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Autor:
Equipe Jonas Vale, Jonas Vale
Lara
27 de Novembro de 2023
DNIT (Analista em Infraestrutura de Transportes - Engenharia Civil) Conhecimentos Específicos - parte I (Em PDF) - 2023 (
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GABARITO ...........................................................................................................................................173
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É um prazer iniciar essa jornada com você nesse curso de Engenharia Civil focado em concursos de
alto nível do país. Faremos uma breve apresentação de nossas origens:
-Jonas Vale Lara: Sou engenheiro do Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, tendo
sido aprovado em 1º lugar no concurso de 2018. Tenho formação em engenharia civil na
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e fiz mestrado em Saneamento. Atuei em
obras no Brasil e no exterior e sou um apaixonado por esportes e natureza.
-Lineker Max Goulart Coelho: Sou Professor do CEFET-MG, fui aprovado em 4 concursos na
área de engenharia e em 4 concursos para professor em instituições superiores federais.
Formei em engenharia civil na UFMG, e fui agraciado com a medalha de ouro dos formandos
de 2011. Além disso, atuei em obras de grande porte na parte de projetos, tendo
especialização em engenharia de estruturas e fiz mestrado e doutorado em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Buscamos fazer um material objetivo e fácil de ler, para que você não só aprenda o que tem em cada
apostila, mas também para que goste de ler todas as páginas. Afinal, o estudo é um parceiro seu, e
não um inimigo. Queremos que qualquer pessoa possa ser um grande engenheiro dos concursos, de
forma que esse curso seja um trampolim para uma vida muito melhor.
A sociedade espera muito de você! Sabia que o conhecimento que passamos é muito melhor do que
você viu na universidade e, no final, você vai concluir que fez uma pós-graduação de altíssimo nível.
Você estará acima de outros engenheiros que não fizeram esse curso, pois o diploma não significa
nada na hora da prova. O que conta é a preparação para o concurso; é cada página que você terá
lido e entendido que resultará no resultado final em um concurso.
Quando a matéria parecer cansativa, dê um tempo ao seu cérebro, tente andar um pouco no local
onde você está, pense em outras coisas, fazendo uma pausa de uns 5 minutos. Depois retorne para
os estudos, que já estará com a cabeça mais fresca.
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Um grande abraço,
Jonas e Lineker
Para tirar dúvidas, não perca tempo, acesse nosso fórum de dúvidas! Buscaremos
responder com o máximo de clareza e rapidez!
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Dessa forma, a fundação é a base ou o alicerce do edifício, é a estrutura enterrada no terreno sobre
qual se constrói o edifício, dando-lhe sustentação. Logo, a fundação deve suportar as cargas desta
edificação e as transmitir ao solo.
Casas, galpões, prédios, pontes são construídos sobre estruturas de fundação que representam
papel fundamental para a segurança das edificações. Isso porque as fundações são projetadas para
que as cargas ou esforços gerados nas edificações sejam transmitidos ao solo de maneira que este
último consiga suportar todos esses esforços.
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A ideia básica no projeto de fundações é que o esforço que a fundação transmite ao solo não deve
ultrapassar a resistência limite do solo nem gerar deformações (recalques) excessivas no terreno.
Ou seja, o esforço que a fundação impõe ao solo não pode ser superior à carga máxima que este
suporta, pois isso geraria a ruptura do solo e consequentemente colapso da edificação. Além disso,
o esforço transmitido da fundação ao terreno não pode gerar também deformações excessivas no
solo, pois isso poderia tanto afetar a integridade estrutural do edifício, quanto prejudicar o uso ou
as atividades realizadas na edificação. Uma edificação normalmente é formada por estruturas
rígidas, de forma que movimentações e adap
tações da estrutura às deformações do terreno (recalques) são bastante limitadas. Por isso, são
muito frequentes os casos em que movimentações na fundação resultam em danos estruturais no
edifício. Conforme será apresentado com maiores detalhes ao longo do curso, uma fundação deve
ser dimensionada quanto aos:
• Estados Limites Últimos (ELU): relacionado com a forças atuantes na estrutura que levam à
ruptura da fundação;
• Estados Limites de Serviço (ELS): relacionado com as deformações máximas admissíveis,
incluindo as vibrações e trincas observadas na estrutura. Nesse caso, analisa-se o
comprometimento da funcionalidade da estrutura, independentemente de sua ruptura.
Observe que no ELU estamos pensando nos esforços que atuam na estrutura. Já no ELS, estamos
pensando nas deformações, que são os efeitos produzidos pelas cargas, geralmente relacionados a
problemas de desempenho. Por isso, dizemos que o ELS está relacionado não só a deformações, mas
também a vibrações, trincas na estrutura e outros comprometimentos a sua plena funcionalidade.
Como exemplo, caso construamos uma fundação sobre um bolsão de argila (região do subsolo com
grande quantidade de argila), teremos que verificar não só a resistência desse solo à carga que lhe
será transmitida, mas também o quanto esta argila irá se deformar com o tempo. Afinal, argilas são
famosas por recalcarem com o tempo; logo há o risco de que a fundação recalque muito com o
tempo, afetando a estabilidade do edifício ou prejudicando o seu uso.
Com relação à execução das fundações, há uma infinidade de técnicas, métodos e tipos de
fundações, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Sendo assim, a escolha do tipo de
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fundação e do método de execução a ser utilizado é um procedimento complexo, que dever ser
avaliado caso a caso, considerando tanto aspectos técnicos quanto econômicos.
Quando se executa uma fundação, é fundamental considerar os possíveis efeitos dos procedimentos
utilizados nas edificações que se encontram na vizinhança da obra, de modo a evitar possíveis danos
na estrutura das edificações já existentes. De fato, há uma grande diversidade de procedimentos de
execução, sendo que alguns destes produzem mais ruídos e vibrações, podendo ser mais
impactantes em áreas já densamente ocupadas.
Para se conhecer o terreno, fazemos ensaios de sondagem, que vão testar sua resistência e também
colher amostras do terreno para ensaiá-lo em laboratório. Contudo, não se faz sondagem de todo o
solo, pois é caro realizar um ensaio de sondagem. Geralmente, fazemos sondagem em alguns pontos
representativos do terreno, com base em norma e também em métodos estatísticos. Logo,
trabalhamos com probabilidades ao estudar um terreno que receberá uma fundação, havendo
sempre a possibilidade de não conhecermos 100% do tereno onde se apoiará a nossa fundação.
Essa incerteza sobre o solo do terreno não se configura um erro de projeto, mas sim um risco com
o qual devemos saber lidar ao longo do projeto e da obra, visto que teríamos que gastar muto
dinheiro para conhecer todo o solo abaixo da fundação.
A norma técnica que apresenta os critérios de projeto e execução das fundações em âmbito
nacional é a NBR 6122. O conhecimento das definições e critérios indicados por esta norma, bem
como dos procedimentos por ela padronizados é um tópico recorrente em concursos, sendo crucial
o seu conhecimento. Além dessa norma, a NBR 6118 apresenta informações importantes quanto
aos critérios de dimensionamento estrutural dos elementos de concreto utilizados em fundações,
tais como as sapatas, conforme veremos.
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Comentários:
A existência da camada de argila mole em si não significa que há um erro de projeto, desde
que a carga máxima que o solo suporta não seja ultrapassada e o limite de recalque da
estrutura seja atendido.
Ademais, é impossível se conhecer 100% do terreno de uma fundação, sendo feitos testes de
sondagem em alguns pontos representativos do todo. Há, portanto, um risco de se ter um solo
diferenciado com relação àquele previamente conhecido na sondagem, porém este risco é
gerenciável, não se tratando de um erro de projeto.
Gabarito: “errado”.
Há uma grande variedade de fundações, as quais podem variar em termos de forma, largura,
comprimento, material, afetando diretamente a maneira como os esforços oriundos das edificações
serão transmitidos ao solo. Basicamente existem 2 grandes classes de fundações: fundações rasas
e profundas.
Já as fundações profundas (ou indiretas) agrupam os elementos de fundação que penetram no solo
até atingir maiores profundidades. As fundações profundas são utilizadas quando as camadas
superficiais do solo não apresentam resistência adequada aos esforços gerados pela edificação.
Nesses casos, buscamos fundações que atinjam profundidades maiores, em que o solo apresente
elevada capacidade de suporte. Uma fundação é classificada como profunda quando sua ponta ou
base for assentada em uma profundidade maior do que 8 vezes sua menor dimensão em planta e
com um valor de profundidade de pelo menos 3 m (Figura 2). Se o limite de 8 vezes não for atingido,
a fundação pode ser classificada como profunda, desde que sejam apresentadas justificativas
técnicas para utilizar profundidades menores do que 8 vezes a menor dimensão em planta.
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Em poucas palavras, fundação superficial é aquela em que as cargas da edificação são transmitidas
ao solo já nas primeiras camadas. Logo, será necessário que o solo, nessas primeiras camadas, tenha
boa capacidade de resistência. Assim, um solo mole, por exemplo, que se deforma já com poucos
esforços atuantes sobre ele, não seria adequado para receber uma fundação superficial.
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Figura 3: solos moles não são adequados para fundações superficiais, pois se deformam muito
perante poucas cargas solicitantes.1
Outro ponto interessante é que fundações superficiais se caracterizam pelo uso de elementos com
área horizontal elevada para transmitir a carga recebida de maneira bem distribuída por uma maior
área de solo. Com isso, reduzimos o valor da tensão imposta ao terreno (Figura 4).
As fundações profundas, por sua vez, caracterizam-se por elementos lineares, em que os esforços
recebidos da estrutura da edificação são transmitidos ao solo através do atrito lateral das fundações
com o solo ou por meio do contato da ponta do elemento de fundação com a camada suporte, ou
ainda por uma combinação destas 2 formas. Logo, no caso das fundações profundas, há:
• Resistência lateral ou de fuste advinda do atrito entre a área de contato lateral do elemento
de fundação com o solo;
1
Em geral, solos moles são um problema para todo tipo de fundação, sendo recomendado uma fundação
que atravesse a camada de solo mole e apoie em um material com melhores características geotécnicas.
Caso não seja possível, recomenda-se o tratamento do solo mole (há várias técnicas), ou a remoção do
solo mole. Porém, estes assuntos não serão vistos neste momento do curso.
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Devido à existência de solo mole, a fundação rasa não é a solução mais adequada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Como vimos, solos moles são um problema para fundações em geral. No caso específico de
fundação rasa, não é recomendado que se apoie a fundação sobre este tipo de solo, dada sua
baixa resistência mecânica.
Gabarito: “Certo”.
Uma fundação satisfatória para um edifício precisa atender a alguns requisitos gerais. Dentre
tais requisitos, é INCORRETO afirmar que está:
a) a necessidade de a fundação, incluindo o solo e a rocha abaixo, ser segura contra uma falha
estrutural, que pode resultar em colapso.
b) a condição de que, durante a vida útil do edifício, os recalques que porventura ocorrerem
na fundação não danifiquem a estrutura ou impeçam se funcionamento.
d) a sua exequibilidade técnica e econômica, sem causar efeitos adversos nas propriedades
vizinhas.
Comentários: Conforme apresentado nesta seção, as fundações devem ser projetadas para
suportar os esforços da edificação que elas sustentam sem ultrapassar a tensão limite do
terreno em que estão assentadas, o que inclui o solo ou rochas.
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Além disso, as fundações devem ainda ser dimensionadas de modo a evitar as deformações
(recalques) excessivos que poderiam comprometer o uso ou a integridade da edificação. A
exequibilidade técnica e econômica de um tipo de fundação é fator fundamental para sua
utilização em determinado projeto, o qual deve selecionar métodos de execução que não
comprometam as estruturas existentes nas áreas vizinhas à obra.
Gabarito: “c”.
A respeito dos projetos de fundações em uma obra civil, julgue o próximo item.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Gabarito: “errado”.
5 – CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Eng. Civil – Questão de fixação
Fundações podem ser definidas como o conjunto de elementos, localizados abaixo do solo,
responsáveis por suportar com segurança as cargas provenientes da edificação e transmiti-las
ao solo. Com base nessa informação, julgue o item a seguir, relativo a projetos de fundações.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
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Gabarito: “certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
Comentários:
A NBR 6122 define que fundação profunda é aquela com profundidade superior a 8 vezes sua
menor dimensão em planta e superior a 3 metros. Portanto, a resposta correta é a letra “e”.
Os principais tipos de fundações superficiais ou diretas são: sapatas, blocos, radiers e grelhas,
conforme Figura 5:
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Existe ainda um tipo simplificado de fundação superficial denominado baldrame, que é basicamente
uma viga de fundação de alvenaria, concreto simples ou concreto armado apoiada no solo e que
recebe as cargas das paredes das edificações ou de pilares alinhados. Os baldrames são utilizados
apenas em edificações de pequeno porte em que as cargas transmitidas à fundação não são
elevadas. Sendo assim, são aplicados normalmente em construções de 1 pavimento em que não
existem sobrecargas excessivas sendo transmitidas ao solo.
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A versão de 1996 da NBR 6122 citava as vigas de fundação. Todavia a versão atual dessa norma não
apresenta este elemento de fundação superficial, nem cita grelhas ou baldrames. Mesmo assim, é
importante conhecer tais elementos, pois vigas de fundação, grelhas e baldrames são largamente
utilizados no Brasil em edificações residenciais de 1 pavimento e são frequentemente citados em
concursos.
Além desses três elementos, temos ainda 2 variações para a sapata, conforme mostrado na Figura
6, sendo elas:
• Sapata corrida: consiste em uma sapata que suporta a ação de uma carga distribuída
linearmente ou de 3 ou mais pilares no mesmo alinhamento e que correspondem a menos
de 70% da carga da estrutura. Sendo assim, a sapata corrida é caracterizada por ser um
elemento longo em que seu comprimento é muito maior do que sua largura;
• Sapata associada: trata-se de uma sapata que recebe os esforços de 2 pilares. Além disso,
esta nomenclatura pode ser utilizada para designar também sapatas que recebem esforços
de mais de 2 pilares quando estes não estão alinhados e representem menos do que 70%
das cargas da estrutura.
✓ A sapata associada é utilizada quando as sapatas individuais de dois ou mais pilares
iriam se sobrepor por estarem muito próximas e recebendo cargas muito altas. Nestes
casos, as sapatas são fundidas, formando-se uma sapata única que recebe os esforços
de mais de 1 pilar.
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No caso de sobreposição de sapatas, nem sempre se empregam sapatas associadas, pois é possível
que se faça um grande radier como fundação de toda a edificação. O radier pode ser mais econômico
neste caso, pois não necessita de muita forma, além de exigir apenas uma concretagem. Executar
muitas sapatas associadas implicará fazer formas para cada uma, com diferentes áreas e com
armações também únicas, o que encarece a execução e dificulta o seu controle no campo.
É comum também se ter pilares próximos à divisa do terreno com o vizinho, o que requer sapatas
que poderiam invadir o terreno vizinho, tal como a sapata S1 a seguir:
Figura 7: Localização de uma sapata de divisa invadindo terreno vizinho (os pilares não
foram desenhados para não poluir a imagem)
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Uma forma de se resolver este problema é fazendo uma sapata menor na região da divisa de terreno,
porém ligando esta sapata a outra sapata por meio de uma viga (chamada viga de equilíbrio ou viga
alavanca2), de forma que o conjunto resista aos esforços dos 2 pilares (figura a seguir).
Como a viga alavanca altera a distribuição de carga que uma fundação recebe, ela pode gerar alívio
de cargas. A NBR 6122 permite que se considere apenas 50% do alívio de carga esperado. E, se o
alívio de carga for tão grande que possa anular a força de compressão em uma fundação, a ponte
de gerar tração, a norma diz que essa fundação deve ser dimensionada para suportar a tração total
e 50% da carga de compressão do pilar (sem alívio).
2
A NBR 6122 assim define viga alavanca ou de equilíbrio: elemento estrutural que recebe as cargas de
um ou dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionado de modo a transmiti-las centradas às
fundações. Da utilização de viga de equilíbrio resultam cargas nas fundações diferentes das cargas dos
pilares nelas atuantes
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Há ainda uma variação do radier denominada radier nervurado (Figura 9), que é baseado no mesmo
princípio estrutural das lajes nervuradas. A técnica se baseia na aplicação de uma malha de nervuras
ou vigotas distribuídas ao longo do radier, de modo a aumentar a rigidez da fundação. Como
resultado, o radier resiste a esforços com uma espessura menor, o que reduz o consumo de
concreto e consequentemente reduz os custos da fundação.
“Quando as cargas estruturais forem muito altas em relação à tensão admissível, poderá
ocorrer o caso de não ser possível projetar-se sapatas isoladas para cada pilar, tornando
necessário o emprego de uma única sapata para dois ou mais pilares.” Trata-se de:
a) Radier.
b) Sapata de divisa.
c) Sapata associada.
d) Viga de fundação.
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seu uso na divisa do terreno (alternativa B, sapata de divisa). Sobre a alternativa D, o enunciado
não menciona pilares alinhados ou alguma parede descarregando esforços na fundação, o que
justificaria o uso de vigas de fundação.
Gabarito: “c”.
Acerca de projetos de obras civis, julgue o item que se segue. As fundações em radier e sapata
corrida armada caracterizam-se por resistir à compressão e são utilizadas em situações
similares, em geral, quando a profundidade for superior a 1,0 m ou a largura for excessiva.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: As sapatas corridas são utilizadas para receber cargas distribuídas linearmente
tais como paredes ou pilares consecutivos alinhados. Já o radier é utilizado para receber as
cargas de todos os pilares ou paredes da edificação. O radier é um elemento plano com a
largura e comprimento muito maiores que sua espessura. Já a sapata corrida é um elemento
predominantemente linear em que seu comprimento é maior que sua largura. Dessa forma,
nem a largura elevada, nem a profundidade de 1 m bastam para caracterizar tais tipos de
fundação superficial. A afirmativa está errada.
Gabarito: “errado”.
Nos projetos e na execução de fundações, quando ocorre uma redução de carga devido à
utilização de viga alavanca, a fundação deve ser dimensionada considerando- se apenas X%
dessa redução. Quando a soma dos alívios totais puder resultar em tração na fundação do pilar
aliviado, sua fundação deve ser dimensionada para suportar a tração total e pelo menos Y% da
carga de compressão deste pilar (sem alívio).
a) 0 e 20.
b) 70 e 30.
c) 60 e 40.
d) 50 e 50.
e) 40 e 60.
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Assinale a opção correspondente ao tipo de fundação rasa que funciona como laje contínua
adequada para receber cargas oriundas de pilares e paredes.
a) sapata
b) radier protendido
d) estaca-raiz
Comentários: O radier é um tipo de fundação rasa adequado para receber cargas oriundas de
pilares e paredes. Observe que a questão menciona um tipo particular de radier, denominado
radier protendido, que é empregado nos casos em que a espessura do radier pelo método
convencional seria muito grande devido os esforços solicitantes presentes, sendo que o
emprego de concreto protendido possibilita significativa redução da espessura da fundação,
reduzindo seu custo de execução.
Gabarito: “b”.
Quando todas as paredes ou todos os pilares de uma edificação transmitem as cargas ao solo
(figura abaixo), através de uma única sapata cujos elementos são contínuos e podem ser
executados em concreto armado, protendido ou em concreto reforçado com fibras de aço,
tem-se o que se denomina uma fundação em:
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a) sapata corrida.
b) radier.
c) sapata isolada.
d) baldrame plano.
Gabarito: “b”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: De fato, conforme mostrado nesta seção, sapatas, blocos e radiers são exemplos
de fundações diretas ou superficiais. A afirmativa está correta.
Gabarito: “certo”.
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a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Gabarito: “a”.
Sabendo que a figura acima apresenta um elemento de fundação com área em planta
retangular com largura B e comprimento (normal ao plano do desenho) igual a L, julgue o item
a seguir.
O elemento de fundação recebe o nome de sapata corrida quando recebe cargas de vários
pilares e o valor de L é muito maior que B.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: A sapata corrida consiste em uma sapata que suporta a ação de uma carga
distribuída linearmente proveniente, por exemplo, de uma parede ou de vários pilares
alinhados. Sendo assim, a sapata corrida é caracterizada por ser um elemento longo em que
seu comprimento é muito maior do que sua largura. Sendo assim, a afirmativa está correta.
Gabarito: “certo”.
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Em projeto de fundações rasas, quando o centro de gravidade da sapata não coincide com
centro de carga do pilar, a viga de equilíbrio é uma solução viável.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
De fato, a viga de equilíbrio é uma solução para pilares de divisa, permitindo a execução de tais
pilares com a transmissão de sua carga a uma sapata que respeite os limites do terreno, mas
que compartilhe os esforços solicitantes com outra sapata.
==2fa483==
Gabarito: “certo”.
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Tubulões podem ser executados a céu aberto, ou sob ar comprimido, quando são chamados de
tubulões pneumáticos. A execução a ar comprimido ocorre quando se escava abaixo do nível
freático. Veremos em mais detalhes esses tipos de tubulões na aula 2, inclusive algumas limitações
da NR 18 a essa técnica.
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Não confunda o elemento de fundação superficial denominado bloco, que é um tipo de fundação
superficial feita de concreto simples, com o bloco de coroamento, que é um elemento de concreto
armado que faz a transição entre a estrutura do edifício e uma fundação profunda.
É muito comum que um mesmo bloco de coroamento esteja apoiado em mais de uma estaca. O
caso típico é quando o pilar descarrega no bloco um esforço muito elevado cujo valor excederia a
capacidade de carga de apenas uma estaca. Nestes casos, os esforços são divididos entre as estacas
do mesmo bloco, aumentando a capacidade máxima de carga que a fundação suporta.
Normalmente utilizam-se blocos com grupos de duas, três e quatro estacas (Figura 11).
Além dos tubulões e estacas, há um tipo de fundação profunda denominado caixão, composta por
paredes de concreto armado que formam um bloco vazado internamente (Figura 12). O caixão é
normalmente fabricado no nível de superfície e depois instalado escavando-se e retirando o solo
através das câmaras no seu interior. Esse tipo de fundação é utilizado para suportar estruturas de
grande porte, sendo empregado em fundações de pontes e em áreas portuárias.
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Um aspecto importante a se ressaltar é que o elemento de fundação do caixão foi retirado das
últimas versões da NBR 6122, porém trata-se de um tipo de fundação profunda que tem seu uso
permitido e é frequentemente citado em questões de concursos.
Alguns autores apresentam uma abordagem de classificação diferente da NBR 6122 e não
consideram que fundação direta seja sinônimo de fundação rasa ou superficial. Essas fontes
consideram fundação direta como aquela em que predomina a resistência de ponta, contemplando
tanto fundações superficiais (radier, sapata, bloco, grelha e baldrame), quanto os tubulões, que
neste caso são considerados como fundação profunda direta. Neste tipo de classificação, as
fundações indiretas agrupam apenas aquelas em que a resistência lateral é mais importante,
englobando apenas as estacas.
Sendo assim, é importante ficar atento a esses detalhes em questões de concursos e, caso a questão
solicite a escolha de uma fundação indireta entre opções como tubulão e estaca, isso não significa
que a questão possui duas respostas. Nesse caso, terá sido adotada a abordagem acima quanto à
diferenciação de fundação direta e indireta.
O conhecimento dos tipos de fundações e de suas características básicas é um dos temas mais
recorrentes em concursos. O esquema ao fim desta seção resume os tipos básicos de fundações
superficiais e profundas.
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Sendo assim, as bielas são as barras da treliça equivalente submetidas a compressão que ligam as
estacas aos pilares e a carga total que chega dos pilares é distribuída às estacas pelas bielas.
Figura 1: bloco de fundação, conectando pilar às estacas. Observe as bielas em vermelho. O método das bielas é uma simplificação do que
acontece na realidade em termos de distribuição de esforços.
Vamos fazer a questão seguinte juntos para entender como este método é cobrado?
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a) 370 kN.
b) 325 kN.
c) 300 kN.
d) 270 kN.
e) 255 kN.
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ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 = 1,0 𝑚
Uma premissa do método das bielas é que a carga recebida do pilar será transmitida às estacas
por meio das bielas (barras). Sabemos que temos uma força vertical para baixo de 520 kN,
confome a seguir:
Para saber o valor de x, podemos fazer uma comparação de triângulos equivalentes, conforme
a seguir:
𝑥 1,0
=
260 0,8
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x=325 kN
Bloco
Isolada
Sapata Corrida
Fundações
superficiais
Associada
Removido na
Vigas de fundação
norma atual:
Tipos de
fundações Grelhas
Não mencionados
na norma:
Baldrames
Estaca
Fundações
Tubulão
profundas
Removido da
Caixão
norma atual:
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Gabarito: “a”.
Esta questão a seguir traz alguns elementos que você não estudou, mas que serão
importantes para a própria assimilação destes novos conceitos. Vamos lá!
19 – FGV – SEMSA Manaus – Especialista em Saúde – Fiscal da Saúde – Eng. Civil – 2022
a) Caixão
b) Bloco corrido.
c) Grelha.
d) Sapata corrida.
e) Radier.
Comentários:
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A letra “a” está errada, pois o caixão é uma fundação profunda composta por paredes de
concreto armado que formam um bloco vazado internamente. Trata-se de fundação bem
diferente da mostrada na figura.
A letra “b” está errada, visto que não existe o elemento “bloco corrido”, mas sim “sapata
corrida”.
A letra “c” está errada, já que a grelha é conjunto de elementos lineares de concreto armado
(vigas de fundação) interligados e apoiados no solo, os quais recebem tanto cargas
concentradas de pilares quanto cargas distribuídas das paredes da edificação. Em geral, temos
um conjunto de vigas se cruzando nos pilares, resultando em uma fundação bem diferente
daquela da figura, que se apresenta contínua, sem vigas.
A letra “d” está errada, pois a sapata corrida suporta a ação de uma carga distribuída
linearmente ou de 3 ou mais pilares no mesmo alinhamento e que correspondem a menos de
70% da carga da estrutura. Logo, a sapata corrida é caracterizada por ser um elemento longo
em que seu comprimento é muito maior do que sua largura, resultando em uma fundação bem
diferente da mostrada na figura.
A letra “e” está correta, visto que o radier se manifesta geralmente na forma de uma laje
contínua, recebendo as cargas de praticamente todos os pilares3.
A figura a seguir mostra um tipo de fundação utilizada em construção civil. Esta fundação é
conhecida como:
a) bloco.
b) sapata.
3
A NBR 6122 define radier como elemento de fundação rasa dotado de rigidez para receber e distribuir
mais do que 70 % das cargas da estrutura.
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c) tubulão.
d) radier.
e) estaca.
Comentários: O radier é uma fundação direta caracterizada pela existência de uma laje
assentada sobre o solo que recebe a carga dos vários pilares da edificação, conforme
apresentado na figura acima. O radier deve possuir rigidez suficiente para resistir a mais do
que 70% das cargas da estrutura.
Gabarito: “d”.
a) A sapata;
b) O tubulão;
c) O radier;
d) A estaca escavada;
e) A estaca Strauss.
Comentários:
As letras “a” e “c” são erradas, pois a sapata e o radier, embora sejam fundações diretas por
transmitirem as cargas predominantemente pela sua base, são fundações rasas, devido à baixa
profundidade de assentamento.
As estacas escavadas (letra “d”) e Strauss (letra “e”) são exemplos de fundações indiretas,
devido à transmissão de carga se dar predominantemente pela lateral.
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Acerca dos elementos necessários para elaboração de projetos de construção civil, julgue o
item subsequente.
De acordo com a NBR 6118, em edifícios residenciais de até cinco pavimentos, deve-se utilizar
concreto simples para a execução de blocos de coroamento sobre as estacas de tipo Franki.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: A afirmativa está errada. De acordo com a NBR 6118, os blocos de coroamento
devem obrigatoriamente ser de concreto armado independentemente do tipo de estaca.
Gabarito: “errado”.
a) estaca raiz.
b) tubulão.
c) bloco.
d) sapata.
e) radier.
Comentários: Nesta questão o conceito de fundação direta adotado não é o da NBR 6122, mas
sim o de que fundação direta são aquelas em que predomina a resistência de ponta,
contemplando tanto fundações superficiais (radier, sapata, bloco, grelha e baldrame) quanto
os tubulões, que neste caso são considerados como fundação profunda direta. Neste tipo de
classificação as fundações indiretas agrupam apenas aquelas em que a resistência lateral é
mais importante, englobando apenas as estacas. Sendo assim, a resposta “a” representa uma
fundação indireta.
Gabarito: “a”.
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a) Sapata.
b) Tubulão.
c) Bloco.
d) Radier.
e) Placa.
Comentários: De acordo com a NBR 6122, os tubulões, assim como as estacas, são fundações
profundas ou indiretas. Já blocos, radier, sapatas e placas são exemplo de fundações diretas.
Placa, conforme veremos, é um ensaio para conhecer o solo, em que a placa simula a ação de
uma sapata. Aplicamos uma carga na placa e medimos como o solo se comporta em termos de
deformação (recalque).
Gabarito: “b”.
a) Sapatas
b) Estacas
c) Tubulões
d) Sapatas nodulares
a) As sapatas são fundações rasas apoiadas diretamente sobre o solo. Portanto, item errado.
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b) Correto, pois nas estacas a resistência lateral é que é primordial, sendo a ponta apenas uma
carga resistente de segurança
d) Errato, pois sapatas nodulares são uma criação da banca, não existe essa técnica.
Gabarito: “b”.
a) O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixo do
solo e pelo maciço de solo envolvente sob a base e ao longo do fuste.
b) Bloco é o elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se cruzam nos
pilares.
d) Estaca é o elemento de fundação, de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase final
de execução, há a descida do operário por dentro dela. Pode ser feita a céu aberto ou sob ar
comprimido (pneumático).
a) Essa definição não está na norma, porém é possível sim falarmos em sistema de fundações:
o elemento estrutural do edifício que fica abaixo do solo, ou seja, a fundação; mais o maciço
de solo envolvente que recebe diretamente os esforços da fundação.
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e) O tubulão é o elemento de fundação, de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase
final de execução, há a descida do operário por dentro dela. Pode ser feita a céu aberto ou sob
ar comprimido (pneumático). Misturaram na definição de tubulão termos que se referem a
estacas.
Gabarito: “a”.
Vários são os tipos de fundações utilizadas para a construção de casas, edifícios, pontes e
viadutos, além de outras. Assinale a alternativa que apresenta apenas exemplos de fundações
superficiais.
Comentários: Alternativas que apresentam itens como estacas ou tubulões estão erradas, pois
estes são exemplos de fundações profundas. As fundações superficiais são as sapatas, os
radiers, as vigas de fundação e blocos.
Gabarito: “d”.
Uma edificação terá um tipo de fundação que receberá todos os pilares da construção. Sua
fundação, portanto, é do tipo:
a) radier
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b) bloco de coroamento
c) tubulão único
d) sapata corrida
e) sapata associada
a) O radier é uma fundação superficial em forma de laje assentada sobre o solo que possui
rigidez para receber e distribuir mais do que 70% das cargas da estrutura, o que inclui a
possibilidade de receber todos os pilares do edifício e transmitir as cargas destes para o solo.
d) A sapata corrida é uma fundação superficial do tipo sapata que recebe uma carga
distribuída linearmente, ou de três ou mais pilares ao longo de um mesmo alinhamento, desde
que representem menos de 70 % das cargas da estrutura.
e) A sapata associada é um tipo de sapata que recebe a carga de 2 pilares, podendo também
se aplicar a sapata comum a mais do que dois pilares, quando não alinhados e desde que
representem menos de 70 % das cargas da estrutura.
Gabarito: “a”.
Durante a vistoria em obra constituída por uma edificação térrea em formato retangular de
cinco cômodos e com área total de 6,00 m x 12,00 m, constatou-se que o tipo de fundação
utilizada forma uma placa contínua de concreto armado sob toda a área da construção, cujo
objetivo é distribuir a carga em toda a superfície. Tais características referem-se à fundação do
tipo:
a) Sapata isolada.
b) Sapata contínua.
c) Radier.
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d) Sapata associada.
e) Bloco de coroação.
Comentários: O radier é uma fundação superficial em forma de laje assentada sobre o solo que
recebe todos os pilares do edifício e transmite as cargas destes para o solo. O radier deve ainda
possuir rigidez suficiente para resistir a mais do que 70% das cargas da estrutura.
Gabarito: “c”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
31 – CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Eng. Civil – Questão de fixação
Fundações podem ser definidas como o conjunto de elementos, localizados abaixo do solo,
responsáveis por suportar com segurança as cargas provenientes da edificação e transmiti-las
ao solo. Com base nessa informação, julgue o item a seguir, relativo a projetos de fundações.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
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e) Os materiais empregados na produção de estacas podem ser: madeira, aço, concreto pré-
moldado, concreto moldado in situ ou mistos.
A afirmativa “a” está errada, pois nesta frase são apresentados exemplos de fundações rasas.
A afirmativa “b” é falsa, pois nesta frase são apresentados exemplos de fundações profundas.
A afirmativa “c” está errada, pois a descrição nela apresentada refere-se ao elemento de
fundação denominado bloco.
A afirmativa “d” está errada, pois a descrição nela representada refere-se ao elemento de
fundação denominado sapata.
A afirmativa “e” está correta, pois ela lista corretamente os materiais utilizados na produção
de estacas.
Gabarito: “e”.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
O comportamento estrutural das fundações superficiais está relacionado com o seu funcionamento
enquanto elemento estrutural e depende de algumas características geométricas.
No caso de sapatas, um conceito importante para avaliar o seu comportamento estrutural refere-se
a sua classificação quanto à rigidez. As sapatas podem ser classificadas como rígidas ou flexíveis.
Uma sapata é dita rígida se a equação a seguir é atendida nas duas direções. Caso contrário ela é
considerada uma sapata flexível (Figura 13).
(𝑎 − 𝑎𝑝 )
ℎ =≥
3
Em que:
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• h é a altura da sapata;
• a é a dimensão da sapata em uma dimensão;
• ap é a dimensão do pilar na mesma direção.
Tendo em vista a maior rigidez à flexão, as sapatas rígidas apresentam uma distribuição de tensões
na sua base mais uniforme do que as sapatas flexíveis, que tendem a ser mais facilmente
deformáveis. Sendo assim, a distribuição de tensões na base das sapatas rígidas tende a ser mais
homogênea do que nas sapatas flexíveis (Figura 14).
Contudo, a distribuição de tensões na base depende não somente da rigidez da fundação, mas
também das características do solo, bem como da rugosidade da base da fundação, do ponto de
aplicação da força na sapata, sendo um processo muito complexo.
Por essas razões, para sapatas rígidas pode-se admitir por simplificação que a distribuição das
tensões no contato entre sapata e solo é uniforme (Figura 14). A premissa de se considerar uma
distribuição uniforme de esforços resulta em esforços solicitantes maiores, não somente facilitando
os cálculos na elaboração do projeto, mas também sendo conservadora do ponto de vista da
segurança da edificação.
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Contudo, essa hipótese da distribuição das tensões sendo uniforme não pode ser adotada para
sapatas rígidas apoiadas sobre rocha nem para sapatas flexíveis em geral. O motivo para limitações
em sapatas flexíveis é que a carga se transmite de forma muito diferenciada na própria estrutura,
uma vez que ela se deforma de forma desigual, em virtude dos momentos e forças atuantes. Observe
na figura 14 como a tensão máxima da sapata flexível ultrapassa significativamente a tensão
simplificada homogênea.
Adicionalmente, sapatas rígidas e flexíveis precisam ser dimensionadas quanto à flexão, ou seja,
para resistir aos momentos fletores a que são submetidas.
Figura 14: Diferenças na distribuição de tensões entre sapata flexível e rígida e modelo simplificado
de distribuição de tensões homogênea.
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Além disso, no caso de sapatas flexíveis, estas devem ser verificadas quanto à punção4 e, se
necessário, armadas para resistir a este tipo de esforço 5. No caso de sapata rígida, a verificação de
punção não é necessária, pois as características da sapata rígida fazem com que esta fique
inteiramente dentro do cone hipotético de punção. Para quem ficar curioso sobre a expressão “cone
hipotético de punção”, saiba que se trata de um modelo que considera que a transferência de
esforços de cisalhamento do pilar à fundação segue a forma de um tronco de cone.
As sapatas rígidas são utilizadas com mais frequência do que as sapatas flexíveis, tendo em vista que
o procedimento de dimensionamento e execução destas últimas envolve maiores cuidados. Aliás, as
sapatas flexíveis são não apenas pouco utilizadas, como suas aplicações se limitam a edificações de
pequeno porte, em que a carga atuante sobre a sapata não é muito elevada.
Os blocos, por sua vez, são de concreto simples, então o próprio concreto precisa resistir aos
esforços de tração. Sendo assim, os blocos são projetados de modo a ter sua dimensão vertical
(altura) semelhante a suas dimensões horizontais (largura e comprimento), tornando-o bastante
rígido e fazendo com que o bloco seja exigido predominantemente nos casos de esforços de
compressão.
No caso dos radiers, o comportamento estrutural também é influenciado pela sua rigidez. Como
radiers possuem dimensões no plano horizontal muito maiores do que sua espessura, eles tendem
a ser elementos flexíveis sujeitos a deformações diferenciadas ao longo de sua área. Isso é
acentuado pelo fato dos pilares que o radier recebe não necessariamente uma distribuição uniforme
sobre a fundação, gerando esforços assimétricos no radier. Sendo assim, a distribuição de tensões
e as deformações no radier tendem a ser bastante complexas.
4
“O fenômeno da punção é um modo de ruptura que ocorre por cisalhamento em elementos delgados
submetidos a carga ou reação concentrada aplicada transversalmente que provoca elevadas tensões de
cisalhamento em torno de regiões relativamente pequenas, podendo resultar em ruptura sem aviso.”
(ALBUQUERQUE, E. J. P. de. Punção em Lajes Lisas com Armadura de Cisalhamento e Pilares de Centro
Retangulares. Universidade de Brasília. Brasília: 2010.)
5
Em geral, quanto mais esbelta uma sapata, maior o risco de rompimento por punção.
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Assim como as sapatas flexíveis, os radiers precisam ser dimensionados quanto à flexão e
verificados quanto a punção. Vários são os métodos de cálculo dos esforços em radiers, tais como:
o método estático, método dos elementos finitos, método da placa e método da base elástica. A
aplicação detalhada de tais métodos não é normalmente cobrada em concursos, tendo em vista que
envolve cálculos complexos e que demandam tempo. Todavia o conhecimento dos nomes de tais
métodos é sim passível de ser cobrado.
Essa previsão de um limite para área mínima comprimida é uma forma de se evitar o
tombamento da fundação, perdendo contato com o solo de apoio. Quando a sapata tomba, a
área de sua base perde contato total com o solo e a sapata sofre rotação, de forma que, nesta
situação, 0% da base está sendo comprimida.
Importante saber que, na realidade, a sapata não tomba, pois a edificação está apoiada sobre várias
fundações, e não apenas sobre 1 sapata. O resultado de uma sapata ter sua compressão igual 0% da
área é ela perder contato com o solo (sofrendo rotação). Assim, essa sapata, um elemento cujo
objetivo é transmitir esforços de compressão ao solo, não estaria transmitindo esforços ao solo, não
contribuindo como elemento de fundação.
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Pouco utilizadas
Edificações de
Flexíveis
pequeno porte
Distribuição de
tensões no solo
Sapatas NÃO uniforme
Uniforme
Distribuição de
Rígidas
tensões
Exceção: apoio
sobre rochas
Tração é resistida
Blocos Concreto simples
pelo concreto
Estático
Elementos finitos
Métodos de
Radiers
Cálculo
Método da placa
Método da base
elástica
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
As sapatas flexíveis tendem a apresentar uma distribuição de tensões menos uniforme em sua
base, necessitando maiores cuidados no seu dimensionamento e execução. Além disso, as
sapatas de estrutura flexível são destinadas a edificações de menor porte, diferentemente do
prédio da questão, que possui vinte andares. Afirmativa errada.
Gabarito: “errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
Com relação à fundação em radiers, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) É adotada quando as áreas das sapatas se aproximam umas das outras ou mesmo se
interpenetram.
a) F, V e F.
b) V, V e V.
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c) V, F e V.
d) F, F e F.
e) F, F e V.
Comentários:
Os radiers são utilizados quando o solo superficial oferece capacidade de carga compatível com
o edifício e os pilares apresentam-se relativamente próximos uns dos outros de modo que o
uso de sapatas resultaria em uma sobreposição destas. Sendo assim, é feita uma laje única que
recebe a carga de todos os pilares.
Uma variante são os radiers nervurados, os quais apresentam vigotas ao longo de toda sua
extensão visando aumentar a rigidez do radier e reduzir o volume de concreto necessário a sua
execução. Os esforços em radiers podem ser calculados por vários métodos tais como: o
método estático, método dos elementos finitos, método da placa e método da base elástica.
Sendo assim, a alternativa b corresponde a resposta correta.
Gabarito: “b”.
Uma determinada fundação superficial tem base quadrada de lado 1,50 m e está solicitada por
carga excêntrica. De acordo com a NBR 6122:2010 (Projeto e execução de fundações), no
dimensionamento dessa fundação, a área comprimida, em m2, deve ser de, no mínimo:
a) 0,75
b) 1,13
c) 1,50
d) 1,69
e) 2,25
Comentários:
Gabarito: “c”.
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A geometria das fundações superficiais deve respeitar algumas diretrizes constantes na NBR 6122.
Com relação às dimensões horizontais de sapatas e blocos (largura e comprimento), estas devem
ser de no mínimo 60 cm. Para a espessura, por sua vez, não há um valor limite para sapatas, mas a
escolha da espessura vai influenciar na classificação da sapata como flexível ou rígida conforme
descrito na seção anterior.
Já os blocos, de acordo com a NBR 6118, devem ter espessura média mínima de 20 cm.
Com relação aos radiers, não há definição de espessura mínima para este elemento de fundação.
Todavia, como o radier é basicamente uma laje apoiada sobre o solo, pode-se adotar como
referência para o radier a espessura mínima para laje lisa conforme NBR 6118, cujo valor é de 16
cm.
Outro aspecto importante refere-se à profundidade da cota de apoio da fundação, ou seja, o nível
da base, o qual deve ser posicionado de modo que aspectos relativos à sazonalidade ligados ao clima
e a alterações de umidade não afetem a capacidade de carga do solo. O objetivo desta
recomendação é evitar que condições de dimensionamento e projeto sejam alteradas por efeitos
do clima, exemplo: encharcamento do solo após a chuva.
No caso específico de fundações localizadas na divisa de propriedades, a NBR 6122 recomenda que
a profundidade de assentamento das fundações na divisa com terrenos vizinhos não deve ser
inferior a 1,5 m, com exceção de locais em que a fundação é sobre rocha. Para facilitar a
memorização, lembre-se que é óbvio não se exigirem maiores profundidades em terrenos rochosos,
pois é anti-econômica a perfuração rochosa.
A NBR 6122 permite ainda profundidades menores do que 1,5 m para assentamento em divisas
quando se tratar de obras com sapatas ou blocos que possuam, em sua maioria, dimensões
inferiores a 1,0 m.
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No caso de terrenos inclinados, independentemente do tipo de solo, as fundações não devem ser
assentadas inclinadas, ou seja, acompanhando a declividade do terreno, visto que a inclinação pode
resultar em deslizamento da fundação com consequente colapso da edificação (Figura 15). O
procedimento correto nesse caso é executar as fundações sempre em planos horizontais, podendo
estes estarem localizados em níveis diferentes (Figura 15).
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No caso de fundações superficiais próximas, mas em cotas diferentes, a NBR 6122 recomenda que
a cota de maior declive (inclinação) que passa pelos seus bordos deve fazer com a vertical um ângulo
que depende do tipo de solo, sendo (Figura 16):
Para entender e memorizar mais facilmente, lembre-se de que solos pouco resistentes precisam de
sapatas mais afastadas, ou seja, ângulo maior que 60°, para ter menor concentração de tensões
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naquele local. Pelo mesmo raciocínio, solos mais resistentes precisam de ângulos menores, o que
leva a menor afastamento entre as sapatas. Como rocha seria o exemplo de material mais resistente,
seria dela também o menor ângulo, 30°.
Além disso, um tópico essencial quanto ao projeto das fundações superficiais refere-se à distribuição
das armaduras. No caso de blocos, como estes são de concreto simples, eles não possuem
armaduras. Já no caso das sapatas, estas possuem 2 classes de armaduras (Figura 17):
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De acordo com a NBR 6118, as armaduras de flexão das sapatas devem ser distribuídas de maneira
uniforme ao longo de toda a largura da sapata, estendendo-se de face a face e terminando em
gancho em ambas as extremidades. As armaduras de flexão também devem ser dispostas nas 2
direções de modo a suportar os momentos fletores em cada direção.
Já a armadura de espera ou arranque influencia na altura da sapata, já que a altura deve ser
suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque. Lembre-se de que o concreto é
essencial na ancoragem do aço.
Em planta, as sapatas ou os blocos não devem ter dimensão inferior a x cm. Nas divisas com
terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, tal profundidade não deve
ser inferior a y m. Os valores de x e y são, respectivamente,
a) 30 e 1,00.
b) 45 e 1,20.
c) 60 e 1,50.
d) 60 e 1,60.
e) 75 e 1,50.
Comentários:
Conforme apresentado nesta seção, a dimensão horizontal mínima das sapatas e blocos é de
60 cm e, nas divisas com terrenos vizinhos, a profundidade mínima deve ser de 1,5 m. Sendo
assim, a letra “c” é a alternativa correta.
Gabarito: “c”.
A banca VUNESP gosta de cobrar essa matéria:
39 – VUNESP – Pref Itapevi – Eng. Civil – 2019
Em divisas com terrenos vizinhos, no projeto de fundações superficiais assentes sobre solo não
rochoso, os blocos ou sapatas com dimensões em planta de 1,0 m devem ter profundidade
mínima de
a) 0,50 m.
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b) 1,00 m.
c) 1,20 m.
d) 1,50 m.
e) 1,80 m.
Comentários:
Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, a
profundidade de apoio não pode ser inferior a 1,5 m. Apenas no caso de obra cujas sapatas ou
blocos tenham, em sua maioria, dimensões inferiores a 1,0 m, essa profundidade mínima pode
ser reduzida.
Gabarito: “d”.
40 – VUNESP – Docas PB – Eng. Civil – 2022
Considere que o projeto de fundação rasa (direta ou superficial) de um galpão destinado ao
depósito de produtos perecíveis preveja fundações próximas, porém situadas em cotas
diferentes, conforme a figura a seguir.
A partir do conhecimento que o terreno de fundação é constituído por solos resistentes, a reta
de maior declive que passa pelos bordos da fundação deve fazer, com a vertical, um ângulo (α)
cujo valor é maior ou igual a
a) 300.
b) 450.
c) 550.
d) 600.
e) 720.
Comentários:
Para solos resistentes, a NBR 6122 fala em se adotar o ângulo de 450, portanto, alternativa “b”.
Em solos pouco resistentes, a NBR 6122 recomenda o ângulo de 600, letra “d”. Já, para rochas,
a norma fala em ângulo de 300, letra “a”.
As letras “c” e “e” apresentam valores que nem são abordados pela NBR 6122.
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a) α ≥ 60°.
b) α = 45°.
c) α = 30°.
d) α = 90°.
e) α = 15°.
Comentários:
Conforme preconizado pela NBR 6122 o ângulo formado pela reta de maior declive entre duas
sapatas em cotas diferentes assentadas em solo pouco resistentes deve ser maior ou igual a
60°. Sendo assim, a letra “a” é a alternativa correta.
Gabarito: “a”.
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A figura acima ilustra uma sapata de concreto executada na construção de uma edificação, em
que as armaduras de aço são indicadas pelos números 1 e 2 e a base de concreto magro, pelo
número 3. Considerando essa figura, julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Gabarito: “errado”.
A figura acima ilustra uma sapata de concreto executada na construção de uma edificação, em
que as armaduras de aço são indicadas pelos números 1 e 2 e a base de concreto magro, pelo
número 3. Considerando essa figura, julgue o item a seguir.
A armadura de aço indicada pelo número 2 está sujeita a esforços de compressão, pois é
responsável por transmitir o carregamento de parte da edificação diretamente para o solo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Gabarito: “errado”.
Detalhes e etapas construtivas de execução das sapatas são um tema recorrente em concursos,
principalmente os procedimentos listados na NBR 6122. A execução das fundações superficiais se
inicia com a escavação do terreno. De acordo com a NBR 6122, caso esta etapa seja executada com
auxílio de maquinário, o uso destes equipamentos deve ser encerrado ao se atingir uma
profundidade que esteja a no mínimo 30 cm acima da cota de assentamento da fundação. O
restante da escavação deve ser realizado manualmente (Figura 18).
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Depois da escavação, o terreno deverá ser vistoriado por profissional que confirme no local a
capacidade de carga do solo. Para tanto, pode-se utilizar de penetrômetro de barra manual ou
outros ensaios expeditos de campo.
A NBR 6122 preconiza que, antes da concretagem, o solo da cava deve ser vistoriado com
penetrômetro manual ou outros ensaios expeditos de campo que visam à verificação da capacidade
de carga.
A depender das condições do solo que está sendo escavado, pode-se dispensar a necessidade de
compactação, caso o terreno já apresente, por exemplo, capacidade de carga medida pelo
penetrômetro superior exigida pelo projeto.
A necessidade de fôrmas laterais durante a execução das fundações superficiais dependerá das
características do solo, principalmente no que tange a coesão. Solos coesivos permitem a realização
de escavações em pequenas profundidades sem a necessidade de contenções ou fôrmas.
Sendo assim, as formas laterais podem ser dispensadas com base nas observações da fiscalização
da obra dependendo das características do solo. Além disso, a NBR 6122 recomenda que todo
material solto deve ser removido do local da cava onde a fundação será construída. Em seguida o
fundo da cava deve ser compactado por meio de, por exemplo, apiloamento. Tal prática fornece
melhor característica geotécnica ao material de fundo, bem como uniformiza esta camada para o
posterior apoio pela fundação.
O fundo da cava também deve ser regularizado com concreto magro6 (não estrutural) com
espessura mínima de 5 cm. Após o lançamento do concreto magro, a superfície da base deve estar
6
Esse concreto não estrutural deve ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação.
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plana e horizontal. Mesmo no caso de fundações sobre rochas, deve ser aplicado concreto magro
com espessura suficiente para garantir uma superfície regularizada plana e horizontal (Figura 19).
A banca tentará te confundir dizendo que o terreno da cava deve ser escarificado. Isso não faz
sentido, pois a escarificação permite a mistura (revolvimento) da camada superficial do solo, não
sendo necessário na execução de sapatas, exceto se solicitado em projeto.
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Outro ponto importante, o reaterro na área da fundação não pode ser executado imediatamente
após a concretagem desta. Deve-se realizar o reaterro compactado da cava apenas após a cura do
concreto e à retirada das fôrmas, obedecendo aos tempos indicados nas prescrições de projeto
(Figura 21).
A camada de concreto magro não estrutural com espessura de 5 cm lançada na cava da sapata antes
da concretagem é um procedimento muito presente em questões de concursos.
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Escavação manual
ou mecânica até
30 cm da base
Escavação manual
Execução da
nos 30 cm
cava
próximos a base
Uso de formas
laterais se
necessário
Retirada de
material solto da
cava
Concreto não
Preparação da Compactação da estrutural (magro)
cava base
Lançamento de
concreto de Espessura de 5 cm
regularização
Etapas de
execução de Posicionamento da Aplicado na área
fundações armadura de contato
superficiais solo/fundação
Lançamento do
concreto
Concretagem
Cura do concreto
Controle
tecnológico
Realizado após a
cura
Retirada de formas
Reaterro laterais se
existentes
Uso de reaterro
compactado
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a) argamassa de cimento e areia com no mínimo 10 cm de espessura, a ser lançada sobre toda
a superfície de contato solofundação.
b) concreto não estrutural com no máximo 3 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a
superfície de contato solo-fundação.
c) concreto estrutural com no máximo 2,5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a
superfície de contato solo-fundação.
d) argamassa de cimento e areia com no mínimo 20 cm de espessura, a ser lançada sobre toda
a superfície de contato solofundação.
e) concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a
superfície de contato solo-fundação.
Comentários:
Todo o contato solo-fundação deve receber concreto não estrutural com, no mínimo, 5 cm de
espessura. Logo, a alternativa correta é a letra “e”.
a) antes da concretagem, o solo ou rocha de apoio das sapatas deve ser vistoriado com
penetrômetro de barra manual ou outros ensaios expeditos de campo;
b) o fundo da cava da sapata deve ser regularizado com concreto estrutural, em espessura
mínima de 2 cm;
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e) nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente sobre rocha, a
profundidade mínima não deve ser inferior a 60 cm.
Comentários: De acordo com a NBR 6122, tem-se que: O item A está correto, pois é essencial
a verificação da capacidade carga previamente à concretagem, o que se dá pelo método do
penetrômetro ou por outro ensaio expedito; O item B está errado, pois a espessura mínima do
concreto de regularização é de 5 cm e este pode ser não estrutural; O item C está errado, pois
a profundidade de escavação com equipamentos deve ser paralisada com 30 cm de espessura.
O item D está errado, porque o reaterro das sapatas deve ser realizado após a cura do concreto;
O item E está errado, pois a profundidade mínima na divisa é de 1,5 m conforme apresenta na
seção relativa a detalhes construtivos. Sendo assim, a resposta correta é a alternativa “a”.
Gabarito: “a”.
Com base nas especificações dos serviços de execução de fundações, o engenheiro fiscal fez as
seguintes observações:
Apiloar o fundo da fundação direta antes da concretagem é uma prática inadequada, adotada
por alguns empreiteiros para economizar formas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Gabarito: “Errado”.
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f) Devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm
de espessura.
II. A camada de solo de, no mínimo, 30 cm acima da cota de assentamento prevista, deve ser
removida manualmente.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
Comentários: O item I está correto, de fato as sapatas devem ser concretadas sobre um lastro
de concreto não estrutural de 5 cm. O item II também está correto, pois os últimos 30 cm de
escavação das sapatas devem ser executados manualmente. O item III está errado, pois, de
acordo com a NBR 6122, as sapatas em planta não devem ter dimensões inferiores a 60 cm.
Portanto, os itens I e II estão corretos e alternativa “d” é a resposta correta.
Gabarito: “d”.
Nos projetos de fundações todas as partes da fundação superficial (rasa ou direta) em contato
com o solo (sapatas, vigas de equilíbrio, etc.) devem ser concretadas sobre um lastro, a ser
lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação, de:
Comentários: De acordo com a NBR 6122, deve-se utilizar concreto não estrutural com, no
mínimo, 5 cm de espessura para o concreto de regularização da cava.
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Gabarito: “b”.
A figura acima ilustra uma sapata de concreto executada na construção de uma edificação, em
que as armaduras de aço são indicadas pelos números 1 e 2 e a base de concreto magro, pelo
número 3. Considerando essa figura, julgue o item a seguir.
A base de concreto magro indicada pelo número 3, apesar de estar sujeita a esforços, não tem
função estrutural.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
O concreto magro não tem função estrutural sendo utilizado para regularização da cava em
que a sapata será concretada.
Gabarito: “certo”.
Anteriormente à execução das sapatas corridas que não se apoiam em rocha, deve-se fazer
uma camada de concreto simples de regularização com, no mínimo, cinco centímetros de
espessura e que ocupe toda a área da cava da fundação.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: De acordo com a NBR 6122, de fato o local de execução das sapatas deve ser
regularizado com uma camada de 5 cm de concreto não estrutural, devendo ocupar toda a
área da cava da fundação.
Gabarito: “certo”.
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Todas as partes da fundação _____ em contato com o solo devem ser concretadas sobre um
lastro de _____ com no mínimo _____ de espessura, a ser lançado sobre toda a área de contato
solo/fundação.
Comentários: De acordo com a NBR 6122, deve-se utilizar concreto não estrutural com no
mínimo 5 cm de espessura para o concreto de regularização da cava o qual deve ser aplicado
em todas áreas passíveis de contato entre fundação e solo. Sendo assim, as lacunas devem ser
completadas por: “superficial”, “concreto não estrutural” e “cinco centímetros”. Dessa forma
a resposta correta é a alternativa “a”.
Gabarito: “a”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Errado”.
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Após a escavação das fundações diretas, remove-se o material solto e coloca-se um lastro de
concreto magro na superfície de assentamento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
a) 10 cm
b) 20 cm
c) 30 cm
d) 40 cm
e) 50 cm
Gabarito: “c”.
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Em uma obra serão executadas 20 sapatas iguais, de base quadrada com 0,90 m de lado. Para
a regularização do fundo da cava, será executada uma camada de concreto não estrutural com
5 cm de espessura e com 5 cm a mais para cada lado da sapata. O volume geométrico total
desse concreto, em m3, é:
a) 0,05
b) 0,81
c) 1,00
d) 5,00
e) 100,00
Comentários: A sapata é quadrada com largura de 0,90 m, porém como o concreto irá ocupar
5 cm a mais para cada lado da sapata a largura final de concreto magro ocupará um quadrado
de 1,00 m. Como a sapata é quadrada a área total de concreto magro é de 1,00 m x 1,00 m,
resultando em 1 m². Dado que a espessura de concreto magro é de 5 cm ou 0,05 m, obtém-se
o volume total de concreto magro para uma sapata multiplicando a espessura deste pela sua
área obtendo-se 0,05 m³. Multiplicando este valor pelo numero total de sapatas (20) constata-
se que o volume total é 1 m³. Sendo assim a alternativa “c” é a resposta correta.
Gabarito: “c”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Gabarito: “certo”.
RECALQUES EM FUNDAÇÕES
Todo mundo já viu notícias de prédios que ficaram tortos com o tempo, que sofreram algum tipo de
afundamento no subsolo. O caso mais famoso é o da torre de Pisa, que sofreu recalque (do tipo
diferencial, como veremos mais adiante) por se apoiar em terreno muito arenoso e frágil (Figura 22).
O cenário desses prédios fora do prumo, mas estáveis, mostra que no projeto de uma fundação não
devemos considerar apenas a possibilidade de sua ruptura (Estado Limite Último, ELU), mas
também o risco do solo se deformar com o tempo, prejudicando o uso da estrutura. Por isso,
trabalhamos também em fundações com o conceito de Estados Limites de Serviço (ELS), que
considera efeito de ações que comprometam o uso da edificação, gerando, por exemplo,
deslocamento vertical das fundações (recalques). A NBR 6122 lista os fatores a se considerar para a
definição dos deslocamentos aceitáveis de uma estrutura, que já foram cobrados em prova:
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f) Finalidade da obra;
g) Influência nas estruturas, utilidades e edificações vizinhas.
Atenção, essa questão pode parecer fácil porque acabamos de estudar o conceito cobrado,
porém ao cair na prova juntamente a todas as matérias do edital, torna-se de nível difícil,
uma vez que trata de literalidade detalhada de norma técnica.
d) os resultados do ensaio de prova de carga sobre placa que devem ser interpretados de modo
a considerar a relação modelo-protótipo (efeito de escala), bem como as camadas
influenciadas de solo.
Comentários: Esse é um tipo de questão para o qual não basta bom senso nem experiência,
pois se refere a literalidade da NBR 6122. Como fazemos uma preparação de alto nível, é bom
que saiba que eventuais trechos da norma podem ser cobrados no detalhe, assim como
acontece com as disciplinas de direito.
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- Tipo de fundação;
- Natureza do solo;
- Finalidade da obra;
Gabarito: “a”.
O recalque é um deslocamento vertical descendente sofrido pelo solo quando solicitado por cargas
externas. Logo, quando o recalque ocorre no solo, geralmente ele impacta tudo que se apoia sobre
ele, como a fundação e toda a estrutura acima, gerando com o tempo diferentes deformações na
edificação.
1) Imediato: é aquela deformação que todo corpo sofre quando submetido a ação de uma carga,
sendo também chamado de recalque inicial ou elástico. Não à toa, a teoria utilizada para
estimar esse recalque com maior precisão é a Teoria da Elasticidade, porém a aplicação dessa
teoria limita-se aos casos em que as deformações são pequenas. Esse recalque ocorre no
momento de aplicação da carga, sendo a deformação predominante nos solos arenosos.
2) Escoamento lateral: ocorre quando o material não está confinado lateralmente, espraiando
para as laterais. Os principais solos sujeitos a esse escoamento são os não coesivos
(geralmente os arenosos), por possuírem pouca atração química entre os grãos. Assim, caso
a força de confinamento lateral não seja suficiente para reter uma coluna de areia, os grãos
rolam para as laterais.
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3) Primário: esta parcela do recalque corresponde à deformação do solo por adensamento, que
é um fenômeno comum em materiais coesivos como argilas e geralmente é o principal
causador de problemas em fundações. Esses materiais, por possuírem muita água em sua
constituição, têm a pressão neutra resistindo aos esforços solicitantes iniciais. Com o tempo
a água vai sendo expulsa desses solos e a pressão neutra vai se reduzindo; em contrapartida,
os esforços solicitantes vão sendo gradualmente suportados em maior percentual pelos
próprios sólidos que formam o solo. Esse processo de transferência de carga da água para o
grão sólido pode levar anos e os recalques vão ocorrendo à medida que os próprios grãos do
solo vão sendo mais solicitados, recebendo aquela carga que antes era suportada pela água.
Por isso, trata-se de um recalque diferido (distribuído) no tempo.
4) Secundário ou secular: em alguns materiais como argilas muito plásticas ou em solos
predominantemente orgânicos, é comum que mesmo após a expulsão de parte da água dos
vazios do solo, com a completa dissipação do excesso de pressão neutra, haja ainda recalques
que podem durar até mais de 100 anos. Trata-se de um recalque que temos mais dificuldade
de prever, devido não ter se encontrado até hoje equações gerais de aplicação a qualquer
solo.
Muitos livros não mencionam o recalque por escoamento lateral, porém em uma preparação de alto
nível para concursos devemos saber que esse processo de escoamento também pode se configurar
como um tipo de recalque. Portanto, não estranhe caso uma questão de concurso diga que o
recalque total é a soma apenas do imediato, do primário e do secundário. Alguns autores também
chamam o recalque total de recalque absoluto, portanto fique ciente da multiplicidade de nomes
possíveis. Por fim, é comum também agrupar os recalques primário e secundário no grupo recalques
por adensamento, conforme esquema a seguir.
Você sabia que uma das vantagens do radier em relação às outras fundações superficiais é que ele,
quando recebe todos os pilares da edificação, consegue uniformizar os recalques? É que o radier, ao
receber todos os pilares, confere rigidez à estrutura como um todo, distribuindo as cargas que
recebe ao solo de maneira mais uniforme do que outras fundações.
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Recalque total ou
absoluto
Escoamento lateral
Imediato, elástico ou
(nem sempre é Por adensamento
inicial
mencionado)
Primário
Secundário ou
secular
( ) Nas argilas saturadas, o adensamento se processa com a dissipação das pressões neutras,
lentamente no decorrer do tempo.
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a) V, V, F, F
b) V, F, V, V
c) F, V, F, V
d) F, F, V, F
1º item: Errado, pois os recalques são, no mínimo, limitados pelo nível de serviço da edificação,
não importando se ocorrem de forma homogênea na fundação. Portanto, há sempre um limite
para o recalque, não importando de que tipo seja.
2º item: Basta lembrarmos do conceito de recalque, que envolve a parcela imediata, primária
e secundária. O item chamou a parcela primária de “adensamento”, o que remete ao
fenômeno que ocorre nesse recalque, estando portando correta a menção.
Gabarito: “c”.
Com relação a solos, fundações e estruturas de contenção dos solos, julgue o item
subsecutivo.
Os recalques por escoamento lateral ocorrem de maneira mais acentuada nos solos não
coesivos sob fundação rasa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: Correto, pois materiais não coesivos apresentam pouca ligação entre os grãos,
sendo o atrito o principal mecanismo de estabilização. Caso haja redução do confinamento
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lateral de uma coluna de areia ou uma determinada vibração sobre ela, haverá risco de
rolamento e ocorrência de escoamento lateral.
Gabarito: “certo”.
Sabendo que a figura acima apresenta um elemento de fundação com área em planta
retangular com largura B e comprimento (normal ao plano do desenho) igual a L, julgue o item
a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
O valor do recalque elástico ou imediato de uma sapata corrida depende da largura da sapata.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: A tensão solicitante sobre o solo dependerá de cargas (tais como o peso da
estrutura) divididas pela área da sapata, ou seja, comprimento e largura da sapata corrida.
Quanto mais fina a sapata, maior a concentração de tensões, logo, maior o recalque.
Gabarito: “certo”.
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RECALQUE IMEDIATO
É importante saber que, no ensaio para determinar o recalque imediato, utilizam-se ensaios do tipo
não drenado para argilas, ou seja, que não permitem a saída de água da amostra e o concomitante
adensamento do solo. Nesse ensaio, garante-se que haverá na amostra apenas o recalque imediato.
No caso de areias, fazemos o ensaio de compressão drenado, pois areias quase não retêm água nos
vazios do solo, ao contrário das argilas, que podem reter água durante anos.
Já quando se quer determinar o recalque total do solo, são feitos ensaios drenados (Figura 23).
Nesse caso, busca-se o conhecimento de todas as deformações do solo ao longo do tempo, ou seja,
todos aqueles componentes do recalque.
Um ensaio muito comum para fundações diretas é o ensaio de placa (ou prova de carga em placa),
por se tratar de um modelo reduzido de uma sapata. A prova de carga também pode ser aplicada
sobre fundações profundas, sendo denominado ensaio de prova de carga estática (Figura 24ª).
Nesses ensaios, aplicam-se cargas sucessivas sobre uma placa assentada sobre o solo (Figura 24B) e
observa-se a deformação do solo a uma dada profundidade. Gera-se então um gráfico de tensão
versus recalque.
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A B
Figura 24: Exemplo de instrumentação utilizada no ensaio de prova de carga em A, e gráfico gerado
em B.
Há várias classificações de ensaios de placa, que são resumidas a seguir quanto ao critério de:
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MEDINDO OS RECALQUES
Mas como transformar o recalque encontrado em um ensaio de placa no recalque real que haveria
no caso de construção da sapata do projeto, que tem dimensões maiores? A Teoria da elasticidade
mostra que os recalques na superfície de uma área carregada são expressos pela equação:
𝜎0 . 𝐵
𝜌 = 𝐼𝑝 . . (1 − 𝜇2 )
𝐸
𝜌: Recalque;
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Figura 26: Diferença nas deformações entre sistema rígido (primeiro elemento mostrado,
representando uma sapata) e flexível (segundo elemento)
𝑩: Para área carregada retangular, o parâmetro 𝐵 será a menor dimensão; já para área carregada
circular, B será o diâmetro;
Outro grupo de métodos para se conhecer o recalque imediato é o dos semi-empíricos, que
relacionam resultados de ensaios (SPT, CPT, etc.) com tensões admissíveis ou resistentes de
cálculo. Destacam-se entre eles os métodos de:
• Schmertmann (já cobrado em provas). Esse método se destina a sapatas rígidas apoiadas em
areia e utiliza os resultados do ensaio de penetração contínua de cone (CPT).
• Shultze e Sherif, que correlaciona os recalques a partir de uma base de dados com
informações de SPT para areias;
• Décourt, análogo ao método de Shultze e Sherif, aplicando-se a areias e utilizando de
informações do ensaio de SPT.
Veja que resolver uma equação como essa do recalque dado pela Teoria da Elasticidade sempre que
fizermos um ensaio de placa é inviável. Mas quando medimos o recalque e a tensão correspondente
a uma placa, queremos saber a deformação que teria uma sapata que ali construiremos, que é maior
que a placa e será submetida a uma carga também maior. Nesse caso, como fazemos para calcular
o recalque da sapata?
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Na prática, consideramos essa relação de deformações entre a sapata e a placa como linear, dado
que o solo possui os mesmos coeficientes elásticos e de Poisson. Assim, o recalque em uma sapata
será dado por:
𝜎𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 . 𝐵𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎
𝑆𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 = 𝑆𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎 .
𝜎𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎 . 𝐵𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎
𝑆𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 : Recalque da sapata;
Em uma prova de carga, o recalque elástico sofrido pela placa quadrada do equipamento de
300 mm de dimensão, em um solo argiloso sobre o qual será assentada uma sapata retangular
de 1500 mm x 2500 mm de dimensões, foi igual a 10 mm. Considerando-se que o módulo de
deformabilidade do solo é constante ao longo da profundidade, a placa e a sapata apoiam-se
na mesma profundidade e aplicam a mesma tensão no solo, e a deformação em qualquer
profundidade é proporcional ao acréscimo de carga devido à pressão aplicada pela sapata, o
recalque elástico da sapata de fundação, em mm, é igual a:
a) 2;
b) 20;
c) 35;
d) 50;
e) 65
Comentários: Observemos primeiramente o que não muda da situação da placa para a situação
da sapata:
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Resta-nos o parâmetro dimensional B. Sabemos, pela equação que relaciona recalques entre
sapata e placa, que o recalque é proporcional a B; logo, se a sapata é mais larga que a placa de
ensaio, a sapata recalcará mais que a placa. Assim, para a conversão do recalque de uma
pequena placa no de uma sapata, consideramos inicialmente a menor dimensão retangular da
sapata, ou seja, 1.500 mm. Logo, pela fórmula que acabamos de ver, desprezando a tensão, já
que é constante, teremos:
𝐵𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 1,5 𝑚
𝑆𝑆𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 = 𝑆𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎 . = 10 𝑚𝑚 . = 50 𝑚𝑚
𝐵𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎 0,3 𝑚
Vejam como o comportamento é bem linear: se a sapata tem uma largura 5 vezes maior que
a placa e ambas estão submetidas à mesma tensão, quer dizer que a sapata recalcará 5 vezes
mais que a placa.
Gabarito: “d”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
Como já vimos, o processo de deformação (recalques) nas argilas pode ocorrer lentamente, devido
ao tempo necessário para a água sair dos vazios do solo. Esse processo de saída da água e
consequente deformação do solo se chama adensamento.
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Trata-se da compressão do solo dentro de um molde, que impede a deformação lateral da amostra
(Figura 27). A compressão é necessária, pois o solo possui baixíssima resistência a tração. Se não
houver confinamento, ou seja, se houver espaço dentro do molde, o material simplesmente se
desloca lateralmente, alterando sua forma e estrutura. Logo, com o confinamento, consegue-se
simular o comportamento do solo quando ele é comprimido pelo peso de novas camadas de aterro
ou pelo peso de uma fundação.
Assim, se temos um solo com um índice de vazios inicial mostrado no ponto A (ver Figura 28) e se
aumentamos sua tensão de compressão gradualmente, o solo passará pelo ponto B e, logo em
seguida, veremos que haverá um momento a partir do qual o índice de vazios variará linearmente
com o logaritmo da tensão vertical (ver eixo horizontal no gráfico, que mostra escala logarítmica),
trecho representado pela reta BC.
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Terzaghi chamou de Índice de compressão a inclinação desta reta, que por sua vez é chamada de
reta virgem. Como a variação do índice de vazios do gráfico representa indiretamente a deformação
(recalque) que o solo sofre ao ser comprimido, o índice de compressão pode ser utilizado para
formar a equação da reta virgem em função do recalque do solo. Com essa equação, obtêm-se as
deformações de um solo que se encontra na faixa de pontos da reta virgem, não necessitando de se
realizar novos ensaio de adensamento para cada nova carga de compressão aplicada ao material.
É importante mencionar que o recalque secundário tem uma natureza diferente da do primário, pois
não se baseia na expulsão de água dos vazios entre os grãos. O adensamento secundário tem causas
associadas ao comportamento viscoso dos solos (chamado algumas vezes de creep ou fluência) e
atinge praticamente todos os materiais. Em geral, o recalque secundário é bem mais pronunciado
em argilas coesivas.
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada
acerca de inspeções em obras de engenharia.
Considere que, em inspeção a uma construção com fundação do tipo radier sobre solo argiloso
saturado, seja constatado pequeno recalque na fundação. Nessa situação, espera-se que o
referido recalque ocorra de forma lenta; além disso, para o estudo do recalque da argila, uma
opção seria a realização de ensaios de compressão edométrica.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: O item está correto. Fique atento para o tipo de fundação, radier, que tem a
vantagem de distribuir as cargas incidentes em todo o solo subjacente, por isso, é lógico
esperarmos o desenvolvimento lento do recalque. Além disso, trata-se de argila saturada ,cujo
adensamento é famoso pelo lento progresso.
O ensaio utilizado também está correto, visto que o ensaio de compressão edométrica tem,
entre suas múltiplas finalidades, avaliar a evolução do recalque no solo. A questão foi anulada
apenas porque o ensaio deveria ter sido escrito como de compressão “edométrica”.
Gabarito: “certo”.
O estudo do adensamento baseia-se em uma equação diferencial, cuja solução, para simplificar, leva
em consideração um número adimensional chamado fator tempo T:
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𝑐𝑉 . 𝑡
𝑇=
𝐻𝑑2
cv: coeficiente de adensamento (expresso em área por tempo, por exemplo, em cm² da
amostra que se adensa por segundo).
Hd: máxima distância em centímetros que a água percorre no solo quando este é compactado
no ensaio edométrico. No caso do ensaio com drenagem acima e abaixo da amostra, a
máxima distância é a metade da espessura da amostra.
A solução da equação do recalque pelo adensamento para diversos tempos está na Figura 30. Esse
gráfico mostra a pressão neutra ao longo da amostra. O ponto no meio indicado por Z=1 à esquerda
do gráfico é o meio da amostra. Observem que esse ponto leva mais tempo para ter reduzida sua
pressão neutra, pois está mais distante das faces de drenagem.
Quanto mais andamos para a direita na Figura 30, maior o fator tempo, dado por curvas isócronas,
ou seja, de um mesmo fator tempo. Escolha uma dessas curvas e observe que, para um dado fator
tempo, o adensamento já está quase no fim na borda da placa (pontos 0 e 2 no eixo vertical
esquerdo), enquanto em seu meio (ponto 1 no eixo vertical esquerdo), o adensamento ainda se
processa lentamente.
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Figura 30: Graus de adensamento para cada profundidade e para vários fatores tempo T
Observem que temos a variável Uz, que nada mais é do que o grau de adensamento, ou seja, o
percentual de adensamento que ocorreu em um dado momento.
Acerca dos dados apresentados e de aspectos diversos relacionados a obras de terra, julgue o
item seguinte.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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adensamento em um dado momento. Por meio das soluções para a equação diferencial da
teoria do adensamento, obtemos os recalques em cada ponto no espaço e no tempo, o que
nos permite calcular não só recalques diferenciais como os absolutos e suas taxas de variação
no tempo.
Gabarito: “certo”.
Considere o perfil geotécnico a seguir sobre o qual um aterro de solo arenoso aplica
instantaneamente, ao nível do terreno, uma sobrecarga de 200 kPa:
O valor do acréscimo de poropressão no meio da camada de argila mole após passados dois
anos e seis meses é, em kPa,
a) 500.
b) 70.
c) 80.
d) 380.
e) 190.
𝐶𝑣 .𝑡
Comentários: vamos lembrar a fórmula do fator tempo: 𝑇 =
𝐻𝑑2
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A questão nos pede o valor da poropressão no meio da camada de argila mole. Sabemos que,
no meio da argila, a água percorre a máxima distância para ser drenada (Hd). Percebe-se que
há solo arenoso acima e abaixo da argila, logo a água do material que queremos analisar (argila)
pode sair por ambos os lados da argila (acima e abaixo dela). Assim, a máxima distância que a
água percorrerá na drenagem (Hd) será a metade da espessura de solo argiloso, ou seja: 10/2
=5m
A questão disse que busca o valor da poropressão no meio da camada de argila. Pelo desenho
a seguir, temos as cotas verticais, o que corresponde, por convenção, ao eixo z:
No meio da camada de argila mole, a cota z é -5 metros. O ábaco (figura a seguir) não considera
sinal positivo ou negativo na relação z/Hd. Logo, trabalhamos com a cota z igual a 5 m. Assim,
a relação z/Hd será:
𝑧 5𝑚
= =1
𝐻𝑑 5 𝑚
Olhamos, então, no ábaco da questão qual o ponto da isócrona com T= 0,1 que corta z/Hd = 1,
sendo essa relação correspondente ao meio da amostra:
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Sabemos que o grau de consolidação nesse ponto, Uz, corresponde a 5%; logo os outros 95%
do acréscimo de carga no solo correspondem à pressão neutra (devido a água). No início do
adensamento, a pressão neutra chega a 100% e vai se dissipando com o tempo, enquanto U z
vai aumentando na mesma proporção até chegar a 100%. A questão nos pede o acréscimo de
poropressão (u0). Então:
Gabarito: “e”.
Tensão de pré-adensamento
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Caso voltássemos a carregar o mesmo material, ele desenvolveria a trajetória DEF, conforme figura
32. Notem que o segmento EF seria uma continuação da reta virgem BC. Essa mudança de inclinação
que ocorre nas curvas, quando se está em AB e vamos para BC, ou quando estamos em DC e vamos
para EF, indica que a reta virgem ocorra apenas para tensões de compressão a que o solo nunca
esteve submetido em sua história.
Assim, chamamos à máxima tensão de compressão a que um solo já esteve submetido em sua vida
de tensão de pré-adensamento. No momento em que iniciamos o ensaio, quando estávamos em A
e fomos até B, podemos concluir que a tensão em B era a tensão de pré-adensamento do material.
No momento em que aumentamos a pressão até C, a tensão de pré-adensamento passou a ser
aquela correspondente ao ponto C.
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É comum que a tensão de pré-adensamento seja igual à tensão vigente no solo no momento em que
o observamos no ambiente. Chamamos a esse solo de normalmente adensado, o que indica que o
material nunca esteve submetido a tensões superiores àquela do momento presente. Essa situação
corresponderia a um solo que está no trecho EF da figura anterior.
Contudo, caso contrário, ou seja, se a tensão de pré-adensamento for superior à tensão vigente no
momento da coleta da amostra, como o exemplo do material da Figura 32 no ponto A, este solo será
chamado de sobreadensado. Logo, a amostra já esteve no passado submetida a tensões maiores
que às atuais.
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II. Recalque por adensamento primário ocorre em solos de baixa permeabilidade (argilosos
saturados), quando a pressão geostática efetiva inicial, somada ao acréscimo da pressão
decorrente da fundação, é superior à pressão de pré-adensamento.
III. Recalque por adensamento secundário ocorre após o primário, sendo verificado que, após
a dissipação das pressões neutras, devidas ao carregamento da fundação no solo, este, sob a
ação da carga efetiva constante, continua a se deformar.
Comentários:
Pessoal, como vimos os recalques se dividem em imediato (ou inicial ou elástico), primário e
secundário (ou secular). Como o próprio nome diz, o recalque elástico pode ser calculado pela
teoria da elasticidade. Portanto, o item I está correto.
Em relação ao item II, o recalque primário se deve ao adensamento do solo, fenômeno que
ocorre em terrenos pouco permeáveis (argilosos saturados, por exemplo), onde se gera
inicialmente mais pressão neutra, que posteriormente se dissipa com o adensamento e
concomitante expulsão de água dos vazios do solo. A menção a uma pressão vigente “superior
à pressão de pré-adensamento” indica que o solo está no trecho da compressão virgem, ou
seja, comportando-se como um solo normalmente adensado. Somente por curiosidade, a
depender do tipo de adensamento (normalmente adensado ou sobreadensado), diferentes
métodos podem ser aplicados para se calcular a provável deformação (recalque) do material.
Por fim, o item III confirma o conceito de recalque secundário, aquele que ocorre em alguns
materiais muito plásticos (geralmente solos com alto teor de matéria orgânica), mesmo após a
dissipação da pressão neutra.
Gabarito: “a”.
Geralmente o recalque secundário inicia-se antes de terminado o recalque primário. Assim, caso
comprimamos um solo e monitoremos o recalque em função do tempo, poderemos ter os 2
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recalques ocorrendo em um dado momento (ver Figura 33). Como, então, distinguir na curva onde
não ocorre mais o recalque primário? Há 2 métodos importantes para se calcular o recalque
primário, permitindo essa separação.
Método de Casagrande
No método de Casagrande, trabalhamos com o gráfico do recalque versus o fator tempo em escala
logarítmica. Para a determinação do ponto de 100% do adensamento primário, basta traçarmos 2
tangentes: uma no ponto de inflexão e outra no último ponto da curva. A intersecção de ambas retas
corresponde a 100% do recalque primário teórico.
A importância de se determinar esse ponto é que muitos solos sofrem pouca compressão
secundária, já que trata-se de característica típica de algumas argilas e de determinados solos
orgânicos. Assim, caso o solo não sofra adensamento secundário significativo, tem-se geralmente
uma estabilização do recalque da edificação já a partir do ponto de 100% do adensamento primário.
Método de Taylor
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A B
Figura 34: Gráfico de Taylor, traçando-se retas (A) e obtendo-se os pontos principais (B)
Considerando a figura acima, que apresenta a curva de adensamento de uma argila, obtida a
partir de ensaio de adensamento unidimensional convencional, julgue os itens que se seguem.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: temos que lembrar que o Método de Casagrande utiliza recalque versus tempo
na escala logarítmica e o de Taylor porcentagem de recalque versus raiz do fator de tempo. O
gráfico do enunciado da questão apresenta um gráfico utilizado no ensaio de adensamento,
mas diferente do empregado nesses dois métodos gráficos (Casagrande e Taylor).
Gabarito: “errado”.
Em relação ao recalque secundário, esse fenômeno ainda não é calculado precisamente, havendo
apenas alguns métodos empíricos que fornecem resultados razoáveis.
Há várias técnicas de se evitar recalques primários e secundários, sendo o uso de estacas para se
apoiar em camadas profundas que sejam mais resistentes um método claro e que o bom senso nos
induz, no caso de camadas superficiais de argila mole. Essa técnica é bastante útil quando retirar a
argila mole do terreno natural e substituí-la por material granular for muito caro. Ao estudarmos
fundação de rodovias e fundações profundas, veremos com mais detalhes essas soluções.
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Considerando as condições apresentadas na figura acima, que ilustra um aterro arenoso a ser
construído sobre uma camada de argila muito mole saturada, próxima a um prédio existente,
julgue o item a seguir.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: Essa questão é boa para pensarmos em possíveis soluções para solos moles, com
as quais podemos nos deparar em uma prova. Um sistema com estaqueamento, se
corretamente projetado para se apoiar na camada abaixo mais resistente (formada por areia
muito compacta) evitaria o adensamento da camada de argila muito mole, reduzindo
significativamente os recalques do aterro. Sistemas assim podem ser utilizados desde em
projetos de médio porte, como uma edificação, aos de grande porte, como em trechos de uma
rodovia.
Gabarito: “certo”.
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𝑪𝒅 .𝒕
Fator tempo: T=
Teoria do
adensamento 𝑯𝟐𝒅
Normalmente
adensado
Tensão de pré-
adensamento
Razão de Tensão de Pré-ad.
Sobreadensado
sobreadensamento / Tesnão ef.
% Recalque X log.
fator T
Método de
Casagrande
Recalque a 100%
do adens. prim.
Separação de
recalque primário
e secundário
% Recalque X T0,5
Método de Taylor
Recalque a 90%
do adens. prim.
BULBO DE TENSÕES
Quando uma carga é aplicada ao solo, por exemplo, com a construção de um edifício, essa carga
aplicada distribui-se no subsolo por meio de linhas de mesma intensidade chamadas de bulbos de
pressão ou de tensão ou linhas isobáricas (Figura 35). Percebe-se que, quanto mais profundo
estamos no solo, menor será o acréscimo de carga na superfície que será sentido naquele local
profundo do solo.
Para fins práticos, considera-se o bulbo de tensões limitado pela curva de acréscimo de 10% da
carga aplicada, ou seja, no total o bulbo envolve 90% de acréscimo de carga. A importância do
conceito de bulbo de tensões é entender até qual profundidade o solo receberá solicitação
significativa de carga.
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Figura 35: Exemplo de bulbo de pressão para a distribuição da carga aplicada na superfície
Algumas vezes esses recalques são ditos do tipo por superposição de pressões. Observe na Figura
36B que a sobreposição de bulbos gera um bulbo combinado. Como geralmente essas
sobreposições não ocorrem simetricamente na fundação de um prédio, elas tendem a produzir
rotação (ou desaprumo, representado por ω, como veremos ao final de nossa aula), além de
recalques diferenciais.
O fato da sobreposição de bulbos se manifestar em diversos locais do solo abaixo do prédio, variando
ao longo do tempo, requer que o estudo dos recalques considere não somente a observação de
movimentos de translação do prédio, mas também de rotação.
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B
A
Figura 36: A: Prédios de Santos com os efeitos do recalque; B: Diagrama com bulbo de pressões
combinado.
Perceba que o bulbo de tensões vai definir inclusive a região limite até onde vamos estudar a
resistência do solo para fundações superficiais. Veja o exemplo da Figura 37. Como disse, considera-
se o bulbo de tensões para acréscimos de até 10% de carga aplicada pela fundação. Assim, quando
formos analisar a resistência/módulo de elasticidade do solo para uma sapata como na Figura 37,
consideraremos as cargas até a profundidade que resulte no bulbo de 10%, o que para sapatas
corresponde a 1,5 a 2 vezes a sua largura (B), ou seja, 1,5 a 2 vezes B.
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Figura 37: Dados de sondagem de um solo de uma fundação versus bulbo de pressão atuante
Outra consequência da existência do bulbo de tensões é que, ao fazer um ensaio de placa de carga
(lembra aquele que simula uma fundação do tipo sapata?), não conseguimos reproduzir no solo sob
a placa o mesmo bulbo de pressão sob a sapata real (Figura 38). A exceção seria no caso de ambas
(placa e sapata) terem as mesmas dimensões, o que geralmente é inviável.
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Figura 38: Diferença entre bulbos de pressão de uma placa de carga e uma sapata real.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
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Um engenheiro foi nomeado perito em um processo judicial em que o dono de uma residência
térrea argumentou que um edifício construído no terreno vizinho ao seu teria causado diversas
patologias no seu imóvel, como trincas generalizadas e afundamento de piso. Sabendo-se que
a fundação da residência foi executada com o processo de radier e que não houve condições
de se conhecer o processo de execução das fundações do edifício, o perito executou alguns
estudos sobre as várias situações possíveis e suas prováveis consequências.
A figura ilustra três situações, cada uma delas associada a um tipo de fundação.
Considerando essas informações e a figura apresentada, que subsidiou a análise feita pelo
engenheiro quanto à execução de fundações, julgue o item seguinte.
Com base nas situações I e II, é correto afirmar que, quanto maior o bulbo de tensão, maior
será a tensão distribuída uniformemente no solo na totalidade da área compreendida pela
envoltória do bulbo de tensão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: Errado, pois a tensão (peso da estrutura dividido pela área do bulbo de pressão)
é inversamente proporcional à área. Quanto maior o comprimento do bulbo, maior a área que
receberá o esforço solicitante, reduzindo a tensão distribuída uniformemente.
Gabarito: “errado”.
A situação III foi descartada na análise feita pelo perito, pois, como não há bulbo de tensão
considerável, não há risco de colapso na fundação do imóvel.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
Na situação II, por ser maior a profundidade da base dos tubulões, está afastada a possibilidade
de colapso do solo e patologia na residência, apesar da sobreposição dos bulbos de tensão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
Atenção, esta questão a seguir contém, em uma das alternativas, uma matéria que não foi
vista especificamente nesta aula e será comentada na resolução.
a) Areia nos vários estados de consistência ou argilas nos vários estados de compacidade, sob
ação de cargas externas, se deformam, em maior ou menor proporção.
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c) Se o solo for uma argila dura ou uma areia compacta, os recalques decorrem essencialmente
de deformações por mudança de forma, função da carga atuante e do módulo de deformação
do solo.
d) Nos solos fofos e moles, os recalques provêm basicamente da sua redução de volume, pois
a água presente no bulbo de tensões das fundações tenderá a percolar para regiões sujeitas a
pressões menores.
Gabarito: “a”.
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O fenômeno da ocorrência de recalques é afetado por uma série de fatores que são explorados em
provas. Vejamos cada um:
Caso não enxergue essa variação, observe a fórmula abaixo que conceitua tensão efetiva e
total. Quanto menos água no solo, menor será a pressão neutra (U), logo, maior terá que ser
a tensão efetiva. Esse aumento de pressão efetiva é que pode ocasionar novas deformações
no maciço. Lembremos que “quem” deforma o solo é a tensão efetiva e não a total.
✓ Atenção: lembre a fórmula da tensão efetiva no solo:
𝜎𝑒𝑓 = 𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑈
𝜎𝑒𝑓 = tensão efetiva no solo
𝜎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = tensão total no solo
𝑈 = pressão neutra
2) Solos colapsíveis ou subsidientes: esses solos possuem uma grande porosidade (quando ela
é visível a olho nu, chamamos de macroporosidade), sendo formados por uma fraca
cimentação entre seus grãos. Existem solos colapsíveis tanto em areias como em argilas,
sendo sua cimentação muitas vezes feita pelo calcário.
O problema desse solo é exatamente essa “fraca” cimentação, bastando qualquer contato
com a água para sua dissolução, resultando no colapso da fundação. Os casos práticos
ocorrem com elevações súbitas do nível freático, não sendo necessário nenhum aumento do
carregamento externo sobre a fundação, bastando uma brusca mudança nas condições de
umidade do subsolo. No caso como o da Figura 39, tem-se um colapso junto a diversos outros
processos, como o carregamento (erosão) do solo pela água.
✓ A NBR 6122 conceitua esse solo como:
“solos que apresentam brusca redução de volume quando submetidos a acréscimos
de umidade, sob a ação de carga externa”
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3) Infiltrações: a presença de água altera não somente a umidade na base da fundação, mas
também pode carregar materiais do subsolo, levando ao solapamento da fundação (Figura
40). Vegetação, problemas de drenagem pluvial na superfície e rompimento de tubulações
estão entre as principais causas.
1) Uniforme: o solo tem uma deformação aproximadamente homogênea, que, se atingir altos
patamares, trará danos ao conforto e funcionalidade da edificação. Geralmente, não traz
danos estruturais. Esse tipo de recalque, se considerado que o solo deve ter exatamente a
mesma deformação ao longo de toda estrutura da fundação, não acontece, pois há sempre
alguma excentricidade na aplicação das cargas e o solo varia de granulometria e composição
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sempre, por mais que a nível macroscópico pareça tudo igual. Na prática, consideramos o
recalque uniforme para fins de aproximação, pois se refinarmos as deformações medidas no
solo, veremos que a partir de uma dada casa decimal, elas diferem entre si, ocorrendo o de
recalque do tipo diferencial.
2) Diferencial: o comportamento do solo é variável ao longo do terreno, gerando na estrutura
deformações e rotações variadas. A depender da intensidade, pode ocorrer ruína parcial ou
total (colapso da estrutura). Problemas de uso também são frequentes, como portas e janelas
que não se fecham.
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Fraca cimentação
entre partículas
Solos colapsíveis ou
subsidientes
Risco: Umidificação do
solo
Ações externas que
geram recalques
Geradores: Vegetação
e problemas drenagem
pluvial
Infiltrações
Possível impacto:
Solapamento
Operação de
Vibrações equipamentos nas
proximidades
Recalques iguais em
vários pontos
Uniforme
Causa apenas
problemas estéticos e
funcionais
Outra classificação
para recalques
Comportamento
variável da estrutura
quanto a recalques
Diferencial
Gera esforços
solicitantes na
estrutura,
podendo levar a
sua ruína
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Todas as fundações sofrem recalque em alguma medida, já que os materiais do solo no entorno
e abaixo delas ajustam-se às cargas do edifício. Sobre os recalques, marque V para as
afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Nos casos em que o recalque das fundações ocorre essencialmente na mesma taxa em todas
as partes de um edifício, ele é denominado recalque uniforme.
( ) Quando solos, cargas ou sistemas estruturais diferem entre partes de um edifício, diferentes
partes da estrutura do edifício podem recalcar em quantidades substancialmente diferentes, a
estrutura do edifício pode ficar distorcida, pisos podem apresentar inclinação, paredes e vidros
podem apresentar fissuras e portas e janelas podem não trabalhar adequadamente.
( ) A maioria das falhas nas fundações é atribuída ao excessivo recalque uniforme. O colapso
de uma fundação, no qual o solo falha completamente em suportar o edifício, não é raro.
a) V, V, F, V.
b) F, F, V, V.
c) V, V, V, F.
d) F, F, F, F.
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3º Item: Esses são os impactos do recalque diferencial, que pode gerar até torção na estrutura,
impactando abertura de portas e janelas, uma vez que altera a inclinação dos vãos. Item
correto.
4º Item: Na prática o recalque uniforme não ocorre, a não ser que se aproximem as
deformações sofridas por cada fundação para se concluir que são praticamente iguais. Item
errado.
Gabarito: “c”.
A figura acima ilustra as fundações de um pórtico plano de concreto armado que será
submetido a um carregamento não nulo q, uniformemente distribuído, não previsto
inicialmente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
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MONITORAMENTO DE RECALQUES
A norma NBR 6122 estabelece claramente que o desempenho das edificações é verificado pelo
monitoramento dos recalques medidos na estrutura. Esse acompanhamento será obrigatório
quando:
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Monitoramento obrigatório de
recalques (NBR 6122):
Considere os itens:
e) Nível de Terzaghi
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IV. Subsidência
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
Comentários:
Gabarito: “d”.
O desempenho das fundações é verificado por meio de pelo menos o monitoramento dos
recalques medidos na estrutura, sendo obrigatório, entre outros casos, em estruturas com
altura, do piso térreo até a laje de cobertura do último piso habitável, superior a
a) 55,0 m.
b) 40,0 m.
c) 35,0 m.
d) 30,0 m.
e) 25,0 m.
Comentários:
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Vimos lá em fundação profunda que a resistência do solo quanto às cargas impostas pela fundação
é oriunda do contato da ponta da fundação com o solo (resistência de ponta) e do atrito do solo
com a lateral da fundação (resistência lateral ou de fuste). A resistência lateral é normalmente a
maior responsável pela capacidade de carga no caso de estacas. O atrito entre solo e estaca ocorre
quando há movimentações de um em relação ao outro. A resistência lateral é gerada:
Sendo assim, quando a estaca penetra no solo por cravação (ou quando ela recalca), o solo que a
envolve reage e gera um esforço vertical sobre a estaca, dirigido para cima.
Alguns autores chamam de atrito positivo este esforço de atrito lateral dirigido para cima e que
contribui para a capacidade de carga da estaca.
Se, por acaso, o esforço de atrito lateral que o solo gera sobre a estaca for uma reação vertical
dirigida para baixo, é dito que o atrito é negativo, pois neste caso o atrito lateral não contribui para
aumentar a capacidade de carga da estaca. Na verdade, o atrito negativo empurra a estaca para
baixo, sendo um esforço a mais que a estaca precisa resistir. Dessa forma, o atrito negativo é um
processo indesejado, já que reduz a capacidade de carga da estaca.
O atrito negativo ocorre quando o recalque do solo adjacente é maior do que o recalque da
fundação (Figura 42).
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Vários são os motivos que levam a ocorrência deste tipo de atrito, sendo o principal deles o
adensamento do solo nas áreas adjacentes às fundações, o qual é provocado por (Figura 43):
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Além disso, é possível a ocorrência de atrito negativo devido ao processo de execução da fundação
profunda. No caso de estacas cravadas, por exemplo, pode ocorrer o amolgamento da camada mole
compressível do solo e o readensamento desta. O amolgamento consiste na perda de resistência do
solo devido a alterações em sua estrutura. Dessa forma, o amolgamento de uma camada de argila
mole durante a cravação de uma estaca pode gerar o readensamento do solo, resultando em
recalques do terreno superiores aos da estaca, culminando com formação de atrito negativo.
Há algumas formas de se reduzir os efeitos do atrito negativo permitidas na NBR 6122, como a
aplicação de pintura betuminosa na fundação.
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O atrito negativo consiste em esforço indesejado que pode ocorrer nas estacas de fundação
caso o adensamento ou o recalque do solo que as envolvem forem superior ao próprio recalque
das estacas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
O atrito negativo empurra a estaca para baixo, sendo mais um esforço ao qual a estaca deve
resistir. Como causas deste atrito, temos o adensamento (ou recalque) do solo superior ao da
estaca, criando uma movimentação relativa à estaca, o que gera atrito entre ambos.
Gabarito: “certo”.
O atrito negativo ocorre quando o recalque do solo é maior que o recalque do elemento de
fundação profunda.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Quando o solo recalca mais do que a estaca, considera-se que o atrito entre estaca e solo gera
um esforço vertical sobre a estaca, dirigido para baixo, sendo considerado um atrito lateral
negativo. Sendo assim, a afirmativa está correta.
Gabarito: “certo”.
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Se uma estaca recalca mais que o solo que a envolve, diz-se que foi gerado atrito lateral positivo
entre a estaca e o solo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Quando a estaca recalca mais do que o solo que a envolve o atrito entre estaca e solo gera um
esforço vertical sobre a estaca dirigido para cima, o que contribui para a capacidade de carga
da estaca. Este processo é denominado por alguns autores como atrito lateral positivo. Sendo
assim, a afirmativa está correta.
Gabarito: “certo”.
a) I, III e IV.
b) I, II e III.
c) I e II.
d) II e IV.
e) III e IV.
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Comentários:
A afirmativa I está errada, pois o atrito negativo ocorre quando o recalque do solo é superior
ao recalque da estaca.
A afirmativa II também está errada, pois o rebaixamento do lençol freático pode provocar a
ocorrência de atrito negativo, ou seja, tal fenômeno depende do lençol freático.
A afirmativa III está correta, o atrito negativo pode ocorrer por adensamento do solo devido
ao seu peso próprio ou a sobrecargas na superfície do terreno.
A afirmativa IV está correta, pois, durante a execução de estacas por cravação, o amolgamento
do solo pode provocar readensamento e o desenvolvimento de atrito negativo.
Gabarito: “e”.
Uma certa estaca está sujeita a atrito negativo. Essa situação ocorre quando:
Comentários:
Conforme apresentado nesta seção o atrito negativo ocorre quando o recalque do solo é
superior ao recalque da estaca. Dessa forma a alternativa que descreve corretamente este
processo é a opção “e”.
Gabarito: “e”.
Estacas localizadas em camadas de argilas moles, que estão sofrendo adensamento, estão
submetidas a uma carga adicional por conta de:
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a) levantamento.
b) atrito negativo.
c) compressibilidade.
d) momento torçor.
e) esforço cortante.
Comentários:
O adensamento das camadas de argila mole faz com que o recalque do solo seja superior ao
recalque das estacas, gerando assim uma sobrecarga adicional nestas devido ao fenômeno
denominado de atrito negativo.
Gabarito: “b”.
LEVANTAMENTO
Vimos que os recalques são deformações sofridas pelo solo quando submetido a carregamentos.
Contudo, há um outro movimento do solo, neste caso é um movimento para cima (ascendente),
chamado de levantamento. Mas como é possível a um solo ascender sobre a superfície?
Há um tipo particular de solo denominado expansivo que, ao contrário dos colapsíveis, sofre
expansão quando em contato com a água (Figura 44), devido à sua composição mineralógica. Da
mesma forma, quando em períodos de estiagem, esses solos se fissuram, pois se contraem com a
perda de água.
Essa reação se deve à capacidade do mineral constituinte do solo em absorver água, principalmente
os minerais expansivos do grupo das montmorilonitas, mais especificamente as esmectitas. O solo
de massapê no recôncavo baiano é um exemplo de solo expansivo no Brasil.
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A B
Figura 44: Exemplo de solo expansivo em A e rodovia sobre camada de argila expansível em B
Utilizamos alguns parâmetros de grande importância para caracterizar solos expansivos. A pressão
de expansão, que é aquela que o solo exerce quando tem sua expansão impedida ao entrar em
contato com a água. A pressão de expansão é obtida por meio do ensaio do tipo edométrico.
Basicamente, o corpo de prova de solo é colocado em uma prensa, inundado, e então se aplica
pressão suficiente para que o relógio que mede a deformação fique sempre no ponto zero. Assim, a
altura do corpo de prova fica sempre no ponto zero. Anota-se a carga aplicada para a deformação
ser constante e divide-se pela área do corpo de prova; logo tem-se a pressão de expansão.
Uma forma de se enfrentar os efeitos expansivos desses solos é construindo uma camada granular,
que visa a acomodar eventuais aumentos de volume do solo expansivo subjacente nos vazios da
camada granular (Figura 45). O solo expansivo apresenta alto percentual de grãos passantes na
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peneira 200 (peneira que tem malha muito fina, para grãos muito pequenos), frequentemente
acima de 80%. Portanto, a combinação deste solo com uma camada granular logo acima permite a
oscilação do nível expansível, sem prejuízo à fundação na superfície.
Outra solução, que inclusive abrange tanto solos expansivos quanto colapsíveis, é a adição de cal
ao solo, já que o cálcio dificulta a penetração da água nos vazios dos argilominerais, reduzindo
reações de expansão. Ao mesmo tempo, a cal induz a cimentação das partículas.
Além do fenômeno de levantamento de solos expansivos com impactos nas fundações superficiais,
pode ocorrer também o levantamento de estacas em solos com argila rija. Isso pode ocorrer
durante o processo de execução de estacas por cravação, particularmente no caso da estaca Franki
(figura 46), que possui uma ponta alargada (chamada de bulbo).
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a) O fato de uma fundação ter coeficiente de segurança à ruptura não garante que ela tenha
um bom desempenho, pois há necessidade de se verificar se os recalques também satisfazem
as condições de funcionalidade
c) Solos constituídos por macroporos, às vezes visíveis a olho nu, e onde os grãos são ligados
pelos contatos de suas pontas por fraca cimentação são denominados solos colapsíveis
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d) Estacas cravadas em argila rija podem gerar esforços ascendentes em estacas adjacentes já
cravadas
e) Uma pressão importante de ser conhecida do ponto de vista das fundações é a pressão de
expansão do solo que pode ser calculada pelo valor da pressão que necessita ser aplicada sobre
uma amostra deformada de solo, instalada em um anel de célula de adensamento, de tal sorte
que não ocorra sua expansão quando imersa.
Gabarito: “e”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários:
Conforme apresentado nesta seção, a construção de fundações sobre solo expansivo pode
levar ao processo de levantamento, podendo danificar a fundação e a estrutura que esta
sustenta.Assim, não se recomenda a construção de fundações superficiais sobre este tipo de
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solo. Lembremos que a implantação de fundações sobre solos expansivos requer cuidados
específicos para se evitar danos à edificação, tais como a construção de uma camada granular,
que visa a acomodar eventuais expansões do solo subjacente. Sendo assim, a afirmativa está
errada.
Gabarito: “errado”.
A NBR 6122 nomeia algumas letras como parâmetros de estudo para o movimento de fundações
que devemos conhecer. São eles (Figura 47):
− s: recalque ou levantamento total de um ponto da estrutura (na figura aparece como Smáx);
− δs: recalque ou levantamento diferencial entre dois pontos da estrutura (observe na figura
44 o δmáx);
✓ Esclarecendo: o recalque ou levantamento relativo ou diferencial considera diferentes
referenciais. Se o ponto A, por exemplo, recalca mais que o B, então A tem um recalque
(positivo) em relação a B (referencial). Porém, poderíamos também dizer que B tem
um recalque negativo em relação a A. Logo, δBA=-δAB.
− θ: rotação relativa entre dois pontos da estrutura;
✓ Esclarecendo: a rotação relativa é o ângulo entre uma linha de referência (por
exemplo, a linha original que liga os pontos AB da sapata na figura 44) e a nova linha
dessa mesma estrutura.
− α: deformação angular entre dois trechos da estrutura
✓ Esclarecendo: a deformação angular mede o ângulo entre duas linhas da estrutura já
deformada.
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− Δ: deflexão relativa
✓ Em poucas palavras, a deflexão mede o deslocamento da fundação em relação a uma
reta que une pontos de referência dessa fundação.
− Δ/l: razão de deflexão
✓ Trata-se da medida de deslocamento da fundação para cada metro percorrido na linha
de referência.
A distorção angular β é um dos indicadores do recalque diferencial, sendo inclusive parâmetro para
definição de limites de segurança desse recalque.
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Comentários: essa figura foi retirada da norma NBR 6122 e trata das variáveis a se considerar
no estudo de movimento de fundações. Seguem os comentários para cada alternativa:
a) Errado, pois a rotação relativa máxima é dada por θ máx. Observem que a rotação relativa
é o ângulo entre uma linha de referência e a nova linha da estrutura, enquanto a
deformação angular trata do ângulo entre duas linhas da estrutura deformada.
b) De fato, α máx corresponde à deformação angular máxima entre dois trechos da estrutura.
c) O levantamento total de um ponto seria o segmento vertical que liga sua posição inicial à
final, não sendo mostrado no desenho da questão. Observem na figura abaixo o
levantamento total, mostrado por S máx. Portanto, essa alternativa está errada.
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d) Errado, pois a rotação com o edifício se comportando como um corpo rígido é dada por ω,
não mostrada nesse desenho. Observem a seguir representação de ω:
e) O recalque diferencial máximo é dado por δ máx na figura mostrada na letra “c”, que
corresponde à maior diferença de recalque entre dois pontos da estrutura.
Gabarito: “b”.
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a) Errado, β2 é a rotação relativa do ponto B em relação ao eixo horizontal. Para que se tratasse
de deformação angular, o ângulo teria que ultrapassar o eixo horizontal β 2, atingindo o
prolongamento do segmento A’B’. Lembrando, a deformação angular é o ângulo feito entre
dois segmentos deformados da estrutura, portanto o ângulo entre B’C’ e o prolongamento
de A’B’.
b) Faz sentido falar de deformação negativa do solo quando pensamos em recalque ou
levantamento relativo ou diferencial, que considera diferentes referenciais, o que não foi o
caso.
c) Errado, o comprimento L1 representa o recalque total do ponto A.
d) Correto, pois L4 não é nada mais do que L2 menos L3, portanto trata-se do recalque
diferencial entre B e C.
e) Errado, não há garantias de que a deformação em C seja 100% elástica, pois não
conhecemos o solo de fundação, nem o prazo em que o solo esteve carregado antes de se
fazer a medida do recalque. A deformação elástica se aplica somente ao recalque imediato.
Gabarito: “d”.
EFEITO TSCHEBOTARIOFF
O engenheiro russo Tschebotarioff estudou detalhadamente o impacto de ações horizontais de solos
sobre estacas em 1962. Praticamente o fenômeno estudado ocorre pela ação de 2 fatores:
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Um prédio possuía fundação em estacas que atravessavam uma camada compressível de solo
(uma camada de argila mole ou de areia de baixa compacidade). Posteriormente um aterro
foi executado ao lado desse prédio (Figura 50ª), gerando um carregamento assimétrico. O
aterro sobrecarregou o solo e induziu o deslocamento lateral dessa massa, que não poderia se
deslocar verticalmente, já que abaixo havia uma camada de solo muito resistente. Com efeito,
as estacas foram solicitadas à flexão e se deformaram, levando à ruptura da fundação. A
mesma coisa ocorreria, mas com a flexão no sentido oposto, caso, em vez do aterro, fosse feito
um corte na superfície, gerando alívio de tensões (Figura 50b).
Figura 50: Efeito Tschebotarioff por sobrecarga (a) e por alívio de tensões (b)
Vejamos o comparativo a seguir sobre como uma mesma sobrecarga pode induzir diferentes
problemas na edificação, a depender do tipo de sua fundação. Na Figura 51, temos no primeiro caso
a sobrecarga em solo mole, gerando a sobreposição de bulbos de pressão, resultando em recalques
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diferenciais na fundação superficial. Já no segundo caso, temos a sobrecarga produzindo flexão nas
estacas, o chamado efeito Tschebotarioff.
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a) Quando existirem cargas verticais assimétricas, quer seja por aterro, quer seja por
escavação, ocorrerão nas estacas implantadas cargas transversais devido ao adensamento e
movimento da camada compressível do lado mais carregado para o menos carregado (efeito
Tschebotarioff).
c) Em situações especiais, podem ser necessárias provas de carga sobre placa para a estimativa
da resistência da fundação, então é necessário que os bulbos de pressões da placa e da
fundação englobem solos semelhantes quanto às resistências e deformabilidades, sem isso, a
prova de carga não terá representatividade e os resultados levantados não poderão ser
extrapolados para a fundação.
c) A prova de carga sobre placa não é nada mais do que um ensaio sobre um modelo reduzido
de uma sapata. Por óbvio, o solo sobre o qual se apoia a sapata deve ser o mais próximo
possível daquele do local onde se executará a fundação, para que os dados reflitam a realidade
do projeto. Item correto.
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Gabarito: “b”.
Uma ponte tem suas fundações constituídas por estacas. Estas foram cravadas em terreno
argiloso, de baixa consistência, típico da área de várzea em que a ponte se encontra. Após a
construção do aterro de aproximação, necessário para permitir a ligação da via com a ponte,
verificou-se a ocorrência de recalques deste aterro por adensamento da camada argilosa.
Assim, um esforço lateral foi imposto às estacas, em profundidade, como resultado deste
carregamento assimétrico. Ao carregamento imposto desta forma a uma fundação profunda
dá-se o nome de:
a) Adensamento secundário.
b) Efeito Rankine.
c) Atrito Negativo.
d) Efeito de Grupo.
e) Efeito Tschebotarioff.
Gabarito: “e”.
LISTA DE QUESTÕES
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5. CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Eng. Civil – Questão de fixação
Fundações podem ser definidas como o conjunto de elementos, localizados abaixo do solo,
responsáveis por suportar com segurança as cargas provenientes da edificação e transmiti-las
ao solo. Com base nessa informação, julgue o item a seguir, relativo a projetos de fundações.
As fundações são convencionalmente classificadas em dois grandes grupos: fundações
superficiais, também denominadas diretas, e fundações profundas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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12. CEV UECE – COGE CE - Auditor de Controle Interno - Auditoria em Obras Públicas –
Questão de fixação
Quando todas as paredes ou todos os pilares de uma edificação transmitem as cargas ao solo
(figura abaixo), através de uma única sapata cujos elementos são contínuos e podem ser
executados em concreto armado, protendido ou em concreto reforçado com fibras de aço,
tem-se o que se denomina uma fundação em:
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a) sapata corrida.
b) radier.
c) sapata isolada.
d) baldrame plano.
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Sabendo que a figura acima apresenta um elemento de fundação com área em planta
retangular com largura B e comprimento (normal ao plano do desenho) igual a L, julgue o item
a seguir.
O elemento de fundação recebe o nome de sapata corrida quando recebe cargas de vários
pilares e o valor de L é muito maior que B.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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19. FGV – SEMSA Manaus – Especialista em Saúde – Fiscal da Saúde – Eng. Civil – 2022
A Figura a seguir ilustra um elemento de fundação.
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a) bloco.
b) sapata.
c) tubulão.
d) radier.
e) estaca.
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d) Radier.
e) Placa.
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30. CESPE - Ministério Público da União – Analista – Perícia – Eng. Sanitária - Questão de
fixação
As fundações de uma edificação devem suportar as cargas da estrutura com segurança e
adequar-se a fatores tais como o topográfico, o maciço de solos e os aspectos técnicos e
econômicos da construção. Com base nos conceitos de fundações, julgue o item.
Sapata é o elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de maneira que as
tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de
armadura.
( ) CERTO ( ) ERRADO
31. CESPE – Câmara dos Deputados – Ana. Legislativo – Eng. Civil – Questão de fixação
Fundações podem ser definidas como o conjunto de elementos, localizados abaixo do solo,
responsáveis por suportar com segurança as cargas provenientes da edificação e transmiti-las
ao solo. Com base nessa informação, julgue o item a seguir, relativo a projetos de fundações.
Os principais tipos de fundações profundas incluem as estacas, os radiers e os tubulões.
( ) CERTO ( ) ERRADO
32. CETRO - Prefeitura de Manaus - Técnico Municipal - Eng. Civil – Edificações – Questão de
fixação
Assinale a alternativa correta em relação a fundações.
a) Incluem-se no tipo de fundação profunda as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas
associadas, as vigas de fundação e as sapatas corridas.
b) No tipo de fundação superficial (ou rasa ou direta) incluem-se as estacas, os tubulões e os
caixões.
c) Sapata é um elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as
tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de
armadura. Pode ter faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em
planta seção quadrada ou retangular.
d) Bloco é o elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo
que as tensões de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo
emprego da armadura. Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em
planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.
e) Os materiais empregados na produção de estacas podem ser: madeira, aço, concreto pré-
moldado, concreto moldado in situ ou mistos.
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34. CESPE – Superior Tribunal Militar – Ana. Judiciário – Eng. Civil - 2018
No que se refere a projetos de obras civis, inclusive os arquitetônicos e estruturais (concreto,
aço e madeira.), julgue o item.
No dimensionamento das fundações superficiais de um edifício de vinte andares, para melhor
distribuir as pressões na interface fundação-solo e uniformizar os recalques, o projetista deve
optar por sapatas de estrutura flexível.
( ) CERTO ( ) ERRADO
35. CESPE – SLU DF – Analista de Gestão de Resíduos Sólidos – Eng. Civil – 2019
A respeito de projeto e execução de fundações, escavações e contenção de taludes, julgue o
item subsecutivo.
Ao projetar as fundações de um edifício residencial, o engenheiro civil responsável deverá
optar por sapatas de estrutura rígida caso deseje uniformizar os recalques.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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b) 1,00 m.
c) 1,20 m.
d) 1,50 m.
e) 1,80 m.
A partir do conhecimento que o terreno de fundação é constituído por solos resistentes, a reta
de maior declive que passa pelos bordos da fundação deve fazer, com a vertical, um ângulo (α)
cujo valor é maior ou igual a
a) 300.
b) 450.
c) 550.
d) 600.
e) 720.
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a) α ≥ 60°.
b) α = 45°.
c) α = 30°.
d) α = 90°.
e) α = 15°.
A figura acima ilustra uma sapata de concreto executada na construção de uma edificação, em
que as armaduras de aço são indicadas pelos números 1 e 2 e a base de concreto magro, pelo
número 3. Considerando essa figura, julgue o item a seguir.
A armadura indicada pelo número 2 é denominada armadura de espera.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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b) concreto não estrutural com no máximo 3 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a
superfície de contato solo-fundação.
c) concreto estrutural com no máximo 2,5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a
superfície de contato solo-fundação.
d) argamassa de cimento e areia com no mínimo 20 cm de espessura, a ser lançada sobre toda
a superfície de contato solofundação.
e) concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a
superfície de contato solo-fundação.
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47. FGV – Prefeitura de Salvador - Técnico Nível Superior - Suporte Administrativo – Eng. Civil
- 2017
Com relação ao projeto e à execução de sapatas de concreto, analise as afirmativas a seguir.
I. Devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de
espessura.
II. A camada de solo de, no mínimo, 30 cm acima da cota de assentamento prevista, deve ser
removida manualmente.
III. Em planta, não devem ter dimensões inferiores a 100 cm.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
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A figura acima ilustra uma sapata de concreto executada na construção de uma edificação, em
que as armaduras de aço são indicadas pelos números 1 e 2 e a base de concreto magro, pelo
número 3. Considerando essa figura, julgue o item a seguir.
A base de concreto magro indicada pelo número 3, apesar de estar sujeita a esforços, não tem
função estrutural.
( ) CERTO ( ) ERRADO
51. FGV - INEA - Assistente Técnico - Técnico em Engenharia Civil – Exercício de fixação
A partir das determinações da NBR 6122:2010, Projeto e Execução de Fundações, analise o
fragmento a seguir.
Todas as partes da fundação _____ em contato com o solo devem ser concretadas sobre um
lastro de _____ com no mínimo _____ de espessura, a ser lançado sobre toda a área de contato
solo/fundação.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do fragmento acima.
a) superficial – concreto não estrutural – cinco centímetros.
b) superficial – brita – três centímetros.
c) profunda – concreto não estrutural – três centímetros.
d) profunda– brita – cinco centímetros.
e) superficial– areia grossa – cinco centímetros.
52. CESPE - SLU DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos Eng. Civil – 2019
A respeito de projeto e execução de fundações, escavações e contenção de taludes, julgue o
item subsecutivo.
Na execução de uma sapata em concreto armado, em primeiro lugar, antes da concretagem,
deve-se realizar a limpeza e, em seguida, a compactação com compactador de solo tipo sapo;
por fim, procede-se à escarificação do terreno compactado, para o adequado contato solo-
fundação.
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( ) CERTO ( ) ERRADO
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56. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas -
Exercício de fixação
Considerando que as fundações são os primeiros elementos estruturais executados em uma
obra de edificação, e que os possíveis erros de dimensionamento e execução desses elementos
afetam consideravelmente a qualidade da construção, julgue o item que se segue.
Em fundações diretas, se as condições do terreno o permitirem, a fiscalização poderá aprovar
a execução da concretagem sem a utilização de fôrmas laterais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Sabendo que a figura acima apresenta um elemento de fundação com área em planta
retangular com largura B e comprimento (normal ao plano do desenho) igual a L, julgue o item
a seguir.
O deslocamento vertical do elemento, decorrente da aplicação da carga P, é denominado
recalque.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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62. FGV - ALERJ - Especialista Legislativo Nível Superior – Eng. Civil - 2017
Em uma prova de carga, o recalque elástico sofrido pela placa quadrada do equipamento de
300 mm de dimensão, em um solo argiloso sobre o qual será assentada uma sapata retangular
de 1500 mm x 2500 mm de dimensões, foi igual a 10 mm. Considerando-se que o módulo de
deformabilidade do solo é constante ao longo da profundidade, a placa e a sapata apoiam-se
na mesma profundidade e aplicam a mesma tensão no solo, e a deformação em qualquer
profundidade é proporcional ao acréscimo de carga devido à pressão aplicada pela sapata, o
recalque elástico da sapata de fundação, em mm, é igual a:
a) 2;
b) 20;
c) 35;
d) 50;
e) 65
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O valor do acréscimo de poropressão no meio da camada de argila mole após passados dois
anos e seis meses é, em kPa,
a) 500.
b) 70.
c) 80.
d) 380.
e) 190.
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II. Recalque por adensamento primário ocorre em solos de baixa permeabilidade (argilosos
saturados), quando a pressão geostática efetiva inicial, somada ao acréscimo da pressão
decorrente da fundação, é superior à pressão de pré-adensamento.
III. Recalque por adensamento secundário ocorre após o primário, sendo verificado que, após
a dissipação das pressões neutras, devidas ao carregamento da fundação no solo, este, sob a
ação da carga efetiva constante, continua a se deformar.
Assinale a alternativa correta.
a) Estão corretas as afirmativas I, II e III
b) Estão corretas as afirmativas I e III, apenas
c) Está correta a afirmativa III, apenas
d) Estão corretas as afirmativas I e II, apenas
e) Estão corretas as afirmativas II e III, apenas
Considerando a figura acima, que apresenta a curva de adensamento de uma argila, obtida a
partir de ensaio de adensamento unidimensional convencional, julgue os itens que se seguem.
Com base nos resultados apresentados na figura, é possível determinar o coeficiente de
adensamento da argila pela utilização do método de Casagrande ou do método de Taylor.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Considerando as condições apresentadas na figura acima, que ilustra um aterro arenoso a ser
construído sobre uma camada de argila muito mole saturada, próxima a um prédio existente,
julgue o item a seguir.
Os recalques do aterro podem ser reduzidos significativamente caso um sistema de estacas
com capitéis seja convenientemente projetado para suportar o peso do aterro.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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Um engenheiro foi nomeado perito em um processo judicial em que o dono de uma residência
térrea argumentou que um edifício construído no terreno vizinho ao seu teria causado diversas
patologias no seu imóvel, como trincas generalizadas e afundamento de piso. Sabendo-se que
a fundação da residência foi executada com o processo de radier e que não houve condições
de se conhecer o processo de execução das fundações do edifício, o perito executou alguns
estudos sobre as várias situações possíveis e suas prováveis consequências.
A figura ilustra três situações, cada uma delas associada a um tipo de fundação.
Considerando essas informações e a figura apresentada, que subsidiou a análise feita pelo
engenheiro quanto à execução de fundações, julgue o item seguinte.
Com base nas situações I e II, é correto afirmar que, quanto maior o bulbo de tensão, maior
será a tensão distribuída uniformemente no solo na totalidade da área compreendida pela
envoltória do bulbo de tensão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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( ) CERTO ( ) ERRADO
Atenção, esta próxima questão contém, em uma das alternativas, uma matéria que não foi
vista especificamente nesta aula e é comentada na resolução.
74. ESAF – MF – Eng. – Questão de fixação
Os recalques de fundações, admissíveis ou aqueles não admissíveis, dependem da capacidade
de carga e deformabilidade do solo que, por sua vez, dependem de diversos fatores, entre eles:
tipo e estado do solo; disposição do lençol freático; intensidade da carga; tipo de fundação
(direta ou profunda); cota de apoio da fundação; interferência de fundações vizinhas. Assinale
a opção incorreta.
a) Areia nos vários estados de consistência ou argilas nos vários estados de compacidade, sob
ação de cargas externas, se deformam, em maior ou menor proporção.
b) Para solos permeáveis como as areias, a consolidação e, portanto, os recalques acontecem
em períodos de tempo relativamente curtos, após serem solicitados; para solos menos
permeáveis, como as argilas, a consolidação é lenta, ao longo de vários anos.
c) Se o solo for uma argila dura ou uma areia compacta, os recalques decorrem essencialmente
de deformações por mudança de forma, função da carga atuante e do módulo de deformação
do solo.
d) Nos solos fofos e moles, os recalques provêm basicamente da sua redução de volume, pois
a água presente no bulbo de tensões das fundações tenderá a percolar para regiões sujeitas a
pressões menores.
e) Para fundações diretas, a presença de vegetação nas proximidades da obra (retirada ou
deposição de água no solo) também poderá exercer importante influência sobre os recalques.
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estrutura do edifício pode ficar distorcida, pisos podem apresentar inclinação, paredes e vidros
podem apresentar fissuras e portas e janelas podem não trabalhar adequadamente.
( ) A maioria das falhas nas fundações é atribuída ao excessivo recalque uniforme. O colapso
de uma fundação, no qual o solo falha completamente em suportar o edifício, não é raro.
A sequência está correta em
a) V, V, F, V.
b) F, F, V, V.
c) V, V, V, F.
d) F, F, F, F.
76. CESPE – ABIN - Oficial Técnico de Inteligência – Eng. Civil – Exercício de fixação
A figura acima ilustra as fundações de um pórtico plano de concreto armado que será
submetido a um carregamento não nulo q, uniformemente distribuído, não previsto
inicialmente.
Considerando que o peso do pórtico seja desprezível, julgue o item subsequente.
Dependendo do valor de q, os pilares do pórtico poderão sofrer recalques diferenciais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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IV. Subsidência
São equipamentos utilizados no controle de recalques de fundações
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II, III e IV.
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81. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas –
Questão de fixação
Considerando que as fundações são os primeiros elementos estruturais executados em uma
obra de edificação, e que os possíveis erros de dimensionamento e execução desses elementos
afetam consideravelmente a qualidade da construção, julgue o item que se segue.
Se uma estaca recalca mais que o solo que a envolve, diz-se que foi gerado atrito lateral positivo
entre a estaca e o solo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
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84. FGV – Prefeitura de Recife - Analista de Controle Interno - Obras Públicas - Exercício de
fixação
Estacas localizadas em camadas de argilas moles, que estão sofrendo adensamento, estão
submetidas a uma carga adicional por conta de:
a) levantamento.
b) atrito negativo.
c) compressibilidade.
d) momento torçor.
e) esforço cortante.
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88. FEMPERJ – TCE-RJ – Ana. de Controle Externo – Eng. Civil – Questão de fixação
O segmento ABC na figura representa uma viga da fundação de um edifício. A', B' e C'
representam as novas posições de A, B e C, após a ocorrência de recalques durante a
construção.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6118:2014. Projeto de estruturas de
concreto – Procedimento, ABNT, 256p.
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todos os detalhes para não ficar nenhuma dúvida. Aprenda a gostar da engenharia e o estudo ficará
bem mais fácil. Se você ainda tem alguma pergunta, por favor, entre em contato com nosso time no
fórum de dúvidas. Será um prazer respondê-lo.
Não é fácil chegar até aqui. Pense em tudo que você aprendeu, seu nível antes e depois de
estudar essa aula. Agora imagine seu nível de conhecimento depois que concluir esse curso. Pois
é, estudar nos abre um novo mundo. Não tenha dúvida que, no fim dessa caminhada, você
encontrará o Sucesso!
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GABARITO
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