Moléculas Diatomicas - YARA
Moléculas Diatomicas - YARA
Moléculas Diatomicas - YARA
MOLÉCULAS DIATÔMICAS
Anápolis – GO
2020
As moléculas diatômicas consistem em dois átomos ligados entre si. Se os átomos
são idênticos (como a molécula de H2) forma moléculas diatômicas homonucleares,
enquanto se os átomos são diferentes (como CO), forma moléculas diatômicas
heteronucleares.
Os seguintes cinco gases dos elementos são encontrados como moléculas diatômicas
à temperatura e pressão ambiente:
▪ Hidrogênio - H2
▪ Nitrogênio - N2
▪ Oxigênio - O2
▪ Flúor - F2
▪ Cloro - Cl2
O bromo e o iodo geralmente existem na forma líquida, mas também como gases
diatômicos a temperaturas ligeiramente mais altas, totalizando um total de 7 elementos
diatômicos:
▪ Bromo - Br2
▪ Iodo - I2
Todas as moléculas diatômicas são lineares, que é o arranjo espacial mais simples
de átomos.
Hidrogênio
O Hidrogênio foi o primeiro elemento químico formado depois do Big Bang, evento
que marcou o início do universo, sendo o elemento mais abundante, constiuindo cerca de
75% da massa de toda a matéria visível, e de 0,9% da massa do nosso planeta.
Foi preparado pela primeira vez por Paracelsus, alquimista suíço do século XVI,
fazendo reagir certos ácidos com alguns metais já conhecidos. Somente em 1766 é que
Henry Cavendish, químico inglês, isolou o H2. Logo depois descobriu-se que o gás formava
água na combustão com o ar e foi dado o nome hidrogênio (“formador de água”).
O hidrogênio (H2) possui fracas forças intermoleculares. Apresenta uma alta energia
de ligação (435,9KJ.mol-1), logo, as reações com hidrogênio são lentas e é necessário um
catalisador.
A maior parte do hidrogênio na Terra está na forma de água, nos oceanos ou presa
no interior de minerais e argilas. O hidrogênio também é encontrado juntamente com os
hidrocarbonetos que formam os combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural.
900°C
Reação de reforma: CH4 + H2O CO + 3H2
400°C
Reação de deslocamento: CO + H2O CO2 + H2
Zn + 2HCl ZnCl2 + H2
Na + H2O NaOH + H2
Halogênios
Os elementos flúor, cloro, bromo, iodo e astato são chamados coletivamente de
halogênios, que vem do grego e significa formador de sal. Todos os elementos desse grupo
reagem diretamente com os metais formando sais e também são muito reativos frente a
não-metais, sendo o flúor mais reativo.
Suas características são bem similares no grupo, a principal diferença é que o flúor
possui uma afinidade eletrônica menor do que a do cloro. Intuitivamente, essa característica
parece estar em conflito com a eletronegatividade elevada do flúor, mas ela deriva da
repulsão intereletrônica maior no átomo de flúor compacto (menor raio) quando comparada
com aos demais átomos do grupo que possuem uma menor sobreposição dos orbitais.
Flúor
Flúor, do latim fluere, “fluir”, deriva do fato dele ser encontrado no mineral fluorespato,
que é basicamente o fluoreto de cálcio (CaF2). Os primeiros químicos estavam cientes de
que fluoretos de metal continha um elemento não identificado semelhante ao cloro, mas
eles não poderiam isolá-lo.
Não havia produção comercial de flúor até a Segunda Guerra Mundial, quando o
desenvolvimento da bomba atômica, e outros projetos de energia nuclear, tornou
necessária a produção de grandes quantidades.
O elemento é usado para fazer hexafluoreto de urânio (UF 6), necessário para a
indústria de energia nuclear para separar isótopos de urânio. É também usado para fazer
o hexafluoreto de enxofre, o gás isolante para transformadores de energia elétrica de alta
potência.
Cloro
Em 1774 o cloro foi obtido puro pelo químico sueco Carl Wilhelm Scheele, através de
um experimento que se resume imergir o minério MnO 2 (dióxido de manganês) em HCl.
Nesse caso resulta a seguinte reação:
No início, ele pensou que o gás liberado fosse o oxigênio (O 2), mas pelo fato do gás
ser esverdeado, ter um odor diferente e por queimar a pele, chegou à conclusão que não
era o O2. Devido sua coloração, ele chamou esse novo gás de cloro, do latim clorum, verde.
O primeiro método de extração do cloro em larga escala foi a eletrólise com célula de
amálgama de mercúrio, método que consiste na dissociação do sal em Na+ e Cl -. Nesse
processo, íons de cloro passam pelo ânodo (eram feitos de carvão, posteriormente feitos
de aço), recebem elétrons e saem como cloro molecular em estado gasoso.
Esse tipo de eletrólise entrou em desuso por não ter o reaproveitamento total do
mercúrio, produzindo assim resíduos tóxicos e bioacumulativos, que são um problema
ambiental.
Atualmente, o cloro é obtido industrialmente através da eletrólise de cloreto de sódio
(NaCl) fundido ou em solução aquosa:
NaCl Na + 1/2Cl2
O gás cloro (Cl2) é tóxico e irritante, tal condição fez com que fosse a primeira
substância química utilizada intencionalmente como arma química. O cloro e o cloreto de
carbonila, COCl2, conhecido como fosgênio, foram usados na Primeira Guerra Mundial, o
gás provoca irritação no trato respiratório e na pele, retenção de água nos pulmões,
lacrimejamento e quando inalado em grande quantidade pode levar até a morte.
Bromo
Derivado do grego “bromos”, que significa mau cheiro, o Bromo foi descoberto em
1825 por dois estudiosos, mas enquanto um deles, Carl Jacob Löwig, isolava um pouco
mais dessa nova substância, Antoine-Jérôme Balard anunciou a descoberta primeiro.
Estados Unidos são o maior produtor, seguido de Israel, China, Japão e Jordânia. O
Brasil não produz bromo, tendo que o importar para suprir suas necessidades internas.
Mundialmente são produzidos aproximadamente 500 milhões de kg por ano.
O bromo possui 40 isótopos, mas só dois naturais estáveis (79Br e 81Br), com
abundâncias quase iguais, o que é bastante incomum, respectivamente 51 % e 49 %.
É obtido industrialmente pela oxidação em meio ácido do íon brometo das águas do
mar, utilizando-se cloro como agente oxidante:
Em laboratório, é possível obter bromo pela reação entre ácido sulfúrico, manganês
ou brometo de potássio:
Compostos de bromo podem ser utilizados como retardadores de chama. Eles são
adicionados à espuma de móveis, embalagens de plástico para produtos eletrônicos e
têxteis para torná-los menos inflamável. No entanto, a utilização de bromo como um
retardador de chama tem sido eliminada nos EUA devido a preocupações de toxicidade.
Iodo
Do grego iodes, que significa violeta o nome iodo é uma alusão aos vapores do
elemento. Foi descoberto em 1811 por Bernard Courtois ao tratar a solução de cinza de
algas marinhas com mais ácido sulfúrico (H2SO4) do que das outras vezes.
O iodo é um sólido de cor escura e lustrosa, e possui ainda um brilho quando posto
em lugares expostos. Ele já é perceptivelmente volátil a temperatura ambiente. Se aquecido
rapidamente, acaba por sublimar a pressão atmosférica, propriedade essa compartilhada
por poucas substâncias. Para obter iodo na fase líquida (coloração preta), é preciso aquecer
lentamente o sólido.
O iodo é pouco solúvel em água, mas forma uma solução aquosa marrom. Tem
solubilidade melhor em solventes orgânicos, que se tiverem baixa polaridade, formam
soluções violetas.
Sua obtenção também é feita a partir dos iodetos das cinzas de algas marinhas, estes
se oxidam com cloro, e o iodo obtido é separado por filtração.
O Brasil não produz iodo, importando-o principalmente do Chile para suprir suas
necessidades internas.
O iodo passou a ser utilizado na fotografia e, até os dias atuais, é utilizado na forma
de iodeto de potássio (KI). Outra aplicação do iodo é em um teste chamado de índice de
iodo, que é exatamente uma reação de halogenação para verificar se houve adulterações
em óleos vegetais e gorduras. Também se utiliza iodo (I2) como gás inerte em lâmpadas de
filamento de tungstênio para aumentar a sua vida útil.
Os isótopos radioativos 123I e 131I são usados na medicina nuclear para estudar a
tireoide. Além disso, o 131I também é usado no tratamento de câncer de tireoide, pois, por
acumular-se nesse órgão, suas radiações gama destroem as células cancerígenas.
Oxigênio
O crédito pela descoberta desse elemento foi dado a três químicos: Joseph Priestley,
no qual foi o primeiro a publicar um relato de oxigênio em 1774, Carl Wilhelm Scheele, que
produziu o oxigênio em 1771, mas seu relato foi publicado somente em 1777, e Antoine
Lavoisier, que inclusive foi quem propôs o nome oxigênio, do grego “oxi”, que significa ácido
e “genes”, de gerador. Na época acreditava-se que todos os ácidos continham oxigênio.
Na estratosfera, o oxigênio (O2) pode se ligar a outros dois átomos (O), por conta da
radiação ultravioleta emitida pelo sol, e formar o alótropo ozônio (O3).
O + O2 O3
A molécula de oxigênio possui uma ligação dupla, já o ozônio não pode ser descrito
simplesmente na estrutura de Lewis, pode-se descrever a molécula O3 como uma mistura
de estruturas de ressonância, que é o mesmo que descrever uma cor de tinta como uma
mistura de cores primárias:
Para obtenção do oxigênio na indústria, são mais utilizadas a eletrólise da água, que
resulta na separação de seus dois elementos constituintes, hidrogênio e oxigênio e a
destilação fracionada do ar líquido. A destilação fracionada do ar líquido, processo de maior
rentabilidade econômica para aplicação em grande escala, se baseia na diferença existente
entre os pontos de ebulição do nitrogênio e do oxigênio, componentes mais abundantes na
mistura.
Além disso, por ser indispensável para a vida humana, a indústria hospitalar produz
os cilindros de oxigênio, que são reservatórios da substância pura em estado gasoso
utilizados no tratamento de oxigenoterapia.
Nitrogênio
O nome foi dado por Jean-Antoine-Claude Chaptal em 1790, quando se percebeu que
o gás era um constituinte do ácido nítrico e dos nitratos (vem do grego, gênio, “formador
de” e nitron, de “nitratos”). Lavoisier preferia chama-lo de azoto (do grego azoti, “não vida”).
Já que o gás é pouco reativo e as plantas necessitam do nitrogênio para crescer, para
ser usado pelos organismos, ele tem que primeiro ser combinado com outros elementos
para formar compostos mais úteis, essa propriedade é explorada e aplicada quando se
deseja uma atmosfera inerte, mas isso vem sendo substituído pelo argônio que é mais
inerte.
Milhões de toneladas da amônia, são produzidas a cada ano; grande parte dela é
usada na produção de ácido nítrico (HNO3), ureia e de outros compostos do nitrogênio.