Textos Fundamentais de Poesia em Língua Inglesa 5
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FUNDAMENTAIS DE
POESIA EM LÍNGUA
INGLESA
Liana Paraguassu
UNIDADE 4
Spenser e Shakespeare e os
grandes sonetistas: apogeu
da dramaturgia inglesa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Neste capítulo, você estudará dois poetas que revolucionaram a literatura
inglesa do século XVI e influenciam a arte até os dias de hoje: Edmund
Spenser e William Shakespeare.
Você aprenderá sobre a vida e a obra desses grandes autores e co-
nhecerá as obras (os poemas de Spenser e o drama de Shakespeare)
que marcaram a literatura da época e são referências até hoje. Você
descobrirá, ainda, por que William Shakespeare é reconhecido como o
maior dramaturgo de todos os tempos.
Em 1589, Sir Walter Raleigh leva-o de volta a Londres, após ter ouvido
seus poemas, e o apresenta à rainha Elizabeth I, a qual lhe concedeu uma
pensão de 50 libras, que quase nunca foi paga, e ele teve de retornar à Irlanda.
De volta ao país, o poeta conheceu Elizabeth, uma garota irlandesa por quem
se apaixonou, e escreveu Amoretti em sua homenagem, sendo que, em 1594,
ele se casa com ela e celebra seu matrimônio com a obra Epithalamion. Ele
visitou Londres novamente em 1595, quando publicou Astrophel, uma elegia
(poema lírico) sobre a morte de seu amigo Sidney, e três outros livros da série
The Faerie Queene. Spenser morreu em Londres, em 13 de janeiro de 1599,
aos 46 anos.
Obra
The Faerie Queene (1589–1596) é a obra mais famosa de Edmund Spenser. A
ideia original é que o poema possuísse 24 livros e cada um deles recontasse
as aventuras e os triunfos de um cavaleiro que representaria uma virtude,
mas suas intenções não se confi rmaram, e ele escreveu apenas seis livros,
que, juntos, formam uma das grandes obras-primas do inglês renascentista
e uma das mais importantes escritas em verso. Esse poema épico começou
a ser escrito em 1590, e seu último volume, em 1596, três anos antes de
sua morte.
Trata-se de um romance alegórico feito para glorificar a rainha Elizabeth
I da Inglaterra, e o objetivo de Spenser, ao escrevê-lo, era criar uma grande
literatura nacional, da mesma forma que os poemas épicos de Homero e
Virgílio. The Faerie Queene é dividido nos livros I a VI, e cada um centra-se
nas aventuras de um herói ou uma heroína e uma virtude diferente, como a
santidade, a temperança, a caridade, a amizade, a justiça e a gentileza — para
esse projeto, ele inventou uma forma de verso que passou a ser conhecida como
estrofe spenseriana. O poeta foi celebrado como um grande artista nacional
durante a vida e, desde então, tem sido reconhecido como influência para os
autores que vieram depois dele, principalmente para os poetas românticos
do século XIX. The Faerie Queene é considerado pelos críticos um conto
alegórico, com uma variedade de alegorias políticas, sociais, psicológicas e
religiosas em suas histórias paralelas. Na Figura 2, você pode ver uma amostra
de uma das páginas desse poema.
4 Spenser e Shakespeare e os grandes sonetistas: apogeu da dramaturgia inglesa
Com isso, ele ganhou uma percepção apurada do público da época e do que
lhe agradava, portanto, seu sucesso deveu-se a um misto de genialidade,
trabalho duro, compreensão de sua época e sagacidade para superar sua falta
de educação formal.
William Shakespeare (1554–1616) nasceu na pequena vila de Stratford,
na Inglaterra rural. Sabe-se pouco sobre sua educação, a não ser que ele
provavelmente frequentou, por alguns anos, uma escola formal dessa região,
na qual aprendeu “pouco latim e menos ainda de grego”, como referenciado
por Ben Jonson, um dramaturgo e amigo de Shakespeare. Por volta de 1587,
ele mudou-se para Londres, onde viveu até 1611, sendo que essa longa pas-
sagem pela cidade foi seu período de maior atividade literária, porém, não
se tem conhecimento de nada sobre sua vida nessa época, exceto aquilo que
ele produziu na literatura. Ben Jonson escreveu sobre o amigo: “eu amava o
homem e honro sua memória, beirando a idolatria, tanto quanto qualquer um.
Ele foi de fato honesto e de uma natureza aberta e livre”.
Shakespeare começou no teatro como ajudante geral, mas logo se tornou
ator. Os registros dos antigos teatros de Londres indicam que ele chegou a ter
papéis de destaque, embora haja poucos indícios de que tenha sido uma das
estrelas das companhias. Depois, ele passou a escrever as peças e, como os
dramaturgos de seu tempo, criava em parceria com outros autores e revisava
muitas obras antigas antes de produzir as próprias, ganhando experiência e
prática na arte da dramaturgia. No entanto, são seus poemas, e não suas peças,
que marcaram o início de seu sucesso. Venus and Adonis (1593) foi um grande
sucesso em Londres, e sua dedicatória ao Conde de Southampton lhe rendeu
uma alta soma em dinheiro, possibilitando que ele investisse em sua arte.
Shakespeare tornou-se sócio dos teatros Globe e Blackfriars, nos quais suas
peças eram encenadas por suas próprias companhias, crescendo imensamente
seu sucesso e sua popularidade.
Após uma década de sua chegada a Londres, William Shakespeare se
tornou um dos mais famosos atores, dramaturgos e escritores da Inglaterra.
Apesar de ainda estar no auge de sua vida, ele abandonou cedo seu trabalho
para viver no campo, pois não dava grande importância para o sucesso que
havia alcançado e não tinha ideia de que suas peças eram as mais espetacu-
lares que o mundo já viu. Isso fica evidente pelo fato de que ele nunca tentou
publicar suas obras ou mesmo guardar seus manuscritos, que foram deixados
com gerentes de palco nos teatros. Após alguns anos de uma vida sossegada,
Shakespeare morreu provavelmente no dia de seu aniversário, em 23 de abril,
do ano de 1616.
6 Spenser e Shakespeare e os grandes sonetistas: apogeu da dramaturgia inglesa
Obra
No momento de sua morte, existiam 21 peças em manuscrito, sendo que al-
gumas outras já haviam sido impressas. A primeira coleção impressa de suas
obras, chamada de First Folio (1623), foi produzida por dois atores, Heming
e Condell, e publicada a partir de manuscritos e documentos com vários
comentários e alterações feitas por atores e gerentes de palco.
Segundo William J. Long (2013), as obras de Shakespeare podem ser divididas
em quatro fases, sendo a primeira um período de experimentação, que corres-
ponde à sua chegada a Londres até 1595, marcado pela juventude e exuberância
da imaginação, extravagância da língua e pelo uso frequente de versos rimados
e brancos. Suas principais criações nessa fase são seus primeiros poemas, como
Love’s Labour’s Lost, Two Gentlemen of Verona e Richard III. Já a segunda
fase, de 1595 a 1600, foi uma época de rápido crescimento e desenvolvimento,
com enredos mais bem trabalhados, nos quais ficava evidente o conhecimento
profundo do dramaturgo sobre a natureza humana: ele escreveu peças como The
Merchant of Venice, Midsummer Night’s Dream, As You Like It e Henry IV. A
terceira fase, por sua vez, de 1600 a 1607, foi de escuridão e depressão, marcando
a maturidade de sua genialidade, não se sabe o que causou essa tristeza repentina,
mas ela produziu Sonnets, Twelfth Night e suas grandes tragédias Hamlet, King
Lear, Macbeth, Othello e Julius Caesar. Na quarta e última fase, ele parece ter
recobrado a serenidade, e seus últimos anos de produção literária presentearam
o mundo com as peças The Winter’s Tale e The Thempest.
Na Figura 3, você pode ver uma página da primeira coletânea das obras
de Shakespeare, First Folio.
Figura 3. Página do First Folio, coletânea das obras de Shakespeare, produzida por Condell
e Heming.
Fonte: British Library (2018b, documento on-line).
Comédia e tragédia
As obras de Shakespeare são comumente divididas em tragédia, comédia e peças
históricas. Em geral, o drama é classificado somente em tragédia e comédia, no qual
se inclui várias formas subordinadas, como tragicomédia, melodrama, drama lírico
(ópera), farsa, etc.
A tragédia é um drama em que os personagens principais se envolvem em circuns-
tâncias desesperadoras ou em paixões avassaladoras. Seus movimentos são sempre
monumentais e evoluem rapidamente até chegar ao clímax, com um final calamitoso,
resultando em morte ou desgraça para esses personagens.
A comédia, por sua vez, é um drama em que os personagens passam por situações
mais ou menos engraçadas. Seus movimentos são leves e frequentemente joviais,
com um final feliz. Já o drama histórico tem o propósito de apresentar uma época e/
ou personagem histórico e pode ser tanto uma comédia como uma tragédia.
Ambos: Spenseriano:
usam o parâmetro iâmbico; criado por Edmund Spenser;
possuem três estrofes de 4 linhas tem esquema de rimas: abab bcbc
(quarteto); cdcd ee.
são finalizados com um couplet
(linha dupla uma do lado da outra); Shakespeariano:
o tema é geralmente encontrado criado por William Shakespeare;
no couplet de conclusão e resume tem esquema de rima: abab cdcd
a mensagem do poeta; efef gg.
os três quartetos expressam as
ideias relacionadas ou os exemplos.
Descubra algumas curiosidades sobre William Shakespeare e de que forma ele mudou o
mundo para sempre acessando o link a seguir, 10 Ways Shakespeare Changed Everything.
https://goo.gl/LpuCxw
BRITISH LIBRARY. Edmund Spenser, The Faerie Queene. 2018a. Disponível em: <http://
www.bl.uk/learning/timeline/item126947.html>. Acesso em: 14 jun. 2018.
BRITISH LIBRARY. Shakespeare’s first folio. 2018b. Disponível em: <https://www.bl.uk/
collection-items/shakespeares-first-folio>. Acesso em: 14 jun. 2018.
GILLESPIE, P. Shakespearean, Spenserian, & Petrarchan Sonnets. 2009. Dsiponível em:
<https://poemshape.wordpress.com/2009/01/11/>. Acesso em: 14 jun. 2018.
LONG, W. J. English Literature: Its History and its Significance for the English-speaking.
London: Full Moon, 2013.
MARCHE, S. How Shakespeare changed everything. London: Harper Perennial, 2012.
Leituras recomendadas
BBC. Shakespeare’s plays, themes and characters, 2014. Disponível em: <http://www.
bbc.co.uk/drama/shakespeare/60secondshakespeare/themes_index.shtml>. Acesso
em: 14 jun. 2018.
DAVIDSON, C. Drama in Britain. 2017. Disponível em: <http://www.oxfordbibliogra-
phies.com/view/document/obo-9780195396584/obo-9780195396584-0030.xml>.
Acesso em: 14 jun. 2018.
HADFIELD, A. Edmund Spenser: a life. Oxford: Oxford University Press, 2014.
MCCRUM, R. Ten ways in which Shakespeare changed the world. 17 abr. 2016. Disponível
em: <https://www.theguardian.com/culture/2016/apr/17/ten-ways-shakespeare-
-changed-the-world>. Acesso em: 14 jun. 2018.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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