Assobrafir-10-1-99 Terapia Inalatória
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Assobrafir-10-1-99 Terapia Inalatória
TERAPIA INALATÓRIA
Evanirso Silva Aquino
TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS
Evanirso da Silva Aquino
Especialista em fisioterapia respiratória pela UFMG
Mestre em fisioterapia pela Universidade cidade de São Paulo
Doutor em Ciências pelo IMT da USP
Fisioterapeuta do Ambulatório de Doenças Complexas – Fibrose Cística do HIJPII-FHEMIG
Professor adjunto do Curso de Fisioterapia da PUC Minas Campus Betim
Franciely Helena da Silva
Fisioterapeuta graduada na PUC Minas campus Betim
Residente multiprofissional em urgência e emergência – do HIJPII da rede FHEMIG
Recomendações
O tamanho das partículas determina o local de deposição das mesmas. Partículas com diâmetros
entre cinco e um micrômetro são consideradas as mais adequadas para aerossóis terapêuticos. A
deposição final das partículas inaladas depende de mecanismos como o impacto por inércia, a
sedimentação gravitacional e a difusão browniana, além das características individuais e da progressão
da doença. A técnica correta para a realização da inalação, levando em considerações as bases fisiológicas,
é a realização de inspirações profundas, com pausa inspiratória de até dez segundos e expiração rápida.
Referências
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Nebulizadores
Existem três tipos de nebulizadores no mercado: o nebulizador com compressor a jato (NJ),
o nebulizador ultrassônico (NUS) e o nebulizador de malha vibratória (NM). Os NJ têm, como
sua principal fonte de funcionamento, a produção do jato de ar pressurizado que, quando em
funcionamento, cria um sistema de venturi, o qual atrai a medicação, através de um tubo capilar
dentro dos nebulizadores. Esse fluxo de medicamento direcionado dentro dos capilares colide contra
um anteparo que, por sua vez, produz o aerossol. As partículas menores serão inaladas e as maiores
retornam dentro do nebulizador, então, inicia-se novamente todo o processo 4.
O NUS é alimentado por eletricidade, que ativa um transdutor produzindo vibrações de alta
frequência, transmitidas para um depósito contendo uma solução e gerando as partículas inaladas 1-3.
O NUS gera um aerossol, por meio de um cristal piezoelétrico, e o calor do cristal pode desnaturar
alguns medicamentos (particularmente proteínas). Pode desenvolver revestimento ou fissuras,
as quais podem ser difíceis de detectar e comprometem o desempenho do dispositivo 4. Os NM
utilizam a tecnologia de um elemento piezoelétrico (operando em frequências menores do que os
NUS) para vibrar uma placa de abertura ou malha, criando uma ação de bombeamento eletrônico.
O tamanho da partícula é ditado pelo diâmetro de aberturas da placa ou malha. Esses nebulizadores
produzem tamanhos de partículas consistentes com uma produção relativamente alta (com
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fluxos de 0,2 - 0,6 mL / minuto) e baixos volumes residuais inferiores a 0,2 mL. Ao contrário dos
nebulizadores ultrassônicos, os nebulizadores de malha vibratória não aquecem nem desnaturalizam
os medicamentos e podem nebulizar com eficiência as suspensões 4,5,9.
Para a pressurização do ar, é possível utilizar cilindros ou compressores elétricos. Os mais
recentes sistemas de nebulizadores, geralmente, desligam-se num ponto em que a dose reservatório
é aerossolizada, ou a uma determinada hora (isto é, após 10 min) 3. No entanto, não está claro se
uma dose é sempre completamente nebulizada, dentro desse período de tempo, e os fatores passíveis
de interferir no tempo são a tosse, o desconforto respiratório e o choro 2. Geralmente, os bocais
são empregados durante a administração da terapia, pois oferecem maior volume de medicamento
ao sistema respiratório . No entanto, pode ser necessária a utilização das máscaras faciais, para o
tratamento dos pacientes agudamente dispneicos ou pacientes não cooperativos, como as crianças. A
utilização da máscara para um nebulizador não deve ser apertada, mas deve ter orifícios para reduzir
a deposição na face e nos olhos 3-5.
Quanto maior o tempo de nebulização, menor será o volume corrente e menor será a
disponibilidade do medicamento no trato respiratório 3,4. A terapia deve ser silenciosa, quase nenhum
medicamento é depositado na via aérea de um bebê chorando. Em essência, chorar é uma exalação
seguida de uma rápida e breve inalação. Durante a expiração, a medicação não está disponível, e,
durante uma inspiração muito rápida, a inércia da inalação faz com que o fármaco seja depositado
na orofaringe 3-5.
Atualmente, no manejo da doença respiratória, a principal indicação é a administração de
medicamentos inalados por nebulizadores com compressores a jato 7. No entanto, as novas versões
de nebulizadores de malha vibratória são vistos como alternativa satisfatória para a nebulização
desses medicamentos 8-9.
Recomendações
A terapia inalatória deve ser realizada com inspirações lentas e profundas, associadas a volume
corrente elevado, para melhorar a deposição pulmonar de partículas nos pulmões de pacientes com
FC.
Recomendações
Recomenda-se a utilização de nebulizadores que gerem partículas pequenas e inaláveis.
Os nebulizadores com compressor a jato são amplamente utilizados pelos pacientes com FC, os
nebulizadores de malha vibratória têm um alto desempenho e podem ser uma alternativa. E os
nebulizadores ultrassônicos não são recomendados para uso de fármacos disponíveis no manejo da
FC.
Recomendações
O uso de dornase tem sido amplamente recomendado no manejo da doença pulmonar na FC,
devido à sua segurança e bons resultados clínicos, em crianças com idade a partir de seis anos.
A dornase deve ser administrada com nebulizador a jato de ar comprimido e nebulizadores de
malha vibratória.
A SSH pode representar uma alternativa potencial ou tratamento complementar para melhorar
o transporte mucociliar, mostrando-se segura, se precedida de uso de broncodilatador.
Os antibióticos inalatórios são indicados para erradicação e controle de contaminação
bacteriana, considerados seguros e com menor efeito sistêmico.
Referências
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9. McKenzie SG, Chowdhury S, Strandvik B, Hodson ME; Investigators of the Epidemiologic
Recomendações
Apesar de ser controverso, o efeito benéfico do posicionamento corporal, durante a terapia
inalatória, na otimização da deposição pulmonar de partículas inaladas, o fisioterapeuta deve avaliar
qual o posicionamento de preferência do paciente.
A indicação da terapia inalatória, associada ou não à PEP, deve ser indicada de forma
individualizada e de acordo com a presença ou ausência de exacerbação pulmonar, uma vez que
a proposta da terapia inalatória é ofertar a maior quantidade de partículas inalatórias, em menor
dosagem e em quantidades suficientes, para otimizar o aproveitamento pulmonar da dose prescrita.
As terapias inalatórias antimicrobianas devem ser precedidas de fisioterapia respiratória, do
uso de broncodilatadores e de agentes mucolíticos, no intuito de desobstruir a árvore brônquica e de
diminuir o broncoespasmo, induzindo a maior penetração pulmonar do antibiótico.
Referências
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A eficiência do sistema de aerossol é avaliada pela emissão de dose, definida como a quantidade
de droga que sai do dispositivo de entrega e a fração de partículas finas. Essas partículas finas,
denominadas partículas respiráveis, correspondem à massa de partículas abaixo de um diâmetro de
corte, a qual varia entre um a cinco micrômetros 1.
Atualmente, os dispositivos de aerossolterapia geram porcentagens bem estabelecidas de
partículas, entretanto, pode ocorrer variação na entrega medicamentosa, em função do diâmetro das
vias aéreas, fluxos e tipo de dispositivo utilizado. Tais critérios justificam uma avaliação detalhada na
escolha do dispositivo e seu funcionamento adequado durante o uso 2.
Os métodos de avaliação da eficiência dos nebulizadores são baseados nas seguintes variáveis:
débito de volume nebulizado, taxa de oferta da medicação, pressões geradas pelo sistema, taxa de
fluxo e diâmetro aerodinâmico médio de massas. Tais variáveis são avaliadas somente em estudos
clínicos ou pelos fabricantes, geralmente, antes do produto ser disponibilizado no mercado 3. As
avaliações dos nebulizadores em uso pelos pacientes são feitas na atualidade, por meio dos relatos
dos pacientes. No entanto, algumas metodologias utilizadas em pesquisa podem ser incorporadas na
avaliação ambulatorial dos sistemas utilizados pelos pacientes com FC.
Inicialmente, a avaliação dos nebulizadores pode ser realizada pela análise dos compressores
a jato de ar. Uma das variáveis consideradas de funcionamento adequado destes sistemas é a pressão
gerada pelo fluxo de ar de saída do compressor 4. As pressões produzidas pelo compressor influenciam
a taxa do fluxo de gás, fator importante na formação de partículas de aerossol 5,6. A conexão de um
manômetro de pressão na saída do compressor irá avaliar a pressão gerada por esse fluxo de ar. Para
considerar se os valores estão de acordo com as características do aparelho, é necessário comparar
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os valores com as especificações técnicas do fabricante do dispositivo. O manual de operação dos
nebulizadores, geralmente, tem informações importantes sobre o tempo de uso do inalador, quais
componentes devem ser trocados e a frequência de troca de cada dispositivo. A leitura dessas
informações deve ser encorajada, para melhor utilização desses equipamentos.
Outra forma de avaliação dos nebulizadores é por meio da avaliação do total de droga
nebulizada, de acordo com o método padronizado por Coates e et al 7. Essa metodologia consiste
na pesagem prévia dos nebulizadores com dose padrão de 2,5ml de soro fisiológico. Posteriormente,
com o nebulizador conectado ao compressor, aguardam-se dez minutos e uma nova pesagem é feita.
O volume residual ou volume morto é determinado, subtraindo-se o peso nebulizado seco do peso
pós-nebulização. O volume de ejeção do nebulizador ou débito de volume nebulizado se determina
ao se definir o peso pós-nebulização do peso pré-nebulização. O peso é medido em gramas (g) e o
volume baseado em uma unidade de densidade de 1g/mL. Abaixo, estão as seguintes fórmulas para
cálculo 7,8.
• Volume de preenchimento = Peso pré inalação – peso seco
• Débito de volume nebulizado = Peso pré inalação – peso pós inalação
• Volume residual = Peso pós inalação – Peso seco
Para avaliação dos pesos, deve ser utilizada uma balança de precisão com, no mínimo, três
casas depois da vírgula.
Os aspectos relacionados ao paciente, também, devem ser considerados na avaliação. Estudos
mostram que, quando as técnicas inalatórias são realizadas pelos pacientes de acordo com a
recomendação do fabricante, todos os dispositivos inaladores são eficazes e podem atingir efeitos
terapêuticos semelhantes, mesmo que sejam necessárias doses diferentes 9, 10. Entretanto, pode ser
observado que muitos pacientes não utilizam a técnica correta, ou por não terem sido instruídos
adequadamente, ou por modificarem a técnica, após a orientação.
No que concerne o manejo da FC, a má adesão ao tratamento é comum, assim como, na maioria
das áreas terapêuticas. É importante que a técnica inalatória seja avaliada e ensinada por profissionais
de saúde especializados aos pacientes e suas famílias 11,12.
Para avaliação da técnica correta de utilização do dispositivo, é solicitado aos pacientes ou
responsáveis que descrevam verbalmente e demonstrem como utilizam o dispositivo. A técnica de
inalação deve ser avaliada por um fisioterapeuta treinado, o qual registrará os achados em uma lista de
controle. Em seguida, documenta-se em formulário padronizado e verificam-se os passos essenciais
para a entrega adequada dos medicamentos, seja com dispositivos nebulímetros dosimetrados ou
com uso de nebulizador 13, 14.
Recomendações
A avaliação da técnica inalatória, também, deve ser utilizada nos centros de tratamento para
melhor efetividade terapêutica e constantemente abordada nas consultas periódicas pelos profissionais
dos centros, a fim de garantir a informação correta aos pacientes e cuidadores.
Recomendações
Recomenda-se coleta de secreção das vias aéreas em adultos e crianças com FC a cada 2-3
meses e após o tratamento da erradicação da infecção. Deve-se, inicialmente, tentar colher o escarro
de forma espontânea,através da tosse ou precedida de inalação por SSH e fisioterapia respiratória.
Em crianças menores, realizar a coleta de material por aspiração ou através do Swab de vias aéreas
superiores ou da tosse.
Referências
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Vários tipos de nebulizadores estão disponíveis para o uso com diferentes medicações 1 e a
necessidade de prescrição cada vez mais frequente de medicações por via inalatória para pacientes
com FC tem levado ao maior uso de nebulizadores para o uso domiciliar 2,3.
Os pacientes com FC apresentam grande suscetibilidade à colonização e infecção pulmonar
por bactérias específicas, sendo o estabelecimento de uma infecção broncopulmonar crônica a maior
causa de dano pulmonar progressivo 4. É reconhecido que patógenos são comumente isolados nos
nebulizadores 5, e existe uma preocupação de que esses equipamentos possam contribuir como uma
fonte de infecção bacteriana para as vias aéreas inferiores 2,6.
Ao longo dos anos, muitos autores têm se preocupado com o tratamento inalatório e sua relação
entre o processo de desinfecção dos nebulizadores de uso domiciliar, seja em relação às técnicas
utilizadas 7 e como sobre o fato dos critérios não estarem bem estabelecidos para a sua limpeza
domiciliar 8,9. Acredita-se que a contaminação de nebulizadores de uso domiciliar é frequente e que
isso pode estar relacionado à variedade de práticas de limpeza e desinfecção dos nebulizadores 10.
Autores destacam que, na ausência de limpeza, a maioria dos nebulizadores de pacientes com FC é
contaminada por uma flora patogênica 11.
O risco de contaminação do equipamento domiciliar de inalação nos pacientes depende de
vários fatores, tais como: o tipo de equipamento usado e do material do nebulizador; a eficiência
do método de limpeza e de desinfecção recomendada aos pacientes e a adesão dos pacientes a essas
recomendações dos fabricantes; a qualidade microbiológica da água de torneira (se usada) 12.
Em 2003, a Cystic Fibrosis Foundation (CFF) elaborou um consenso sobre a importância do
Recomendações
É necessário disseminar as informações e educar os pacientes e seus cuidadores sobre as
práticas de higiene e desinfecção dos nebulizadores, pois podem existir barreiras culturais e sociais
para a sua implementação. A educação sobre as práticas de higiene e desinfecção deveria ser oferecida
por profissionais que têm estreito relacionamento com pacientes e seus pais/responsáveis, como
fisioterapeutas e profissionais que prescrevem medicações inalatórias.
A rotina diária de cuidados dos pacientes com FC é complexa e demanda tempo, o que, por sua
vez, pode impactar na adesão às terapias. Sawicki et al mostraram, em seus estudos, que a adesão às
terapias inalatórias é mais baixa que aquela relacionada aos medicamentos orais 1.Um dos principais
fatores responsáveis pela adesão às medicações é o conhecimento do indivíduo a respeito da sua
doença. Alguns estudos associam a adesão às terapias ao conhecimento dos pais e pacientes a respeito
da FC e seu tratamento 2,3. Logo, a educação continuada relacionada ao conhecimento da doença e do
tratamento torna-se um grande recurso para melhorar a adesão aos tratamentos propostos.
Muitos autores estudam as barreiras relatadas pelos pacientes com FC que interferem na
adesão aos medicamentos. Entre elas, estão a ausência da percepção dos benefícios do tratamento
e a escassez de sintomas importantes que justifique a necessidade de realizar o tratamento 4,5. Isto
permite inferir a necessidade das orientações periódicas sobre o papel das terapias inalatórias a longo
prazo para o prognóstico da doença.
Dentre os métodos de monitorização da adesão às terapias inalatórias, em pacientes com
FC descritos na literatura, estão os questionários autorrelatados, os levantamentos de retirada de
medicamentos na farmácia e aparelhos eletrônicos associados aos nebulizadores que quantificam
o uso dos mesmos 6,7. Assim, instrumentos para a quantificação e monitorização da adesão ao
tratamento inalatório se fazem necessários.
Na atualidade, já existem nebulizadores eletrônicos portáteis eficientes e mais rápidos e que
permitem realizar a terapia inalatória em menor tempo e com ótimo aproveitamento da medicação.
Alguns deles, também, possuem um sistema capaz de identificar o tempo de uso e se toda a medicação
foi administrada pelo paciente, realizando, assim, o monitoramento da aderência a este tipo de
ASSOBRAFIR Ciência. 2019 Maio;10(Supl 1):99-138 | 133
tratamento6,8. Embora este seja um método eficaz e objetivo de quantificar a realização das nebulizações,
este equipamento, ainda, está distante da realidade da maioria de nossos pacientes brasileiros.
Outra maneira de acompanhar e monitorizar a adesão às terapias inalatórias na FC são
levantamento e análise da retirada das medicações na farmácia do centro de referência, visto que
tratam-se das únicas maneiras que o paciente dispõe de obter a medicação inalatória específica para
o tratamento. Para se analisar a aderência através do levantamento farmacêutico, calcula-se a taxa
de posse do medicamento, que significa a soma de todos os dias de fornecimento da medicação
dividida pelo número de dias que a mesma foi prescrita. Este método costuma ser realizado em alguns
estudos, e parece correlacionar a aderência às terapias inalatórias ao entendimento da doença pelos
pacientes e seus familiares 7,9. Entretanto, são frequentes os questionamentos quanto a esse método
de avaliação, uma vez que retirar o medicamento da farmácia não significa, necessariamente, fazer
uso da medicação. Outra forma de avaliação consiste na aplicação de questionários padronizados
que podem ser respondidos pelos pacientes ou cuidadores. Esse método permite estabelecer escore
de pontuação e, por ser tratar de um método simples, facilita sua aplicação na rotina dos centros de
assistência. Sua principal limitação é a subjetividade, visto que as respostas podem ser superestimadas.
Conway et al. desenvolveram um questionário para monitorizar a aderência de pacientes com FC,
tanto às medicações orais quanto às terapias inalatórias. O questionário constava de questões simples
sobre as barreiras que dificultavam a aderência, além de questões objetivas relacionadas à realização
ou não do tratamento10. Dalcin et al. adaptaram esse questionário e aplicaram em pacientes brasileiros,
concluindo que a adesão autorrelatada mostrou-se elevada e se correlacionou inversamente com o
escore clínico de Swachman-Kulczycki, ou seja, os pacientes mais graves aderiram mais ao tratamento11.
McNamara et al. evidenciaram, em seus estudos, que a aderência era melhor no período noturno
que no período matinal, o que permite inferir que orientar a maior parcela de nebulizações para o
período do fim do dia seja uma possibilidade para aumentar o índice de realização das mesmas 8.
Ao mesmo tempo em que o conhecimento das barreiras seja um facilitador, entender a rotina
do paciente, também, ajuda na aderência, visto que os horários das nebulizações seriam ajustados
de acordo com suas atividades diárias. Hoje, já se sabe que a comunicação, o apoio e a inclusão dos
pacientes na tomada de decisões pertinentes ao seu tratamento se associam à melhor adesão em
doenças crônicas 12,13.
Dentre as medicações utilizadas na terapia inalatória na FC, destacam-se os broncodilatadores,
a solução hipertônica ou salina, a dornase-alfa, os corticosteroides e antibióticos inalatórios. Essas
medicações são prescritas pelo pneumologista, de acordo com as necessidades e características do
paciente, e devem seguir uma ordem ideal de realização com períodos de intervalos diferentes.
A nebulização salina ou hipertônica pode ser feita a 6% ou 7% de cloreto de sódio, uma vez ao
dia, para auxiliar na hidratação da secreção traqueobrônquica. Deve ser feita, sempre, após o uso do
broncodilatador e, imediatamente, antes da fisioterapia respiratória 14-16.
A dornase-alfa melhora as propriedades viscoelásticas do muco e deve ser realizada,
preferencialmente, uma vez ao dia, à tarde, e, no mínimo, 30 minutos antes da realização das terapias
de remoção das secreções pulmonares 15,16. Embora alguns estudos não demonstrem diferenças,
estatisticamente, significativas na função pulmonar, entre realizar a dornase-alfa antes de dormir
ou após acordar 17,18, a realização dessa terapia à noite pode ser contraindicada, visto que o sono
diminui a chance de expectoração. Além disso, a tosse noturna, desencadeada pela nebulização, pode
apresentar impacto na qualidade do sono do indivíduo 19.
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Alguns autores estudaram a diferença entre realizar a nebulização, antes e após a fisioterapia
respiratória, e chegaram à conclusão de que a dornase-alfa, quando realizada antes da remoção de
secreção pulmonar, diminui a obstrução das pequenas vias aéreas 20,21.
Poucos são os estudos que avaliam o melhor momento para a realização dos corticoides e
antibióticos inalatórios. Porém, seria adequado que os mesmos fossem administrados com o sistema
respiratório livre de secreção traqueobrônquica, para que haja melhor eficácia. Logo, o momento
ideal para a realização dessa terapia seria após a fisioterapia respiratória.
Recomenda-se a seguinte ordem de realização da terapia inalatória associada aos procedimentos
fisioterapêuticos. Inicialmente,administração de medicação broncodilatadora seguida da realização
dos mucolíticos, tais como a SSH e/ou dornase alfa. Após a realização da dornase alfa, é necessário
aguardar pelo menos 30 minutos e, em seguida, a realização da fisioterapia respiratória. Após a
remoção das secreções, finalizar com a administração de corticosteroides e/ou antibióticos inalatórios.
Visto que o tratamento da FC será realizado por toda a vida, as orientações domiciliares,
incluindo a terapia inalatória, deve-se levar em conta as atividades de vida diária e encaixar a terapia
inalatória na rotina diária do paciente. Assim, as terapias, bem como as outras rotinas do tratamento da
FC, devem ser realizadas de acordo com o horário da escola ou do trabalho, em adultos, respeitando,
também, o horário das demais atividades importantes realizadas pelo paciente 9.
Durante a orientação relacionada ao tratamento domiciliar, incluindo as terapias inalatórias, é
importante que o fisioterapeuta forneça informações baseadas em evidências científicas sobre o uso
das medicações, bem como os melhores horários para a sua realização 22. Porém, se faz necessário,
ouvir do paciente sua rotina, para que, na medida do possível, se estabeleça um cronograma diário dos
cuidados que respeitem tanto as evidências científicas quanto às atividades essenciais do indivíduo.
Recomendação
Recomendam-se a avaliação e monitoramento da adesão ao tratamento bem como identificar
as barreiras e facilitadores na realização do tratamento inalatório.
Recomenda-se realizar a adaptação da rotina do tratamento à vida do paciente em horários que
favorecerão a sua realização, levando em consideração as atividades diárias do indivíduo
Recomenda-se a realização de um cronograma diário referente aos tratamentos realizados de
acordo com a rotina do paciente e o uso da sequência adequada no tratamento inalatório, no intuito
de potencializar os efeitos terapêuticos.
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ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO PARA FAMILIARES E PACIENTES
Compreender como o tratamento deve ser feito, por parte do paciente e seu cuidador, é
fundamental para manter a estabilidade do quadro clínico. Os equipamentos utilizados e sua forma
adequada de manuseio favorecem uma melhor deposição medicamentosa nos pulmões. Dessa
forma, estratégias de educação são necessárias para que o paciente e sua família consigam realizar
uma autogestão do tratamento, de forma eficiente e sem comprometer o tratamento proposto 1.
O ponto chave para o treinamento da criança e dos familiares a respeito da terapia inalatória
é através de repetições sucessivas da técnica inalatória, até que consigam realizar o procedimento
corretamente. Alguns estudos têm proposto a utilização de questionários para monitorização, ao
longo do tempo, das técnicas inalatórios em crianças asmáticas. Esses trabalhos têm mostrado
resultados positivos na monitorização da terapia inalatória e a necessidade de reforçar o
treinamento, com objetivo de melhor utilização dessa modalidade terapêutica 2. Na fibrose cística,
a aplicação do questionário “Airways” demonstrou ser uma ferramenta adequada para avaliação e
monitorização da técnica inalatória. A utilização de registros diários das atividades relacionadas
ao tratamento pode contribuir com o diagnóstico de possíveis erros da técnica, contribuindo para
monitoramento do autocuidado 3. Uso de cartilhas de orientação sobre a doença e seu tratamento
é utilizado, mundialmente, no manejo da FC. As informações devem ser claras com linguagem de
facil entendimento e acessível aos pacientes e cuidadores; no entanto, quando comparadas com o
videos educativos, estes demonstram superioridade na informação e promovem o conhecimento de
forma mais eficiente, quando comparados com o material escrito 4. Na fibrose cística, as estratégias
de orientação via videos já vêm sendo utilizadas com as crianças, adolescentes e adultos 5,6. Na
atualidade, ainda, são muito presentes, os materiais educativos impressos. Devido à facilidade de
Recomendações
Recomenda-se instruir, frequentemente, os pacientes sobre os cuidados e os procedimentos
a serem realizados, diariamente, no tratamento inalatório e que a utilização dos vídeos educativos
pode contribuir no manejo diário do tratamento inalatório.
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