Monografia Cremilda Vidal Vers o Final
Monografia Cremilda Vidal Vers o Final
Monografia Cremilda Vidal Vers o Final
Belo Horizonte
2015
AGRADECIMENTOS
Ao meu marido Vicente e ao meu filho Arthur por compreenderem a minha vontade de
descobrir novos aprendizados e a minha ausência, em alguns momentos, durante esta
jornada.
A minha orientadora Lúcia Maria Porto de Paula pela paciência, dedicação e oportunidade
de construir novos horizontes para o ensino de ciências.
“Se nada mudar, invente, e quando mudar, entenda.
Se ficar difícil, enfrente, e quando ficar fácil, agradeça.
Se a tristeza rondar, alegre-se, e quando ficar alegre, contagie.
E quando recomeçar, acredite.
Você pode tudo.
Tudo consegue pelo amor, e pela fé que você tem em Deus!”
(autor desconhecido)
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo analisar a partir de uma sequência didática, com
alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, o aprendizado sobre o tema poluição das
águas e doenças relacionadas. Os alunos participaram de três atividades, com a
utilização de dois questionários e um debate sobre o conteúdo. O objetivo principal é
avaliar se os estudantes estão construindo o aprendizado de forma consistente e
necessária, na prevenção de doenças relacionadas à água do seu cotidiano e relatar as
concepções prévias destes alunos sobre a poluição das águas. Como também, abordar a
importância da participação da escola na construção desse conhecimento, como
colaboradora para uma sociedade mais preventiva e conhecedora dos riscos de doenças
e poluição das águas. Observei que muitos conceitos importantes deste tema não foram
aprendidos, por exemplo, os estudantes não percebem que causam a poluição das
águas, ainda tem dificuldades de saber que numa poça de água podem-se contrair
doenças. Verifica-se que o objetivo proposto pelo currículo de ciências neste conteúdo
não foi alcançando.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 08
2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 10
4. METODOLOGIA ................................................................................................ 25
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 37
8. ANEXOS ...............................................................................................................39
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Este trabalho, conforme objetivos acima, tem como abordagem principal discutir a
importância do uso de novas estratégias de ensino e analisar uma sequência didática de
atividade investigativa, relatando a participação e aprendizado dos alunos do 6º ano do
Ensino Fundamental, referente à temática sobre poluição das águas e doenças
relacionadas.
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2 – JUSTIFICATIVA
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3 – REFERENCIAL TEÓRICO
Menos da metade da água necessária ao corpo humano (47%) chega por meio de
ingestão de líquidos; uma parte significativa de água, o corpo absorve através da
respiração celular (14%). O resto da água necessária à vida chega através dos alimentos
(39%). A ingestão de quantidades insuficientes de água pode causar a desidratação.
Até mesmo desidratações leves, como a perda de 1-2% do peso corporal, podem
trazer problemas. Trata-se de um risco à saúde, principalmente em crianças e idosos
(MORAES; JORDÃO, 2002).
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O seu uso é indispensável a um largo espectro das atividades humanas, onde se
destacam, entre outros, o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola, a
produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação(OPAS, 2001).
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que em 2008, cerca de 18% da população brasileira estava exposta ao risco de contrair
doenças em decorrência da inexistência de rede de esgoto e 6,6% da população não tinha
acesso à água tratada. Isto ocorre devido à diversidade de infraestrutura nos municípios
brasileiros, portanto, é fundamental que se faça um tratamento nos esgotos domésticos e
industriais para que haja a conservação dos recursos hídricos em padrões de qualidade
para não transmitir doenças, o que constitui um sério risco a Saúde Pública (IBGE, 2008).
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Portanto, é importante sensibilizar a comunidade escolar para refletir e entender a
responsabilidade quanto ao uso da água tratada, evitando a contaminação por doenças de
origem hídrica a partir da prevenção. Como também, disseminar para a sociedade
conhecimento sobre preservação do meio ambiente e a saúde coletiva, promovendo para
as futuras gerações a não escassez desse bem tão valioso para toda a humanidade.
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A partir destes aspectos históricos da Educação no Brasil, houve um tempo em
que os três elementos presentes no processo educativo: o professor, o aluno e o
conhecimento eram praticamente estáticos dentro da escola, e atualmente novas
pesquisas reconhecem as transformações sociais presentes no espaço escolar, que passa
por constantes transformações para acompanhar os anseios da sociedade atual
(FONSECA, 2003, apud KRASILCHIK, 2000).
Segundo Antunes (2004), não pode existir escolas sem professores, assim como
não pode existir aprendizagem escolar sem ajuda. Na sua concepção, foram propostos
quatro elementos cruciais sobre a dimensão da importância do professor na aprendizagem
dos alunos. No primeiro elemento a intervenção do professor necessita estar intimamente
associada aos esquemas de conhecimentos que os alunos possuem, visto que são esses
que permitirão atribuir significados aos novos saberes que recebem. O segundo elemento
é quando o professor ajuda um aluno a atribuir significados, desenvolve um processo que
mobiliza em nível cognitivo um contraste entre o que se sabe e o que é novo e esse
processo é animado por um interesse e uma motivação. A aula deve sempre se situar
como uma proposição de problemas, indagações curiosas, contextualizações
surpreendentes, sugestões de desafios, estímulos às deduções construídas sobre pistas
oferecidas e nunca como uma simples passagem de informações.
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3.3 – A importância do ensino na prevenção de doenças
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sentido, precisam se aproximar de informações seguras que direcionem suas atitudes. Um
dos espaços onde podem encontrar este tipo de informações e onde crianças e
adolescentes passam boa parte de seu tempo é, como já citado, na escola (AMARAL et al,
2003).
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3.4 - Doenças transmitidas pela água
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a icterícia, sintoma clássico da hepatite A aguda, que se caracteriza por pele e olhos
amarelados (REY, 2002).
Cólera: é uma infecção causada pela bactéria Vibrio cholerae e se caracteriza por
um severo quadro de diarreia aquosa, que pode levar rapidamente à grave desidratação. A
sua transmissão ocorre pela via fecal-oral, podendo ser adquirida através da água e de
alimentos contaminados. O Vibrio cholerae após ser ingerido, instala-se no intestino e
passa a produzir uma toxina que ataca as células do intestino, levando a uma grave
diarreia (REY, 2002).
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O risco de transmissão é grande durante as enchentes, quando as águas contaminadas
dos esgotos se misturam com o excesso de água das chuvas. Quanto mais prolongado for
o contato da pele com a água contaminada pela urina de rato, maior o risco de contágio.
Mais de 75% dos pacientes apresentam febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor
muscular. 50% apresentam náuseas, vômitos e diarreia. Um achado típico da leptospirose
são os olhos acentuadamente avermelhados (NEVES, 2005).
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captura a atenção dos alunos e melhora seu envolvimento com a mesma (BORGES; LIMA,
2007).
Apoiado na premissa de que as doenças de origem hídrica, muitas vezes, podem
ser prevenidas e na possibilidade de atuação da educação, o presente trabalho propõe
atividades baseadas na grade curricular do 6o ano do Ensino Fundamental, abordando o
tema: Poluição das águas e doenças relacionadas: uma proposta de sequência didática. A
pesquisa terá como base atividades investigativas para os alunos, no contexto das
Ciências Naturais, com discussão em sala de aula com questões do tema, levantamento
de dados com uso de dois questionários sobre a qualidade da água de consumo utilizada
no ambiente residencial, discussão sobre poluição das águas, relacionando as doenças
transmitidas pelo meio hídrico.
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4 – METODOLOGIA
No mês de maio de 2014, trabalhei com os alunos durante 4 aulas com esses
conteúdos que faz parte do programa do livro didático, com objetivo de desenvolver o
aprendizado sobre o tema nos principais tópicos abaixo:
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4.1 – Público alvo
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5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
No total de 93% das respostas da turma confirmam que a água consumida é tratada
pela Copasa.
Dos alunos, 87%, responderam que consomem água filtrada nas suas
residências.
Os estudantes confirmaram que 90% deles moram em residências que tem rede de
esgoto.
Nas respostas dos alunos predominam 70% de “não sei”. Observo que eles têm
pouco conhecimento sobre risco de água poluída na proximidade de sua residência.
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5) Você já teve contato com água poluída?
Entre os alunos, 70%, confirmam que não sabem se já tiveram algum contato com
água poluída. Algumas vezes observo que eles não caracterizam água empossada ou
esgoto como poluídos.
Nesta questão, 55% dos alunos responderam “não sei”, observa-se a falta de
segurança em relacionar contato com água poluída e risco de contrair doenças. Entretanto,
60% dos estudantes citaram a dengue como doença veiculada pela água. Por se tratar de
um tema muito presente na mídia, às informações sobre a dengue tornou-se mais
consistente no cotidiano dos alunos, assim eles relacionaram a dengue com doenças
transmitidas pela água. Porém, vale ressaltar que a água não transmite a doença e sim é o
veículo utilizado para postura e desenvolvimento dos ovos do mosquito, Aedes aegypti,
que através de sua picada veicula o vírus causador da doença.
8) Quais os cuidados que podemos ter para não contrair doenças transmitidas pela
água?
Os estudantes, 60% deles, afirmaram que beber água filtrada é uma medida de
prevenção para evitar doenças relacionadas à água. Os outros 40% relatam que deve
fazer uso de precaução, como: tampar caixa de água, não jogar lixo, tomar vacinas, não ter
contato com água poluída, etc.
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5.2 - 2 ª Atividade - Questionário Parte II
Todos os grupos, 100% das respostas, definiram que sem a água não
sobrevivemos. Demonstraram que compreenderam a importância da água para a
manutenção da vida e que sem ela é impossível existir a espécie humana, como também
nenhuma outra espécie que faz parte do planeta Terra.
Cerca de 40% das respostas dos grupos acham que contribuem com a poluição
jogando lixo e esgoto na água. Entretanto, 60% acham que não contribuem, porque
preocupa com o futuro sem água.
Todos os grupos, 100% das respostas, descreveram que ao jogar lixo na água
estão causando poluição e como também o citaram como tipo de poluente.
Nas respostas, 100% da turma citaram o lixo como poluente. Entretanto, citaram
também outros tipos como: óleo, gasolina, garrafa, embalagem de biscoito, esgoto, resto
de madeira e entulho.
Nas respostas apresentadas, total de 100% dos grupos, relataram o lixo como fonte
principal de poluente, seguido por esgoto e como a ocorrência de local da poluição
nos rios e lagos.
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Questão 6: Uma água com aspecto de limpa pode estar poluída? Por quê?
Todos os grupos foram unânimes, ao afirmar que a água pode estar poluída mesmo
com características de limpa. Porém, não conseguiram descrever que muitos poluentes
podem não ser visto a olho nu, mas fizeram referências a bactérias e sujeiras.
Nesta questão 60% das respostas relataram algumas doenças transmitidas pela
água, como: cólera, esquistossomose, dor de barriga, hepatite, dor de cabeça, etc.
Entretanto, 40% das respostas afirmaram que a dengue é transmitida pela água,
demonstrando dúvidas sobre o contágio da doença.
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5.3 - 3 ª Atividade – Debate em sala
“Nós contribuímos com a poluição sim, porque não pensamos que vai faltar
água no futuro...”
“Ajudamos a sujar a água com xixi, cocô e lixo, mas sabemos que fazemos
errado.”
“Não poluímos a água porque não faz bem a saúde beber água suja e vamos
ficar sem água...”
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Questão 8: Quais doenças podem ser transmitidas pela água contaminada?
1- Grupo A:
2 – Grupo B:
3 – Grupo C:
“Cólera e xistose”
3 – Grupo D:
3 – Grupo E:
“Hepatite, verminose, cólera, dor de barriga e acho que dor nos olhos
também”
Durante o debate fiz várias intervenções na turma sobre o tema para orientá-los
sobre dúvidas e curiosidades, como também procurei mediar às discussões entre os
grupos na tentativa de possibilitar mais enriquecimentos na atividade e organização para o
envolvimento de todos. Participei com vários questionamentos sobre as doenças, forma de
contágio, tipos de poluentes e contribuições para poluição citadas durante a discussão dos
grupos.
Como docente, constatei que as ideias acima apresentadas pelos grupos nos leva a
uma reflexão. Assim noto que algumas ideias dos estudantes estão equivocadas, isto pode
ser devido a vários fatores, por exemplo, um mascaramento da realidade, uma
fragmentação excessiva.... O que podemos dizer é que com as discussões e falas em sala
acreditamos que as experiências trocadas pelos estudantes entre si, e, com o docente
podem ajudar a elaborar novas formas de ver e relacionar com o ambiente.
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(...) Mas, sobretudo, a sala de aula deve ser um local de aprendizagem do debate
argumentado, das regras necessárias à discussão, da tomada de consciência das
necessidades e dos procedimentos de compreensão do pensamento do outro, da
escuta e do respeito às vozes minoritárias e marginalizadas. Por isso, a
aprendizagem da compreensão deve desempenhar um papel capital no
aprendizado democrático (MORAN, E. 2011, p.99).
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6.0 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A água é uma temática de grande relevância para educação, devido o seu papel de
manutenção da vida para toda a humanidade. A interligação da água com a saúde humana
é relatada na literatura há muito tempo, desde que doenças relacionadas atingiram
populações inteiras e devastaram cidades com epidemias.
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7 – REFERÊNCIAS:.
ANTUNES, C. Vygotsky, quem diria?! Em minha sala de aula. Fascículo 12. Petrópolis,
RJ, Vozes, p 23-42, 2004
GALIAZZI, M. C.; ROCHA, J. M. B.; SCHMITZ, L. C.; SOUZA, M. L.; GIESTA, L.;
GONÇALVES, F. P. Objetivos das atividades experimentais no ensino médio: a pesquisa
coletiva como modo de formação de professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru,
v.7, n.2, p.249-263, 2001.
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das Ciências. São Paulo: EPU, 1987, 80p.
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KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em
Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 85-93, 2000.
NEVES, D. P & Cols. Parasitologia humana. Ed. Atheneu, 11a ed, p. 495, 2005.
REY, L. Bases da Parasitologia. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2a ed, p. 349,
2002.
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8 – ANEXOS
PARTE I
Responda as questões abaixo de acordo com o seu conhecimento e sem consulta a livros.
8) Quais os cuidados que podemos ter para não contrair doenças transmitidas pela
água?
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PARTE II
Pesquisa: poluição das águas e doenças relacionadas
Em grupos de 4 a 5 alunos, responda as questões abaixo de acordo com conhecimentos
de vocês e sem consulta a livros.
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2) Vocês contribuem para a poluição da água? Por quê?
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3) Como vocês causam poluição na água?
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4) Quais os tipos de poluentes da água?
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5) Como e onde ocorre a poluição das águas?
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6) Uma água com aspecto de limpa pode estar poluída? Por quê?
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7) O contato ou consumo de água contaminada pode fazer com que a pessoa
pegue doenças? Por quê?
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8) Quais doenças podem ser transmitidas pela água contaminada?
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