14 - Contabilidade Intermediária
14 - Contabilidade Intermediária
14 - Contabilidade Intermediária
UNIDADE I....................................................................................................... 5
Introdução a Contabilidade Intermediária
UNIDADE II.................................................................................................... 28
A Estática e a Dinâmica Patrimonial
UNIDADE III................................................................................................... 49
As sociedades empresariais e seus livros de registros
UNIDADE IV................................................................................................... 71
Plano de Contas e Operações com Mercadorias
UNIDADE I
Introdução a Contabilidade
Intermediária
Professor Mestre Pedro Henrique Bortotti Favero
Plano de Estudo:
• Breve histórico e evolução da Ciência Contábil
• Evolução do Pensamento Contábil
• Campos de estudo da Contabilidade
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a Evolução da Contabilidade e do Pensamento Contábil
• Levar os alunos a compreenderem os objetivos da Contabilidade
5
INTRODUÇÃO
O SURGIMENTO DA CONTABILIDADE
Não se pode afirmar com precisão a época em que surgiu a Contabilidade, mas
sabe-se que possivelmente, ela tem início, a partir do momento em que o homem passou a
ter bens e, para tanto, necessitou-se de um controle sobre esses bens.
De acordo com Iudícibus (2000, p. 30),
Não é descabido afirmar-se que a noção de conta, e portanto, de Contabili-
dade seja, talvez tão antiga quanto a origem do Homo Sapiens. Alguns histo-
riadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas
aproximadamente a 4.000 a.C. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao
Como podemos ver a Contabilidade surgiu e teve a sua evolução sempre ligada
ao desenvolvimento econômico e social. Sempre esteve voltada para as necessidades que
empresas e pessoas tinham de controlar os bens, ou seja, o patrimônio e sua evolução.
No pensamento de Iudícibus (2000, p. 30),
É claro que a Contabilidade teve uma evolução relativamente lenta até o
aparecimento da moeda. Na época troca pura e simples de mercadorias, os
negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros,
porém, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem
avaliação monetária.
ESCOLA ITALIANA
Como mencionado no tópico anterior, o desenvolvimento econômico e social da
Itália do século XIII até o início do século XX teve grande influência no processo evolutivo
do pensamento Contábil, e nesse período, ocorreu o surgimento de diversas escolas de
pensamento, conforme segue:
1. Contismo
2. Personalismo
3. Neocontismo
4. Controlismo
5. Aziendalismo
6. Patrimonialismo
Contismo
O debate em torno da ideia central do Contismo que era o mecanismo das contas
acabou atraindo novos pensadores, que, buscando ampliar o contexto no qual estava
sendo discutido o pensamento contábil, deram origem a uma nova escola ou corrente de
pensamento que buscava, agora, personificar as contas. Essa escola, em função de sua
proposta de novo direcionamento do pensamento contábil, recebeu a denominação de
Personalismo.
Personalismo
Neocontismo
Fábio Besta, descarta a personificação das contas, defendendo o foco da contabi-
lidade no controle e evolução da riqueza patrimonial. Segundo Favero et al (2011, p. 15):
O Neocontismo de Fábio Besta descarta a personificação das contas e diri-
ge os estudos para a riqueza patrimonial. Esse novo direcionamento trouxe,
como consequência, grande avanço para o estudo da análise patrimonial e
dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial.
Controlismo
Com o avanço dos estudos, indicando as fases dos controles, houve uma evolução
nos processos contábil em termos organizacionais, porém começou a ser criticada em
termos técnicos. Essas críticas foram de suma importância para que revela-se a conta-
bilidade uma nova área de atuação, com isso surge uma nova corrente de pensamento o
Aziendalismo.
Aziendalismo
Com estudos efetuados na escola anterior, na qual o foco estava centrado nas
aziendas, foram elaboradas diversas teorias, contribuindo sobremaneira para a ampliação
do campo de estudo da Contabilidade. Segundo Favero et al (2011, p. 18) “Essa teoria teve
como seu principal defensor Gino Zappa, que sucedeu Fábio Besta na cátedra da Real
Scuola Superiore di Comércio di Veneza”. Zappa percebeu que o estudo da Contabilidade
estava muito restrito, considerando-se as ideias dos estudiosos da corrente controlista.
Nesse contexto, desenvolveu pesquisas e buscou ampliar o campo de estudo da contabili-
dade para a área de gestão.
Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras (2009, p. 26) indicam: “(...) como expoente des-
A corrente de pensamento defendida por Gino Zappa trouxe uma inegável contribui-
ção para a evolução do pensamento contábil, todavia, em decorrência da própria evolução
da sociedade, acabou cedendo espaço para o surgimento do Patrimonialismo que é a atual
escola de pensamento.
Se observarmos a evolução do pensamento contábil do Contismo ao Azienda-
lismo perceberemos claramente que a Contabilidade foi evoluindo na medida em que as
sociedades evoluíam e, consequentemente, seus gestores, requeriam informações mais
qualitativas para a tomada de decisões. Esse olhar sobre a história do pensamento contábil
nos permite destacar que se houveram críticas e debates acirrados na defesa das ideias
ao longo das escolas, esse fato foi fundamental para que o alicerce do pensamento con-
tábil fosse construído de forma sólida, bem estruturada e organizada. No início do século
passado, tínhamos todas as bases para o surgimento daquela que até o momento é a
mais completa das escolas de pensamento, exatamente porque é o resultado de séculos
de estudos que, em cada época, teve a sua importância para a construção do pensamento
contábil.
Patrimonialista
Tomando por base as ideias dos pensadores que ao longo do tempo analisaram a
proposta da escola patrimonialista, percebe-se que a Contabilidade finalmente alcança o
seu campo de estudo real que é o patrimônio das entidades.
Os princípios que sustentam a teoria de Masi, segundo Favero et al (2011, p.20)
são:
1. o objeto da Contabilidade é o patrimônio aziendal;
2. os fenômenos patrimoniais são fenômenos contábeis;
3. a Contabilidade é uma ciência;
4. a Contabilidade é uma ciência social;
5. divide-se a Contabilidade em três ramos distintos, em sua parte teórica, a saber:
estática patrimonial, dinâmica patrimonial e levantamento patrimonial. A parte
aplicada refere-se às entidades;
6. o patrimônio, objeto de indagação, deve ser observado em seus aspectos qua-
litativo e quantitativo;
7. o fenômeno patrimonial conceitua-se como “todo acontecimento que se verifica
no patrimônio”;
8. a Contabilidade não se confunde com o levantamento patrimonial, que é apenas
uma de suas partes;
9. a Contabilidade relaciona-se intimamente com diversas outras ciências como:
Direito, Economia, Sociologia, Matemática, etc.;
10. o método usado pela ciência contábil, preferencialmente, é o indutivo; e
11. o fim ou aspecto de observação da Contabilidade é o fim da finalidade aziendal,
ou seja, o cumprimento dos objetivos a que se propôs o sujeito aziendal.
É importante lembrar que os ensinamentos das escolas italianas trouxeram um
grande avanço para a Contabilidade, e, como já dissemos essa é uma área de conheci-
mento que sempre esteve e estará em sintonia com o processo evolutivo da sociedade
na qual está inserida. Assim sendo, como no início do século XX os Estados Unidos da
América passaram a ter uma grande expansão industrial e comercial, o centro de estudos
e discussões sobre a Contabilidade também se desloca, mantendo-se as bases da escola
patrimonialista agora em novo cenário, com propósitos e direcionamento da informação di-
REFLITA
“O começo de todas as ciências é o espanto de as coisas serem o que são”.
Aristóteles
LIVRO
Título. Contabilidade: Teoria e Prática
Autor. FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; SOUZA,
Clóvis de; TAKAKURA, Massakazu
Editora. Atlas
Sinopse: O livro Contabilidade: teoria e pratica é resultado de uma
pesquisa desenvolvida por professores do Departamento de Ciên-
cias Contábeis da Universidade Estadual de Maringá, objetivando
a elaboração de material didático para suprir as necessidades do
Curso de Ciências Contábeis e áreas afins.
Ao escreve-lo, buscou um equilíbrio entre a teoria e prática contá-
beis, evidenciando a interligação entre o que fazer, por que fazer,
e como fazer a Contabilidade de modo a gerar informações com
a qualidade necessária para atingir os requisitos dos diversos
usuários.
FILME/VÍDEO
Título: Um Sonho de Liberdade
Ano. 1994
Sinopse.
Um Sonho de Liberdade é um filme norte-americano de dra-
ma lançado em 1994, escrito e dirigido por Frank Darabont baseado
na novela Rita Hayworth and Shawshank Redemption, de Stephen
King. O longa é estrelado por Tim Robbins e Morgan Freeman,
com Bob Gunton, William Sadler, Clancy Brown, Gil Bellows e Ja-
mes Whitmore em papéis coadjuvantes. Ele conta a história do
banqueiro Andy Dufresne, que é sentenciado a prisão perpétua
na Penitenciária Estadual de Shawshank pelo assassinato de sua
esposa e do amante dela, mesmo protestando inocência. Pelas
duas décadas seguintes, Andy faz amizade com o colega detento
e contrabandista Ellis Boyd “Red” Redding e torna-se uma peça
importante no esquema de lavagem de dinheiro realizado pelo
diretor Samuel Norton.
FAVERO, et al. Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2004.
SCHMIDT, Paulo. História do pensamento contábil. Porto Alegre: Editora Bookman, 2000.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas , 2002.
Plano de Estudo:
• Dinâmica Patrimonial
• Componentes da Dinâmica Patrimonial
• Estática Patrimonial
• Principais Demonstrações da Estática Patrimonial
Objetivos de Aprendizagem:
• Entender as demonstrações contábeis
• Compreender as formas de geração de Informação da Contabilidade
28
INTRODUÇÃO
BALANÇO PATRIMONIAL
em ____ / ____ / ____
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades Fornecedores
Caixa Empréstimos Bancários
Bancos c/ Movimento Obrigações Trabalhistas
Créditos Obrigações Sociais e Fiscais
Duplicatas a Receber Obrigações Provisionadas
Outros Créditos Outras Obrigações
Estoques Passivo não Circulante
Mercadorias para Revenda Passivo Exigível a Longo Prazo
Despesas do Exercício Seguinte Fornecedores
Prêmios de Seguros a Apropriar Financiamentos
Ativo não Circulante Outras Obrigações
Ativo Realizável a Longo Prazo
Créditos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Duplicatas a Receber Capital Social
Investimentos Capital Social
Ações de Outras Companhias (–) Capital a Integralizar
Imobilizado Reservas de Capital
Imóveis para Uso Ajustes de Avaliação Patrimonial
Veículos Reservas de Lucros
Móveis e Utensílios Lucros ou Prejuízos acumulados
Máquinas e Equipamentos
(–) Depreciação Acumulada
Intangível
Fundo de Comércio
Marcas e Patentes
(-) Amortização Acumulada
Ativo
O Ativo é o conjunto de bens e direitos decorrentes de transações passadas e com
capacidade de geração de benefícios futuros.
Segundo Favero et al (2011, p. 68) “Ativo é o conjunto de bens e direitos decorrentes
de transações passadas e com potencialidade de geração de caixa, colocados à disposição
da entidade para que essa possa alcançar os seus objetivos”.
a) Bens ou Direitos
Bens são investimentos para que a entidade execute suas atividades. São classi-
ficados em tangíveis e intangíveis. São bens tangíveis, aqueles que têm forma física, ou
seja: são palpáveis como veículos, computadores, móveis, entre outros, e os bens intangí-
veis, aqueles que não apresentam forma física. Como exemplos temos fundo de comércio,
marcas, patentes, entre outros.
Já os direitos são valores decorrentes de operações da empresa como os decor-
rentes de vendas a prazo, como também de outras atividades como vendas de imobilizados
ou direitos pelas parcelas a quitar pelo aumento de capital por parte dos sócios. Os direitos
representam entradas de caixa para a empresa que ocorrerão conforme no futuro, seguindo
os parâmetros das políticas de crédito da empresa, quando se tratar valores resultantes das
operações e de acordos entre as partes quando se tratar de vendas de imobilizados ou
aumento de capital.
b) Propriedade
Para ser considerado um ativo, os bens e direitos devem trazer algum benefício para
a empresa, seja no momento presente ou futuro. Esse fato está relacionado diretamente
com a capacidade que o bem tem de gerar caixa. Segundo Favero et al (2011, p.70) “Um
veículo ou uma máquina em condições de trabalho pode trazer benefícios para a empresa.
No entanto, se esse veículo ou máquina estiver totalmente destruído, não produzirá bene-
fício à empresa devendo, portanto, ser baixado”.
Passivo
Patrimônio Líquido
Nesse caso, basta analisar o Balanço Patrimonial e observar que o total do Ativo é
igual à soma do Passivo mais Patrimônio Líquido.
Assim sendo, se a soma do Ativo for maior que a soma do Passivo, temos Patri-
mônio Líquido é maior que 0 (zero), ou seja: situação patrimonial positiva ou ainda que a
empresa possui riqueza própria.
Em uma segunda análise, caso o Passivo seja maior que o Ativo, temos Patrimônio
Líquido menor que 0 (zero), ou seja: situação patrimonial negativa evidenciando que as
dívidas os bens e direitos da empresa não são suficientes para a cobertura das obrigações.
Nesse caso, temos o que denominamos de Passivo a descoberto.
E na última análise, caso o Ativo seja igual ao Passivo, teremos Patrimônio Líquido
igual a 0(zero), ou seja: a empresa não tem riqueza própria. A soma de todos os seus bens
e direitos é exatamente o valor das obrigações. Esse fato é considerado por alguns autores
como situação de equilíbrio.
Lucro líquido
(+/-) em clientes
(+/-) em estoques
(+/-) em fornecedores
Entradas
Aumento de capital
Empréstimos
Financiamentos
Saídas
Distribuição de dividendos
Empréstimos
Financiamentos
Atividades de investimento
Entradas
Saídas
COMPONENTES
Um conjunto completo de demonstrações contábeis inclui os seguintes componentes:
1. balanço patrimonial;
2. demonstração do resultado;
3. demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, podendo ser substituído
pela demonstração das mutações do patrimônio líquido;
4. demonstração dos fluxos de caixa;
5. demonstração do valor adicionado, se divulgada pela entidade; e
6. notas explicativas, incluindo a descrição das práticas contábeis.
COMPARATIVO
De acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações de cada
exercício serão publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstra-
ções do exercício anterior.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por
Ações) instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar
de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações rea-
lizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
De acordo com a legislação mencionada, as empresas deverão na Demonstração
do Resultado do Exercício discriminar:
- a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
- a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro bruto;
- as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas opera-
cionais;
- o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despe-
sas;
- o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão
para o imposto;
- as participações de debêntures, empregados, administradores e
partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de
SOCIEDADES ANÔNIMAS
Observar que, no caso de S/A, além do balanço patrimonial e da demonstração do
resultado, há necessidade de publicar, conforme Lei 6.404/76:
- a demonstração da mutação do patrimônio líquido;
- as origens e aplicações de recursos (para exercícios encerrados até
31.12.2007);
- a demonstração dos fluxos de caixa (para exercícios encerrados a
partir de 01.01.2008);
- a demonstração do valor adicionado - DVA (para exercícios encerrados
a partir de 01.01.2008) e
- as notas explicativas.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através do Ofício Circular CVM nº
01/2007, estabeleceu regras para as normas contábeis pelas Companhias Abertas, incluin-
do as informações obrigatórias na publicação das demonstrações financeiras.
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracoescontabeis.htm
REFLITA
“O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia” – Robert Collier,
escritor
LIVRO
Título: Teoria da Contabilidade
Autor: Iudícibus, Sergio de
Editora: Atlas
Sinopse: O envolvimento profissional do contador no contexto atual
dos negócios exige que a sua preparação não mais se restrinja ao
conhecimento das técnicas de registro contábil e de preparação
de demonstrações contábeis. O atual grau de complexidade das
operações e eventos e seus desdobramentos econômico-contá-
beis exigem do profissional o conhecimento das bases teóricas da
disciplina, para que estas sejam aplicadas de maneira consciente,
não automática, na solução de problemas reais. Este livro abrange
desde os objetivos e a metodologia da Contabilidade até as suas
mais recentes tendências e perspectivas futuras. Desde sua primei-
ra publicação em 1979, esta obra continua como um dos ícones do
mercado editorial, contribuindo para o estudo da disciplina, tanto
para estudantes dos cursos avançados de graduação, como dos
de pós-graduação em Contabilidade, que poderão utilizá-lo como
material de revisão crítica de conceitos básicos. Adicionalmente,
fornece um instrumental de reflexão extremamente importante
para os profissionais das mais variadas especializações contábeis,
na solução dos complexos problemas que enfrentam.
FILME/VÍDEO
Título: Margin Call – O Dia Antes do Fim
Ano: 2011
Sinopse: Peter Sullivan (Zachary Quinto), Seth Bregman (Penn
Badgley) e Will Emerson (Paul Bettany) trabalham no setor de
riscos em uma corretora, que está realizando uma série de de-
missões. Cerca de 80% do setor em que trabalham foi demitido,
entre eles o chefe do trio, Eric Dale (Stanley Tucci). Ao pegar o
elevador Eric entrega a Peter um pen drive, que contém algo em
que estava trabalhando no momento. O alerta para que tomasse
cuidado com o conteúdo chama a atenção de Peter, que fica após
o horário de trabalho para dar uma olhada no arquivo. Logo ele
descobre que trata-se de uma análise da volatilidade da empresa,
que indica que há duas semanas ela ultrapassou e muito o limite
de risco o qual pode correr. Desta forma a empresa está prestes
a falir, o que provoca uma reunião de emergência com diversos
setores da empresa, entre eles seu dono, o acionista John Tuld
(Jeremy Irons).
FAVERO, et al. Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2004.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas , 2002.
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracoescontabeis.htm
Plano de Estudo:
• Tipos de sociedade;
• Livros de escrituração;
• Lançamentos contábeis; e
• Comportamento das contas em função dos lançamentos contábeis;
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceitos e definições dos tipos de sociedades;
• Introdução aos livros de escrituração;
• Discussão sobre lançamentos contábeis; e
• Influência dos lançamentos no saldo das contas patrimoniais e de resultado.
49
INTRODUÇÃO
O Código Civil que entrou em vigor em 2003, trouxe mudanças significativas nos
tipos de sociedades e as empresas que foram constituídas até 2003, tiveram um tempo
para se adequar à nova proposta de organização societária.
A partir do Código Civil de 2003, as sociedades passaram e ter as seguintes formas
de constituição:
1. Sociedade Simples;
2. Sociedade Empresária.
2.1 Sociedade em Nome Coletivo;
2.2 Sociedade Limitada;
2.3 Sociedade Anônima.
Dentre os tipos de sociedade em vigor, a Sociedade Limitada corresponde ao
maior número de empresas no Brasil. Outro ponto a destacar em relação às sociedades
empresárias é que as Sociedades Anônimas não sofreram alterações dentro do código civil,
mantendo-se disposto na Lei 6404/76 e alterações posteriores.
Para melhor entendimento dos diversos tipos de sociedades, segue uma detalha-
mento de cada uma as propostas de organização societária proposta pelo Código Civil:
1. Sociedade Simples
A escrituração contábil é o registro dos fatos que ocorrem no dia-a-dia das or-
ganizações. Esse registro, denominado de lançamento contábil, deve ser feito em ordem
cronológica, observando procedimentos que permitam, com clareza, a identificação do fato
que ocorreu no diário e razão da empresa.
Segundo o Art. 177 da Lei nº 6.404/76:
A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com
obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios
da contabilidade, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes
no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o Princípio da com-
petência. (ajustado por conta de mudanças nos princípios contábeis)
Para que a contabilidade consiga atingir seu objetivo de gerar informações para
tomada de decisão, e, para que os livros de escrituração permitam essa análise deve-se
tomar cuidado com os procedimentos de escrituração que, apesar de serem simples, caso
não se tenha um bom controle por parte da empresa, especialmente em relação ao plano
de contas e classificador de gastos, tais objetivos não serão alcançados.
Tratando de Sociedade Empresária devem ser respeitadas as imposições dos
órgãos Estaduais ou Municipais em relação aos livros de escrituração. Esses livros podem
ser classificados conforme segue:
1. Obrigatórios;
2. Especiais;
3. Fiscais; e
4. Facultativos.
b. Livros Fiscais:
b.1 Os mais importantes são:
● Livro de Apuração do Lucro Real – (LALUR);
● Livro de Apuração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados);
● Registro de Entrada de Mercadorias e ou Serviços – ICMS;
● Livro de Registro de Saída de Mercadorias e ou Serviços – ICMS;
● Livro de Registro de Apuração do ICMS;
● Livro de Inventário de Estoque de Mercadorias;
● Livro de Termo de Ocorrências e Impressão de Documentos Fiscais;
● Livro de Registros de Empregados ou Fichas conforme o caso;
c. Livros Facultativos:
● Livro Caixa; e
● Outros de interesse da sociedade.
Livro Diário
O livro diário, como o próprio nome já o identifica, é o documento utilizado para o
registro diário das operações que ocorrem na empresa.
A qualidade da contabilidade, conforme já o dissemos anteriormente, é definida
pela forma como os registros são efetuados no diário e consequentemente, razão.
Os lançamentos no Diário devem conter, pelo menos, os seguintes elementos: a)
data da ocorrência do fato; b) Conta a ser debitada; c) conta a ser creditada; d) histórico;
e, e) valor.
O fator que vai definir a qualidade das informações contábeis é a classificação cor-
reta do fato contábil para fins de lançamento, escolhendo no plano de contas a conta que
identifique perfeitamente a natureza do fato, Em seguida tem-se a elaboração do histórico
que deve definir realmente o fato que ocorreu, e por fim, o valor que deve ser sustentado por
documentação contábil legalmente aceita. São procedimentos simples mais determinantes
para que a escrituração contábil e consequentemente os relatórios resultantes destas te-
nham a qualidade requerida pelos usuários da informação contábil.
Livro Razão
O razão é resultante dos lançamentos de diário. Como a contabilidade é feita pelo
método das partidas dobradas, ou seja: é binária, todo lançamento de diário gera um débito
A escrituração contábil é feita pelo método das partidas dobradas que foi difundido
na Itália, pelo Frei Luca Pacioli por volta de 1564. Esse método foi um marco divisor
no processo evolutivo da contabilidade, pois trouxe para essa área de conhecimento o
raciocínio binário para o registro dos fatos contábeis. Situação que permanece ainda hoje.
Como já afirmado na parte em que discutimos o livro diário, para o registro de um
fato contábil tem-se os lançamentos contábeis que se utilizam dos seguintes elementos
essenciais:
a. data da ocorrência do fato;
b. conta a ser debitada;
c. conta a ser creditada;
d. histórico; e
e. valor;
A data da ocorrência do fato é necessária, pois os lançamentos são registrados
em ordem cronológica. As contas a serem debitada e creditada são necessárias para o
registro (sintético ou analítico) que, como já discutimos anteriormente gera o livro razão da
empresa. O histórico tem como função deixar evidentes as características qualitativas da
operação, destacando detalhes importantes que precisam ser mencionados para identificar
toda a extensão da operação e facilitar análises futuras. E por fim o valor representa a
característica quantitativa do fato registrado e, como já dissemos, precisa estar sustentado
Título da Conta
Débito Crédito
As modificações nas contas são ocasionadas pelos lançamentos dos fatos contá-
beis. Como já discutido no começo deste tópico temos fatos que simplesmente alteram os
valores das contas, sem alterar a situação líquida, e fatos que alteram a composição dos
valores e a situação líquida. Normalmente os fatos que alteram a situação líquida estão
relacionados às receitas e as despesas ou ao aumento/ diminuição do Capital Social da
empresa.
As contas são agrupadas em dois conjuntos de demonstrações contábeis (de-
monstrações da estática e demonstrações da dinâmica). As contas da estática patrimonial
fazem parte do balanço patrimonial (contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) e as
contas da dinâmica fazem parte da Demonstração do Resultado do Exercício (Receitas e
Despesas). As contas patrimoniais não são encerradas ao final de cada exercício social.
Já as contas de resultado são encerradas ao final de cada exercício social para apurar o
resultado líquido da empresa (lucro ou prejuízo). Esse resultado líquido, transforma-se em
conta patrimonial por ocasião do fechamento do balanço patrimonial e será classificada no
Patrimônio Líquido.
1. Contas Patrimoniais
São as contas que compõem o balanço patrimonial, representadas pelo Ativo (bens
e Direitos) Passivo (obrigações a pagar) e Patrimônio Líquido (Recursos próprios investidos
e retenções de lucros).
a. Contas do Ativo
b. Contas do Passivo
2. Contas de Resultado
As contas de resultado são aquelas nas quais são registradas as receitas e despe-
sas da empresa em determinado período de tempo. Essas contas estão intimamente rela-
cionadas com as contas patrimoniais e esse processo pode ser explicado conforme segue:
uma venda à prazo, por exemplo, é uma conta de resultado que em natureza credora e vai
aumentar as receitas do período. Sua contrapartida no lançamento contábil é duplicatas a
receber que é uma conta do Ativo, portanto de natureza devedora. Sintetizando uma venda
à prazo gerou uma receita para a empresa e como os valores ainda não foram recebidos
a empresa tem um direito registrado como Duplicatas a Receber. Da mesma forma uma
despesa com pessoal, por exemplo. Gera uma despesa com pessoal e a contrapartida uma
obrigação a pagar decorrente dessa despesa, ou seja: aumenta as despesas do período
por um débito e aumenta o passivo da empresa por um crédito.
As contas de receitas têm natureza credora, pois tem como contrapartida contas
do ativo (devedora), ou seja: As receitas geram riqueza para a empresa e, essa riqueza é
registrada no Balanço Patrimonial em Duplicatas a Receber, quando decorrente de vendas
à prazo, ou em Caixa ou Bancos, quando decorrentes de vendas à vista.
Como representa uma contrapartida das contas do Ativo que são de natureza deve-
dora, as contas de receita são de natureza credora e tem os seus saldos aumentados por
lançamentos a crédito e diminuídos por lançamentos a débito.
b. Contas de Despesas
Sociedade Limitada
A Sociedade Limitada, ou como muitos a conhecem, LTDA, é o tipo societário mais
conhecido do Brasil e o mais escolhido pelos empresários. Isso decorre, principalmente, da
sua relativa simplicidade de registro e administração, bem como por conta da limitação da
Sociedade Anônima
A Sociedade Anônima também é um tipo societário muito conhecido no Brasil,
afinal, quem nunca viu a inscrição S/A na frente do nome das grandes companhias? Isso
significa que aquela empresa foi constituída sob a forma de Sociedade Anônima. Vamos
aprender mais sobre ela.
O nome desse modelo também foi criado para referenciar uma das suas caracte-
rísticas mais marcantes, o anonimato dos sócios. Isso significa que essas pessoas não têm
seu nome registrado no contrato social da empresa e podem, por livre iniciativa, vender
suas ações para outras pessoas.
Esse tipo de empresa é um pouco mais complexo e possui regras e regulamenta-
ções próprias, bem como órgãos que fazem a sua fiscalização. Isso porque, além das S/A
serem organizações empresariais, elas também figuram em um mercado gigantesco que é
o de ações.
Algumas dessas empresas têm suas ações negociadas em bolsas de valores, local
onde investidores do mundo inteiro podem comprar ou vender suas ações visando obter
rentabilidade nas operações.
Sociedade Simples
A Sociedade Simples é o modelo mais básico de constituição societária. Ela pode
ser formada por dois ou mais parceiros que atuam no mesmo ramo, exercendo, assim, a
sua atividade-fim, que só poderá ser na forma de prestação de serviços.
Esse tipo de sociedade é muito utilizada por profissionais liberais ou prestadores de
serviços que desenvolvem atividades chamadas de intelectuais, pois envolvem a natureza
científica, literária ou artística. Esse tipo de sociedade proporciona a essas pessoas uma
forma mais profissional de tratarem o seu negócio.
As Sociedades Simples não estão sujeitas a processos de recuperação judicial e
também não são registradas na Junta Comercial,como é o caso das duas últimas que
mencionamos. A constituição desse tipo de empresa será realizada no cartório de Registro
Civil das Pessoas Jurídicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
LIVRO
Título: Manual de Contabilidade Societária
Autor: Iudícibus, Sergio de; Martins, Eliseu; Gelbecke, Ernesto Rubens;
Santos, Ariovaldo de
Editora: Atlas
Sinopse: “Em 1977, logo depois da revolução contábil no Brasil trazida
pela edição da Lei das S.A. (Lei nº 6.404/1976), a Fipecafi foi procurada
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para editar o Manual de
contabilidade das sociedades por ações, que visava orientar as empre-
sas, os profissionais e o mercado a respeito de tantas e importantes
evoluções, já que praticamente tudo o que havia de novidade em matéria
contábil nessa lei já vinha sendo pesquisado e ensinado no Departamen-
to de Contabilidade e Atuária da FEA/USP. A partir, principalmente, de
1990, com a criação da Comissão Consultiva de Normas Contábeis, a
CVM passou a emitir um grande conjunto de normas já de acordo com as
normas do IASB, dentro dos limites que a Lei permitia. Ao longo de várias
edições, o Manual foi incorporando as normas, além de diversas outras
evoluções. Com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
(CPC), em 2005, e a edição das Leis nos 11.638/2007 e 11.941/2009,
produziu-se enorme conjunto de novas normas, aprovadas pela CVM e
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), já com a convergência
completa às normas internacionais de contabilidade. Essa tem sido a
grande revolução contábil deste século no Brasil. Em função dessa
transformação, a Fipecafi deliberou por produzir este Manual de conta-
bilidade societária, totalmente de acordo com os Pronunciamentos, as
Interpretações e as Orientações do CPC e com as normas internacionais
de contabilidade emitidas pelo IASB. Ao grupo de autores do Manual
anterior agregou-se o Prof. Ariovaldo dos Santos, que também tem de-
dicado enorme parte de sua vida, como profissional e como acadêmico,
ao desenvolvimento da contabilidade brasileira. Texto para consulta e
atualização profissional. Na academia, para as disciplinas Contabilidade
Geral, Contabilidade Comercial, Contabilidade Intermediária, Contabili-
dade Avançada, Teoria da Contabilidade, Contabilidade Internacional e
Estrutura e Análise de Balanços dos cursos de Ciências Contábeis e
Administração.”
FILME/VÍDEO
Título: Wall Street: Poder e Cobiça
Ano: 1987
Sinopse: Em 1985, corretor de ações jovem e ambicioso consegue falar
com investidor bilionário que idolatra e, graças a sua falta de escrúpulos,
é contratado por ele. O rapaz enriquece, mas sua vida pessoal começa
a ruir.
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/
L10406compilada.htm> Acesso em: 10 abr. 2019
______. Lei n. 6404, 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm> Acesso em: 10 abr. 2011.
FAVERO, et al. Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2004.
https://www.contabeis.com.br/artigos/4833/conheca-os-tipos-de-sociedade-e-como-funcio-
nam/
Plano de Estudo:
• Plano de Contas
• Fatos Contábeis
• Operações com Mercadorias
• Apuração do Custo das Mercadorias Vendidas
Objetivos de Aprendizagem:
• Definição de Plano de Contas e suas Particularidades pela Lei 6404/76 e atualizações.
• Estudo sobre as modificações geradas pelos fatos contábeis.
• Importância e cálculo de operações com mercadorias.
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INTRODUÇÃO
Com base no que vimos nas unidades anteriores, vamos trabalhar agora conteúdo
com o estudo do plano de contas e suas particularidades, demonstrando suas utilidades
para a empresa como um todo.
Iremos nos aprofundar nos estudos dos fatos contábeis e suas alterações dentro do
patrimônio empresarial; entender quando um fato ocasiona aumento redução da situação
líquida da empresa.
E finalizaremos a unidade com um estudo de operações com mercadorias, desta-
cando o processo de contabilização e elaboração dos relatórios contábeis.
No tocante ao passivo, A lei 6.404/76 faz distinção entre obrigações com terceiros
e com os sócios, classificando no Passivo Circulante e não Circulante as obrigações com
terceiros e no Patrimônio Líquido as obrigações com os acionistas ou sócios.
ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades
Créditos
Investimentos Temporários
Estoques
Despesas do Exercício Seguinte
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRUCLANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
(–) Capital a Integralizar
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Lucros ou Prejuízos Acumulados
(–) Ações em Tesouraria
CONTAS DE RESULTADO
Receitas Operacionais
Custo das Mercadorias Vendidas
Despesas Operacionais
Outras Receitas e Outras Despesas
Provisões
Participações e Contribuições
Resultado do Exercício
É importante destacar que o plano de contas deve ser organizado envolvendo todos
os setores da empresa de forma a possibilitar a geração de informações tanto no âmbito da
contabilidade societária (financeira) como da contabilidade gerencial. Assim sendo, cada
empresa deve ter o seu plano de contas voltado para atender as suas necessidades de
geração de informações tanto para usuários internos como externos.
Conforme discutido em tópicos anteriores, nos deparamos no dia a dia das opera-
ções da empresa com fatos que podem modificar a situação patrimonial da empresa para
mais ou para menos, ou ainda simplesmente modificar a estrutura das contas pela permuta
entre contas sem, contudo, afetar o patrimônio. Esses fatos são classificados em 3 (três)
categorias, conforme segue:
a. Fatos Permutativos;
b. Fatos Modificativos; e
c. Fatos Mistos.
a. Fatos Permutativos
São os fatos que ocorrem no período, ocasionando mudanças no patrimônio da
entidade, porém sem alterar a situação líquida da empresa, ou seja, não geram lucro ou um
prejuízo no período.
Exemplo: Compra de Mercadorias a vista no valor de R$ 10.000,00, sendo o paga-
mento efetuado com cheque. Executando os lançamentos conforme aprendemos no tópico
de escrituração, temos:
D – Mercadorias
C – Banco C/Movimento
Compra de mercadorias a vista conforme NF XX ..................... R$ 10.000,00
ATIVO PASSIVO
ATIVO PASSIVO
b. Fatos Modificativos
Os fatos modificativos são os que alteram a situação patrimonial da empresa, ou
seja: geram lucro ou um prejuízo no período. Como ocorre alteração na situação líquida,
podemos dizer que quando aumentam são considerados um fato modificativo aumentativo,
e quando diminuem serão um fato modificativo diminutivo.
Exemplo: Receita de aplicação financeira no valor de R$ 5.000,00, neste caso, o
ATIVO PASSIVO
ATIVO PASSIVO
Pode-se verificar que, nesse caso, houve redução da conta Bancos c/Movimento no
Balanço Patrimonial e como Despesas é uma conta de resultado ela vai reduzir o resultado
do período, sendo classificada na Demonstração do Resultado do Período como Outras
Despesas no valor de R$ 4.000,00. Só para fins de entendimento da dinâmica como exem-
plo vamos considerar essa Despesa como prejuízo do período, imaginando somente essa
operação. Assim sendo, veja no Balanço Patrimonial como esse fato modificativo diminutivo
foi reportado.
ATIVO PASSIVO
ATIVO PASSIVO
c. Fatos Mistos
Os fatos mistos têm como propriedade a combinação dos fatos anteriores, ou seja:
combina os fatos permutativos com os fatos modificativos, ao mesmo tempo que provoca
alteração no patrimônio empresarial provoca também alterações na composição do Ativo e
Passivo da empresa. Esses fatos também podem se classificar em aumentativos e diminu-
tivos dependendo de como alteram a situação líquida da empresa.
Exemplo de fato misto aumentativo. Venda de mercadoria a prazo conforme NF
2007 no valor de R$ 10.000,00 com custo de aquisição de R$ 5.000,00, e lucro de R$
5.000,00. Os lançamentos contábeis desse fato são:
ATIVO PASSIVO
ATIVO PASSIVO
Como demonstra a DRE, nessa transação com mercadorias a empresa teve lucro
de R$ 11.812,50 (onze mil, oitocentos e doze reais e cinquenta centavos).
A questão dos impostos a Recuperar e a Recolher que foram lançados pode
D – ICMS a Recolher
C – ICMS a Recuperar
Histórico: Pela apuração do ICMS do período .......................................R$ 1.200,00
D – PIS a Recolher
C – PIS a Recuperar
Histórico: Pela apuração do PIS do período .......................................R$ 165,00
D – COFINS a Recolher
C – COFINS a Recuperar
Histórico: Pela apuração do COFINS do período ................................R$ 760,00
A partir dos lançamentos de apuração efetuados os saldos dos tributos são os que
seguem:
ICMS a Recolher.................R$ 1.800,00
PIS a Recolher ....................R$ 247,50
COFINS a Recolher ........... R$ 1.140,00
Como são valores a recolher, caracterizam-se como obrigações da empresa, de-
vendo ser registrados no passivo.
Inventário Periódico
Quando a empresa não tem um controle de estoque, ou seja, não há como
saber o quanto tem em estoque e muito menos o custo das mercadorias vendidas ao final
de cada venda, a empresa só descobre o quanto custou essas mercadorias quando efetua
um levantamento do estoque. Esse levantamento trata-se de uma contagem física para
apurar o volume e valor do estoque em poder da empresa. A fórmula para efetuar o cálculo
do custo nesse caso é a que segue:
Exemplo: Qual será o CMV, após uma determinada empresa efetuar a contagem
física do estoque. Sabendo que seu estoque final foi de R$ 5.000,00, seu estoque inicial era
de R$ 4.400,00 e no período foi efetuado R$ 8.000,00 de compras.
Nesse caso, a empresa deveria registrar na DRE, no campo custo das mercadorias
vendidas o valor de R$ 7400,00.
Favero et al (2011, p 226) trazem a estrutura do Custos de mercadorias vendidas
dentro da DRE com os desdobramentos necessários na conta para apuração do custo no
inventário periódico.
REFLITA
“Se todos se propusessem a fazer o que são capazes, ficaríamos impres-
sionados com nossas criações” – Thomas Edison
FILME/VÍDEO
Título: Os Intocáveis
Ano: 1987
Sinopse: Após construir um império com bebidas alcoólicas, o
lendário chefe criminoso Al Capone controla Chicago com uma
mão de ferro. O agente Elionet Ness tenta derrubar Al Capone e
até seus melhores esforços falham por causa da corrupção que
se espalha na polícia da cidade. Recrutando um grupo de elite
de policiais que não serão corrompidos, incluindo o policial Jimmy
Malone, Ness renova sua determinação para prender Capone.
FAVERO, et al. Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas, 2011.
______. Lei n. 6404, 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
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BAZZI, Samir (org) Contabilidade intermediária. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2016. Disponível em: https://bv4.digitalpages.com.br
SANTOS, Antonio Sebastião dos (Org.). Contabilidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2014. Disponível em: <http://fcv.bv3.digitalpages.com.br >
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade geral. Curitiba InterSaberes, 2016. Disponível em:
<http://fcv.bv3.digitalpages.com.br >
LUZ, Érico Eleutério da. Teoria da contabilidade. Curitiba InterSaberes, 2015. Disponível
em: <http://fcv.bv3.digitalpages.com.br >
ATHAR, Raimundo Aben. Introdução à contabilidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005. Disponível em: <http://fcv.bv3.digitalpages.com.br >
FAVERO, et al. Contabilidade: Teoria e Prática. São Paulo: Editora Atlas, 2011.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2000 e 2004