NBR 5422 LT Aérea
NBR 5422 LT Aérea
NBR 5422 LT Aérea
601/0001-50
Número de referência
ABNT NBR 5422:2024
112 páginas
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Sumário Página
Prefácio.................................................................................................................................................x
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos, definições, abreviaturas e símbolos...................................................................3
4 Elementos meteorológicos..............................................................................................16
4.1 Geral...................................................................................................................................16
4.2 Obtenção de parâmetros meteorológicos......................................................................16
4.3 Temperatura do ar.............................................................................................................16
4.4 Velocidade e direção do vento, temperatura do ar e radiação solar............................16
4.5 Densidade relativa do ar...................................................................................................16
4.6 Umidade absoluta do ar....................................................................................................17
4.7 Massa específica do ar.....................................................................................................18
4.8 Fator de correção atmosférico para isolamento em ar.................................................18
4.9 Vento...................................................................................................................................20
4.9.1 Geral...................................................................................................................................20
4.9.2 Velocidades de vento de séries horárias........................................................................20
4.9.3 Velocidades de vento de séries de máximos anuais.....................................................20
4.9.4 Conversão das velocidades medidas.............................................................................20
5 Critérios gerais para o cálculo das temperaturas do condutor....................................22
6 Cálculo da temperatura do condutor em regime permanente......................................24
6.1 Geral...................................................................................................................................24
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12.6.12 Vento de 3 s longitudinal, com ação parcial sobre suportes treliçados, estaiados
monomastro de suspensão .............................................................................................70
12.6.13 Contenção de falha com desequilíbrio longitudinal do cabo para-raios,
para suportes de suspensão e ancoragem intermediária ............................................70
12.6.14 Contenção de falha com desequilíbrio longitudinal do cabo condutor,
para suportes de suspensão e ancoragem intermediária.............................................70
12.6.15 Construção e manutenção...............................................................................................70
12.7 Hipóteses para o estado limite de utilização .................................................................71
13 Fundações.........................................................................................................................71
13.1 Geral...................................................................................................................................71
13.2 Investigações geológico-geotécnicas.............................................................................71
13.2.1 Investigações geológicas.................................................................................................71
13.2.2 Investigações geotécnicas...............................................................................................71
13.2.3 Investigações da agressividade do terreno....................................................................72
13.3 Inspeção de campo...........................................................................................................72
13.4 Esforços atuantes.............................................................................................................72
13.5 Escolha dos tipos de fundação.......................................................................................72
13.6 Dimensionamento geotécnico das fundações...............................................................72
13.7 Dimensionamento estrutural das fundações.................................................................72
13.8 Durabilidade das fundações ...........................................................................................73
13.9 Recuperação e reforço das fundações...........................................................................73
14 Isoladores, ferragens e conectores ................................................................................73
14.1 Geral...................................................................................................................................73
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Figuras
Figura 1 – Temperaturas e distâncias de segurança para as condições típica e limite para
o regime nominal...............................................................................................................23
Figura 2 – Temperaturas e distâncias de segurança para as condições típica e limite para
o regime em sobrecorrente..............................................................................................23
Figura 3 – Distância vertical para locais acessíveis somente a pedestres..................................28
Tabelas
Tabela 1 – Fatores de categorias de rugosidade do terreno..........................................................21
Tabela 2 – Fatores de conversão do período de integração Kint...................................................21
Tabela 3 – Valores de α para determinação de Kalt.........................................................................21
Tabela 4 – Riscos térmicos e riscos de falha..................................................................................22
Prefácio
A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).
Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.
Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.
A ABNT NBR 5422 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), pela Comissão
de Estudo de Projeto de Linhas de Transmissão de Energia Elétrica (CE-003:011.001). O Projeto
de Revisão 1 circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 12, de 02.12.2016 a 10.01.2017.
O Projeto de Revisão 2 circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 05, de 17.05.2023
a 15.06.2023. O Projeto de Revisão 3 circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 11,
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de 21.11.2023 a 20.12.2023.
A ABNT NBR 5422:2024 cancela e substitui a ABNT NBR 5422:1985, a qual foi tecnicamente revisada.
Scope
This Standard establishes the technical criteria for the project of overhead electrical transmission
lines, to ensure minimum levels of security and limit disturbance in nearby locations, for the following
voltages levels:
a) In alternating current, with maximum operating voltage, RMS phase-phase value, above 38 kV
and not more than 800 kV,
b) In direct current, with maximum operating voltage, per pole, above 200 kV and not more than
800 kV, for positive and negative polarities, monopolar and bipolar lines.
For simplicity of writing, where there is no possibility of doubt, overhead electric power transmission
lines are simply designated as lines.
This Standard also applies to upgrading, uprating and refurbishment of overhead lines.
In temporary installations, the requirements of this standard do not necessarily need to be met, provided
that special care is taken to preserve the safety of third parties.
d) telecommunication lines.
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1 Escopo
Esta Norma estabelece os critérios técnicos para o projeto de linhas aéreas de energia elétrica, de
modo a garantir níveis mínimos de segurança e limitar perturbações em instalações próximas, para
os seguintes níveis de tensão:
a) em corrente alternada, com tensão máxima de operação de valor eficaz fase-fase acima de 38 kV
e não superior a 800 kV,
b) em corrente contínua, com tensão máxima de operação por polo acima de 200 kV e não superior
a 800 kV, para polaridade positiva ou negativa, linhas monopolares ou bipolares.
Para simplificar a redação, onde não houver possibilidade de dúvida, as linhas aéreas de transmissão
de energia elétrica são abreviadamente designadas por linhas.
Em instalações provisórias, as prescrições desta Norma não precisam, necessariamente, ser atendidas,
desde que cuidados especiais com vista à preservação de segurança de terceiros sejam tomados.
d) linhas de telecomunicação.
2 Referências normativas
Os documentos a seguir são citados no texto de tal forma que seus conteúdos, totais ou parciais,
constituem requisitos para este Documento. Para referências datadas, aplicam-se somente as edições
citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido documento
(incluindo emendas).
ABNT NBR 5032, Isoladores para linhas aéreas com tensões acima de 1 000 V – Isoladores de
porcelana ou vidro para sistemas de corrente alternada
ABNT NBR 5369, Cabos de liga alumínio-magnésio-silício nus com alma de aço zincado para linhas
aéreas – Especificação
ABNT NBR 6232, Penetração e retenção de preservativos em madeira tratada sob pressão
ABNT NBR 6535, Sinalização de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica com vistas à
segurança da inspeção aérea
ABNT NBR 7095, Ferragens eletrotécnicas para linhas de transmissão e subestações de alta tensão
e extra alta tensão
ABNT NBR 7108-1, Ferragens integrantes padronizadas de isoladores para cadeia de vidro e de
porcelana – Parte 1: Acoplamento concha e bola
ABNT NBR 7108-2, Ferragens integrantes padronizadas de isoladores para cadeia de vidro e de
porcelana – Parte 2: Acoplamento garfo e olhal
ABNT NBR 7109, Isolador tipo disco de porcelana ou vidro – Dimensões e características
ABNT NBR 7270, Cabos de alumínio nus com alma de aço zincado para linhas aéreas – Especificação
ABNT NBR 7271, Cabos de alumínio nus para linhas aéreas – Especificação
ABNT NBR 7276, Sinalização de advertência em linha aérea de transmissão de energia elétrica –
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Procedimento
ABNT NBR 8451 (todas as partes), Postes de concreto armado e protendido para redes de distribuição
e de transmissão de energia elétrica
ABNT NBR 8453 (todas as partes), Cruzetas de concreto armado e protendido para redes de
distribuição de energia elétrica
ABNT NBR 8664, Sinalização para identificação de linha área de transmissão de energia elétrica –
Requisitos
ABNT NBR 10298, Cabos de liga alumínio-magnésio-silício, nus, para linhas aéreas – Especificação
ABNT NBR 10712, Cabos e cordoalhas de fios de aço revestidos de alumínio, nus, para linhas aéreas –
Especificação
ABNT NBR 10841, Cabos de alumínio reforçados por fios de aço revestidos de alumínio para linhas
aéreas – Especificação
ABNT NBR 14074, Cabos para-raios com fibras ópticas (OPGW) para linhas aéreas de transmissão –
Requisitos e métodos de ensaio
ABNT NBR 15122, Isoladores para linhas aéreas – Isoladores compostos tipo suspensão e tipo
ancoragem, para sistemas em corrente alternada com tensões nominais acima de 1 000 V – Definições,
métodos de ensaio e critério de aceitação
ABNT NBR 15232, Isolador composto tipo pilar para linhas aéreas de corrente alternada, com tensões
acima de 1 000 V – Definições, métodos de ensaio e critério de aceitação
ABNT NBR 15643, Isoladores poliméricos para uso interno e externo, com tensão nominal superior
a 1 000 V – Ensaios de projeto
ABNT NBR 15749, Medição da resistência de aterramento e dos potenciais na superfície do solo
em sistemas de aterramento
ABNT NBR 15770, Cabos de alumínio nus reforçados com fios de liga alumínio-magnésio-silício para
linhas aéreas – Especificação
ABNT NBR 16202, Postes de eucalipto preservado para redes de distribuição elétrica – Requisitos
ABNT NBR 16254-1, Materiais para sistemas de aterramento – Parte 1: Requisitos gerais
ABNT NBR 16563 (todas as partes), Mitigação de efeitos de interferências elétricas em sistemas
dutoviários
ABNT NBR 16686, Cabos de alumínio-liga 1120 para linhas aéreas – Especificação
ABNT NBR 16730, Cordoalha de fios de aço zincados para eletrificação – Requisitos
ABNT NBR IEC 60050-161, Vocabulário eletrotécnico internacional – Parte 161: Compatibilidade
eletromagnética
ABNT NBR IEC 60060-1, Técnicas de ensaios elétricos de alta tensão – Parte 1: Definições gerais
e requisitos de ensaio
ABNT IEC/TS 60815 (todas as partes), Seleção e dimensionamento de isoladores para alta-tensão
sob condições de poluição
IEC 60050-466, International electrotechnical vocabulary (IEV) – Part 466: Overhead lines
IEC 61472, Live working – Minimum approach distances for a.c. systems in the voltage range 72,5 kV
to 800 kV – A method of calculation
IEC/TR 61774, Overhead lines – Meteorological data for assessing climatic loads
Para os efeitos deste Documento, aplicam-se os termos e definições das ABNT NBR 5456,
ABNT NBR 5460, ABNT NBR 5471, ABNT NBR 5472, ABNT NBR 6547, ABNT NBR 15749
e IEC 60050-466.
3.1.1
ampacidade
capacidade de corrente
corrente máxima que o cabo pode conduzir para uma dada condição de referência
3.1.2
área de preservação permanente
APP
área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas
3.1.3
balanço assíncrono
movimento relativo entre dois condutores adjacentes de fases distintas, devido à ação diferenciada
do vento
3.1.4
cabo para-raios
cabo de guarda
cabo terra
cabo de blindagem
cabo nu geralmente instalado acima dos condutores de uma linha, provendo um grau de proteção
contra descargas atmosféricas
3.1.5
cadeia de isoladores
conjunto articulado constituído de uma penca de isoladores, ou de várias pencas interligadas, e das
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3.1.6
condição de referência da ampacidade
condição representada pela temperatura superficial do condutor e pelas condições ambientais, tais
como, mas não limitado a: temperatura ambiente, velocidade do vento e radiação solar
3.1.7
condutor
〈de uma linha aérea〉 fio, cabo ou feixe de cabos, que constitui uma fase de uma linha de corrente
alternada, ou um polo de uma linha de corrente contínua
3.1.8
contrapeso
eletrodo de aterramento utilizado em linhas de transmissão, constituído por arranjos de condutores
tipicamente lançados radialmente a partir da base ou dos pés do suporte até próximo ao limite da
faixa de passagem, de onde seguem paralelamente ao limite da faixa de passagem, assim como
condutores de aterramento adicionais lançados a partir do suporte e dentro da faixa de passagem
da linha de transmissão
3.1.9
corredor
faixa de passagem comum a duas ou mais linhas de transmissão paralelas
3.1.10
corte raso
técnica de supressão de vegetação caracterizada pela corte de toda a vegetação em determinada
área, podendo haver ou não destoca
3.1.11
corte seletivo
técnica de supressão de vegetação caracterizada pelo corte de vegetação, permanecendo na área
as espécies vegetais que não ofereçam riscos potenciais à operação da linha de transmissão
3.1.12
destoca
técnica de retirada de tocos e partes de raízes
3.1.13
distância de segurança
distância mínima entre um cabo condutor e seus acessórios energizados a quaisquer partes, energizadas
ou não, da própria linha, dos terrenos e obstáculos atravessados ou que estejam nas suas proximidades
3.1.14
estado-limite de falha
estado de uma linha de transmissão no qual um componente essencial falhou por ter atingido a sua
carga máxima admissível (seja por ruptura, flambagem, tombamento)
3.1.15
estado-limite de utilização
estado de uma linha de transmissão no qual uma deformação ou deslocamento de um suporte,
temporário ou permanente, afeta o aspecto visual do mesmo ou reduz as distâncias de segurança
NOTA Nesse estado, a linha de transmissão pode continuar em operação, eventualmente com maior
probabilidade de ocorrência de desligamentos por sobretensões.
3.1.16
estai
cabo de aço, tracionado, conectando um ponto do suporte a uma ancoragem, ou entre dois pontos
de suporte
3.1.17
faixa de passagem
área de terra, obtida pela projeção no plano horizontal, da largura necessária para a construção,
operação, manutenção e inspeção de uma linha de transmissão, e que é instituída para fins de
declaração de utilidade pública
3.1.18
faixa de segurança
área de terra que projeta no plano horizontal a largura necessária para a linha de transmissão,
determinada pelo balanço dos cabos devido à ação do vento, pelos efeitos elétricos, pelas dimensões
das estruturas e pelo posicionamento dos estais; sendo necessária para todos os atos de construção,
operação, manutenção e inspeção da linha, garantindo a segurança de terceiros
3.1.19
faixa de serviço
parte da faixa de passagem necessária para as atividades de lançamento de cabo e inspeção da linha
de transmissão
3.1.20
faixa de servidão
faixa de passagem legalmente constituída em favor da concessionária, a qual se impõe restrições
ao uso e gozo, permanecendo, porém, sob o domínio do proprietário
3.1.21
faixa paralela à faixa de passagem
área adjacente à faixa de passagem, necessária para manter o regular fornecimento de energia
elétrica, tendo em vista a poda ou o corte de qualquer árvore, cujo tombamento ou aproximação
aos cabos condutores possam causar danos ou provocar desligamentos da linha de transmissão
de energia elétrica
3.1.22
ferragem
acessório que exerce função mecânica, elétrica ou de sinalização em uma linha
chifre de descarga, luvas de emenda, esfera de sinalização, pré-formados, ferragens de cadeia etc. (ver a
ABNT NBR 6547).
3.1.23
flecha
distância máxima em um vão de uma linha aérea entre um cabo e a linha reta que une seus pontos
de apoio
3.1.24
fundação
estrutura imersa no solo, por escavação e reaterro, ou cravação, à qual são fixadas as bases de
um suporte, para fornecer a resistência necessária, seja à compressão, à tração ou aos momentos,
para assegurar seu equilíbrio perante todas as cargas aplicadas
3.1.25
hipótese de carregamento
conjunto de solicitações mecânicas que são consideradas no projeto de qualquer elemento de uma
linha
3.1.26
instalação provisória
linha aérea executada em caráter temporário, geralmente a fim de manter a continuidade de serviço
durante falhas de uma linha de transmissão
3.1.27
interferência eletromagnética
degradação no desempenho do equipamento ou canal de transmissão causada por uma perturbação
eletromagnética
3.1.28
isolador
dispositivo destinado a suportar e isolar um elemento condutor ou equipamento elétrico submetido
a potenciais distintos (151-15-39)
3.1.29
limpeza de faixa
atividade realizada na faixa de passagem ou no seu entorno, em área com largura e comprimento
variáveis em função das características da vegetação existente, do risco de incêndios nessa vegetação,
da tensão nominal da linha e do projeto da linha de transmissão, na qual é realizado o manejo da
vegetação, para permitir a execução das atividades de implantação, manutenção e operação da linha
de transmissão
3.1.30
obstáculo
elemento alheio à linha de transmissão, do qual deve-se resguardar a distância apropriada por
questões de segurança elétrica e mecânica, podendo ser de caráter permanente (como edificações
ou outra linha de transmissão) ou ocasional (como pessoas ou veículos)
3.1.31
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ocupação
ato autorizado pela concessionária, a título precário ou não, para a permanência de vegetação ou
benfeitoria na faixa de passagem da linha de transmissão, desde que respeitadas as normas técnicas
aplicáveis a cada caso
3.1.32
parâmetro da catenária
razão entre a componente horizontal da carga de tração e o peso do cabo por unidade de comprimento
3.1.33
período de integração
tempo de amostragem de um parâmetro climático, no qual infere-se parâmetros estatísticos como
média e desvio-padrão
3.1.34
período de retorno
intervalo médio entre ocorrências sucessivas de um mesmo evento durante um período indefinidamente
longo, correspondente ao inverso da probabilidade de ocorrência do evento no período de um ano
3.1.35
poda
corte de galhos e parte aérea de uma vegetação sem eliminá-la
3.1.36
radiointerferência
RI
interferências eletromagnéticas incidindo na faixa de frequência de até 30 MHz, correspondendo
as faixas ULF, VLF, LF, MF e HF
3.1.37
reforma
construção ou substituição em caráter permanente, de trechos ou componentes da linha, com
a finalidade de restabelecer ou melhorar as condições de operação da instalação
3.1.38
reisolamento
conjunto das modificações necessárias para permitir que a linha possa operar, continuamente, em
tensão superior à de seu projeto original
3.1.39
risco térmico
probabilidade de que uma determinada temperatura superficial do cabo condutor venha a ser excedida
3.1.40
roço
técnica de supressão de vegetação caracterizada pelo corte da vegetação herbácea e/ou arbustiva
por meio de roçadeiras mecânicas ou ferramentas manuais, a uma altura de corte especificada
3.1.41
série horária da temperatura superficial do cabo condutor
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3.1.42
sobrecorrente
valor de corrente que excede um limite especificado
3.1.43
sobretensão
valor de tensão que excede um limite especificado
b) sobretensão de frente lenta: sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até
a crista entre 20 µs e 5 000 µs e com tempo até o meio valor (na cauda) inferior a 20 ms;
3.1.44
suporte
estrutura que suporta os condutores, isoladores e outros componentes de uma linha aérea. São
considerados suportes: torres, postes e pórticos
3.1.45
suporte autoportante
suporte com estabilidade intrínseca, que não faz uso de estais
3.1.46
suporte cross-rope
suporte estaiado constituído por dois mastros apoiados em fundações distintas, no qual as cadeias
de suspensão são suportadas por um cabo de aço que interliga os topos dos mastros
3.1.47
suporte estaiado
suporte no qual a estabilidade é assegurada pelo uso de estais
3.1.48
supressão da vegetação
qualquer atividade que resulte no corte ou derrubada da cobertura vegetal de uma determinada área
3.1.49
temperatura coincidente
valor considerado como média das temperaturas ambiente mínimas diárias e suposto coincidente
com a ocorrência da velocidade do vento de projeto
3.1.50
temperatura-limite em sobrecorrente de referência
valor associado ao risco térmico definido para a condição-limite em sobrecorrente de referência
3.1.51
temperatura-limite nominal de referência
valor associado ao risco térmico definido para a condição-limite nominal de referência
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3.1.52
temperatura máxima
valor com probabilidade de 2 % de vir a ser excedido anualmente, obtido da distribuição estatística
das temperaturas ambiente máximas anuais
3.1.53
temperatura máxima média
valor médio da distribuição estatística das temperaturas ambiente máximas diárias
3.1.54
temperatura média
valor médio da distribuição estatística da temperatura ambiente com taxa de amostragem horária
3.1.55
temperatura mínima
valor com probabilidade de 2 % de vir a ocorrer anualmente temperatura menor, obtido da distribuição
estatística das temperaturas mínimas anuais
3.1.56
temperatura nominal em sobrecorrente de referência
valor associado ao risco térmico definido para a condição típica em sobrecorrente de referência
3.1.57
temperatura típica nominal de referência
valor associado ao risco térmico definido para a condição típica nominal de referência
3.1.58
trabalho em linha viva
manutenção em linha viva
manutenção no potencial
trabalho ao vivo
atividade na qual um trabalhador faz contato com partes energizadas ou entra em uma zona de
trabalho com partes de seu corpo ou com ferramentas, dispositivos ou equipamentos
NOTA São exemplos de manutenção em linha viva: substituição de isoladores e espaçadores, limpeza
de isoladores e peças energizadas e substituição de outros componentes da instalação.
3.1.59
travessia
cruzamento de linha de transmissão com rede de distribuição, linha de telecomunicação, rodovia,
ferrovia, tubulação, hidrovia ou obstáculos similares
3.1.60
TV Interferência
TVI
interferências eletromagnéticas incidindo na faixa de frequência entre 30 MHz e 1 GHz, correspondendo
às faixas VHF e UHF
3.1.61
unidades de conservação
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características
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naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção
3.1.62
uso secundário da faixa
uso da faixa de passagem da linha de transmissão para atividades não inerentes à implantação,
operação ou manutenção da linha de transmissão
3.1.63
vão gravante
vão de peso
distância entre os pontos com tangente horizontal das catenárias dos vãos adjacentes ao suporte
3.1.64
vão médio
vão de vento
média aritmética dos vãos adjacentes ao suporte
3.1.65
vegetação de risco
qualquer espécie vegetal situada dentro das Zonas B ou C na faixa de passagem, cuja altura represente
um risco potencial à operação da linha de transmissão, em caso de tombamento, incêndio e balanço
de cabos condutores
3.1.66
vegetação nativa
cobertura vegetal natural de uma área, composta por qualquer forma de vegetação em estado íntegro
de preservação ou em qualquer estágio de regeneração, constituindo parte do ecossistema e da
biodiversidade da região
3.1.67
velocidade do vento de série de máximos anuais para projeto
velocidade do vento da série de máximos anuais com o período de integração especificado, sendo
os períodos usuais adotados 3 s e 10 min
3.1.68
vibração eólica
movimento periódico de um condutor induzido pelo vento, com frequência na faixa de dez a dezenas
de hertz, e pequena amplitude, da ordem do diâmetro do condutor, predominantemente no plano vertical
3.3 Símbolos
Cada símbolo é seguido pela unidade a ser normalmente considerada, sendo as quantidades
adimensionais indicadas por (–). Algumas quantidades são expressas em p.u., sendo esta a razão
entre o valor real de uma grandeza e um valor de referência.
4 Elementos meteorológicos
4.1 Geral
Nesta Seção, são descritos os elementos climáticos ou parâmetros utilizados no projeto de linhas
aéreas de transmissão, suas formas adequadas de coleta e respectivos tratamentos estatísticos.
4.2.2 Na falta de dados com as características descritas em 4.2.1 (ou no caso em que não sejam
utilizadas medições específicas), um procedimento alternativo para estabelecer a média e o desvio
padrão, de alguns dos elementos climáticos e parâmetros deles derivados, é expressar esses valores
através de fatores que definem o clima como: altitude e posição geográfica.
4.3 Temperatura do ar
4.3.1 A temperatura média do ar deve ser calculada com base em séries horárias com período de
coleta mínimo de 10 anos.
4.3.2 As temperaturas diárias máxima, mínima e média das mínimas devem ser calculadas com
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p 273 + t0
δ=
p0 273 + t
onde
4.5.2 A média e o desvio-padrão da densidade relativa do ar devem ser calculados com base em
séries horárias da temperatura do ar e da pressão atmosférica, medidas simultaneamente por um
período mínimo de 3 anos.
Média
δ = 0, 984 − 0, 836 × 10 −4 alt + 0,141 × 10 −5 lat alt − 0, 788 × 10 −6 lon alt
Desvio-padrão:
σ δ = 0, 977 × 10 −2 + 0, 256 × 10 −5 alt − 0, 205 × 10 −3 lat + 0, 213 × 10 −4 lat alt
onde
4.5.4 A distribuição estatística da densidade relativa do ar deve ser considerada como normal.
243 + t
H=
0, 4615 (273 + t )
onde
4.6.2 A média da umidade absoluta deve ser calculada com base em séries horária de temperatura
do ar e umidade relativa do ar medidas simultaneamente por um período mínimo de 3 anos.
4.6.3 Não havendo medições específicas, a média da umidade absoluta pode ser calculada por:
onde
Para os efeitos desta Norma, deve ser usada a temperatura média das mínimas.
4.8.2 Os fatores de correção atmosféricos podem ser separados em fator de correção devido a
densidade relativa do ar (k1) e fator de correção devido a umidade (k2), este último aplicado em
condições de tempo seco.
4.8.2.1 O fator de correção atmosférico devido a densidade relativa do ar deve ser calculado por:
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k1 = δ m
4.8.2.2 O fator de correção atmosférico devido a umidade absoluta do ar deve ser calculado por:
k2 = Hcw
onde
H
Hc = 1 + 0, 012 − 11
δ
4.8.3.1 O fator de correção atmosférico para tensões a frequência fundamental, kaff, deve ser
calculado por:
kaff = δ m1
onde
4.8.4.1 O fator de correção atmosférico para impulsos de frente lenta, ka,fl, deve ser calculado por:
ka,fl = δ m 2 Hcm 2
onde
1080 ln 0, 46 d + 1 d ≤ 3, 5 m
500 d ( )
G0 =
3400 d > 3, 5 m
500 d + 4000
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onde
Para condições de tempo sob chuva, o fator de correção atmosférico para impulsos de frente lenta
depende somente da densidade relativa do ar, onde m2 é obtido conforme 4.8.4.2:
kafl = δ m2
4.8.5.1 O fator de correção atmosférico para impulsos de frente rápida, ka,fr, deve ser calculado por:
kafr = δ m3
onde
4.9 Vento
4.9.1 Geral
Para fins desta Norma, as velocidades de vento utilizadas para os diversos cálculos previstos, são
definidas utilizando distribuições estatísticas obtidas a partir de duas séries de registros, conforme
4.9.2 e 4.9.3.
4.9.2.1 As velocidades de vento de séries horárias são usadas para o cálculo da temperatura do
condutor.
4.9.2.2 O vento de séries horárias é caracterizado por sua velocidade e direção, tempo de integração
de 10 min, altura de 10 m em relação ao solo e rugosidade do terreno B.
4.9.2.3 Caso seja feita mais de uma medição por hora, deve ser considerado o menor dos valores
obtidos.
Se a medição for feita em condições diferentes das definidas acima, as velocidades devem ser
convertidas para estas condições, conforme 4.9.4.
4.9.3.1 As velocidades de vento de séries de máximos anuais são usadas para o cálculo mecânico
dos cabos condutores e para raios, dimensionamento estrutural, cálculo do ângulo de balanço e
a largura mínima da faixa de passagem.
4.9.3.2 Para efeitos desta Norma, a série de velocidades máxima anual pode ser modelada pela
distribuição estatística de valores máximos de Gumbel.
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4.9.3.2.1 Os parâmetros desta distribuição devem ser estimados com base em séries de máximos
anuais com período de coleta mínimo de 10 anos.
4.9.3.3 As velocidades de projeto usadas para cálculo da ação mecânica do vento sobre os
componentes da linha de transmissão, conforme a Seção 8, são calculadas a partir da velocidade
de referência VR, definida como a velocidade com um período de retorno T, período de integração
10 min, referida a 10 m de altura e em terreno de categoria B.
4.9.4.1 As velocidades, Vm, obtidas a partir da série de valores medidos em condições diferentes
daquelas definidas em 4.9.2.2 e 4.9.3.3, onde necessário, devem ser convertidas, utilizando a equação
geral:
Vm
V=
K int K rug K alt
onde
Os fatores de conversão para 10 min, para medições feitas com o período de integração de 3 s são
dados na Tabela 2.
4.9.4.4 Altura
onde
5.2 Considera-se como temperatura do condutor a temperatura média da sua superfície, calculada
com base em um modelo de equilíbrio térmico em regime permanente.
5.3 Para o cálculo das temperaturas do condutor devem ser definidas, a priori, a corrente nominal
e a sobrecorrente máxima admissível. Estas correntes definem os chamados regime nominal1)
e regime de sobrecorrente2).
5.3.1 O regime em sobrecorrente é caracterizado como uma situação temporária, não habitual e
não repetitiva, decorrente de uma contingência no sistema elétrico, que imponha uma necessidade
de carregamento adicional de linhas de transmissão, visando afastar a necessidade de corte ou
grandes remanejamentos de cargas.
5.3.2 Estas correntes podem ser estabelecidas para cada período climático.
5.4 Para cada um destes regimes são estabelecidas duas condições de referência denominadas
de condição típica e condição-limite. Cada condição é caracterizada pelo risco térmico, que é a
probabilidade da temperatura do condutor exceder o valor calculado e pelo risco de falha, que é
a probabilidade de ocorrer uma descarga disruptiva nos diversos espaçamentos entre o condutor
e obstáculos.
5.5 Os valores máximos dos riscos térmico e de falha estão estabelecidos na Tabela 4.
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5.6 Para o regime nominal, são definidas duas temperaturas denominadas temperatura típica
nominal e temperatura limite nominal, que correspondem aos riscos térmicos estabelecidos para
as condições típica e limite, respectivamente. A estas temperaturas estão associadas as distâncias
verticais denominadas distância típica nominal e distância-limite nominal, respectivamente, que
correspondem aos riscos de falha, definidos para as respectivas condições, conforme a Figura 1.
5.9 A metodologia para o cálculo das distâncias de segurança encontra-se descrita na Seção 7.
6.1.1 Nesta Seção, são estabelecidos os critérios utilizados no cálculo das temperaturas do cabo
condutor, a partir de valores de correntes previamente definidos.
Os procedimentos estabelecidos nesta Seção devem ser utilizados para linhas novas, definidas ou não
através de leilões e, opcionalmente, na verificação das condições operativas das linhas existentes,
visando a sua otimização.
6.1.3 Nos casos em que houver grandes variações climáticas ao longo da rota, podem ser
determinadas temperaturas típicas e limites por trechos da linha de transmissão.
6.2.1 O cálculo da temperatura do condutor deve ter como base séries de velocidade e direção
do vento, temperatura do ar e radiação solar simultâneas, obtidas por medição direta ou por análise
climatológica.
Este cálculo deve ser efetuado pelo modelo estabelecido na legislação vigente [1]3).
6.2.2 Para representar a sazonalidade do clima, estas séries podem ser particionadas de acordo
com os meses mais quentes e mais frios e nos horários diurnos e noturnos.
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6.2.2.1 Os períodos sazonais devem ser considerados conforme estabelecido na legislação vigente [1].
6.3.2 Para representar a sazonalidade do clima, devem ser calculadas as séries de temperaturas
do condutor para cada um dos períodos estabelecidos em 6.2.
6.3.3 A partir das correntes especificadas, devem ser calculados os valores das temperaturas
correspondentes aos riscos térmicos das condições típica e limite, para cada um dos períodos climáticos
e para cada um dos regimes de operação aplicáveis.
6.3.4 Para cada regime, a temperatura típica de projeto e a temperatura limite de projeto, serão
as maiores entre as temperaturas calculadas para os períodos climáticos.
6.3.5 O projeto de plotação das estruturas deve considerar, concomitantemente, os dois pares
de valores de temperatura de projeto e de distância de segurança, definidos para as condições típica
e limite de cada regime.
6.4.1 Com base nas séries de dados meteorológicos obtidas para cada uma das sazonalidades,
deve ser calculada a série de temperaturas do condutor considerando a corrente especificada para
cada sazonalidade.
6.4.2 No cálculo da temperatura do condutor, deve ser considerada a direção do vento efetivamente
medida ou calculada ao longo da rota da linha de transmissão.
6.4.3 A série das temperaturas superficiais do condutor deve corresponder a um período mínimo
de 10 anos, sendo o risco térmico determinado pela contagem dos valores observados.
6.4.4 Na impossibilidade de atender 6.4.3, períodos de coleta de no mínimo 3 anos podem ser
considerados, desde que sejam realizados estudos específicos para determinação do período mínimo
de coleta que represente, de forma fidedigna, as variações sazonais do clima na temperatura do
condutor na região da linha de transmissão.
7.1.1 Nesta Seção, são estabelecidas as distâncias de segurança entre os cabos condutores de
uma linha de transmissão e o solo ou obstáculos.
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7.1.3 Devido à parcela elétrica, estabelecida em 7.2.5, depender das distâncias mínimas calculadas
na Seção 9, as distâncias de segurança estipuladas nesta Seção não são aplicáveis em corrente
contínua, sendo necessário estudos específicos.
7.1.4 São fixados, separadamente, requisitos para a condição normal de operação da linha e para
alguns espaçamentos verticais em condições de emergência.
7.1.5 A flecha dos cabos, quando em repouso, deve ser considerada na condição mais desfavorável,
no que se refere à verificação das distâncias de segurança.
7.1.6 Em locais acessíveis, somente pessoal credenciado podem utilizar distâncias menores do
que as calculadas nesta Seção.
7.1.7 Todas as distâncias de segurança devem atender aos limites e zonas estabelecidos na
legislação vigente [2].
7.1.8 Para os efeitos da verificação das distâncias mínimas de segurança, o deslocamento das cadeias
de isoladores, quando aplicável, deve ser verificado adotando-se as seguintes recomendações.
7.1.8.1 Deve-se adotar uma velocidade de vento de projeto (ver 8.2.2) com um período de retorno
igual a pelo menos 10 anos e com um período de integração de 30 s em 7.4.
7.1.8.2 Deve-se adotar uma velocidade de vento de projeto (ver 8.2.2) com um período de retorno
igual a pelo menos 50 anos e com um período de integração igual a 30 s em 7.2.
7.2.1 Geral
7.2.1.1 As distâncias verticais de segurança do cabo condutor em repouso, com relação ao solo
e a obstáculos devem ser verificadas nos regimes de corrente nominal e de sobrecorrente para
as respectivas temperaturas típica e limite de projeto, conforme definidas na Seção 5.
7.2.1.2 Estas distâncias são calculadas como a soma de duas ou três das seguintes parcelas,
conforme estabelecido em 7.2.2 e 7.2.3:
a) PbV – Parcela básica, que é igual à altura do obstáculo considerado, mais 0,60 m.
c) Pe – Parcela elétrica, igual ao espaçamento necessário para suportar uma sobretensão de frente
lenta, estabelecida para as condições típica, Petip,n e Petip,s, e limite, Pelim, conforme 7.2.5.
7.2.1.3 As distâncias verticais de segurança devem ser verificadas até o ângulo de balanço máximo
βmáx conforme 8.9.4.
7.2.2.1 A distância vertical de segurança na temperatura típica nominal de projeto deve ser o maior
dos valores:
DVtip,n = PbV + Pstip + Petip,n
DVtip,n = DVlim,n + 0, 90
onde
7.2.2.2 A distância vertical de segurança DVlim,n na temperatura-limite nominal de projeto deve ser
calculada por:
DVlim,n = PbV + Pslim + Pelim
onde
onde
m m
Locais acessíveis apenas a pedestres 1,47 3,90 4,20 Figura 3
Locais onde circulam máquinas agrícolas 1,18 4,00 4,40 –
Rodovias, ruas e avenidas 1,18 5,40 5,90 Figura 4
Ferrovias não eletrificadas 1,18 6,40 6,90 Figura 5
Ferrovias eletrificadas ou com previsão 1,40 9,70 10,20 –
de eletrificação
Suporte de linha pertencente à ferrovia 1,18 Altura existente 1,90 –
no terreno
Águas navegáveis 1,47 Altura máxima 4,20 Figura 6
prevista
Águas não navegáveis 1,47 3,60 4,20
Linhas de energia elétrica com cabo para-raios 1,45 Altura existente 0,80 Figura 7
no terreno
Linhas de telecomunicações 1,45 Altura existente 0,80 Figura 7
no terreno
Vegetação de preservação permanente 1,18 Altura máxima 2,10 Figura 8
prevista
Tabela 5 (conclusão)
Natureza da região ou obstáculo atravessado kg Altura do PbV Figura
obstáculo
m m
Cultura agrícola permanente 1,18 Altura máxima 2,10 Figura 9
prevista
Instalações transportadoras 1,18 Altura máxima 1,00 Figura 10
(por exemplo, teleféricos) prevista
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7.2.4.2 Na Tabela 5, a altura do obstáculo prevista para locais acessíveis apenas a pedestres
considera a possibilidade de uma pessoa estar montada em um animal e carregando um objeto longo
na vertical.
7.2.4.3 Em nenhum local a distância do condutor ao solo deve ser inferior à distância para locais
acessíveis apenas a pedestres.
7.2.4.4 Havendo possibilidade de ocorrência de obstáculo com altura maior que a indicada na Tabela 5,
o valor excedente deve ser adicionado à parcela básica da distância vertical.
7.2.4.5 No cálculo das distâncias dos cabos condutores à superfície de águas navegáveis, deve
ser considerado o nível máximo da água previsto e a altura máxima do navio fixado pela autoridade
responsável pela navegação na via navegável considerada.
a) Como fator de espaçamento para sobretensões de frente lenta (kg) os valores indicados na Tabela 5.
7.2.5.2 A parcela elétrica para cálculo da distância vertical de segurança do cabo condutor de uma
linha de transmissão ao cabo condutor de outra linha abaixo, quando esta última não possui cabo
para-raios, dever ser igual a soma da distância de segurança de ambas as linhas calculadas conforme
7.2.5.1.
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7.3.1 No cálculo da distância horizontal de segurança do cabo condutor a obstáculos, deverá ser
observada o ângulo de balanço máximo βmax, conforme 8.9.4.
7.3.1.1 Deve ser adotada uma velocidade de vento de projeto com um período de retorno, no mínimo,
de 50 anos e com um período de integração de 30 s. A temperatura do cabo condutor deve ser igual
à temperatura média das máximas anuais do ar.
DH = PbH + Petip,n
onde
7.3.3 O fator de espaçamento para sobretensões de frente lenta (Kg) não pode ser maior que
o respectivo valor indicado na Tabela 7, bem como a parcela básica (PbH) não pode ser menor que
o valor da Tabela 7.
7.4.1 Os condutores de cada uma das linhas devem ser considerados na condição de deslocamento
indicada em 8.9, estando os condutores da outra linha na condição de repouso.
7.4.2 A distância horizontal DH da Figura 14 deve considerar a distância mínima obtida a partir
de 9.4.2, considerando a maior das duas tensões nominais.
7.6.1 Para quaisquer obstáculos construídos abaixo ou próximos a linha de transmissão, diferentes
dos constantes nas Tabelas 5 a 7, devem ser verificados o atendimento às distâncias de segurança
com procedimentos similares aos usados nesta seção e simultaneamente os requisitos de campo
elétrico e magnético constantes na Seção 10.
b) Para cálculo da ação mecânica do vento sobre os cabos, suportes e isoladores de uma linha
de transmissão.
Os ventos utilizados para o projeto mecânico são calculados a partir da velocidade de referência VR,
conforme 4.9.3.3.
8.2.1.1 Para os efeitos desta Norma, a velocidade do vento da série de máximos anuais com período
de integração de 10 min é denominada velocidade de 10 min para projeto, VP:
VP = K tur VR
onde
Ktur é o fator de conversão da turbulência [4], estabelecido para cada região geopolítica brasileira,
conforme indicado na Tabela 8.
NOTA Com base em dados anemográficos específicos do Brasil, foi constatado que as intensidades de
turbulência e os fatores de rajada de 3 s para as altas velocidades médias do vento de 10 min são superiores
àqueles indicados na IEC 60826 [5]. Para tornar as características da velocidade média do vento de 10 min
compatíveis com o modelo de vento descrito na IEC 60826, a velocidade referência do vento deve ser majorada,
para cada região geográfica brasileira, de acordo com o fator de turbulência Ktur.
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8.2.1.2 Em locais específicos que possibilitem canalizações do vento deve-se majorar a velocidade
de referência, adotando o fator Krug conforme 4.9.4.2, de acordo com a categoria de terreno
imediatamente anterior àquela definida para a região.
8.2.1.3 Nestes locais, os fatores GC e GL a serem usados conforme estabelecidos nesta Seção
devem corresponder à categoria do terreno utilizada para definir o valor de Krug.
8.2.1.4 As mudanças previstas nas características da região atravessada devem ser levadas em
conta na escolha de Krug.
8.2.2.1 Para os efeitos desta Norma, a velocidade do vento de 30 s para projeto é dada por:
VP 30s = K int VP
onde
8.2.3.1 O objetivo do vento de 3 s para projeto é simular o efeito dos ventos de tormentas elétricas,
tipicamente as microexplosões, que são tidas como responsáveis por cerca de 80 % das quedas
de torres em linhas de transmissão de diversos países.
8.2.3.2 Em algumas regiões do Brasil, não existe registro de quedas de torres devidas ao vento,
o que pode ser uma indicação da não ocorrência deste fenômeno na região.
8.2.3.3 Nestas regiões, fica a critério da proprietária da linha e/ou do projetista a consideração desta
hipótese de cálculo.
8.2.3.4 Para os efeitos desta Norma, a velocidade do vento de 3 s para projeto é dada por:
VP 3s = 1,15 Kint VP
onde
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8.3.1 O modelo adotado para os ventos de 10 min e de 30 s para projeto são caracterizados por
terem velocidade elevada, direção e sentido constantes, com propriedades estatísticas estacionárias
(média e desvio-padrão constantes durante um dado período de tempo).
8.3.2 Os ventos decorrentes de uma microexplosão têm um escoamento radial a partir do ponto de
impacto e, assim sendo, ao atingirem uma linha, a sua velocidade e direção variam de ponto para
ponto ao longo do trecho atingido. Portanto, não tem sentido definir um ângulo de incidência constante
sobre o cabo.
8.3.3 A Figura 15 estabelece os ângulos de incidência do vento com relação aos condutores, para
os ventos de 10 min e 30 s para projeto, e com relação aos suportes.
Legenda
θ é o ângulo de incidência do vento com relação ao suporte (ângulo entre a direção do vento e o eixo
transversal do suporte);
Ω1 e Ω2 são os ângulos de incidência do vento com relação ao cabo nos vãos adjacentes ao suporte (menor ângulo
entre a direção do vento e a projeção horizontal do cabo em repouso nos vãos adjacentes ao suporte);
φ é o ângulo de deflexão do eixo da linha de transmissão.
a = q0 Cx G
ou
a = q0 Cx
onde
1
q0 = µ Vp2
2
onde
µ é a massa específica do ar, calculada conforme 4.7, e expressa em quilogramas por metro
cúbico (kg/m3);
8.4.4 O fator combinado de vento G leva em consideração a variação da velocidade média do vento
com a altura, em relação ao solo, do ponto considerado, a variação espacial da turbulência e a resposta
dinâmica do obstáculo e é definido para cada categoria de terreno.
8.4.5 Os métodos de cálculo definidos para o vento de 10 min para projeto são aplicáveis nas
seguintes condições:
d) terreno no qual as características topográficas locais, devido às suas dimensões e forma, não
afetem de forma significativa as características de escoamento do vento da região em consideração.
8.5.1 Geral
8.5.1.1 A pressão exercida pelo vento sobre os cabos resulta em forças sobre os mesmos e no
aumento da sua carga de tração.
8.5.1.2 Devido à variação espacial do vento, a pressão que ele exerce sobre um cabo, em um vão,
não é uniforme. Entretanto, para fins de cálculo nesta norma, admite-se que a força resultante dessa
pressão é uniformemente distribuída ao longo do cabo. O efeito da não uniformidade da velocidade
do vento é levado em conta, nas fórmulas para cálculo dessa força por meio do fator de efetividade.
8.5.1.3 A área efetiva de um cabo é igual ao produto do comprimento do cabo pelo seu diâmetro.
Para fins de cálculo, admite-se que a área efetiva de um cabo é igual ao produto do seu diâmetro pelo
comprimento do vão.
8.5.1.4 No caso de condutores em feixe, admite-se que a força total exercida pelo vento sobre
o feixe é igual à soma das forças exercidas sobre cada sub condutor.
8.5.2 Força exercida sobre os cabos pelo vento de 10 min para projeto
8.5.2.1 A força, Ac, em newtons, exercida pelo vento de 10 min para projeto, sobre um cabo deve
ser calculada por:
Ac = q0 C X GC GL d L sen2 Ω
onde
Ω é o ângulo de incidência do vento com relação ao cabo, conforme 8.3.1, expresso em graus.
8.5.2.2 Para os cabos com encordoamento usual, o coeficiente de arrasto CX deve ser considerado
como
a) CX = 1,0, para d ≥ 15 mm
No caso de cabos especiais, como os cabos compactos, devem ser apresentados estudos específicos.
8.5.2.3 Os valores do fator combinado do vento GC para cálculo da força exercida pelo vento sobre
o cabo, em função da categoria do terreno e da altura média do cabo, h, são expressos na Figura 16
e Tabela 10.
C 0,4936 ln h + 0,9124
D 0,6153 ln h + 0,8144
onde
8.5.2.3.2 A altura média do cabo, em terreno plano e com os pontos de fixação do cabo situados
em um mesmo nível, é igual à altura na estrutura menos dois terços da flecha, na temperatura
média das mínimas anuais, sem considerar o efeito do vento. Para terrenos acidentados e com
vãos desnivelados devem ser feitos cálculos específicos.
1 L < 200 m
GL = 1, 693 ⋅ 10 −10 L3 − 1, 093 ⋅ 10 −7 L2 − 0, 0002686 L + 1, 057 200 ≤ L < 800 m
0, 858 L ≥ 800 m
onde
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8.5.3 Força transmitida ao suporte pela ação do vento de 10 min para projeto sobre um cabo
8.5.3.1 A força total transmitida ao suporte, na direção do seu eixo transversal, devida ao vento
sobre um cabo deve ser calculada por:
1 ϕ
Acx = ( Ac1 + Ac 2 ) cos
2 2
onde
Ac1 e Ac2 são as forças totais exercidas pelo vento sobre os cabos nos dois vãos adjacentes,
conforme 8.5.5.2, expressas em newton (N),
8.5.3.2 No caso de suportes de suspensão, onde normalmente os ângulos de deflexão são pequenos,
na formulação das hipóteses de carregamento dos suportes com vento de 10 min para projeto, de
acordo com a Seção 12, pode ser admitido que os ângulos de incidência do vento com os cabos
nos dois vãos adjacentes ao suporte, são iguais ao ângulo de incidência com o suporte.
8.5.3.2.1 Com esta hipótese, a equação de 8.5.3.1, pode ser simplificada como:
Acx = q0 C X GC GL d Lm sen2Ω
onde
8.5.3.3 A força total transmitida ao suporte, na direção do seu eixo longitudinal, devida ao vento
de 10 min sobre um cabo deve ser calculada por:
1 ϕ
Acy = ( Ac1 − Ac 2 ) cos
2 2
onde
Ac1 e Ac2 e são as forças totais exercidas pelo vento sobre os cabos nos dois vãos adjacentes,
conforme 8.5.5.2, expressas em newtons (N),
No caso de suportes de suspensão, com a hipótese conforme 8.5.3.2, a força longitudinal é nula.
8.5.4.1 A força Ac, exercida pelo vento de 3 s para projeto deve ser calculada por:
Ac = q0 C X GL3s d L
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onde
NOTA De acordo com 8.3.2, não tem sentido definir um ângulo de incidência constante do vento de 3 s
para projeto sobre o cabo, motivo pelo qual não consta da fórmula o fator sen2 Ω. Esta variação da velocidade
e ângulo de incidência está incluída, por convenção, no fator de efetividade GL3s.
8.5.4.2 O valor de GL3s deve ser determinado pelo projetista em função da experiência regional
e do comportamento esperado com relação à ação de microexplosões. O valor de GL3s deve ser
considerado, no mínimo igual a 0,3.
8.5.5 Força transmitida ao suporte pela ação do vento de 3 s para projeto sobre um cabo
8.5.5.1 A força total transmitida ao suporte, na direção do seu eixo transversal, devida ao vento
sobre um cabo deve ser calculada por:
Acx = q0 C X GL3s d Lm
onde
8.5.5.2 A distribuição da velocidade do vento devida a uma microexplosão nos dois vãos adjacentes
a um suporte pode dar origem a cargas longitudinais sobre o mesmo, que devem ser consideradas
no seu projeto. Esta Norma não estabelece um método de cálculo para esta força, ficando à cargo
do projetista a definição da mesma.
NOTA A ASCE 74 [6] estabelece um método de cálculo para esta força, que pode ser usado na ausência
de outro método.
8.6.1 A pressão exercida pelo vento sobre a cadeia de isoladores resulta em uma força distribuída
sobre a mesma cuja resultante deve ser aplicada no ponto central da cadeia, na direção e sentido do
vento. Para os ventos de 10 min e de 30 s para projeto, esta força deve ser calculada por:
Ai = q0 C X Gt Si
onde
8.6.1.1 O coeficiente de arrasto CX para os isoladores deve ser considerado igual a 1,2.
8.6.1.2 Para o vento de 3 s para projeto, deve ser usado o fator Gt calculado para a altura de 10 m.
8.6.2 A área efetiva da cadeia de isoladores é a área da envoltória dos isoladores projetada
horizontalmente sobre um plano vertical perpendicular à direção do vento, considerando a cadeia
na vertical. A área das ferragens pode ser desprezada.
A área da envoltória da cadeia de suspensão com isoladores de disco deve ser considerada igual
ao produto do número de isoladores pelo passo e pelo diâmetro do isolador. No caso de cadeias
múltiplas, a área total deve ser considerada igual à soma das áreas das cadeias individuais.
8.6.3 O fator combinado do vento, Gt, em função da categoria do terreno e da altura do ponto
considerado, são expressos na Figura 18 e Tabela 11:
8.6.3.1 As fórmulas da Tabela 11 são aplicáveis para h ≥ 10 m. Para h < 10 m, o valor de Gt permanece
constante e igual ao valor para h = 10 m.
a) altura do ponto central da cadeia de isoladores, para o vento de 10 min para projeto;
A força total devida ao vento sobre uma cadeia de isoladores, transmitida ao suporte na direção
dos seus eixos transversal e longitudinal, deve ser calculada por:
Aix = 0, 5 Ai cos θ
Aiy = 0, 5 Ai sen θ
onde
Ai é a força exercida pelo vento, na sua direção e sentido, sobre a cadeia de isoladores, conforme
8.6.1, expressa em newton (N);
onde
8.8.1 Geral
8.8.1.1 A força exercida pelo vento sobre o suporte deve ser determinada decompondo o suporte
em troncos de altura I, não superior a 10 m.
8.8.1.2 No caso do vento de 3 s para projeto, o fator Gt deve ser considerado igual a 1,0. calculado
para a altura de 10 m.
8.8.2.1 Para suportes metálicos treliçados de seção transversal retangular, a força exercida pelo
vento, na sua direção e sentido, sobre um tronco, deve ser calculada por:
At = q0 (1 + 0, 2 sen2 2 θ )(ST1 C X1 cos2 θ + ST 2 C X 2 sen2 θ ) Gt
onde
ST1, ST2 são as áreas líquidas totais das faces 1 e 2 do tronco, conforme definido na Figura 15,
projetadas ortogonalmente sobre um plano paralelo à respectiva face, expressas em
metros quadrados (m2);
CX1, CX2 são os coeficientes de arrasto próprio das faces 1 e 2, conforme definidas na Figura 15,
para um vento horizontal perpendicular à respectiva face, adimensionais;
8.8.2.2 A força calculada em 8.8.2.1 deve ser decomposta segundo as direções das faces transversal
e longitudinal do tronco. Estas componentes devem ser aplicadas no centro de gravidade da face.
At 1 = At cos θ
At 2 = At sen θ
a) altura do centro de gravidade da face considerada, para o vento de 10 min para projeto;
8.8.2.4 O coeficiente de arrasto para um suporte treliçado composto de perfis planos em função
do índice da área exposta é expresso pela Figura 19:
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Figura 19 – Coeficiente de arrasto para painéis de suportes treliçados compostos de perfis planos
onde
X é o índice da área exposta de uma face definido como a razão entre a área líquida da
face (ST1 e ST2), e a área total determinada pelo contorno do painel, adimensional.
8.8.2.5 Os valores do coeficiente de arrasto para um suporte treliçado composto de perfis de seção
circular em função do índice da área exposta são expressos pela Figura 20.
8.8.2.7 Nas mísulas e vigas, a área líquida exposta ao vento, corresponde à área da projeção
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ortogonal da mesma sobre o plano perpendicular à direção do vento. Portanto, deve ser considerado
o treliçamento das faces que possuem projeção neste plano, para cálculo das forças de vento.
8.8.2.8 Nos mastros de suportes estaiados, delta de suportes autoportantes, nas pontinas dos cabos
para-raios e outros componentes estruturais espaçados entre si, a força do vento deve ser calculada
considerando a sua atuação em cada componente separadamente.
8.8.3.1 Para suportes constituídos de elementos cilíndricos de diâmetro maior que 20 cm, a força
exercida pelo vento, na sua direção, sobre cada membro, aplicada no seu centro de gravidade, deve
ser calculada por:
ATC = q0 C X Gt d L sen3 θ '
onde
8.8.3.2 O coeficiente de arrasto deve considerar um vento perpendicular ao eixo do elemento. Seu
valor depende do número de Reynolds Re, correspondente à velocidade do vento na altura considerada
e da rugosidade do cilindro. Uma simplificação aceitável é considerar a situação mais desfavorável
de um cilindro rugoso. O número de Reynolds é calculado por:
Vp
Re = d
v
onde
8.8.3.3 O fator combinado de vento para o suporte deve ser calculado em função da categoria
do terreno e da altura do centro de gravidade do elemento considerado, conforme 8.6.3.
8.8.4.1 Para postes e componentes estruturais metálicos constituídos por elementos prismáticos,
a força exercida pelo vento sobre um tronco, aplicada no seu centro de gravidade, deve ser calculada por:
ATC = q0 CX Gt a L
onde
8.8.4.2 O coeficiente de arrasto deve considerar um vento perpendicular ao eixo do tronco. Seus
valores são dados na Tabela 12.
8.8.4.3 O fator combinado de vento para o suporte deve ser calculado em função da categoria do
terreno e da altura do centro de gravidade do tronco considerado, conforme 8.6.3.
8.8.5.1 Para suportes metálicos treliçados de seção transversal triangular, a força exercida pelo vento
sobre um tronco, deve ser calculada conforme 8.8.2.1, sendo o coeficiente de arrasto conforme 8.8.5.2.
8.8.5.2 O coeficiente de arrasto deve considerar um vento perpendicular ao eixo da face considerada
e é dado na Tabela 13, em função do índice da área exposta X.
8.9.1 O ângulo de balanço médio da cadeia de isoladores e do cabo, β, devido à ação do vento sobre
os cabos deve ser calculado por
q0 d Lm
β = tg−1 K
pcond Lp
onde
A equação de 8.9.1 é aplicável aos casos de condutores singelos e feixes de subcondutores idênticos.
No caso de feixes com subcondutores diferentes, estudos específicos devem ser realizados.
8.9.3 O desvio-padrão σβ da distribuição estatística dos ângulos de balanços é dado por [7]:
Vp 2
σ β = 2, 25 1 − exp −
230
onde
8.9.4 O ângulo máximo de balanço da cadeia de isoladores e do cabo condutor é calculado acionando
dois desvios-padrão ao ângulo médio:
βmax = β + 2 σβ
8.9.5 O ângulo mínimo de balanço da cadeia de isoladores e do cabo condutor é calculado subtraindo
dois desvios-padrão do ângulo médio:
βmin = β – 2 σβ
9 Projeto do isolamento
9.1 Geral
O projeto de isolamento deve atender às ABNT NBR 6939 e ABNT NBR 8186.
9.1.2 Todas as distâncias mínimas obtidas nesta Seção devem considerar a possibilidade de serviços
de manutenção em linha viva, tanto para o método de manutenção de linha viva à distância quanto
para o método de manutenção de linha viva ao potencial.
9.1.3 As distâncias mínimas obtidas nesta Seção não são válidas para linhas de corrente contínua,
sendo necessários estudos específicos.
9.1.5 As distâncias mínimas, para cada tipo de sobretensão, são associadas a um fator de
espaçamento, apresentado nesta Norma em função do fator de espaçamento para sobretensão
de frente lenta kg. O projetista pode aplicar fatores de espaçamento específicos, obtidos a partir de
ensaios, de acordo com a ABNT NBR IEC 60060-1.
9.2 Isoladores
O número mínimo de isoladores deve ser calculado a partir da distância de escoamento específica
definida na ABNT IEC/TS 60815-1.
9.3.2.1 A distância mínima entre os cabos condutores de uma fase, ou de seus acessórios, às partes
aterradas do suporte deve ser calculada por [8][9][10]:
0,83
US F
tmo
3
dft ,ff = 1, 642 exp − 1
750 kaff k zff kgff
onde
dft,ff é a distância mínima necessária para suportar tensões fase-terra a frequência fundamental,
expressa em metros (m);
kaff é o fator de correção das condições atmosféricas para tensões a frequência fundamental,
conforme 4.8,
kgff é o fator de espaçamento para tensões a frequência fundamental, definido por [9][10]:
Ftmo é o fator de tensão máxima de operação, em relação à tensão nominal da linha US;
kzff = 1 – 3 zff
onde
dff,ff é a distância mínima necessária para suportar tensões entre fases a frequência fundamental,
expressa em metros (m);
kgff é o fator de espaçamento para tensões à frequência fundamental, com o mesmo significado
de 9.3.2.1, porém considerando que kg é o fator de espaçamento fase-fase, conforme a
Tabela C.3.
A distância mínima entre o cabo condutor de uma fase e seus acessórios às partes aterradas do
suporte deve ser calculada por [8][9][11][12]:
Para df t,f l ≤ 25 m:
2
K cs 3 US Fsfl
dft ,fl = 2,174 exp − 1
1080 k afl k zfl k g
onde
df t,f l é a distância mínima fase-terra para sobretensões de frente lenta, expressa em metros (m);
Kcs é o fator de coordenação estatístico (ver o Anexo C), definido como a razão entre a
suportabilidade, com probabilidade de 90 % de ser ultrapassada, e a sobretensão de frente
lenta, com probabilidade de 2 % de ser ultrapassada (U90/V2);
kaf l é o fator de correção das condições atmosféricas para sobretensão de frente lenta (Seção 4);
Fsf l é o fator de sobretensão de frente lenta fase-terra referido ao valor de pico da tensão
2
fase-terra US , correspondente a um valor de 2 % de probabilidade de ser ultrapassado;
3
kzf l é o fator de desvio para frente lenta, definido por
k zfl = 1 − 1, 3 zfl
9.4.2.1 A distância mínima entre fases deve ser calculada em função do α parâmetro determinado
pela relação:
U−
α=
U+ + U−
onde
9.4.2.2 O valor de α deve ser determinado via estudos de transitórios de frente lenta.
9.4.2.3 Para cada simulação, devem ser consideradas todas as combinações de duas fases para
determinar o valor de α a ser considerado.
Para 4 < df f,f l < 10 m [13] 4):
dff ,fl = 15, 3726 + 7, 0846 α − 54, 3115 α 2 + 212, 6589 α − 0,1019 U50% + 286, 0043
2
K cs US rs Fsfl
U50% = 3
kafl k zfl
onde
df t,f l é a distância mínima fase-fase para sobretensões de frente lenta, expressa em metros (m);
4) A fórmula original (5.8-1 em [9]) está referida a U50%, sendo aqui apresentada isolando df f,f l.
9.4.3.1 Como estimativa inicial do dimensionamento, podem ser considerados valores mínimos
de fator de sobretensão fase-terra para frente lenta (Fsfl) aqueles indicados na Tabela 14, referidos
2
a Us .
3
Tabela 14 – Fator de sobretensão fase-terra de frente lenta mínimo,
na ausência de estudo específico (baseado em [3])
9.5.1.1 A distância mínima para sobretensões de frente rápida deve ser o maior valor calculado entre
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9.5.1.2 Para sobretensões de frente rápida de polaridade positiva, a distância mínima entre o cabo
condutor de uma fase ou de seus acessórios às partes aterradas do suporte deve ser calculada
por [9][10][16]:
Para dft,fr ≤ 10 m:
Ufr+
dft ,fr = +
530 kafr k zfr kgfr
9.5.1.3 Para sobretensões de frente rápida de polaridade negativa, a distância mínima entre o cabo
condutor de uma fase ou de seus acessórios às partes aterradas do suporte deve ser calculada
por [10][15]:
Para dft,fr ≤ 10 m:
Ufr−
dft ,fr = −
700 kafr k zfr kgfr
onde
Ufr+ é o valor de suportabilidade de polaridade positiva da cadeia de isoladores, correspondente
a 90 % de probabilidade, expresso em quilovolts (kV);
df t,f r é a distância mínima fase-terra para sobretensões de frente rápida, podendo ser de
polaridade positiva ou negativa, expressa em metros (m);
k zfr = 1 − 1, 3 zfr
kafr é o fator de correção das condições atmosféricas para sobretensões de frente rápida,
adimensional;
9.5.1.4 O fator de espaçamento para sobretensões de frente rápida de polaridade positiva é dado por:
+ = 0, 74 + 0, 26 k
kgfr g
9.5.1.5 O fator de espaçamento para sobretensões de frente rápida de polaridade negativa é dado por:
− =
1, 5 − 0, 5 kg kg ≤ 1, 44
kgfr
0, 78 kg > 1, 44
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Para sobretensões de frente rápida, a distância mínima entre fases deve ser calculada por [8]:
1, 2 Ufr+
dff ,fr = +
530 kafr k zfr kgfr
onde
df t,f r é a distância mínima entre fases para surtos de frente rápida, expressa em metros (m).
9.5.3.1 Os valores de Ufr+ e Ufr− podem não ser conhecidos nesta etapa inicial do projeto do isolamento,
podendo, neste caso, ser estimados a partir da suportabilidade da cadeia de isoladores, ferragens e
suporte, obtidos por ensaios conforme a ABNT NBR IEC 60060-1 ou metodologia equivalente [15].
9.5.3.2 Como estimativa inicial de dimensionamento para determinação das sobretensões de frente
rápida aplicadas sob a cadeia de isoladores, podem ser considerados valores mínimos aqueles indicados
na Tabela 15.
9.5.3.3 Caso a distância mínima calculada em 9.5 para o espaçamento envolvendo a cadeia
de isoladores seja maior que a distância estabelecida em frequência fundamental (9.3.1), deve-se
seguir o estudo de desempenho frente a descargas atmosféricas.
9.6.1 Geral
9.6.1.1 As distâncias mínimas definidas nesta Seção devem ser verificadas com os condutores e
cadeias de isoladores, quando for o caso, deslocados sob a ação do vento.
9.6.1.2 O cálculo dos ângulos do balanço das cadeias de suspensão verticais e dos cabos condutores
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9.6.1.3 As distâncias devem ser mantidas em qualquer posição da cadeia de isoladores e do condutor,
entre a condição de repouso e a condição com o ângulo de balanço máximo previsto, βmax, conforme
8.9.4, para o tipo de sobretensão considerado.
9.6.1.4 Onde for o caso, a verificação das distâncias em questão deverá considerar o deslocamento
relativo entre a estrutura e as cadeias de isoladores, como no caso de estruturas do tipo cross-rope.
9.6.2 Distâncias mínimas entre os cabos condutores e seus acessórios às partes aterradas
do suporte
9.6.2.1 Para verificação destas distâncias, deve ser considerado o ângulo de balanço máximo,
calculado conforme 8.9, para as condições de vento relacionadas a seguir.
a) Para tensões de frequência fundamental: vento com período de retorno mínimo de 10 anos.
b) Para impulsos de frente lenta: vento com período de retorno mínimo de 2 anos.
Esta distância deve ser verificada, onde for o caso, considerando as duas cadeias deslocadas
no mesmo sentido, sendo uma com seu ângulo de balanço máximo, βmax, e a outra com seu ângulo
de balanço mínimo, βmín, conforme 8.9.5, nas mesmas condições de vento definidas em 9.6.2.1.
A distância entre condutores ao longo do vão deve ser verificado considerando os dois condutores
deslocados no mesmo sentido, sendo um com seu ângulo de balanço máximo, βmax, e o outro com
seu ângulo de balanço mínimo, βmín, conforme 8.9.5, nas mesmas condições de vento definidas
em 9.6.2.1.
10.1.1 Nesta Seção, são estabelecidos critérios para o cálculo e os limites para os campos elétricos
e magnéticos e outras interferências geradas por linhas aéreas de transmissão em corrente contínua
e corrente alternada em frequência fundamental.
10.1.2 Os limites para exposição humana a campos elétricos e magnéticos e outras interferências,
devem seguir o que está estabelecido na legislação vigente [18] e nas resoluções da ANEEL, ANATEL
e CONAMA em vigor.
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10.1.4 Para o cálculo de campos elétricos e magnéticos, o projetista deve utilizar os seguintes critérios
para estabelecer a altura dos cabos em relação ao solo.
10.1.4.1 Para corrente alternada, os limites devem ser atendidos no interior e no limite da faixa,
definidos nas resoluções da ANEEL, para qualquer condição operativa, a 1,5 m do solo.
10.1.4.2 Para corrente contínua, os limites devem ser atendidos no interior e no limite da faixa para
qualquer condição operativa, ao nível do solo.
10.1.5 Em áreas edificadas, os limites estabelecidos nas resoluções da ANEEL devem ser atendidos
para qualquer altura, a partir do limite da faixa.
No interior da faixa de passagem, para corrente alternada a 1,5 m do solo e para corrente contínua
ao nível do solo, devem ser atendidos os níveis de referência para exposição ocupacional.
A partir do limite da faixa de passagem, para corrente alternada a qualquer altura e para corrente
contínua ao nível do solo, devem ser atendidos os níveis de referência para todo o público.
Para situações em que ocorram ocupações verticais do entorno da faixa de passagem, deve ser
realizada a avaliação dos perfis verticais do campo elétrico e demonstrado o atendimento aos níveis
estabelecidos pela ANEEL [12].
No caso de travessias de rodovias, ruas, avenidas e áreas de circulação de pedestres, devem ser
respeitados os limites para todo o público.
No interior da faixa de passagem a 1,5 m do solo devem ser atendidos os níveis de referência para
exposição ocupacional.
A partir do limite da faixa de passagem, devem ser atendidos, a qualquer altura, os níveis de referência
para todo o público.
Para situações em que ocorram ocupações verticais do entorno da faixa de passagem, deve ser
realizada a avaliação dos perfis verticais do campo magnético e demonstrado o atendimento aos
níveis estabelecidos pela ANEEL [19].
No caso de travessias de rodovias, ruas, avenidas e áreas de circulação de pedestres, devem ser
respeitados os limites para todo o público.
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10.4 Induções
Os valores-limite para correntes de contato em pessoas devido à indução provocada pela linha de
transmissão são os estabelecidos pela ICNIRP [20].
No Interior da faixa de passagem, devem ser atendidos os níveis de referência para exposição ocupacional;
A partir do limite da faixa de passagem, havendo a possibilidade da presença de pessoas, devem ser
atendidos, a qualquer altura, os níveis de referência para todo o público.
A avaliação deve contemplar situações potenciais de risco que possam estar presentes como estruturas
enterradas e aéreas, como por exemplo: cercas, calhas, telhados e antenas.
No projeto da linha deve ser assegurado que os limites de ruído audível, estabelecidos pela legislação
vigente, sejam obedecidos na condição de tempo bom.
NOTA Em caráter orientativo, pode-se aplicar a brochura técnica Cigre nº 388 [23].
11.1.1 Nesta Seção, são definidos os critérios para a aplicação de cabos condutores nus e de cabos
para-raios em linhas de transmissão.
11.1.3 Os cabos condutores e para-raios devem ser selecionados de modo a atender os requisitos
elétricos e mecânicos definidos no projeto, bem como os critérios definidos nesta Norma e na
ABNT NBR 17140.
11.1.4 Nesta Norma, os cabos utilizados como condutores e como para-raios são referidos,
genericamente, como cabos.
11.1.5 Não são tratados nesta Norma os aspectos relacionados à vida útil, à reutilização de cabos
e a aspectos relacionados ao núcleo óptico do cabo para-raios com fibras ópticas (OPGW).
11.1.6 Para a aplicação de cabos não listados em 11.1.2, devem ser elaborados estudos específicos.
a) temperatura mínima;
d) vento de 3 s de projeto;
11.2.1.1 O cálculo da carga de tração do cabo em cada uma destas hipóteses deve ser efetuado
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por um processo de mudança de estado. Nesse cálculo, o cabo pode ser considerado em uma das
condições a seguir:
a) Condição inicial, quando o cabo é tracionado pela primeira vez ou quando as condições do cálculo
(carregamento, temperatura, fluência já ocorrida) acarretarem uma carga de tração maior do
que as que já tenham ocorrido anteriormente.
b) Condição final, considerando o cabo após ocorrência de fluência apreciável e/ou quando as
condições de cálculo (carregamento, temperatura, fluência já ocorrida) acarretem uma carga de
tração menor que a maior carga de tração já ocorrida.
11.2.1.2 Esta Norma não estabelece métodos de cálculo para a mudança de estado e da fluência
nem os parâmetros dos cabos a serem empregados nestes cálculos.
11.2.2 Na hipótese de cálculo de temperatura mínima, o cabo deve ser considerado na condição
inicial, sem vento, e sua temperatura deve ser considerada igual à temperatura mínima do ar. Nesta
hipótese, a carga de tração do cabo condutor deve ser limitada a 40 % da sua carga de ruptura.
11.2.3 Na hipótese de cálculo de temperatura média das mínimas diárias do mês mais frio, o cabo
deve ser considerado na condição inicial, sem vento, e sua temperatura deve ser considerada igual
à temperatura média do ar. Nesta hipótese, a carga de tração do cabo deve ser limitada de modo a
evitar problemas com a fadiga por vibrações eólicas, conforme 11.3.
11.2.4 Nas hipóteses de cálculo de vento (10 min e 3 s), o cabo deve ser considerado na condição
inicial e sua temperatura ser considerada igual à temperatura média das mínimas diárias.
11.2.4.1 Na hipótese de cálculo de vento de 10 min de projeto, a carga de tração do cabo deve ser
limitada a 70 % da sua carga de ruptura.
11.2.4.2 Na hipótese de cálculo de vento de 3 s de projeto, a carga de tração do cabo deve ser
limitada a 70 % da sua carga de ruptura.
11.2.5 Nas hipóteses de cálculo de temperaturas típicas e limites do cabo condutor, o mesmo deve
ser considerado na condição final, com fluência de 10 anos, sem vento, e a sua temperatura deve ser
considerada igual às temperaturas típica e limite de projeto, respectivamente.
11.2.6 Nas hipóteses de cálculo de balanço, o condutor deve ser considerado na condição final e
a sua temperatura conforme as Seções 10, 11 ou 18, de acordo com a condição de balanço a ser
verificada.
11.2.7 As cargas devidas aos dispositivos de sinalização colocados no cabo para-raios podem ser
consideradas uniformemente distribuídas ao longo do vão para o cálculo das cargas de tração nos
mesmos, caso não se disponha de metodologias mais elaboradas.
11.2.8 Temperatura dos cabos
A aplicação dos cabos condutores a temperaturas superiores a 90 °C deve ser precedida de estudos
específicos do comportamento mecânico dos mesmos e de suas conexões nestas temperaturas.
Para cabos condutores especiais, estes estudos devem ser realizados caso a temperatura-limite
especificada pelo fabricante possa ser ultrapassada.
(CAL), alumínio com alma de liga de alumínio (CAAL) e de aço, sem nenhuma proteção contra
vibrações eólicas, o parâmetro da catenária (H/p) na temperatura média das mínimas diárias do mês
mais frio, deve ser menor ou igual aos valores da Tabela 16, em função da categoria do terreno.
11.3.1.1 Os limites do parâmetro da catenária acima definidos são adequados para a maioria das
condições de projeto. Entretanto, situações especiais requerem uma atenção específica, como no
caso de vãos muito longos, ou vãos expostos à poluição ou que operam em altas temperaturas, que
poderão reduzir o auto amortecimento ou a resistência à fadiga do cabo.
11.3.1.2 A utilização de cabos não relacionados em 11.3.1 deve ser precedida de estudos específicos.
onde
H é a componente horizontal da carga de tração na temperatura média das mínimas diárias do
mês mais frio, expresso em newtons (N);
p é o peso linear do cabo, expresso em newtons por metro (N/m).
11.3.2 Não são definidos valores-limite do parâmetro da catenária para cabos singelos com alguma
proteção contra vibrações eólicas nem para condutores em feixe. Para estes casos deverá ser feito
um estudo específico de proteção contra vibrações eólicas, uma vez que o limite a ser adotado
dependerá das características do cabo, do comprimento do vão, da rugosidade do terreno e do sistema
de proteção contra vibrações eólicas a ser adotado.
11.4.1 A definição do tipo de cabo condutor ou para-raios, além da observância dos requisitos elétricos
e mecânicos, deve ainda considerar a agressividade do meio ambiente.
11.4.2 Em ambientes agressivos, deve ser analisada a aplicação de cabos mais resistentes a tais
meios, além da aplicação de técnicas de proteção contra a corrosão.
12 Suportes
Os suportes devem atender às prescrições das ABNT NBR 6118, ABNT NBR 8451-3,
ABNT NBR 8451-4, ABNT NBR 8451-6, ABNT NBR 8453-3, ABNT NBR 8451-1, ABNT NBR 8451-2,
ABNT NBR 8451-5, ABNT NBR 8453-1, ABNT NBR 8453-2, ABNT NBR 16202 e ABNT NBR 6232.
12.1 Geral
12.1.1 Nesta seção, são definidas as hipóteses mínimas de carregamento a serem consideradas para
o dimensionamento dos suportes e os critérios para definição das cargas mecânicas de cada hipótese
12.1.2 Esta Seção não se aplica obrigatoriamente aos projetos de suportes de madeira, embora as
hipóteses de carregamento possam ser adotadas.
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Eventualmente pode ser necessária uma verificação do cálculo estrutural do suporte para verificação
da compatibilidade dos novos carregamentos.
12.3.1.1 As cargas de projeto devem ser estabelecidas a partir das cargas definidas em 12.3.2 a 12.3.6,
multiplicadas por fatores de ponderação definidos em 12.6.
12.3.3.1 As cargas de vento sobre os suportes, cabos, isoladores e acessórios deverão ser calculadas
de acordo com a Seção 8.
12.3.3.2 Para as cargas de vento, as incertezas na sua determinação, bem como a confiabilidade
requerida, são consideradas na escolha do período de retorno. Assim sendo, para estas cargas e para
as componentes da carga de tração dos cabos com vento, o fator de ponderação é considerado igual
a 1,0.
12.3.4 Componentes da carga de tração dos cabos, na direção dos eixos vertical, transversal
e longitudinal do suporte
Para esta hipótese, as cargas transmitidas por um cabo ou feixe de cabos, devem ser calculadas
considerando:
a) Carga de tração do cabo calculada para o vão básico definido para esta hipótese na temperatura
mínima para projeto, sem vento, condição inicial;
b) Componente vertical da carga de tração transmitida pelo cabo ancorado no solo, de um lado
do suporte, e 60 % da carga vertical máxima transmitida pelo cabo, no vão oposto;
c) Para o cabo ancorado no solo, a relação entre a altura do ponto de suspensão e a distância
ao suporte do ponto de ancoragem no solo, deve ser considerado no mínimo 0,33 para suportes
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d) Além da carga vertical transmitida pelo cabo e dos pesos dos isoladores e das ferragens, deve
ser considerada uma sobrecarga vertical de montagem, representando o peso dos montadores
e seus equipamentos. Esta sobrecarga deve ser definida, para cada tipo de suporte, em função
das condições de trabalho previstas;
e) Estas cargas devem ser aplicadas de acordo com as sequências de montagem previstas para
o suporte.
12.3.6.1 A carga de contenção de falha é uma carga longitudinal aplicada em um ou mais pontos
de fixação dos cabos, definida em função do tipo de suporte.
12.3.6.2 No caso de feixe de cabos, a carga considerada deve ser igual a soma das cargas
correspondentes a cada cabo.
12.3.6.3 Para os cabos condutores nos suportes de ancoragem, a carga de contenção de falha deve
ser igual à 100 % da carga de tração de maior duração do projeto e para os cabos para-raios igual a,
no mínimo, 150 % desta carga.
12.3.6.4 Para os cabos condutores nos suportes de suspensão, a carga de contenção de falha deve
ser igual a no mínimo 60 % da carga de tração de maior duração e para cabos para raios deve ser
igual a no mínimo 140 % desta carga.
Cargas diferentes das citadas anteriormente, como cargas devido a esferas de sinalização e outros
acessórios, devem ser verificadas durante o desenvolvimento do projeto da linha de transmissão.
12.4.1 As hipóteses de carregamento mecânico indicadas nesta Norma são as hipóteses mínimas
a considerar no projeto do suporte. Outras hipóteses de carregamento mecânico podem ser
consideradas em função da especificidade do projeto.
12.4.3 Para o caso de suportes de circuito duplo devem ser consideradas as hipóteses para um
ou dois circuitos lançados.
12.4.4 As hipóteses de carregamento mecânico dos suportes são apresentadas para os estados
limites de falha e de utilização.
12.4.5 As hipóteses de carregamento mecânico para o estado-limite de falha são aplicáveis a todos
os tipos de suportes, de acordo com 12.6.
12.5.1 Os coeficientes de ponderação das cargas no estado-limite de falha são dados na Tabela 17.
12.5.2 Os coeficientes de ponderação das cargas no estado limite de utilização devem ser considerados
iguais a 1,0.
12.6.1 Vento de projeto de 10 min transversal, com a componente vertical máxima da tração
dos cabos
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento, atuando na direção do eixo transversal do suporte.
b) Forças transmitidas ao suporte devido à ação do vento sobre os isoladores, estais e acessórios.
c) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
Carga longitudinal resultante da diferença das componentes longitudinais da carga de tração dos
cabos condutores e para raios, ocasionada por vãos básicos diferentes a ré e a vante.
Carga longitudinal devida às componentes longitudinais da carga de tração dos cabos condutores e
para-raios, atuando de um mesmo lado do suporte.
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Componente vertical mínima da carga de tração dos cabos condutores e para raios, com vento,
compatível com o vão médio considerado, e demais cargas iguais às adotadas em 12.6.1.
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando em direção formando ângulo diferente de 0°
com o eixo transversal do suporte. Devem ser considerados os ângulos de 15°, 30° e 45°.
b) Forças transmitidas ao suporte devido à ação do vento sobre os cabos, isoladores, estais e acessórios.
b) Carga longitudinal devida à diferença das componentes longitudinais da carga de tração dos cabos
condutores e para-raios, admitindo que os vãos básicos adjacentes ao suporte são diferentes.
Carga longitudinal devida às componentes longitudinais da carga de tração dos cabos condutores
e para-raios, atuando de um mesmo lado do suporte.
Componente vertical mínima da carga de tração dos cabos condutores e para raios, compatível com
o vão médio considerado, e demais cargas iguais às adotadas em 12.6.3.
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento, atuando na direção do eixo transversal do suporte.
b) Forças transmitidas ao suporte devido à ação do vento sobre os cabos, isoladores, estais e acessórios.
Carga longitudinal devida às componentes longitudinais da carga de tração dos cabos condutores e
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a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando em direção formando ângulo diferente de 0°
com o eixo transversal do suporte. Devem ser considerados os ângulos de 15°, 30° e 45°.
b) Forças transmitidas ao suporte devido à ação deste vento sobre os cabos, isoladores, estais e
acessórios.
c) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
Carga longitudinal devida às componentes longitudinais da carga de tração dos cabos condutores e
para raios, atuando de um mesmo lado do suporte.
12.6.7 Vento de 3 s transversal, com ação parcial sobre suportes treliçados, autoportantes de
suspensão, com pernas inclinadas
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando na direção do eixo transversal do suporte,
somente abaixo do ponto de encontro do prolongamento dos montantes das pernas.
b) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
12.6.8 Vento de 3 s oblíquo, com ação parcial sobre suportes treliçados, autoportantes de
suspensão, com pernas inclinadas
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando em direção formando ângulo diferente de 0º,
somente abaixo do ponto de encontro do prolongamento dos montantes das pernas. Devem ser
considerados os ângulos de 15°, 30° e 45°.
b) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
12.6.9 Vento de 3 s transversal, com ação parcial sobre suportes treliçados, estaiados de
suspensão
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando na direção do eixo transversal do suporte,
somente abaixo do ponto de fixação dos estais ao suporte.
b) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
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12.6.10 Vento de 3 s longitudinal com ação parcial sobre suportes treliçados, estaiados de
suspensão
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando na direção do eixo longitudinal do suporte,
somente abaixo do ponto de fixação dos estais ao suporte.
b) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
12.6.11 Vento de 3 s transversal, com ação parcial sobre suportes treliçados, estaiados
monomastro de suspensão
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando na direção do eixo transversal do suporte,
somente acima do ponto de fixação dos estais ao suporte.
b) Forças transmitidas ao suporte devido à ação deste vento sobre os cabos, isoladores, estais e
acessórios.
c) Componente vertical máxima da carga de tração dos cabos condutores e para raios.
12.6.12 Vento de 3 s longitudinal, com ação parcial sobre suportes treliçados, estaiados
monomastro de suspensão
a) Força exercida sobre o suporte pelo vento atuando na direção do eixo longitudinal do suporte,
somente acima do ponto de fixação dos estais ao suporte.
b) Forças transmitidas ao suporte devidas à ação deste vento sobre os cabos, isoladores, estais
e acessórios.
12.6.13 Contenção de falha com desequilíbrio longitudinal do cabo para-raios, para suportes
de suspensão e ancoragem intermediária
a) Carga de contenção de falha para o cabo para raios, conforme estabelecido em 12.3.6, aplicada,
alternadamente, em cada um dos pontos de fixação dos cabos para raios.
b) 70 % da componente vertical da carga de tração do cabo para raios aplicada no ponto onde
se considerou a carga longitudinal e 100 % desta componente no ponto de fixação do outro
cabo para raios, quando existir.
c) Componente vertical da carga de tração do cabos para raios nos demais cabos para raios.
12.6.14 Contenção de falha com desequilíbrio longitudinal do cabo condutor, para suportes
de suspensão e ancoragem intermediária
a) Carga vertical de construção e manutenção para os cabos condutores e para raios, conforme
estabelecido em 12.3.5.
a) Cargas permanentes;
13 Fundações
13.1 Geral
13.1.1 Nesta Seção são descritos os critérios técnicos para o projeto de fundações da linha de
transmissão ou seu reaproveitamento.
13.1.2 As fundações têm por finalidade garantir a estabilidade dos suportes sob a ação das cargas
atuantes. A escolha e o projeto das mesmas devem ser executados após a realização de investigações
geológico-geotécnicas e inspeção de campo.
13.1.3 As fundações devem atender, quando aplicável, às prescrições da ABNT NBR 6122.
Serão feitas através de mapeamento geológico detalhado ao longo do traçado da linha de transmissão,
com base nas informações existentes (aerofotogrametria, mapas geológicos, mapas geomorfológicos,
mapas pedológicos e levantamento topográfico).
Recomenda-se a execução de sondagens (SPT, rotativa, trado etc.), poços de inspeção e outras
investigações adequadas para a estimativa dos parâmetros do terreno.
A inspeção de campo deverá ser feita com o objetivo de verificar se os locais de implantação dos
suportes estão adequados.
Para determinação dos esforços a serem utilizados no cálculo das fundações, devem ser utilizados
os carregamentos nas fundações considerados nos projetos dos suportes.
13.6.1 As fundações são dimensionadas com fatores de segurança dos métodos de cálculo geotécnico
e estrutural das fundações, de acordo com os carregamentos nas fundações considerados nos projetos
dos suportes.
A tensão média atuante no solo deve ser menor ou igual à sua tensão resistente.
A carga atuante de tração deverá ser menor ou igual à sua carga resistente.
Devem ser comparadas as solicitações (tensão e momento) atuantes com as resistentes, de maneira
a garantir o equilíbrio da fundação.
Para o dimensionamento estrutural das fundações deverão ser observadas as normas pertinentes.
14.2.2 Nas condições de trabalho sem ação do vento, os isoladores e as ferragens não podem estar
submetidos a uma carga superior a 40 % das suas cargas de ruptura nominais.
14.2.3 Nas hipóteses de vento de 10 min para projeto, vento de 3 s para projeto e de construção e
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manutenção dos suportes, os isoladores e as ferragens não podem estar submetidos a uma carga
superior a 60 % das suas cargas de ruptura nominais.
14.2.4 Em caso de cadeia múltipla de isoladores, a carga total a que estará submetida esta cadeia
deve ser dividida entre as pencas.
15 Sistema de aterramento
15.1 Os suportes da linha devem ser aterrados de maneira a tornar a resistência de aterramento
compatível com o desempenho desejado e a segurança de terceiros, conforme a ABNT NBR 17140.
b) “L2” e “L3” são contrapesos complementares que podem ser especificados pelo projeto;
15.4 Quando necessário, devem ser tomadas medidas para reduzir a possibilidade de acidentes
causados por tensões de toque e de passo dentro da faixa de passagem.
15.5 As características técnicas dos materiais utilizados para o aterramento dos suportes devem
estar de acordo com os requisitos da ABNT NBR 16254.
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NOTA Admite-se o uso do cabo de aço zincado 38 mm2 para contrapeso de linhas abaixo de 230 kV.
15.6 Deve ser medida a resistência de aterramento de cada suporte após a sua montagem e antes
do lançamento dos cabos para raios. Os equipamentos de medição devem atender aos requisitos
da ABNT NBR 15749.
NOTA Não são admitidos equipamentos como multímetros, alicates de medição de loop de terra e outros
similares.
15.8 No caso de suportes de concreto ou madeira, as ferragens de fixação dos isoladores devem
ser ligadas ao eletrodo de aterramento do suporte por meios de condutores de aterramento adequados.
16.1.2 A linha de transmissão deve ser avaliada, na fase de projeto, visando reduzir o impacto ao
meio ambiente.
16.1.3 Deve ser elaborado um planejamento ambiental abordando a necessidade de ações ambientais
e/ou alterações técnicas com vistas às atividades de implantação, operação e manutenção da linha
de transmissão.
Situações que importem riscos decorrentes da queda de árvores sobre suportes, estais e cabos
deverão ser avaliadas, evitando-se riscos à operação e manutenção.
16.2.2 Recomenda-se que a avaliação das etapas de implantação da linha de transmissão contemple os
aspectos relacionados aos impactos ambientais considerando os meios físico, biótico e socioeconômico.
16.2.3 Recomenda-se uma atenção especial, sob o aspecto ambiental, às etapas de implantação,
operação e manutenção da linha de transmissão relacionadas nos itens seguir.
e) sistema de aterramento;
g) implantação de canteiros.
16.2.4 Recomenda-se que a avaliação dos impactos ambientais se inicie com as atividades de projeto
básico e de engenharia do traçado da linha de transmissão, devido às facilidades de alteração das
soluções propostas e as possibilidades de ganhos social, ambiental e econômico através destas atividades.
16.2.5 Os critérios e limites técnicos desta Norma devem ser considerados como referência para
a avaliação dos impactos e para elaboração dos relatórios ambientais.
16.2.6 Recomenda-se que seja evitada a implantação da linha de transmissão em áreas de preservação
permanentes, unidades de conservação, reservas legais ou especiais, assim consideradas pelos
Órgãos Ambientais.
16.2.7 Recomenda-se que, durante a fase de planejamento da linha, nos casos de travessia em áreas
de florestas nativas, adote-se distância vertical suficiente entre o cabo e a altura média do dossel
da vegetação.
17.1.2 A largura da faixa de passagem deve ser igual ou maior que a largura da faixa de segurança
definida em 17.2.
17.1.3 A largura da faixa de passagem pode variar ao longo do traçado da linha em função de
condições particulares de cada trecho ou local específico.
17.1.4 No caso de suportes estaiados, a largura da faixa pode ser ampliada na região dos suportes,
porém deve manter-se constante ao longo do restante do vão, conforme a Figura 24.
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17.2.1 A largura da faixa de segurança deve ser calculada com base nos seguintes critérios:
17.2.2.1 Deve ser mantida uma distância segura entre os condutores das fases externas da linha e
o limite da faixa de passagem ou das fases, suportes e estais de outro circuito em paralelo, na condição
de balanço dos cabos, devido à ação do vento.
17.2.2.2 A força exercida pelo vento sobre o condutor para cálculo da flecha e do ângulo de balanço
deve ser calculado considerando:
17.2.2.3 O ângulo de balanço do cabo deve ser calculado de acordo com 8.9.
17.2.2.4 O ângulo de balanço da cadeia deve ser considerado igual ao ângulo de balanço do condutor.
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17.2.2.5 No caso de uma única linha de transmissão, a largura definida pelo ângulo de balanço é
calculada pelas equações a seguir:
17.2.2.5.1 No caso de suportes com fases dispostas de forma simétrica com relação ao seu eixo:
L = 2 (b + d + D )
17.2.2.5.2 No caso de suportes com todas as fases de um mesmo lado do seu eixo:
L = 2 (d + D )
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NOTA Neste caso, o eixo da linha é definido pela interseção do plano vertical que passa pelo ponto de
fixação do condutor mais afastado do eixo do suporte, com a superfície do terreno.
onde
17.2.2.6 No caso de um corredor composto por n linhas de transmissão, a largura definida pelo ângulo
de balanço é calculada por:
L = ∑ds j + d1 + b1 + D1 + dn + bn + Dn
onde
∑ds j = ds12 + ds23 + … + dsn −1,n é a soma das distâncias entre os eixos de duas linhas
adjacentes, expressa em metros (m);
17.2.2.7 A distância entre os eixos de duas linhas adjacentes deve ser calculada de acordo com a
Figura 14 (7.4), considerando a distância medida a partir do cabo deslocado pelo vento na direção
horizontal e igual à distância horizontal definida em 7.4.2.
a) a distância necessária entre os condutores destas linhas, calculada conforme definido em 7.4;
b) a aproximação do cabo balançado pelo vento com relação aos estais da outra linha;
c) a possibilidade de interferência entre as fundações dos estais de uma linha com as fundações
dos suportes e/ou estais da linha adjacente.
17.2.2.9 Nos grandes vãos da linha, a largura da faixa deve ser reavaliada de forma a garantir a segurança.
Os níveis de campos elétrico e campo magnético, dentro e fora da faixa, devem atender ao disposto
em 10.2 e 10.3.
18.1.1 Para fins de uso e de ocupação da faixa de passagem da linha de transmissão, as seguintes
zonas são definidas:
— ZONA B: É a faixa de terreno, excluída a zona A, entre as projeções verticais dos cabos mais
afastados do eixo, em repouso, ao longo da linha de transmissão;
— ZONA C: É a porção da faixa de passagem cujos limites externos são os limites da faixa de
passagem, excluindo-se as zonas A e B;
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18.1.2 O zoneamento da faixa de passagem típico está exemplificado na Figura 28. O zoneamento
da faixa de passagem no entorno de um suporte estaiado está exemplificado na Figura 29.
18.1.3 Para fins de implantação, as áreas destinadas às atividades de apoio à construção, tais como
praças de lançamento de cabos, áreas de manobra e praças de torre, não estão sujeitas aos limites
da faixa de passagem, e devem estar incluídas no processo de licenciamento da linha de transmissão.
18.2.1 Como critério geral, a faixa de passagem da linha de transmissão não pode ter obstáculo,
vegetação ou execução de atividade por terceiros que permita a ocorrência das situações relacionadas
a seguir.
b) Riscos a terceiros.
18.2.2 O uso da faixa de passagem deve ser avaliado por meio de estudos sobre a convivência da
linha de transmissão com obstáculos e com a execução de atividades por terceiros.
18.2.2.1 Na elaboração dos estudos, devem ser observadas as condições de regime de operação e
a possibilidade de ocorrência de acidentes relacionados com a linha de transmissão.
18.2.2.2 Os estudos para avaliação do uso da faixa de passagem devem ser submetidos à aprovação
da concessionária, proprietário ou responsável pela linha de transmissão.
Na zona A da faixa de passagem, somente serão permitidas atividades que não ofereçam risco
ou limitação relacionadas à operação e a manutenção da linha de transmissão, e nem a pessoas.
18.4.1 Não é permitida a utilização das zonas B e C da faixa de passagem para a implantação de
edificações, instalações de quaisquer natureza e porte e para qualquer finalidade, permanente ou
temporária, tampouco para atividades que impliquem na concentração de pessoas, como por exemplo,
não se limitando a elas:
b) Cercas eletrificadas;
c) Outdoors e similares;
g) Parque de diversões;
i) Pontos de ônibus;
m) Fornos, chaminés, sistemas de irrigação ou qualquer outra instalação que possa modificar a
rigidez dielétrica do ar;
r) Culturas que possam violar as distâncias de segurança aos cabos condutores, ou com alto poder
calorífico;
18.4.2 A implantação de instalações como estradas, rodovias, ferrovias, ruas, avenidas, dutos,
tubulações, redes elétricas, de comunicação e dados e linhas de transmissão, poderá ser permitida,
mediante apresentação prévia de projeto para análise e aprovação da concessionária, proprietária
ou responsável pela linha, com a utilização das zonas B e C da faixa de passagem para travessias
ou a utilização da zona C em compartilhamento.
Para situações de compartilhamento envolvendo estradas, rodovias, ferrovias, ruas e avenidas deverá
ser excluída da Zona C, a região associada às projeções no solo dos cabos mais afastados do eixo,
mais a distância elétrica horizontal, para condição de balanço máximo, definida como Zona C’.
As cercas na faixa devem ser seccionadas e aterradas, com o objetivo de mitigar tensões de
transferência, toque e passo em seres humanos e animais.
19.1.2 O manejo da vegetação na faixa de passagem deverá ser definido em função das condições
específicas de cada local, considerando entre outros aspectos, o risco operacional (por exemplo por
incêndio, aproximação de vegetação, queda de árvores) e limitação à manutenção (por exemplo,
impossibilidade de acesso às estruturas e estais, às zonas de passagem dos cabos).
19.1.3 Em situações excepcionais, onde for caracterizado risco operacional, o manejo da vegetação
pode extrapolar os limites da faixa de passagem.
19.1.5 Deve ser apresentado na fase de projeto o desempenho da linha em função do risco de
incêndio, com base de registros ao longo do ano de acordo com cada região e bioma atravessado
pela linha, baseado em amostragens de pelo menos 5 anos, obtidas em um período recente, por meio
de técnicas de sensoriamento remoto utilizando como base os dados do satélite de referência adotado
no Brasil.
19.1.6 Entre os critérios para a avaliação do risco de falha devem ser observados, além do risco
de incêndio, o bioma atravessado, a altura da vegetação em relação aos condutores, a distância
entre as fases ou polos, a pressão atmosférica, a necessidade de manejo de vegetação em áreas
de sensibilidade ambiental e outras previstas na legislação vigente, vão a vão.
19.1.9 Para fins de atendimento de desempenho frente ao risco de desligamento por queimadas,
consideradas as limitações técnicas das instalações anteriores à publicação da atual revisão, as
impossibilidades de atendimento pleno às recomendações da metodologia sugerida nesta norma
deverão ser embasadas por meio de análise técnica da responsável.
19.1.10 Para as instalações existentes anteriores a atual revisão desta Norma, a metodologia deve
ser aplicada buscando o atendimento das distâncias de segurança.
19.2.1.1 Quando a distância vertical entre o cabo e a vegetação, e a distância entre fases/polos
existentes não forem suficientes para garantir a suportabilidade elétrica do ar quando submetido a
queimada, deve ser definida a área ideal de manejo da vegetação sob os cabos condutores a fim de
garantir a condição segura para a operação da linha.
19.2.1.2 Desta forma, o projetista deve apresentar estudo específico acerca dos riscos da vegetação,
em função das espécies encontradas tanto no interior da faixa quanto na faixa paralela, observando
as distâncias de segurança.
19.2.1.2.1 No interior da faixa deve-se observar as distâncias verticais de segurança conforme 7.2.4.1
e nas Figuras 8 e 9.
19.2.1.2.2 Na faixa paralela deve-se observar as distâncias horizontais de segurança conforme 7.3
e Figura 13.
19.2.1.3 Deve ser calculada a distância mínima de segurança entre fases, considerando a temperatura
equivalente com a distância h.
19.2.1.4 O comprimento da área de manejo ao longo do vão deve ser suficiente até que todos os
pontos críticos estejam respeitando a mínima distância de segurança cabo – vegetação.
19.2.1.5 Para a definição da largura da área de manejo, a mínima distância lateral deve ser suficiente
para refletir em uma mínima distância vertical cabo – vegetação e uma mínima distância direta cabo –
vegetação que garanta a segurança operacional da linha durante eventos de queimadas.
19.2.1.6 A necessidade de manejo da área no vão deve ser estimada de modo a garantir o atendimento
às distâncias mínimas entre o cabo condutor e a vegetação para a garantia das condições de operação
e manutenção da linha de transmissão, observado em 19.1.2.
19.2.2.1 Para as regiões com alto risco de incêndio, deve ser previsto o manejo por corte raso e roço
na área dos suportes visando a confiabilidade e a manutenção dos componentes da linha, observado
19.1.2.
19.2.2.2 Suportes autoportantes devem ter dimensões de roço de quatro metros a partir da projeção
das fases laterais.
19.2.2.3 Como alternativa de menor impacto para a manutenção da área dos suportes estaiados,
é permitido o roço ao longo da projeção horizontal dos estais, e com uma área no entorno da base
do suporte, afastado ao menos 2 m a partir da base.
19.2.2.4 As áreas de fundações tanto para autoportantes quanto para estaiadas, devem ter um aceiro
realizado no entorno destes componentes com dimensões de 4 m × 4 m visando a redução de riscos
de danos em componentes plásticos e em selos de ou pintura.
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19.2.2.5 Em função dos critérios definidos em 19.2, as dimensões para a limpeza das zonas B e C
dependem das distâncias entre cabo e vegetação.
19.2.2.5.1 A limpeza na zona B deve ser definida visando a prevenção contra incêndios.
19.2.2.7 Deve ser praticado o manejo da vegetação nas zonas B e C nos trechos de faixa de passagem
de modo a evitar a densidade de vegetação suficiente para, em caso de incêndio, elevar a temperatura
ao ponto de provocar o desligamento da linha de transmissão.
19.2.2.8 Nos casos das linhas de transmissão, com faixas compartilhadas, deve ser considerada como
zona B, a área compreendida entre eixos das linhas de transmissão nos trechos de paralelismo, desde
que os estudos técnicos da metodologia de corte seletivo não indiquem o contrário.
19.2.2.9 Deve ser evitado, sempre que possível, o corte raso e roço de vegetação em terrenos que
desencadeiem ou acelerem processos de erosão existentes na região.
19.2.3.1 Para árvores situadas fora da faixa de passagem e que apresentem risco de queda ou
aproximação em relação à linha de transmissão deverá ser avaliado o manejo, de forma a evitar
desligamentos ou comprometimento à operação da linha de transmissão.
19.2.3.2 Para a faixa lateral à faixa de passagem em que vegetação apresentar com alto risco de
incêndio, com potencial de desligamento da linha de transmissão, deverá ser adotado o manejo da
vegetação, inclusive por corte raso e roço.
19.2.4.1 Deve ser considerada a possibilidade de corte seletivo de vegetação em áreas consideradas
como de preservação permanente quando houver riscos operacionais de queda de indivíduos arbóreos
ou mesmo de queimadas, respeitando a legislação vigente.
19.2.4.2 A abertura de clareiras, para locação e montagem dos suportes e para as praças de
lançamento dos cabos, deve ser reduzida ao estritamente necessário, observado a todo o tempo, a
necessidade de obtenção de autorização dos órgãos ambientais responsáveis, para a sua implantação
e manutenção.
19.2.5 Culturas
19.2.5.1 As culturas poderão permanecer na faixa de passagem desde que sejam de baixo risco
de incêndio e as distâncias mínimas entre o topo das mesmas, consideradas as suas alturas máximas
de crescimento, e os cabos condutores, em repouso ou sob a ação do vento, estejam de acordo
com 19.1.2.
A aplicação de culturas que possam induzir a permanência prolongada de pessoas no interior da faixa
não é recomendável.
19.2.5.2 Não pode haver cultura de cana-de-açúcar no interior da faixa de passagem da linha.
19.2.5.3 Outras culturas sujeitas periodicamente a queimadas, intencionais ou não, devem ter o
manejo adequado.
19.2.6.1 Todo suporte deve ter seu acesso preferencialmente definido por terreno natural, estradas
e caminhos existentes ou, caso necessário, por implantação de estrada de acesso.
19.2.6.3 As estradas de acesso contidas no interior da faixa de passagem, devem ser preferencialmente
implantadas na zona B.
19.2.6.4 Deve ser avaliada a permanência das estradas de acesso em caráter definitivo, após
a construção da linha de transmissão, de forma a atender as necessidades das equipes de operação
e manutenção, evitando a construção de caminhos alternativos.
19.2.6.5 Na implantação e manutenção das estradas de acesso devem ser adotadas técnicas de
construção adequadas de modo a evitar a formação de processos erosivos, mantendo quando
possível, a cobertura vegetal compatível com a trafegabilidade de veículos.
19.2.6.6 Nas travessias de córregos ou leitos d’água, a implantação de estrada de acesso não pode
obstruir o fluxo das águas, observadas ainda outras limitações impostas para o terreno no seu entorno,
decorrente de aspectos ambientais.
20 Travessias e aproximações
20.1 Geral
Nesta Seção, são definidos os critérios que devem ser observados nas travessias e aproximações
de linhas aéreas de transmissão com os seguintes obstáculos: rodovias, ruas e avenidas, ferrovias,
outras linhas de transmissão ou distribuição, linhas de telecomunicação, tubulações metálicas,
vias navegáveis, florestas e demais formas de vegetações consideradas de preservação permanente.
20.2.1 As distâncias de segurança devem ser verificadas nas condições típica e limite, nos regimes
nominal e de sobrecorrente, para as respectivas temperaturas de projeto, definidas de acordo com
a Seção 7.
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20.2.2 A distância de segurança nas travessias deve ser mantida considerando o abaixamento do
cabo condutor da linha de transmissão provocado por procedimentos de manutenção, inclusive em
linha energizada.
20.2.3 Nas travessias onde pelo menos um dos suportes adjacentes for de suspensão, no qual
a fixação do condutor tenha possibilidade de deslocamento no sentido longitudinal do vão, deve
ser verificado o abaixamento do cabo condutor sobre o obstáculo, devido ao rompimento do mesmo
no vão adjacente ao vão de travessia, mantendo a distância mínima de segurança limite em
sobrecorrente prevista na Seção 9.
Nas linhas de transmissão com feixe de cabos condutores, essa verificação é dispensada.
20.3.1 O cruzamento entre linhas deve ser efetuado de forma que a linha com maior tensão nominal
cruze por cima da linha de menor tensão.
20.3.2 As distâncias de segurança entre os cabos das linhas devem ser verificadas utilizando os
seguintes critérios:
a) Condutores da linha superior: condições típica e limite dos regimes nominal e de sobrecorrente.
20.4.1 Os suportes da linha de transmissão devem ser colocados fora da faixa de domínio das
rodovias.
Excepcionalmente, por limitações técnicas ou ambientais, fundações dos suportes poderão ser
colocadas dentro da faixa de domínio das rodovias, devendo guardar uma distância mínima das cristas
dos cortes e das saias dos aterros, compatível com as características do terreno.
20.4.2 Nas proximidades de rodovias, ruas e avenidas, havendo possibilidade de choque de veículos
com os suportes da linha de transmissão, os pés dos suportes e fundações de estais devem ser
protegidos convenientemente.
20.4.3 No caso de travessias sobre rodovias federais sob jurisdição do DNIT, deve ser atendida
a legislação vigente [25].
20.5.1 Os suportes da linha de transmissão devem ser colocados fora da faixa de domínio das ferrovias.
20.5.2 A distância mínima de segurança calculada entre os cabos condutores e a ferrovia deve ser
referida à superfície de rolamento da mesma.
20.6.1 Nas travessias, aproximações e paralelismos envolvendo tubulações metálicas devem ser
realizados estudos de interferência eletromagnética, analisando-se os acoplamentos indutivo, capacitivo
e resistivo, para verificar a integridade das tubulações e seus acessórios, bem como a segurança de
pessoas.
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No caso de travessias sobre tubulações aéreas deve ser verificada a transferência de potenciais
em caso de queda de um condutor sobre a tubulação.
20.7.1 No cálculo das distâncias dos cabos condutores à superfície de águas navegáveis, deve
ser considerado o nível da maior cheia ocorrida e a altura do maior mastro fixado pela autoridade
responsável pela navegação na via navegável considerada.
20.9.1 Devem ser apresentados projetos de travessias aos proprietários ou responsáveis das
instalações mencionadas em 20.1, caso estes sejam exigidos.
20.9.2 Na apresentação de um projeto de travessia para aprovação pelo órgão responsável pela via
ou instalação atravessada, caso não existam recomendações específicas, devem constar no mínimo
os seguintes elementos:
c) Detalhes esquemáticos dos suportes utilizados, com indicação do tipo e dimensões principais.
d) Detalhes, na escala mínima 1:25, da fixação dos cabos condutores e dos cabos para-raios
aos suportes da travessia, com indicação da quantidade, tipo e características principais dos
isoladores (material, dimensões, carga de ruptura).
e) Características mecânicas dos cabos condutores e para-raios utilizados (número, material, seção,
bitola ou diâmetro, código, carga de ruptura, carga de tração e temperatura para a catenária
mostrada no desenho do perfil).
f) Características elétricas da linha projetada (tensão nominal, número de fases, número de circuitos,
número de condutores por fase).
g) Distância mínima de segurança na condição mais crítica, para efeito de comparação com a
distância indicada no perfil.
20.9.2.2 Na planta, devem estar indicados o nome da via ou instalação, prefixo ou equivalente,
a posição quilométrica, georreferenciamento do local da travessia e os nomes das localidades
mais próximas, o ângulo formado pelos dois eixos no ponto da travessia, posição dos suportes do vão,
linhas de telecomunicação existentes e os limites da faixa de domínio atravessada, onde for o caso.
CABO OPGW
Figura 31 (continuação)
Figura 31 (conclusão)
21.2 São consideradas, de forma distintas, linhas de transmissão projetadas de acordo com a metodologia
descrita na Seção 6 e linhas existentes projetadas segundo outras metodologias ou normas.
21.3 As temperaturas de projeto típica e limite para os regimes de corrente nominal e de sobrecorrente
foram definidas como as maiores temperaturas entre as calculadas para cada período climático e para
o respectivo regime.
21.4 Para os demais períodos climáticos, a corrente admissível para um dado regime e a condição
devem ser determinadas através dos seguintes passos:
a) calcula-se, por um processo iterativo, a corrente cuja distribuição estatística tem o risco térmico
definido para a temperatura típica de projeto no regime em consideração;
b) calcula-se, por um processo iterativo, a corrente cuja distribuição estatística tem o risco térmico
definido para a temperatura limite de projeto no regime em consideração;
c) a menor das duas correntes calculadas nos passos (a) e (b) é a corrente admissível do período
climático para o regime em consideração.
21.5 Uma alternativa, para facilitar e agilizar o processo iterativo, é processar de antemão, de acordo
com 6.4, o modelo matemático de equilíbrio térmico para uma faixa de valores de correntes e tabelar,
ou plotar os resultados em gráficos, para futuras interpolações. Estes resultados podem ser as estatísticas
(média, desvio-padrão e mínima) ou os próprios riscos térmicos.
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22.2 No que se refere à sinalização, o projeto de linha deve atender aos requisitos aplicáveis das
ABNT NBR 6535, ABNT NBR 7276 e ABNT NBR 8664.
Anexo A
(informativo)
A.1 Geral
Neste Anexo, são descritas as recomendações para tratamento de dados dos ventos de séries de
dados máximo anuais.
A.2.1.2 No caso de uma série de velocidades máximas anuais do vento, a função de probabilidade
acumulada da distribuição de valores máximos de Gumbel expressa a probabilidade de que a
velocidade máxima do vento em um ano seja menor ou igual à velocidade v.
A.2.1.3 A probabilidade de que a velocidade máxima do vento em um ano seja maior que v é, então:
P (v ) = 1 − F (v )
1
F (vT ) = 1 −
T
onde
vT é a velocidade do vento com período de retorno T, expresso em metros por segundo (m/s).
C1
α=
s
C2
β =v −
α
1 n
z= ∑ zi
n i =1
1 n
z= ∑ zi
n i =1
1 n 2 2
s2 = ∑z −z
n i =1 i
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A.2.2.2 Os valores de C1 e C2, para alguns anos de observação, estão mostrados na Tabela A.1.
A.2.3 Considerando as definições em A.2.2, a equação em A.2.1 pode ser escrita como
C C s
F (v ) = exp −exp − 1 v − v + 2
s C1
vT = v + KT ,n s
onde
KT,n é o fator de frequência, que depende do número de anos da série e do período de retorno:
C − C2
KT ,n = T
C1
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onde
1
CT = −ln −ln 1 −
T
A.2.6 A equação em A.2.3, expressa em termos do coeficiente de variação, CV, da série de dados
resulta em:
vT = v (1 + KT ,n CV )
A Tabela A.3 apresenta os valores do fator (1 + KT,n CV) para coeficientes de variação característicos
das séries de velocidades de 10 min máximas anuais medidas no Brasil.
0,13 1,62 1,57 1,55 1,53 1,50 1,48 1,69 1,64 1,61 1,59 1,56 1,53
0,14 1,67 1,62 1,59 1,57 1,54 1,52 1,74 1,69 1,66 1,64 1,60 1,58
0,15 1,71 1,66 1,63 1,62 1,58 1,55 1,79 1,74 1,71 1,69 1,64 1,62
0,16 1,76 1,70 1,67 1,66 1,61 1,59 1,85 1,78 1,75 1,73 1,69 1,66
Anexo B
(informativo)
B.1.1.1 A série horária a ser aplicada deve ser representativa das condições climatológicas mais
críticas da região atravessada pela linha.
B.1.1.3 Para linhas em operação a serie horária de temperatura pode ser obtida pela medição
direta nos condutores ou indiretamente através de metodologia de monitoramento.
a) velocidade e direção do vento com períodos de integração da média de 10 min a 1 h, para altura
de referência de 10 m.
B.1.3 Nos casos de obtenção da série horária da temperatura do condutor através de medição da
temperatura ou monitoramento, a série deve ser discretizada em séries parciais com valores constantes
de corrente.
Onde f (t ) é a função densidade de probabilidade da temperatura do condutor, definida por uma série de
variáveis (temperatura ambiente, vento, radiação solar etc.) que podem ou não ter correlação entre si.
O conceito de risco térmico está representado na Figura B.1, que consiste em uma série de dados
obtidos em uma estação meteorológica, no qual aplicou-se a um condutor com corrente, obtendo-se
uma amostragem de temperaturas. Aplicando-se a Equação B.2, obteve-se a curva de risco térmico,
Figura B.2, no qual por exemplo pode-se obter qual é o risco de 10 %.
0.05
0.045
0.04
0.035
0.03
0.025
f(t)
0.02
0.015
0.01
0.005
0
20 30 40 50 60 70 80
Temperatura
0.9
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0.8
0.7
0.6
P(t)
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
20 30 40 50 60 70 80
Temperatura
Anexo C
(informativo)
Projeto do isolamento
Após a determinação das dimensões nos suportes, os fatores de espaçamento podem ser calculados
pelas fórmulas a seguir, com as dimensões indicadas na Tabela C.2.
C.1.2.2 Condutor-janela:
H −8 S
kg = 1, 25 + 0, 005 t − 6 + 0, 25 exp − 0, 2
D D1
onde
kg1 é o fator de espaçamento para distância D1. Nesse caso, para aplicação desse fator é
necessário que D2 > D1, D1 = 2 a 10 m e D1/Ht = 0,1 a 0,8.
kg2 é o fator de espaçamento para a distância D2, que é aplicado quando D2 < D1, D2 = 2
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a 10 m e qualquer S/D2.
Tabela C.2 – Parâmetros típicos para descarga disruptivas fase-terra para impulso de frente lenta
(conforme a ABNT NBR 8186:2021)
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b) coeficiente de variação da distribuição das suportabilidades para solicitações de frente lenta CVfl
de 3 % ou 6 %;
NOTA O valor de CVsfl para sobretensões entre fases pode ser diferente das sobretensões fase-terra.
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5) Observa-se que, na referência [13], Eq. 5.13-10, define-se R = V50 S2 e, para esta Norma, utiliza-se
KCS = U90 V2 .
Bibliografia
[1] ANEEL, Resolução normativa nº 906 de 8 de dezembro de 2020. Aprova o Módulo 4 – Prestação
dos Serviços das Regras dos Serviços de Transmissão de Energia Elétrica, a revisão do
Módulo 1 – Glossário das Regras dos Serviços de Transmissão de Energia Elétrica e dá outras
providências.
[3] IEEE, Std 516 – IEEE Guide for Maintenance Methods on Energized Power Lines, 2021.
[4] J. I. Silva Filho, A. A. Menezes Jr., A. P. Ruffier, L. F. Estrella Jr. e J. L. G. Dias, “Esforços devidos
ao vento sobre componentes de LTs e fatores de correção normativos compatíveis com a realidade
brasileira,” em XVIII SNPTEE, Curitiba, 2005.
[5] IEC, Overhead transmission lines – Design criteria, standard 60826, 2017.
[6] ASCE, “MOP 74: Guidelines for Electrical Transmission Line Structural Loading,” 2020.
[7] R. H. Frith e A. M. Watts, “Dynamic Behaviour of Transmission Line Conductors under the Influence
of Wind,” em The Engineering Conference, Adelaide, Australia, 1980.
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Technical Brochure nº 72, 1992.
[11] IEC, Insulation co-ordination – Part 2: Application guide, standard 60071-2, 1996
[12] I. Kishizima, K. Matsumoto e Y. Watanabe, “New facilities for Phase-to-Phase Switching Impulse,”
IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, pp. 1211-1216, June 1984.
[13] EPRI, AC Transmission Line Reference Book – 200 kV and Above, Third Edition, Palo Alto, EUA, 2005.
[14] CIGRE SC 33, Phase-to-phase insulation co-ordination, Parts I to IV, Electra, nº 64, 1979.
[15] A. R. Hileman. Insulation coordination for power systems. CRC Press, 2018.
[16] L. Paris e R. Cortina, Switching and lightning impulse discharge characteristics of large air gaps and
long insulator strings. IEEE Transactions on Power apparatus and systems, nº 4, p. 947-957, 1968.
[17] CIGRE WG B2.06. Tower top geometry and mid span clearances, Technical Brochure nº 348, 2008.
[18] BRASIL, Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009 – Dispõe sobre limites à exposição humana
a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos; altera a Lei no 4.771, de 15 de setembro
de 1965; e dá outras providências.
[20] ICNIRP, Guidelines for Limiting Exposure to Time-Varying Electric and Magnetic Fields (1 Hz to
100 kHz), 2010.
[23] CIGRE JWG B2/ B4/ C1.17, Impact of HVDC lines on the economics of HVDC projects, Technical
Brochure Nº 388, 2009.
[24] CIGRE TF B2.11.04, Overhead conductor safe design tension with respect to aeolian vibrations,
Technical Brochure nº 273, 2005.