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1 - EQUIPE EXECUTORA
Prof. Dra. Maria Geusina da Silva – Curso Serviço Social UNILA – Coordenadora do
projeto.
Prof. Dra. Vera Maria Ribeiro Nogueira Universidade Católica de Pelotas – Consultora.
Bolsistas de Graduação
Filipe da Silva Neri
Leonardo Lucas de Souza
Jasleidy Lidilia Solarzano Villavicencio
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2. 3. METAS
3. APRESENTAÇÃO
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2 O REUNI, instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, é uma das ações que
integram o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), e tem como objetivo principal a criação de
condições para a ampliação do acesso e permanência do estudante na Educação Superior, no nível
de graduação, bem como o melhor aproveitamento da estrutura física e dos recursos humanos
existentes nas universidades federais. (BRASIL, 2007)
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determinantes socioculturais, como língua, hábitos, costumes, entre outros, não tem
sido um fator limitante para o acesso aos bens e serviços de saúde.
Considera-se, a partir da investigação desenvolvida até aqui, a inexistência de
obstáculos para a inclusão dos discentes estrangeiros da UNILAB no sistema local de
saúde de Redenção, fato que sugere ausência de necessidade de criação de novas
políticas e práticas específicas.
Ao resgatarmos o processo de implantação e implementação da Universidade
Federal da Integração Latino-Americana – UNILA, constatou-se que tal iniciou com a
criação da Comissão de Implantação - CI, nascida a partir da fundação do Instituto
MERCOSUL de Estudos Avançados – IMEA em parceria e convênio com a
Universidade Federal do Paraná – UFPR e Itaipu Binacional. A Comissão foi instituída
pela Portaria 43/2008 e presidida pelo membro da Câmara de Educação Superior. A
instituição iniciou suas atividades acadêmicas no segundo semestre de 2010, com
ingresso de 150 alunos brasileiros e 150 alunos oriundos dos demais países do
MERCOSUL3. Anterior a isso a universidade passou por um intenso processo de
planejamento que discorreremos nas próximas laudas.
Coube a Comissão a tarefa de realizar o planejamento institucional, a
organização da estrutura acadêmica curricular, a administração de pessoal,
patrimônio e finanças com vistas a materializar os objetivos da UNILA quais sejam:
ministrar ensino superior, desenvolver pesquisa e promover extensão universitária
para formar profissionais de diversificadas áreas aptos a contribuir com a integração
latino-americana, com o desenvolvimento regional, possibilitando o intercâmbio
cultural, científico e educacional voltados especialmente para o Mercado Comum do
Sul – MERCOSUL. (BRASIL, 2010)
É compromisso da UNILA ainda, fortalecer e consolidar a sua atuação nas
regiões de fronteira, tendo como vocação o intercâmbio acadêmico e cooperação
solidária com os países integrantes do MERCOSUL e demais países da América
Latina, bem como os cursos a serem criados na Universidade devem ser de interesse
mutuo dos países da América Latina, mas sobretudo, dos países membros do
MERCOSUL, focando nas áreas consideradas estratégicas para o fortalecimento da
integração regional. (BRASIL, 2010)
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como o município e a comunidade local reagiria à inserção desses novos sujeitos nos
serviços de proteção social.
Mesmo que a gestão municipal não tenha participado com frequência das
reuniões da CI da UNILA, havia o conhecimento por parte do gestor de que a
universidade seria sediada em Foz do Iguaçu e que a partir do ingresso da
comunidade acadêmica interna haveria gradativamente alteração do cotidiano do
município.
Embora não se tenha localizado nos documentos a menção de pactos,
protocolos ou acordos formais e/ou informais entre a universidade e a gestão local, há
uma clara inferência de que o município seria parceiro para a consolidação da UNILA
através da facilitação de inclusão dos não nacionais na rede de serviços de proteção
social local. No início, aparentemente, essa inclusão dos alunos impactou e gerou
alguns conflitos no sistema de saúde local devido à ausência de legislações claras e
objetivas que balizassem as intervenções dos trabalhadores de saúde e da própria
universidade no trato com o estrangeiro.
O desconhecimento da processualidade que se iniciava com a regularização
do visto nas embaixadas do Brasil nos países da A.L demandava dos estrangeiros
portadores de uma carta de aceite da Universidade a contratação de um seguro
médico de saúde internacional, sendo este um requisito indispensável na tramitação
do visto de estudante e ingresso na universidade. Passada a primeira etapa de
regularização ainda no país de origem, a partir do seu ingresso no Brasil, o discente
não nacional dispunha de um prazo máximo de 90 dias para regularizar sua situação
civil no pais de destino. Nesse processo as primeiras turmas da UNILA encontravam
dificuldades que obstaculizavam, em alguns momentos, o acesso a rede de serviços
de saúde, isto porque ao chegar no Brasil o não nacional deveria inicialmente
confeccionar junto à Polícia Federal o Registro Nacional do Estrangeiro – RNE e
muitas vezes o discente não dispunha de recurso financeiro e/ou documentação
necessária para viabilizar tal instrumento, que impossibilitava a confecção do Cartão
SUS, indispensável para o acesso ao sistema de saúde local.
As pontuações anteriores têm fundamento quando comparamos a primeira e
segunda fase da coleta de dados realizadas em 2016 e 2018, respectivamente. No
primeiro momento pouco mais de 50% declarava possuir Cartão SUS, no segundo
momento constatou-se um aumento considerável de discentes estrangeiros que
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5Os burocratas de rua são os funcionários que trabalham diretamente no contato com usuário dos
serviços públicos, como, por exemplo, policiais, professores, profissionais de saúde, entre outros. No
modelo de Weber, o burocrata, agente que atua na burocracia, é um fiel executor de serviços sem
paixões ou julgamentos. Ele deve aplicar fielmente as regras, observando os procedimentos,
garantindo o cumprimento das hierarquias e de suas atribuições. Na medida em que deve fidelidade a
quem manda, a relação entre os políticos e burocratas baseia-se na obediência, renúncia de valores e
vontades pessoais por parte dos burocratas. As paixões e valores, para Weber, são papéis do político,
a quem cabe a responsabilidade pelas ações da burocracia – o político assume o ônus de suas
decisões. Não haveria, portanto, para os burocratas, espaço de exercício da discricionariedade. (LOTA,
2014, p. 03)
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4- PERCURSO METODOLÓGICO
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educação superior no Brasil que parecem não provisionar e/ou estimar o impacto dos
ingressantes no sistema de proteção social dos municípios-sede.
Em relação a concepção da política de saúde referendada na pesquisa, partiu-
se da compreensão de uma política social do tripé da seguridade social brasileira,
tema transversal ao estudo. Nessa investigação, a política de saúde foi tratada como
política pública, com traços históricos determinantes decorrentes de situações
problemáticas e constitutivas de desigualdades (NOGUEIRA, 2009).
A escolha por esse recorte na discussão no âmbito da política de saúde, diz
respeito ao alcance do aporte teórico, que permite iniciar as reflexões, demarcando a
sua formulação e relação entre Política Social e Estrutura Social, como mecanismo
que se influenciam mutuamente operando sobre um eixo igualdade/desigualdade.
Logo, partimos do entendimento que os objetos a ser estudado são influenciados e
influenciam na organização societária, concebendo a saúde como uma dimensão
fortemente marcada, e muitas vezes, determinante na constituição das desigualdades
(ADELANTADO e RAMBLA, 2002). Portanto, as definições dos Sistemas de Saúde
devem ser entendidas enquanto construções sociais destinadas a atender demandas
de saúde, influenciadas por uma série de determinações ideológicas, culturais,
históricas e econômicas. Enquanto uma política pública, a organização dos serviços
e sistemas sanitários “é uma forma de regulação ou intervenção na sociedade” (SILVA
et all, 1994, p.14).
Outro marco significativo assumido para o estudo é a concepção de fronteira e
seus desdobramentos na vida cotidiana, considerando que a sede da UNILA está
localizada numa região fronteiriça cujo um dos seus objetivos é o foco da integração
nas fronteiras da América Latina e, sobretudo, do MERCOSUL. As fronteiras, para
serem entendidas em suas determinações exigem uma visão mais abrangente,
superando a visão tradicional, de limite territorial e área de segmentação política e
social. A noção de território, formulada por Santos (2000) Silva (2006, 2008, 2012), é
fundamental para a análise da linha da fronteira e para compreensão dos dilemas e
desafios vividos pelos discentes estrangeiros da UNILA no usufruto do direito à saúde
em território brasileiro.
A investigação fez referência a vocação internacional das universidades,
evidenciando que o processo de internacionalização da educação superior não deve
ser visto somente do ponto de vista pedagógico, considerando que tal pode ser uma
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via de mão dupla, pois de um lado os países podem ter clareza da integração e
cooperação internacional que se quer, e de outro, essas propostas não são refletidas
e planejadas a curto, médio e longo prazo com as administrações locais, quando se
pensa tanto no caso da UNILAB quanto da UNILA que à seleção dos ingressantes,
metade dos estudantes é composto por jovens residentes no Brasil e a outra metade
é selecionada por meio de estudantes oriundos de países de língua de expressão
portuguesa, em especial os africanos, e discente dos países da América Latina e
Caribe respectivamente. “Nesse contexto, o Timor Leste foi incluído e as ações de
cooperação internacional passaram a integrar também a Região de Macau”. (Gomes
e Vieira, 2013 p. 03). Temos a partir daí integração com povos, culturas, hábitos,
línguas, costumes, entre outros diferentes fatores que interferem no modo de
apreensão da saúde e no adoecimento.
As evidentes preocupações, tanto no plano do discurso quanto documental,
somente com as questões pedagógicas, não menosprezando a sua relevância e
importância por terem se configurado determinante para materialização dos princípios
e ações no caminho para integração internacional, tem se tornado discutível devido
ao reconhecimento, ainda que incipiente, que a integração não se faz apenas na e
com a dimensão pedagógica, ainda que se trate de Universidades. Assim, outros
fatores determinantes e condicionantes devem ser levados em conta, planejados,
articulados e acordados para que tal projeto venha se consolidar. E nesse caso o
acesso dos discentes estrangeiros ao Sistema de Proteção Social é primordial, como
ficou comprovado no desenvolvimento do estudo.
Por tratar-se de estudo exploratório abordando as demandas, políticas e
práticas na atenção à saúde de estudantes estrangeiros das Universidades com
vocação internacional, UNILA e UNILAB, as questões inicialmente levantadas
exigiram uma combinação de métodos de investigação visando o resgate das
experiências de cooperação, pactos, acordos e protocolos entre gestores para o
acesso aos sistemas de saúde.
Com predomínio do enfoque qualitativo, a pesquisa privilegia percepções de
atores-chave como fontes primárias de informação. Utilizou-se também os dados
constantes dos sistemas de informação oficiais dos municípios e ministério da saúde
e educação, assim como sites das universidades como fontes secundárias.
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6 A proposta do projeto Travessia é prestar apoio aos estudantes vindo de outros países no momento
de sua transição para o Brasil. (UNILAB, 2013).
7 A proposta é a criação de oficinas autogestionadas que contribuam para o Programa de Acolhimento
ao Estudante Ingressante.
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A região onde está sediada uma das universidades com vocação internacional,
no caso a UNILA, é a fronteira do Brasil, Paraguai e Argentina que sempre enfrentou
problemas com a superlotação dos sistemas de proteção social devido à facilidade de
mobilidade humana transfronteiriça. Essa facilitação do trânsito transfronteiriço na
organização da vida social na região de fronteira sempre gerou embate entre as
autoridades locais e a comunidade iguaçuense no quesito acesso e usufruto da rede
de serviços de saúde local. A situação de sediar uma Universidade que recebesse um
percentual considerável de estrangeiros gerou, em certa medida, na comunidade
iguaçuense a preocupação com o acréscimo de demanda na rede de proteção social
local.
Concomitante a isso, nos últimos anos verifica-se no cenário brasileiro,
especialmente nas regiões de fronteira, uma intensificação da fiscalização dos
cidadãos estrangeiros que utilizam os sistemas de saúde locais. Esse ato de fiscalizar
tem marginalizado, criminalizado, discriminado e cerceado o direito de usufruto das
ações e serviços de saúde, justificados pelo discurso recorrente de “sobrecarga do
sistema” e/ou “são pessoas que não contribuem ou não pagam impostos, portanto não
tem direito a uso do serviço”. Situação que, de certa forma, impactava nos alunos
estrangeiros da UNILA.
As propostas de pesquisas têm contribuído para informar os pactos, protocolos,
acordos e demais experiências que vem tendo êxito, ainda que de forma isolada, na
atenção e tratamento à saúde dos brasileiros e estrangeiros que vivem no entorno e
contiguidade dessas regiões, além de evidenciar a ausência de serviços e indicar
pistas de como enfrentar a problemática.
Nesse sentido, a Lei de Migração, se regulamentada a nível estadual e
municipal, poderia auxiliar no enfrentamento da situação, uma vez que cria outros
tipos de visto e que poderia definir as responsabilidades dos entes federados no
tocante a oferta, financiamento, custeio e acesso às políticas sociais e públicas.
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Municipal de Saúde. Tal colocação foi refutada na segunda etapa de coleta de dados
em que comprovou-se não haver superlotação ou uso excessivo na rede de serviços
por alunos estrangeiros da UNILA, o que identificou-se é que algumas unidades de
saúde passaram a ser referência para utilização por alunos estrangeiros devido a
residência na comunidade, havendo, dessa forma, um esvaziamento em outras
unidades de saúde devido a realocação desses discentes para distintos bairros.
A pesquisa dá indicativos que, na medida em que forem aumentando a
estrutura da universidade e o ingresso de novos alunos estrangeiros e concomitante
a sua inserção na comunidade iguaçuense, a tendência será aumentar o fluxo de
atendimento em demasiadas unidades de saúde.
Torna-se urgente e necessário o adensamento das parcerias entre a
universidade e os gestores das políticas públicas locais para planejar o
desenvolvimento da política urbana local a médio e longo prazo. Nessa situação, o
curso de arquitetura e urbanismo da UNILA, assim como as engenharias da UNILAB,
tem um papel de fundamental importância nessa formulação de planejamento.
Desse modo, o projeto proporcionou conhecimentos que levaram a
problematizar e aprofundar os estudos sobre o acesso dos discentes estrangeiros aos
sistemas locais de saúde nos municípios sedes de suas Universidades e de investigar
se o planejamento da proposta de implantação das Instituições de Ensino Superior
nas cidades escolhidas foram acompanhadas de um plano de ampliação da
capacidade operacional dos municípios, incluindo especialmente a população
estrangeira nos mesmos patamares de atenção integral e universal garantida nos
termos constitucionais aos brasileiros.
Desse modo, investigar se a atenção em saúde dos discentes estrangeiros em
municípios não fronteiriços difere ou não dos municípios fronteiriços pode contribuir
para criação de serviços de saúde qualificados que incorporem as dimensões
culturais, religiosas, hábitos, costumes, entre outros, considerando que a fronteira é
um espaço da multiculturalidade e da hibridização cultural.
Ao findar esse processo investigativo, podemos afirmar que o caso de atenção
à saúde dos discentes estrangeiros em região fronteiriça não difere dos municípios
não fronteiriços. As assimetrias evidenciadas são as diversificadas estratégias criadas
para o enfrentamento da situação. Essas assimetrias estão relacionadas as
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Juliana Domingues
Domingues, J. Nogueira, V. Política de Saúde Mental no Paraguai: avanços e desafios
no campo da atenção e respeito aos Direitos Humanos. Anais do Seminário da
América Latina: cultura, história e política. Junho, 2015. Uberlândia – MG.
Apresentação de artigo: A institucionalidade dos sistemas sanitários locais nas linhas
da fronteira: impactos no acesso aos serviços e ações de saúde. VI Seminário da
Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação. Novembro, 2014. Porto Alegre – RS.
Apresentação de Pôster: A implementação do Programa SIS Fronteiras: perspectivas
para a ampliação do direito aos usuários estrangeiros na Fronteira Arco Sul. VI
Seminário da Rede Brasileira de Monitoramento e Avaliação. Novembro, 2014. Porto
Alegre – RS
Apresentação da proposta da pesquisa no encontro da Frente Nacional dos Prefeitos,
realizada em Bagé – RS, em maio/2014. O encontro discutiu estratégias para a
integração entre cidades gêmeas.
Domingues, J. Gonçalves, J. A. Nogueira, V. A institucionalização da Política de
Saúde Mental no Paraguai: antecedentes, conteúdos e desafios atuais. Revista
Políticas Públicas Maranhão. Novembro/2015. (Aguardando parecer para publicação).
Participação no grupo de pesquisa aprovado no CNPQ: Elementos intervenientes na
proteção social de transfronteiriços na fronteira Arco Sul. 2015.
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REFERÊNCIAS
ADELANTADO, José; NOGUERA, J.A. y RAMBLA, X. El marco de análisis: las
relaciones complejas entre estructura social y políticas sociales. Cambios en el
Estado del Bienestar. Barcelona: Icaria. 2000, p. 23 – 61.
COSTA, V.L.C.; SILVA, P.L. B.; BIASOTO, G. (Orgs.) Efetividade das Políticas de
saúde: experiências bem-sucedidas na América Latina. São Paulo: Biruta, 2008.
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NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro; DAL PRÁ, Keli. MERCOSUL: expressões das
desigualdades em saúde na linha da fronteira. Ser Social (UnB), v. 1, 2006.
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SANTOS, Milton. O Espaço do Cidadão. 5.ed. São Paulo: Studio Nobel, 2000.
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