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Diretrizes Técnicas para a Expl ração

de Impacto Reduzido em Operaçõe


florestais de Terra firme na Amazônia
Brasileira
ISSN 1517-2201

Documentos No 64 Novembro, 2000

DIRETRIZES TÉCNICAS PARA A EXPLORAÇÃO DE


IMPACTO REDUZIDO EM OPERAÇÕES FLORESTAIS
DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

César Sabogal
José Natalino Mecedo Silva
Johann Zweede
Rodrigo Pereira Júnior
Paulo Barreto
Carlos Alberto Guerreiro
Exemplares desta publicação podem ser solicitados à:
Embrapa Amazônia Oriental
Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n
Telefones: (91) 276-6653, 276-6333
Fax: (91) 276-9845
e-mail: cpatu@cpatu.embrapa.br
Caixa Postal, 48
66095-100 – Belém, PA

Tiragem: 200 exemplares

Comitê de Publicações
Leopoldo Brito Teixeira – Presidente José de Brito Lourenço Júnior
Antonio de Brito Silva Maria do Socorro Padilha de Oliveira
Expedito Ubirajara Peixoto Galvão Nazaré Magalhães – Secretária Executiva
Joaquim Ivanir Gomes

Expediente
Coordenação Editorial: Leopoldo Brito Teixeira
Normalização: Lucilda Maria Souza de Matos
Revisão Gramatical: Maria de Nazaré Magalhães dos Santos
Composição: Euclides Pereira dos Santos Filho

SABOGAL, C.; SILVA, J.N.M.; ZWEEDE, J.; PEREIRA JÚNIOR, R.;


BARRETO, P.; GUERREIRO, C.A. Diretrizes técnicas para a exploração
de impacto reduzido em operações florestais de terra firme na Amazônia
brasileira. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2000. 52p. (Embrapa
Amazônia Oriental. Documentos, 64).
ISSN 1517-2201
1. Manejo florestal – Brasil – Amazônia – Área de terra firme. 2. Explo-
ração florestal. 3. Planejamento florestal. I. Embrapa. Centro de Pesquisa
Agroflorestal da Amazônia Oriental (Belém, PA). II. Título. III. Série.

CDD: 634.9809811

 Embrapa – 2000
AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem às seguintes pessoas que contribui-


ram com comentários e sugestões durante o processo de elaboração
das Diretrizes:

Vicente Azevedo (Ibama-Pará, Belém)


Evaldo Muñoz Braz (Embrapa Acre)
André Caldeira (Juruá Madeiras, Pará)
William Cordero (Proyecto BOLFOR, Bolivia)
Fernando A.D. Dias (FCAP, Belém)
Tim van Eldik (Mil Madeireira, Itacoatiara-Amazonas)
Josué Evandro Ribeiro Ferreira (CIKEL Brasil Verde, Pará)
Permínio Pascoal Costa Filho (Embrapa Amazônia Oriental, Belém)
John Hendrison (Wageningen Agricultural University, Holanda)
Antonio Hummel (Ibama-Amazonas, Manaus)
Neldson Lobato (Juruá Madeiras, Pará)
Bas Louman (CATIE, Costa Rica)
Idacir Peracchi (Juruá Madeiras, Pará)
Benno Pokorny (FCAP, Belém)
Joaquim dos Santos (INPA, Manaus)
Ronaldo da Silva (Ibama-Pará, Belém)
Silvia Silva (Convênio Embrapa-CIFOR, Belém)
Plinio Sist (CIRAD-Forêt, França)
Ian Thompson (DFID, Brasilia)
Edson Vidal (IMAZON, Belém)
APRESENTAÇÃO

Existem na Amazônia brasileira importantes experiências


de aplicação de técnicas de exploração de impacto reduzido (EIR) em
operações florestais. Uma das primeiras experiências melhor docu-
mentadas foi desenvolvida através do Projeto PNUD/FAO/ IBDF/BRA-
76/027, em Curuá-Una, há 20 anos. Na década atual, principalmente,
vêm sendo divulgados resultados de vários anos de trabalho por parte
de entidades de pesquisa e desenvolvimento. A Embrapa Amazônia
Oriental, como instituição pioneira de pesquisa florestal na região, tem
contribuído de maneira significativa ao longo dos anos na geração de
iniciativas na área de manejo florestal em geral, e exploração madei-
reira de impacto reduzido, em particular. O Instituto do Homem e
Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) lançou em 1998 o manual
Floresta para Sempre que, sem dúvida, é uma importante ferramenta
para a promoção de práticas adequadas de manejo florestal na região.
A Fundação Floresta Tropical (FFT) encontra-se numa fase final de di-
vulgação de suas experiências em vários locais da Amazônia, através
da publicação de um manual de procedimentos técnicos. O caso da
empresa Mil Madeireira, em Itacoatiara, Manaus, é digno de destaque.
No momento da eleboração das presentes diretrizes, essa era a única
empresa madeireira na Amazônia onde estavam sendo aplicadas téc-
nicas de EIR em escala operacional.
Embora ainda existam algumas diferenças na sua aplicação
no campo, há um certo consenso em nível das atividades que fazem
parte dessas técnicas. A partir desse consenso, mas também conside-
rando as variações em função de condições particulares (como o tipo
de floresta, tipo de indústria, mercado, etc.), é possível tentar propor
uma série de diretrizes básicas para EIR, a serem seguidas dentro dos
projetos de manejo florestal sustentável.
O presente trabalho tem como principal objetivo apresentar
uma proposta sobre Diretrizes Técnicas básicas que orientem a reali-
zação das atividades de exploração madeireira de impacto reduzido
em florestas de terra firme na Amazônia brasileira. De um lado, ele é
resultado da reunião de experiências relevantes na região, incluindo
consultas diretas com várias pessoas experientes. De outro lado, a
proposta foi discutida numa oficina de trabalho realizada em Barcare-
na, Pará, em dezembro de 1998, com a participação de 20 profissio-
nais e técnicos nacionais e estrangeiros. A atual versão é produto de
várias revisões posteriores feitas pelos responsáveis das instituições
co-autoras deste documento durante 1999 e início de 2000. Apresen-
ta-se no anexo 1 um resumo das diretrizes para possibilitar uma con-
sulta rápida do documento, e no anexo 2, um glossário.
O público-alvo desta publicação são os gerentes, engenhei-
ros e técnicos florestais (níveis médio e superior) de empresas madei-
reiras e dos orgãos públicos florestais e ambientais.
Espera-se que estas diretrizes resultem em operações de
manejo florestal baseadas na utilização de técnicas de planejamento
detalhado das atividades florestais, de técnicas de EIR, e do treina-
mento das pessoas envolvidas no processo. A utilização prática das
diretrizes terá como objetivo demonstrar a viabilidade da aplicação de
técnicas de EIR em escala operacional ou comercial. Como parte do
convênio entre a Embrapa e o CIFOR, esta demonstração deverá ser
realizada por duas empresas madeireiras parceiras operando no Estado
do Pará. Nestas áreas também serão desenvolvidas atividades de mo-
nitoramento e de pesquisa, procurando-se avaliar a eficácia da meto-
dologia utilizada, bem como os impactos e benefícios ecológicos, sil-
viculturais e econômicos associados às atividades de exploração ma-
deireira.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................... 9
EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO ............................ 9
OS CÓDIGOS DE PRÁTICAS FLORESTAIS E AS
DIRETRIZES TÉCNICAS .................................................. 11
APRESENTAÇÃO GERAL DAS DIRETRIZES TÉCNICAS ......... 13
RESUMO CRONOLÓGICO ............................................... 13
DIRETRIZES GERAIS ...................................................... 15
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS... 16
DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE CORTE ANUAL E DAS
UNIDADES DE TRABALHO ............................................. 16
INVENTÁRIO 100 % ...................................................... 17
CORTE DE CIPÓS .......................................................... 21
PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO...... 21
SISTEMA DE MONITORAMENTO .................................... 26
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO
FLORESTAL..................................................................... 28
CORTE DIRECIONADO DAS ÁRVORES ............................ 28
ARRASTE DAS TORAS .................................................. 30
MOVIMENTAÇÃO DAS TORAS NOS PÁTIOS DE
ESTOCAGEM ................................................................ 32
TRANSPORTE DE TORAS............................................... 33
MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS..................................... 34
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS .. 34
MANUTENÇÃO DAS TRILHAS DE ARRASTE E PÁTIOS
FLORESTAIS................................................................. 35
AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO ............ 36
PROTEÇÃO DAS ÁREAS JÁ EXPLORADAS ...................... 36
ANEXOS ......................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 51
DIRETRIZES TÉCNICAS PARA A
EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO
EM OPERAÇÕES FLORESTAIS DE TERRA
FIRME NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Cesar Sabogal1
José Natalino Macedo Silva2
Johann Zweede3
Rodrigo Pereira Júnior4
Paulo Barreto5
Carlos Alberto Guerreiro6

INTRODUÇÃO

EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO

A exploração de impacto reduzido (EIR) é conside-


rada essencial para melhorar as operações florestais e consti-
tui um passo substancial para o manejo sustentável da flores-
ta. A EIR consiste na implementação de uma série de diretri-
zes pré e pós-exploração, desenhadas para proteger a regene-
ração avançada (mudas, varas e arvoretas), minimizar danos
ao solo, prevenir danos desnecessários às espécies que não
serão exploradas (animais silvestres e produtos não-
-madeireiros), e proteger os processos críticos dos ecossis-
temas (hidrologia e seqüestro de carbono) (Putz et al. 1999).
A EIR é baseada no planejamento das operações,
no treinamento dos recursos humanos e nos investimentos
em manejo florestal. A exploração florestal realizada de forma
planejada deve:

1
Eng.-Ftal., Ph.D., Coordenador Convênio Embrapa/CIFOR.
2
Eng.-Ftal., Ph.D., Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Caixa Postal, 48
CEP 66017-970, Belém, PA.
3
Eng.-Ftal., Diretor da Fundação Floresta Tropical.
4
Eng.-Ftal., Pesquisador da Fundação Floresta Tropical.
5
Eng.-Ftal., M.Sc., Pesquisador do IMAZON.
6
Eng.-Ftal., Consultor.
a) minimizar os danos ambientais, conservar o po-
tencial de exploração futura e manter os serviços da floresta;
b) reduzir os custos operacionais da exploração,
aumentando a eficácia do trabalho, e
c) reduzir desperdícios.
Vários estudos na região têm demonstrado que a
exploração madeireira seguindo técnicas de impacto reduzido
não é necessariamente mais cara que a exploração convenci-
onal. Aliás, a EIR tem vantagens de cumprir com objetivos
sociais, econômicos e ambientais (ex. Johns et al. 1996,
FAO 1997, Barreto et al. 1998, Amaral et al. 1998, Holmes
et al. 1999). Algumas dessas vantagens ou benefícios da
aplicação das técnicas de EIR seriam (adaptado de Holmes
et al. 1999):

Aspectos ambientais

 Reduzem danos à floresta permanente;


 Reduzem distúrbios ao solo e à erosão;
 Protegem a qualidade da água;
 Mitigam o risco de fogo;
 Potencialmente ajudam a manter a regeneração
e a proteção da diversidade biológica.

Aspectos econômicos

 Reduzem o volume de madeira desperdiçada na


colheita, o qual reduz o custo promédio e incrementa o volu-
me de madeira fornecido a partir de uma base fixa do recur-
so;
 Os inventários pré-exploratórios de madeira em
pé proporcionam uma vantagem de mercado para os donos
da terra e serrarias que podem estabelecer contratos anteci-
pados com compradores, baseados no conhecimento dos

10
volumes conhecidos das espécies comerciais. O inventário
também ajuda na seleção das espécies comerciais que atual-
mente estão sendo procuradas no mercado e determina o es-
toque de espécies potenciais existentes na floresta;
 O corte direcionado das árvores proporciona a
segurança dos trabalhadores;
 São partes integrantes das iniciativas da certifi-
cação florestal;
 Podem proporcionar um método de baixo custo
para conseguir metas de seqüestro de carbono e benefícios
da conservação da floresta;

OS CÓDIGOS DE PRÁTICAS FLORESTAIS E AS


DIRETRIZES TÉCNICAS

Os códigos de práticas florestais são um conjunto


de normas ou diretrizes elaboradas pelos governos ou outras
organizações, para ajudar técnicos e empresas florestais a
decidirem quais práticas devem adotar para realização das
operações de manejo e utilização das florestas (Dykstra e
Heinrich 1996). Os códigos de práticas podem ser obrigató-
rios ou facultativos. O primeiro enfoque é baseado num man-
dato legislativo e o não-cumprimento das normas podem dar
lugar a multas ou outro tipo de sanções. Neste caso, a admi-
nistração dos códigos de práticas é relativamente simples, ao
menos na teoria. De outro lado, quando os códigos de práti-
cas são diretrizes de caráter facultativo, a finalidade é fomen-
tar a adoção de determinados procedimentos sem prescrevê-
los de forma obrigatória. Normalmente são aceitos também
outros tipos de práticas que permitam conseguir o resultado
desejado (Dykstra e Heinrich 1996).
O fato do manejo florestal ser uma atividade re-
cente e pouco praticada na região, torna-se difícil estabele-
cer um padrão mínimo ou ideal a ser exigido ou sugerido aos
demais. Não há um modelo ideal estabelecido no campo que
tenha comprovadamente atendido todas as exigências eco-

11
nômicas, sociais e ecológicas do manejo florestal sustentável
(IBAMA, 1998). Porém, os trabalhos e experiências desen-
volvidas na região já permitem estabelecer orientações e re-
comendações para o planejamento e aplicação das técnicas
de EIR em projetos de manejo florestal sustentável, o que
aqui são apresentadas como Diretrizes Técnicas.
A proposta das Diretrizes, inicialmente preparada
em novembro de 1998, foi elaborada principalmente tendo
como base Sudam (1978); Dystra & Heinrich (1996); FAO
(1997); Fundação...(1998); Amaral et al. (1998); Sist. et al.
(1998).
Embora existam diferenças entre a aplicação das
metodologias propostas nesses diferentes trabalhos, há um
certo consenso sobre a importância da utilização de várias
atividades ou procedimentos na implantação de um projeto
madeireiro utilizando técnicas de EIR.
Este trabalho não pretende apresentar uma padro-
nização de um sistema de exploração, principalmente em
face da grande possibilidade de variações que podem existir
entre diferentes projetos devido a características da floresta,
disponibilidade de recursos, localização da área, produtos fi-
nais, etc. O que se pretende é apresentar uma série de pa-
drões mínimos que podem orientar tecnicamente o setor ma-
deireiro na elaboração e implementação de projetos de ma-
nejo com EIR. Estas recomendações devem ser inicialmente o
mais simples possível, para que sejam entendidas e realmente
utilizadas pelos usuários principais (empresas madeireiras de
médio e grande portes, além de órgãos de fiscalização e con-
trole).
Convém esclarecer que as Diretrizes referem-se ao
que fazer e não a como fazer. Os procedimentos ou prescri-
ções para as diferentes operações podem ser encontradas
nos manuais citados na página anterior.

12
As presentes Diretrizes poderão ainda sofrer modi-
ficações devidas à experiência direta de sua aplicação pelas
empresas, e à busca pela eficiência operacional e pela aplica-
bilidade (ou não) das recomendações, tendo em conta as va-
riadas condições existentes na Região Amazônica.
Serão apresentadas apenas diretrizes relacionadas
às atividades de exploração florestal, incluindo o planejamen-
to e a realização destas operações. Não serão incluídos neste
trabalho recomendações quanto à elaboração e aprovação de
Planos de Manejo Florestal, nem quanto à realização dos tra-
tamentos silviculturais. Espera-se, porém, que o Plano de
Manejo Florestal seja elaborado com base em dados de um
inventário diagnóstico bem realizado e tecnicamente analisa-
do. O volume projetado para exploração deve ser compatível
com a capacidade de produção florestal, e o ciclo de corte
deve ser coerente com esta capacidade. Alguns dos trabalhos
consultados sugerem a utilização de ciclos de corte acima de
30 anos, quando são colhidos entre 25 e 30 m3 de toras/ha
(trabalhando com uma lista de 40 a 60 espécies comerciais).

APRESENTAÇÃO GERAL DAS DIRETRIZES TÉCNICAS

RESUMO CRONOLÓGICO

As Diretrizes serão subdivididas nos seguintes


conjuntos de atividades: (1) pré-exploratórias; (2) exploração
florestal, e (3) pós-exploratórias. As Diretrizes apresentam
caráter genérico, com o objetivo de poderem ser aplicadas
em diferentes situações ou projetos. Dependendo das carac-
terísticas específicas de cada caso, e em especial, das di-
mensões da área florestal a ser manejada, poderá ser viável a
aplicação de mecanismos cada vez mais precisos de planeja-
mento e exploração florestal. As maiores limitações podem
ocorrer no manejo de pequenas áreas florestais de forma
isolada devido à pequena escala de trabalho.
A seguir será apresentado um resumo cronológico
de todas as atividades florestais que serão abordadas neste
trabalho.

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Resumo cronológico das atividades florestais

Inventário Diagnóstico

PLANO DE MANEJO FLORESTAL - PMF

PLANO DE OPERAÇÕES ANUAIS - POA

PLANO DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL - PEF

ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS
Delimitação das áreas de corte anual e unidades de trabalho
Delimitação das áreas de corte anual
Delimitação das unidades de trabalho
Inventário 100%
Definição das espécies e diâmetros utilizados
Localização, identificação e medição das árvores
Identificação e observância das áreas de preservação permanente
Corte de cipós
Planejamento das atividades de exploração
Seleção e marcação das árvores a serem cortadas
Definição e planejamento do sistema de exploração
Planejamento das trilhas de arraste
Programação de corte e estimativa de volume anual
Construção das estradas primárias e secundárias
Sistema de monitoramento
Elaboração de sistema de controle de produção e custos
Parcelas de inventário contínuo

ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL


Corte direcionado das árvores
Arraste das toras
Movimentação das toras nos pátios de estocagem
Transporte das toras
Manutenção das estradas

ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS
Manutenção das trilhas de arraste e pátios de estocagem
Avaliação das atividades de exploração
Medidas de proteção à floresta

14
DIRETRIZES GERAIS

As diretrizes de caráter geral servem para todas as


operações de exploração florestal.

Contratação e treinamento das equipes

Padrão mínimo:

 Deve ser utilizado pessoal treinado para a reali-


zação das operações.
 As equipes devem ser treinadas e capacitadas
para executar as atividades.
 Os funcionários devem utilizar equipamentos de
segurança.

Recomendações:

 A contratação e o treinamento dos funcionários


devem ser efetuados antes do início das atividades pré-
exploratórias ou durante sua realização.
 A empresa deve fornecer ou proporcionar trei-
namento para seu pessoal em forma contínua e atualizada.

15
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES
PRÉ-EXPLORATÓRIAS

DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE CORTE ANUAL E DAS


UNIDADES DE TRABALHO

Delimitação das áreas de corte anual


O objetivo desta atividade é delimitar fisicamente
as unidades anuais de trabalho dentro da Unidade de Manejo
Florestal (UMF). A Área de Corte Anual (ACA) é a denomina-
ção aqui apresentada para a área planejada de exploração em
cada ano.

Padrões mínimos:

 As ACA podem ser delimitadas pelas caracte-


rísticas físicas do terreno ou por picadas.
 A ACA deve ser mapeada, em escala até
1:50.000.
 As ACA não precisam ser de um tamanho
equivalente à divisão da área total da UMF pelo número de
anos do ciclo de manejo programado.
 O retorno a uma ACA explorada será possível
até no máximo dois anos após a exploração desde que sejam
utilizadas as mesmas trilhas de arraste principal, as mesmas
estradas e pátios de estocagem. Após dois anos de uma ACA
ter sido explorada, não será permitido o reingresso até quan-
do concluído o ciclo de corte previsto no Plano de Manejo.*
 Nos casos devidamente justificados, poderá ser
explorado até mais de uma ACA por ano. Embora, dentro de
um período de cinco anos, o número de ACA não poderá ex-
ceder o mesmo número de anos.*
* Observação: Segundo a Instrução Normativa
No 6, de 28 de dezembro de 1998, no seu artigo 4º, §1º: “A

16
autorização de exploração poderá ser prorrogada por um ano,
mediante vistoria técnica, desde que o volume total autoriza-
do não seja ultrapassado e que a alteração seja incorporada
no plano operacional anual”.

Delimitação das Unidades de Trabalho

Unidade de Trabalho (UT) é a subdivisão da ACA


em áreas menores de planejamento e controle das atividades
florestais. Esta subdivisão possibilita a programação e o con-
trole mais detalhados e precisos das atividades.

Padrões mínimos:

 A UT deve ter uma área não menor de 10 ha


nem maior que 100 ha (de acordo com a empresa).
 A UT é delimitada pelas características físicas
do terreno ou por picadas.
 A UT deve ser plotada em mapas com escala
até 1: 5.000.

INVENTÁRIO 100 %

Inventário 100% é uma atividade de medição, lo-


calização e avaliação de todas as árvores com potencial co-
mercial de serem exploradas dentro de cada UT. objetiva-se
obter os seguintes produtos com a realização deste inventá-
rio:
 Mapa das características topográfica e hidro-
gráfica relevantes da área;
 Localização das árvores selecionadas para se-
rem exploradas, e

17
 Estimativa do volume comercial utilizável por
árvore e por unidade de área.
Esta operação deve ser preferencialmente realiza-
da um ano antes do início das atividades de exploração, para
que exista tempo suficiente para o processamento e análise
destas informações. O inventário 100% é a principal ferra-
menta de planejamento das atividades de exploração de im-
pacto reduzido. A utilização destes mapas reduz significati-
vamente a movimentação desnecessária das equipes de corte
e equipamento de arraste dentro da floresta, contribuindo as-
sim para a redução dos impactos ambientais sobre a vegeta-
ção remanescente.
Possibilita também ganhos expressivos de rendi-
mento e custos na realização das atividades, visto a movi-
mentação das equipes e equipamentos serem mais planejadas
e objetivas. O inventário 100% possibilita ainda a obtenção
de estimativas de volume disponível por espécie, bem como
do volume por unidade de área manejada, importantes ferra-
mentas para o planejamento da exploração florestal de im-
pacto reduzido.

Definição das espécies e diâmetros utilizados

Para o inventário, é preciso conhecer as espécies


selecionadas para serem exploradas naquele ano e os diâme-
tros mínimos de corte requeridos em cada caso.

Padrões mínimos:

 Em função ou não do mercado, a indústria deve


definir a lista das espécies e o diâmetro mínimo de corte
(DMC).
 Além das espécies de corte devem, ser defini-
das as espécies a serem protegidas, espécies raras e protegi-
das por lei.

18
Recomendações:

 Utilizar maior número de espécies possíveis (in-


clusive espécies potenciais para uma futura colheita).
 Realizar inventário 100% em árvores com diâ-
metro inferior ao DMC, dependendo do aspecto econômico
da operação, o qual é influenciado pela localização e merca-
do.

Exemplos:

 A Mil Madeireira utiliza uma lista de 70 espéci-


es consideradas de interesse comercial (embora só 14 espé-
cies sejam as principais). O inventário é realizado dois anos
antes do início da exploração, a partir do diâmetro mínimo de
50 cm.
 A FFT recomenda inventariar as árvores a partir
do diâmetro inferior ao DMC, o qual permite conhecer as ár-
vores de valor comercial a serem protegidas durante a explo-
ração e facilitar o planejamento e realização das intervenções
silviculturais. Segundo a FFT, os custos de um inventário
100% das árvores comerciais com DAP  35 cm são equiva-
lentes a inventariar árvores comerciais e potenciais com DAP
a partir de 45 cm.

Localização, identificação e medição das árvores

O principal objetivo desta atividade é fornecer in-


formações quanto à localização aproximada de cada árvore
inventariada, bem como de suas possíveis características
comerciais.

19
Padrões mínimos:

 As áreas devem ser previamente preparadas


para a realização da atividade (definição das UT e abertura de
picadas).
 Devem ser coletadas as seguintes informações:
localização, nome vulgar, numeração, DAP e qualidade do
fuste da árvore. Também devem ser anotados dados sobre as
características da hidrografia, topografia e solo da UT e das
mudanças nos tipos florestais (tais como as áreas cipoálicas).
 Produzir mapas de distribuição das árvores e
características físicas da UT em escala de até 1: 2.000.

Recomendações:

 Desenvolver equações volumétricas em nível


local .
 Dar especial atenção a: espécies protegidas por
lei; espécies com função ecológica (exemplo, árvore ninho) e
espécies raras.

Identificação e observância das áreas de preservação


permanente

As áreas de preservação permanente são aquelas


que devem ser excluídas e protegidas da área total a ser ex-
plorada na UMF.

Padrões mínimos:

 Devem ser plotadas nos mapas das ACA e UT.


 Devem ser plotadas nos mapas de corte e ar-
raste.

20
CORTE DE CIPÓS

O corte dos cipós que estejam interligando as ár-


vores inventariadas é uma atividade pré-exploratória muito
importante para a redução do impacto ambiental da explora-
ção. O corte de cipós tem como principal objetivo facilitar o
direcionamento de derruba das árvores selecionadas, diminu-
indo, assim, de forma acentuada, os danos causados às árvo-
res remanescentes. Este procedimento também reduz signifi-
cativamente o risco de acidentes durante a derruba das ár-
vores. Além disso, o corte de cipós pode ser feito para facili-
tar a regeneração e aumentar o crescimento das árvores após
a exploração.

Padrões mínimos:

 Deve ser realizado de preferência um ano antes


da exploração.
 Devem ser cortados nas árvores com potencial
de exploração, observadas durante o inventário 100%, com
diâmetro mínimo de acordo com a espécie e qualidade de fus-
te aceitável.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO

As informações obtidas no inventário 100% são


as principais ferramentas do planejamento das atividades de
exploração florestal. Utilizando os mapas e dados de volume
obtidos no inventário 100%, inicia-se o planejamento de ex-
ploração.

Seleção e marcação das árvores a serem cortadas

Este trabalho é normalmente realizado em escritó-


rio, e posteriormente conferido na floresta.

21
Padrões mínimos:

 Indicar as árvores a serem cortadas e preserva-


das.
 Selecionar as árvores de acordo com o DMC
por espécie.
 Definir um limite de volume total/ha a ser ex-
plorado.
 Usar a distribuição das espécies por classe de
diâmetro para definir o limite de volume por espécie a ser ex-
plorado.

Recomendação:

 Selecionar as árvores porta-sementes segundo


critérios ecológicos e econômicos. A FFT costuma selecionar
1-2 sementeiras por hectare.

Definição e planejamento do sistema de exploração

Padrão mínimo:

Os equipamentos devem ser dimensionados de


acordo com as características físicas e produção da área.

Planejamento das trilhas de arraste

Esta atividade é uma das mais críticas e difíceis de


se fazer bem, sendo necessária uma intensa supervisão e au-
ditagem. O objetivo é definir, através de sinais normalizados,
a trilha a ser percorrida pelo trator florestal (skidder), facili-
tando a orientação do operador do trator durante o arraste
das toras e aumentando a produtividade.

22
Padrões mínimos:

 O planejamento das trilhas de arraste é definido


de acordo com as características físicas e o volume da área,
bem como em função da distribuição das árvores seleciona-
das.
 O número de viagens dos tratores florestais nas
trilhas de arraste deve ser estabelecido dependendo das con-
dições do solo, drenagem e das caraterísticas da maquinária
utilizada.
 As trilhas de arraste não devem ser locadas em
áreas com inclinação superior a 45% (em relação à árvore
explorada).

Recomendações:

 Definir o tipo de máquina e distância de guin-


chamento.
 Guinchar o maior número possível de toras.

Exemplos:

 A Mil Madeireira constrói trilhas de arraste pa-


ralelas distanciadas de 100 m, sendo a distância de guin-
chamento de até 50 m.
 A FFT definiu uma série de critérios mínimos a
serem obedecidos durante o planejamento, como por exem-
plo: distribuição das trilhas em função da menor resistência
da floresta ao trator e à direção de caída da árvore. Se tem
como norma realizar até no máximo 15 viagens do skidder
em solo do tipo latossolo e realizar guinchamento de até
30 m.

23
Programação de corte e estimativa de volume anual

Após a checagem de campo da seleção das árvo-


res a serem derrubadas, podem ser finalmente elaborados os
mapas e anexos definitivos necessários para a realização das
atividades de corte.
A programação anual da exploração tem princi-
palmente como objetivos planejar a seqüência de UT que será
explorada a cada mês do ano e estimar a produção mensal
por espécie com base no inventário 100%, o que contribui
para o melhor planejamento da produção industrial e das
vendas.

Padrões mínimos:

 Elaborar o mapa de corte e arraste das UT em


escala até 1: 2.000 contendo as seguintes informações:
 localização e numeração das árvores selecio-
nadas para corte;
 planejamento dos pátios de estocagem;
 características físicas da área (relevo e hi-
drografia);
 listagem das árvores selecionadas para corte
(número, nome, DAP e volume);
 Elaborar programa mensal de exploração das
UT.

Recomendações:

 Não realizar atividades nas chuvas.


 Realocar as equipes de exploração em outras
atividades ou elaborar acordo trabalhista na época de chuvas
(aumentar as horas trabalhadas por dia durante o verão).

24
 No cronograma de exploração das unidades de
trabalho devem ser considerados o tipo de solo e a distância
à estrada principal para reconhecer quais unidades de traba-
lho podem ser exploradas no início e no final da safra.

Construção das estradas principais e secundárias

As estradas principais são definidas como as mais


importantes vias de acesso às áreas de manejo, tendo caráter
de utilização permanente.
As estradas secundárias são vias de acesso e
transporte de menor utilização, tendo como principal função
interligar as estradas principais aos pátios de estocagem,
contribuindo para a redução da distância média de arraste
das toras pelos skidders.
As estradas principais e secundárias fazem parte
da infra-estrutura permanente, pois são utilizadas para as ati-
vidades pós-exploratórias (ex. os tratamentos silviculturais) e
nas futuras colheitas.

Padrões mínimos:

 As estradas principais devem ser construídas


de forma a estar mais alta que o terreno lateral. Deve ter lar-
gura do leito carroçável entre 5 e 6 metros.
 As estradas secundárias podem ser construídas
de forma a estar no mesmo nível do terreno lateral, porém
mais altas que os pátios de estocagem. Deve ter largura do
leito carroçável entre 3 e 4 metros.
 As estradas a serem usadas durante a estação
de chuvas têm que ser revestidas com piçarra ou laterita.

25
Recomendação:

 As estradas devem ser construídas no verão,


de preferência um ano antes da exploração.

Exemplos:

 Na empresa Mil Madeireira, a fim de proporcio-


nar acesso à floresta o ano inteiro e para melhorar a resistên-
cia ao tráfego nas estradas, a base é reforçada por uma capa
de piçarra de 10 a 15 cm de espessura, sobre o leito carro-
çável (5 m), dependendo das condições do solo, depois de
uma adequada compactação para formar uma superfície prin-
cipal de pelo menos 40 cm de espessura.

SISTEMA DE MONITORAMENTO

Elaboração de sistema de controle de produção e custos

A elaboração de um sistema de controle de pro-


dução e custos é tão importante quanto o planejamento das
atividades de exploração. É fundamental que exista um con-
trole rigoroso sobre a realização destas atividades, checando
periodicamente a relação entre o programado e o efetivamen-
te realizado na floresta.

Padrões mínimos:

 Controlar a produção mensal com base na pla-


nilha de produção diária.
 Controlar a qualidade e execução da programa-
ção no campo (supervisão).

 Estabelecer um sistema de auditagem interno


para verificar e melhorar a programação e execução do sis-
tema de controle de produção e custos.

26
Recomendação:

 Avaliação anual da qualidade (danos, desperdí-


cios, etc.).

Parcelas de inventário contínuo

As parcelas de inventário contínuo são pequenas


amostras, instaladas de forma permanente nas áreas a serem
manejadas, a fim de permitir o estudo de acompanhamento
da floresta. O objetivo destas parcelas é servir de indicativo
das transformações que a floresta venha a sofrer antes, du-
rante e após as intervenções realizadas pelo homem ou pela
própria natureza (clareiras, construção de estradas, explora-
ção, danos etc.) e, do desenvolvimento da mesma floresta
(incremento médio anual, regeneração, mortalidade, etc.)
ocorrido após a intervenção antrópica (Fundação..., 1999).

Padrão mínimo:

Deve ser realizada de acordo com a legislação vi-


gente.

Recomendação:

 Instalar as parcelas permanentes antes da ex-


ploração e após a construção das estradas.

27
DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES DE
EXPLORAÇÃO FLORESTAL

As atividades de exploração florestal podem ser


subdivididas em quatro operações:
- Corte ou derruba das árvores;
- Arraste das toras;
- Movimentação das toras no pátio florestal; e
- Transporte das toras.

CORTE DIRECIONADO DAS ÁRVORES

Nesta fase, a árvore é derrubada, o tronco é sepa-


rado da copa (destopamento) e subdividido em toras menores
quando necessário (traçamento), de acordo com a utilização
na indústria. Este trabalho deve ser muito bem planejado para
facilitar a retirada das toras da floresta pela equipe de arras-
te, reduzir riscos de acidentes e evitar desperdícios da madei-
ra.

Padrões mínimos:

A derruba das árvores selecionadas deve ser ori-


entada para reduzir os danos às árvores remanescentes, faci-
litar o arraste e reduzir o tamanho das clareiras.

Recomendação:

 Minimizar danos às árvores remanescentes de


valor econômico com DAP 35 cm.

28
 Identificar e/ou marcar as árvores selecionadas
para corte, as árvores matrizes (porta sementes) e as árvores
remanescentes.
 Evitar a derruba de árvores onde ocorra sobre-
posição de copas.
 Utilizar técnicas corretas no corte e no traça-
mento, para evitar perda da matéria-prima.

Recomendação:

 Uma operação planejada deve reduzir os des-


perdícios pelo menos de 6% do volume derrubado.

Exemplo:

 FFT menciona algumas técnicas de corte para


reduzir os desperdícios: altura de corte, boca de corte e reti-
rada das sapopemas.
 Utilizar identificação numérica que relacione a
árvore cortada à cada tora.

Recomendação:

 A identificação numérica deve ser utilizada no


toco e na tora.

Exemplo:

 Marcação das árvores: 1A, 1B, 1C (número -


árvore; letra – toras). A marcação pode ser feita utilizando
plaquetas, tinta, etc.

29
ARRASTE DAS TORAS

É o transporte das toras do local de queda até os


pátios de estocagem, através das trilhas de arraste. A opera-
ção de arraste de toras normalmente pode ser dividida em
três fases:
- O trator entra na floresta abrindo as trilhas pla-
nejadas e locadas em mapa, iniciando o arraste pela tora mais
distante do pátio de estocagem.
- O tratorista guincha a tora até o trator. Para
isso utiliza o cabo de aço e o guincho do trator. O cabo é
manuseado pelo ajudante do tratorista.
- O tratorista arrasta a tora pela trilha até o pátio
de estocagem.

Padrão mínimo:

 As trilhas devem ser distribuídas de forma pla-


nejada

Recomendação:

 Estudos da FFT demonstram que a infra-


estrutura para a extração (estradas, trilhas e pátios) não deve
ocupar uma superficie maior que 5% da área total de cada
UT.

Opção:

 Distribuição sistemática ou em função da maior


concentração da madeira.
 As trilhas de arraste devem ser planejadas
no mapa de extração primeiramente no escritório, e depois
sinalizadas no campo para a abertura com o trator florestal
(skidder).

30
Recomendação:

 O operador do trator florestal usa o mapa de


extração como guia, e segue o caminho sinalizado de acordo
com as condições no campo.
 O trator florestal deve utilizar o guincho para o
arraste da tora quando necessário.
 A tora deve ser arrastada levantando do solo
uma de suas extremidades.

Opção:

 Utilização de caminhão equipado com catraca.


 A largura da trilha de arraste deve ser mínima.

Recomendações:

 3 - 4 m (largura do skidder).
 A escarificação do solo é um indicador que
pode ser usado no sistema de monitoramento. As trilhas de
arraste não deveriam ter mais de 10% de solo mineral expos-
to. Este indicador serve também para verificar se o número
de viagens do skidder não foi exagerado.
 As trilhas principais de arraste devem ser cons-
truídas o mais retilíneo possível, para melhorar a produtivida-
de e reduzir os danos às árvores localizadas na bordadura das
trilhas.
 Quando for necessário fazer curvas nas trilhas
de arraste, devem ser selecionadas árvores pivô (árvores sem
valor comercial).

31
Recomendação:

 Minimizar os danos às árvores remanescentes


de valor comercial com DAP > 35 cm.

Opção:

 A FFT utiliza como critério o caminho que ofe-


reça a menor resistência para o skkidder.
 Considerar os limites de rampa e declividade
adequados à operação de cada equipamento.

MOVIMENTAÇÃO DAS TORAS NOS PÁTIOS DE


ESTOCAGEM

Pátios de estocagem são áreas abertas destinadas


ao armazenamento das toras arrastadas da floresta. Devem
estar localizados próximos às estradas secundárias e/ou pri-
márias. Esta localização tem como finalidade facilitar o trans-
porte regular das toras até à indústria ou local de utilização.

Padrões mínimos:

 A construção dos pátios deverá seguir de forma


aproximada à do planejamento realizado em escritório.
 O tamanho dos pátios de estocagem deve ser
compatível com as características de produção (buscando-se
o menor tamanho possível).

Exemplo:

 Transporte direto (“quente”): máximo 1 m2/m3


retirado; transporte com estoque (“frio”): máximo 2 m2/m3 re-
tirado.

32
 As toras devem ser cubadas nos pátios, utili-
zando como referência sua numeração.

Opção:

 Volume geométrico total ou volume utilizável


pela serraria (Francon).
 Devem ser evitados tocos grandes nos pátios.

Recomendação:

 O desnível dos pátios não deve ser superior a


5%.

TRANSPORTE DE TORAS

A última atividade da exploração florestal é o


transporte das toras dos pátios florestais até o local de pro-
cessamento ou comercialização. Este transporte pode ser
efetuado usando somente caminhões, ou, quando possível,
usando balsas e jangadas, pois o transporte fluvial é mais ba-
rato do que o terrestre.

Padrão mínimo:

 No período chuvoso, deve existir compatibilida-


de entre a qualidade da estrada e a época de transporte.
Neste período, o fluxo de transporte não pode causar danos à
infra-estrutura viária.

Recomendações:

 A empresa deve estabelecer normas quanto ao


uso das estradas, considerando as condições do sítio (solo,
topografia, drenagem), clima e maquinária.

33
 Onde ocorrer danos à infra-estrutura, a empresa
deve repará-los na estação seguinte (caso da Mil Madeireira).

MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS

O principal objetivo das atividades de manutenção


é não permitir a deterioração da infra-estrutura viária da área
florestal manejada e evitar a erosão.

Padrões mínimos:

 Em estradas secundárias, deve ser realizada


uma manutenção após o término das atividades de explora-
ção (especialmente para a desobstrução de saídas de água).
 Em estradas principais deve ser realizada manu-
tenção periódica e compatível com o fluxo de transporte, tan-
to no leito carroçável como nas estruturas de drenagem.

Recomendação:

 A manutenção deve ser feita na rede de estra-


das da ACA atualmente explorada, reparando os danos no lei-
to das estradas e no sistema de drenagem.

DIRETRIZES PARA AS ATIVIDADES


PÓS-EXPLORATÓRIAS

São consideradas atividades pós-exploratórias to-


das as operações de avaliação, manutenção ou, eventual-
mente de correção, realizadas dentro das áreas já exploradas.

34
MANUTENÇÃO DAS TRILHAS DE ARRASTE E PÁTIOS
FLORESTAIS

Padrões mínimos:

 Deve ser realizada uma manutenção nas trilhas


de arraste e pátios após o término das atividades de explora-
ção, visando nivelar os locais danificados durante a operação
em período chuvoso.
 Os resíduos da exploração devem ser organiza-
dos e/ou eliminados.

Recomendações:

 Os resíduos das toras devem ser depositados


nas margens dos pátios.
 Os resíduos inorgânicos (filtros, pneus, óleo, la-
tas, produtos químicos, etc.) devem ser coletados em reci-
pientes apropriados e posteriormente retirados da área, de
forma ambientalmente apropriada segundo regulamentação
do órgão ambiental competente, preferencialmente dentro da
propriedade.
 Despejar o óleo usado de equipamentos e veí-
culos em um vazilhame apropriado, nunca no chão.

Recomendações adicionais segundo os padrões da


Forest Stewardship Council

 Os resíduos não-florestais, derivados das ativi-


dades de manejo florestal, devem ser manipulados, dispostos
adequadamente, reciclados e reutilizados, sempre que possí-
vel.
 Deve ser preparado um plano de gerenciamento
de resíduos, incluindo levantamento, classificação e definição
de destino dos resíduos gerados.

35
 Devem existir procedimentos e infra-estrutura
implantados e apropriados para o manuseio, tratamento, des-
carte, destino final ou incineração de resíduos.

AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO

Padrão mínimo:

 Após o término das operações, como parte da


auditagem operacional interna, realizar a avaliação da quali-
dade das atividades de colheita, observando principalmente o
corte, arraste, carregamento e volume cortado.

Recomendação:

 Elaborar uma lista de checagem dos principais


itens.

PROTEÇÃO DAS ÁREAS JÁ EXPLORADAS

A unidade de manejo, e no caso particular da ACA


já explorada, deve ser protegida contra ameaças como incên-
dios florestais, invasões, caça e pesca ilegal, e exploração
madeireira ilegal. As distintas atividades de proteção - con-
trole do acesso, controle do fogo e controle da caça e pesca -
deverão ser aplicadas de acordo com as necessidades da área
e da região.

Padrões mínimos:

 Manter um sistema de vigilância das áreas já


exploradas para evitar invasões.

36
 Realizar campanhas educativas de conscienti-
zação juntos a vizinhos e assentados para prevenção de in-
cêndios.
 Preparar um plano de prevenção e combate a
incêndios florestais.

Recomendações:

 Implementar medidas de proteção entre as áre-


as de manejo e áreas de risco de fogo e erosão (ex. vizinhos
com áreas de pastos e roçados).
 Ao lado das ACA e nos limites da unidade de
manejo, fazer aceiros para evitar que o fogo se alastre na flo-
resta, e colocar placas indicativas alertando para o perigo de
uso de materiais inflamáveis ou que provoquem fogo.
 Ter uma equipe permanente de segurança devi-
damente treinada.
 Fazer inspeções na área (terrestres, fluviais ou
aéreas, se for o caso) em caráter permanente para exercer
vigilância aos limites da unidade de manejo para verificar
possíveis indícios de invasões ou retirada ilegal de madeira ou
de produtos da caça ou pesca ilegal.
 Em toda a propriedade colocar placas indicati-
vas alertando que é proibido caçar e pescar ou levar animais
silvestres para fora da propriedade.

37
ANEXOS
ANEXO 1
Diretrizes técnicas para a exploração de impacto reduzido em
operações florestais de Terra Firme na Amazônia brasileira
Diretrizes de caráter geral
1 O sucesso na aplicação dessas Diretrizes depende fundamentalmente
da utilização de pessoal treinado para a realização das operações.
2 Os equipes devem ser treinadas e capacitadas para executar as ati-
vidades.
3 Todo o pessoal ligado à atividade de exploração deve utilizar EPI –
equipamentos de proteção individual.

ATIVIDADES PRÉ-XPLORATÓRIAS (P)


Delimitação das áreas de corte anual e unidades de trabalho
(P-1)
Delimitação das Áreas de Corte Anual - ACA (P-1a)
4 As ACA podem ser delimitadas pelas características físicas do terre-
no, por picadas ou pela combinação de ambas.
5 As ACA devem ser mapeadas em escala até 1:100.000 até
1:50.000, dependendo da área total da Unidade de Manejo Florestal
(UMF).
6 As ACA não precisam ser de tamanho equivalente à divisão da área
total da UMF pelo número de anos do ciclo de corte planejado, mas
devem produzir o volume necessário para abastecer a(s) unidades(s)
industrial(is) por um ano.
7 O retorno a uma ACA explorada será possível até o máximo de dois
anos após o primeiro corte, desde que sejam utilizadas as mesmas
trilhas de arraste principal, as mesmas estradas e pátios, respeitan-
do-se de todos os modos o volume máximo de corte anual permissí-
vel – VMCAP. Após isso só será permitido o reingreso quando con-
cluído o ciclo de corte previsto no Plano de Manejo Florestal (PMF).
8 Nos casos devidamente justificados, poderá ser explorada mais de
uma ACA em um determinado ano. No entanto, há sempre de consi-
derar a produtividade da floresta (crescimento volumétrico anual), o
VMCAP e a área total imobilizada para o manejo.

41
Delimitação das Unidades de Trabalho - UT (P-1b)
9 A UT não deve ter uma área menor de 10 ha nem maior que 100
ha (dependendo do tamanho da empresa).

10 A UT é delimitada pelas características físicas do terreno, por pi-


cadas ou pela combinação de ambas.

11 A UT deve ser localizada em mapas com escala 1:5.000 a 1:


1.000, dependendo da área da UMF.

Inventário 100% (P-2)


Especificação das espécies e diâmetros mínimos de corte -
DMC (P-2a)
12 Em função do mercado, a indústria deve definir a lista das espéci-
es e o diâmetro mínimo de corte (DMC).
13 Além das espécies a serem exploradas, devem ser especificadas
as espécies a serem protegidas, espécies raras e protegidas por lei
e árvores com função ecológica importante localmente, ex. árvo-
res-ninhos.

Localização, identificação e medição das árvores (P-2b)


14 As áreas devem ser previamente preparadas para a realização da
atividade.
15 Utilizar mapa da UT em escala até 1: 1.000.
16 Devem ser coletadas pelo menos as seguintes informações: locali-
zação (coordenadas x e y), nome vulgar, DAP e qualidade do fuste
das árvores. Também devem ser anotados dados sobre algumas
características de áreas tais como hidrografia, topografia, solo e
mudanças no tipo de vegetação (ex. áreas com infestação de ci-
pós).

42
Processamento de dados (P-2c)
17 Produzir lista de árvores a explorar.
18 Produzir lista de árvores protegidas e/ou árvores-ninhos.
19 Elaborar mapas em escala apropriada (1:5.000 a 1: 1.000).

Identificação e observância das áreas de preservação perma-


nente (P-2d)
20 Devem ser indicadas nos mapas das ACA e UT.
21 Devem ser indicadas nos mapas de corte e de arraste.

Corte de cipós (P-3)


22 Deve ser realizado pelo menos seis meses antes da exploração,
sendo desejável um ano antes.
23 Devem ser cortados durante o inventário 100% nas árvores com
potencial de exploração e nas árvores vizinhas quando há entrela-
çamento.

Planejamento das atividades de exploração (P-4)


Seleção e marcação das árvores a serem cortadas (P-4a)
24 Indicar no mapa as árvores a serem cortadas e preservadas.
25 Selecionar as árvores de acordo com o DAP mínimo de corte por
espécie.
26 Definir um limite de volume total/ha a ser explorado, com base no
VMCAP.
27 Usar a distribuição do número de árvores por classe de diâmetro
para definir o limite de volume por espécie a ser explorado.

Definição e planejamento do sistema de exploração (P-4b)


28 Os equipamentos devem ser dimensionados de acordo com as ca-
racterísticas físicas da área e volume a ser produzido.

43
Planejamento das trilhas de arraste (P-4c)
29 O planejamento das trilhas de arraste é definido de acordo com as
características físicas e volume a ser colhido, bem como em fun-
ção da distribuição das árvores selecionadas.
30 O número máximo de viagens dos tratores florestais em uma
mesma trilha de arraste deve ser estabelecido em função das con-
dições do solo e drenagem, e das caraterísticas da maquinaria uti-
lizada.

31 As trilhas de arraste não devem ser estabelecidas em áreas com


inclinação superior a 45%.

Programação de corte e estimativa de volume anual (P-4d)


32 Elaborar o mapa de corte e arraste das UT em escala até 1: 2.000
contendo as seguintes informações:
- Localização e numeração das árvores selecionadas para corte
- Planejamento das trilhas de arraste e pátios florestais
- Características físicas da área (relevo e hidrografia)
- Listagem das árvores selecionadas para corte (número,
nome, DAP e volume)
33 Elaborar programa mensal de exploração das UT.

Construção das estradas primárias e secundárias (P-4e)


34 As estradas principais devem ser construídas de forma a estarem
mais altas que o terreno lateral. Devem ter largura do leito carro-
çável entre 5 e 6 metros.
35 As estradas secundárias podem ser construídas de forma a estar
no mesmo nível do terreno lateral, porém mais alta que os pátios.
Devem ter largura do leito carroçável entre 3 e 4 metros.
36 As estradas a serem usadas durante a estação de chuvas têm que
ser revestidas apenas p.ex., com piçarra ou laterita.

44
Sistema de monitoramento (P-5)
Elaboração de sistema de controle de produção e custos
(P-5a)
37 Controlar a produção mensal com base na planilha de produção
diária.
38 Controlar a qualidade e execução das atividades de campo (super-
visão).
39 Estabelecer um sistema de auditagem interna para verificar e me-
lhorar a execução do sistema de controle de produção e custos.

Parcelas de inventário contínuo (P-5b)


40 Deve ser planejado de acordo com a legislação vigente

ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO FLORESTAL (E)


Corte direcionado de árvores (E-1)
41 O corte das árvores selecionadas deve ser orientado para reduzir
os danos as árvores remanescentes, facilitar o arraste e reduzir o
tamanho das clareiras.
42 Identificar e/ou marcar as árvores selecionadas para corte, as ár-
vores matrizes (porta sementes) e outras árvores potenciais para a
próxima colheita.
43 O corte deve ser orientado em função da localização das trilhas de
arraste.
44 O corte deve ser orientado de modo a evitar sobreposição de co-
pas.
45 As técnicas de corte e traçamento devem procurar disminuir o
desperdício.
46 Utilizar um sistema de numeração que relacione as toras a cada
árvore cortada.

45
Arraste das toras (E-2)
47 As trilhas de arraste devem ser distribuídas de forma planejada.
48 O planejamento das trilhas de arraste deve ser feito primeiramente
no mapa de extração no escritório, e em seguida no campo para
orientar a sua abertura com o trator florestal (skidder).
49 Quando necessário, o trator florestal deve utilizar o guincho para
puxar a tora ao seu encontro
50 As toras devem ser arrastadas com uma de suas extremidades
suspensas.
51 A largura da trilha de arraste deve ser minimizada.
52 As trilhas principais de arraste devem ser construídas o mais retilí-
nea possível, para melhorar a produtividade e reduzir os danos às
árvores localizadas na bordadura das trilhas.
53 Quando for necessário fazer curvas nas trilhas de arraste, devem
ser utilizadas árvores pivô, as quais devem ser árvores malforma-
dos (má qualidade) ou sem valor comercial.
54 Considerar os limites de rampa e declividade adequados à opera-
ção de cada equipamento.

Construção dos pátios de estocagem (E-3)


55 Os pátios deverão seguir de forma aproximada o planejamento re-
alizado em escritório.
56 Os pátios de estocagem devem ter tamanho compatível com o
volume a ser extraído, buscando-se o menor tamanho possível.
57 A numeração das toras cubadas nos pátios deve ter como referên-
cia a numeração dada na floresta.
58 Não é permitido tocos altos nos pátios.

Transporte das toras (E-4)


59 A qualidade da estrada deve ser compatível com as condições cli-
máticas. Na época chuvosa o transporte não deve causar danos à
infra-estrutura viária.

46
Manutenção das estradas (E-5)
60 As estradas secundárias devem ser recuperadas após o término
das atividades de exploração (especialmente quanto à desobstru-
ção de saídas de água).
61 As estradas principais devem ser mantidas periodicamente e de
acordo com o fluxo de transporte, tanto o leito carroçável como as
estruturas de drenagem.

ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS (D)

Manutenção das trilhas de arraste e pátios de estocagem


(D-1)
62 As trilhas de arraste e os pátios de estocagem devem ser manti-
dos após o término das atividades de exploração, visando nivelar
locais danificados durante a operação em período chuvoso.
63 Os resíduos da exploração devem ser espalhados nas laterais dos
pátios ou removidos para outro local.

Avaliação das atividades de exploração (D-2)


64 Após o término das operações, como parte da auditagem operaci-
onal interna, realizar a avaliação da qualidade das atividades de
colheita, observando principalmente o corte, arraste, carregamento
e o volume cortado.

Medidas de proteção à floresta (D-3)


65 Manter um sistema de vigilância nas áreas já exploradas para evi-
tar invasões.
66 Realizar campanhas educativas de conscientização e prevenção
contra incêndios junto a vizinhos.
67 Preparar um plano de prevenção e combate a incêndios florestais.

47
Anexo 2

GLOSSÁRIO

Área de corte Área total calculada e demarcada para fornecer supri-


anual mento de matéria-prima à empresa por um ano.
(ACA)
Áreas de pre- Áreas excluídas das atividades de exploração dentro da
servação UMF, por ser proibida por lei sua utilização. São, geral-
permanente mente, florestas de galeria, áreas de proteção de nas-
centes ou áreas com topografia muito acidentada.
Árvores para Árvores reservadas para colheita futura por terem diâ-
futura colhei- metros menores que os especificados para a derruba ou
ta por terem excedido o número de árvores ou volume má-
ximo planejado para o corte.
Árvores re- Árvores que não foram exploradas por estarem abaixo
manescentes do diâmetro de corte, ou terem sido descartadas da ex-
ploração durante a marcação e seleção das árvores ou
durante a derrubada.

Árvores porta- Árvores de espécies comerciais, com características fe-


sementes notípicas desejáveis, reservadas para promover a disse-
minação de sementes.

Atividades Conjunto de operações (inventário 100%, preparação de


pré-explora- mapas, marcação de árvores, etc) realizadas antes da
tórias exploração propiamente dita.

Atividades Conjunto de operações (manutenção da infra-estrutura,


pós-ex- tratamentos silviculturais, proteção, etc.) realizadas nas
ploratórias ACA já explorado.

Catraca Equipamento usado em caminhões para efetuar o carre-


gamento manual das toras.
Colheita Sinônimo de extração ou exploração florestal.

Continua...

48
Grossário ...Continuação.

Desperdício Refere-se ao volume de madeira aproveitável pela in-


dústria, mais que foi deixado na floresta ou nos pátios
de estocagem.
Destopamento Ato de separar o fuste da copa.
Diâmetro à altu- Diâmetro tomado a 1,30 m do solo ou logo acima das
ra do peito sapopemas ou qualquer defeito existente nas árvores.
(DAP)
Diâmetro míni- Diâmetro a partir do qual árvores são selecionadas
mo de corte para a colheita. Varia de acordo com as espécies e a
(DMC) utilização que é dada à madeira.
Diretriz Norma de procedimento. Guia que proporciona meios
possíveis para satisfazer padrões pré-determinados.
Estradas princi- Estradas permanentes (utilizadas o ano inteiro), que
pais permitem o transporte da madeira das áreas de corte
anual até a indústria. São parte da infra-estrutura per-
manente.
Estradas se- São vias que interligam os pátios de estocagem às es-
cundárias tradas principais. Servem para a locomoção de máqui-
nas e transporte das toras. São parte da infra-estrutura
permanente.
Exploração Exploração levada a efeito, sem planejamento adequa-
convencional do e sem os cuidados necessários para reduzir os im-
pactos à floresta remanescente e ao solo.
Exploração de Aplicações de técnicas de planejamento de derruba e
impacto reduzi- extração, visando reduzir o impacto da exploração,
do (EIR) principalmente à floresta remanescente e ao solo.
Guincho Equipamento acoplado ao trator florestal de pneu
(skkider) e de esteira, utilizado para levantamento e ar-
raste das toras.
Padrão mínimo Procedimento a ser seguido de modo a atingir especi-
ficações mínimas pré-determinadas.
Pátio de esto- Local utilizado para empilhar/estocar toras antes do
cagem (espla- transporte até a indústria.
nada)

Continua...

49
Grossário ...Continuação.

Plano de ma- Documento descrevendo a UMF em seus aspectos bió-


nejo ticos e abióticos, o sistema silvicultural adotado para a
produção sustentável de madeira, e as atividades de
monitoramento e de proteção da UMF.
Prescrição Instrução operacional detalhada que comprende uma
série de atividades visando executar uma tarefa. Ex:
prescrição para os desbastes.

Traçamento Ato de dividir o fuste em toras.

Unidade de Parte da propriedade destinada à produção de matéria


Manejo Flores- prima para abastecimento da unidade de processamen-
tal (UMF) to.

Unidade de Divisão da ACA em áreas menores para facilitar o con-


Trabalho (UT) trole e a execução das operações florestais

Volume Fran- Volume que considera descontos de costaneiras e de-


con feitos, tais como ôcos e podridão.

Volume geomé- Volume calculado com base no diâmetro tomado na


trico metade da tora e seu comprimento.

50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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52
Amazônia Oriental
Ministério da Agricultura e do Abastecimento
Trav. Dr. Enéas Pinheiro s/n, Caixa Postal 48,
Fax (91) 276-9845, Fone: (91) 276-6333,
CEP 66095-100, e-mail: cpatu@cpatu.embrapa.br

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Research Fundação Floresta Tropical

Trabalhando em todo o Brasil

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