Alberto Caeiro
Alberto Caeiro
Alberto Caeiro
3º estrofe 2º estrofe
“por isso quando num dia de calor/ me sinto triste de gozá-lo “creio no mundo como num malmequer” - tal como vê o
tanto”, aqui o sujeito poético apela ao equilíbrio (tal malmequer e acredita na sua existência, este acredita
como na natureza), “goza” até ao limite, e é bastante no mundo, tendo em conta a sua materialização e
fácil as sensações passarem de agradáveis a dimensão exterior.
desagradáveis, sente-se triste pois apercebe-se de que
pensa que goza o dia de calor. “Porque pensar é não compreender/o mundo não se fez para
pensarmos nele/ (pensar é estar doente dos olhos) /Mas para
Por fim nos últimos versos, volta a atingir a felicidade, olharmos para ele e estarmos de acordo”. Aqui o sujeito
por sabe que a realidade concreta e captada pelos poético clarifica através de múltiplas definições a
sentidos é a única que precisa e necessita para ser inutilidade de pensar, em outras palavras: o
absolutamente e plenamente feliz (“sei a verdade e sou
pensamento é como uma neblina, que impede ver as
feliz”).
coisas como elas são, nítidas, como seriam percebidas
por uma criança sem os conceitos e preconceitos, as
opiniões, os ensinamentos, logo só pensa quem não
O guardador de rebanhos II
consegue ver, temos de aceitar o mundo tal como ele é
e não arranjar problemas nele que apenas nos trarão
angústia existencial.
3º estrofe