A Bela e A Fera
A Bela e A Fera
A Bela e A Fera
Personagens:
Narrador
Fera
Fada
Bella
Padeiro
Livreiro
Gaston
Lefou
Trigêmias
Maurice
Zip
M. Sandovar
Hologe
Lumiere
Babette
Guarda-roupa
Dono do hospício
CENA I
NARRADOR – Era uma vez, num país distante, um jovem príncipe que vivia num
reluzente castelo. Embora tivesse tudo que quisesse, o príncipe era mimado, egoísta,
grosseiro. Mas numa noite de inverno, uma velha mendiga veio ao castelo e ofereceu a
ele uma simples rosa em troca de abrigo para o frio. Repugnado pela feiúra dela, o
príncipe zombou da oferta e mandou a velhinha embora. Porém ela o aconselhou a não
se deixar enganar pelas aparências, pois a beleza está no interior das pessoas. E quando
ele voltou à expulsa-la, ela se transformou numa bela feiticeira. O príncipe tentou se
desculpar, mas era tarde demais, pois ela percebeu que não havia amor no coração dele.
E como castigo, ela o transformou numa fera horrenda e rogou uma praga no castelo e
em todos que lá viviam. Envergonhado de sua monstruosa aparência, a fera se escondeu
no castelo com o espelho mágico que era a sua única janela para o mundo exterior. A
rosa que ela ofereceu era encantada e iria florescer até o vigésimo primeiro ano. E se ele
aprendesse a amar alguém e fosse retribuído na época em que a última pétala caísse,
então o feitiço estaria desfeito. Se não, ele estaria condenado a permanecer fera para
sempre. Com o passar dos anos, ele caiu em desespero e perdeu toda a esperança, pois
quem seria capaz de amar um monstro?
CENA II
Chegada de Bela à aldeia.
BELA: À livraria. Acabei de ler uma belíssima estória. É sobre um pé de feijão um ouro
e...
LIVREIRO: Já terminou?
LIVREIRO: Eu insisto!
LEFOU: Puxa! Você não perde um tiro, Gaston! Você é o maior caçador do mundo!
GASTON: Eu sei.
LEFOU: Nenhuma fera tem a menor chance contra você. E nenhuma garota também.
HOMEM: Já fede.
CENA III
Gaston aborda Bela.
BELA: Bon jour, Gaston! (Gaston rouba o livro de Bela) Gaston me devolva meu livro,
sim?
GASTON: (Coloca o livro de cabeça para baixo) Como pode ler isto? Não tem
figurinhas!
GASTON: (Joga o livro de Bela no chão. Essa o apanha) Bela, já é tempo de você
afastar a cabeça desses livros e dar atenção a coisas mais importantes.... como...
eu. (Moças suspiram) A aldeia toda só fala nisso! Não é direito uma mulher ler.
Logo começa a pensar, ter idéias ...
GASTON: Obrigado, Bela. O que você acha de darmos um passeio até a taberna para
olharmos os meus troféus?
BELA: Perdão, Gaston. Eu não posso. Eu tenho que ajudar o meu pai.
LEFOU: (Irônico) Aquele velho maluco precisa mesmo de muita ajuda! (Lefou e
Gaston riem)
GASTON: (Fingindo que se aborreceu) É, não fale do pai dela desse jeito!
BELA: Meu pai não é louco! Ele é um gênio! (Ouve um som de explosão na casa de
Bela.) Papai! (Ela sai. Gaston e Lefou ficam rindo)
CENA IV
Casa de Bela.
BELA: (Entrando) Papai? Papai?
MAURICE: Não! Quer dizer... sim. Mais ou menos! É essa máquina estúpida... não
consigo botá-la para funcionar!
BELA: É claro que vai conseguir consertá-la. E vai ganhar o primeiro lugar na feira de
invenções deste ano.
BELA: Claro!
MAURICE: (Tomando ânimo) Você tem razão! (Volta para debaixo da máquina) Deve
ter sido aquele parafuso que apertei demais! Deixe-me ver... Passe esta fermenta
aí, por favor. Como foi o seu dia na aldeia, hoje?
BELA: Foi bom. Ganhei um livro novo! Papai... o sr. me acha maluca?
MAURICE: Minha filha... maluca? De onde tirou uma idéia como essa?
BELA: Não, é que... eu não me adapto bem aqui. Não tenho ninguém com quem
conversar!
BELA: É bonito sim. E rude, e convencido... não papai, ele não é pra mim.
MAURICE: Acho que agora vai funcionar! (Aperta alguns botões e a máquina
funciona) Funcionou! Funcionou!
MAURICE: E porque não? (Fecha as janelas) Podem haver espiões por aqui! É preciso
registrá-la o mais breve possível! Ficaremos ricos! Ricos!
BELA: Mas papai!
CENA V
LUMIERE: A madame tem razão. O coitado está tremendo de frio. Além do mais, lá
fora a esta hora é perigoso.
HOLOGE: Aqui dentro também é. Se o mestre souber que tem um estranho no castelo...
LUMIERE: Hologe, onde está o seu espírito de hospitalidade? (Saindo de onde estava e
aproximando-se de Maurice) Seja bem-vindo, monsieur, Sou Lumiere. O seu
criado.
LUMIERE: Oui.
HOLOGE: Ele fala até demais. Não dava para ficar quieto?
HOLOGE: Na cadeira do patrão? Oh, não! Enlouqueceram de vez? Se ele souber que
deixamos um estranho entrar no castelo...
LUMIERE: Ninguém, monsieur. Somos apenas nós que habitamos este castelo. (Para
Hologe.) Quer que ele saiba o segredo do patrão?
LUMIERE: Hologe, acalme-se. O patrão deve estar dormindo a essa hora e você sabe
como ele tem um sono pesado. Não há nada a temer. (A Fera vai aparecendo
atrás de Lumiere. Todos os outros fogem) Nosso visitante dormirá hoje aqui e
amanhã bem cedo...
MAURICE: Desculpe senhor, eu não tive intenção de ser intruso. É que estava perdido
e cansado...
HOLOGE: Patrão, eu só queria dizer que desde o início eu fui terminantemente contra
tudo isso e ...
FERA: Você agora é um prisioneiro do meu castelo. Ficará preso aqui para todo o
sempre. (Pega Maurice e o leva)
CENA VI
GASTON: As alianças estão comigo! (Tira um espelho. olha-se. Limpa os dentes com
os dedos. Lefou arruma a roupa de Gaston) Já que o principal está feito, vamos
à moça. (Bate palmas.)
BELA: Quem é?
BELA: Eu quem?
GASTON: Ora, Bela... A aldeia inteira está aguardando a festa do nosso casamento. Ah!
Já posso até imaginar nossa vida de casados: eu sairei para caça, e você
cozinha para mim enquanto as crianças brincam com os cães. Teremos uns cinco
ou sete...
BELA: Cães?
GASTON: Não, Bela! Garotos! Robustos e belos, assim como eu! (Entrega um pacote
a Bela)Trouxe o seu vestido! Eu mesmo escolhi! Gostou?
BELA: (Fingindo)Gaston... eu estou sem fala, mas eu não posso aceitá-lo. Nem ao seu
pedido de casamento.
GASTON: Como é?
BELA: É que você é tão... bonito e ... irresistível! Ah! Não, Gaston! Eu não mereço
você!
BELA: Além do mais, papai ainda não retornou da feira. Não posso tomar uma decisão
dessa sem consultá-lo. Agora se me der licença... (Sai.)
GASTON: (Furioso) Quem ela pensa que é? Ninguém diz não a Gaston!
LEFOU: Ninguém!
GASTON: Eu vou mostrar a ela o que acontece com quem nega um pedido de Gaston.
(Saem os dois.)
BELA: (Voltando.) Ele já se foi? Ora! Imagine só, eu casada com aquele grosseiro!
Burro! (Canta.)
BELA: Nossa! Já é tarde! E papai ainda não chegou. Onde será que ele está? Acho
melhor ir atrás dele. (Sai.)
CENA VII
O castelo da Fera.
CENA VIII
BELA: (Entrando) Papai? Papai, o sr. está aqui? (Observa os objetos que estão no
palco e sai.)Papai?
LUMIERE: (Escondido) Mon Dieu! Será que meus olhos me enganam? Eu vejo uma
garota!
HOLOGE: Eu vejo encrenca! Você viu como o patrão reagiu à outra visita inesperada!
Ele ficou uma fera!
LUMIERE: Hologe, será que você não percebe o que isso significa? Ela é uma garota!
Poderá quebrar a maldição da fera! Voltaremos a ser humanos novamente!
HOLOGE: Quase nenhuma, eu diria. Acham mesmo que ela poderá se apaixonar por
uma... fera?
MME: Talvez...
CENA IX
Bela encontra o pai.
BELA: (Em off.) Papai? (Os objetos ficam imóveis. Bela entra.) Papai, o senhor está
aqui?
BELA: Papai! Oh, meu Deus! O senhor está preso! Quem fez isso?
MAURICE: Bela, você deve sair daqui agora! Antes que ele volte!
BELA: Ele? Ele quem? De quem o senhor está falando? Quem fez isso com o senhor?
CENA X
FERA: Seu pai é meu prisioneiro e, se não quiser acabar igual a ele, parta
imediatamente!
BELA: Não! Não posso deixá-lo aqui, neste estado. Não vê que ele está doente? Por
favor, deixe-o ir!
FERA: Seu pai invadiu meu castelo! Por isso está preso aqui! Agora parta! (Vira-se
para sair)
BELA: Espere!
FERA: O que é?
BELA: Ele é meu pai e eu o amo muito para vê-lo assim. Por favor, aceite meu pedido.
MAURICE: Bela! Não!
BELA: Espere! Espere! Nem me deixou dizer adeus! (Ela cai no chão e chora.)
MÚSICA: Lar
Sim, eu escolhi
Por meu pai eu ficarei.
Mas eu não mereço sofrer tudo o que sofrerei.
seu monstro,
Acredita mesmo que é certo o que fez a mim?
É um tolo!
Pense outra vez
É o meu lar.
É o lar onde aprenderei a ser feliz.
Nunca vi
Um lugar tão frio e escuro assim.
Sempre disse,
Todo dia em minha infância,
Enquanto a gente crescer,
O lar é onde o coração está.
Nunca foi tão verdade!
Meu coração está longe, o lar também.
É o meu lar?
Isso é tudo pelo que devo sonhar?
Tentar ver
Alguma coisa boa nesse lugar?
Sendo assim,
Ficarei presa aqui eternamente.
Nesse lugar vazio.
Oh, não será tão fácil,
Sei muito bem porquê,
Meu coração está longe, o lar também.
LUMIERE: (Ao ver a Fera entrando.)Patrão... não seria melhor levá-la para um local...
mais confortável!
FERA: Me acompanhe!
FERA: Esse será o seu lar agora. Poderá ir onde quiser, menos a ala oeste.
FERA: É proibida! Você jantará comigo esta noite. E isto não é um pedido. (sai)
CENA XI
O castelo encantado.
HOLOGE: Dessa vez ele exagerou! Não devemos tratar uma senhorita dessa maneira!
MME: Coitadinha!
LIMUERE: Infelizmente não podemos levá-la para fora do castelo, mas podemos levá-
la a um lugar mais confortável!
BELA: Eu não quero jantar com ele!(Sai e Babette vai atrás dela.)
HOLOGE: Mulheres! Não se pode viver com elas, não se pode viver sem elas!(Sai.)
CENAXII
A espera da Fera.
LUMIERE: Patrão... já pensou que talvez ela seja a garota que pode quebrar o feitiço?
FERA: É claro que pensei... eu não sou idiota! Só que ela é ão bonita e eu... Olhem para
mim!
MME: O sr. deve fazê-la ver o que tem por dentro! Deve ser gentil com ela! Vamos
endireite-se!
HOLOGE: Bem, o senhor sabe... Dadas as circunstâncias que a cercam... ela se encontra
cansada... foi muita emoção para uma noite só! Então ela...
FERA: Hologe!
BELA: Não!
FERA: Então eu vou arrombá-la!
FERA: O que querem que eu faça? Que peça por favor? (Todos olham para ele
afirmativamente) Está bem! Bela?
BELA: Sim?
LUMIERE: Continue...
FERA: (Para os objetos) Vocês viram? Não pode ficar aí pra sempre.
FERA: Pois então morrerá de fome!(Para os objetos.) Se ela não jantar comigo, não
jantará com mais ninguém! Fui claro?
LUMIERE: É, mes ami, acho que vamos ter bastante trabalho se quisermos quebrar esse
feitiço! (Saem os três.)
CENA XIII
FERA: Como ela ousa recusar o meu convite? Eu fui gentil com ela! (Pega o espelho)
Espelho, mostre-me Bela!
GUARDA-ROUPA: Querida, você precisa ter paciência. O patrão não é de todo mal. Se
você conhecê-lo melhor verá...
BELA: Eu não quero conhecê-lo melhor! Eu não quero ter nada a ver com ele! Só quero
que ele me deixe em paz!
FERA: (Triste) Não adianta! Ela sempre verá uma fera em mim! Não há esperanças!
CENA XIV
O jantar de Bela.
LUMIERE: Oh, Cherrie! A lua está perfeita para um romance!(Entram Hologe e Me.
Sandová. Lumiere deixa Babette cair e se recompôe.)
MME: Bela!
MME: Isso mesmo! Agora poderemos servir o jantar para nossa convidada!
MME: Eu sei o que ele disse, mas não podemos deixar a pobrezinha morrer de fome.
HOLOGE: Está bem. Pode dar um copo d’água, umas casquinhas de pão!
LUMIERE: Ora, Hologe! Não seja rabugento! Ela não é nossa prisioneira. É nossa
convidada.
HOLOGE: Está bem! Mas não façam barulho! Se o amo descobre será nossas cabeças!
LUMIERE: Mas o que é um jantar sem um pouco de música!
Música: “A VONTADE”
LUMIERE: A vontade, a vontade
Prove a nossa qualidade.
Pegue o guardanapo agora, cherrie
E sirva-se a vontade.
Soup de jours, hours der.
Veja se o serviço serve.
É o serviço que tem vida.
Observe se duvida!
Tudo canta, tudo dança,
Afinal aqui é a França.
E a comida aqui é uma especialidade.
Pegue o menu e veja,
E agora esteja em sua casa,
A vontade, a vontade, a vontade
Scargô com suflê pegue ...
A comida é preparada especialmente pra você.
Como vê, só você é a nossa convidada.
Sejam facas ou colheres,
Toda louça e os talheres,
Todo mundo vai brindar!
Todos querem festejar!
E o bom chopp já chegou para alegrar!
Vamos então brindar
Para homenagear a convidada.
É verdade,
Fique muito a vontade.
A vontade, a vontade, a vontade!
Como a vida é triste
Se o serviço não existe!
Não faz bem vivermos sem servir alguém
Ah, como era bom sermos úteis
Hoje não servimos mais ninguém
Há dez anos sem dono
Nós penamos no abandono
Sem exercício para nos manter em forma
Vagando e chorando pelos cantos
Já sem auto-estima
Você chega e nos anima
Um alguém, um alguém
Que chegou pro nosso bem
Já tem vinho e com carinho
Vou querer servir também
E depois da sobremesa
Eu vou por o chá na mesa
Vendo as xícaras dançando
Vou fervendo e borbulhando
Hoje não falta nada
Ah! Meu Deus estou manchada
Vou limpar, não se admite coisa errada
Eu tudo vou fazer
Para satisfazer a convidada
Convidada
Pegue um prato, um talher
Faça tudo o que quiser
Há dez anos não servimos nenhum homem ou mulher
Pois o nosso prazer é fazer você comer
Nossas velas vão brilhando
Seu jantar vão alegrando
E o lençol vai se abrir
e servir até o fim
Todo mundo na maior felicidade
Enquanto se festeja
Por favor esteja
A vontade, a vontade
Fique a vontade
BELA: Ah, não! Depois de toda essa animação eu perdi o sono. É a primeira vez que
venho a um castelo encantado!
HOLOGE: Encantado? Quem disse que esse castelo é encantado? (Para Lumiere.) Foi
você, não foi?
BELA: (Vendo alguns objetos passarem a sua frente.)Eu adivinhei por mim mesma.
Gostaria de conhecer o castelo!
HOLOGE: Um minuto, por favor. (Para Lumiere.) Não devemos deixa-la bisbilhotando
em certos lugares... se é que me entende!
BELA: Tenho certeza que o senhor é a pessoa mais indicada para me apresentar o
castelo. Deve conhecer tudo que tem por aqui!
LUMIERE: Talvez você queira conhecer o grande salão! Ou quem sabe a adega? Tem
também a sala de armas, a estufa, a biblioteca e a ...
LUMIERE: Mas é claro! Nós temos a maior coleção de livros que ninguém jamais
imaginou ver!
CENA XV
Na ala oeste, Bela encontra uma sala destruída. Na parede, um quadro rasgado
onde apenas os olhos de uma pessoa podem ser vistos. No canto da sala, sobre uma
mesinha, uma rosa envolta em uma cúpula de vidro. A magia da rosa prende a sua
atenção e, quando ela vai tocá-la, a Fera entra.
BELA: Desculpe-me. É que eu... (Olha para a rosa)Eu jamais poderia imaginar ver
algo assim...
CENA XVI
CENA XVII
LUMIERE: Ora! Acalmem-se! Se existe alguém que pode savá-la esse alguém é o
patrão.
BELA: E você deveria aprender a controlar seus nervos! (Sem mais argumentos, Fera
dá o braço ferido à Bela.)Seja forte, vai doer um pouco! (A Fera cerra os
dentes.) A propósito, obrigada por salvar minha vida!
CENA XVIII
Um presente para Bela.
FERA: Ela foi tão gentil comigo! Preciso fazer algo por ela. Mas o quê?
LUMIERE: Eu sei de algo que ela vai gostar muito. Espere um momento.(Sai.)
HOLOGE: Fazer besteira! Só pode ser! Ele não faz nada certo!
FERA: Um livro?
HOLOGE: Dessa vez eu devo admitir que Lumiere teve uma boa idéia. A garota ficou
encantada com a biblioteca.
FERA: Hologe vá chamá-la. Lumiere, tem certeza de que ela vai gostar?
FERA: Bela, gostaria de mostrar-lhe algo! Mas antes você deve fechar os olhos! É uma
surpresa! (Ela fecha os olhos)
FERA: Ainda não! Estenda as mãos.(Ele coloca o livro em suas mãos.) Agora!
FERA: É seu!
FERA: Não!
FERA: Não. Não tem problema algum que você leia primeiro.
BELA: Não tem problema. Eu o ajudo. Podemos ler juntos. (Os dois sentam-se em um
canto do palco.) Aquela era uma espada mágica chamada Excalibu. Artur tentou
tira-la pela primeira vez, mas ela não saiu do lugar. Tentou uma segunda vez, e
ela lá continuou. Então, pela terceira vez, Artur puxou a espada...
FERA: Tirar-me desse local e me fazer esquecer por um momento... Quem eu... o quê
eu sou!
FERA: O quê?
BELA: Então eu sei como é se sentir... diferente! E sei o quanto isso pode machucar.
(Sentando-se novamente.)Pela terceira vez, Artur puxou a espada e todos
gritaram: “Artur é Rei”!
LUMIERE: Oui, mes ami, o dia pelo qual tanto sonhamos está cada vez mais próximo.
BELA: “Quando Gwenhuyfar soube que Artur morrera, ela entrou para um convento e
ninguém nunca mais a viu sorrir novamente.” Fim.
BELA: Eu sabia que iria gostar. Eu queria pedir-lhe algo. Uma segunda chance! Você
gostaria de jantar comigo esta noite?
(Música continua.)
CENA XIX
GASTON: Quem ela pensa que é? Publicamente humilhado! A vida não tem mais
sentido para mim!
(Música)
HOMEM 1: Oh, sim! Nós vamos ajudar você. (Os três jogam Maurice para fora.)
(Música)
CENA XX
Música:
BELA: É o meu pai... eu sinto tanta falta dele. Se eu pudesse vê-lo ao menos uma vez.
FERA: Há uma maneira!(Sai e volta com o espelho.) Esse espelho é mágico! Ele pode
mostrar tudo aquilo que você quiser ver.
BELA: Eu quero ver meu pai, agora! (O espelho mostra Maurice doente.)É o meu pai!
Ele está doente! Precisa de minha ajuda!
FERA: Eu gostaria muito que você ficasse, mas não suportaria vê-la sofrer! Você está
livre! Não é mais minha prisioneira.
FERA: Leve-o com você, assim terá uma chance de olhar para trás e se lembrar de
mim!(Bela sai, entra Hologe.)
HOLOGE: Patrão, eu sempre confiei no seu talento... Sempre acreditei que conseguiria
conquistar a garota!
HOLOGE: É claro...Como é?
FERA: Ela foi embora!
LUMIERE: Hologe, como podemos cumprir nossas tarefas se você não pára de nos
interromper?
BABETTE: Lumiere tem razão. Até agora não consegui terminar de bater os tapetes!
TODOS: Como é?
HOLOGE: É verdade.
MME.: Eu creio que não, meu filho.(Zip sai sem ser visto.)
CENA XXI
LE FOU: Ele falava sobre uma fera ter prendido a Bela. Ele é maluquinho.
LE FOU: O que ele quer é casar com a filha do velho! Só que ela não quer saber dele.
GASTON: Lefou! (Bate nele.) A questão é: Bela fará qualquer coisa para ajudar o seu
pai. Só quero que veja que posso ajudá-la... se ela estiver ao meu lado.(Entrega
um saco de dinheiro ao psiquiatra.)
PSIQUIATRA: Entendo. Você quer que interne o pai da moça para obrigá-la a casar
com você! Isso é desprezível. Eu adoro isso!(Eles Riem.)
CENA XXII
BELA: Eu não fugi! Ele me deixou partir! Oh, papai, ele está tão mudado! Está
gentil...
LEFOU: Bela!
BELA: Sim?
HOMEM: Sim. Creio que a saúde mental de seu pai não anda muito boa. Todos na
taberna o viram delirar. Mas não se preocupe, nós tomaremos conta dele!
LEFOU: Não? Todos ouvimos quando ele falou da grande fera! Vamos Maurice, fale
para todos como era horrenda a fera!
MAURICE: Era horrenda, sim! Era enorme! E tinha dentes afiados e...(Todos começam
a rir.)
BELA: Nunca!
BELA: Esperem! Meu pai não é louco e eu posso provar. Espelho, mostre-me a Fera!
BELA: Não! Ele é gentil! Não se deixem enganar pela aparência de Fera!
GASTON: Que houve Bela, se eu não conhecesse você diria que está apaixonada por
este monstro?
BELA: Me soltem!
MAURICE: Bela!
Música:
CENA XXIII
BELA: Oh, papai! É tudo culpa minha! Eu tenho que avisar a Fera!
ZIP: Bela!
ZIP: Bela, por que nos abandonou? Você não gosta mais de nós?
BELA: Oh, Zip! Claro que gosto! É que eu tive que voltar para cuidar de meu pai. Mas
agora preciso sair daqui! Tenho que dar um jeito de voltar ao castelo e avisar a
Fera o perigo que ele corre!
ZIP: Espere! Eu tenho uma idéia!(Pega um machado que Maurice deixara cair e liberta
Bela e o pai.)
CENA XXIV
CENA XXV
CENA XXVI
GASTON: Os covardes devem ter batido em retirada quando nos viram! Saqueiem tudo
que quiserem, mas lembrem-se: a Fera é minha! (Gaston sai.)
Música:
CENA XXVII
GASTON: Ah, aí está você! É bem mais feio do que Bela disse!
GASTON: A salvo, é claro! Longe da fera horrenda que você é! Ora, vejam. Parece que
a Fera está apaixonada pela Bela. Acha mesmo que ela se apaixonaria por você
quando ela tem a mim?(Começa a agredir a Fera.) Ela tem medo de você. Nojo
de você! (Prepara-se para golpeá-lo.) Morra Fera!
FERA: (A Fera reage e inverte a luta. Mas quando está prestes a matar Gaston desiste
e o solta.) Vá embora daqui! E não volte mais. Bela!
BELA: Fera!
BELA: Eu tive tanto medo de não chegar a tempo! Me desculpe! Eu não imaginei que
isso fosse acontecer. Eu só queria que soubessem que meu pai não é louco.
FERA: Não se preocupe. Deu tudo certo. Tudo...(Gaston golpeia a Fera. Ela revida e o
fere mortalmente.)
BELA: Não fale assim! Estamos juntos, agora. Tudo vai dar certo. Você vai ver.
(Ela canta)
BELA: Não, por favor, fale comigo. Não me deixe, por favor! Eu te amo!
CENA XX VIII
Música
BELA: (Ela olhos nos olhos dele)Sim, é você!(Os dois se beijam e dançam)
FIM