Concreto 02
Concreto 02
Concreto 02
Autor:
Equipe Jonas Vale, Jonas Vale
Lara, Leonardo Hotta
25 de Fevereiro de 2023
Porosidade .......................................................................................................................................................... 7
Preparação das bases dos corpos de prova no caso de ensaio de compressão axial ................................................ 61
GABARITO ...........................................................................................................................................166
É um prazer iniciar essa jornada com você nesse curso de Engenharia Civil focado em concursos de
alto nível do país. Faremos uma breve apresentação de nossas origens:
-Jonas Vale Lara: Sou engenheiro do Tribunal de Contas do estado de Minas Gerais, tendo
sido aprovado em 1º lugar no concurso de 2018. Tenho formação em engenharia civil na
UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e fiz mestrado em Saneamento. Atuei em
obras no Brasil e no exterior e sou um apaixonado por esportes e natureza.
-Lineker Max Goulart Coelho: Sou Professor do CEFET-MG, fui aprovado em 4 concursos na
área de engenharia e em 4 concursos para professor em instituições superiores federais.
Formei em engenharia civil na UFMG, e fui agraciado com a medalha de ouro dos formandos
de 2011. Além disso, atuei em obras de grande porte na parte de projetos, tendo
especialização em engenharia de estruturas e fiz mestrado e doutorado em Saneamento,
Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Buscamos fazer um material objetivo e fácil de ler, para que você não só aprenda o que tem em cada
apostila, mas também para que goste de ler todas as páginas. Afinal, o estudo é um parceiro seu, e
não um inimigo. Queremos que qualquer pessoa possa ser um grande engenheiro dos concursos, de
forma que esse curso seja um trampolim para uma vida muito melhor.
A sociedade espera muito de você! Sabia que o conhecimento que passamos é muito melhor do que
você viu na universidade e, no final, você vai concluir que fez uma pós-graduação de altíssimo nível.
Você estará acima de outros engenheiros que não fizeram esse curso, pois o diploma não significa
nada na hora da prova. O que conta é a preparação para o concurso; é cada página que você terá
lido e entendido que resultará no resultado final em um concurso.
Quando a matéria parecer cansativa, dê um tempo ao seu cérebro, tente andar um pouco no local
onde você está, pense em outras coisas, fazendo uma pausa de uns 5 minutos. Depois retorne para
os estudos, que já estará com a cabeça mais fresca.
Um grande abraço,
Jonas e Lineker
Para tirar dúvidas, não perca tempo, acesse nosso fórum de dúvidas! Buscaremos
responder com o máximo de clareza e rapidez!
RESISTÊNCIA DO CONCRETO
A resistência do concreto é a propriedade mais importante para um engenheiro, pois ela vai ditar,
sobretudo, se uma estrutura suportará ou não uma dada carga. Como o concreto apresenta
relativamente alta resistência a compressão, é geralmente essa resistência que especificamos
quando trabalhamos com um projeto de uma construção.
Vimos que a resistência do concreto varia com a sua idade, sendo assim, foi padronizada a
classificação dos concretos quanto à resistência a compressão para 28 dias. As propriedades
mecânicas como resistência e módulo de elasticidade dependem de uma série de variáveis, que
veremos a seguir.
POROSIDADE
Basicamente, na hidratação ocorre a substituição do espaço antes ocupado pelo cimento e pela água
pelos novos compostos hidratados, tal como os silicatos hidratados. Por isso, em pastas com alta
relação água cimento (chamamos de relação a/c), ou seja, muita água para pouco cimento em
termos de massa (em kg de água por Kg de cimento, por exemplo), haverá com o tempo mais
espaços não preenchidos pelos componentes sólidos da pasta, espaços chamados vazios capilares.
O problema é que o concreto lançado possui inicialmente uma pasta saturada de água, que com o
tempo vai perdendo água para o meio externo por evaporação, pois o meio externo possui uma
umidade bem mais baixa que a da pasta. Assim, parte daquela água que ocupa os vazios capilares
evapora, deixando poros na pasta, afetando posteriormente a resistência do concreto endurecido.
Com a perda de água, observa-se não só o aumento da porosidade, como também a retração da
pasta e consequentemente do concreto, pois os seus constituintes se reacomodam para o
preenchimento dos vazios deixados. Essa retração é chamada de retração por secagem.
Então, com a perda de água por evaporação, o peso da estrutura concretada se reduz? A água é o
componente mais leve do concreto, por isso sua perda praticamente não vai impactar no peso do
concreto estrutural. A isso soma-se o fato de que não é toda água incorporada ao concreto que é
perdida, mas uma fração, sendo o ideal que se perca o mínimo possível de água, para se reduzir a
formação de poros vazios ou não saturados no concreto. No longo prazo, esses poros podem ser
caminho de infiltração para gases e líquidos que poderão danificar o concreto e o aço.
A relação inversa entre o fator água/cimento (a/c) e a resistência mecânica do concreto foi
demonstrada por Abrams em 1918, recebendo o nome de lei de Abrams (Figura 1). A explicação
para essa relação inversa é justamente o efeito da adição de água sobre o aumento da porosidade
do concreto. Abrams disse que, para um dado grau de hidratação do cimento, a resistência da
mistura depende da relação a/c, obtendo a fórmula a seguir e presente na Figura 1.
𝐵
𝑓𝑐𝑗 = 𝑎
𝐷𝑐
Em que:
𝑎 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎
=
𝑐 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Porém, se dermos um zoom numa das curvas da figura precedente, que relaciona tensão a
compressão com relação a/c, veremos que há um pequeno aumento da resistência com o aumento
da relação a/c, conforme a figura a seguir. Por que isso acontece? Há uma problema prático: na
época Abrams tinha dificuldade em moldar corpos de prova para fatores a/c muito baixos,
geralmente menores do que 0,40. Hoje em dia há aditivos que permitem a moldagem com fatores
de a/c mais baixos ainda. Porém, continua havendo esse pico inicial na resistência e o motivo é que,
em concretos muito secos, o fator a/c deixa de ser determinante para a porosidade do concreto,
passando a influenciar muito utros parâmetros como o atrito interno entre os grãos, a hidratação
do cimento e o grau de adensamento do concreto. Por isso, se fixarmos uma relação a/c muito baixa,
eventuais aumentos no teor de água levarão ao aumento direto na quantidade de cimento que se
hidrata, além de maior compactação da mistura, com redução na porosidade total do concreto. O
resultado é esse aumento inicial na resistência do concreto. Portanto, a lei de Abrams é válida,
desde que o concreto não esteja muito seco.
Qual a dificuldade em se reduzir a relação a/c no concreto? O problema é que precisamos de água
para a hidratação do cimento e consequente ganho de resistência e para conferir trabalhabilidade
ao concreto para envolver toda a fôrma, preenchendo os espaços do elemento estrutural a se
concretar.
Geralmente, a relação água/cimento para se garantir uma ótima hidratação do cimento é em torno
de 0,28. Como vimos, precisamos ainda adicionar água para que o concreto fresco deslize por toda
a forma preenchendo todos os vazios da peça estrutural que será concretada. Essa é a propriedade
do concreto fresco chamada trabalhabilidade. Se não adicionássemos esse teor extra de água, o
concreto fresco seria como uma pedra, não preenchendo todo o espaço da fôrma, gerando
futuramente vazios, que chamamos de bicheiras e que podem compromenter seriamente a
resistência da peça estrutural. Em poucas palavras, adicionamos água ao concreto para garantir a
hidratação do cimento e também para lubrificar seus constituintes, permitindo o transporte e
lançamento do concreto.
Em geral, buscamos dosar o concreto com um fator água/cimento que leva a uma consistência seca,
a fim de economizarmos em cimento. A desvantagem desses concretos secos seria um dificil
lançamento nas formas e posterior preenchimento, o que é contornado por meio da adição de
aditivos que o tornem mais fluido sem prejudicar sua relação água/cimento, ou por meio
simplesmente do uso de equipamentos que façam o adensamento do concreto, como os vibradores
pneumáticos. Além disso, quanto mais água no concreto, maior a probabilidade de se ter vazios
nesse concreto no longo prazo, o que prejudica a sua durabilidade, visto que poderá haver maior
infiltração de gases e líquidos neste concreto.
O concreto utilizado em obras civis deve atender a requisitos que garantam propriedades e
desempenho adequados, bem como ser submetido a controle de qualidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: isso mesmo, Abrams descobriu que a resistência do concreto para uma dada
idade variava inversamente com a relação água/cimento.
Gabarito: “Certo”.
Desconsiderando a presença dos sais solúveis na areia de praia, a sua reduzida granulometria
dificulta o emprego desse material na confecção de elementos de concreto, exigindo uma
quantidade maior de cimento para se obter a mesma resistência de uma peça de concreto que
utiliza uma areia normal.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: correto, vamos analisar passo a passo: tendo agregados mais finos, precisaremos
manter um concreto com a mesma trabalhabilidade. Como o agregado mais fino possui maior
superfície específica, precisaremos de mais água para manter a mesma trabalhabilidade de um
agregado mais grosso. Como mais água presente significa concreto com menos resistência, pois
estaríamos aumentando a relação água/cimento, a única forma de evitar a queda na
resistência é adicionando mais cimento. Com isso, fazemos com que a relação água/cimento
mantenha-se constante.
Gabarito: “certo”.
Gabarito: “d”.
A resistência mecânica do concreto pode ser considerada, principalmente, como função das
resistências da pasta de cimento endurecida, do agregado e da ligação pasta-agregado.
a) depende do seu grau de hidratação e da porosidade, que pode ser medida, em concretos
sem aditivo incorporador de ar, pela relação água/cimento, pois quanto mais alta for esta
relação, menor será a resistência.
b) depende do seu grau de hidratação e da porosidade, que pode ser medida, em concretos
com aditivo incorporador de ar, pela relação água/cimento, pois quanto menor for esta
relação, menor será a resistência.
c) depende do seu grau de hidratação e da porosidade, que pode ser medida, em concretos
com aditivo incorporador de ar, pela relação água/cimento, pois quanto mais alta for esta
relação, maior será a resistência.
d) independe do seu grau de hidratação e depende da porosidade, que pode ser medida, em
concretos com aditivo incorporador de ar, pela relação água/cimento, pois quanto mais alta
for esta relação, menor será a resistência.
e) independe do seu grau de hidratação e depende da porosidade, que pode ser medida, em
concretos sem aditivo incorporador de ar, pela relação água/cimento, pois quanto menor for
esta relação, menor será a resistência.
b) A relação a/c medirá a porosidade em concretos sem aditivo incorporador de ar. Além
disso, o fator a/c é inversamente proporcional à resistência da pasta, e não diretamente.
Errado.
c) Novamente, a incorporação de ar prejudica a representatividade do fator a/c quanto à
porosidade da pasta de concreto. Da mesma forma, a relação a/c é inversamente
proporcional a resistência da pasta, e não diretamente.
d) Pelo contrário, a resistência do concreto e também da pasta dependem do grau de
hidratação da mistura.
e) Também está errado, pois a resistência da pasta depende da sua porosidade.
Gabarito: “a”.
Quando ocorre o ingresso de água, pura ou com íons agressivos, oxigênio e dióxido de carbono
no concreto, a durabilidade desse material é extremamente afetada. Com relação a alguns
mecanismos de transporte desses fluidos no concreto (permeabilidade e difusão), julgue os
itens subsequentes.
Gabarito: “errado”.
a) Adicionando água, vamos obter uma menor resistência, devido à lei de Abrams. Errado.
b) Não é aumentando a quantidade de água que iremos melhorar a resistência do concreto.
Errado.
c) Pelo contrário, a lei de Abrams mostra uma relação inversa entre relação água/cimento e
resistência mecânica do concreto. Errado.
d) Correto, para maximizar a resistência do concreto, buscamos reduzir ao máximo a
quantidade de água presente, por esta se relacionar com a porosidade. Contudo, somos
obrigados a garantir no concreto um teor de água mínimo que seja suficiente a hidratação.
e) O volume de água utilizado no concreto é crucial para a evolução da resistência mecânica
do concreto ao longo de sua hidratação. Errado.
Gabarito: “d”.
O fator água/cimento deve ser sempre o mais alto possível, uma vez que, devido ao processo
de exsudação, tanto a resistência como a durabilidade da peça concretada tendem a aumentar
com o passar do tempo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o fator água/cimento deve ser o mais baixo possível, desde que garantida a
hidratação do cimento e a trabalhabilidade do material, permitindo-se maximizar a resistência
mecânica do concreto. Assim economiza-se em cimento e garante-se menor porosidade na
mistura, aumentando sua durabilidade.
Gabarito: “errado”.
No preparo do concreto, o fator água/cimento necessário para que ocorra a reação química
desejada corresponde a aproximadamente 0,28, mas, para se garantir a trabalhabilidade da
mistura, esse fator deve ser significativamente superior.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: é isso mesmo, como vimos, precisamos de água no concreto para a hidratação
do cimento, valor próximo de 0,28. Contudo, se adicionarmos somente essa água ao concreto,
ele dificilmente preencherá facilmente as fôrmas das peças que serão concretadas, pois será
muito viscoso. Assim, adicionamos uma quantidade extra de água para viabilizar a
concretagem da peça estrutural.
Gabarito: “certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
Para um mesmo valor de resistência à compressão final, a mudança das características físicas
dos agregados influencia a relação água/cimento a ser utilizada na mistura.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: influencia sim, pois a forma, granulometria e dimensão dos agregados afeta a
trabalhabilidade do concreto. Como a concretagem tem que ser viável do ponto de vista da
facilidade em preencher a fôrma da estrutura, adicionamos mais água ao concreto
aumentando sua relação a/c, melhorando sua trabalhabilidade. Nesse caso, teríamos também
que adicionar mais cimento ao concreto.
Gabarito: “certo”.
Preste atenção nessa próxima questão, pois nem sempre vamos poder analisar a influência
da água na resistência do concreto somente pela relação inversa entre a relação a/c e a
resistência a compressão.
O agregado muito fino possui alta superfície específica, atraindo muita água para sua
superfície, reduzindo a água disponível para hidratar o cimento. Assim, como resultado do uso
de areia fina e pedra nº1 (que também é de granulometria pequena) em um concreto, teremos
maior percentual de cimento sem hidratação para uma dada idade, resultando em um concreto
com fraca resistência.
Já no caso do concreto com areia grossa e brita nº2 (brita com dimensões maiores que a nº1),
teremos menor superfície específica dos agregados, liberando mais água para a hidratação do
cimento. O resultado desse concreto é uma maior resistência para uma dada idade. No caso
do concreto com brita nº2 e areia fina, teremos uma resistência intermediária aos 2 casos.
Gabarito: “b”.
O concreto utilizado em obras civis deve atender a requisitos que garantam propriedades e
desempenho adequados, bem como ser submetido a controle de qualidade.
O consumo de cimento, por metro cúbico de concreto adensado, diminui com o aumento da
relação água/cimento utilizada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
O fator água-cimento ideal para o traço geralmente proporciona um concreto seco, podendo-
se adotar vibradores pneumáticos para facilitar o adensamento e cuidar para não se colocar
água em excesso na massa com o objetivo de melhorar a sua trabalhabilidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: quando dosamos um concreto, buscamos um fator água-cimento que leva a uma
consistência seca, a fim de economizarmos em cimento, visto que a adição de água prejudica
a sua resistência e também a sua durabilidade, já que podem se formar vazios no longo prazo
nos locais onde havia água. Os problemas de trabalhabilidade do concreto que advêm de um
baixo fator água-cimento são contornados por meio da aplicação de aditivos e do uso de
vibradores pneumáticos, que expulsam o ar aprisionado no concreto.
Gabarito: “Certo”.
TEOR DE AR INCORPORADO
Como vimos, a porosidade da pasta de cimento não é somente determinada pela relação a/c, mas
também pela presença de ar na pasta. Muitas vezes o ar é incorporado intencionalmente para tornar
a pasta mais trabalhável (como veremos posteriormente), ou aleatoriamente por erros de
lançamento. Há um procedimento a ser executado no lançamento de concreto que visa evitar a
presença de ar no concreto, denominado adensamento ou consolidação.
O adensamento é normalmente feito logo após o lançamento do concreto na fôrma com o uso de
vibradores, processo chamado de adensamento mecânico. A vibração, feita rapidamente com
movimento vertical (para cima e para baixo) dentro do concreto, reduz o atrito entre as partículas
dos agregados maiores, tornando a mistura do concreto mais fluida e facilitando a expulsão do ar
de seu interior. Essa movimentação vertical do vibrador induz o concreto a se movimentar,
expulsando o ar aprisionado, de forma que, assim que o vibrador é retirado do concreto, bolhas de
ar aparecem na superfície (Figura 3).
Existe também o adensamento manual, que pode ser feito com o uso de soquete, porém trata-se de
um método pouco viável em concretagens, pois exige experiência do operador e possui baixa
eficiência quanto à quantidade adensada por unidade de tempo. Em contraposição, nas
concretagens temos quantidades significativas de concreto que necessitam de adensamento em
pouco tempo, antes da pega inicial da mistura.
Atenção, o excesso de vibração pode causar exsudação no concreto, pois a partir do momento em
que praticamente “todo” o ar é expulso do concreto, os materiais mais leves como a água passam a
se segregar dos demais constituintes, ascendendo à superfície. Assim, o equipamento que antes
separava ar, passa a separar água também.
ADIÇÃO DE POZOLANAS
Vimos que pozolanas reagem com o hidróxido de cálcio no concreto, formando cristais de silicatos
hidratados (C-S-H), que são os grandes responsáveis pela resistência mecânica e também por
preencherem vazios no concreto, reduzindo sua porosidade. Se não houvesse pozolana no concreto,
aquele hidróxido de cálcio existente não produziria os cristais resistentes de C-S-H, então conclui-se
que a pozolana é uma adição que contribui para o incremento da resistência mecânica do concreto.
CURA DO CONCRETO
O controle das condições ótimas do concreto para a hidratação do cimento consiste nos
procedimentos denominadas cura do concreto. Basicamente, são controlados o tempo, a
temperatura do concreto e a umidade, variáveis muito importantes para se ter uma efetiva
hidratação do cimento. Com isso, busca-se que o espaço que antes era ocupado pela água seja
preenchido com produtos de hidratação na quantidade requerida em projeto.
• Cura úmida
o Umedecimento da superfície de concreto, que envolve processos como:
➢ Aspersão, borrifamento;
➢ Represamento ou imersão;
• Essa técnica de criar ambiente de contato permanente com água pelo
represamento ou imersão é mais eficiente que a simples aspersão,
sobretudo quando a relação a/c é baixa (menor que 0,40).
o Cobertura com areia úmida, serragem ou até sacos de aniagem;
• Cura por membrana
o Evitar perda de água da superfície sem ingresso de água do meio externo;
o Cobrimento da peça concretada com uma membrana impermeável branca por refletir
a radiação. São exemplos:
o Mantas de polietileno;
o Compostos formadores de membrana de cura (cura química).
O concreto do interior da estrutura está pouco sujeito à perda de umidade como está a região das
bordas da estrutura, em contato com o meio externo. Portanto, é a região do concreto em contato
com o meio externo que deve sofrer ação prioritária da cura, para evitar problemas futuros de
durabilidade.
Quando temos concreto em climas frios, a cura deve buscar aumentar a temperatura do concreto
para garantir maior velocidade de hidratação e evitar o congelamento da água. Assim, usamos como
principais métodos:
Esses métodos evitarão a perda de água para o meio externo. Porém, durante a cura é muito
importante o controle da temperatura do concreto, pois a hidratação é uma reação exotérmica e
eventuais aumentos na temperatura ou mesmo grandes quedas podem gerar trincas no maciço
concretado, ou até a segregação do concreto. A cura incorreta pode gerar problemas de exsudação,
uma vez que a água, no caso de se aumentar a temperatura do elemento estrutural, poderá se
deslocar até a superfície da peça concretada, se separando do restante dos constituintes.
Climas Climas
quentes frios
Cura úmida Aquecimento das
• Aspersão, fôrmas
borrifamento
• Evitar congelamento
• Represamento,
da água
imersão
• Garantir maior
velocidade de
hidratação
-Cobertura das
peças
• Areia, serragem
• Mantas de
polietileno
• Membranas de cura -Usar mantas
(cura química) temo-isolantes
A temperatura é essencial para fornecer energia de ativação para que a hidratação do cimento se
inicie. Por mais que a reação seja exotérmica, ela precisa de uma energia de ativação para que
ocorra. Além disso, como a temperatura é uma medida indireta da energia cinética das moléculas,
aumentar a temperatura do concreto de forma controlada significa aumentar a velocidade da
hidratação; logo, também significa aumentar a resistência do concreto com a idade.
Uma técnica comumente utilizada para se equilibrar temperaturas maiores com umidade é a cura a
vapor. Esse método permite acelerar a hidratação do cimento, permitindo que o concreto
desenvolva mais rapidamente resistência mecânica, podendo ser desformado em um tempo menor.
• Cura úmida: aplicação de água sobre a superfície concretada seja por meio de aspersão,
imersão, formação de névoas ou mesmo mantas com água retida (ex: manta umedecida);
• Cura com materiais selantes: é a aplicação simples de barreiras a perda de água, tal como
uso de filme plástico de polietileno e membranas impermeáveis;
• Cura química: aplicação de agente de cura que retarda a perda de água pela superfície. Esses
agentes são diluídos em água ou solvente, que se evaporam após a aplicação, deixando o
agente (geralmente uma cera ou resina) na peça concretada, o qual forma uma membrana
que reduzirá a evaporação, bem como a retração.
A cura não exige simplesmente a escolha do método, nem sua simples aplicação. É necessário
também a manutenção da proteção da superfície, pois o tráfego, por exemplo, sobre um pavimento
concretado, pode remover o agente de cura, prejudicando a qualidade do processo.
Cura química
Feita através da aplicação de um agente de cura, geralmente parafina ou resina acrílica, a cura
química é mais vantajosa quando há grandes superfícies concretadas a se curar, como por exemplo
em pavimentações de concreto, aeroportos e barragens. O agente químico de cura é aplicado após
a concretagem (não é durante o preparo do concreto), em até 12 horas do lançamento. Basicamente
na cura química, a adição do agente leva à formação de uma película impermeável, que:
A adição de açúcar ao concreto permite retardar a formação de silicatos de cálcio hidratados (C-S-
H). Como resultado, reduz-se o calor de hidratação e evita-se assim a evaporação de água,
retardando a pega do concreto. Por outro lado, a adição de sal grosso acelera a hidratação,
reduzindo o tempo de pega.
Quer guardar o impacto do açúcar no concreto? Assim como o açúcar nos acalma, ele também
“acalma” o cimento, pois retarda a formação do C-S-H. Agora, por lógica deduzimos os outros
impactos: com formação mais lenta de C-S-H, haverá menor calor de hidratação sendo liberado,
retardando a pega do concreto. E o sal grosso? É o contrário do açúcar, em vez de retardar a pega,
acelera a hidratação.
Porém, cuidado com esses 2 produtos, pois eles não influenciam somente a pega, alterando também
a trabalhabilidade do concreto, sua resistência a ataques químicos e a velocidade de hidratação,
influenciando a resistência mecânica no longo prazo.
Cura com
mantas Barreiras a perda
de água
Filme de
polietileno
selantes
Agente de cura Vantajoso
Cura •Parafina ou resina
acrílica
•Grandes superfícies
•Diluição em solvente
química •Formação de
membrana
a) menor retração.
c) redução da resistência.
d) maior segregação.
e) menor exsudação.
a) Um maior consumo de cimento no concreto gerará muito mais reação de hidratação por
unidade de tempo, aquecendo mais o concreto, levando à evaporação de mais água e, por
isso, gerando mais retração. Item errado.
b) Pelo contrário, a hidratação do cimento é exotérmica; logo, se adicionamos mais cimento,
será liberada mais energia, levando a um maior calor de hidratação. Errado.
c) Não, a resistência provém da hidratação do cimento. Se há mais cimento no concreto,
haverá também a formação de mais silicatos de cálcio hidratados (C-S-H). Logo, haverá
maior resistência.
d) A segregação é reduzida com o acréscimo de cimento, sobretudo a exsudação, pois o
cimento se combina com a água disponível no concreto pela reação de hidratação. Item
errado.
e) Correto, a adição de maior teor de cimento ao concreto reduz a exsudação, ao diminuir a
quantidade de água livre para ascender à superfície.
Gabarito: “e”.
Dentre os vários cuidados a serem observados na obra para a obtenção de um bom concreto,
situa-se em plano relevante a cura do concreto, cuja finalidade é
a) A cura não é perfeita a ponto conseguir manter o concreto saturado, ela apenas reduz a
perda de água. Contudo, poderia ser uma alternativa válida, caso não achemos outra
melhor. Vamos ver as demais.
b) A importância da cura é para permitir uma boa hidratação do cimento, permitindo
consequentemente um melhor ganho de resistência mecânica do material. O
endurecimento precoce está ligado à adição de gesso e aluminato ao cimento. Item errado.
c) De fato, a cura atua diretamente evitando que a água evapore da superfície do concreto,
gerando trincas e prejudicando a hidratação do cimento. Essa alternativa é perfeita,
tornando a alternativa “a” errada. Correto.
d) A cura não está ligada à resistência superficial, propriedade que depende mais dos
agregados e sua ligação à pasta. Errado.
e) A finalidade da cura é garantir uma melhor hidratação do cimento, porém não é
especificamente para aumentar a resistência à tração do concreto, até porque não é a
resistência mais utilizada no concreto (lembre-se que utilizamos sobretudo a resistência a
compressão quando falamos de concreto). Errado.
Gabarito: “c”.
b) o processo de endurecimento quando a pasta não sofre mais deformações sob o efeito de
pequenas cargas.
a) A cura é a medida para proteção da hidratação do concreto, que visa a evitar a evaporação
da água de constituição de seu interior. Não corresponde a nenhuma mudança de
composto mais solúvel para um menos solúvel, que se aproximaria da transformação que
ocorre com a hidratação. Errado.
b) Não se trata de um processo de endurecimento, que seria a pega. Errado.
c) Analogamente ao caso anterior, a cura não é o início do endurecimento. Este seria o início
da pega. Item errado.
d) Cura não é adição de água ao cimento, mas sim a minimização da sua evaporação. Item
errado.
e) Correto, pois a cura busca evitar a perda de água por evaporação a fim de se maximizar a
hidratação do cimento.
Gabarito: “e”.
A respeito dos cuidados apresentados pelo engenheiro fiscal, julgue o próximo item.
O agente químico de cura deve ser aplicado no concreto durante o seu preparo, para que haja
uma distribuição homogênea do produto em toda a massa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
Por reter umidade, o sal grosso aplicado na superfície da laje contribui para a hidratação do
concreto durante a cura.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: o sal grosso não retém umidade do concreto, ele na verdade acelera o seu
endurecimento. Quem retém umidade é o açúcar.
Gabarito: “errado”.
a) aceleram a pega.
b) elevam a temperatura.
d) retardam a pega.
e) reduzem a exsudação.
Gabarito: “d”.
Denomina-se concreto um material formado pela mistura de cimento, água, agregado graúdo
(brita ou cascalho) e agregado miúdo (areia). O concreto fresco tem consistência plástica,
podendo ser moldado, na forma e dimensões desejadas, bastando lançar a massa fresca no
interior de formas de madeira ou outro material adequado. O concreto endurecido tem
elevada resistência à compressão, mas baixa resistência à tração. Denomina-se concreto
armado o material misto obtido pela colocação de barras de aço no interior do concreto. As
armaduras são posicionadas, no interior da forma, antes do lançamento do concreto plástico.
Este envolve as barras de aço, obtendo-se, após o endurecimento uma peça de concreto
armado. Sobre o material concreto massa, obtido pela mistura de aglomerante, agregados,
água e aditivos, é correto afirmar:
Gabarito: “c”.
Caso o carregamento de uma peça de concreto ocorra de forma cíclica ou repetida, verifica-se que
o rompimento ocorre por uma tensão menor que a tensão de compressão uniaxial. O motivo é que
os ciclos de carregamento induzem microfissuras progressivas no concreto, que vão se ligando até
formarem zonas de fraqueza significantes na peça estrutural, que se romperão. Dizemos que trata-
se de uma ruptura por fadiga.
Quando aplicamos carga a uma peça de concreto, produzimos fissuras nessa peça, muitas vezes
visíveis somente a nível microscópico. Caso tenhamos aplicado cargas sobre uma peça de concreto
durante um longo intervalo de tempo, teremos a propagação de fissuras, que poderão se
interconectar, levando à ruptura do concreto mesmo sob uma tensão menor que a sua resistência
a compressão. O tempo de duração da carga para levar à ruptura do concreto é menor quanto maior
for a proximidade da carga aplicada perante a resistência a ruptura do material. Chamamos esse
fenômeno de efeito Rusch.
Além de aumentar a resistência com a idade, o concreto também tem sua resistência maior
para cargas de longa duração do que para carregamentos rápidos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: como vimos, a resistência do concreto aumenta com a idade, como resultado de
uma maior hidratação e consequente formação de silicatos, sobretudo C-S-H. Contudo, quando
temos cargas de longa duração atuantes, temos o fenômeno da propagação de trincas no
concreto, que podem se interconectar, levando ao rompimento do concreto mesmo abaixo da
sua resistência de ruptura.
Gabarito: “errado”.
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
• NBR 5738 Versão corrigida: 2016, para moldagem e cura de corpos de prova;
• NBR 5739, para o ensaio de compressão uniaxial.
O corpo-de-prova padrão nesse ensaio no Brasil é o cilíndrico, com dimensões variáveis, geralmente
com 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura (Figura 4), portanto, tendo uma relação ideal de altura (h)
dividida por diâmetro (d) igual a 2, o que possibilita um estado de compressão mais uniforme a
meia altura do corpo de prova. Na verdade, considera-se que já acima de uma relação de 1,7 para
h/d, a influência do atrito entre as bases do corpo de prova e a prensa que lhe aplica carga é nula.
Portanto, o que é constante nos corpos de prova é essa relação entre altura e diâmetro que tem
que ser o mais próximo possível de 2. Essa relação h/d pode variar ligeiramente, implicando
correções no ensaio, conforme veremos mais a frente nessa aula.
Em alguns países são ensaiados corpos-de-prova cúbicos e, como resultado, as resistências são
maiores para um mesmo concreto com corpo de prova cilíndrico, pois cubos possuem geralmente
menor valor para h/d, resultando em uma maior quantidade de material próximo às bases do que
no caso do cilindro. Isso ocorre, pois, o maior atrito existente nas bases do corpo de prova em cubo
com a prensa dificulta a transmissão das forças pelo material, necessitando de uma maior carga para
seu rompimento.
A idade dos corpos de prova começa a ser contada a partir da sua moldagem e eles são curados em
câmara úmida ou saturada a 23 ºC e umidade acima de 95%. O rompimento para o cálculo do fck
ocorre a 28 dias, idade de referência adotada para o fck, sendo essa a idade convencionada como
indicadora de uma hidratação já significativa do concreto. Contudo, são feitos rompimentos para
várias idades intermediárias, principalmente nas idades de 3 e 7 dias, para verificar se a hidratação
está se processando da forma prevista e a capacidade de resistência já atingida pela estrutura.
Existem também várias curvas de modelos para se prever a evolução da resistência a compressão
do concreto em idades específicas, com certa confiabilidade.
A amostra deve ser coletada do caminhão após a retirada dos primeiros 15% a antes de
completados 85% do volume retirado, feita 2 a 3 vezes igualmente espaçadas. Alguns livros chamam
essa faixa de coleta de terço médio do caminhão e o motivo para essa coleta não ser nem no início
nem no final da betonagem é para se evitar a influência da eventual segregação dos constituintes
do concreto sobre o ensaio. Como os constituintes do concreto possuem diferenças de densidade,
a segregação é um problema que sempre o construtor deverá buscar minimizar. Com o transporte
do concreto, seja no caminhão ou manual empurrando o carrinho, são produzidas vibrações sobre
o material, que podem induzir uma segregação ainda maior.
Após coletado, esse corpo de prova sofrerá hidratação da mesma forma que a construção e será,
então, levado a uma prensa. Serão aplicados esforços ao material, tendo medidas suas deformações
relacionadas às tensões aplicadas de forma crescente, até seu rompimento. O carregamento deve
possuir velocidade de variação constante, sem provocar choques, nem vibrações. Como a força vai
aumentando com o tempo, seu aumento é de (0,45 + 0,15) MPa/s, devendo esse parâmetro ser
mantido constante em todo o ensaio. Chamamos esse parâmetro medido em MPa/s de velocidade
de carregamento, ou seja, o quanto a tensão aplicada varia na unidade de tempo.
Contudo, se fizermos vários ensaios com amostras de uma mesma estrutura, obteremos resistências
com valores relativamente distantes entre si. Isso acontece porque a distribuição de agregados, água
e cimento no concreto não é uniforme, tornando a resistência a compressão e a tração como
variáveis aleatórias, diferentemente das variáveis chamadas determinísticas, cujos valores
podemos calcular com certeza. Por isso, utilizamos a Teoria das Probabilidades para interpretar os
resultados das medidas da resistência, sabendo-se de antemão que variam. Como premissa, devido
a essa variação nas resistências dos corpos de prova, admite-se que os dados de medida de
resistência vão seguir uma curva de distribuição normal de Gauss, conforme a seguir.
• Resistência média, fcm, que é a média de todas as resistências medidas nos corpos de prova;
• Resistência característica à compressão, fck, que é um valor para o qual 5% das amostras
terão resistências menores. Por isso, dizemos que no fck temos um nível de confiança de
95%, que é justamente a parcela de certeza que possuímos sobre o valor obtido.
Para se trabalhar com a fórmula (1) são necessários no mínimo 20 exemplares. Faz sentido essa
exigência, pois a curva mostrada (Figura 5) possui uma série de pontos; logo, para se descrever os
principais parâmetros dessa curva com precisão (fcm e fck), precisamos de no mínimo uma quantidade
significativa de dados, que são 20 amostras.
O desvio padrão da equação (1) vem daquelas fórmulas que aprendemos em estatística, que
relacionam várias amostras coletadas com a média entre elas. Se queremos reduzir esse desvio
padrão (sd), basta melhorarmos o controle de qualidade de elaboração do concreto.
Atenção, perceba que a resistência característica não é a mesma coisa que a resistência média. A
resistência característica é um valor mais conservador, pois há apenas 5% de chance de se obter
amostras com resultado inferior ao valor característico. Isso cai muito em concursos!
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a alternativa estaria correta se dissesse nível de confiança de 95%, porém não
foi o que ocorreu.
Gabarito: “errado”.
A banca vai ainda tentar confundi-lo dizendo que o fck é importante para se definir a data da
desfôrma ou desmoldagem do concreto. Esse processo de retirada de fôrma é geralmente
executado nas primeiras idades do concreto e tem importância econômica, pois quanto mais tempo
se usam as fôrmas, mais caro fica, devido a elas poderem ser alugadas ou reaproveitadas em outras
concretagens, esse último caso ocorre quando as fôrmas são próprias. Saiba que o procedimento de
desforma não precisa esperar 28 dias para ser feito.
• Capacidade suporte das cargas vigentes na estrutura: é vital que, ao se proceder com a
retirada da fôrma e do escoramento, o concreto já possua resistência para suportar os
esforços já vigentes no elemento estrutural. Porém essa resistência não se refere ao fck, mas
sim aos esforços atuantes à época na estrutura, que quase sempre são anteriores à idade de
28 dias e inferiores aos esforços de projeto, correspondentes à situação do fck.
• Elasticidade da viga: imagine que retiremos a forma antes da viga atingir certo grau de
endurecimento e elasticidade. A elasticidade permite que a viga se deforme
proporcionalmente à força aplicada e volte completamente a sua posição inicial (sem
deformação), após cessada a força. Representamos essa propriedade pelo módulo de
elasticidade. Se retirarmos a fôrma muito cedo, a viga poderá se deformar muito (dizemos
formar uma flecha muito grande). Por isso, esperamos que o módulo de elasticidade cresça
a um nível de segurança que não cause deformações excessivas na estrutura. O
desenvolvimento do módulo de elasticidade ocorre paralelamente à resistência a
compressão, mas a um ritmo menor.
• Cura: aplicável quando as fôrmas são parte integrante do sistema de cura, sobretudo no caso
de pilares e laterais de vigas, pois a forma atua como uma barreira evitando a evaporação de
água para o meio. Assim, não adianta a viga ter pouca deformação, mas perder muita água
ao ficar exposta ao sol com a retirada de sua forma. O aquecimento excessivo removerá a
água da estrutura, levando o concreto a trincar, causando sérios prejuízos à construção.
Assim, é necessário o respeito a um tempo mínimo de cura, que idealmente deve considerar
as particularidades locais, tais como ventos, exposição solar, área da peça, etc. Em linhas
gerais, a cura é importante principalmente nos primeiros 7 a 14 dias, porém, como vimos, a
NBR 14931 recomenda a cura até que o concreto atinja fck maior ou igual a 15 MPa, o que
representa um prazo geralmente maior do que 7 dias. È prática usual se fazer o rompimento
do concreto a 7 dias para justamente se verificar se o valor da resistência atingiu os 15 Mpa
preconizados.
Por causa de todos esses parâmetros, a retirada de escoramento e fôrmas deve ser feita sem
produzir choques e vibrações na estrutura, obedecendo a plano de desforma apropriado para
aquele tipo de estrutura. Esse plano tem o objetivo de não comprometer a segurança nem o
desempenho da estrutura em serviço.
Elasticidade da viga
Módulo de deformação do concreto
Cura
fck>15MPa
Algumas questões mencionarão o estado de tensões multiaxial, que, como o nome indica, trata-
se da aplicação de esforços a um corpo-de-prova ao longo de diferentes eixos ao mesmo tempo.
Um exemplo seria a imersão de um corpo-de-prova em água, onde ocorreriam pressões ao longo
de toda a superfície do corpo-de-prova. Quando trabalhamos com materiais sob tensões
multiaxiais, sua resistência mecânica também é diferente daquela ensaiada no rompimento por
compressão simples. Essa é a uma área complexa da engenharia e que ainda carece de ensaios
padrões para seu estudo.
A NBR 5.739 estipula que o ensaio de compressão uniaxial pode ser feito a partir corpos de
prova moldados, ou seja, feitos com o concreto fresco, ou a partir de testemunhos, oriundos do
concreto endurecido. Vimos que a relação entre altura (h) e diâmetro (d) deve ser 2, porém nem
sempre isso será possível, sobretudo para testemunhos, que são mais difíceis de se obter.
No caso de termos uma relação h/d menor que 1,94, diz a norma que a força aplicada ao corpo-
de-prova deverá ser corrigida por um chamado fator de correção, dado em função da relação
h/d da amostra, conforme tabela a seguir, que permite interpolação para valores intermediários.
É inviável decorar essa tabela anterior, apenas enxergue que a norma trabalha com relação h/d
igual a até 1. Saiba também que, caso a relação h/d esteja entre 2,06 e 1,94, dispensa-se a
correção da força aplicada. Como dica, perceba que h/d flutua sem correção 0,06 para cima e
para baixo.
Também é normalizada a tolerância para a hora em que o corpo-de-prova será rompido. Por
exemplo, o que acontece se eu romper o corpo-de-prova com 28 dias e 12 horas? Poderei obter
o fck?
Perceba que a tolerância para o fck em um concreto com idade de 28 dias é de 1 dia (24 horas),
portanto, no nosso caso do rompimento com 12 horas de atraso, não haverá problema na
obtenção do fck. Essa tolerância permitida se refere tanto ao atraso como ao adiantamento do
rompimento em relação à idade de ensaio; logo, a tolerância é para maios (+) ou para menos (-).
No caso de concretos com idades menores do que 28 dias, fazemos uma proporção linear na
tolerância de 24 horas relativa aos 28 dias. Saiba que, para idades maiores, a resistência vai
sempre aumentando, assim como a tolerância de atraso permitida.
Julgue o próximo item, relativo aos ensaios a que o aço e o concreto - materiais que compõem
o concreto armado - são submetidos na etapa de controle tecnológico.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
d) O concreto de uma estrutura deve ser especificado através de sua resistência característica
à compressão (fck), estimada pela moldagem e ensaios de corpos de prova cilíndricos aos 21
dias de idade.
a) A resistência a tração simples não inclui carregamento cíclico ou repetitivo, que leva ao
rompimento por fadiga do material. A resistência à tração simples busca um carregamento
estático, com pouca variação ao longo do tempo. Errado.
b) Para a fabricação ou dosagem de qualquer concreto é necessário muito mais do que a
relação água/cimento, sendo um exemplo a massa específica dos agregados. Errado.
c) Correto, buscamos reduzir o efeito da segregação do concreto ao fazermos a coleta de
amostras no terço médio do caminhão.
d) O fck tem como base uma idade de 28 dias, e não 21. Errado.
Gabarito: “c”.
b) A extração de testemunhos não deve ser realizada com idades inferiores a 28 dias.
c) Os corpos de prova só poderão ser rompidos aos 28 dias para que os resultados não sofram
qualquer tipo de alteração.
a) Nada disso, a desforma vai depender sim da resistência enquanto se mede a capacidade
suporte de cargas vigentes. Contudo, essa capacidade é muitas vezes atingida antes dos 28
dias. Errado.
b) A extração de testemunhos pode sim ser feita para idades inferiores a 28 dias. Errado.
c) Não, rompemos também corpos de prova antes de se atingir os 28 dias, para se verificar a
hidratação do concreto e sua evolução. Item errado.
d) Não, podemos obter testemunhos a diferentes idades. Errado.
e) Sim, foi convencionado trabalhamos com a resistência do concreto a 28 dias de idade,
porém sabemos que a resistência continuará aumentando com o tempo. Correto.
Gabarito: “e”.
Julgue o item subsequente, acerca das propriedades mecânicas do concreto e dos ensaios para
a avaliação dessas propriedades.
As propriedades mecânicas do concreto não são influenciadas pelo tipo de agregado utilizado
nem pela relação entre as quantidades de agregado e de cimento, mas são fortemente
influenciadas pelas condições de adensamento e cura do concreto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
Sobre a resistência dos concretos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
a) V, V, V, F
b) F, F, F, V
c) V, F, V, V
d) F, V, F, F
IV) Se a temperatura da peça for reduzida durante a cura, a velocidade das reações de
hidratação também diminuirá, limitando o desenvolvimento da resistência mecânica.
Item errado.
Gabarito: “a”.
a) incorreta, porque o ensaio deveria ter sido realizado com uma tolerância de apenas uma
hora em relação à idade em que se desejava inferir a resistência do concreto;
c) incorreta, porque sendo a relação altura/diâmetro igual a dois, não é necessária a correção
da força máxima observada;
a) Tolerância de 1 hora para 7 dias não é possível, pois por proporção linear, deve ser um
período de cerca de 6 horas. Errado.
b) Taxa de carregamento para ensaio de compressão prevê uma unidade de tempo, pois se
trata da variação do carregamento. Não foi dada a unidade de tempo e sabemos que a
velocidade de carregamento é de 0,15 MPa por segundo. Item errado.
c) Item correto, pois a relação h/d é igual a 2, está, pois, no valor ideal.
d) Análogo à letra b), pois não foi citada a unidade de tempo e, mesmo que fosse, a variação
seria de 0,15 MPa por segundo. Errado.
e) Errado, pois a tolerância para 7 dias, como vimos, é de 6 horas.
Gabarito: “c”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: O concreto é um produto heterogêneo, pois possui várias fases. Além disso, são
diversos os parâmetros utilizados para seu controle de resistência, até porque as correlações
da resistência a compressão com as demais variáveis mecânicas não é perfeita.
Gabarito: “errado”.
CETRO - Analista Administrativo – ANVISA - Área 4 – Questão para fixação de 2013 - Adaptado
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: como vimos, a resistência do concreto é uma grandeza aleatória, pois flutua
conforme a amostra obtida, uma vez que o concreto é um material muito heterogêneo. Dessa
forma, não é possível calcular exatamente o valor da resistência do concreto, devendo ensaiar
cada corpo de prova e obter o valor característico por distribuição de probabilidades, no caso,
utilizamos a curva de Gauss.
Gabarito: “certo”.
a) 10,0 e 15,0
b) 10,0 e 25,0
c) 10,0 e 30,0
d) 15,0 e 30,0
e) 15,0 e 45,0
Gabarito: “d”.
A NBR 7680 em sua versão antiga, de 1987, estabelecia alguns coeficientes médios de crescimento
da resistência para vários tipos de cimento, conforme tabela a seguir. A versão atual da norma não
incluiu essa tabela, porém os coeficientes continuam válidos para análise técnica da evolução da
resistência com o tempo, sobretudo no caso de não se ter outras informações e ensaios disponíveis.
Na Tabela 3, a resistência aos 28 dias corresponde ao fator 1,00, ou seja, 100%.
Tipo de Idade
cimento < 7 dias 14 dias 28 dias 3 meses 1 ano > 2 anos
Portland
0,68 0,88 1,00 1,11 1,18 1,20
comum
ARI 0,80 0,91 1,00 1,10 1,15 1,15
Alto forno ou
- 0,71 1,00 1,40 1,59 1,57
pozolânico
a) 0,48
b) 0,80
c) 0,95
d) 1,00
e) 1,10
Gabarito: “b”.
Coeficiente de variação
A NBR 5.739 traz um conceito cobrado em provas, o coeficiente de variação (CVe), que é a razão
entre o desvio-padrão e a resistência média:
𝑠𝑑
𝐶𝑉𝑒 = 𝑥 100
𝑓𝑐𝑚
sd: desvio-padrão
Esse parâmetro indica o percentual de dispersão das medidas de resistência em torno da média,
sendo um indicador da regularidade do processo de elaboração do concreto. Esse coeficiente ditará
inclusive a eficiência da operação do ensaio, que varia de “deficiente” a “excelente”, conforme
tabela a seguir:
O concreto para fins estruturais pode ter várias resistências à compressão, a depender de sua
composição, adensamento, hidratação, etc. Contudo, o concreto estrutural deve ter resistência
característica a compressão acima de 20 MPa. Portanto, todos os concretos com fck menor que 20
MPa não são estruturais. As classes estruturais vão de C20 até C100, podendo haver valores
intermediários, conforme Tabela 5. Assim, a compra de um produto do tipo C20 indica se tratar do
concreto estrutural com fck igual a 20 MPa. Observe nessa tabela que o concreto estrutural se divide
em 2 grupos:
Você não tem que decorar essa tabela, mas saber que o concreto para fins estruturais se inicia com
fck igual a 20 MPa, indo até o tipo C100. Esses vários concretos são divididos em 2 grupos, um de
menor resistência e, por isso, mais comum de sem encontrar, o grupo I, e outro mais raro, mas
presente em grandes obras, o grupo II.
Você sabia que o concreto de alta resistência é aquele que se encaixa no Grupo II, com resistência
a compressão maior que o C50? Essa foi uma forma encontrada pela NBR 12655 para padronizar a
nomenclatura, já que, a depender da situação, uma resistência como 50 MPa poderia dar a entender
como tratando de um concreto de alta resistência. Agora sabemos que um concreto com f ck igual a
50 MPa não pode ser considerado como de alta resistência.
CESGRANRIO - TCE-RO - Eng. Civil - Questão de fixação – Atualizada com a nova NBR
Na classificação dos concretos, de acordo com a NBR 8953 – Concreto para Fins Estruturais –
Classificação por Grupos de Resistência, pertencem ao grupo I os concretos com resistência à
compressão, em MPa, variando entre 20 e:
a) 30
b) 40
c) 50
d) 60
e) 70
Comentários: como se percebe na tabela anterior, o cimento do tipo I possui resistência indo
de 10 até 50 MPa.
Gabarito: “c”.
Como a resistência é uma variável aleatória devido à heterogeneidade das amostras, trabalhamos
com desvio-padrão (sd) para entender a dispersão obtida com as medições. Esse desvio pode variar
de acordo com o controle tecnológico aplicado à produção do concreto, influenciando a resistência
obtida.
Por ter grande importância sobre o valor da resistência fck que servirá de base para o projeto
estrutural, a NBR 12.655 estipula limites a esse parâmetro, devendo sempre ser superior a 2 MPa.
O desvio-padrão pode ser calculado pelo método de controle estatístico amostral a partir de um
mínimo de 20 amostras no período máximo de 30 dias. Lembra quando vimos a necessidade de 20
amostras para se obter os parâmetros da fórmula do fck?
No caso do desvio ser desconhecido para a resistência do concreto, foram propostas 3 categorias
para se dividir os métodos de preparo de concreto, do mais rigoroso (A) para o menos (C), como se
segue:
• Condição A: os cimentos e agregados são medidos em massa, enquanto a água pode ser
medida em volume. Porém, a água é aplicada por dispositivo dosador e corrigida para
considerar o teor de umidade já presente nos agregados. Perceba que nesse método tem-se
pleno controle da umidade dos agregados, ao contrário dos demais.
o Aplicável a todas as classes de concreto
• Condição B: os cimentos são medidos em massa, porém os agregados são medidos pelo
método de massa combinada com volume, enquanto a água é medida em volume por
dispositivo dosador.
o Aplicável somente às classes C10 a C20
o Atenção, o termo “massa combinada com volume” é explicado pela norma como:
▪ “Por massa combinada com volume, entende-se que o cimento seja sempre
medido em massa e que o canteiro deva dispor de meios que permitam a
confiável e prática conversão de massa para volume de agregados, levando em
conta a umidade da areia”;
▪ Assim, não há problema na medição apenas em volume do agregado, desde que
haja o cálculo de seu inchamento, para a posterior conversão para massa.
• Condição C: o cimento é medido em massa, os agregados e a água, em volume. A quantidade
de água é corrigida em função de estimativa da umidade dos agregados.
o Aplicável somente às classes C10 e C15.
Perceba que somente concretos sem função estrutural podem ser fabricados na condição C, sendo
no caso da B, é permitido apenas a fabricação do concreto estrutura C20. Observe também que o
método de maior confiança para se medir os constituintes do concreto (chamamos esse
procedimento de dosagem) é por massa, pois se evitam incertezas de inchamento do agregado e
da temperatura que afetam as quantidades aferidas por volume. O método de massa combinada
com volume apresenta precisão intermediária, pois se mede o cimento em massa e os demais
constituintes em volume, corrigidos para a proporção em massa necessária.
Na dosagem de concreto de cimento portland com finalidade estrutural, quando não é possível
determinar o valor do Desvio Padrão a partir de resultados de ruptura de exemplares, adotam-
se valores determinados a partir
a) da composição do traço.
e) do treinamento da equipe.
Gabarito: “d”.
a) o desvio padrão está acima do valor máximo prescrito pela NBR 6118.
b) a razão entre a resistência característica à compressão e a resistência média à compressão
é igual a 1,17.
c) a resistência característica à compressão desse concreto é igual a 28,7 MPa.
d) o coeficiente de variação dos resultados desses ensaios é 12%.
e) a resistência característica desse concreto é igual a 36,4 MPa.
a) Não é a NBR 6118 que limita o valor do desvio padrão, mas sim a NBR 12655 - “Concreto
de cimento Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento”. O
foco da NBR 6118 é mecânico, do ponto de vista da estabilidade das estruturas, e não do
ponto de vista do controle de qualidade. Além disso, o desvio-padrão é muito baixo, 2,9
MPa, sendo menor inclusive do que o correspondente a qualquer condição de preparo de
concreto. Item errado.
b) Vamos calcular a resistência característica a compressão (fck). Como vimos, trata-se do
controle estatístico para amostras maiores que 20 unidades. Assim, temos:
𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 28,7
= = 0,857
𝑓𝑐𝑚 33,5
Item errado.
𝑆𝑑 2,9
𝐶𝑉 = = = 0,087 = 8,7%
𝑓𝑐𝑚 33,5
Item errado.
e) Como vimos, a resistência característica do concreto (f ck) é 28,7 MPa, e não 36,4 MPa.
Errado.
Gabarito: “c”.
Um projetista de estruturas determinou que o fck do concreto a ser usado numa estrutura é
de 30 MPa. Se o desvio-padrão de um lote de corpos de provas desse concreto, submetido ao
ensaio de resistência à compressão, é de 5,5 Mpa, ou seja, controle razoável, o valor médio da
resistência desse lote deve ser, em MPa, no mínimo, igual a
a) 24,50
b) 30,00
c) 35,50
d) 37,15
e) 39,08
Gabarito: “e”.
Julgue o item subsequente, acerca das propriedades mecânicas do concreto e dos ensaios para
a avaliação dessas propriedades.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: não, a resistência a compressão característica (fck) não é a resistência média, mas
sim aquela com chance de 5% de não ser obtida. A fórmula para encontrá-la, no caso de
amostras superiores a 20, é:
Como o fck subtrai um valor da resistência média a compressão, percebe-se que a resistência
característica é menor do que a compressão.
Gabarito: “Errado”.
A moldagem de corpos de prova, ou seja, a coleta do concreto e seu lançamento nas fôrmas,
para se fazer o controle tecnológico do material comprado por uma obra, deve ser feita no
próprio canteiro de obras, com as mesmas condições do momento da concretagem. Assim,
garante-se maior representatividade do material coletado, pois caso se colhesse, por exemplo, o
concreto ainda na usina, não se teria a relação água/cimento do material de fato aplicado na
estrutura no local da construção. Com o transporte até o canteiro, o concreto perde água e sofre
segregação, alterando suas características. Por isso, a importância do material ser coletado sob
as mesmas condições de sua concretagem. Outra consequência desse problema de se
transportar o concreto é que devemos evitar transportar os moldes coletados de um local para
o outro, pois pode-se induzir a segregação de seus constituintes. A NB 33 estipula que se colete
cerca de 30 litros para ensaios de resistência a compressão.
Os moldes de concreto podem ser cilíndricos ou prismáticos, variando de acordo com o ensaio
que será feito deles. Assim, no caso de ensaio de compressão simples, serão ensaiados corpos
de prova cilíndricos.
Como as dimensões do material alteram a resistência obtida na ruptura, a NBR 5738 fixa as
dimensões padrão para cada corpo de prova. Para tanto, é utilizada a dimensão básica do corpo
de prova, chamada de “d”, que é a dimensão de referência adotada, sendo no caso do corpo de
prova cilíndrico o diâmetro e, no caso do prismático, a menor aresta.
Os corpos de prova cilíndricos devem ter altura igual ao dobro do diâmetro, sendo o diâmetro
igual a uma das seguintes dimensões: 10, 15, 20, 25, 30 ou 45 cm. Já os corpos de prova
prismáticos devem ter seção transversal quadrada, com superfícies lisas. Como esses corpos de
prova em prisma são ensaiados sobre um vão no ensaio de flexão (normatizado pela NBR 12142),
suas dimensões são dadas em função do vão e da dimensão básica, conforme Tabela 7 a seguir.
A depender do agregado graúdo utilizado, pode ser necessário alterar a dimensão do corpo de
prova. Isso acontece, porque a dimensão básica do corpo de prova deve ser no mínimo 3 vezes
maior que a dimensão nominal máxima do agregado graúdo do concreto. Por que essa
exigência? Para se evitar que agregados muito grandes distorçam a sua própria
representatividade no corpo de prova. Afinal, o concreto é formado também por cimento, água
e agregados miúdos, tendo seu comportamento definido por todos esses insumos combinados.
Como agregados têm grande resistência a compressão, geralmente superior à do concreto, a sua
presença em maior quantidade por prejudicar a análise da resistência a ruptura do maciço
concretado.
Dimensão
Dimensão 3x máx. do
básica d agregado
graúdo
Figura 7: dimensão básica tem que ser, no mínimo, igual a 3 vezes a dimensão máx. do agregado
graúdo
Acerca dos ensaios necessários à verificação da resistência do concreto, julgue o item seguinte.
Para a realização dos ensaios de resistência à compressão axial, os corpos de prova devem ter
relação altura/diâmetro máxima de 3,5, e o diâmetro do corpo de prova deve ser duas vezes a
dimensão característica do agregado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a relação altura/diâmetro máximo do corpo de prova deve ser 2, com variação
de +0,06, ou seja, atingindo no máximo 2,06. A relação do diâmetro com a dimensão máxima
do agregado é de 3 vezes, e não 2, como sugerido pela questão.
Gabarito: “errado”.
Os moldes de concreto são geralmente em aço, por ser resistente e não reagir com o cimento.
Mesmo assim, antes de receber o concreto, esses moldes devem ser revestidos internamente
com óleo mineral ou outro lubrificante para evitar eventuais reações do molde com o cimento.
Antes de colocada no molde, a amostra deve ser misturada para se ter maior uniformidade e
colocada no molde em número de camadas definido conforme a tabela a seguir. Perceba que é
estipulado não somente o número de camadas, mas também o tipo de adensamento possível e
o número de golpes, no caso de adensamento manual.
Para terminar, é inviável decorar essa tabela, devendo focar mais no número máximo de
camadas que cada adensamento exige. Perceba também que o corpo de prova cilíndrico exige
sempre 3 ou mais camadas para o adensamento manual, exceto no caso da dimensão básica
igual a 100 mm.
Tabela 8: Número de camadas para moldagem de corpos de prova pela NBR 5738
Pela tabela você já viu que há 2 tipos de adensamento, e a escolha do método a se utilizar
dependerá da fluidez da amostra, medida pelo ensaio de abatimento, que veremos
posteriormente em mais detalhes. Basicamente no ensaio de abatimento, quanto maior o
abatimento “A” medido no concreto fresco, mais fluido é o concreto, ou seja, mais líquido é o
material. De acordo com essa medida de abatimento, dizemos que o concreto possui uma classe,
que refletirá a consistência do material, conforme tabela a seguir.
Tabela 9: Classes de concreto de acordo com sua consistência medida pelo abatimento (NBR 8953)
Observe nessa tabela anterior que o nome da classe (o seu número) corresponde justamente ao
limite inferior do abatimento do concreto dessa classe. Saiba que classes menores, por exemplo
S10 e S50, correspondem a concretos mais secos, menos trabalháveis.
Tabela 10: Escolha do tipo de adensamento em função da consistência do concreto (NBR 5738)
Como o adensamento manual é muito utilizado, tem sido cobrado em provas. A NBR 5738
estabelece que, para esse adensamento, deve ser utilizada haste de socamento cilíndrica em
aço. Além disso, cada camada deve ser adensada individualmente com camadas de volumes
iguais.
Segundo a NBR 8953 (Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por
grupos de resistência e consistência), um concreto normal, com resistência característica à
compressão de 50 MPa e abatimento entre 50 e 100 mm é classificado como
a) CN 50 A50.
b) CP II-F 32.
c) CP II-E 40.
d) CL50 S50-100.
e) C50 S50.
Gabarito: “e”.
Diferenças de cura
Cura
inicial: Colocar corpo de
24 e 48 prova próximo a
hs estrutura
concretada
Analisar condições Romper a Remover com 21
de proteção e cura 28 dias: dias da construção
Remoção somente
para rompimento
Remover com 3/4
Demais
da idade da
idades
construção
Não se preocupe com detalhes sobre esses ensaios agora. Basicamente, eles nada mais são do
que a moldagem de uma amostra de concreto fresco (portanto, concreto “bem mole”) no
formato de um cone, cuja deformação ou espalhamento será medido após a retirada do molde.
Esses ensaios de consistência fornecem um indicador indireto do teor de água no concreto.
Devemos tomar cuidado ao selecionar a porção do caminhão betoneira de onde será coletada a
amostra. No caso do ensaio de abatimento (ensaio importante, pois é aplicado a concretos
convencionais), fazemos essa coleta no início do descarregamento do caminhão na obra, após a
saída de pelo menos 15% de concreto (equivalente a 0,5 m³ no caso de um caminhão com 3 m³,
que é o volume mínimo permitido para transporte), para se evitar coletar um material com muita
água, já segregado.
Cuidado com pegadinhas, pois tem questão que diz que o ensaio de slump é obrigatório para
toda obra, o que é errado, pois podemos substituir o slump pelo ensaio de espalhamento e de
habilidade passante. Veremos em maiores detalhes posteriormente por que o slump aplica-se
aos concretos convencionais, enquanto os 2 demais ensaios são utilizados para os concretos
denominados autoadensáveis.
Ensaios de
controle de
recebimento e
de aceitação
Controle Obrigatório
tecnológico em qualquer
do concreto construção
estrutural Ensaios de
resistência a
compressão
Método do
Anel J
a) correto, pois para abatimento entre 100 mm e 200 mm o adensamento deve ser por
vibração.
b) correto, pois para abatimento superior a 150 mm o adensamento deve ser por vibração.
c) correto, pois para abatimento entre 100 mm e 200 mm o adensamento pode ser por
vibração ou com haste (manual).
d) incorreto, pois para abatimento entre 30 mm e 180 mm o adensamento deve ser com haste
(manual).
e) incorreto, pois para abatimento superior a 160 mm o adensamento deve ser com haste
(manual).
Comentários: para abatimento de 170 mm, o adensamento correto deve ser manual, de
acordo com a Tabela 10, pois o abatimento é maior que 160 mm. Com dica, lembre-se,
concretos mais fluidos não necessitam de adensamento mecânico. A letra d não está correta,
pois concretos com abatimento até 160 mm podem ter adensamento mecânico. Portanto, o
procedimento adotado pelo técnico é incorreto.
Gabarito: “e”
Para a realização de ensaios em corpos de prova cilíndricos de concreto, são utilizados moldes
cilíndricos padronizados com 25 cm de altura e 15 cm de diâmetro. Em relação aos moldes
cilíndricos ou prismáticos, a cura dos corpos-de-prova de concreto ocorre em 24 h.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: as dimensões do corpo de prova devem ter altura sendo o dobro do diâmetro,
estando, pois, as dimensões fornecidas (25 x 15) desrespeitando a norma NBR 5738. Sabemos
que há 2 tipos de cura no ensaio com corpos de prova, que possuem diferentes durações, não
se encaixando no prazo de 24 horas fornecido pela questão.
Gabarito: “errado”.
Para a próxima questão, sugiro que pense em quais fatores afetam mais a resistência do
concreto em uma dosagem. É comum a banca fazer questões cujas respostas podem ser
qualquer alternativa, a depender da interpretação. Nesse caso, devemos nos ater àquela
mais intimamente ligada à propriedade solicitada no enunciado da questão.
FCC – Ana. Jud. - TRT 12ª Região - Eng. Civil - Exercício para fixação
a) consistência da mistura.
b) umidade do agregado.
Gabarito: “c”.
a) 45 e duas quartas.
b) 30 e uma quarta.
c) 21 e duas quartas.
d) 35 e duas quartas.
e) 21 e três quartas.
Comentários: como vimos na teoria, o prazo mínimo para o corpo de prova ensaiado aos 28
dias é de 21 dias em cura, enquanto para as demais idades, deve-se respeitar no mínimo três
quartas partes da idade.
Gabarito: “e”.
Preparação das bases dos corpos de prova no caso de ensaio de compressão axial
• Retificação: é a remoção de uma fina camada do corpo de prova por máquinas abrasivas
próprias de forma a tornar sua base mais nivelada;
• Capeamento: revestimento da base com fina camada de material (geralmente com
enxofre) de espessura menor que 3 mm. Limitamos a espessura, pois se o material fosse
muito grosso, dificilmente ele transmitiria toda a carga incidente para o corpo de prova.
Além disso o material do capeamento deve ter as características a seguir:
o Aderência ao corpo de prova;
o Compatibilidade química com o concreto;
o Fluidez durante sua aplicação;
o Acabamento liso e plano depois de endurecido;
o Resistência a compressão próxima da obtida normalmente no concreto.
▪ Todas essas características citadas buscam garantir uma transferência de
cargas uniforme para o corpo de prova.
A NBR 5738 ainda admite outros processos de preparação de bases de corpos de prova, desde
que se apresentem compatíveis com os existentes. Um exemplo são as bases em neoprene, que
tem a vantagem em relação ao enxofre tradicionalmente empregado por não gerar gases tóxicos
durante o ensaio, o que afetaria a saúde do laboratorista.
Esse molde será posteriormente apoiado sobre superfícies (pratos) rígidas e horizontais, que lhe
aplicarão os esforços até seu rompimento.
Retificação
Capeamento
d) sejam transportados da obra ao laboratório para serem ensaiados imediatamente após sua
cura.
e) sejam dispensados do processo de cura já que seu volume é muito pequeno e dispensa tal
processo.
a) Os moldes devem estar apoiados sobre superfície rígida e horizontal para se buscar uma
distribuição uniforme dos esforços no corpo de prova, sem criar atritos com a prensa.
Correto.
b) Checando na Tabela 8, vemos que o número de camadas para o adensamento manual é de
3. Correto.
c) Novamente checando na Tabela 8, vemos que o número de golpes é, de fato, 25. Correto.
d) Quanto mais rápido for o translado do corpo de prova da obra para o laboratório, melhor,
pois haverá menos interferências do ambiente sobre o comportamento do concreto.
Quanto ao ensaio do corpo de prova, deve-se executá-lo assim que se atingir o prazo
mínimo de cura, que é estabelecido pela NBR 5738 em função da idade do concreto que
será ensaiado. Correto.
e) Errado, pois o corpo de prova deve receber a mesma cura e proteção que a estrutura que
ele representa estará recebendo, para que haja um reprodução fidedigna da hidratação do
material aplicado. Errado.
Gabarito: “e”.
FGV – Ana. Ambiental – INEA - Eng. Civil – Questão para fixação de 2013 - Adaptado
a) A carga de ensaio deve ser aplicada continuamente e sem choques, com velocidade de
carregamento de 0,45 ± 0,15 MPa/s.
a) É isso mesmo, a velocidade de carregamento deve ser constante, sem choques nem
vibrações, com valor de 0,45 + 0,15 MPa/s. Correto.
b) Não, os corpos de prova devem ser armazenados junto à estrutura concretada, exposto às
mesmas condições climáticas que a estrutura. A remoção do corpo de prova só se dará
Gabarito: “b”.
a) correto, pois para abatimento entre 100 mm e 200 mm o adensamento deve ser por
vibração.
b) correto, pois para abatimento superior a 150 mm o adensamento deve ser por vibração.
c) correto, pois para abatimento entre 100 mm e 200 mm o adensamento pode ser por
vibração ou com haste (manual).
d) incorreto, pois para abatimento entre 30 mm e 180 mm o adensamento deve ser com haste
(manual).
e) incorreto, pois para abatimento superior a 160 mm o adensamento deve ser com haste
(manual)
Gabarito: “e”.
a) na usina, previamente ao lançamento de água, para garantir fluidez para o embarque nos
caminhões.
c) na usina, após o lançamento de água, para garantir fluidez para o embarque nos caminhões.
Comentários: a moldagem dos corpos de prova deve ser feita seguindo as mesmas condições
da concretagem, para os posteriores ensaios corresponderem ao produto que foi de fato
aplicado na estrutura. Vejamos cada alternativa:
a) Não se pode utilizar o concreto coletado na usina, pois não representa as mesmas
características do concreto que chega a obra. Durante o transporte, o concreto pode perder
água e sobretudo sofrer segregação, problemas que não são refletidos na amostra coletada
já na usina. Item errado.
b) As características de cada insumo do concreto não correspondem ao mesmo
comportamento do material resultante de sua mistura, pois ocorrem reações químicas
como hidratação, que alteram o produto resultante. Errado.
c) A amostra coletada antes do transporte não corresponde exatamente àquela que chega ao
local de concretagem, prejudicando a qualidade dos dados obtidos de seus futuros ensaios.
Afinal, durante o transporte ocorre segregação e perda de água. Errado.
d) Não adianta coletar amostra de concreto no canteiro e posteriormente alterar o concreto
que será lançado na estrutura, pois haverá grande diferença entre o material concretado e
o coletado. Dessa forma, a estrutura se comportará diferentemente da amostra coletada.
Errado.
e) Exato, coletando o material sob as mesmas condições de sua utilização, garantimos que a
amostra corresponda ao máximo ao concreto lançado para concretar a estrutura. A água e
o cimento são particularmente importantes, por afetarem a porosidade e o
desenvolvimento da resistência do concreto ao longo do tempo. Correto.
Gabarito: “e”.
O adensamento dos corpos de prova é feito com uma haste de socamento, com a moldagem
em camadas iguais e adensadas individualmente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: correto, o adensamento do corpo de prova deve ser feito separadamente para
cada camada de igual volume com uma haste do socamento.
Gabarito: “certo”.
No capeamento dos corpos de prova, a superfície a ter contato com a prensa deve receber
tratamento especial após a moldagem do corpo de prova.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Logicamente, a norma NBR 5738 limita a espessura dessa camada para não distorcer os
ensaios, permitindo a sua comparabilidade. Assim, a espessura do capeamento não pode
ultrapassar 3 mm.
Gabarito: “certo”.
A moldagem dos corpos de prova deve ser feita em fôrmas com qualquer geometria, desde
que a área de contato na prensa seja igual a 176 cm2.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: os corpos de prova ou são cilíndricos, ou prismáticos, portanto, não podem ser
de qualquer geometria. Além disso, nos corpos de prova cilíndricos e prismáticos, não são
permitidas quaisquer dimensões, mas somente aquelas padronizadas na NBR 5738.
Gabarito: “errado”.
a) Os moldes de corpos de prova deverão estar limpos e secos antes de receber o concreto.
b) Corpos de prova de concreto com abatimento menor que 50 mm deverão ser adensados
com vibrador mecânico.
c) Os corpos de prova de Ø150 mm são preenchidos em 4 camadas, adensadas manualmente
com 25 golpes cada uma.
d) A espessura da camada de capeamento, no ensaio de compressão axial, não deve
ultrapassar 5 mm em cada base.
e) Após o rasamento, o topo do corpo de prova deverá ser tratado com nata de cimento para
proteção durante a cura.
a) Não, pois temos que passar óleo nos moldes de corpos de prova antes de receber o
concreto. Errado.
b) Lembre-se que concretos mais secos, ou seja, pouco trabalháveis, com baixo valor de
abatimento, deverão ser adensados com vibradores mais eficientes, ou seja, os mecânicos.
Correto.
c) Essa é uma alternativa de decoreba, sugiro que tente fazer esse tipo de questão por
eliminação, já que sempre haverá uma questão ou outra de memorização desse jeito, sendo
uma dificuldade que atinge igualmente todos candidatos. Vamos analisar a teoria:
checando na Tabela 8, corpos de prova de 150 mm de diâmetro são adensados
manualmente por 3 camadas de 25 golpes e não, 4. Portanto, a alternativa está errada.
d) Como vimos na teoria, a espessura do capeamento é de no máximo 3 mm por base. Errado.
e) A nata de cimento era uma prática de preparação de base da antiga versão da NBR 5738,
não sendo mais adotada. Errado.
Gabarito: “b”
II. À construtora cabe verificar se recebeu da concreteira o que foi adquirido e especificado.
III. Conforme esclarece a NBR 5.738 de moldagem de corpo de prova, a forma, a quantidade
de camadas e o número de camadas não alteram o resultado do ensaio de resistência à
compressão.
Gabarito: ”b”.
a) aderência ao corpo-de-prova.
Gabarito: “c”.
Perceba na próxima questão como os conhecimentos são muitas vezes cobrados de forma
misturada. Essa a seguir mistura conceito de matriz com mistura do concreto,
trabalhabilidade e consistência.
O concreto fresco é constituído de agregados miúdo e graúdo envolvidos por pasta de cimento
e espaços cheios de ar. A pasta, por sua vez, é composta essencialmente de uma solução
aquosa e grãos de cimento. Com relação às propriedades do concreto fresco, é INCORRETO
afirmar que:
b) A consistência do concreto fresco é o mais importante dos fatores que influenciam na sua
trabalhabilidade. Para determinadas situações, o concreto deverá ter consistência adequada.
a) Como vimos no início dessa aula, a matriz é pasta somada a eventuais volumes de ar
aprisionado no concreto fresco. Correto.
b) Isso mesmo, a importância da consistência é sobretudo para a trabalhabilidade do concreto
fresco, devendo ter valores adequados para não inviabilizar a mistura, transporte,
lançamento e adensamento do concreto. Correto.
c) O tempo de mistura, como vimos também no início dessa aula, varia com o tipo de
betoneira a taxa de revoluções aplicadas, não sendo tão influenciado pelos tipos de
agregados. Errado.
d) Exato, cada tipo de mistura (manual ou mecânica), bem como de transporte, lançamento e
adensamento requerem consistências diferentes, a fim de se evitar a segregação e garantir
uma melhor compactação. Correto.
Gabarito: “c”.
a) A hidratação não ocorre sem a água, pois é justamente a reação entre da água com o
cimento, ou seja, a hidratação do cimento, que resultará na formação de substâncias com
grande resistência, destacando-se entre os produtos o silicato de cálcio hidratado (também
chamado de C-S-H). Item correto.
b) Logicamente, se a água é um dos reagentes na hidratação, a falta de água limitará a
ocorrência da hidratação do cimento. Item correto.
c) A trabalhabilidade é ligada a diversos fatores, dentre eles à presença de água livre, que
lubrifica os constituintes do futuro concreto, tornando-o mais trabalhável ou maleável.
Logo, a falta de água pode dificultar a trabalhabilidade do concreto.
d) Existem sim teores mínimos de água para garantir a hidratação do cimento, que vai
depender de fatores como teor de cimento e sua finura. Há várias técnicas para isso, tais
como a análise térmica e termogravimétrica, que medem a quantidade de água
quimicamente combinada com relação aos produtos da hidratação. Item errado.
Gabarito: “d”.
Na confecção dos corpos de prova para ensaio do concreto, adiciona-se enxofre à mistura para
garantir distribuição das tensões durante o ensaio.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a moldagem do corpo e prova não é feita durante a fase final da cura do
concreto, mas sim com o concreto fresco.
Gabarito: “errado”.
Aceitação do
concreto
fresco
• Ensaio de
consistência
Procedimento
de aceitação
do concreto
Recebimento
do concreto
endurecido
• Ensaio de
resistência a
compressão
O lote é qualquer volume definido de concreto, que possui características comuns, tal como mesma
classe, mesmo procedimento de preparo e mesmo teor de componentes. Veja como a NBR 12655
define lote:
“Volume definido de concreto, elaborado e aplicado sob condições consideradas uniformes (mesma
classe, mesma família, mesmos procedimentos e mesmo equipamento)”
Existem limites para o tamanho de um lote de concreto que será controlado em uma obra? Será que
se a quantidade de concreto for muito grande, terei que dividi-la em 2 ou mais lotes? A resposta é
sim, conforme a tabela a seguir. No caso, por exemplo, de uma peça estrutural sujeita a flexão
simples, cada lote deve ter no máximo 100 m³ de concreto, sendo concretado no máximo em 3 dias
e não podendo o lote envolver mais de 1 andar.
Tabela 11: Critérios para tamanhos máximos de um lote de concretoa (NBR 12655)
Você não precisa decorar essa tabela, pois os exercícios dessa aula já te direcionarão para aquilo que
é importante. Perceba que a limitação do lote é, em qualquer caso, para 1 andar e 3 dias de
concretagem.
Para controlar o concreto produzido na usina, devo retirar amostras, que são o volume de concreto
retirado do lote, justamente para se atestar por meio de ensaios a conformidade do lote. Com o
material de uma amostra, fazemos 2 corpos de prova em um mesmo momento, com uma mesma
betonada,. Esses 2 corpos de prova são chamados de exemplar, que serão rompidos em uma
mesma idade. Dizemos que o exemplar é um elemento da amostra ou do lote.
A NBR 12655 diz que cada exemplar é formado por 2 corpos de prova para cada idade de
rompimento (ou de ensaio). Leia a definição a seguir de exemplar dessa NBR:
“Elemento da amostra ou da população (lote) constituído por dois corpos de prova da mesma
betonada, moldados no mesmo ato, para cada idade de ensaio.”
Assim, quando rompermos os corpos de prova, por exemplo, da idade de 7 dias, teremos 2 valores
de resistência obtidos. Qual resistência consideraremos, uma vez que teremos diferentes valores? A
NBR 12655 diz que a resistência do exemplar será o maior valor obtido dos 2 corpos de prova
rompidos.
2 corpos de
prova
1 exemplar • Moldados para
cada idade de
rompimento
• Controle do concreto por amostragem total: o controle é feito nesse caso em cada betonada,
ou seja, toda vez que a betoneira for utilizada para produção de concreto são coletadas
amostras.
• Controle estatístico do concreto por amostragem parcial: trabalha-se com uma quantidade
de amostras menor do que as operações de produção de concreto, chamadas de betonadas.
Nesse caso, todas betonadas são amostradas e possuem um exemplar específico para o concreto ali
produzido, naquele momento. O valor da resistência característica à compressão do concreto
estimada (fck,est) é dado por:
𝒇𝒄𝒌,𝒆𝒔𝒕 = 𝒇𝒄,𝒃𝒆𝒕𝒐𝒏𝒂𝒅𝒂
Esse método é praticado quando o concreto é dosado em central, pois se terá o controle sobre cada
caminhão de concreto comprado.
Quando fazemos esse tipo de controle, as amostras são coletadas para concretos de betonagens
diferentes. Conforme vimos, existem os grupos I e II para as classes de concreto para fins estruturais,
aqui utilizaremos esse conceito para definir o número mínimo de exemplares de concreto a se
coletar:
m: igual a n/2, ou seja, metade do número de exemplares. Se n for ímpar, despreza-se o valor mais
alto de n.
b) n > 20:
𝒇𝒄𝒌,𝒆𝒔𝒕 = 𝒇𝒄𝒎 − 𝟏, 𝟔𝟓 𝒙 𝒔𝒅
𝑛
1
𝑠𝑑 = √ ∑(𝑓𝑖 − 𝑓𝑐𝑚 )2
𝑛−1
𝑖=1
Para termos a aceitação do concreto, é necessário que o valor estimado da resistência característica
(fck,est) obtido na amostragem total ou parcial seja maior que a resistência característica do concreto
a compressão especificada no projeto estrutural. Em outras palavras:
Nada mais do que 2 pessoas, o proprietário da obra e o responsável técnico por ela, que é designado
pelo proprietário. Todos esses controles na obra vão gerar uma papelada de ensaios e de
rastreabilidade do material aplicado que deve ser armazenada por no mínimo 5 anos.
Observe a tabela seguir, comparando do número de exemplares para cada tipo de controle de
resistência do concreto por amostragem.
Controle de
aceitação para
resistência
Controle por
Lote
amostragem
Qualquer volume
definido de concreto Critérios para
Amostra Total Parcial
com características tamanho máx.
comuns
Análise dos
Tipo de Coleta e
resultados para
Definir tamanho do lote amostragem: moldagem dos
aceitação ou
total ou parcial corpos de prova
rejeição
Quando da amostragem de concreto estrutural em uma obra, a estrutura avaliada deve ser
dividida em tantos lotes quantos os inicialmente identificados durante a concretagem, ou em
função da importância das peças que compõem a estrutura. O tamanho máximo do lote de
concreto a ser analisado deve atender a:
a) A norma não limita a área construída para a definição do lote, mas sim o volume concretado
(até 100 m³), o tempo de concretagem (3 dias) e os andares envolvidos no lote (1 andar).
Errado.
Gabarito: “b”.
Para a aceitação do concreto usinado entregue na obra, deve-se realizar o ensaio de resistência
característica à compressão, cujas normas técnicas determinam a confecção de, pelo menos,
seis corpos de prova para cada idade de rompimento, retirados do mesmo caminhão-
betoneira.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: para cada idade de rompimento, moldamos 2 corpos de prova, retirados de uma
mesma betonada. Portanto, não são 6 corpos de prova, estando, por isso, errada.
Gabarito: “errado”.
a) II e IV.
b) III e IV.
c) I e II.
d) I e III.
a) Como vimos anteriormente, concreto de alta resistência é aquele que se encaixa no grupo
II, com resistência a compressão maior que C50, ou seja, 50 MPa. A questão fala que é
aquele com resistência maior ou igual a 60 MPa, desconsiderando, pois, a resistência de 55
MPa, que é o C55, pertencente ao grupo II. Portanto, a questão está errada, pois não incluiu
o C55 nos concretos de alta resistência.
b) O fck,est não é a média das resistências obtidas para 6 corpos de prova, pois, no caso de n
igual a 6, teríamos a fórmula a seguir, que não corresponde a uma média aritmética, pois
há a duplicação dessa média e posterior subtração do valor fm:
𝑓1 + 𝑓2 + ⋯ + 𝑓𝑚−1
𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 2𝑥 − 𝑓𝑚
𝑚−1
Gabarito: “b”.
A tabela a seguir apresenta a resistência à compressão dos corpos de prova de cada lote de
concreto da estrutura em questão.
a) 2, 3, 4 e 5, apenas.
b) 1, 3, 4 e 5, apenas.
c) 1, 4 e 5, apenas.
d) 1, 2, 3 e 5, apenas.
e) 1, 2, 3, 4 e 5.
Comentários: inicialmente observamos que há 2 corpos de prova para cada lote, o que nos
remete ao conceito de exemplar. Temos que lembrar que, quando trabalhamos com
exemplares, consideramos que a resistência do exemplar será a maior resistência de cada
grupo de 2 corpos de prova rompidos. Assim, teremos:
Lote CP 1 CP 2 fc do exemplar
1 41,0 43,5 43,5
2 37,0 41,0 41,0
3 30,0 42,3 42,3
4 39,0 42,0 42,0
5 44,3 43,0 44,3
A questão menciona que o engenheiro fez o controle por amostragem total, ou seja, coleta de
amostras para 100% das betonadas. Sabemos que a NBR 12655 diz que:
𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑠𝑡 = 𝑓𝑐,𝑏𝑒𝑡𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎
Essa fórmula diz que o fck de cada betonada corresponde ao fck,est. Como o fck no projeto
estrutural é igual a 40 MPa, o fc de cada betonada (ou de cada exemplar) deve ser sempre
superior a 40 MPa. Assim, teremos:
fc do Comparando
Lote Conclusão
exemplar com fck
1 43,5 > 40 MPa OK
2 41,0 > 40 MPa OK
3 42,3 > 40 MPa OK
4 42,0 > 40MPa OK
5 44,3 > 40MPa OK
Gabarito: “e”.
O engenheiro solicitou ao ajudante que confeccionasse três corpos de prova que serviriam para
testar a resistência do concreto em laboratório para a concretagem de pilares de um andar da
edificação com volume correspondente a 9 m3. Durante a concretagem da laje, para acelerar
o adensamento do concreto, o encarregado colocou o vibrador de imersão em contato com as
paredes das fôrmas e ferragens já concretadas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: não caia nessa história que a banca te conta, que para pilares em laboratório a
coleta de corpos de prova será para cada metro cúbico, não existe isso. Como vimos na NBR
12655, as amostras serão coletadas durante a operação de concretagem, devendo para cada
idade ser coletado um exemplar constituído de 2 corpos de prova. Um novo exemplar poderia
ser coletado caso houvesse um concreto produzido de outra amassada, por exemplo, de outro
caminhão betoneira. Porém, isso não é dito na questão, pelo contrário, ela fala que a coleta de
corpos de prova deveria se dar na proporção de 1 corpo de prova para cada metro cúbico de
concreto, o que não existe na norma brasileira.
Gabarito: “Errado”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “Certo”.
Assinale a opção que apresenta a quantidade de corpos de prova que foi produzida para a
verificação da resistência à compressão do concreto da referida estrutura.
a) 5
b) 10
c) 15
d) 20
e) 30
Comentários: a questão fala que foi feito o controle do concreto por amostragem total e que
foram necessários 10 lotes de concreto para se concluir a estrutura, ou seja, 10 volumes
definidos de concreto que, então, geraram 10 amostras. Assim, foram moldados 20 corpos de
prova, pois devemos moldar o dobro de corpos de prova em relação à quantidade de amostras.
Gabarito: “d”.
a) 12;
b) 23;
c) 46;
d) 92;
e) 104.
Comentários: questão análoga à anterior. Se temos 46 corpos de prova, quer dizer que foi
coletado em volume de concreto que é a metade em amostras, ou seja, 23. Como a amostra é
um volume coletado do lote, temos no mínimo 23 lotes.
Gabarito: “b”.
Em uma obra que adota o controle do concreto por amostragem total, foi recebida uma
betonada cujos corpos de prova apresentaram resistências de compressão de 32 MPa e de 28
MPa.
a) 28 MPa;
b) 30 MPa;
c) 32 MPa;
d) 40 MPa;
e) 60 MPa.
Comentários: a questão fala do método de amostragem total e de uma betonada com dois
corpos de prova. Sabemos que a resistência a compressão do exemplar é a maior da resistência
dos 2 corpos de prova, portanto, 32 MPa. A NBR 12655 diz que a resistência característica a
compressão estimada corresponde à resistência a compressão de cada exemplar. Assim, a
resistência característica a compressão estimada é igual a 32 MPa.
Gabarito: “c”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: isso mesmo, trabalhamos com 2 corpos de prova para o exemplar a fim de
justamente termos uma ideia da variabilidade do ensaio. Antes da NBR 12655, tomava-se a
média dos 2 corpos de prova, enquanto que com a nova versão, toma-se o maior valor. Essa
questão pode parecer desatualizada por isso, porém o trabalho com pares de corpos de prova
contribui mesmo assim para se ter um maior controle sobre a dispersão dos dados de
resistência de cada volume ensaiado, pois as 2 resistências são conhecidas com o ensaio.
Gabarito: “Certo”.
O controle tecnológico do concreto usinado deve ser feito para cada lote de 100 m³, ou quando
variar a dosagem. Desprezando-se os casos específicos, o número de corpos de prova para cada
lote amostrado é igual a
a) 5.
b) 4.
c) 3.
d) 2.
e) 1.
Comentários: como vimos, cada volume de concreto deve ter 2 corpos de prova, conforme
NBR 12655.
Gabarito: “d”.
Y: consiste no ensaio de exemplares de cada betonada de concreto, sem haver limitação para
o número de exemplares do lote.
X: trata-se de controle estatístico por amostragem parcial, pois são amostradas apenas
algumas betonadas. Os mínimos de 6 e 12 exemplares estão de acordo com o que vimos sobre
essa amostragem, confirmando tratar-se da parcial.
Gabarito: “b”.
a) Não é 50% de produtos não conformes que se aceita, mas 5% apenas. Errado.
b) Não é toda amostra não conforme que se aceita, mas apenas 5%. Errado.
c) Aceitamos sim uma fração dos produtos não conformes, 5%, ao contrário do que diz a
alternativa. Errado.
d) Aceitamos 5% dos produtos não conformes. Errado.
e) Sim, uma fração do produto não conforme é aceita para o concreto, 5%. Correto.
Gabarito: “e”.
a) Sim, a amostragem total é a mais segura, pois são obtidos corpos de prova de todas as
betonadas. Correto.
b) Correto, pois obtemos a resistência diretamente no exemplar, ao romper os corpos de
prova de cada amostra.
c) Não, os amostradores estatísticos, justamente por fornecerem incerteza sobre os valores,
reduzem as medições para se garantir um maior nível de confiabilidade sobre o parâmetro
estudado. Errado.
d) Sim, o tamanho da amostra depende da quantidade de lotes, que por sua vez está ligado à
quantidade de concreto a se controlar, números de andares e duração da concretagem.
Correto.
Gabarito: “e”.
e) coleta e moldagem dos exemplares de concreto - análise dos resultados - definição do tipo
de amostragem a ser adotado - definição da extensão do lote de concreto.
Gabarito: “c”.
II. O cálculo da resistência de dosagem do concreto depende, entre outras variáveis, das
condições de preparo do concreto, que são duas: A e B.
III. O ensaio de abatimento do tronco de cone é o único previsto em norma para a avaliação da
consistência do concreto.
a) somente I;
b) somente II;
c) somente I e II;
d) somente I e III;
e) I, II e III.
Gabarito: “a”.
Não-conformidade no Necessidade de
fck obtido nos corpos
de prova moldados
Extração e avaliação da
segurança estrutural
• Aceitação definitiva ensaio de de construções já
existentes
• Avaliação de
segurança estrutural testemunhos • Casos de reforma,
incêndio e colapso
Na prática, os testemunhos são muitas vezes extraídos quando já se tem uma ideia do f ck da
estrutura, resultando em idades diferentes entre os corpos de prova e os testemunhos. Assim, estes
últimos frequentemente vão apresentar idade mais avançada do que 28 dias.
O equipamento de extração deve utilizar broca rotativa ou oscilante, refrigerada a água, sem uso
de percussão para não danificar a estrutura. A obtenção dos testemunhos é feita por meio de uma
extratora, que fará a amostragem por lotes pelo método total ou parcial, conforme vimos. Entre os
parâmetros que influenciam a quantidade de amostras está a existência de controle de
rastreabilidade do concreto, ou seja, onde na obra foi aplicada o concreto de cada corpo de prova
ensaiado. Já no caso de estruturas sem histórico de controle tecnológico, a divisão por lotes se dará
em função da importância dos elementos estruturais que compõem a construção.
Extração e ensaio de
testemunhos
Ensaio destrutivo
Necessário:
Aprovação prévia do
engenheiro
responsável
Não-conformidade
Total ou parcial
no fck
Avaliar segurança
estrutural de
edificação existente
A definição do local de extração de testemunhos é tão complexa que deve ser feita por consenso
entre o projetista, o construtor e o tecnologista do concreto. Além disso, o ensaio deve ser
acompanhado de fotos do processo de extração e posicionamento dos furos e croqui de localização.
Apesar de toda essa complexidade, há algumas diretrizes cobradas em prova:
• Os testemunhos devem ser extraídos a uma distância igual ao seu diâmetro em relação tanto
às bordas do elemento estrutural quanto às juntas de concretagem.
Figura 11: distâncias para perfuração, todas no mínimo iguais ao diâmetro do testemunho
o Essa relação é a mesma que aplicamos para um corpo de prova moldado, lembra?
Assim como os corpos de prova, os testemunhos podem ter preparação de suas bases por retificação
ou capeamento. Posteriormente, vão permanecer, antes de seu rompimento, 72 horas em:
Uma grande vantagem do ensaio de testemunhos é que ele reflete deficiências do processo
construtivo, o que não ocorre no corpo de prova moldado em obra. Nesse caso do corpo de prova,
este teria facilmente seu adensamento e cura bem controlados, pois trata-se de pouca quantidade
de concreto para se controlar. Diferentemente, o testemunho é concretado junto com toda
estrutura, estando disperso na peça, tendo a qualidade de seu concreto dependendo do concreto
que foi realmente lançado, adensado e curado na estrutura real. Por isso, dizemos que o resultado
dos testemunhos é mais representativo da resistência real da estrutura.
Como limitações do ensaio por testemunhos, tem-se o efeito por broqueamento, que está ligado à
formação de microtrincas no concreto devido à penetração da broca no momento da extração. Além
das microtrincas, a broca também parte os agregados do concreto ao penetrar, podendo ainda gerar
ondulações na amostra. Esse fenômeno é maior nos testemunhos de menor diâmetro, sendo este
um dos motivos para se buscar um diâmetro maior ou igual a 100 mm. Um resultado prático é que
o efeito por broqueamento é um dos responsáveis por tornar a resistência de um testemunho
menor que a resistência de um corpo de prova, dada uma mesma idade.
Por isso, a norma NBR 7680-1 prevê coeficientes de correção para a extração que ocorre em direção
ortogonal à de lançamento do concreto daquela estrutura. Para lajes, a extração ocorre em sentido
paralelo ao lançamento do concreto, enquanto para pilares, cortinas e vigas, a extração é
geralmente feita perpendicularmente à direção de lançamento.
São aplicados coeficientes de correção para o resultado da resistência dos testemunhos quando:
∑𝑛𝑖=1 𝑓𝑐𝑖,𝑒𝑥𝑡
𝑓𝑐𝑘,𝑒𝑥𝑡,𝑠𝑒𝑔 =
𝑛
Fatores de
Testemunho Vantagens Limitações
correção
• h/d ideal = 2 • Reflete • Efeito por • k1: h/d≠ 2
• Pode variar deficiências do broqueamento • k2: efeito de
entre 1 e 2 processo • Microtrincas broqueamento
• Preparação construtivo • resistência • k3: direção da
das bases por menor do extração X
retificação ou que no corpo direção do
capeamento de prova lançamento
• Se estrutura moldado • k4: influência
estiver em de eventual
ambiente seco cura aplicada
• Testemunho 72 hs antes da
não sofre ruptura
cura
A depender do resultado da resistência dos testemunhos, o projetista pode fazer uma revisão de
projeto e constatar que não há problemas quanto à segurança estrutural. Caso não se prove a
segurança estrutural com o resultado da resistência dos testemunhos, então pode-se realizar novas
avaliações com metodologias apropriadas, como ensaio de prova de carga ou outros métodos
especiais. Contudo, a prova de carga não é recomendada no caso de ruptura frágil da estrutura,
devido aos riscos de desmoronamento. Na hipótese de não se poder recorrer a outras
metodologias, a estrutura deverá ter seu uso restringido ou deverá ser recuperada ou ainda
reforçada.
Perceba que o ensaio de testemunhos é muito útil no caso de não aceitação do concreto devido a
não se atingir o fck requerido de projeto pela resistência a compressão com base em corpos de prova
moldados (NBR 12655). Para esse caso específico, haverá um novo teste de aceitação, agora com o
ensaio de testemunhos. Nesse novo teste de aceitação (aceitação definitiva) não se trabalha com a
resistência para um lote, mas sim com o maior valor da resistência dos testemunhos extraídos de
cada lote (fc,ext,pot), modificada pelos coeficientes de correção (k1 a k4). O concreto será aceito
quando:
𝑓𝑐,𝑒𝑥𝑡,𝑝𝑜𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘
Perceba que, na hora de se verificar uma nova aceitação para o concreto que foi rejeitado na NBR
12655, não utilizamos mais aquela média das resistências de um lote, como fizemos no caso da
verificação da segurança estrutural. Isso ocorre, porque na nova aceitação para o concreto rejeitado
com base na 12655:2015, analisou-se aspectos de resistência mecânica do material, influenciados
pela qualidade em sua elaboração. Em nenhum momento é analisada a estrutura e seu
comportamento frente as cargas solicitantes. Então, nesse caso da reavaliação com base na
12655:2015, é utilizada a mesma consideração feita nessa norma de 2015 quanto às resistências dos
lotes, que é considerar a maior resistência de cada lote ou amostra com base nos 2 corpos de prova
que formam o exemplar, e não a sua média.
fck baixo
Ensaio com
testemunhos •Sim
•Ensaio de prova de
carga
•Outros métodos
especiais
•Não: não-conformidade
da estrutura
Outros •Uso restrito da
métodos? estrutura
•Recuperação ou
reforço da estrutura
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
I. A distância mínima entre as bordas das perfurações não pode ser inferior a um diâmetro
do testemunho.
II. Durante a extração de testemunho não podem ser cortadas as armaduras da estrutura
de concreto.
III. Não pode ser realizada a extração de mais de um testemunho em um mesmo pilar.
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
I) Correto, a distância mínima entre perfurações consecutivas não pode ser inferior a um
diâmetro do testemunho. Certo.
II) Isso mesmo, o corte na armadura pode comprometer não só a região cortada, já que o
atrito ao longo de toda barra é uma das suas principais fontes de aderência. Cortando-
a, vamos reduzir em muito a capacidade de resistência do aço ao longo da estrutura,
sendo por isso proibidos os cortes. Certo.
III) Errado, pode sim haver um testemunho sendo extraído do pilar, devendo-se respeitar
uma distância mínima entre eles e buscando-se não reduzir mais do que 10% da área
transversal do pilar após a extração.
Gabarito: “c”.
Essa questão a seguir possui uma diferença muito sutil que torna alternativa errada. Se não
a acertar, não tem problema. O importante com essa questão específica é ver as matérias
que caem na prova.
Analise as seguintes opções sobre não conformidade de uma estrutura de concreto armado e
assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Visando ao aceite da estrutura, pode ser feita a revisão do projeto, considerando valores
obtidos nos ensaios.
b) O ensaio de resistência a compressão de testemunhos da estrutura visa confirmar que o
desempenho da estrutura está em conformidade com o disposto em projeto.
c) A prova de carga não é recomendada quando há possibilidade de ruptura frágil.
d) Extraídos e ensaiados testemunhos e constatada deficiência de resistência do concreto,
procede-se a seguir, nova verificação da estrutura.
Comentários:
c) Correto, no caso de ruptura frágil, não se deve recorrer ao teste de prova de carga.
d) Foi utilizado um termo muito genérico, “nova verificação da estrutura”. A NBR 7680 fala que,
constatada deficiência na resistência dos testemunhos, devem ser realizadas novas avaliações
com metodologias apropriadas, termo a que se referiu a expressão “nova verificação da
estrutura”. Correto.
Gabarito: “b”.
d) a idade da ruptura dos corpos de prova moldados e dos testemunhos não é diferente.
a) Como o próprio nome sugere, os testemunhos são muito mais representativos do que o
corpo de prova moldado, pois são pedaços já hidratados da estrutura existente que são
amostrados. Errado.
b) Correto, pois é fácil controlar o adensamento em um corpo de prova, que geralmente é
bem pequeno. Por outro lado, garantir um adensamento homogêneo em uma estrutura de
grandes dimensões é praticamente impossível. Correto.
c) O testemunho tem a vantagem de ser uma amostra já obtida da estrutura concretada,
refletindo todos os processos por que passaram a estrutura e seu concreto, como
lançamento, adensamento e cura. Uma vez que o item fala que o testemunho não reflete
as deficiências do processo construtivo, ele está errado.
d) A decisão pela obtenção de testemunhos ocorre geralmente quando no rompimento do
corpo de prova moldado não se obtém a resistência característica necessária. Por isso,
temos uma diferença temporal entre os ensaios dessas 2 amostras (corpo de prova e
testemunho), impactando em uma diferença na idade de ruptura. Errado.
e) Errado, o efeito do broqueamento ocorre na extração de testemunho devido à penetração
da broca para obtenção da amostra.
Gabarito: “b”.
IV. com broca rotativa ou oscilante, refrigerada a água, sem uso de percussão.
a) II e IV.
b) I e III.
c) III e IV.
e) I, III e IV.
Gabarito: “e”.
RESISTÊNCIA A TRAÇÃO
1. Ensaio indireto
a. Tração por compressão diametral ou ensaio brasileiro ou ensaio de tração simples;
i. Como o nome diz, esse ensaio foi desenvolvido pelo engenheiro brasileiro Lobo
Carneiro, em 1943. É o tipo de ensaio mais comum no Brasil para tração.
Resumindo, um corpo de prova cilíndrico geralmente com 15 cm x 30 cm (o
ideal é altura ser o dobro do diâmetro) é deitado entre 2 calços de madeira,
onde são aplicadas 2 prensas com uma força de compressão até a ruptura
indireta do corpo de prova, por fendilhamento. Assim, a ruptura não ocorre por
tração, mas calcula-se a resistência a tração de forma indireta.
A B
b. Tração por flexão com carregamento nos terços de vão, submetendo o corpo-de-
prova prismático ao carregamento por flexão.
i. Geralmente é feito quando se estuda pavimentos de concreto, aeroportos,
lajes e vigas
2. Ensaio direto
a. Ensaio feito quando se estuda tirantes, sendo raramente utilizado. Trata-se de um
ensaio que se determina a tração axial até a ruptura do corpo-de-prova. Basicamente
são utilizados corpos de prova com seção central retangular e extremidades quadradas
nas quais se aplicam esforços de tração até a ruptura (Figura 15).
Apesar da existência desses ensaios para se obter a resistência a tração no concreto, o ensaio de
resistência a compressão é de fácil execução e apresenta boa correlação com as outras resistências
mecânicas, inclusive a tração. Por isso, a própria NBR 6118 permite a obtenção da resistência média
a tração direta (fct,m) a partir do fck, por meio das fórmulas:
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3. 𝑓𝑐𝑘 2/3 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡. 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑡é 50 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 2,12. ln(1 + 0,11 . 𝑓𝑐𝑘 ) 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡. 𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 50 𝑒 90 𝑀𝑃𝑎
Julgue o próximo item, relativo aos ensaios a que o aço e o concreto - materiais que compõem
o concreto armado - são submetidos na etapa de controle técnológico.
Para estimar a resistência à tração simples do concreto, devem ser moldados, para um lote de
concreto, corpos de prova cilíndricos, com as seguintes dimensões: 150 mm de diâmetro e 300
mm de altura.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: aquela relação de altura igual ao dobro do diâmetro para corpos de prova
cilíndricos no ensaio a compressão também é válida para ensaios de resistência a tração por
compressão diametral. Assim, a questão está correta.
Gabarito: “certo”.
Embora essas propriedades sejam obtidas no ensaio de tração, temos que saber que o concreto
é frágil e heterogêneo, sendo um material composto e, por isso, não apresentando
comportamento elástico, mas sim plástico ou pseudo-plástico, segundo alguns autores. O
resultado é que o concreto não possui vários dos parâmetros normais de um material sob tração
e compressão, tal como o limite de proporcionalidade. Fique tranquilo, veremos esse conteúdo
em mais detalhes na próxima aula. Saiba ao menos que o comportamento elástico do concreto
é diferente do de um material homogêneo como é o caso de um metal.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
a) aumento da resistência à tração das armaduras de aço devido à formação de uma camada
passivadora na superfície das barras
a) O aço não tem sua resistência aumentada com o tempo quando está no concreto armado,
apenas o concreto que terá como resultado da sua hidratação. No caso do concreto, tanto
a resistência a tração quanto a compressão aumentarão com o tempo, porém a resistência
à tração cresce em um ritmo bem menor e decrescente. Errado.
b) Obviamente há uma redução no peso da estrutura com a evaporação da água, mas não é
nada significativo, tanto que não se considera esse “alívio” nos cálculos. Errado.
c) Pelo contrário, o efeito da permanência da carga é justamente a redução da resistência, é
o chamado efeito Rüsch. Item errado.
d) Com o tempo, ocorre a cristalização dos silicatos no concreto, levando a um lento aumento
da resistência à compressão do concreto. Item correto.
e) Não ocorre redução da resistência do concreto pela perda do calor de hidratação, mas
justamente o aumento dessa resistência por meio de uma reação exotérmica, que é a
hidratação. O maior aumento de temperatura ligado à liberação do calor de hidratação
ocorre durante a cura, e não 10 anos após a construção. Se houvesse geração de trincas
com um sobreaquecimento do concreto, esse problema não ocorreria 10 anos após a
construção, mas sim próximo ao dia de sua concretagem. Assim, não há porque se falar em
redução de resistência ligada a calor de hidratação.
Gabarito: “d”.
Acerca dos ensaios necessários à verificação da resistência do concreto, julgue o item seguinte.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “certo”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
Julgue o item subsequente, acerca das propriedades mecânicas do concreto e dos ensaios para
a avaliação dessas propriedades.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: a questão tem uma pegadinha, pois ela considera o ensaio de compressão
diametral diferente do ensaio brasileiro, quando na verdade sabemos se tratar da mesma
coisa. Esse tipo de questão não mede muito conteúdo, mas sim o português, que vai ser um
critério utilizado pela banca na hora de se definir se essa questão é certa ou não. Portanto,
fique atento com essas pegadinhas. Se não fosse pela conjunção aditiva “e”, a questão estaria
certa.
Gabarito: “errado”.
Julgue o item subsequente, acerca das propriedades mecânicas do concreto e dos ensaios para
a avaliação dessas propriedades.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: é isso mesmo, o ensaio de tração na flexão considera uma viga bi-apoiada que é
o próprio corpo de prova com 2 apoios. As cargas são aplicadas nos seus terços de vãos.
Gabarito: “certo”.
b) Não é porquê trata-se da maior resistência mecânica do concreto, que então essa
propriedade pode representar bem todas suas propriedades mecânicas. Item errado.
Gabarito: “c”.
Essa questão que se segue é bem polêmica, portanto, procure o lado bom da questão, que é
tentar pegar algum conhecimento que ela possa te despertar para fixar mais. Estudaremos o
conteúdo da questão em mais detalhes na próxima aula.
Julgue o próximo item, relativo aos ensaios a que o aço e o concreto - materiais que compõem
o concreto armado - são submetidos na etapa de controle tecnológico.
Entre as propriedades mecânicas avaliadas por meio do ensaio de tração, incluem-se o módulo
de Young, o coeficiente de Poisson, a tensão de escoamento e a tensão de ruptura.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: como vimos, embora todas essas propriedades sejam possíveis de se obter em
um ensaio de tração, o enunciado, em sua introdução menciona o concreto. Bom, sabemos
que o concreto é frágil, não possuindo elasticidade como a conhecemos nos outros materiais,
nem escoamento. Por isso, não podemos dizer que no ensaio de tração do concreto vamos
analisar o módulo de Young ou a tensão de escoamento. O módulo de Poisson é muitas vezes
estimado para o concreto, por variar pouco, não necessitando do ensaio. Já, a tensão de
ruptura pode, sim, ser avaliada no ensaio de tração do concreto.
Gabarito: “errado”.
DOSAGEM DE CONCRETO
Vimos que o concreto possui uma série de propriedades que podem gerar problemas se não
planejadas já no momento de estudo da dosagem do concreto. Mas o que é estudar a dosagem de
um material? É basicamente analisar qual proporção (ou traço) entre os constituintes do concreto
que permite atender às condições de serviços (tais como as cargas que atuarão sobre a estrutura)
da forma mais econômica, com os materiais disponíveis naquela região. Em poucas palavras, é o
proporcionamento ou a busca do traço mais adequado e econômico dos constituintes do concreto:
cimento, água, agregados e eventuais aditivos. Afinal, não podemos utilizar o mesmo concreto em
uma casa popular e em uma barragem, não é? Por aliar os aspectos técnicos com o econômico, o
estudo de dosagem é uma etapa essencial do preparo do concreto de uma obra, conforme esquema
abaixo.
A elaboração do concreto inicia-se com a caraterização dos futuros componentes da mistura, que
depois são misturados e ensaiados no estudo de dosagem, para se avaliar as propriedades da
mistura resultante. Encontrada a melhor proporção, passa-se à fase de eventuais ajustes e
comprovação do traço no local da obra, finalizando com a elaboração do concreto e concretagem
da estrutura (Figura 16).
Caracateriszação
Ajuste e
dos materiais Estudo de Elaboração do
comprovação do
componentes do dosagem concreto
traço
concreto
•São priorizados os •Estudo da melhor •Procedimento de
materiais disponíveis proporção entre os amassada de concreto
na região constituintes do feito logo antes do
concreto início da concretagem
•Pode resultar na
proposta de ajustes no
traço
A dosagem é tão importante que a NBR 12655 diz que a composição de todos concretos de classe
C20 ou superior, isto é, todos concretos para fins estruturais, deve ser definida por métodos de
dosagem. Não somente isso, sempre que se alterar o cimento, mesmo que só a sua marca, ou se
alterar o tipo ou a jazida do agregado, o cálculo de dosagem deve ser refeito.
Como vimos, os materiais em uma dosagem podem ser medidos em volume ou em massa. Muitas
vezes é mais fácil a medida em volume em uma obra, embora a mais precisa seja em massa, uma
vez que a massa não é distorcida por fenômenos como o inchamento. Por isso, na elaboração do
concreto para estudo de dosagem são permitidas 2 formas de medição:
Por ser o material de maior importância para a resistência do concreto e também o mais caro, o
cimento deve ser medido em massa.
• Dosagem empírica: método com base em valores médios que provêm da experiência dos
tecnologistas quanto às propriedades físicas e mecânicas dos materiais e em bibliografia
específica sobre o assunto. Devido ao menor rigor, é mais indicado para obras de pequeno
porte.
o Aplica-se aos concretos C10 e C15;
▪ Atenção, não se pode utilizar dosagem empírica para concreto estrutural!
o Consumo mínimo de cimento: 300 Kg/m³.
• Dosagem experimental ou racional: são feitas misturas experimentais com amostras dos
materiais que serão utilizados na obra. Esses materiais são caracterizados por uma série de
ensaios e utilizam modelos científicos como base, daí o nome “racional” para o método.
o Métodos experimentais ou racionais têm com base a:
▪ Lei de Abrams e Lei de Lyse (esta última lei trabalha com a relação entre
trabalhabilidade e relação água/agregados);
▪ Granulometria do concreto: busca-se determinar o desdobramento do traço,
ou seja, a quantidade de cada agregado, miúdo e graúdo, relacionando-as com
a granulometria fixada para o concreto, a proporção ideal de cimento e
agregados e a relação a/c.
Para a dosagem de agregados, a propriedade mais importante que se tem é massa específica
aparente, que é a divisão da massa do material pelo volume que ocupa em estado natural, com
umidade natural. Assim, o volume desse material inclui já os vazios intrínsecos, já indicando a sua
porosidade, importante para se estimar posteriormente a absorção da pasta.
Você sabe como se estipula um traço para um concreto? Uma forma é estipular em quantidades de
materiais por metro cúbico de concreto, por exemplo, 7,5 sacos de cimento, mais 0,3 m³ de areia,
mais 0,4 m³ de brita e 190 litros de água.
Contudo, existe também o traço unitário, que se baseia na simples indicação da proporção dos
agregados para 1 umidade de massa de cimento, conforme esquema a seguir. A expressão do traço
na forma unitária em massa para todos os constituintes do concreto é muito mais confiável para a
dosagem, pois as influências da temperatura e umidade manifestam-se sobretudo na medição do
volume.
Veja que há uma ordem na apresentação de cada constituinte do concreto. Assim, caso tenhamos
um traço como 1:2:3:0,5, será, por exemplo, 1 Kg de cimento, para 2 Kg de areia, para 3 Kg de brita
para 0,5 Kg de água. Perceba que o traço é sempre expresso do material mais fino para o mais
grosso, ou seja, primeiro vem a areia, depois a brita.
Como fazemos para transformar um traço originalmente em massa para quantidades em volume?
Afinal, na obra muitos materiais são comprados em volume, tal como areia, que é comprada em m³.
Basta fazer a conversão com a massa específica do material, considerando eventuais alterações de
volume como o inchamento, muito comum em agregados miúdos. Se a dosagem não considerar o
inchamento, haverá acréscimo de mais água e menos areia do que o preconizado no traço.
Existe também o traço misto, que é o traço em massa para o cimento e em volume para os demais
insumos. Mais uma vez, lembre-se, o trabalho com volumes reduz a precisão na dosagem.
Observe que, no caso da dosagem, permite-se trabalhar com fckj não somente para a idade de 28
dias. Assim, a questão poderia lhe informar o fck14dias e o desvio padrão, pedindo que se calculasse o
fcm14dias. Saiba que esse estudo com fck para diferentes idades só é permitido quando expressamente
indicado em norma, como é o caso para comprovação do traço em dosagens, OK?
Por fim, além da resistência, deve-se também atentar em uma dosagem a uma série de outros
parâmetros, tais como trabalhabilidade do concreto para ser transportado, lançado e adensado sem
segregação, além de propriedades como durabilidade e permeabilidade.
Uma das principais formas de comercialização do cimento no Brasil é a granel para grandes
consumidores e em sacos de 50 Kg para os demais. Portanto, se uma questão disser que foi
empregada uma quantidade de 3 sacos de cimento em um concreto, você já saberá calcular qual é
a massa correspondente, OK?
As questões vão muitas vezes misturar as propriedades dos diferentes constituintes do concreto e
perguntar se suas interações são consideradas na elaboração do concreto. A dosagem racional
permite sim considerar essas interferências entre as propriedades. Por exemplo, o uso de agregados
úmidos possibilita a redução da adição direta de água, uma vez que já haverá um aporte indireto de
umidade pelo agregado. Muitas vezes a banca vai citar fatores que não afetam diretamente a
dosagem, porém seriam considerados em alguns casos particulares, por serem importantes para a
durabilidade do concreto, como por exemplo:
Em geral, esses fatores não devem ser considerados pontos importantes em uma dosagem, a menos
que a questão direcione a análise para o caso específico de dosagem. Se a questão disser que se
trata de um concreto especial para ambientes agressivos ou com temperaturas ambientais que
levem ao congelamento da água, então a dosagem avança especificamente sobre aspectos da
durabilidade do concreto.
Há ainda uma relação importante a se fazer com a resistência: ela depende não só da relação a/c,
mas também do teor de ar incorporado. Já sabemos que a água em excesso, ou seja, a quantidade
de água que ultrapassa o teor para a hidratação do cimento e para a trabalhabilidade do concreto,
provoca exsudação e porosidade no elemento estrutural. A presença de ar também causa esse
impacto, pois as bolhas de ar diminuem o contato entre os grãos de cimento, reduzindo a
possibilidade de se hidratarem.
A dosagem de concreto pode ser de dois tipos. Existe um tipo de dosagem onde tanto os
materiais constituintes como o produto resultante são previamente ensaiados em laboratório.
Esta se baseia numa série de elementos, como variação das propriedades fundamentais do
concreto endurecido com o fator água-cimento, quantidade de água total em função da
trabalhabilidade e granulometria do concreto. Este tipo de dosagem é denominado de
dosagem:
a) racional.
b) empírica.
c) por traços.
d) pela resistência.
e) pela plasticidade.
Gabarito: “a”.
a) 31,6
b) 38,4
c) 32,6
d) 29,0
A questão fala do fck igual a 25 MPa e também menciona o valor de sd de 4,0 MPa, uma vez que
foi aplicada a condição A de preparo de concreto. Assim, temos:
Gabarito: “a”
I. O concreto deverá ser dosado de modo a assegurar, após a cura, a resistência indicada no
projeto estrutural.
II. A resistência padrão terá de ser a de ruptura de corpos de prova de concreto simples aos 21
dias.
Gabarito: “e”.
Tente fazer essa questão um pouco longa a seguir para fixação de conceitos como traço e
coeficiente de inchamento. Tente não usar calculadora para se acostumar no dia da prova.
Sabendo-se que nessa umidade o inchamento da areia é de 24%, o volume (aparente) dessa
areia úmida a ser utilizado para cada saco de 50 kg de cimento deverá ser de
a) 250 litros.
b) 260 litros.
c) 280 litros.
d) 300 litros.
e) 310 litros.
Comentário: A questão quer saber quanto de areia se gastará para cada saco de cimento de
50 Kg. É dito que o traço é 1:8, ou seja, 8 partes de areia em massa para 1 parte de cimento em
massa. Por exemplo, para 1 kg de cimento, teremos 8 kg de areia. No caso de 1 saco de cimento
de 50 Kg, para esse saco teremos a seguinte massa de areia (Ma):
𝑀𝑎 = 50 𝑥 8 = 400 𝐾𝑔
Porém a questão nos pede a quantidade de areia em volume, não em massa. Vamos então
converter nossa quantidade de massa para volume. É dito que a densidade da areia é de 1.600
Kg/m³ em estado seco. Porém, sabemos que a areia sofre inchamento, que, como vimos, é o
aumento de volume provocado pela absorção de água livre pelos grãos do agregado. Como a
densidade de 1.600 kg/m³ foi dada em estado seco, percebemos que ela não considera a
umidade, logo, não considera também o inchamento, que é provocado pela umidade. Sabemos
que o coeficiente de inchamento (CI) é a razão entre o volume úmido (Vh) e o volume seco (Vs):
𝑉ℎ
𝐶𝐼 = 124% 𝑑𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 1,24 =
𝑉𝑠
O valor de 1.600 Kg/m³ refere-se a 1 m³ de areia seca, que corresponde a quanto em volume
de areia com inchamento? Conhecemos nosso volume seco (Vs) que é igual a 1 m³. Temos
então que calcular o volume úmido (Vh) correspondente. Vejamos:
𝑉ℎ 𝑉ℎ
= = 1,24
𝑉𝑠 1 𝑚³
𝑉ℎ = 1,24 𝑥 1 𝑚3 = 1,24 𝑚³
Vamos calcular então a densidade para a areia com inchamento. A massa não muda e vale
1.600 Kg para 1,24 m³ de areia com inchamento. Logo, a densidade com inchamento será:
1.600
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑖𝑛𝑐ℎ𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = = 1.290,32 𝐾𝑔/𝑚³
1,24
Sabemos que cada saco de cimento de 50 kg irá requerer 400 Kg de areia. Esteja seca ou com
inchamento, a massa de areia não muda (na verdade muda um pouco, pois a água da umidade
também tem massa). O volume correspondente de areia com inchamento (Va) será calculado
em função da densidade:
𝑀𝑎 400
1.290,32 = =
𝑉𝑎 𝑉𝑎
400
𝑉𝑎 = = 0,31 m³
1.290,32
Gabarito: “e”.
O concreto deverá ser dosado de modo a assegurar, após a cura, a resistência indicada no
projeto estrutural. Para tanto, deve-se avaliar a resistência padrão de ruptura de corpos de
prova de concreto simples aos quatorze dias de idade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Gabarito: “errado”.
CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-ES - Eng. Civil - Questão para fixação adaptada
A respeito das características físicas dos materiais, julgue o item que se segue.
Para fins de dosagem de concretos, é essencial conhecer a massa específica aparente dos
agregados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: é isso mesmo, para dosar agregados especificamente, basta sabermos sua massa
específica. É para calcularmos a adição de água que temos que saber, por exemplo, a umidade
do agregado.
Gabarito: “certo”.
O traço de concreto pode ser estabelecido empiricamente para o concreto das classes
a) C10 a C15.
b) C10 a C18.
c) C15 a C20.
d) C18 a C22.
e) C20 a C25.
Comentários: como vimos, a NBR 12655 estabelece a possibilidade da dosagem empírica para
os concretos C10 e C15.
Gabarito: “a”.
CEV UECE - ACI - COGE CE - Auditoria de Obras Públicas – Questão para fixação de 2013
Diversas vezes é necessário tomar algumas providências durante a execução da obra. Uma das
decisões que acontecem é relativa ao consumo de cimento antes da concretagem. Sabendo-se
que um concreto dosado, sem ar incorporado, consome 170 litros de água a cada metro cúbico
de concreto e tem relação água cimento de 0,68, pode-se afirmar corretamente que o número
de sacos de cimento que esse concreto consome é
a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 5.
Comentários: primeiro é importante saber que a densidade da água é de 1 litro por quilo, ou
seja, 1 litro de água pesa 1 kg em condições normais. Logo, se temos 170 litros de água em 1
metro cúbico de concreto, essa quantidade de água pesará 170 quilos. Sabemos que a relação
água/cimento é de 0,68. Utilizamos então esse conceito para calcularmos a quantidade de
cimento:
250
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠 = = 5 𝑠𝑎𝑐𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
50
Gabarito: “d”.
a) 26,6 MPa.
b) 31,6 MPa.
c) 24,90 MPa.
d) 29,1 MPa.
e) 28,9 MPa.
“Por massa combinada com volume, entende-se que o cimento seja sempre medido em massa
e que o canteiro deva dispor de meios que permitam a confiável e prática conversão de massa
para volume de agregados, levando em conta a umidade da areia”
É justamente o nosso caso. Por isso, a condição aplicável é a B, com s d igual a 5,5 MPa. Assim,
temos que a resistência será:
Gabarito: “d”.
Instrução: Para responder à questão, considere os dados abaixo, que se referem à dosagem e
ao controle de qualidade do concreto.
Simbologia adotada:
A resistência de dosagem é dada pela fórmula fcj = fck + 1,65Sd. Os valores mínimo e máximo,
em MPa, de Sd são, respectivamente,
a) 2,0 e 7,0
b) 4,0 e 8,0
c) 5,5 e 10,0
d) 7,0 e 9,0
e) 8,0 e 8,0
Comentários: como vimos, a NBR 12655 limita o valor inferior de s d é 2 MPa, mesmo que o
valor conhecido seja inferior a este. Como limite máximo, a norma estipula 7 MPa,
correspondente à condição de elaboração do nível C, que se baseia na medição em massa
apenas para o cimento, estando todos outros componentes do concreto medidos em volume.
Gabarito: “a”.
CESPE – Min. Da Integração Nacional – Eng. Civil – Questão para fixação de 2013
a) a resistência média do concreto, obtida por ensaio sob compressão, foi de 50 Mpa, valor
muito superior à resistência característica de projeto, que é de 45 Mpa;
( ) CERTO ( ) ERRADO
Como a resistência obtida para o fck é menor que a resistência de projeto de 45 MPa, a
resistência do concreto não está de acordo com a prevista em projeto.
Gabarito: “errado”.
Tendo essa situação hipotética como referência inicial, assinale a opção correta acerca de
estruturas de concreto.
c) As resistências obtidas dos ensaios de rompimento dos corpos de prova seguem uma
distribuição do tipo beta.
e) Na situação em apreço, todos os corpos de prova deverão ter resistência igual a 30 MPa.
A questão fala que as condições de preparo afetam o cálculo da resistência média (fcm), mas o
que são essas condições de preparo? São as condições A, B e C que vimos, que vão impactar
no valor do desvio padrão, que vai variar de 4,0 a 7,0 MPa. Na fórmula anterior, essa condição
e preparo é, pois, representada pelo desvio padrão sd. Vamos então isolar a resistência média
dessa equação anterior:
Vemos que a resistência média é influenciada tanto pela resistência característica do concreto,
quanto pelo desvio padrão relacionado ao método de preparo do concreto. Portanto, o item
está correto.
Gabarito: “b”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: é isso mesmo, como o próprio nome sugere, a dosagem racional ou experimental
se baseia em relações obtidas cientificamente como a Lei de Abrams e Lei Lyse para o estudo
de misturas experimentais de concreto.
Gabarito: “certo”.
Nós vimos o conceito do traço e sua aplicação, porém em projetos nós sabemos geralmente a
quantidade de concreto como um todo de que o projeto precisa e o traço a se aplicar. Assim,
precisamos inicialmente calcular a massa de cimento a se comprar para a obra.
Para isso, vamos ter que obter uma fórmula que demora um pouco para você entender. Caso queira
poupar tempo, pode pular direto para a equação 4, essa fórmula é tudo que você precisa saber dessa
seção.
Sabemos que o volume de concreto (Vconcr.) é aproximadamente igual à soma dos volumes de seus
constituintes, ou seja:
Sendo que:
𝑀
𝜌=
𝑉
𝑀
𝑉= (2)
𝜌
Podemos então expressar a fórmula (1) trocando todos os volumes do 2º membro pelas razões
M/𝜌.
Sabemos que a massa dos constituintes do concreto quando trabalhamos com o traço unitário é
estipulada para 1 unidade de cimento, dada a relação 1:a:b:A/C. Assim, as massas são dadas por:
𝑀𝑐𝑖𝑚.𝑎 𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑟
= 1 𝑥 𝐶𝑐
𝑀𝑐𝑖𝑚 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎ç𝑜
Como a proporção entre os constituintes do concreto é sempre constante para um mesmo traço, se
alteramos a quantidade de cimento em Cc, mudamos na mesma proporção a quantidade dos demais
insumos, ou seja, de areia, brita e água. Logo, teremos as seguintes quantidades:
Com essa nova relação que descobrimos para areia, brita e água em função de Cc, alteramos, então,
a expressão das massas na equação (3), ficando conforme a seguir:
𝐶𝑐 𝐶𝑐 𝐶𝑐 𝐶𝑐
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟 = 1 𝑥 +𝑎𝑥 +𝑏𝑥 + 𝐴/𝑐 𝑥
𝜌𝑐𝑖𝑚 𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 𝜌á𝑔𝑢𝑎
Podemos isolar Cc, pois aparece no numerador de todos os números do segundo membro. Vamos
lá:
1 𝑎 𝑏 1
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟 = 𝐶𝑐 𝑥 ( + + + 𝐴/𝑐 𝑥 )
𝜌𝑐𝑖𝑚 𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 𝜌á𝑔𝑢𝑎
1 𝑎 𝑏
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟 = 𝐶𝑐 𝑥 ( + + + 𝐴/𝑐)
𝜌𝑐𝑖𝑚 𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎
Queremos calcular a massa de cimento para se comprar para a obra, então devemos isolar o fator
Cc (que é a quantidade de cimento a se consumir que queremos saber):
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟
𝐶𝑐 = (4)
1 𝑎 𝑏
( + + + 𝐴/𝑐)
𝜌𝑐𝑖𝑚 𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎
Essa questão a seguir é de nível difícil para memorizar e efetuar os cálculos na hora da prova.
Sugiro que tente fazer 1 só vez, não conseguindo, olhe a resolução e avance com o conteúdo.
Quando terminar de ver todas as aulas, aí sim vale a pena retornar aqui para tentar acertar
de primeira a questão. A importância dessa questão é perceber como se manipulam os
coeficientes do traço unitário na fórmula que vimos, pois a aplicação desses coeficientes
pode ainda ser cobrada.
Pretende-se estimar a massa de brita necessária para a execução de concreto com traço em
massa de (1:2:3:0,6).
Dados:
a) 1 000.
b) 4 000.
c) 6 000.
d) 2 000.
e) 3 000.
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟
𝐶𝑐 = (4)
1 𝑎 𝑏
( + + + 𝐴/𝑐)
𝜌𝑐𝑖𝑚 𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎
𝑉𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟
𝐶𝑐 =
1 2 3
( + + + 0,6)
𝜌𝑐𝑖𝑚 𝜌𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 𝜌𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎
Sugiro fazermos os cálculos na própria unidade da massa específica, que é g/cm³. Importante
saber que 1 m³ é igual a 1.000.000 cm³, ou seja, 106 cm³. Assim, 6 m³ correspondem ao volume
de:
6 𝑚3 = 6 𝑥 106 𝑐𝑚³
Assim, temos:
6𝑥106
𝐶𝑐 = = 2.000.000 𝑔 = 2.000 𝐾𝑔
1 2 3
( + + + 0,6)
2,50 2,00 3,00
Calculamos a quantidade de cimento, mas a questão nos pede a quantidade de brita, que é 3
vezes a quantidade de cimento, pois b é igual a 3. Assim, temos:
Gabarito: “c”.
Você sabe o que é preparo manual de concreto? É aquele que não utiliza máquina (logo, não tem
betoneira), que é desprovido mecanização. Embora seja permitido, o preparo manual traz junto
consigo um baixo controle do processo, exigindo maiores valores para o desvio padrão adotado
para a resistência. Por isso, adota-se nesse processo um traço diferente do empregado com a
betoneira, já que a mistura não é mecanizada.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Comentários: é isso mesmo, o preparo mecânico resulta em maior eficiência nas misturas dos
constituintes do concreto, resultando em um produto com maior resistência para uma menor
quantidade de cimento do que no preparo manual.
Gabarito: “certo”.
b) o traço do concreto adotado no preparo com betoneira deve ser mantido no preparo
manual.
c) o desvio padrão a ser considerado deve ser maior no cálculo da resistência do concreto
preparado manualmente.
d) o desvio padrão a ser considerado deve ser mantido no cálculo da resistência do concreto
preparado manualmente.
e) o cronograma da obra deve ser antecipado, pois o preparo manual é mais rápido.
Comentários: vamos a cada alternativa, perceba que o enunciado compara o tempo todo o
método manual com o preparo mecanizado utilizando betoneira para a mistura:
a) É permitido sim o uso do concreto manual em obras, porém não é qualquer concreto que
é possível de se fazer no modo manual; Errado.
b) Não é possível manter o mesmo traço do concreto elaborado com betoneira no preparo
manual, pois a betoneira é muito mais eficiente na mistura, resultando em um produto mais
resistente no longo prazo. Errado.
c) Sim, o desvio padrão para o cálculo da resistência no preparo manual deve ser maior, pois
há menos confiabilidade no processo. Correto.
d) Não é possível manter o mesmo desvio padrão do preparo com betoneira no preparo
manual, pois são métodos com precisões e confiabilidades diferentes. Errado.
e) Com o preparo manual, é mais difícil se atingir escalas maiores de produção, dificultando,
por exemplo, antecipações de cronograma, ao contrário do que diz a alternativa. Errado.
Gabarito: “c”.
LISTA DE QUESTÕES
1. CESPE – Eng. Civil – PF – Exercício para fixação
O concreto utilizado em obras civis deve atender a requisitos que garantam propriedades e
desempenho adequados, bem como ser submetido a controle de qualidade.
A respeito de concretos, julgue o seguinte item.
A Lei de Abrams associa a resistência à compressão axial do concreto de uma determinada
idade à relação água/cimento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Preste atenção nessa próxima questão, pois nem sempre vamos poder analisar a influência
da água na resistência do concreto somente pela relação inversa entre a relação a/c e a
resistência a compressão.
11. FCC – 2014 - Téc. Sistemas de Saneamento – SABESP - Edificações
Com a finalidade de confirmar a influência da superfície aparente dos agregados na resistência
à compressão do concreto, três corpos de prova foram executados com a mesma quantidade
de água e de cimento. No primeiro foi utilizado areia com granulometria fina e pedra nº 1, no
segundo areia com granulometria grossa e pedra no 2 e nº terceiro areia com granulometria
fina e pedra no 2. Quando submetidos ao ensaio de resistência à compressão, obtiveram- se
valores, respectivamente, de:
a) 18 MPa, 18 MPa e 18 MPa.
b) 15 MPa, 20 MPa e 18 MPa.
c) 18 MPa, 15 MPa e 20 MPa.
d) 20 MPa, 18 MPa e 15 Mpa.
e) 20 MPa, 15 MPa e 18 MPa.
b) o processo de endurecimento quando a pasta não sofre mais deformações sob o efeito de
pequenas cargas.
c) o início de seu endurecimento algumas horas após a adição da água.
d) o ato de adicionar água ao cimento.
e) a medida que evita a fuga e evaporação de água necessária a hidratação do cimento.
Denomina-se concreto um material formado pela mistura de cimento, água, agregado graúdo
(brita ou cascalho) e agregado miúdo (areia). O concreto fresco tem consistência plástica,
podendo ser moldado, na forma e dimensões desejadas, bastando lançar a massa fresca no
interior de formas de madeira ou outro material adequado. O concreto endurecido tem
elevada resistência à compressão, mas baixa resistência à tração. Denomina-se concreto
armado o material misto obtido pela colocação de barras de aço no interior do concreto. As
armaduras são posicionadas, no interior da forma, antes do lançamento do concreto plástico.
Este envolve as barras de aço, obtendo-se, após o endurecimento uma peça de concreto
armado. Sobre o material concreto massa, obtido pela mistura de aglomerante, agregados,
água e aditivos, é correto afirmar:
a) os cimentos pozolânicos apresentam as propriedades de alta velocidade na liberação de
calor de hidratação com baixa resistência a águas sulfatadas e ácidas.
b) a adição de água aumenta a resistência da pasta, sendo necessário empregar uma
proporção crescente das quantidades de água em relação ao cimento para se obter um
concreto de resistência alta.
c) o cimento e a água formam a pasta, que enche a maior parte dos espaços vazios entre os
agregados. Algum tempo depois de misturado o concreto, a pasta endurece, formando um
material sólido.
d) os cimentos portland são cimentos hidráulicos produzidos pela pulverização de clínquer
formado essencialmente por carbonatos de cálcio hidratados, com adição de nitratos de cálcio
e outros compostos.
e) os cimentos são moídos em pó muito fino, sendo possível determinar sua composição
granulométrica por meio de peneiras, o aumento da finura produz menor velocidade de
hidratação, resultando em maior resistência inicial e consequentemente menor geração de
calor.
24. ESAF – Min. TUR – Eng. - Exercício para fixação de 2014 - Adaptado
Sobre Tecnologia de concreto, assinale a opção correta.
a) Resistência à tração simples é a avaliação da resistência do concreto quando submetido a
ação de cargas repetidas.
b) Para a fabricação ou dosagem do concreto é importante ter a especificação exclusivamente
da relação água / cimento.
c) O controle da resistência à compressão do concreto permite avaliar se o que está sendo
produzido corresponde ao que foi especificado no dimensionamento da estrutura. Durante a
retirada da amostragem para o ensaio de resistência, utilize o concreto situado no terço médio
do caminhão, ou seja, não permita que a amostra seja retirada nem no princípio nem no final
da descarga da betoneira.
d) O concreto de uma estrutura deve ser especificado através de sua resistência característica
à compressão (fck), estimada pela moldagem e ensaios de corpos de prova cilíndricos aos 21
dias de idade.
de carregamento de 0,40 MPa/s, e que a força máxima alcançada no ensaio foi corrigida por
um fator de 0,96 para compensar a relação altura/diâmetro do espécime. Tendo o engenheiro
validado o ensaio, pode-se afirmar que a sua conduta foi:
a) incorreta, porque o ensaio deveria ter sido realizado com uma tolerância de apenas uma
hora em relação à idade em que se desejava inferir a resistência do concreto;
b) incorreta, porque a taxa de carregamento deveria ser de 30MPa ± 5MPa;
c) incorreta, porque sendo a relação altura/diâmetro igual a dois, não é necessária a correção
da força máxima observada;
d) correta, porque a taxa de carregamento do ensaio de compressão de corpos de prova
cilíndricos deve ser de 40MPa ± 10MPa;
e) correta, porque a tolerância em relação à idade do concreto para a obtenção de sua
resistência ao sétimo dia é de 12 horas.
29. CESPE – Auditor Federal Controle Externo – Questão para fixação de 2009
Entre os ensaios utilizados para o controle do concreto empregado em estruturas de concreto
armado, a avaliação da resistência à compressão é essencial para a garantia da segurança da
edificação. Os procedimentos para a execução desse ensaio são padronizados, e a análise dos
resultados permite tomadas de decisões importantes para a obra.
A esse respeito, julgue o item seguinte.
Durante a execução das estruturas, a produção de concreto resulta em um produto
homogêneo, fato que justifica o estabelecimento do único procedimento existente para o
controle da resistência.
( ) CERTO ( ) ERRADO
30. CETRO - Analista Administrativo – ANVISA - Área 4 – Questão para fixação de 2013 -
Adaptado
No que tange às propriedades mecânicas do concreto, analise as assertivas abaixo.
A resistência à compressão simples é a característica mecânica mais importante de um
concreto. Geralmente sua determinação se efetua mediante o ensaio de corpos de prova. A
resistência do concreto não é uma grandeza determinística, mas está sujeita a dispersão, cujas
causas principais são variações aleatórias da composição, das condições de fabricação e da
cura. Além desses fatores, existem influências sistemáticas, como as variações atmosféricas, a
mudança da origem de fornecimento das matérias-primas e as turmas de trabalho.
( ) CERTO ( ) ERRADO
33. CESGRANRIO - TCE-RO - Eng. Civil - Questão de fixação – Atualizado com a nova NBR
Na classificação dos concretos, de acordo com a NBR 8953 – Concreto para Fins Estruturais –
Classificação por Grupos de Resistência, pertencem ao grupo I os concretos com resistência à
compressão, em MPa, variando entre 20 e:
a) 30
b) 40
c) 50
d) 60
e) 70
c) correto, pois para abatimento entre 100 mm e 200 mm o adensamento pode ser por
vibração ou com haste (manual).
d) incorreto, pois para abatimento entre 30 mm e 180 mm o adensamento deve ser com haste
(manual).
e) incorreto, pois para abatimento superior a 160 mm o adensamento deve ser com haste
(manual).
Para a próxima questão, sugiro que pense em quais fatores afetam mais a resistência do
concreto em uma dosagem. É comum a banca fazer questões cujas respostas podem ser
qualquer alternativa, a depender da interpretação. Nesse caso, devemos nos ater àquela
mais intimamente ligada à propriedade solicitada no enunciado da questão.
42. FCC – Ana. Jud. - TRT 12ª Região - Eng. Civil - Exercício para fixação
Na dosagem do concreto, o objetivo fundamental é atingir um equilíbrio entre a
trabalhabilidade, a resistência, a durabilidade e o custo do concreto. Para a dosagem,
considera-se que a resistência do concreto é função da
a) consistência da mistura.
b) umidade do agregado.
c) relação água/cimento e do teor de ar incorporado no concreto.
d) relação água/cimento e da exposição a ciclo de congelamento/descongelamento.
e) exposição à água sulfatada.
c) 21 e duas quartas.
d) 35 e duas quartas.
e) 21 e três quartas.
45. FGV – Ana. Ambiental – INEA - Eng. Civil – Questão para fixação de 2013 - Adaptado
As alternativas a seguir apresentam características do ensaio de compressão de corpos‐de‐
prova cilíndricos de concreto, à exceção de uma. Assinale‐a:
a) A carga de ensaio deve ser aplicada continuamente e sem choques, com velocidade de
carregamento de 0,45 ± 0,15 MPa/s.
b) Até o momento do ensaio, os corpos‐de‐prova devem armazenados ao ar, em área com
sombra e ventilação.
c) A porosidade das fases componentes do concreto está inversamente relacionada à sua
resistência.
d) As fissuras não se iniciam na matriz da argamassa antes de se atingir aproximadamente 50%
da tensão de ruptura.
e) São técnicas de preparo das bases dos corpos‐de‐prova cilíndricos o capeamento e a
retificação.
48. CESPE- Auditor Fiscal de Controle Externo – Questão para fixação de 2009
A esse respeito, julgue o item seguinte.
O adensamento dos corpos de prova é feito com uma haste de socamento, com a moldagem
em camadas iguais e adensadas individualmente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
49. CESPE – Auditor Fiscal de Controle Externo - Questão para fixação de 2009
No capeamento dos corpos de prova, a superfície a ter contato com a prensa deve receber
tratamento especial após a moldagem do corpo de prova.
( ) CERTO ( ) ERRADO
53. FUMARC – Téc. Jud. - TJ MG - Eng. Civil – Questão para fixação de 2012
O capeamento do corpo de prova consiste no revestimento dos topos dos corpos-de-prova
com uma fina camada de material apropriado com as seguintes características: marque a
alternativa incorreta:
a) aderência ao corpo-de-prova.
b) compatibilidade química com o concreto.
c) rigidez, no momento de sua aplicação.
d) resistência à compressão compatível com os valores normalmente obtidos em concreto.
Perceba na próxima questão como os conhecimentos são muitas vezes cobrados de forma
misturada. Essa a seguir mistura conceito de matriz com mistura do concreto,
trabalhabilidade e consistência.
54. CONSULPLAN - Venda NI – Pref. VN Imigrante – Eng. Civil - 2016
O concreto fresco é constituído de agregados miúdo e graúdo envolvidos por pasta de cimento
e espaços cheios de ar. A pasta, por sua vez, é composta essencialmente de uma solução
aquosa e grãos de cimento. Com relação às propriedades do concreto fresco, é INCORRETO
afirmar que:
a) O conjunto pasta e espaços cheios de ar é modernamente chamado de matriz.
b) A consistência do concreto fresco é o mais importante dos fatores que influenciam na sua
trabalhabilidade. Para determinadas situações, o concreto deverá ter consistência adequada.
c) No caso da produção do concreto, por exemplo, merecem atenção a necessidade de
obtenção de uma mistura homogênea e o tempo de mistura. Esse tempo varia de acordo com
os tipos de agregados existentes no concreto.
d) Cada processo de mistura, transporte, lançamento e adensamento, exige que a
trabalhabilidade do concreto fresco fique dentro de determinados limites, para que não haja
segregação e possa ser realizada uma conveniente compactação.
61. FGV - Técnico de Nível Superior - SME Cuiabá - Eng. Civil - 2015
O engenheiro responsável pela execução de uma estrutura de concreto armado planejou e
realizou o controle por amostragem total do concreto lançado.
71. FCC – Analista de Controle - TCE-PR - Eng. Civil – Questão para fixação
No recebimento de um produto ou serviço, a partir do ensaio de uma amostra, são verificadas
as condições para sua aceitação ou rejeição, em função de características associadas à
qualidade que podem ser atributos ou variáveis. No caso do concreto, a característica é, em
geral, a resistência à compressão simples, portanto, uma variável. Os critérios de aceitação
podem ser determinísticos ou probabilísticos. Conforme critérios determinísticos, não se
admite, no conjunto, nenhuma peça, unidade ou fração não conforme, isto é, que não atenda
à especificação. Na aceitação por critério probabilístico admite-se
a) 50% dos produtos da amostra não conformes.
b) toda a amostra do produto não conforme.
c) nenhuma fração do produto não conforme.
72. ESAF – Analista de Finanças e Controle – CGU - Obras Públicas/Adaptado – Exercício para
fixação
Considerando-se três tipos de controle de qualidade do concreto, no aspecto de resistência à
compressão: por amostragem total (caso a) e por controle estatístico por amostragem parcial
(caso b), assinale a opção incorreta.
a) O caso a é o mais recomendável devido tratar-se de amostragem 100 %, onde todas as
betonadas são inspecionadas.
b) No caso a, o valor representativo da amostra é o da resistência obtido diretamente em cada
exemplar.
c) No caso b, os resultados ficam sujeitos a amostradores estatísticos que aumentam a
grandeza do valor obtido.
d) No caso b, o tamanho da amostra é estipulado em função do volume a ser produzido.
II. O cálculo da resistência de dosagem do concreto depende, entre outras variáveis, das
condições de preparo do concreto, que são duas: A e B.
III. O ensaio de abatimento do tronco de cone é o único previsto em norma para a avaliação da
consistência do concreto.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I;
b) somente II;
c) somente I e II;
d) somente I e III;
e) I, II e III.
Essa questão a seguir possui uma diferença muito sutil que torna alternativa errada. Se não
a acertar, não tem problema. O importante com essa questão específica é ver as matérias
que caem na prova.
77. UFMG - 2016 - UFMG - Eng. Civil - Adaptado
Analise as seguintes opções sobre não conformidade de uma estrutura de concreto armado e
assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Visando ao aceite da estrutura, pode ser feita a revisão do projeto, considerando valores
obtidos nos ensaios.
b) O ensaio de resistência a compressão de testemunhos da estrutura visa confirmar que o
desempenho da estrutura está em conformidade com o disposto em projeto.
c) A prova de carga não é recomendada quando há possibilidade de ruptura frágil.
d) Extraídos e ensaiados testemunhos e constatada deficiência de resistência do concreto,
procede-se a seguir, nova verificação da estrutura.
79. FCC – Ana. Jud. - TRE PE - Arquitetura – Questão para fixação - Adaptado
A extração de testemunhos, para fins de avaliação da resistência à compressão de pilares, deve
ser feita sempre que possível:
I. na direção ortogonal à direção de lançamento.
II. na direção de lançamento.
III. distanciada das juntas de concretagem de pelo menos um diâmetro do exemplar.
IV. com broca rotativa ou oscilante, refrigerada a água, sem uso de percussão.
84. CESPE - Auditor Municipal de Controle Interno - CGM João Pessoa - 2018
No que se refere às especificações de materiais e serviços, cadernos de encargos e normas
técnicas, julgue o item.
A resistência à compressão característica do concreto é obtida a partir do ensaio de
compressão diametral em corpo de prova cilíndrico.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Essa questão que se segue é bem polêmica, portanto, procure o lado bom da questão, que é
tentar pegar algum conhecimento que ela possa te despertar para fixar mais. Estudaremos o
conteúdo da questão em mais detalhes na próxima aula.
Tente fazer essa questão um pouco longa a seguir para fixação de conceitos como traço e
coeficiente de inchamento. Tente não usar calculadora para se acostumar no dia da prova.
92. FGV - CODEBA - Ana. Portuário - Eng. Civil - 2016
Para a execução de um revestimento, uma argamassa de traço 1:8 em massa de cimento e
areia secos será produzida na obra. A areia disponível possui massa específica aparente seca
igual a 1600 kg/m³ e, na obra, apresenta teor de umidade de 2%.
Sabendo-se que nessa umidade o inchamento da areia é de 24%, o volume (aparente) dessa
areia úmida a ser utilizado para cada saco de 50 kg de cimento deverá ser de
a) 250 litros.
b) 260 litros.
c) 280 litros.
d) 300 litros.
e) 310 litros.
94. CESPE - Auditor de Controle Externo - TCE-ES - Eng. Civil - Questão para fixação adaptada
A respeito das características físicas dos materiais, julgue o item que se segue.
Para fins de dosagem de concretos, é essencial conhecer a massa específica aparente dos
agregados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
96. CEV UECE - ACI - COGE CE - Auditoria de Obras Públicas – Questão para fixação de 2013
Diversas vezes é necessário tomar algumas providências durante a execução da obra. Uma das
decisões que acontecem é relativa ao consumo de cimento antes da concretagem. Sabendo-se
que um concreto dosado, sem ar incorporado, consome 170 litros de água a cada metro cúbico
de concreto e tem relação água cimento de 0,68, pode-se afirmar corretamente que o número
de sacos de cimento que esse concreto consome é
a) 2.
b) 3.
c) 4.
d) 5.
99. CESPE – Min. da Integração Nacional – Eng. Civil – Questão para fixação de 2013
Após a concretagem de uma ponte, o engenheiro fiscal recebeu relatório da supervisora da
obra, contendo as seguintes observações:
a) a resistência média do concreto, obtida por ensaio sob compressão, foi de 50 Mpa, valor
muito superior à resistência característica de projeto, que é de 45 Mpa;
b) o engenheiro executor reduziu a espessura das armaduras de aço constantes no projeto
executivo para atender à densidade mínima de ferragens prevista em norma e facilitar a
dobragem das barras;
c) no preparo da massa, um aditivo redutor de permeabilidade foi aplicado para acelerar o
endurecimento das peças de concreto.
Com base nessas informações, julgue o item que se segue.
Aplicando-se um elevado controle tecnológico no preparo da massa, a resistência do concreto
relatada estaria de acordo com o previsto em projeto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Essa questão a seguir é de nível difícil para memorizar e efetuar os cálculos na hora da prova.
Sugiro que tente fazer 1 só vez, não conseguindo, olhe a resolução e avance com o conteúdo.
Quando terminar de ver todas as aulas, aí sim vale a pena retornar aqui para tentar acertar
de primeira a questão. A importância dessa questão é perceber como se manipulam os
coeficientes do traço unitário na fórmula que vimos, pois a aplicação desses coeficientes
pode ainda ser cobrada.
102. FCC – 2015 - Ana. Jud. - TRE RR - Eng. Civil
Pretende-se estimar a massa de brita necessária para a execução de concreto com traço em
massa de (1:2:3:0,6).
A massa de brita necessária para a produção de 6 m3 de concreto é, em kg, igual a:
Dados:
- Concreto a ser executado na obra com agregados secos;
- Desprezar o volume de vazios com ar do concreto fresco adensado;
- Cimento: massa específica dos sólidos = 2,50 g/cm3;
- Areia: massa específica dos sólidos = 2,00 g/cm3;
- Brita: massa específica dos sólidos = 3,00 g/cm3.
a) 1 000.
b) 4 000.
c) 6 000.
d) 2 000.
e) 3 000.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto — Procedimento para
moldagem e cura de corpos de prova. 2 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2015. 12 p.
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto — Ensaio de compressão de
corpos de prova cilíndricos. 3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2018. 13 p.
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto —
Procedimento. 3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2014. 256 p.
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7680-1: Concreto — Extração, preparo,
ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto Parte 1: Resistência à compressão axial.
1 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2015. 29 p.
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953: Concreto para fins estruturais –
Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e consistência. 3 ed. Rio de Janeiro:
Abnt, 2015. 7 p.
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12142: Concreto — Determinação da
resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos. 3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2010. 5 p.
ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto de cimento Portland —
Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento. 3 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2015. 29 p.
Esse é nosso diferencial, prever nas aulas tudo que pode cair na prova, ensinar com todos os detalhes
para não ficar nenhuma dúvida. Mas se você ainda tem alguma pergunta, por favor, entre em
contato com nosso time no fórum de dúvidas. Será um prazer respondê-los.
GABARITO