Disciplina CAGRS - Notas de Aulas 1 e 2
Disciplina CAGRS - Notas de Aulas 1 e 2
Disciplina CAGRS - Notas de Aulas 1 e 2
1. Introdução
O homem, hoje, mais do que nunca, deveestar atento às alterações por ele provocadas no
meio ambiente. Deve preocupar-se efectivamente, quando constatar qualquer rompimento, do
equilíbrio, com a natureza, perseguindo, então, soluções criativas e exequíveis.
Assim é necessário ter sempre em mente que toda acção inteligente deve ser pensada e
planificada antes de ser praticada. Toda actividade humana deve, portanto, buscar, como
finalidade, o bem estar da comunidade, e, desta forma, torna-se óbvio que o conhecimento
minucioso do ambiente em que vivemos constitui matéria de relevante interesse. Surge,
então, à necessidade do respeito e culto à Ecologia, que deve ser posta entre as primeiras
áreas no ramo das ciências.
2. O Homem e a Natureza
Cada vértice deste triângulo está relacionado com os outros. Uma variação significativa de
qualquer um destes vértices pode implicar uma grande mudança nos outros elementos.
2.2 População
A população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6,5 bilhões no ano de 2006, com
uma taxa de crescimento de aproximadamente 1,13% ao ano. Cerca de 19% deste total
pertencem aos países desenvolvidos, com os restantes 81% pertencendo aos países em
desenvolvimento ou subdesenvolvidos.
Hoje nascem cerca de 352.000 habitantes por dia em todo o mundo, contra uma mortalidade
de 150.000. Isto representa 202.000 pessoas por dia a mais em nosso planeta, 1,4 milhões por
semana ou 74 milhões por ano.
A partir de agora será necessário iniciar uma viagem ao passado, na tentativa de buscar
respostas que possam nos ajudar a entender e a resolver questões sobre o futuro. Será
analisado minuciosamente cada capítulo da história construída pela trajectória do homem
sobre a terra, sempre permeando o tema principal, o Meio Ambiente, que será abordado de
forma transparente e imparcial.
Deste modo, serão acessadas preciosas informações que permitirão entender melhor a antiga
e eterna relação entre o homem e a natureza.
Gradativamente, os assuntos retornarão aos dias actuais, quando se poderá ter oportunidade
de analisar pontos que talvez estivesse sido esquecido, não entendidos ou mesmo
desconhecido. Naturalmente, ao passo que se retorna dessa viagem ao passado, adquiri se
condições de tirar maior proveito das informações analisadas, visto que se terá por refinada a
visão crítica, a percepção e o entendimento.
Há milhares de anos atrás, o homem levava uma vida tranquila e harmoniosa com a natureza.
Havia uma completa instituição num excelente convívio e nas explorações simples dos
recursos naturais. Havia uma verdadeira sustentabilidade e consequentemente um irrisório ou
nenhum impacto ambiental.
Sobre tudo, um dos fatores mais marcantes foi à mobilidade do homem. O homem ter
deixado de ser nómada foi um dos maiores passos rumo a degradação, agora instalado em
moradia fixa não daria mais tempo hábil para a natureza local se recuperar, como antes. E
agravante, o homem começou o processo de agricultura, que bem mais tarde seria bastante
danoso quando na exploração comercial.
Unindo idéias e combinando invenções o homem mesmo sem saber, começou a praticar o
que hoje é chamado de “tecnologia”. Na época, os típicos exemplos de satisfação
tecnológica, eram as lanças e arpões além do uso do sílex para as ferramentas.
A partir de então começariam a aparecer significativas modificações no ambiente natural,
dando uma acelerada no processo de degradação da relação do homem com a natureza. Por
exemplo, redução dos matos, interferências nos ecossistemas, geração de lixo (até então
somente orgânicos).
Desde então o homem passou a conviver, e a contribuir, com um processo lento e talvez
irreversível de predação ambiental.
Entre o século XVI até XX, se observa que o homem destruiu tanto em tão pouco tempo.
Com a descoberta e o uso dos combustíveis fóssil, o uso em grande escala da energia elétrica
e a revolução industrial o planeta entrou em absoluto colapso, um caos, dando início a uma
destruição voraz como nunca antes observada.
Atraídas pela oferta de trabalho, as pessoas abandonaram a vida rural e passaram a contribuir
para o aumento extraordinário da concentração populacional nas grandes cidades - facto esse
que nunca mais voltou ao seu estado original.
Em resumo, se pode afirmar que o homem sempre se beneficiou dos recursos naturais.
Porém, com o passar do tempo essa postura foi se modificando de amigável e interactiva para
impactante e degenerativa.
Holisticamente observando tudo isso, se tem à impressão de que o homem perdeu seu
caminho original. Assim como os morcegos, as leguminosas, as abelhas, os macrofilos e as
bactérias, entre outros, têm sua importância assegurada nos ecossistemas, o homem também
deve buscar identificar sua real importância (seu perfil), seu nicho, dentro do meio ambiente.
Em detrimento disso, o homem está cada vez mais convencido que não tem função dentro do
meio ambiente, mas que toda natureza existe para o seu bel prazer. Talvez tal conceito até
teria sentido se o homem tivesse uma melhor noção de limite na exploração do Meio
Ambiente.
Essa pergunta pode ser feita por várias actividades, como indústrias, agricultura, pesquisas e
tratamento de saúde, entre outros.
Conforme já visto, ao longo da trajectória humana sobre a terra houve alguns incidentes ou
ações que se tornaram verdadeiros marcos na história. Por exemplo, os já citados domínios
do fogo e de animais, a agricultura comercial, a geração de energia eléctrica, a descoberta do
combustível fóssil e a revolução industrial, dentre outros. Entende-se que simplesmente o
planeta não está sendo respeitado, havendo um verdadeiro massacre, uma devastação plena.
Até então a Natureza não pedia socorro nem esboçava qualquer tipo de reacção, mas esse
comportamento (igualmente ao do homem) também sofreu mudanças. Primeiramente o
planeta apresentou sintomas de um “sistema” doente, comprometido e abatido. E como foi
percebido isso? Bem, a resposta é simples, através de milhares de rios mortos ao longo do
planeta que diariamente entregam seus peixes apodrecidos, através do aquecimento global, de
terremotos e maremotos (cada vez mais constantes), chuvas ácidas, empobrecimento e até a
plena infertilidade do solo, a morte de mananciais, a incapacidade da reprodução da flora e da
fauna (desaparecimento de espécies), apenas para citar alguns exemplos.
Entretanto, felizmente em algum momento da história, esses sinais foram notados por
algumas pessoas e o homem então começaria a se movimentar.
É de conhecimento que para lutar contra uma doença existente é necessário observar quatro
etapas fundamentais, que são:
Esse trabalho considerará cada uma dessas etapas, década a década, fazendo analogia à
política ambiental moçambicana e mundial.
Constitui-se da primeira e segunda etapa. O homem foi lento em perceber que o causador
maior das doenças do planeta era ele mesmo. Todavia, foi mais vagaroso ainda em
simplesmente aceitar o facto de que realmente havia uma doença.
No que tange as acções, seus esforços são bem mais velozes, mesmo não atingindo o mínimo
ideal.
Na década de 50, mais exactamente em 1952, aceitou-se, pela primeira vez, a hipótese de
uma provável doença no planeta, por ocasião de uma forte inversão térmica em Londres, que
resultou em milhares de mortes. Esse evento ficou conhecido como “SMOG”.
Na ocasião intensificou-se a busca por respostas e soluções, de modo a evitar o acontecido
em Londres. Entretanto, somente na próxima década que a questão começaria a ganhar
seriedade.
Ainda nessa década foram emitidos dois importantíssimos documentos, que indubitavelmente
contribuíram para o despertar do homem sobre o assunto:
Famoso relatório emitido por uma entidade conhecida como CLUBE DE ROMA.
Emitido com o objectivo de explanar as grandes verdades das questões ambientais. Teve
também bastante repercussão.
Paralelamente a isso, ainda havia o impacto da II guerra mundial, que sem dúvidas, trouxe
muitos prejuízos ao planeta com o uso de inseticidas, bombas, doenças, produtos químicos e
devastação da flora e da fauna, etc.
Década de 70. Pode-se dizer que a década de 70 ficou caracterizada como a década de
alertas, onde se buscou criar e aperfeiçoar regulamentações de controle ambiental.
Nesta, houve um repentino aumento na busca por energia (do tipo renovável), ocasionada
principalmente pela crise do petróleo.
Foi também nesta época que surgiram os conceitos “paz verde” e “desenvolvimento
sustentável”. Mais tarde, outros conceitos e idéias mais abrangentes começaram a aparecer,
como a criação dos chamados selos ecológicos “Blauer Engel” (anjo azul - Alemanha), a
exigência de se obter estudos sobre impactos ambientais (E.U.A.), além de refinamento e
ampliação das leis.
Em pouco tempo o problema tornou-se uma praga global, onde os estados que alertaram para
a gravidade do problema motivaram o Tratado de Montreal. Esse tratado visava reduzir e
posteriormente eliminar o uso do gás CFC (hoje substituído refrigerantes naturais do tipo
amônia, hidrocarbonetos e gás Suva, entre outros). Na ocasião, cerca de 156 países estavam
envolvidos.
Nessa década também ocorreu um terrível desastre ecológico no Alasca. Ao fazer uma
manobra imprecisa o navio EXXON Valdez colidiu com blocos de gelo, ocasionando o
vazamento de óleo combustível. O dano ao meio ambiente foi tão profundo que até hoje,
tanto a fauna quanto o homem, sentem seus efeitos.
Em 1976, aconteceu uma explosão na industria química ICMESA, na Itália, onde vazou
triclorofenal. Apesar da quantidade ter sido pouca e de não ter registrado vítimas humanas, o
problema teve grandes repercussões.
Década de 80. No que tange a poluição, foi nesta década que, em muitos países, mais se
emitiu regulamentos sobre as atividades industriais.
Em 1984 aconteceu um dos piores, talvez o maior, dos acidentes da história, o caso “Bhopal”.
Em Bhopal, na Índia, um vazamento de isocianato, produto usado na fabricação de
inseticidas, pelo grupo Union Carbide, causou a morte de aproximadamente 2500 pessoas.
Algo realmente terrível, um caos, uma catástrofe não anunciada.
Em abril de 1991, o petroleiro “Haven” derramou mais de 50 mil toneladas de óleo na costa
de Gênova, na Itália. No mês seguinte, o navio “ABT Summer” derramou 260 mil toneladas
de óleo ao mar, nas proximidades de Angola, após uma explosão. Em ambos os casos houve
severos danos ao meio ambiente.
No Brasil, com a recepção do evento internacional denominado ECO 92 ou RIO 92, veio o
amadurecimento do entendimento sobre as necessidades ambientais, uma motivação nunca
antes vista no mundo.
Esse evento foi uma conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e
desenvolvimento sustentável. Dele foi produzido um documento chamado “Agenda 21” que
definia programas de ações para o desenvolvimento sustentável até o ano de 2000.
Em janeiro de 1993, o petroleiro “Braer” derramou 85 toneladas de óleo diesel, que atingiram
as ilhas Orkney, na Escócia, ricas em aves marinhas.
Em janeiro de 1997, o petroleiro russo “Nakhodka”, que levava 19 mil toneladas de petróleo,
se partiu no mar do Japão, causando um dos piores derramamentos de óleo da história do
país. Esse fato trouxe a lembrança o derrame de Minamata, onde o medo e o desespero foram
inevitáveis.
Um outro factor que também é digno de nota, em Moçambique, foi a Lei do Ambiente (Lei
20/1997 de 1 de Outubro), que estabelece bases legais para uma utilização e gestão correctas
do ambiente e seus componentes, com vista materialização de um sistema de
desenvolvimento sustentável no país. Inclui as bases gerais do regime de protecção da
biodiversidade, e promove uma gestão participativa que permita envolvimento local,
cooperação nacional e internacional. Essa lei foi realmente um marco na história da
legislação ambiental em Moçambique.
Os primeiros anos desse século iniciaram-se com bastante movimentação no que tange ao
Meio Ambiente. Com destaque para os conflitos sobre a liberação do plantio dos alimentos
geneticamente modificados - os trangênicos -que peca por não se ter um profundo e preciso
estudo de impacto ambiental, considerando todos os níveis.
Em 13 de novembro de 2002, afundou na costa da Espanha o petroleiro Prestige, que
transportava 77 mil toneladas de petróleo. Esse amargo prejuízo ambiental foi provado por
vários outros países da região nos quais os efeitos são sentidos até hoje.
Outro assunto digno de destaque foi à ratificação do Protocolo de Quioto, que finalmente foi
validada, conforme seu próprio regulamento, com a adesão da Rússia.
Em janeiro de 2001, o navio equatoriano “Jéssica” lançou 3 mil toneladas de óleo próximo às
Ilhas Galápagos, num dos piores desastres ecológicos da região.
Dessa forma, se evidencia a primeira e a segunda etapa, onde o homem pôde diagnosticar a
doença ambiental do planeta. Pôde também conhecê-la profundamente, e com uma postura
prevencionista adotar uma postura de princípios e propósitos. Neste sentido, o alerta está no
nível máximo.
Vale dizer, que mesmo se o homem parasse imediatamente com suas emissões poluentes,
ainda assim o planeta demoraria dezenas de anos para retornar ao nível considerado normal.
Porém é realmente impossível parar por completo todas as emissões no mundo, isso teria um
reflexo imediato na economia mundial, trazendo uma grave consequência nos sistemas
regentes.
Todavia, algumas ações foram primordiais, de suma importância, como o já citado protocolo
de Quioto, que visa principalmente retornar o volume das emissões aos padrões das décadas
iniciais dos anos 90.
Controle rigoroso dos produtos químicos, o gerenciamento dos riscos, normas e protocolos
internacionais, medidas de cunho preventivos /corretivos, investimento em conscientizações e
pesquisas ambientais - os ditos conservação e prevenção, entre muitos outros.
Partindo para conceitos um pouco mais atuais, observam-se velhos problemas que antes eram
apenas considerados mitos, hoje se tornarem fatos verídicos, e agem independentes do
controle e da força de vontade do homem, agravando ainda mais o cenário mundial. Dentre
toda essa gama de adversidade destacam-se dois fatores, os quais agem de certa forma
relacionados ou interligados entre si. São eles:
O fato é que os problemas, ao contrário da boa vontade do homem, não se estagnam, eles
evoluem e se multiplicam, desdobrando-se em outros novos problemas. É necessário então
combater a adversidade pela raiz, cercar-se com medidas corretivas para garantir que a causa
(origem real) do problema seja verdadeiramente extinta. Em igual importância, são as ações
preventivas que intencionam eliminar um problema antes mesmo dele nascer.
Segundo alguns cientistas, a terra tem cerca de cinco bilhões de anos, e ao longo de todos
esses anos ela nunca comportou uma população tão grande, extensiva e inconsequente. A
situação é simplesmente desesperadora, partindo do princípio de que quanto mais pessoas no
planeta, mais poluição se terá, nasce um ciclo extremamente perigoso.
Repare que o crescimento não foi gradativo. Em 1830 havia cerca de um bilhão de pessoas na
terra, veja que foi necessário se passar cem anos para a população mundial aumentar em um
bilhão. Depois, a partir da segunda demonstração, para aumentar esse mesmo bilhão foram
necessários apenas 30 anos.
Já nas últimas demonstrações, foram necessários menos de quatorze anos para aumentar em
um bilhão!
Como se já não bastasse ser um crescimento exagerado, ele foi também desordenado. Pode-se
dizer que o crescimento desmoderado contribuiu muito para a degradação e a exploração
inconseqüente dos recursos naturais.
Há pouco tempo descobriu-se que alguns itens primordiais a manutenção da vida humana na
terra é finito, contrariando algumas culturas e crenças anteriormente instaladas na sociedade
humana.
Dentre esse itens está a água, que é submetida pelo homem a uma escassez progressiva,
obviamente devido ao seu péssimo uso. Já é de conhecimento mundial também que esse bem,
antes mesmo da prevista crise - que é iminente - será alvo de especulações financeiras,
conflitos e coisas do gênero.
A exploração irresponsável dos recursos naturais não tem seu dano limitado em si, vai muito
além, está intimamente ligado à capacidade da natureza, seja ela de produzir os bens para
consumo ou simplesmente de absorver os mais diversos resíduos e poluentes gerados pelo
homem.
Embora a colheita dos últimos 40 anos tenha obtido um aumento progressivo a prosperidade
não efectivamente atingiu os agricultores, que vem somando prejuízos e endividamentos.
De fato a produção de alimentos na terra tem aumentado sensivelmente, mas os relatos têm
mostrado que tal aumento ainda é insuficiente, pois a fome ainda impera em muitas nações. A
cada ano que se passa a terra é obrigada a aumentar sua safra para alimentar quase 100
milhões de novos habitantes.
O aumento da área de plantio, que permitiu o aumento da produção não foi suficiente para
evitar o êxodo rural, que termina deixando essas terras na condição de improdutivas. Além
disso, muitas dessas tornaram-se inférteis, devido sua excessiva exploração ou mesmo por
mau uso, como no caso dos agrotóxicos.
Tudo isso, só contribui para o aumento do passivo ambiente mundial. O lixo é jogado em
locais inapropriados, muitas das vezes, proporcionando insetos, causando doenças e
enchentes. Os gases, uma vez lançados na atmosfera são incapazes de serem recuperados para
tratamentos, ficam vagando reagindo com outros, causando prejuízos imensuráveis, sendo o
efeito estufa um deles. No caso dos mananciais, há os que estão contaminados
permanentemente. Nessa linha de raciocínio, muitos rios estão como mortos.
Como se vê, não há uma pronta recuperação, o planeta não está conseguindo absorver, ou se
sobrepor aos danos causados pelo homem.
Em síntese, fazendo uma reflexão sobre esses dois tópicos abordados se percebe que quanto
mais o tempo passa, mais o homem se distancia do que é considerado ideal para viver
harmoniosamente com o planeta.
A matemática é simples, quando aumenta a população aumenta também o consumo e a
necessidade de se produzir mais. E com isso velozmente aumentam também os restos pós-
consumo, as embalagens, que por sua vez, aumenta a poluição, a degradação, o exagerado
consumo de recursos naturais, e assim por diante.
3. ECOLOGIA
Diferente de tudo que o homem tenha produzido, a natureza é completa em si. Ela não se
auto-extingue, não busca o excesso, se contenta apenas com o necessário, é auto-suficiente e
de um modo silencioso está sempre disposta a cooperar dando sua produção de alimentos, ar,
água, etc.
A natureza é o sistema mais perfeito que existe. Isso incluindo o corpo humano, animais,
plantas e mecanismos associados, como bactérias e gases.
Entretanto, para se conhecer os pormenores desse sistema perfeito será necessário mergulhar
no campo da ecologia.
A ecologia estuda as interações dos seres vivos entre si e entre o meio ambiente, incluindo
condições físico-químicas, comportamento, reprodução, moradia e até evolução.
A palavra ecologia se origina da soma de duas palavras gregas: Oikos (que significa casa ou
ambiente) e Logos (estudo).
A ecologia teve efectivamente início no final do século XVIII, quando o sociólogo Thomas
Maltheus teorizou sobre o desequilíbrio ambiental. Depois, já no início do século XIX, o
assunto ganhou notável força com a teoria da evolução das espécies, por Charles Darwin,
cuja idéia central era de que as transformações ambientais obrigavam as espécies a mudarem
e se adequarem à nova realidade onde só os mais fortes ou os devidamente adaptados
sobreviveriam.
Anos mais tarde, o inglês James Lovelock apresentou a teoria que ficaria conhecida como
“hipótese de Gaia”. Segundo esta, as actuais características do planeta teriam sido criadas
pela própria vida existente nele, ao longo de seu processo de evolução.
3.1 Biosfera
Ao contrário do que muitos pensam a biosfera não se estende a todo planeta. A partir de certa
altura ou profundidade não há condições de haver vida na terra, somente dentro da pequena
camada que tem cerca de 15 quilômetros de espessura, conhecida como biosfera. Ela é a
representação de onde pode haver vida.
A biosfera é uma fina camada sobre o planeta, como se fosse a tinta de uma bola pintada, por
exemplo.
A interação da hidrosfera (água), litosfera (terra) e atmosfera (ar), compõem, de uma forma
macro, a biosfera, conforme ilustra a figura seguinte.
3.2 Ecossistema
Entende-se como ecossistema, além da parte comportamental, a interação do ser vivo com
fatores físicos e químicos da natureza. Esses fatores também são chamados de abióticos, que
representam o ar, a água, a temperatura, a umidade, o tipo de solo, ph, a luz, os sais minerais,
etc.
Já a parte viva, isso inclui os animais, o homem, as bactérias e a vegetação de um modo geral,
entre outros, é chamada de biótica.
Em outras palavras os ecossistemas são compostos pela biótica e abiótica, e são habitadas por
comunidades e populações.
Comunidade é a interação de várias populações, que por sua vez, representa um conjunto de
uma mesma espécie.
Por exemplo:
É interessante notar que cada ser é individualmente formado por sistemas e organismos.
Tanto o homem como os animais são compostos de sistemas e organismos, no sentido de que
há uma interação harmônica e devidamente administrada entre os órgãos.
Os sistemas e organismos são compostos por órgãos (coração, fígado, etc), que são formados
de tecidos (peles, membranas, etc), que por sua vez, são formados por células (nervosas,
reprodutivas, etc).
Neste sentido, se a biosfera representa a vida de uma forma macro, as células a representa de
forma micro.
Bioma: Significa uma grande área da vida formada por um complexo de habitat”s e
comunidades, apenas o meio físico (área) sem propriamente considerar as interações bióticas
e abióticas. Ex: deserto árido, savana, floresta subtropical, etc. A figura mostra os tipos de
biomas no mundo.
Endeismo: Entende-se por endêmica a espécie que só ocorre em uma determinada região, ou
seja, é nativa, raramente encontrada fora daquele local. Ex: Os cangurus canadenses.
Nicho ecológico: Corresponde às interações de uma espécie com outras, sua função, seu
papel ecológico empenhado dentro do ecossistema.
Os vegetais de um modo geral são a base da cadeia alimentar, que também são chamadas de
produtor primário.
As cadeias alimentares raramente passam dos consumidores de quinta ordem, a medida que
há uma redução na qualidade de energia disponível durante seus avanços.
Esses vegetais pertencem à classe dos autotróficos, que produzem substâncias orgânicas a
partir de gás carbônico, água e sais minerais. A energia utilizada para esse processo pode vir
das reações químicas (no caso de quimossíntese), mas a principal fonte é a luz do sol (no
caso de fotossíntese). Em resumo, os seres autotróficos produzem sua própria existência
(alimento).
Os outros seres vivos, conhecidos como heterotróficos fazem a parte dos consumidores. Esses
dependem de alimentos externos para sobreviver (não autoproduzem seu alimento como as
plantas). Esses se dividem em herbívoros, que se alimentam basicamente de vegetais
(chamados de consumidores primários) e em carnívoros, que se alimentam principalmente de
carne (chamados de consumidores secundários). Outros carnívoros alimentam-se desses
carnívoros, nesse caso são chamados de consumidores terciários e assim por diante, formando
uma cadeia alimentar. Cada etapa da cadeia alimentar é chamada de nível trópico.
Fazendo menção ao que foi visto acima se pode dizer que as plantas ocupam o nível trópico
dos produtores, os herbívoros ocupam o nível trópico dos consumidores primários e assim
sucessivamente.
Parte da matéria orgânica do corpo dos organismos passa de um nível trópico para o seguinte.
Outras partes, representadas por folhas, galhos, excrementos, restos mortais de um modo
geral, são devolvidas ao ambiente. Essa matéria orgânica é transformada em substancias
minerais pela atividade de organismos representados, principalmente, por fungos e bactérias.
Esses agentes decompositores também são chamados de saprófitos, saprófagos e necrófagos.
As substâncias decompostas por esses são novamente aproveitadas pelos vegetais.
O papel desses agentes decompositores é realmente importante para o equilíbrio natural, pois
reciclam a matéria desprezada permitindo o seu reaproveitamento, inserindo-a novamente no
ciclo da vida, dando seqüência na cadeia alimentar. O ciclo vital que sustenta a existência
poderia não mais existir se houvesse uma ausência da atuação de qualquer um dos níveis
tróficos.
Todavia, é importante saber que enquanto boa parte da matéria passa de um nível trópico para
outro, a energia não ultrapassa a 10%. Essa energia é o componente que pode transformar em
calor ou em actividades (força para trabalhar, caminhar, exercitar e agir de um modo geral).
A cadeia alimentar não é apenas uma expressão de saciamento da fome, mas tem incutido em
si o controle quantitativo das espécies. Essa interação (ou relação) biológica também pode ser
considerada um factor restringente, que juntamente com a capacidade natural de suporte
limitam a quantidade de indivíduos em uma população.
Comensalismo: Apenas uma espécie é beneficiada na relação, enquanto a outra não sofre
nenhum efeito. Por exemplo, as aves que seguem os bois, e também os jacarés. Essas aves se
beneficiam dos restos de alimentos presos nos animais ou deixados por eles, entretanto não
há qualquer dano na vida do hóspede.
Competição: Conforme o nome sugere, a competição é uma certa disputa, que pode
acontecer por membros da própria espécie ou não. As motivações podem ser mais diversas,
como alimentos, territórios, valores reprodutivos, etc.