EIR Embrapa
EIR Embrapa
EIR Embrapa
César Sabogal
José Natalino Mecedo Silva
Johann Zweede
Rodrigo Pereira Júnior
Paulo Barreto
Carlos Alberto Guerreiro
Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:
Embrapa Amazônia Oriental
Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n
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Comitê de Publicações
Leopoldo Brito Teixeira – Presidente José de Brito Lourenço Júnior
Antonio de Brito Silva Maria do Socorro Padilha de Oliveira
Expedito Ubirajara Peixoto Galvão Nazaré Magalhães – Secretária Executiva
Joaquim Ivanir Gomes
Expediente
Coordenação Editorial: Leopoldo Brito Teixeira
Normalização: Lucilda Maria Souza de Matos
Revisão Gramatical: Maria de Nazaré Magalhães dos Santos
Composição: Euclides Pereira dos Santos Filho
CDD: 634.9809811
Embrapa – 2000
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO.................................................................... 9
EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO ............................ 9
OS CÓDIGOS DE PRÁTICAS FLORESTAIS E AS
DIRETRIZES TÉCNICAS .................................................. 11
APRESENTAÇÃO GERAL DAS DIRETRIZES TÉCNICAS ......... 13
RESUMO CRONOLÓGICO ............................................... 13
DIRETRIZES GERAIS ...................................................... 15
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS... 16
DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE CORTE ANUAL E DAS
UNIDADES DE TRABALHO ............................................. 16
INVENTÁRIO 100 % ...................................................... 17
CORTE DE CIPÓS .......................................................... 21
PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO...... 21
SISTEMA DE MONITORAMENTO .................................... 26
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO
FLORESTAL..................................................................... 28
CORTE DIRECIONADO DAS ÁRVORES ............................ 28
ARRASTE DAS TORAS .................................................. 30
MOVIMENTAÇÃO DAS TORAS NOS PÁTIOS DE
ESTOCAGEM ................................................................ 32
TRANSPORTE DE TORAS............................................... 33
MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS..................................... 34
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS .. 34
MANUTENÇÃO DAS TRILHAS DE ARRASTE E PÁTIOS
FLORESTAIS................................................................. 35
AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO ............ 36
PROTEÇÃO DAS ÁREAS JÁ EXPLORADAS ...................... 36
ANEXOS ......................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 51
DIRETRIZES TÉCNICAS PARA A
EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO
EM OPERAÇÕES FLORESTAIS DE TERRA
FIRME NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Cesar Sabogal1
José Natalino Macedo Silva2
Johann Zweede3
Rodrigo Pereira Júnior4
Paulo Barreto5
Carlos Alberto Guerreiro6
INTRODUÇÃO
1
Eng.-Ftal., Ph.D., Coordenador Convênio Embrapa/CIFOR.
2
Eng.-Ftal., Ph.D., Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal, 48
CEP 66017-970, Belém, PA.
3
Eng.-Ftal., Diretor da Fundação Floresta Tropical.
4
Eng.-Ftal., Pesquisador da Fundação Floresta Tropical.
5
Eng.-Ftal., M.Sc., Pesquisador do IMAZON.
6
Eng.-Ftal., Consultor.
a) minimizar os danos ambientais, conservar o po-
tencial de exploração futura e manter os serviços da floresta;
b) reduzir os custos operacionais da exploração,
aumentando a eficácia do trabalho, e
c) reduzir desperdícios.
Vários estudos na região têm demonstrado que a
exploração madeireira seguindo técnicas de impacto reduzido
não é necessariamente mais cara que a exploração convenci-
onal. Aliás, a EIR tem vantagens de cumprir com objetivos
sociais, econômicos e ambientais (ex. Johns et al. 1996,
FAO 1997, Barreto et al. 1998, Amaral et al. 1998, Holmes
et al. 1999). Algumas dessas vantagens ou benefícios da
aplicação das técnicas de EIR seriam (adaptado de Holmes
et al. 1999):
Aspectos ambientais
Aspectos econômicos
10
volumes conhecidos das espécies comerciais. O inventário
também ajuda na seleção das espécies comerciais que atual-
mente estão sendo procuradas no mercado e determina o es-
toque de espécies potenciais existentes na floresta;
O corte direcionado das árvores proporciona a
segurança dos trabalhadores;
São partes integrantes das iniciativas da certifi-
cação florestal;
Podem proporcionar um método de baixo custo
para conseguir metas de seqüestro de carbono e benefícios
da conservação da floresta;
11
nômicas, sociais e ecológicas do manejo florestal sustentável
(IBAMA, 1998). Porém, os trabalhos e experiências desen-
volvidas na região já permitem estabelecer orientações e re-
comendações para o planejamento e aplicação das técnicas
de EIR em projetos de manejo florestal sustentável, o que
aqui são apresentadas como Diretrizes Técnicas.
A proposta das Diretrizes, inicialmente preparada
em novembro de 1998, foi elaborada principalmente tendo
como base Sudam (1978); Dystra & Heinrich (1996); FAO
(1997); Fundação...(1998); Amaral et al. (1998); Sist. et al.
(1998).
Embora existam diferenças entre a aplicação das
metodologias propostas nesses diferentes trabalhos, há um
certo consenso sobre a importância da utilização de várias
atividades ou procedimentos na implantação de um projeto
madeireiro utilizando técnicas de EIR.
Este trabalho não pretende apresentar uma padro-
nização de um sistema de exploração, principalmente em
face da grande possibilidade de variações que podem existir
entre diferentes projetos devido a características da floresta,
disponibilidade de recursos, localização da área, produtos fi-
nais, etc. O que se pretende é apresentar uma série de pa-
drões mínimos que podem orientar tecnicamente o setor ma-
deireiro na elaboração e implementação de projetos de ma-
nejo com EIR. Estas recomendações devem ser inicialmente o
mais simples possível, para que sejam entendidas e realmente
utilizadas pelos usuários principais (empresas madeireiras de
médio e grande portes, além de órgãos de fiscalização e con-
trole).
Convém esclarecer que as Diretrizes referem-se ao
que fazer e não a como fazer. Os procedimentos ou prescri-
ções para as diferentes operações podem ser encontradas
nos manuais citados na página anterior.
12
As presentes Diretrizes poderão ainda sofrer modi-
ficações devidas à experiência direta de sua aplicação pelas
empresas, e à busca pela eficiência operacional e pela aplica-
bilidade (ou não) das recomendações, tendo em conta as va-
riadas condições existentes na Região Amazônica.
Serão apresentadas apenas diretrizes relacionadas
às atividades de exploração florestal, incluindo o planejamen-
to e a realização destas operações. Não serão incluídos neste
trabalho recomendações quanto à elaboração e aprovação de
Planos de Manejo Florestal, nem quanto à realização dos tra-
tamentos silviculturais. Espera-se, porém, que o Plano de
Manejo Florestal seja elaborado com base em dados de um
inventário diagnóstico bem realizado e tecnicamente analisa-
do. O volume projetado para exploração deve ser compatível
com a capacidade de produção florestal, e o ciclo de corte
deve ser coerente com esta capacidade. Alguns dos trabalhos
consultados sugerem a utilização de ciclos de corte acima de
30 anos, quando são colhidos entre 25 e 30 m3 de toras/ha
(trabalhando com uma lista de 40 a 60 espécies comerciais).
RESUMO CRONOLÓGICO
13
Resumo cronológico das atividades florestais
Inventário Diagnóstico
PLANO DE MANEJO FLORESTAL - PMF
PLANO DE OPERAÇÕES ANUAIS - POA
PLANO DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL - PEF
ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS
Delimitação das áreas de corte anual e unidades de trabalho
Delimitação das áreas de corte anual
Delimitação das unidades de trabalho
Inventário 100%
Definição das espécies e diâmetros utilizados
Localização, identificação e medição das árvores
Identificação e observância das áreas de preservação permanente
Corte de cipós
Planejamento das atividades de exploração
Seleção e marcação das árvores a serem cortadas
Definição e planejamento do sistema de exploração
Planejamento das trilhas de arraste
Programação de corte e estimativa de volume anual
Construção das estradas primárias e secundárias
Sistema de monitoramento
Elaboração de sistema de controle de produção e custos
Parcelas de inventário contínuo
ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS
Manutenção das trilhas de arraste e pátios de estocagem
Avaliação das atividades de exploração
Medidas de proteção à floresta
14
DIRETRIZES GERAIS
Padrão mínimo:
Recomendações:
15
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES
PRÉ-EXPLORATÓRIAS
Padrões mínimos:
16
autorização de exploração poderá ser prorrogada por um ano,
mediante vistoria técnica, desde que o volume total autoriza-
do não seja ultrapassado e que a alteração seja incorporada
no plano operacional anual”.
Padrões mínimos:
INVENTÁRIO 100 %
17
Estimativa do volume comercial utilizável por
árvore e por unidade de área.
Esta operação deve ser preferencialmente realiza-
da um ano antes do início das atividades de exploração, para
que exista tempo suficiente para o processamento e análise
destas informações. O inventário 100% é a principal ferra-
menta de planejamento das atividades de exploração de im-
pacto reduzido. A utilização destes mapas reduz significati-
vamente a movimentação desnecessária das equipes de corte
e equipamento de arraste dentro da floresta, contribuindo as-
sim para a redução dos impactos ambientais sobre a vegeta-
ção remanescente.
Possibilita também ganhos expressivos de rendi-
mento e custos na realização das atividades, visto a movi-
mentação das equipes e equipamentos serem mais planejadas
e objetivas. O inventário 100% possibilita ainda a obtenção
de estimativas de volume disponível por espécie, bem como
do volume por unidade de área manejada, importantes ferra-
mentas para o planejamento da exploração florestal de im-
pacto reduzido.
Padrões mínimos:
18
Recomendações:
Exemplos:
19
Padrões mínimos:
Recomendações:
Padrões mínimos:
20
CORTE DE CIPÓS
Padrões mínimos:
21
Padrões mínimos:
Recomendação:
Padrão mínimo:
22
Padrões mínimos:
Recomendações:
Exemplos:
23
Programação de corte e estimativa de volume anual
Padrões mínimos:
Recomendações:
24
No cronograma de exploração das unidades de
trabalho devem ser considerados o tipo de solo e a distância
à estrada principal para reconhecer quais unidades de traba-
lho podem ser exploradas no início e no final da safra.
Padrões mínimos:
25
Recomendação:
Exemplos:
SISTEMA DE MONITORAMENTO
Padrões mínimos:
26
Recomendação:
Padrão mínimo:
Recomendação:
27
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES DE
EXPLORAÇÃO FLORESTAL
Padrões mínimos:
Recomendação:
28
Identificar e/ou marcar as árvores selecionadas
para corte, as árvores matrizes (porta sementes) e as árvores
remanescentes.
Evitar a derruba de árvores onde ocorra sobre-
posição de copas.
Utilizar técnicas corretas no corte e no traça-
mento, para evitar perda da matéria-prima.
Recomendação:
Exemplo:
Recomendação:
Exemplo:
29
ARRASTE DAS TORAS
Padrão mínimo:
Recomendação:
Opção:
30
Recomendação:
Opção:
Recomendações:
3 - 4 m (largura do skidder).
A escarificação do solo é um indicador que
pode ser usado no sistema de monitoramento. As trilhas de
arraste não deveriam ter mais de 10% de solo mineral expos-
to. Este indicador serve também para verificar se o número
de viagens do skidder não foi exagerado.
As trilhas principais de arraste devem ser cons-
truídas o mais retilíneo possível, para melhorar a produtivida-
de e reduzir os danos às árvores localizadas na bordadura das
trilhas.
Quando for necessário fazer curvas nas trilhas
de arraste, devem ser selecionadas árvores pivô (árvores sem
valor comercial).
31
Recomendação:
Opção:
Padrões mínimos:
Exemplo:
32
As toras devem ser cubadas nos pátios, utili-
zando como referência sua numeração.
Opção:
Recomendação:
TRANSPORTE DE TORAS
Padrão mínimo:
Recomendações:
33
Onde ocorrer danos à infra-estrutura, a empresa
deve repará-los na estação seguinte (caso da Mil Madeireira).
Padrões mínimos:
Recomendação:
34
MANUTENÇÃO DAS TRILHAS DE ARRASTE E PÁTIOS
FLORESTAIS
Padrões mínimos:
Recomendações:
35
Devem existir procedimentos e infra-estrutura
implantados e apropriados para o manuseio, tratamento, des-
carte, destino final ou incineração de resíduos.
Padrão mínimo:
Recomendação:
Padrões mínimos:
36
Realizar campanhas educativas de conscienti-
zação juntos a vizinhos e assentados para prevenção de in-
cêndios.
Preparar um plano de prevenção e combate a
incêndios florestais.
Recomendações:
37
ANEXOS
ANEXO 1
Diretrizes técnicas para a exploração de impacto reduzido em
operações florestais de Terra Firme na Amazônia brasileira
Diretrizes de caráter geral
1 O sucesso na aplicação dessas Diretrizes depende fundamentalmente
da utilização de pessoal treinado para a realização das operações.
2 Os equipes devem ser treinadas e capacitadas para executar as ati-
vidades.
3 Todo o pessoal ligado à atividade de exploração deve utilizar EPI –
equipamentos de proteção individual.
41
Delimitação das Unidades de Trabalho - UT (P-1b)
9 A UT não deve ter uma área menor de 10 ha nem maior que 100
ha (dependendo do tamanho da empresa).
42
Processamento de dados (P-2c)
17 Produzir lista de árvores a explorar.
18 Produzir lista de árvores protegidas e/ou árvores-ninhos.
19 Elaborar mapas em escala apropriada (1:5.000 a 1: 1.000).
43
Planejamento das trilhas de arraste (P-4c)
29 O planejamento das trilhas de arraste é definido de acordo com as
características físicas e volume a ser colhido, bem como em fun-
ção da distribuição das árvores selecionadas.
30 O número máximo de viagens dos tratores florestais em uma
mesma trilha de arraste deve ser estabelecido em função das con-
dições do solo e drenagem, e das caraterísticas da maquinaria uti-
lizada.
44
Sistema de monitoramento (P-5)
Elaboração de sistema de controle de produção e custos
(P-5a)
37 Controlar a produção mensal com base na planilha de produção
diária.
38 Controlar a qualidade e execução das atividades de campo (super-
visão).
39 Estabelecer um sistema de auditagem interna para verificar e me-
lhorar a execução do sistema de controle de produção e custos.
45
Arraste das toras (E-2)
47 As trilhas de arraste devem ser distribuídas de forma planejada.
48 O planejamento das trilhas de arraste deve ser feito primeiramente
no mapa de extração no escritório, e em seguida no campo para
orientar a sua abertura com o trator florestal (skidder).
49 Quando necessário, o trator florestal deve utilizar o guincho para
puxar a tora ao seu encontro
50 As toras devem ser arrastadas com uma de suas extremidades
suspensas.
51 A largura da trilha de arraste deve ser minimizada.
52 As trilhas principais de arraste devem ser construídas o mais retilí-
nea possível, para melhorar a produtividade e reduzir os danos às
árvores localizadas na bordadura das trilhas.
53 Quando for necessário fazer curvas nas trilhas de arraste, devem
ser utilizadas árvores pivô, as quais devem ser árvores malforma-
dos (má qualidade) ou sem valor comercial.
54 Considerar os limites de rampa e declividade adequados à opera-
ção de cada equipamento.
46
Manutenção das estradas (E-5)
60 As estradas secundárias devem ser recuperadas após o término
das atividades de exploração (especialmente quanto à desobstru-
ção de saídas de água).
61 As estradas principais devem ser mantidas periodicamente e de
acordo com o fluxo de transporte, tanto o leito carroçável como as
estruturas de drenagem.
47
Anexo 2
GLOSSÁRIO
Continua...
48
Grossário ...Continuação.
Continua...
49
Grossário ...Continuação.
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
51
PUTZ, F.E.; DYKSTRA, D.; HEINRICH, R. Why poor logging
practices persist in the tropics. Conservation Biology,
v.14, n.4, p.951-956, 2000.
SIST, P.; DYKSTRA, D.P.; FIMBEL, R. Reduced impact
logging guidelines for research projects undertaken by
CIFOR and its research partners in Indonesia. [S.l. : s.n.],
1998. 20p (Occasional Paper, 15).
SUDAM (Belém, PA). Estudo de viabilidade técnico-
econômica da exploração mecanizada em floresta de terra
firme na região de Curuá-Una. Belém:
SUDAM/IBDF/PRODEPEF, 1978. 133p. Projeto
PNUD/FAO/IBDF/BRA-76/027.
52
Amazônia Oriental
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Trav. Dr. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48,
Fax (91) 276-9845, Fone: (91) 276-6333,
CEP 66095-100, e-mail: cpatu@cpatu.embrapa.br