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A História Dos Companheiros

O documento discute a origem histórica do grau de Companheiro na Maçonaria. Explica que a palavra "Companheiro" provém do latim "cum panis", que significa "participante do mesmo pão". Descreve como o grau de Companheiro surgiu por volta de 1670 entre os aprendizes seniores e como representava o ápice da escalada profissional nas guildas medievais.
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A História Dos Companheiros

O documento discute a origem histórica do grau de Companheiro na Maçonaria. Explica que a palavra "Companheiro" provém do latim "cum panis", que significa "participante do mesmo pão". Descreve como o grau de Companheiro surgiu por volta de 1670 entre os aprendizes seniores e como representava o ápice da escalada profissional nas guildas medievais.
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A\R\L\S\ Grande Benfeitora da Ordem

FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158


Rua Dr. Gabriel Penteado 360 – Or\ de Campinas – SP
Jurisdicionada ao GOSP – REAA

AUG\ E RESP\ LOJ\ SIMB\ Grande Benfeitora


da Ordem “FRATERNIDADE CAMPINEIRA”
N.º 2158 – ORIENTE DE CAMPINAS - SP
R\E\A\A\

“A história dos companheiros”

Ir\ Marcelo Wiltemburg Alves C\M\


Orientação: Ir\ Leilo Lutti M\M\- 2º Vig\
(Novembro)/(2023) E\ V\

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A\R\L\S\ Grande Benfeitora da Ordem
FRATERNIDADE CAMPINEIRA N.º 2158
Rua Dr. Gabriel Penteado 360 – Or\ de Campinas – SP
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1. Introdução:
A Maçonaria é uma sociedade fraternal que remonta aos séculos
XVII e XVIII na Europa Ocidental. A origem exata dos conhecimentos
maçônicos é objeto de debate e especulação, uma vez que a história da
Maçonaria é envolta em mistério e lendas.
A Maçonaria moderna se desenvolveu a partir das guildas de pedreiros
da Idade Média. Essas guildas eram associações de trabalhadores da
construção civil, que se especializavam em técnicas de construção e eram
responsáveis pela construção de catedrais e outros edifícios importantes da
época. À medida que as guildas evoluíram, começaram a admitir membros que
não eram pedreiros, mas que compartilhavam de valores e objetivos
semelhantes.
Durante o Renascimento, no século XV, as guildas de pedreiros
começaram a admitir membros que não eram operários da construção. Esses
novos membros eram chamados de "aceitos" e incluíam intelectuais, nobres e
pessoas influentes da sociedade. Acredita-se que esse processo de aceitação
de membros não operários tenha dado origem à Maçonaria especulativa, que
se concentrava mais em questões filosóficas e simbólicas do que em técnicas
de construção.
No início do século XVIII, a Maçonaria moderna começou a se organizar
em lojas maçônicas, que eram os grupos locais onde os maçons se reuniam. A
primeira Grande Loja Maçônica foi fundada em Londres, em 1717, e a partir daí
a Maçonaria se espalhou por toda a Europa e, posteriormente, pelo mundo.
Os conhecimentos maçônicos são transmitidos por meio de rituais,
símbolos e ensinamentos filosóficos. Esses conhecimentos incluem princípios
morais, valores éticos e ideais de fraternidade, liberdade e igualdade. A
Maçonaria também possui graus de iniciação, nos quais os membros avançam
em seu conhecimento e envolvimento na organização, no caso grau de
Aprendiz, depois Companheiro e Mestre. Segundo Márcio Dutra e José
Castellani o mais genuíno de todos os graus Maçônicos é o de Companheiro,
O objetivo do presente estudo é expor a origem histórica e simbólica do grau
de Companheiro dentro da Maçonaria.

2. Desenvolvimento:

A palavra Companheiro é de origem latina. O significado tem provocado


controvérsias quanto à sua etimologia, pois alguns autores sustentam que ela
seria derivada da preposição cum = com e do verbo ativo e neutro pango (is,
panxi, actum, angere) = pregar, cravar, plantar, traçar sobre a cera e no sentido
figurado escrever, compor, celebrar, cantar, prometer, contratar, confirmar.
Neste caso, especificamente, pango teria o sentido de contrato, promessa,
confirmação, fazendo com que a expressão cumpango que teria dado origem à
palavra Companheiro signifique com contrato, com promessa, envolvendo um
solene compromisso, que teria orientado as atividades das companhias

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religiosas e profissionais da idade média e do período renascentista. A origem


mais aceita é derivado da expressão cum panis, onde cum é a preposição com
e panis é o substantivo masculino pão, o que lhe dá o significado de
participantes do mesmo pão.
Essa origem, evidentemente, deve ser considerada nos idiomas derivados do
latim: compañero (castelhano), compagno (italiano), compagnon (francês),
companheiro (português). A Enciclopédia Larousse, editada em Paris, por
exemplo, registra o seguinte, em relação aos vocábulos compagnon e
compagnonnage: Compagnon - n.m. (du lat. cum = avec, et panis = pain) -
Celui que participe à la vie, aux occupations d’un autre: compagnon d’études.
Membre d’une association de compagnonnage. Ouvrier. Ouvrier qui travaille
pour un entrepreneur (par opos a patron). Compagnonnage - n.m. - Association
entre ouvriers d’une même profession à des fins d’instruction professionelle et
d’assistence mutuelle. Temps pendant lequel l’ouvrier sorti d’apprentissage
travaillait comme compagnon chez son patron. Qualité de compagnon.
Ou seja: Companheiro - substantivo masculino (do latim cum = com, e panis
= pão) - Aquele que participa, constantemente, das ocupações do outro:
condiscípulo, companheiro de estudos. Membro de uma associação de
companheirismo. Operário que trabalha para um empreiteiro.
Companheirismo - substantivo masculino - Associação de trabalhadores de
uma mesma profissão, para fins de aperfeiçoamento profissional e de
assistência mútua. Tempo durante o qual o operário saído do aprendizado
trabalhava como companheiro, em casa de seu patrão. Qualidade de
companheiro.
Nos idiomas não latinos, os termos usados têm o mesmo sentido. Em inglês,
por exemplo, o Companheiro, como já foi visto, é o Fellow, que significa
camarada, par, equivalente, correligionário, membro de uma sociedade,
conselho, companhia, etc. Daí, temos as palavras derivadas, como: fellow
laborer = companheiro de trabalho; fellow member = colega; fellow partner =
sócio; fellow student = condiscípulo; fellow traveler = companheiro de viagem; e
fellowship = companheirismo.
Até os anos de 1670, não existe um único documento registrado, que cite o
grau de companheiro. O grau de companheiro maçom nasceu então por volta
da década de 1670. Desde o ano de 1356, onde nasceu a maçonaria
documentada, registra, até a década de 1670, predominou o grau de aprendiz.
Todos os arquivos, só mencionaram aprendiz e companheiro trabalhando
juntos. A palavra mestre (masters) que não significava grau, mas sim, um
cargo, o termo companheiro também não significava grau e, sim, um
tratamento especial válido para todos os componentes da associação, que
eram chamados de companheiros desde o aprendiz até o mestre das lojas.
Não havia graus, e a maioria das lojas dividia seus membros em duas
categorias: aprendizes juniores e aprendizes seniores. O grau de companheiro
teve origem nos aprendizes seniores que, a partir de 1670, começaram a criar
sinais, toques e palavras, diferenciadas das dos aprendizes juniores. Não havia
reuniões, nem cerimônias especiais para esse grau. Até os painéis desenhados
nos assoalhos das tavernas era um só, para aprendizes e companheiros.
Apesar de o grau de companheiro ser relativamente recente, ele é o primeiro
grau organizado, pois o grau de aprendiz não era um grau, era uma condição,
um início de profissão, um trabalhador incompleto, sem o pleno domínio da

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profissão. Com a criação do grau de companheiro pelos poucos maçons


“aceitos”, até então, houve por bem adotar uma palavra de passe, própria, que
fosse desconhecida dos aprendizes. Era uma palavra válida para os dois graus
aprendizes e companheiros. Mas não havia nenhum segredo entre os
aprendizes e companheiros, tudo era comum entre eles. Quando da
transformação da Maçonaria Operativa em Especulativa, todos os instrumentos
utilizados na construção passaram a ter um significado simbólico, de cunho
moral e com o ingresso dos “aceitos”, homens de posses e homens da
nobreza, começaram a surgir alguns preconceitos. Nos banquetes de
iniciação, por exemplo, os aprendizes comiam na cozinha e os companheiros
comiam na sala. Essa questão aparece em cinco dos dezessete documentos
mais antigos, os quais contêm essa questão da diferença entre o grau de
cozinha e o grau de sala. Historicamente, é o grau mais importante da Franco-
Maçonaria, pois sempre representou o ápice da escalada profissional, nas
confrarias de artesãos ligados à arte de construir, as quais floresceram na
Idade Média e viriam a ser conhecidas, nos tempos mais recentes, sob o rótulo
de “Maçonaria Operativa”, ou “Maçonaria de Ofício”.
Na realidade, antes do século XVIII havia apenas dois graus reconhecidos na
Franco-Maçonaria: Aprendiz e Companheiro. Na época anterior ao
desenvolvimento da Maçonaria dos Aceitos ou Especulativa, o Companheiro
era um Aprendiz, que havia servido o tempo necessário como tal e havia sido
reconhecido como um oficial, um trabalhador qualificado, autorizado a praticar
seu ofício.
Na Idade Média, quando as construções em pedra eram comissionadas pela
Igreja, ou pelos grandes reis, duques ou lords, a Maçonaria operativa era um
lucrativo negócio ; ser reconhecido, portanto, como um Companheiro pelos
operários era um passaporte seguro para uma participação no negócio e para
uma renda praticamente garantida. Graças a isso, os mestres da obra eram
escolhidos entre os companheiros mais experientes e com maior capacidade
de liderança ; e só exerciam as funções de dirigentes dos trabalhos, daí
surgindo o Master da Loja, o qual, pelas suas funções e pelo respeito que
merecia de seus obreiros, viria a ser o Worshipful Master - Venerável Mestre -
o máximo dirigente dos trabalhos.
O grau de Mestre Maçom só surgiria em 1723 depois da criação, em 1717,
da Primeira Grande Loja, em Londres e só seria implantado a partir de 1738.
Por isso, o grau de Companheiro foi sempre o sustentáculo profissional e
doutrinário dos círculos maçônicos, não se justificando a pouca relevância que
alguns maçons dão a ele, considerando-o um simples grau intermediário.
Autores existem, inclusive, que afirmam que na fase de transição da
Maçonaria, ele era o único grau, do qual se destacaram, para baixo, o grau de
Aprendiz, e, para cima, o de Mestre. Na realidade, não pode ser considerado
um maçom completo aquele que não conhecer, profundamente, o grau de
Companheiro. é importante salientar que muitos dos símbolos do grau de
Companheiro Maçom os quais tanto excitam a mente de ocultistas - foram a ele
acrescentados já na fase da Maçonaria dos Aceitos, pelos adeptos da alquimia
oculta, da magia, da cabala, da astrologia e do rosacrucianismo, já que os
obreiros medievais, os verdadeiros operários da construção, nunca adotaram
tais símbolos, limitando-se às lendas e aos mitos profissionais.
Eram, inclusive, adversários das organizações ocultistas, combatidas pela

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Igreja, à qual eles eram profundamente ligados, pois dela haviam haurido a arte
de construir e mereciam toda a proteção que só o clero católico poderia dar,
numa época em que o poder maior era o eclesiástico.
Com o incremento do processo de aceitação, a partir dos primeiros anos do
século XVII, as portas das Lojas dos franco-maçons foram sendo abertas não
só aos intelectuais e espíritos lúcidos, que foram responsáveis pelo
renascimento europeu, mas, também, a todos os agrupamentos místicos e às
seitas existentes na época.
Isso iria provocar uma verdadeira revolução nas corporações de ofício e iria
começar a delinear a ritualística especulativa do grau, baseada em símbolos
místicos e nas doutrinas ocultistas, principalmente na Cabala e na Alquimia
Oculta.

3. Conclusão:
A ação de solidariedade e caridade, que existe da sincera união entre
os Irmãos, deve ser a constante preocupação da maçonaria, seguindo seus
princípios éticos. O Aprendiz aspira a Luz, já o Companheiro a Igualdade, para
que possa solidificar os sentimentos de Fraternidade.
O grau de companheiro ficou estabelecido com a transformação da
Maçonaria Operativa em Especulativa, todos os instrumentos utilizados na
construção passaram a ter um significado simbólico, de cunho moral. A
Maçonaria é uma Ciência e uma Arte que deve constantemente aplicar-se na
vida. O Companheiro deve brilhar por seus conhecimentos e dotes
intelectuais, em converter-se interiormente num bom maçom, almejando evoluir
será sempre uma sólida coluna dentro da maçonaria.

4. Referências Bibliográficas:

 A.’.R.’.L.’.S.’. Márcio Dutra – 455 A Origem Dos Companheiros


 Aldo Lavagnini, Manual do Companheiro Maçom, TRADUÇÃO:
Roger Avis Porto Velho – RO – 2007
 Rizzardo da camino. Rito escocês antigo e aceito. Loja de
perfeição (graus Io AO 33°) 2a Edição. 1999, Supervisão Editorial e
Coordenação Geral: Wagner Veneziani Costa. Produção e Capa: Equipe
Técnica Madras. Ilustração Capa: Mario Diniz .Revisão:Luiz Roberto S. Malta
ISBN 85-85505-65-6Todos os direitos desta edição reservados pela MADRAS
EDITORA LTDA.

 http://marciodutra.dominiotemporario.com/doc/origem.html

 Manual do Ritual de Companheiro. Grande Oriente de São Paulo.


Rito Escoces Antigo e Aceito. 2019.

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Membros da Comissão Trabalhos e Admissão de Grau:

Ir\ Adilton Ruas Oliveira M\M\

Ir\ Leilo Luti de Lima M\M\

Ir\ Túlio Siqueira M\I\

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