Este documento discute um projeto de lei que propõe incorporar procedimentos de justiça restaurativa no sistema de justiça criminal brasileiro para crimes e contravenções. A justiça restaurativa envolve encontros entre vítimas, autores e comunidades para resolver problemas causados por delitos de forma cooperativa. O relator do projeto vê mérito na proposta e acredita que a justiça restaurativa pode ser benéfica não apenas para adolescentes, mas também para adultos.
Este documento discute um projeto de lei que propõe incorporar procedimentos de justiça restaurativa no sistema de justiça criminal brasileiro para crimes e contravenções. A justiça restaurativa envolve encontros entre vítimas, autores e comunidades para resolver problemas causados por delitos de forma cooperativa. O relator do projeto vê mérito na proposta e acredita que a justiça restaurativa pode ser benéfica não apenas para adolescentes, mas também para adultos.
Este documento discute um projeto de lei que propõe incorporar procedimentos de justiça restaurativa no sistema de justiça criminal brasileiro para crimes e contravenções. A justiça restaurativa envolve encontros entre vítimas, autores e comunidades para resolver problemas causados por delitos de forma cooperativa. O relator do projeto vê mérito na proposta e acredita que a justiça restaurativa pode ser benéfica não apenas para adolescentes, mas também para adultos.
Este documento discute um projeto de lei que propõe incorporar procedimentos de justiça restaurativa no sistema de justiça criminal brasileiro para crimes e contravenções. A justiça restaurativa envolve encontros entre vítimas, autores e comunidades para resolver problemas causados por delitos de forma cooperativa. O relator do projeto vê mérito na proposta e acredita que a justiça restaurativa pode ser benéfica não apenas para adolescentes, mas também para adultos.
Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA
PROJETO DE LEI No 7.006, DE 2006
Propõe alterações no Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940, do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, e da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, para facilitar o uso de procedimentos de Justiça Restaurativa no sistema de justiça criminal, em casos de crimes e contravenções penais.
Autor: Comissão de Legislação Participativa
Relator: Deputado LINCOLN PORTELA
I – RELATÓRIO
Trata-se de projeto de lei da Comissão de Legislação Participativa, com
o intuito de incorporar ao ordenamento jurídico nacional procedimentos de “Justiça Restaurativa”. A Proposição conceitua a justiça restaurativa como o conjunto de práticas e atos conduzidos por facilitadores, compreendendo encontros entre a vítima e o autor do fato delituoso e, quando apropriado, outras pessoas ou membros da comunidade afetados, que participarão coletiva e ativamente na resolução dos problemas causados pelo crime ou pela contravenção, num ambiente estruturado denominado núcleo de justiça restaurativa. “Art. 2º. Considera-se procedimento de justiça restaurativa o conjunto de práticas e atos conduzidos por facilitadores, compreendendo encontros entre a vítima e o autor do fato delituoso e, quando apropriado, outras 2
pessoas ou membros da comunidade
afetados, que participarão coletiva e ativamente na resolução dos problemas causados pelo crime ou pela contravenção, num ambiente estruturado denominado núcleo de justiça restaurativa.”
É proposição sujeita à apreciação do Plenário, distribuída a essa
comissão para análise de constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e mérito. É o relatório.
II – VOTO DO RELATOR
Trata-se de projeto de lei de alteração da legislação penal, daí a
competência da União (CF. art. 22, I) e do Congresso Nacional (CF, art. 48), e de iniciativa concorrente (CF, art. 61). Não se vislumbra no projeto nenhuma ofensa a princípio constitucional, em especial, às cláusulas pétreas relativas ao direito penal e processual penal. Primeiramente, esclarecemos que esse procedimento visa solução negociada entre o autor do delito, a vítima e representantes da comunidade, com o objetivo de demonstrar ao primeiro as consequências e aos últimos as razões da conduta delituosa. Dessa forma, esperam os defensores desses procedimentos resolver os problemas da criminalidade. Art. 3º. O acordo estabelecerá as obrigações assumidas pelas partes, objetivando suprir as necessidades individuais e coletivas das pessoas envolvidas e afetadas pelo crime ou pela contravenção.” 3
Não se vislumbra injuridicidade na proposição, eis que veicula alteração
do ordenamento jurídico, apresentando alternativa à pena no combate à criminalidade.
A técnica legislativa é adequada, pois está de acordo com a Lei
Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, para as leis meramente modificativas.
Recentemente foi aprovada e publicada uma lei com aplicação da
Justiça Restaurativa aos atos infracionais. Trata-se da Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que expressamente refere-se ao instituto no art. 35, inciso III:
“Art. 35. A execução das medidas
socioeducativas reger-se-á pelos seguintes princípios:
I - legalidade, não podendo o adolescente
receber tratamento mais gravoso do que o conferido ao adulto;
II - excepcionalidade da intervenção judicial e
da imposição de medidas, favorecendo-se meios de autocomposição de conflitos;
III - prioridade a práticas ou medidas que
sejam restaurativas e, sempre que possível, atendam às necessidades das vítimas;
IV - proporcionalidade em relação à ofensa
cometida;
V - brevidade da medida em resposta ao ato
cometido, em especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de 4
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente);
VI - individualização, considerando-se a idade,
capacidades e circunstâncias pessoais do adolescente;
VII - mínima intervenção, restrita ao necessário
para a realização dos objetivos da medida;
VIII - não discriminação do adolescente,
notadamente em razão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a qualquer minoria ou status; e
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários no processo socioeducativo.
A aprovação da Lei 12.594/2012 sinaliza a conveniência e oportunidade
de se desenvolver o instituto, o que se pretende com essa Proposição. É fato notório que o sistema atual não mais cumpre com os fins da pena: nem há prevenção, nem retribuição. Por isso, necessário se faz trilhar outro modelo de pacificação social. Não há nenhuma razão para acreditar que a justiça restaurativa somente funcione para a recuperação de adolescentes. Haveria até certa contradição, pois adolescente não pratica crime, nem contravenção, mas ato infracional. Para dar efetividade ao conceito, necessário a aplicação dele aos casos de crime e contravenção. Ante o exposto, voto pela constitucionalidade, juridicidade, adequada técnica legislativa, e, no mérito, pela aprovação do PL nº 7.006, de 2006.