dp2 Protozooses 1

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

TRICOMONOSE TRICOMONOSE

Bovinos (Bos taurus e Bos indicus)


Definição

Importância económica
 Afecção genital, insidiosa,  Infertilidade
caracterizada essencialmente por:  Perda de vitelos por aborto
 Custos de tratamento
– Alterações reprodutivas nas fêmeas:  Programas alternativos de I.A.
infertilidade temporária, morte
embrionária ou fetal, aborto, mumificação  Diminuição da produção leiteira
e retenção do feto e membranas fetais,  Custos com abate e reposição de
com produção de piómetra animais infectados
– Machos: assintomáticos

TRICOMONOSE TRICOMONOSE

Hospedeiro susceptível → bovinos


Transmissão

Tritrichomonas
Etiologia


(machos e fêmeas)
foetus
 Animais jovens são menos susceptíveis
8-18 / 4-9 µm
 Principal via de transmissão → genital
(cópula)
 Sémen de touro infectado, usado na
I.A
 Objectos de observação infectados
(espéculos, etc.).

TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Local de infecção

Fêmea
Epidemiologia

  Idade (infecção aumenta com a idade)


– localização preferencial → pregas do  Raça (mais em Bos taurus)
cérvix
– Vagina, colo, útero e até trompas  Persistência da infecção
 Touro → cavidade prepucial e  Portadores assintomáticos (machos,
ocasionalmente no orifício uretral mas também fêmeas)
 Feto → líquido amniótico e alantóico  Dose infectante
além do fluído do abomaso  Práticas de maneio

1
TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Vaginite e cervicite (agudas ou crónicas As vacas e novilhas infectadas podem:
Patogenia/Lesões/Sintomas

Patogenia/Lesões/Sintomas

moderadas).  Conceber e gestar normalmente sem sinais
 Endometrite a morte do embrião ou feto (6-16 clínicos de infecção.
semanas).  Estar submetidas a múltiplas cobrições inférteis,
 Maceração fetal a piómetra a infecção crónica sem mostrar sinais óbvios de infecção. O ciclo
a infertilidade. éstrico pode ser regular ou irregular.
 Descarga vulvo-vaginal mucosa ou muco-  Mostrar falhas de concepção e desenvolver um
purulenta. estado edematoso do endométrio com secreção
 Maioria dos abortos despercebidos a cio 2-3 muco-floculenta.
meses depois da cobrição.  Desenvolver uma piómetra.
 Piómetra (< 10% vacas infectadas).

TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Diagnóstico

Diagnóstico

A - Anamanese: B - Clínico:
Ajuda pouco: infecção
 Diminuição no número de gestações.
despercebida no macho e
 Aumento de vacas repetidoras. na fêmea.
 Espaçamento entre partos e
C - Parasitológico:
prolongamento do período de partos.  Método directo
 Abortos ocasionais. – Identificação das tricomonas nas secreções prepuciais ou
no muco cérvico-vaginal.
 Piómetra em alguns animais. – Isolamento a partir da placenta, líquidos placentários ou
conteúdo abomasal do feto.
 Método indirecto ou cultura

TRICOMONOSE TRICOMONOSE

Colheita de amostras: A. Exame directo entre lâmina e lamela (10x), ou


Diagnóstico

Diagnóstico

a) No touro: após centrifugação a 2000 r.p.m., durante 5-10´,


em soro fisiológico estéril aquecido a 37º C.
 Após uma semana de repouso sexual, o B. Incubação da amostra durante 72 horas a 37º C
parasita é pesquisado no liquido de em meio específico (Ckupfer Berger ou Schneider),
lavagem prepucial (sifonagem), após com adição de antibióticos.
massagem prévia.
Outras técnicas:
b) Na vaca:  Teste da mucoaglutinação (anticorpos
 Recolher o muco da região do cérvix, 2 dias aglutinantes).
antes ou 2 dias depois do cio, com cateter  Reacção intradérmica mediante inoculação de
e seringa. tricina.
 Detecção de anticorpos circulantes.

2
TRICOMONOSE TRICOMONOSE

Tratamento local: Tratamento sistémico:


Tratamento

Tratamento
a) b)
 Metronidazol (unguento a 5% e duche  Dimetridazol (50 mg/kg/dia/PO, 5
uretral com 30 ml de uma solução a 1%). dias) (50 mg/kg/IV, 1 aplicação) (10
 Berenil (100-150 ml de uma solução a 1% mg/kg/dia/IV, 3-5 dias).
no prepúcio durante 15-20´).
 Metronidazol (75 mg/kg/12-12h/IV)
 Soluções antissépticas (lugol 1:3000,
cloramina 0,3%, tripaflavina e acriflavina  Ipronidazol (60 g : 30, 15 e 15 g,
0,3-0,5% e água oxigenada 0,5%). durante 3 dias, via intramuscular.
(Tratamentos laboriosos com aplicação c) Tratamento sintomático:
continuada durante vários dias)
 Prostaglandinas (metrite e piómetra).

TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Aviaria (preferencialmente pombos)

Enfermidade caracterizada pela presença de


Definição/Etiologia

Detecção dos animais infectados e retirada da


Profilaxia/Controlo

 
reprodução. nódulos caseonecróticos na boca, faringe e
 Tratar os infectados ou eliminá-los. papo que dão lugar a uma síndrome de
disfagia
 Prevenir a reintrodução da infecção.
 Preconizar a I.A., que com o seu controlo Trichomonas gallinae
sanitário rigoroso impede a transmissão.
 Separar o rebanho em infectados e não  O hospedeiro principal é a pomba doméstica,
infectados. mas também pode parasitar outras
columbiformes, galiformes como o peru e a
 Aquisição de touros certificados e não utilizar galinha, aves de rapina, especialmente as
touros comunitários. predadoras das pombas. Também foi
 Diagnóstico anual em todos os reprodutores. observada em gaivotas e psitacídeos

TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Aviaria (preferencialmente pombos) Aviaria (preferencialmente pombos)
Epidemiologia

Esta doença aparece principalmente em


Patogenia/Lesões


aves que estejam condicionadas num
excesso de populção, em reduzida superfície
 No começo a mucosa oral está inflamada, de cor violácea,
 A transmissão é efectuada pelas mães aos coberta por um exsudado de aspecto gelatinoso, verdoso, que
mais tarde se estende à faringe e ao palato.
filhos durante a alimentação dos mesmos. É  Pouco depois aparecem umas úlceras que se cobrem com
material caseoso; ao principio estas úlceras estão isoladas,
possível também a transmissão entre aves a mas logo confluem à medida que se acumula o material
partir do alimento ou água contaminada caseoso sobre a sua superfície e se formam nódulos cujo
tamanho oscila entre o de uma ervilha e o de uma avelã e
que podem obstruir a faringe e a laringe. Neste caso a
mortalidade é muito elevada e os animais morrem entre os 4
e 18 dias após a infecção.

3
TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Aviaria (preferencialmente pombos) Aviaria (preferencialmente pombos)

Sintomas
Observam-se essencialmente em aves
Patogenia/Lesões


jovens (10-15 dias)
 Alterações gerais: anorexia,
abatimento e eriçamento das penas
 Sintomas locais e funcionais:
– Disfagia e vómitos, dilatação do papo
 Estas lesões chegam ao esófago e papo que – Odor desagradável ao abrir a boca;
se deformam por acumulação das massas liquido verdoso
caseosas.

TRICOMONOSE TRICOMONOSE
Aviaria (preferencialmente pombos) Aviaria (preferencialmente pombos)

Dimetridazol (500 ppm na água/3-5 dias e


Diagnóstico

Tratamento

 Sinais clínicos e lesões 

 Observação depois, metade da dose durante 10 dias, ou


200 mg/kgpv durante 5 dias na ração)
microscópica do
 Carnidazol (20 mg/kgpv em dose única)
raspado de mucosa do
esófago corado com  Ronidazol (600 mg/l na água da bebida
Giemsa durante 5-7 dias e 400 mg/l durante outros
5-7 dias, ou 20 mg/kgpv numa só toma)
 Cultura “in vitro”  2-amino-5-nitrotiazol (em pombos, 30
mg/kgpv por dia durante uma semana e 45
mg/kgpv por dia durante o mesmo tempo
em outras aves)

TRICOMONOSE HISTOMONOSE
Aviaria (preferencialmente pombos) Entero-hepatite ou "Black Head"
Etiologia

Histomonas meleagridis
Profilaxia

 Medidas de higiene: adição de


hipoclorito na água da bebida  Hospedeiros:
1º perus, especialmente jovens
 Dimetridazol (125-150 ppm no 2º galinha, faisão, perdiz, codorniz, etc.
alimento durante 10 dias)  Hospedeiro intermediário:
Heterakis gallinarum
 Carnidazol (20 mg/kgpv na altura do  Hospedeiro paraténico:
acasalamento e a metade do período Lombrigas da terra
de incubação  Local de infecção:
 Evitar o excesso de população 1º ceco intestinal 2º fígado
 Transmissão:
Ingestão dos ovos de Heterakis gallinarum

4
HISTOMONOSE HISTOMONOSE
Entero-hepatite ou "Black Head" Entero-hepatite ou "Black Head"

Animais jovens mais sensíveis

Patogenia/Lesões
Pequenas úlceras na
Epidemiologia

 
 Perus: doença a partir das 3 semanas idade mucosa cecal, que
 Adultos portadores assintomáticos podem coalescer,
envolvendo a maior
 As raças precoces são mais sensíveis parte da mucosa
 A exploração no solo favorece a infecção  Mucosa adelgaçada,
 O parasita produz efeito patogénico em torna-se necrótica
presença de bactérias (E. coli, Bacillus
subtilis, Streptococcus fecalis, Clostridium  Ceco aumentado de
perfringens) volume e com material
caseoso
 Galinha parasitada por Heterakis gallinarum
é importante reservatório

HISTOMONOSE HISTOMONOSE
Entero-hepatite ou "Black Head" Entero-hepatite ou "Black Head"
Sintomas

As aves jovens têm uma forma aguda da doença,


Patogenia/Lesões


enquanto as aves mais velhas podem aparecer
doentes durante vários dias, antes de se tornarem
emaciadas. As principais perdas ocorrem entre as 3
e 12 semanas
 Pode ocorrer cianose da crista e barbilhões – “black
head”; mais propriamente esta doença é designada
 Histomonas que são transportadas para o por “entero-hepatite infecciosa”
fígado continuam a proliferar, produzindo  Debilidade, anorexia, penas eriçadas e asas e cauda
lesões crateriformes bem circunscritas; caídas
aumentando em tamanho por extensão  Diarreia com fezes de cor amarelo - sulfúrico
periférica  Morte dos jovens é comum, enquanto os perus
 Se existe resposta protectora, a cicatrização adultos e outras espécies hospedeiro podem ser
é contínua, mas permanece uma cicatriz refractárias ou serem portadores assintomáticos

HISTOMONOSE HISTOMONOSE
Entero-hepatite ou "Black Head" Entero-hepatite ou "Black Head"
Diagnóstico

Tratamento

 Dimetridazol (100 g/15 litros de água,


durante 5 dias ou 5 g/6 litros de água
durante 15 dias).
 Ipronidazol (0,0125% na água da
bebida)
 Clínico (dados epidemiológicos e diarreia
característica no peru)  Furazolidona (0,04% na ração)
 Necrópsia parasitária  2-amino-5-nitrotiazol (0,1% na ração
ou água)
 Histo-patológico (trofozoítos)
 Nitiacina (0,025% na ração ou água)

5
HISTOMONOSE
CRIPTOSPORIDIOSE
Entero-hepatite ou "Black Head"
Profilaxia

 Dimetridazol (100-200 ppm na ração)  Distribuição cosmopolita

Introdução
 Ipronidazol (50-80 ppm na ração)  Hospedeiros: ruminantes
 Ronidazol (60-90 ppm na ração) domésticos e silvestres
 Furazolidona (0,01-0,02% na ração)
 Principal sinal clínico:
 2-amino-5-nitrotiazol (0,05% na ração ou água) diarreia
 Nitiacina (0,0125% na ração ou água)
 Órgãos alvo: células
 Separar os perus jovens e adultos das galinhas
(evitar a infecção a partir dos portadores sãos) epiteliais dos aparelhos
 Evitar a criação sobre o solo digestivo e respiratório
 Medicação prévia de toda a população aviaria  Zoonose
contra o Heterakis (Levamizol, Mebendazol)
 Desinfecção dos solos (vapor de água a 100º C)

CRIPTOSPORIDIOSE
Cryptosporidium parvum
Etiologia

Biologi

 Oocistos arredondados de 4,5-5 µm


 Intestino delgado (jejuno e íleon), ceco e
a

cólon. Ocasionalmente: estômago, vesícula


biliar, fígado, pâncreas, útero, traqueia,
pulmões, coração, vias urinárias e
conjuntiva de vitelos, suínos e ratos
 Localização intracelular / extracitoplamática

CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE
 Fonte de infecção: fezes de recém-nascidos com
Epidemiologia
Biologi

diarreia; adultos portadores assintomáticos


 Período de máxima eliminação: 106-107 oocistos/gr
fezes
a

 Transmissão indirecta (alimentos ou água)


 Infectantes no momento da excreção
 Muito resistentes às condições ambientais, excepto
a dissecação e a congelação
 Agentes desinfectantes: hidróxido de amónio a 5%
ou formol a 10%, durante 18-24 horas
 Associação com outros agentes patogénicos
(Eimeria spp., E. coli, Clostridium perfringens,
rotavírus e Salmonella

6
CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE
 Destruição de células epiteliais, atrofia  Sinais patognomónicos ?
Patogenia

Sintomas
parcial e fusão das vilosidades intestinais a  Diarreia profusa aquosa associada a eliminação
diminuição da superfície de absorção de oocistos nas fezes (1ª ou 2ª semana)
 Hiperplasia das criptas  Cor das fezes: amarelada; sem sangue
 Aumento da pressão osmótica no lume,  Duração da diarreia: 3-5 dias (casos leves) a 1-
alteração da permeabilidade da parede a 2 semanas (graves)
passagem de líquidos  Anorexia, dor abdominal, perda de peso,
 Infiltração da lâmina própria por células prostração e febre
inflamatórias  Elevada mortalidade (condições ambientais
adversas e mau maneio)
 Diminuição da actividade da lactáse intestinal

CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE
Caquexia e desidratação (vários graus)  Sinais clínicos – não são específicos
Diagnóstico
Lesões

 Atrofia da gordura mesentérica e enfarto  Epidemiologia


dos gânglios regionais  Diagnóstico laboratorial
 Leite não digerido no abomaso – Exame histológico
– Detecção de oocistos nas fezes
 Enterite congestiva, mucosa hiperémica mas  Coloração de esfregaços de fezes (Ziehl-Neelsen
não hemorrágica modificado)
 Técnicas de concentração (flutuação)
 Conteúdo intestinal amarelado e aquoso  Técnicas imunológicas (Imunofluorescência)
 Acumulação de gás no ceco e cólon – Detecção de anticorpos ?

CRIPTOSPORIDIOSE
 Tratamento etiológico
Tratamento

– Não existem fármacos eficazes


– Redutores do n.º de oocistos excretados:
amprolium, arprinocide, dinitolmida,
salinomicina, halofuginona e sulfamidas
(sulfaquinoxalina, sulfadimidina,
sulfadimetoxina)
– Sulfaquinoxalina (8 g), diariamente
durante 10 dias + vitaminas (B2, B12, K3)
– Polimixina + furazolidona

7
CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE
 Tratamento sintomático  Medidas hígio-sanitárias
Tratamento

Profilaxia
– Soluções de electrólitos (glucose, – Aplicação de desinfectantes eficazes
aminoácidos, sódio, potássio e cloro) – Separar animais doentes de sãos
– Restrição láctea – Parição em áreas não ocupadas por
– Não utilizar parassimpaticolíticos recém-nascidos infectados
– Utilização de probióticos  Imunoprofilaxia
– Colostro de vacas hiperimunizadas com
oocistos/esporozoítos
– Anticorpos monoclonais

Você também pode gostar