Diversidade E Inclusão Na Sociedade
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, ga-
rantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos se-
guintes (CF/1988)
Ainda que a Constituição Federal garanta o direito de igualdade perante a Lei, isso
não necessariamente ocorre na prática.
Igualdade não significa justiça. Isso acontece porque o país possui pessoas diferen-
tes, com condições e oportunidades diferentes.
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Para que seja possível tratar os desiguais de forma desigual na busca da igualdade
material, é preciso reconhecer primeiramente a existência das diferenças e que elas pre-
cisam de intervenções e reparações.
IGUALDADE ≠ EQUIDADE
• Os indivíduos são desiguais e os graus de
• Todos são iguais.
desigualdade precisam ser tratados em
• Não é o suficiente para provocar justiça social.
suas particularidades a fim de promover a
• Não é o suficiente para reconhecer a diversidade
justiça social.
como um direito.
• Alicerçada com a questão da diversidade.
Todos nós, homens e mulheres, somos feitos de diversidade. Esta, embora esconda
também a semelhança, é geralmente traduzida em diferenças de raças, de culturas,
de classe, de sexo ou de gênero, de religião, de idade, etc. A diferença está na base de
diversos fenômenos que atormentam as sociedades humanas. As construções racis-
tas, machistas, classistas e tantas outras não teriam outro embasamento material,
a não ser as diferenças e as relações diferenciais entre seres e grupos humanos. As
diferenças unem e desunem; são fontes de conflitos e de manipulações socioeconô-
micas e político-ideológicas. Quanto mais crescem, as diferenças favorecem a for-
mação dos fenômenos de etnocentrismo que constituem o ponto de partida para a
construção de estereótipos e preconceitos diversos (Kabele Munanga).
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IDENTIDADE
1. A Identidade Legitimadora
É elaborada pelas instituições dominantes da sociedade, a fim de estender e racio-
nalizar sua dominação sobre os atores sociais.
Exemplos: polícia, escola, área da saúde. Espaços/órgãos que podem ou não raciona-
lizar sua dominação sobre os atores sociais.
2. A Identidade de Resistência
É produzida pelos atores sociais que se encontram em posição ou condições des-
valorizadas ou estigmatizadas pela lógica dominante. Para resistir e sobreviver, eles se
barricam na base dos princípios estrangeiros ou contrários aos que impregnam as insti-
tuições dominantes da sociedade (ver Calhoun, Craig (ed). Social theory and the Politics
of identity. Oxford: Blackwell, 1994, p.17; apud Castells, op. cit. p.18).
É a identidade de não se deixar ser reprimido mesmo que em uma situação de
opressão.
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3. A identidade-projeto
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É aquela que ocorre quando os atores sociais, com base no material cultural a sua
disposição, constroem uma nova identidade que redefine sua posição na sociedade e,
consequentemente, se propõem a transformar o conjunto da estrutura social. É o que
acontece, por exemplo, quando o feminismo abandona uma simples defesa da identi-
dade e dos direitos da mulher para passar à ofensiva, colocar em causa o patriarcado, ou
seja, a família patriarcal, todas as estruturas de produção e reprodução, da sexualidade
e da personalidade, sobre as quais as sociedades são historicamente fundadas.
Naturalmente, uma identidade que surge como resistência pode mais tarde suscitar
um projeto que, depois, pode se tornar dominante no fio da evolução histórica e trans-
formar-se em identidade legitimadora, para racionalizar sua dominação.
A dinâmica das identidades no decorrer desta cadeia mostra suficientemente como,
do ponto de vista da teoria sócio-antropológica, nenhuma delas pode ser uma essência,
ou ter um valor progressivo ou regressivo em si fora do contexto histórico.
A identidade legitimadora é a identidade hegemônica, aquela que já está instituída
e reconhecida na sociedade como a identidade correta. A identidade de resistência é
aquela que se coloca, muitas vezes, em contrário ao local que foi delegado para aquele
grupo, é um movimento de resistência (a expressão “ocupar e resistir” representa exata-
mente esse conceito de se colocar contrário àquilo que foi constituindo socialmente ao
longo do tempo).
A identidade de resistência pode, em algum momento, tornar-se a identidade-pro-
jeto. Da mesma forma, a identidade-projeto pode tornar-se identidade de resistên-
cia. É uma cadeia que vai acontecendo ao longo da história através de suas construções.
Na idade média, havia o feudalismo. Quem questionou a estrutura feudal foram os
burgos (ou burgueses). Os burgueses questionaram a identidade legitimadora dos senho-
res feudais, fazendo da burguesia uma identidade de resistência na época, uma idade
revolucionária que objetivava passar do feudalismo para um modo de produção capitalista.
A Revolução Francesa irá trazer a construção de uma nova forma de sociabilidade.
Com o tempo, a burguesia se constituiu como identidade–projeto do ocidente ao
oriente e, atualmente, tornou-se identidade legitimadora.
Nos dias atuais, é possível observar a eclosão de diversos movimentos sociais ques-
tionando o modelo burguês-capitalista de sociedade.
Assim como a burguesia saiu de idade resistência para a identidade-projeto e pos-
teriormente tornou-se identidade legitimadora, torna-se importante estudar a pers-
pectiva dos diversos movimentos sociais.
Munanga afirma que se observará que o encontro das identidades contrastadas
engendra tensões, contradições e conflitos que, geralmente, prejudicam o processo de
construção de uma verdadeira cidadania, da qual depende também a construção de um
Estado Democrático, no sentido de um Estado de direito no qual os sujeitos têm a garan-
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tia de seus direitos. A convivência pacífica só seria possível se sentarmos numa mesma
mesa para negociar nossas diferenças e nossas identidades.
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A tese é a de que nossa identidade é parcialmente formada pelo reconhecimento
ou pela má percepção que os outros têm dela, ou seja, uma pessoa ou um grupo de
pessoas pode sofrer um prejuízo ou uma deformação real se as pessoas ou socieda-
des que os rodeiam lhes devolverem uma imagem limitada, depreciativa ou desprezível
deles mesmos. O não reconhecimento ou o reconhecimento inadequado da identidade
do “outro” pode causar prejuízo ou uma deformação ao aprisionar alguém num modo de
ser falso e reduzido (Taylor, Charles: 1998:45-94).
Exemplos de deformações aprisionadoras: toda loira é burra, todo preso é bandido,
todo pobre é mau-caráter, todo deficiente é incapaz, toda mulher dirige mal.
Acusações irreais e ilegítimas aparecem aprisionando o micro da sociedade.
DIVERSIDADE
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A diversidade é tudo aquilo que é plural, que não é homogêneo, que é múltiplo. É uma
construção social, histórica e política.
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Diversidade é a qualidade do que é diverso, um conjunto variado de coisas ou pessoas que
integram um todo. A importância da diversidade está intrínseca em nosso dia a dia. É na
multiplicidade que encontramos oportunidades de aprendizagem e da prática de habilidades
diferenciadas: empatia, inteligência emocional e compreensão.
O brasileiro experimenta a diversidade em sua rotina diariamente. Nossa população é
etnicamente diversa, por meio de muito sofrimento: dizimação de povos indígenas, colonização
dos portugueses, escravidão e imigração europeia e asiática.
Todos esses fatos históricos contribuíram para a criação de um sincretismo religioso e
cultural pelo qual deveríamos nos orgulhar. Porém, a dívida social fomenta a indiferença, o
preconceito, o racismo e até a xenofobia.
Diversidade e inclusão são conceitos diferentes:
Livro: Diversidade Cultural e Inclusão Social. Disponível em: https://books. google. com. br/
books? hl=ptBR&lr=&id=u1_RDwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA3&dq=diversidade+e+inclus%-
C3%A3o+social&ots=1WnbRlRN0_&sig=eX4- L1ZUuei7I4MLTLEmbA5Ov_4#v=onepage&q=di-
versidade%20e%20inclus%C3%A3o%20social&f=true
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A causa fundamental das desigualdades sociais no Brasil é a divisão desigual de renda nos
países do chamado terceiro mundo.
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As ações afirmativas podem ser definidas como um conjunto de políticas públicas e privadas
idealizadas com vistas à luta da discriminação racial, por gênero, por deficiência física e
por origem nacional, também com o objetivo de retificar ou apagar os efeitos presentes
da discriminação praticada no passado através da reparação histórica.
Imagine a seguinte situação: sua cidade recebe a visita inesperada de um ser extra-
terrestre. Crie uma história envolvendo o relacionamento entre esse personagem e
algum(ns) dos habitantes locais, tendo em vista as prováveis diferenças culturais.
• Sugestão 2
Tomando como ponto de partida os versos de Gilberto Gil “Ser diferente é normal”,
de Lenine “Diversidade” e o Artigo 3º da Constituição Brasileira, escreva um artigo de
opinião defendendo o respeito a algum tipo de diferença.
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GABARITO
1. E
2. I; II
3. E
4. c
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Aline Menezes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.
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