Aula 7
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Apresentação
Para que, realmente, ocorra uma eficaz democratização da Justiça, ela não pode ficar
restrita apenas à prestação jurisdicional. A Justiça deve estar interligada com todos
os segmentos da sociedade, principalmente aqueles em que as relações sociais são
construídas, estabelecidas e continuadas, e, como consequência, contextos onde os
conflitos surgem na sua maior expressividade.
É claro que a prestação jurisdicional deve existir e ser universal. No entanto, são os
cidadãos, as comunidades e as instituições que realizam um papel fundamental na
construção da paz. Essa ampliação do acesso à Justiça fundamenta a justiça
comunitária, que tem como seus principais fundamentos a mediação comunitária
e a justiça restaurativa. Apesar de considerada uma complementação da atividade
jurisdicional, demonstra com clareza que além dos limites formais do Judiciário
alguns conflitos podem ser solucionados de forma mais célere e efetiva, pela própria
comunidade.
Objetivos
Compreender as definições previstas na Resolução nº 2002/12, de 24 de julho
de 2002, do Conselho Econômico e Social da ONU;
Estudar o programa de justiça restaurativa do Conselho Nacional de Justiça;
Analisar a Lei da Mediação nº 13.140 (2015) em relação à mediação
comunitária.
Definições previstas na Resolução
nº 2002/12, de 24 de julho de
2002, do Conselho Econômico e
Social da ONU
A Resolução nº 12/2002 1 é, segundo Neves (2012), um documento
importante, pois definiu e demarcou a nomenclatura usada nos procedimentos
restaurativos — por exemplo, programas de justiça restaurativa, processo
restaurativo, resultado restaurativo, partes e acordo.
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Resolução nº 2002/12
terminologia;
utilização de programas de justiça restaurativa;
operação dos programas restaurativos; e
desenvolvimento contínuo de programas de justiça restaurativa.
normas legais.
Terminologia
O programa de justiça restaurativa, de acordo com a Resolução nº
12/2002, é “qualquer programa que use processos restaurativos e
objetive atingir resultados restaurativos”. O processo restaurativo
significa qualquer procedimento onde a vítima e o ofensor, e, quando for
o caso, quaisquer outros indivíduos ou membros da comunidade afetados
por um crime participam objetivamente na resolução das questões
geradas por ele. Em geral, esse processo conta com a participação de um
facilitador. Os processos restaurativos incluem a mediação, a
conciliação, a reunião familiar ou comunitária e os círculos
decisórios.
Aplicação de imagens
Desde os anos 1960, a justiça restaurativa é aplicada em países que adotam o sistema “common
law 2” / Unspash
Common law 2
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Princípio da oportunidade
Comentário
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Ação penal privada
5
Ação penal pública condicionada à representação
Transação penal 6
Atenção
Resultado restaurativo
Relacionado aos encaminhamentos que surgem desse encontro entre as
partes, o termo resultado restaurativo é mais abrangente do que o acordo
restaurativo, sendo que este se relaciona ao que foi estabelecido entre as
partes para a reparação dos danos decorrentes do conflito e aquele abrange,
também, o cumprimento desse acordo e a real restauração das partes.
Desse modo, o programa de justiça restaurativa pode ser integrado no Brasil,
ocupando espaços comunitários ou até mesmo centros integrados de
cidadania. Nesses locais, podem ser instalados núcleos de justiça restaurativa,
sendo compostos por uma coordenação e um conselho multidisciplinar, e cuja
estrutura compreenderia câmaras restaurativas onde se reuniriam as partes e
os mediadores, com o apoio administrativo e da segurança (SICA, 2007, p.
89).
Comentário
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Resolução nº 225/2016
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Interesses difusos
Celeridade
Informalidade
Flexibilidade
Baixos custos
Atenção
É importante esclarecer que, embora a mediação tenha iniciado seu
percurso nos meios comunitários e de forma voluntária, segundo Farias
(2016), rapidamente a sua forma de solução através do diálogo se
encaminhou para os conflitos de médio e grande porte, em relação a
matérias diversificadas.
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Resolução nº 125, de 29 de novembro de 2010
Selenophile / Shutterstock
A mediação será realizada com o auxílio de um terceiro imparcial, capacitado,
que utilizará técnicas específicas desse procedimento, para facilitar o diálogo
entre os envolvidos. Dessa forma, haverá um trabalho com sentimentos e
emoções, buscando o destaque dos reais interesses e necessidades, desejos e
medos, para que seja possível a construção, pelas partes, de uma solução
possível e sustentável no tempo e no espaço, que promova a satisfação para
todos. Não se busca somente a construção do acordo (culturalmente, mais
representativo), mas também a prevenção de novos conflitos, bem como a
inclusão e a pacificação social.
Atividades
1. Leia a entrevista realizada com o pioneiro na implantação do método
da justiça restaurativa, no país, o juiz Asiel Henrique de Sousa, do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que
explica, na entrevista, como funciona essa prática e compartilha alguns
bons resultados dessa aplicação no Distrito Federal. CARVALHO, Luiza de.
Justiça restaurativa: o que é e como funciona. Conselho Nacional de
Justiça, 24 nov. 2014. Disponível aqui
<http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/62272-justica-
restaurativa-o-que-e-e-como-funciona> . Acesso em: 28 jul. 2018.
a) somente I;
b) somente II;
c) somente I e III;
d) somente II e III;
e) I, II e III.
3. (Agente de Segurança Socioeducativo – MG-2014) Analise as
seguintes afirmativas, relacionadas à mediação e gestão de conflitos:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) I e III apenas.
e) III apenas.
4. Um recurso alternativo utilizado em situações de litígio para solucionar
ou prevenir a disputa judicial é a chamada mediação. A mediação tem
por objetivo:
Notas
INSERIR TÍTULO AQUI1
Referências
TARTUCE, F. Mediação nos conflitos civis. 2. ed. São Paulo: Método, 2015. p. 251.
ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. São
Paulo: Palas Athena, 2008. p. 170-171.
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