratado na licitação.
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No mesmo tema da pesquisa de preços, porém com o foco nas contratações de serviços
com dedicação exclusiva da mão de obra que tenham os preços da contratação fundamentados em
convenção, acordo ou dissídio coletivo de trabalho, a IN DMP n. 1/2021 dispensa a realização de pesquisa
de preços quando da prorrogação contratual, já que o preço segue, obrigatoriamente, o que é praticado no
mercado:
Art. 9º Na pesquisa de preço relativa às contratações de prestação de serviços com dedicação exclusiva de
mão de obra, o valor referencial da contratação deve contemplar o valor máximo global e mensal que será
fixado a partir da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços, mediante a aplicação da
seguinte metodologia: [...]
§ 2º Fica dispensada a pesquisa de preços para a aferição de vantagem na prorrogação contratual de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra em que os preços da contratação estejam
fundamentados em acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho.
Portanto, a unidade gestora do contrato deverá ter como parâmetros para a comprovação
da vantagem de manutenção do preço contratado aqueles indicados na IN DMP n. 1/2021, buscando,
inclusive, atualizar as pesquisas realizadas anteriormente por ocasião do processo de contratação para fins
de comparação com o preço praticado no contrato no momento da prorrogação.
Ressalta-se que os preços praticados em contratações anteriores do PJSC para o mesmo
objeto podem constar na pesquisa de preços como base de comparação, mas sem compor a listagem de
preços utilizados para definir o preço médio de mercado.
Indica-se que esta atividade deve ser realizada pela Unidade Requisitante em parceria
com a Seção de Fornecedores, devendo esta última, assim como já faz em procedimentos licitatórios,
atestar a regularidade da pesquisa realizada e indicar, em caso de verificação de superveniente sobrepreço,
a necessidade de realização de negociação pela unidade gestora orçamentária.
Este deve ser, então, um dos itens a constar da lista de verificação como requisito para a
prorrogação.
Muito importante ressaltar que não necessariamente os valores contratados em vigor
serão os menores praticados pelo mercado. Devem refletir a média ou mediana (a depender do melhor
método a ser estabelecido pela Seção de Fornecedores na elaboração do documento comprobatório da
pesquisa realizada) dos preços praticados. O sobrepreço estará caracterizado, assim, apenas em casos de
variação acima da média ou mediana de preços. Caracterizado o sobrepreço, passa a ser condição de
prorrogação a negociação, devendo ser justificada a manutenção da contratação apenas por período
suficiente à realização de nova contratação ou, ainda, caso não seja possível a realização de contratação
emergencial para o mesmo objeto por preço que corresponda ao praticado pelo mercado. Deve-se levar em
consideração, na tomada de decisão, o custo do processo licitatório frente à manutenção do contrato nos
termos em que foi celebrado.
Em caso de necessária negociação (exitosa ou não), deve-se redigir cláusula
correspondente no termo aditivo e será afastada, por isso, a aplicação deste parecer referencial, já que esta
Assessoria deverá analisar os preços pesquisados e a negociação efetivada.
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que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o
contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes. (grifou-se)
Para isso, a unidade gestora deverá se atentar à realidade existente no mercado no
momento da prorrogação, a fim de indicar se a solução contratada continua a mais adequada para atender a
necessidade pública. É o que destaca o doutrinador Joel de Menezes Niebuhr ao abordar a vantagem nas
condições da contratação:
O segundo requisito para a prorrogação é que as condições e os preços contratados permaneçam vantajosos.
Isso significa que, mesmo com a previsão no edital, a prorrogação dos contratos de serviços e fornecimentos
contínuos não é regra absoluta, que se realize quase que automaticamente. Antes disso, a prorrogação somente
se justifica se o contrato permanece vantajoso. Se não houver vantagem, não se atinge a finalidade
pressuposta na lei e, por via de consequência, o ato de prorrogação é eivado por desvio de finalidade.
A vantagem que justifica a prorrogação do contrato não se resume à perspectiva econômica. Salienta-se que o
artigo 107 da Lei n. 14.133/2021 refere a condições e preços vantajosos. A propósito, no inciso I do artigo
106, o legislador exige o ateste de vantagem econômica para permite que o contrato seja firmado de uma vez
por até 5 anos. No artigo 107, o legislador não repetiu a expressão "vantagem econômica". Claramente, no
artigo 107, a vantagem não é limitada ao aspecto econômico, em que pese ele não poder ser desconsiderado.
Veja-se que o artigo 107 utiliza a conjunção cumulativa e não alternativa, exige condições e preços
vantajosos, não um ou outro.
Pois bem, pode-se afirmar que, antes de prorrogar contrato de serviço ou fornecimento contínuo, para aferir a
vantagem ou desvantagem em fazê-lo, a Administração deve proceder à pesquisa de mercado, tanto sob a
ótica do preço quanto sob a perspectiva da qualidade ou técnica. Ocorre que a Administração deve conhecer a
realidade do mercado que circunda o momento da prorrogação para afirmar se ela é ou não
vantajosa. (NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato administrativo. 5. ed. - Belo Horizonte:
Fórum, 2022)
Em resumo, sem justificativa motivada da prorrogação, considerando os aspectos
técnicos e econômicos da contratação, portanto, não é possível a prorrogação da vigência do contrato, por
carecer a motivação no interesse público para sua continuidade.
Licitações.
Findo o prazo de contratos de execução continuada sem que tenha havido, em tempo hábil, a sua prorrogação,
não poderá mais ser prorrogado. As prorrogações somente podem ocorrer em contratos ainda vigentes, e têm,
ainda, que haver previsão nesse sentido nos atos convocatórios das licitações que geraram os respectivos
contratos.
[...]
CONCLUSÕES
Em síntese, são as seguintes as conclusões que apresentamos derredor do tema contratos administrativos, sua
vigência e prorrogações:
[...]
b) Nos contratos de execução continuada, findo o prazo ajustado sem que tenha havido a prorrogação em
tempo hábil não será possível realizá-la. As prorrogações somente podem ocorrer em contratos vigentes e
devem estar previstas nos atos convocatórios das licitações que geraram os respectivos contratos;
(HUPSEL, Edite; RODRIGUES, Maria Angélica. Prorrogação de contratos na nova Lei de Licitações nº
14.133/2021 – tipos de ajustes – motivos nado atraso de conclusão do objeto. Zênite Fácil, categoria
Doutrina, 25 jan. 2023. Disponível em: http://www.zenitefacil.com.br. Acesso em: 21/06/2023)
Assim, tanto a Divisão de Contratos, Convênios e Registro de Preços quanto a unidade
gestora do contrato devem se certificar de que, para que o procedimento de prorrogação do prazo de
vigência possa iniciar, o contrato esteja vigente e exista prazo suficiente para finalização do processo,
devendo ser colhida a assinatura do termo aditivo antes do termo final do contrato.
E, por fim, no que se refere à limitação temporal, o artigo 107 da Lei n. 14.133/2021
determina a vigência contratual máxima de 10 anos para as contratações de serviços e fornecimentos
contínuos, aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática:
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados sucessivamente,
respeitada a vigência máxima decenal, desde que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste
que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a negociação com o
contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer das partes.
Ressalta-se que a unidade gestora do contrato deve verificar, quando solicitar a
prorrogação do prazo de vigência contratual que esteja próxima ao limite legal, a necessidade de dar início
a novo procedimento para contratação, uma vez que os estudos técnicos preliminares, projeto básico e
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procedimento licitatório em si demandam estudo e tempo das unidades do PJSC, evitando, assim,
contratações emergenciais desnecessárias.
Portanto, para que seja possível a prorrogação de vigência contratual, a instrução do
processo deverá conter os seguintes requisitos, precedidos do afastamento da aplicação deste parecer
referencial a casos de dispensa e inexigibilidade de licitação e, ademais, para os casos de negociação de
valores decorrente da pesquisa de preços contida na prorrogação:
1. Constar sua previsão no ato convocatório;
2. Houver interesse da Administração e do contratado;
3. For comprovado que o contratado mantém as condições iniciais de habilitação;
4. For constatada em pesquisa que os preços contratados permanecem vantajosos para a
Administração;
5. Estiver justificado e motivado por escrito, em processo correspondente, que as
condições permanecem vantajosas;
6. Não haver solução de continuidade nas prorrogações;
7. Existir autorização da reserva orçamentária para cobertura dos gastos com a
prorrogação;
8. Respeito à limitação de 10 anos, conforme artigo 107 da Lei n. 14.133/2021
DA PRORROGAÇÃO
Cláusula segunda. Fica prorrogado até XX de XXXXX de XXX o prazo estabelecido no inciso X da
cláusula XXXX do contrato ora aditado.
Parágrafo único. Assegura-se à contratada o direito ao reajuste de valores a partir de XX.XX.XXXX.
(Incluir esta cláusula caso seja solicitado pela contratada - REAJUSTE DE CONTRATOS CONTINUADOS
SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA; CONTRATOS DE ALUGUEL DE
EQUIPAMENTOS E UTILIZAÇÃO DE PROGRAMAS DE INFORMÁTICA EM GERAL; E
CONTRATOS COM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA - NO CASO DE REAJUSTE DE
UNIFORMES, EQUIPAMENTOS, EPI)
Parágrafo único. Fica assegurado à Contratada o direito à repactuação de valores ainda não adimplidos, não
concedidos e/ou pendentes de solicitação em razão da não homologação de novo acordo, convenção ou
dissídio coletivo, bem como aquelas advindas no decorrer da vigência a ser prorrogada.
(Incluir esta cláusula caso seja solicitado pela contratada - REPACTUAÇÃO DE CONTRATOS COM
DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA PARA A PARCELA REFERENTE À CONVENÇÃO
COLETIVA DE TRABALHO)
As previsões referentes ao resguardo do reajuste contratual somente deverão ser
inseridas na minuta em caso de expressa solicitação da contratada, já que têm por objetivo evitar a
caracterização de preclusão lógica, pois, conforme entendimento do Tribunal de Contas da União adotado
por este PJSC, no momento em que a contratada assina o termo aditivo de prorrogação de prazo de
vigência está ratificando as condições do contrato vigente, inclusive quanto ao preço:
DA RATIFICAÇÃO
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Conclusão
Assim sendo, conclui-se que as prorrogações de vigência dos contratos que tenham por
objeto serviços e fornecimentos contínuos, aluguel de equipamentos e utilização de programas de
informática, com exceção daqueles que tenham decorrido de contratação direta (dispensas e
inexigibilidades de licitação), são hipóteses de aplicação deste Parecer Referencial DMP n. 012, que se
submete a Vossa Senhoria, a fim de que, caso acolhido, seja fixado prazo de vigência e, após cientificado o
Senhor Diretor-Geral Administrativo, disponibilizado no portal do Poder Judiciário.
É o parecer que submeto à consideração de Vossa Senhoria.
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ASSESSORIA TÉCNICO-JURÍDICA/DMP
Documento assinado eletronicamente por Jullyana Kroon Tomaz Soares, Assessor Técnico, em
29/06/2023, às 14:05, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.
0027235-97.2023.8.24.0710 7295404v57
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