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Controle de Qualidade 3

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Controle de

Qualidade
Industrial
Controle Estatístico de Processos
(CEP)
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ALINE EVELYN LIMA BEZERRA
JESSICA DOHLER
AUTORIA
Aline Evelyn
Sou formada em Ciências Contábeis e pós-graduada em
Desenvolvimento Ambiental e Sustentável com experiência em escrita de
material didático nas áreas: contabilidade geral e tributária, administração,
marketing e propaganda publicidade. Tenho experiência profissional na
área de fiscal e tributária há mais de 5 anos, bem como no setor contábil,
em escritórios contábeis, cujos clientes também são dos mais diversos
ramos e portes. Já trabalhei em empresas do ramo turístico e comercial,
no setor administrativo. Na área acadêmica, atuei, como pesquisadora no
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica pela Universidade
Estadual da Paraíba, durante 2 anos, na área de gestão empresarial,
atuando principalmente nos seguintes temas: A sustentabilidade
empresarial, a partir dos enfoques econômicos, sociais e ambientais.
Somos apaixonadas pelo que fazemos e adoramos transmitir nossas
experiências de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!

Jessica Dohler
Sou graduada em Engenharia de Controle e Automação pelo
Centro Federal de Educação Tecnológica, de Minas Gerais. Sou mestre
em Engenharia Elétrica, com foco na área eletrônica de potência, na
Universidade de Juiz de Fora, também, na área de modelagem e controle
de uma micro rede de energia elétrica, sendo atendida diretamente por
uma unidade de geração fotovoltaica e um sistema de armazenamento
de energia. Conhecimentos nas áreas eletrônicas de potências, renováveis
e técnicas de controle avançadas. Desenvolvi projetos com aplicação
de micro controladores, no controle de temperatura e colorimetria.
Atualmente estou cursando doutorado na mesma linha de pesquisa do
mestrado. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens para integrar
seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ferramenta Kaizen para Melhoria de Processos............................ 10
História do Kaizen............................................................................................................................10

O que é Kaizen.................................................................................................................................... 11

Implantação do Kaizen................................................................................................................. 17

Controle Estatístico de Processos (CEP)............................................ 21


A Estatística no Controle da Qualidade........................................................................... 21

Tipologias de CEP............................................................................................................................ 22

Aplicação do CEP.............................................................................................................................24

Programas 5S e 8S....................................................................................... 31
Definição do Programa 5s.......................................................................................................... 31

Implantação do Programa 5S..................................................................................................32

Benefícios do 5S...............................................................................................................................35

Programa 8S........................................................................................................................................37

Avaliação dos Programas.......................................................................................................... 39

Técnica Seis Sigma...................................................................................... 41


História..................................................................................................................................................... 41

Definição.................................................................................................................................................45

Aplicação................................................................................................................................................45
Controle de Qualidade Industrial 7

03
UNIDADE
8 Controle de Qualidade Industrial

INTRODUÇÃO
A utilização de ferramentas para o controle da qualidade industrial é
de grande importância para que os processos sejam realizados de forma
efetiva. Considerando essa importância, no capítulo 1, você aprenderá
sobre a filosofia Kaizen, como ela surgiu, sua definição e a aplicação
prática do evento Kaizen. Para dar continuidade no assunto, no capítulo
2, você apreenderá sobre as metodologias de controle estatístico de
processos (CEP), bem como, as tipologias de CEP e aplicação dele. Já
no capítulo 3, você irá aprender sobre as ferramentas os programas 5S
e 8S, que são programas voltados para a gestão da qualidade através
da melhoria contínua. Por fim, no capítulo 4, você aprenderá sobre a
técnica seis sigmas, como surgiu, definição e aplicação prática, nesse
capítulo você ainda aprenderá que a técnica é aplicada em conjunto com
a ferramenta DMAIC. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar neste universo!
Controle de Qualidade Industrial 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 03. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o
término desta etapa de estudos:

1. Entender o que é e como aplicar o método Kaizen de melhoria


contínua de processos na indústria.

2. Aplicar as técnicas e conceitos estatísticos às necessidades do


Controle Estatístico de Processos (CEP) dentro da realidade de
uma indústria.

3. Implantar, executar e gerenciar os programas 5S e 8S de qualidade


total na realidade de uma organização industrial.

4. Aplicar a técnica 6 Sigma no controle de qualidade da produção


industrial.
10 Controle de Qualidade Industrial

Ferramenta Kaizen para Melhoria de


Processos

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de compreender


conceitos de melhoria contínua, bem como, entender como
o Kaizen pode contribuir para ela. Você também aprenderá
sobre a história e implantação do Kaizen nessa perspectiva.
Esses conceitos são importantes para que consiga
adentrar no assunto e o conhecimento dessa ferramenta
é fundamental para a execução do controle de qualidade
de forma mais eficiente e eficaz. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.

História do Kaizen
O Kaizen é uma ferramenta de melhoria contínua que surgiu após a
Segunda Guerra Mundial, no Japão, em uma fábrica de automóveis.

A Toyota, uma indústria de automóveis reconhecida na época passa


por alguns problemas na linha de produção. Detectados esses problemas,
os gestores verificaram a necessidade de implantação de um sistema de
melhoria contínua, então surgiu a filosofia Kaizen.

Na época, a filosofia foi criada com o objetivo de que a linha de


produção industrial não fosse paralisada, e era baseada em alguns
preceitos, tais como:

•• Eliminar os desperdícios do processo industrial.

•• Melhorar a produtividade.

•• Envolver todos os colaboradores nos processos de melhoria.

•• Acrescentar valor ao chão de fábrica.

•• Buscar a melhoria dos processos.


Controle de Qualidade Industrial 11

Então, baseado nessas premissas, a filosofia foi criada e bastante


aceita, e atualmente é utilizada em todo o mundo.

Como a filosofia é baseada principalmente no conceito de melhoria


contínua, o nome do método também foi baseado nesse conceito, em que
Kai significa mudança e zen significa bondade, ou seja, o nome representa
o conceito, tendo em vista que sua tradução pode ser considerada
como mudança para o bem, ou mudança para o melhor, que em suma,
representa mudança para melhorias.

Além disso, em tradução literal, Kaizen significa melhoria.

O que é Kaizen
Agora que a história do Kaizen, foi explicada vamos entender seu
conceito e definição atualmente.

Conforme já citado, a filosofia Kaizen, significa melhoria contínua,


que conforme também já citado, se baseia em metodologias de redução
de custos e aumento da produtividade.

Considerando essas premissas e objetivos, a ferramenta Kaizen de


apresenta como melhorias comuns:
Figura 1 - Melhorias do Kaizen

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).


12 Controle de Qualidade Industrial

Conforme pode ser observado na imagem acima, a base da


pirâmide de melhoria do Kaizen seria a produtividade, tendo em vista
que o objetivo deste é melhorias nos processos ou linhas de produção,
consequentemente a produtividade, é melhorada como um todo.

Em seguida, na pirâmide, uma consequência da melhoria da


produtividade é a melhoria na cultura organizacional da empresa, e por
quê? Para que aconteça uma melhoria na produtividade é essencial
que todos os colaboradores estejam engajados nesse processo, então,
quando se melhora a produtividade, a cultura organizacional também
melhora.

Por fim, e não menos importante tem-se também uma melhoria nos
resultados econômicos da empresa, conforme já citado, a implantação
do Kaizen, é capaz de eliminar desperdícios, diminuir custos e aumentar
produtividade, com essas 3 melhorias é inevitável que os resultados
econômicos também melhorem, seja reduzindo gastos ou aumentando
faturamento e margem de lucros.

IMPORTANTE:

A metodologia é derivada do ramo industrial, entretanto,


é uma filosofia que pode ser aplicada a qualquer ramo
empresarial, inclusive pode ser voltada também para o
aspecto pessoal e profissional individual.

Outro ponto importante na definição do Kaizen, é que embora essa


seja uma metodologia voltada para os processos organizacionais, ou
seja, para o chão de fábrica, a melhoria acontece em diversas áreas da
organização, tais como:

•• Qualidade dos produtos que serão que entregues.

•• Gestão da empresa, ou seja, com aplicação da metodologia a


gestão dos processos, atividades ou empresa como um todo é
facilitada, dado a organização que acontece nos processos.
Controle de Qualidade Industrial 13

•• Entrega, quando os processos são otimizados, a fabricação


também é otimizada, e acontece uma redução no tempo de
entrega dos produtos.

•• Além de outras áreas que podem ser verificadas a fundo,


especificamente nas empresas que a metodologia de melhoria for
aplicada.

E como todas essas melhorias podem ser alcançadas?

O Kaizen define que, todas essas melhorias supracitadas podem ser


alcançadas através da eliminação de desperdício, então, através dessa
afirmativa é possível concluir que o objetivo principal da metodologia
Kaizen, é a melhoria contínua dos processos através da eliminação de
desperdícios

Ainda segundo Rother & Shook (1999), existem dois níveis de a


serem aplicados:

I. Kaizen aplicado ao fluxo.

II. Kaizen aplicado ao processo.

Observe a imagem a seguir, para entender melhor.


Figura 2 - Níveis do Kaizen

Fonte: Rother e Shook (1999).


14 Controle de Qualidade Industrial

Conforme pode ser observado na imagem acima, o Kaizen aplicado


ao fluxo, tem como objetivo a melhoria no fluxo de valor, é o mais voltado
para a alta administração, ou seja, é aplicado normalmente aos gestores
da organização.

Em contrapartida, o Kaizen aplicado aos processos, é mais


voltado para os processos organizacionais e tarefas relacionadas com a
produção. São nos processos organizacionais que existe a possibilidade
de desperdícios de materiais e insumos, então, o Kaizen voltado para os
processos, também é focado na eliminação de desperdícios. Nesse nível,
o Kaizen é aplicado aos colaboradores que estão ligados aos processos,
bem como, aos líderes desses processos.

Embora o Kaizen apresente diversos benefícios, a implantação dele


requer alguns cuidados, conforme pode ser observado.
Comunicar, comunicar, comunicar: assegure-se de
que todos (não apenas os envolvidos diretamente na
área em que ocorre o evento Kaizen) saibam o que está
ocorrendo, e o porquê. Uma breve explanação do líder
do time de projeto, ou do supervisor da área, no início do
turno de trabalho pode ser o necessário e suficiente para
assegurar às pessoas de que ninguém os está privando de
informações sobre o que está se passando; − Identifique
comportamentos negativos no início da implantação:
se alguém não estiver participando, ou demonstrando
comportamento negativo, fale com esta pessoa em
particular. Ouça suas preocupações e aja no sentido de
resolvê-las. Ouça ativamente o que as pessoas têm a dizer,
com preocupação genuína. Então, responda. Explique
como os esforços de mudança irão tornar a empresa mais
forte, o que irá tornar o futuro de todos potencialmente
mais próspero e seguro. Se possível, assegure às pessoas
que ninguém irá perder seu emprego como decorrência
direta da melhoria do fluxo; − Não deixe um problema
parar o processo: Talvez, um problema inesperado torne
impossível a execução completa do evento Kaizen.
Conheça o problema, e reprograme o evento para o
primeiro momento possível após o problema ser sanado.
Não interprete o atraso como uma falha, mas como um
desvio presente na maioria das jornadas Revista Gestão
Controle de Qualidade Industrial 15

Industrial ambiciosas; − Considere cada evento Kaizen


um experimento: imagine que se esteja promovendo
o desenvolvimento e implantação de uma célula, mas
subestimou-se o tempo necessário para a execução e não
foi feito estoque de segurança suficiente para o período
todo da implantação. Então, precisa-se lutar e interromper
momentaneamente o processo de celularização para
que a linha de montagem do cliente não pare. Talvez, no
próximo evento Kaizen de desenvolvimento e implantação
de uma célula, prefira-se usar um final de semana. Ou seja,
alguns “erros” serão cometidos no processo. Aprenda com
eles e caminhe adiante; − Recompense e reconheça o
esforço das pessoas: isto pode significar o aprimoramento
da confiança mútua e do respeito. Pessoas, na maioria das
vezes, motivam-se ao serem recompensadas de alguma
forma: reconhecimento público, ganhos materiais ou
status desejados; − Esteja presente: o gerente do fluxo de
valor, líder do projeto, e alta gerência devem ir ao chão-
de-fábrica com regularidade de modo a encorajar os
colaboradores e descobrir o que eles podem fazer para
apoiar os esforços de mudança; − Seja flexível: eventos
inesperados irão, muito provavelmente acontecer. Mas,
flexibilidade, combinada com foco e comprometimento,
irão prevalecer, mais cedo ou mais tarde. (TAPPING et al.,
2002)

Conforme pode ser observado na citação acima, existem algumas


mudanças que devem ser realizadas dentro da organização para que o
Kaizen seja implantado com sucesso.

O Kaizen, é uma ferramenta de melhoria contínua, sabendo disso,


ela pode ser considerada uma ferramenta cíclica.
16 Controle de Qualidade Industrial

Observe a imagem para compreender.


Figura 3 - Ciclo de melhoria contínua do Kaizen

Fonte: Elaborado pelas autoras(2021).

O ciclo acima demonstra que, após a implantação do Kaizen as


observações que buscam por melhorias devem ser contínuas, por isso
essa metodologia é considerada cíclica e de melhoria contínua.
Controle de Qualidade Industrial 17

Implantação do Kaizen
A implantação do Kaizen, é conhecida como a realização do evento
Kaizen. E para implantação do método existem alguns pontos chaves,
segundo Ortiz (2010):

•• O primeiro ponto chave para implantação da metodologia, é


dispor de uma base sólida. Essa base sólida permite que os
recursos sejam alocados de forma apropriada, então cria tempo
para implementar a iniciativa de produção enxuta.

•• Deve existir um sistema de comunicação eficiente, assim a adesão


e colaboração para implantação acontece em toda a indústria.

•• Todos os colaboradores devem participar da metodologia, para


esses devem ser oferecidos oportunidades, insumos e sugestões.

Agora, para implantação do Kaizen ainda existe um passo a passo


que pode ser seguido, com sete etapas:

a. Identificação de melhorias – A primeira etapa do Kaizen, é


identificar as possibilidades de melhoria da organização, é a partir dessa
identificação que é montado um ponto de partida para implantação dele.

Vamos considerar a seguinte situação: uma indústria alimentícia,


que fabrica alimentos não perecíveis, tem um gasto muito elevado com
um produto X, e então verificaram que o valor desse produto poderia ser
reduzido para que houvesse uma redução nos custos e consequentemente
nos resultados econômicos.

b. Mapeamento dos processos – Todos os processos devem estar


bem definidos e delimitados, para que seja definido como a ferramenta
será utilizada em cada processo organizacional e tarefa dentro dos
processos industriais.

Considerando ainda a situação da indústria alimentícia, devem ser


observados todos os processos que envolvem a fabricação do produto
X. Com processos bem definidos é possível definir onde são os maiores
gastos do produto.
18 Controle de Qualidade Industrial

c. Planejamento – Nesse momento depois que foram identificadas


as possibilidades de melhoria, bem como onde o Kaizen deve ser aplicado
e o mapeamento dos processos já foi realizado, deve ser elaborado o que
será feito, qual será a solução para as situações delimitadas.

Voltando ao nosso exemplo, agora considere que foram identificados


altos custos nos processos que envolvem fabricação de embalagem.
Nesse passo são definidas as formas de eliminar esses custos com
embalagens. Uma das soluções de redução de custos é através da troca
de fornecedor, por um que cobre menos pelos recipientes.

d.Elaboração do plano de ação – O plano de ação só pode ocorrer


depois que o planejamento é elaborado, ou seja, quando a solução
for elaborada, deve ser definido como essa solução será aplicada, em
outras palavras, deve ser definido um plano de ação para aplicação das
melhorias que foram planejadas ou elencadas na etapa anterior a essa.

Ainda considerando o caso da indústria alimentícia, identificado


que o problema estava num fornecedor, pode ser elaborado um plano
de ação para a sua substituição, através da análise contratual no tocante à
rescisão com o fornecedor atual e o estabelecimento de um processo de
seleção e contratação de um novo fornecedor de embalagem.

e. Análise da aplicação – Todo ciclo de melhoria contínua, depois da


aplicação das soluções passa pela fase de análise. Então nessa etapa de
implementação do Kaizen, deve ser analisado os resultados do processo
de execução do evento. Nesse momento podem ser desenvolvidos
alguns indicadores de análise de resultados, para serem tomados como
base, e assim, o cumprimento ou não desses indicadores, determinando
qual foi o resultado da aplicação do planejamento.

Caso o resultado seja satisfatório, a execução pode seguir para a


próxima etapa de implantação. Em contrapartida, se o resultado não for
satisfatório deve-se voltar a fase inicial.

Por exemplo, digamos que na indústria de alimentos que queria


diminuir o valor dos custos do produto X e tinha uma expectativa de
redução de Y% do valor. Após uma análise do resultado, com a contratação
do novo fornecedor e reduzindo o valor da embalagem, a empresa
Controle de Qualidade Industrial 19

conseguiu reduzir os Y% do valor dos custos do produto X, podendo assim


passar para a próxima fase do projeto.

f. Padronização dos processos – Digamos, que na fase anterior os


resultados tenham sido satisfatórios, chegou o momento de padronizar
os processos conforme a elaboração do plano de ação. Assim, o plano
de ação é implantado como procedimento padrão a todos os processos
e tarefas. Nessa etapa, a execução do evento deve ser acompanhada,
também deve ser analisado se a execução está sendo realizada de forma
correta.

Nesse momento todos os processos que envolvem a utilização de


embalagens, devem ser padronizados de acordo com aplicação do plano
de ação, trocando o fornecedor.

Vale salientar que, nessa etapa do processo é possível disponibilizar


treinamentos para os colaboradores, tendo em vista, que, para o
funcionamento efetivo do evento Kaizen, é importante a colaboração e o
engajamento de todos os colaboradores envolvidos.

g. Observação e planejamento – Por fim, deve ser observado


os resultados obtidos com a implantação do processo e devem ser
planejados os próximos passos de melhorias, podendo voltar para início
do ciclo, ou então para partes dele, buscando sempre meios de melhoria
contínua através da eliminação de desperdícios.

Se o plano de ação funcionar para os demais produtos e em todos


os processos, a aplicação foi realizada de forma efetiva.

Toda a realização do Kaizen, e das etapas supracitadas dependem


de dados operacionais que serão fornecidos a quem está implementando
a ferramenta.

Nesse contexto, é importante ter um método eficiente de coleta


de dados. Para aplicação no Kaizen, há três métodos padrão que são
comumente encontrados e consideradas ferramentas eficientes, observe
a seguir:

•• Mapeamento de fluxo de valor (MFV).

•• Estudo de tempos e movimentos.


20 Controle de Qualidade Industrial

•• Diagramas espaguete.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que
o Kaizen é uma ferramenta de melhoria contínua que
surgiu após a Segunda Guerra Mundial, no Japão, em
uma fábrica de automóveis, a Toyota. Você aprendeu que
Kaizen, na verdade é uma filosofia que tem como objetivo,
fazer com que a linha de produção não seja paralisada, e
por isso, é considerada uma ferramenta do controle de
qualidade industrial, principalmente no que diz respeito
aos processos organizacionais. Você aprendeu que, através
do Kaizen, é possível melhorar os resultados econômicos,
a cultura organizacional, a produtividade da empresa e
consequentemente otimizar os processos operacionais e
organizacionais. Por fim, você aprendeu que a implantação
da filosofia Kaizen, na verdade é chamada de evento Kaizen.
Controle de Qualidade Industrial 21

Controle Estatístico de Processos (CEP)

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você será capaz de compreender


os conceitos fundamentais acerca do Controle Estatístico
de Processos (CEP). Esses conceitos são importantes
porque servem como base para execução do controle
de qualidade de forma mais eficiente e eficaz, através de
dados estatísticos. E então? Motivado para desenvolver
esta competência? Então vamos lá. Avante!

A Estatística no Controle da Qualidade


Com base no Controle Estatístico de Processos (CEP), a qualidade
dos produtos pode ser averiguada enquanto estão ocorrendo os
processos. Assim, o controle estatístico da produção possibilitou que os
erros fossem eliminados de forma:

•• Corretiva – Quando o erro já aconteceu, seja no processo ou no


produto acabado.

•• Proativa – Antecipa erros que podem acontecer tanto nos


processos, quantos nos produtos acabados.

Mas afinal, o que é controle estatístico de processos (CEP)?

DEFINIÇÃO:

O controle estatístico de processos é uma metodologia de


controle de qualidade, que utiliza métodos estatísticos para
identificar erros nos processos.
22 Controle de Qualidade Industrial

Tipologias de CEP
Para entender quais são os tipos de controle estatísticos da produção
é necessário entender que existem diferentes sistemas de produção, pois
os tipos de CEP existentes são baseados nos sistemas de produção.

Então vamos entender esses sistemas:

•• Sistemas de produção em massa – Que são sistemas de produção


em larga escala, ou seja, existe uma linha de montagem para
produção em grande quantidade de um único produto, que ficou
conhecido por Henry Ford.

•• Sistema de produção intermitente – No sistema de produção


intermitente os produtos são fabricados em lotes, nesse modo
de produção existe uma grande variedade de produtos, mas com
estoque baixo de cada um.

•• Sistema de produção contínua – No sistema de produção contínua,


a produção deve ser realizada sem pausa, ou com o mínimo de
interrupções possíveis, assim, a produção dos produtos é realizada
em grandes quantidades.

•• Sistema de produção enxuta – O tipo de produção enxuta, é de


produção que tenta reduzir ao máximo os desperdícios, ou esses
são eliminados totalmente, por isso o nome.

Agora vamos entender quais são os tipos de CEP existentes,


observe:

•• CEP convencional – A aplicação do CEP convencional é voltada


para empresas em que existem muitos dados a serem abordados.

•• CEP para pequenos lotes – CEP para pequenos lotes, é quando


existe pouca diversidade de produtos e consequentemente pouca
diversidade de dados também.

•• CEP de processo contínuo – Já o CEP de processos contínuos,


são CEPs que de fato, são voltados para sistemas de produção
contínua.
Controle de Qualidade Industrial 23

Observe a tabela:
Tabela 1 – Sistemas de produção e tipos de CEP

Fonte: Ramos (2016).

Conforme pode ser observado na tabela acima, o controle estatístico


convencional pode ser aplicado a todos os tipos de produção com
exceção somente da produção enxuta, porque normalmente a produção
enxuta não dispõe de muitos dados, os dados são mais concentrados nos
custos dos produtos.

Então para produção enxuta, o ideal é o CEP de pequenos lotes, já


que existe pouca diversidade de dados.

O CEP de pequenos lotes também pode ser aplicado ao sistema de


produção intermitente já que no sistema de produção intermitente existe
uma grande variedade de produtos, entretanto esses são produzidos em
pequenos lotes diversos.

E na produção contínua, além do CEP convencional, conforme


pode ser observado na tabela acima, também é possível utilizar o CEP
específico para processos de produção contínua.
24 Controle de Qualidade Industrial

Aplicação do CEP
Uma das formas de aplicação do controle de estatístico da
qualidade, é através dos gráficos de controle, que detectam alterações
nos processos organizacionais.

E qual é a implicação dessa afirmativa?

Os gráficos de controle funcionam com base na premissa de


que quanto menor for a dispersão entre as variáveis envolvidas em um
processo produtivo, maior a possibilidade de gerar resultados positivos.

REFLITA:

Mas num processo industrial, é possível que os processos


sejam realizados de forma constante? Ou seja, sem
alterações?

A resposta para a pergunta destacada na reflexão, é não, em uma


indústria, seja de produção em massa, contínua, intermitente ou enxuta,
existem variações na realização de um processo e outro.

Então, qual seria o objetivo do controle estatístico dos processos


através dos gráficos de controle?

Considerando a afirmativa de que os gráficos de controle trabalham


com a ideia de quanto menor a dispersão ocorrida, maior a possibilidade
de lucros, mas em contrapartida a variação ocorridas nos processos é
uma característica intrínseca do setor, os gráficos de controle têm como
objetivo nesse contexto, identificar essas dispersões, bem como identificar
as causas dessas dispersões.

Existem dois tipos de causas perceptíveis em um processo


produtivo, consideráveis para controle estatístico da qualidade através de
gráficos de controle, e são essas:

•• Causas aleatórias – São causas consideradas relativamente


pequenas, e intrínsecas do setor, normalmente com relação a esse
Controle de Qualidade Industrial 25

tipo de causa não tem muito o que se fazer. Essas causas acontecem
em períodos irregulares, e não afetam de forma significativa a
produção. No contexto dos gráficos de controles, essas causas
não têm impactos tão significativos se ocorrerem individualmente,
entretanto, elas podem ocorrer em grande quantidade ou por
longos períodos o que pode afetar a variabilidade dos processos,
mas não de forma significativa.

•• Causas atribuíveis – Já as causas atribuíveis, são causa únicas


e especiais, que mesmo sozinhas já tem grande impacto nos
processos organizacionais, em contrapartida essas causas
acontecem normalmente de forma isolada.

Então, considerando essas duas causas, a que tem influência maior


no gráfico de dispersão, são as causas atribuíveis, tendo em vista, que
elas têm um impacto nos processos produtivos, então quando esse tipo
de causa ocorre, existe um descontrole na produção. Já quando existem
somente as causas aleatórias, o impacto não é tão grande, então é essa
variabilidade que é inerente ao setor e é considerada comum.

EXEMPLO

Um exemplo de uma causa aleatória, é a atualização de um


software de um sistema operacional que ocorre de forma isolada e
esporadicamente.

Considerando o exemplo acima, naquele momento da atualização,


ocorre uma pausa nas tarefas que dependem desse software, criando
uma variação nos processos organizacionais, entretanto, essas variações
não terão impacto significativo no processo como um todo.

Agora imagine que essa atualização deva ser realizada vários


dias na semana, aí sim essa causa terá um impacto maior no processo
como um todo, o gráfico irá identificar esse tipo de dispersão, e então a
organização deverá elaborar uma solução para que isso não implique na
produção como um todo.
26 Controle de Qualidade Industrial

Agora observe a seguir um exemplo de causa atribuível.

EXEMPLO

Pode ser considerado um exemplo de causa atribuível a alteração


da matéria prima. Digamos que uma indústria tenha fechado um pedido
de produção de 50 camisas vermelhas, e quando a empresa vai iniciar a
produção percebe que o tecido não veio na cor escolhida.

Esse problema do exemplo acima, terá um impacto significativo


em alguma tarefa da produção e consequentemente em todas as outras
tarefas seguintes, afetando de forma significativa o planejamento de
produção daquelas camisas.

Então vamos entender de forma prática.

Considere que uma empresa X, planejou ter produção mensal dos


produtos A, em torno de 50 por mês, durante um ano, mas a produção
aconteceu da seguinte forma, com limite de erro de 10 peças produzidas
a mais ou 10 peças produzidas a menos:
Tabela 2 – Produção estimada e produção incorrida da empresa X

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).


Controle de Qualidade Industrial 27

Observe como ficaria o gráfico de controle de produção nesse caso:


Figura 4 – Gráfico de controle

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

A linha azul do gráfico representa a média que deve ser seguida,


e conforme pode ser observado apenas um mês atingiu a produção
estimada, nos demais meses, a variação na produção é gigante, e apenas
o mês de maio ficou dentro do limite de produção, então ao observar esse
gráfico é possível determinar que a produção está fora de controle.

Agora observe outra situação, considerando ainda a empresa X que


deseja produzir mensalmente durante um ano 50 peças por mês, com
possibilidade de 10 peças produzidas a mais ou 10 peças produzidas a
menos, imagine que produção incorrida tenha sido a seguinte.
28 Controle de Qualidade Industrial

Tabela 3 - Produção estimada e produção incorrida da empresa X

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Agora observe como ficou o gráfico de controle com esses novos


resultados:
Figura 5 – Gráfico de controle

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).


Controle de Qualidade Industrial 29

Observe que nesse caso, apenas dois meses ficaram fora dos
limites de produção, o mês de julho ficou fora do limite superior, e o
mês de outubro fora do limite inferior, mas você lembra que no início foi
citado que é comum do setor industrial ocorrerem variações, e existem as
causas aleatórias que não impactam de forma significativa na produção?
Então, independente de terem ocorrido essas pequenas variações, é
possível que causas tenham sido aleatórias, porque ao final do ano, a
produção estará com uma quantidade estimada próxima a quantidade
real produzida, isso implica dizer, conforme análise do gráfico acima, a
produção está controlada.

Nos exemplos foram tomados como base de dados a quantidade


de unidades produzidas, entretanto, existem outros indicadores e outras
fontes de dados, quais sejam:

•• Quantidade produzida – conforme foi citado no exemplo, pode ser


averiguado e tomado como indicador a quantidade de unidades
produzidas, então no gráfico será observada a quantidade
produzida fora da média.

•• Sequência – Nesse caso, é avaliada a sequência com que a


variabilidade ocorre, ou seja, se a variação ocorrer de forma
sequenciada somente para baixo, algum ponto neste sentido está
errado, então a sequência pode ser utilizada para identificar de
forma mais precisa a causa.

•• Periocidade – De quanto em quanto tempo ocorrem as variações


na curva? Essas variações ocorrem sempre num mesmo período?
São sazonais? Perguntas como essas acimas, podem determinar
o porquê das variações.

•• Tendência – Deve ser verificado se essas dispersões seguem


algum tipo de tendência, nesse caso, devem ser avaliadas outras
variáveis, para verificar se elas influenciam na dispersão das
causas.
30 Controle de Qualidade Industrial

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que o controle estatístico da produção permitiu que os
erros possam ser averiguados de forma corretiva, ou seja,
é quando um erro já aconteceu, seja no processo ou no
produto acabado, ou de forma proativa, em que é possível
prever os erros que podem acontecer tanto nos processos,
quantos nos produtos acabados. Você aprendeu que
existem diferentes tipos de controles estatísticos de
processos (CEP), quais sejam: CEP convencional, CEP
para pequenos lotes, CEP de processo contínuo, e que
eles são aplicados as organizações conforme os sistemas
de produção utilizados pelas organizações. Já quanto a
aplicação de controles estatísticos de processos, pode ser
realizada por meio de gráficos de controle. Esses gráficos de
controle irão avaliar a dispersão das variáveis em processos
e de acordo com a variabilidade dessas causas, é definido
se um processo está sob controle ou se um processo está
fora de controle. Vale lembrar ainda que, existem limites
aceitáveis, fora da métrica ou padrão definido pelo gráfico
de controle. Por fim, você aprendeu que as métricas dos
gráficos podem se basear: na quantidade produzida, em
que pode ser averiguada e tomada como indicador a
quantidade de unidades produzidas; na sequência, em que
é avaliada a sequência com que a variabilidade ocorre; na
periocidade, em que perguntas como, “Quanto em quanto
tempo ocorrem as variações na curva?”, “Essas variações
ocorrem sempre num mesmo período?”, “São sazonais?”,
podem determinar o porquê das variações; e na tendência,
em que deve ser verificado se essas dispersões seguem
algum tipo de tendência.
Controle de Qualidade Industrial 31

Programas 5S e 8S

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você aprenderá os conceitos


dos programas 5S e 8S, suas aplicações, implantação,
gerenciamento e benefícios. O aprendizado sobre essas
ferramentas é importante para o controle da qualidade
industrial, e fundamental para aplicação também de outras
ferramentas no contexto de controle da qualidade industrial.
E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!

Definição do Programa 5s
O programa 5S, é uma metodologia voltada para a gestão da
qualidade que tem como objetivo a melhoria contínua, baseado em cinco
características, que derivam do seu nome 5S.

São 5 palavras iniciadas com a letra S que formam o conjunto de


palavras japonesas e que são a razão para o nome do programa. Observe
na tabela abaixo as palavras e suas respectivas traduções:
Tabela 4 – Tradução do programa 5S

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).


32 Controle de Qualidade Industrial

Observe a representação do programa 5S:


Figura 6 – Representação gráfica do programa 5S

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Implantação do Programa 5S
A implantação do programa 5S ocorre através da aplicação do
cincos passos citados, que podem ser observados abaixo, juntamente
com suas definições e formas de aplicação:

I. Seiri – A primeira palavra do programa, que significa senso de


utilização, diz respeito à utilização dos recursos dentro de uma indústria.
Nesse momento é realizada a separação entre os recursos úteis e os
recursos que podem ser descartados, fazendo essa distinção entre os
recursos úteis e recursos que podem ser descartados, é possível eliminar
desperdícios, otimizando a capacidade produtiva da organização.

Por meio desse método podem ser averiguados os seguintes


recursos:

•• Insumos.

•• Materiais gerais.

•• Máquinas.

•• Documentos.
Controle de Qualidade Industrial 33

•• Fluxo de caixa.

Nesse momento a forma de saber se os recursos acima são úteis ou


não é fazendo os seguintes questionamentos:

•• A empresa realmente precisa disso?

•• Em que o recurso X, será aplicado?

De forma prática, na indústria, devem ser avaliados as máquinas


obsoletas ou que não estejam mais atendendo as demandas, da indústria,
bem como insumos que não são mais necessários, para definir o que
realmente é utilizado na indústria.

II. Seiton – Sua tradução significa ordenação, que implica em senso


de ordenação, e tem relação com o sentido de ordem ou organização.
Então nessa etapa dos 5S, os recursos devem ser organizados e
destinados a sua função.

Funciona como se fosse uma organização simples de casa, por


exemplo, se um material X será destinado a utilização no processo A,
então esse material deve ser armazenado em local mais próximo ao local
onde vai ser utilizado, facilitando o processo A.
Essa organização deve ocorrer em dois passos:
a. Os recursos devem ser separados por características.
b. Depois de separados por características devem ser destinados à
sua função.

EXEMPLO

Considere uma indústria de fabricação de roupas, em que existem


tecidos, linhas, agulhas, entre outros recursos. O primeiro passo seria
separar esses materiais por características, tecidos de malha todos em um
local, jeans em outro local, linha em outro e assim, como todo os materiais.
O segundo passo seria separar esses materiais por destino, digamos que
os tecidos de malha sejam utilizados para fazer camisas masculinas e
blusas femininas, e que eles sejam utilizados em processos diferentes.
Então parte do tecido de malha que já foi separado, será armazenado em
local que facilite a fabricação das camisas, enquanto a outra parte que é
34 Controle de Qualidade Industrial

destinada a fabricação das blusas femininas deverá ser armazenado em


local que facilite o processo de produção das blusas.

III. Seiso – Sua tradução literal significa: arrumado ou limpo. E no


programa 5S, diz respeito ao senso de limpeza acerca do ambiente
trabalho. De forma bem simplificada, o programa considera que um
ambiente limpo e arrumado pode melhorar a produtividade e qualidade
de trabalho, bem como, qualidade dos produtos, assim os resultados
podem ser melhores quando o trabalho é realizado no ambiente limpo,
arrumado e organizado.

Nesse caso, deve ser considerado o quanto o ambiente deve estar


limpo e arrumado, para melhorar a qualidade dos processos, e quanto
a arrumação desse ambiente pode influenciar nos trabalhos realizados,
negativamente ou positivamente.

IV. Seiketsu – Essa fase diz respeito ao senso de padronização. E


é padronização das tarefas realizadas anteriormente, então o Seiketsu,
deve ser aplicada depois da aplicação dos três primeiros S. Verificando
que a aplicação dos sensos de utilização, organização e limpeza foram
realizados de forma efetiva, chegou o momento de padronizar esses
métodos em todos os processos organizacionais da indústria. Além disso,
os aspectos do programa 5S, devem se tornar comuns e rotineiros aos
colaboradores, em outras palavras, as características do 5S devem se
tornar uma cultura da organização.

V. Shitsuke – Em sua tradução literal da palavra, significa disciplina, é


exatamente isso que essa fase pede, disciplina na aplicação do programa.
Nessa fase, a execução deve ser monitorada.

A aplicação desses sensos deve ser executada de forma disciplinada,


para que o programa funcione de forma efetiva, devendo ter participação
de todos os colaboradores dentro da indústria
Controle de Qualidade Industrial 35

Benefícios do 5S
A aplicação do programa em processos industriais pode ser
realizada de forma colaborativa com outras ferramentas. Tendo como
exemplo a aplicação desse programa em conjunto com ferramentas de
Controle Estatístico de Processos (CEP), bem como com a ferramenta
Kaizen, estudadas nesse conteúdo, ou com demais ferramentas tais
como:

•• Just in time.

•• Kanban.

•• PDCA.

•• Diagramas de causa e efeito.

•• Diagramas de dispersão.

•• Sistemas próprios da organização.

A aplicação em conjunto dessas ferramentas, pode ser considerada


uma vantagem, tendo em vista que dessa forma os processos de controle
da qualidade são melhorados.

Além desse benefício ou vantagem, existem outros benefícios que


podem ser citados com clareza da ferramenta para melhoria contínua nos
processos e controle da qualidade.

Esses benefícios podem ser observados a seguir:

•• A qualidade dos produtos é melhorada conforme o método for


aplicado.

•• A produtividade da organização também é aumentada, em


consequência da metodologia aplicada.

•• Conforme já citado, a ferramenta pode ser utilizada em conjunto


com outros tipos de ferramentas, e corroborando com essa
vantagem, a ferramenta deixa a organização preparada para
implantação de outros tipos de ferramentas, sejam ligadas ao
processo de melhoria contínua ou não.
36 Controle de Qualidade Industrial

•• Detecta oportunidades de melhorias nas tarefas e


consequentemente dos processos.

•• Melhora o ambiente e harmonia do local de trabalho, deixando o


ambiente mais harmonioso e organizado.

•• Cumpre requisitos da certificação ISO 9001.

É importante destacar e falar sobre esse último benefício do


programa, pois ele é muito importante também no processo de garantia
do controle da qualidade, já que a ferramenta 5S está de acordo com os
requisitos exigidos pela ISO 9001, facilitando o processo de certificação
da empresa e dos produtos.

Considerando os requisitos da ISO 9001, podemos destacar mais um


benefício da aplicação do 5S, nesse caso, não é um benefício esperado
pelo programa, mas um benefício inerente ao programa, que é garantia
de segurança, seja dos colaboradores ou seja dos produtos, dos usurários
dos produtos.

E por que podemos dizer que esse benefício é inerente ao


programa?

Quando dizemos que o programa dispões de características que


cumprem os requisitos da ISO 9001, estamos dizendo também que os
produtos dispõem de segurança para quem vai utilizá-los, bem como o
ambiente de trabalho também é um local seguro para os trabalhadores, já
que essa é uma imposição da ISO 9001, para certificação.
Controle de Qualidade Industrial 37

Programa 8S
O programa 8S, também é uma metodologia de busca por melhoria
contínua da organização, e muitas vezes pode ser confundida com o
programa 5S, entretanto esse é um programa mais completo, que além
dos cinco sensos citados no programa 5S, dispões de mais 3.

Observe na tabela abaixo, quais são os 8S da metodologia:


Tabela 5 – Tradução do programa 8S

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Vamos relembrar dos conceitos aprendidos nos 5S, que também


são os conceitos utilizados na metodologia 8S:

I. Seiri – Significa senso de utilização, diz respeito à utilização dos


recursos dentro de uma indústria.

II. Seiton – Implica em senso de ordenação, e tem relação com o


sentido de ordem ou organização. Então nessa etapa os recursos devem
ser organizados e destinados a sua função.

III. Seiso – Diz respeito ao senso de limpeza acerca do ambiente


trabalho.
38 Controle de Qualidade Industrial

IV. Seiketsu – É onde ocorre a padronização dos métodos em


todos os processos organizacionais da indústria. Além disso, os aspectos
do programa devem se tornar comuns, e rotineiros aos colaboradores,
em outras palavras, as características devem se tornar uma cultura da
organização.

V. Shitsuke – Nessa fase, a execução deve ser monitorada, para que


a aplicação da ferramenta ocorra de forma disciplinada.

Além desses sensos, no programa 8S, são expostos mais 3 sensos,


quais sejam:

VI. Shikari Yaro – Diz respeito ao senso de determinação ou união,


isso significa que o ambiente de trabalho deve ser harmonioso, com
aspecto de união. Para que o ambiente tenha essa característica é
importante que exista uma motivação aos colaboradores.

VII. Shido – No programa 8S do Brasil, Shido diz respeito ao senso


de capacitação, que tem como base o princípio de que colaboradores
capacitados podem trazer melhores resultados.

Então de acordo com o programa é interessante que as organizações


promovam capacitações, cursos, treinamentos, entre outras formas de
promover motivação e capacitação dos colaboradores.

VIII. Setsuyaku – Por fim, setsuyaku em sua tradução literal significa


poupança, que no brasil implica em senso de economia. E esse deve
incorporado a empresa, depois que todos os outros sensos já foram
aplicados.

Nesse momento é que o objetivo de fato é aplicado e ocorre


de forma educativa, um incentivo a eliminação de desperdícios, para
melhores resultados.

Observe a representação gráfica do programa:


Controle de Qualidade Industrial 39

Figura 6 – Representação gráfica do programa 8S.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Assim, a aplicação do programa é realizada a partir da implantação


dos oitos sensos citados acima.

Avaliação dos Programas


Após a implantação dos programas, tanto o programa 5S, quanto
o programa 8S, as aplicações das técnicas devem ser monitoradas e
avaliadas para entender a efetividade do programa.

Os sensos devem ser avaliados da seguinte forma: para que a


melhoria da qualidade seja contínua, é necessário que os sensos sejam
monitorados com frequência, garantindo que sejam cumpridos com
efetividade, bem como em busca de novos pontos e oportunidades de
melhorias, para otimização de processos organizacionais e eliminação de
desperdícios.
40 Controle de Qualidade Industrial

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que o programa 5S, é uma metodologia voltada para a
gestão da qualidade que tem como objetivo a melhoria
contínua, baseada em cinco características, que derivam do
seu nome 5S, que representa cinco palavras: Seiri, Seiton,
Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que significam respectivamente:
senso de organização, senso de limpeza, senso de
padronização e senso de disciplina. Você aprendeu também
sobre a ferramenta 8S, que também é uma metodologia
de busca por melhoria contínua da organização, e muitas
vezes pode ser confundida com o programa 5S, entretanto
esse é um programa mais completo, que além dos cinco
sensos citados, no programa 5S, dispões de mais 3 sensos,
quais sejam: Shikari Yaro, Shido e Setsuyaku, que significam
respectivamente senso de determinação ou união, senso
de capacitação e senso de economia. Você entenderá ao
longo desta unidade como esses conceitos estudados
podem contribuir para o controle de qualidade.
Controle de Qualidade Industrial 41

Técnica Seis Sigma

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo você aprenderá conceitos


importantes da técnica Seis Sigma, bem como também
aprenderá sobre a história, definição e aplicação da
ferramenta. Esses conceitos são importantes para que
você consiga adentrar no assunto e o conhecimento dessa
ferramenta é fundamental para a execução do controle
de qualidade de forma mais eficiente e eficaz. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!.

História
Em português a técnica é conhecida com Seis Sigma, mas seu nome
original é Six Sigma, onde six, do inglês, em sua tradução literal significa
seis, e sigma é a décima oitava letra do alfabeto grego, representado pela
imagem que pode ser observada a seguir.


Figura 7 - Representação de Seis Sigma

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).


42 Controle de Qualidade Industrial

A metodologia, foi surgiu em 1978, por Eli Whitney, que tinha a ideia
de identificar defeitos através da análise da qualidade de produtos.

Entretanto, a ferramenta só passou a ser conhecida de fato, por


volta da década de 1980, quando se deu início a utilização da técnica. Em
seguida a empresa GE, também passou a utilizar a técnica seis sigmas, e
então a metodologia tomou maiores proporções.

A partir de então o monitoramento da qualidade do produto através


de técnicas, como essas para detecção de defeitos e causas passaram
a ser mais comuns, mundialmente falando, em vários setores da cadeia
produtiva.

Embora essa técnica tenha sido criada somente em 1978, e


conhecida a partir da década 80, os modelos estatísticos para controle da
qualidade industrial já faziam parte do setor produtivo, implantados por
outras empresas com grandes referências, como Toyota e Ford.

Então o modelo Seis Sigma não foi criado como objetivo de substituir
as demais técnicas, mas com objetivo de corroborar com o controle
estatístico da qualidade. Nesse contexto, algumas ferramentas serviram
de inspiração para o modelo proposto, impactando na implantação e
elaboração do Seis Sigma.

As ferramentas são:

•• Gráficos de controle.

•• Ciclo PDCA.

•• Ciclo PDSA.

•• Diagrama de Pareto.

•• Diagrama de Ishikawa.

Então observe de forma gráfica como a ferramenta foi criada e se


tornou conhecida mundialmente.
Controle de Qualidade Industrial 43

Figura 8 – Organograma dos Seis sigmas.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Conforme pode ser observado, primeiro surgiram os modelos


estatísticos para controle da qualidade, em paralelo com a criação das
ferramentas de controle estatístico da qualidade, que serviram como
base para criação da ferramenta Seis Sigma, em 1978, que só se tornou
conhecida mundialmente e passou então a ser utilizada na década de 80,
através das empresas Motorola e GE.

Mas sabendo a base histórica, como surgiu a metodologia de fato?

A Motorola que era uma empresa considerada grande, com


diversos processos e colaboradores, entendia a importância do controle
da qualidade dos seus produtos, e a abordagem desse controle por
processos, já que considerando o tamanho da empresa, era impossível
fazer esse controle de forma pessoal.
44 Controle de Qualidade Industrial

Considerando a importância desse controle da qualidade, e


verificando a necessidade de um sistema que pudesse fazer esse controle,
a empresa implantou o método de controle DMAIC, que é baseado em
cinco etapas:

1. Definição.

2. Medição.

3. Análise.

4. Melhoria.

5. Controle.

O DMAIC também pode ser representado pela seguinte imagem:


Figura 9 - DMAIC

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

E qual a relação com a ferramenta Seis Sigma?

A filosofia criada em 1978, define um controle de qualidade por meio


da implantação do DMAIC em organizações, para controle da qualidade,
Controle de Qualidade Industrial 45

então o que era considerado uma filosofia, se tornou uma ferramenta


implantada pela Motorola.

Definição
Conhecendo a história da ferramenta já foi possível definir que
ela é de controle da qualidade, baseada em modelos estatísticos,
para identificar problemas ou defeitos em produtos ou nos processos
organizacionais, que envolvem o controle da qualidade.

Conforme já citado a metodologia utiliza o método DMAIC, para


aplicação, que em conjunto as ferramentas têm como objetivos:

a. Redução de custos.

b. Otimização dos processos.

c. Otimização dos produtos.

d. Busca por satisfação dos clientes.

Em consequência desses objetivos, um objetivo comum e intrínseco


da ferramenta é o aumento de resultados operacionais da organização,
que não significam necessariamente aumento da lucratividade, e sim
melhorias no processo operacional.

Resumindo, Seis Sigma é uma ferramenta voltada para o controle


da qualidade industrial, que tem objetivos diversos para atingir o fim
principal. Em decorrência, além da utilização da ferramenta para o seu fim
específico, na indústria que seria o controle da qualidade industrial, ela
também é aplicada em vários âmbitos operacionais, que visam a satisfação
dos clientes e consequentemente acarretam resultados positivos para a
organização como um todo.

Aplicação
A aplicação da técnica Seis Sigma, conforme já citado, deve ser
realizada em paralelo com a ferramenta DMAIC, que é baseado em cinco
etapas:
46 Controle de Qualidade Industrial

Figura 10 – Etapas do DMAIC

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

Então, já se tem um ponto de partida para a técnica, em que:

1. A definição é a determinação ou delimitação das necessidades da


organização.

2. Medição se refere a mensuração dos processos como todo, nessa


etapa os dados acerca dos resultados dos processos, devem ser
determinados, bem como os dados, acerca do desempenho dos
processos.

3. A próxima etapa é a análise dos dados. E deve ocorrer sempre


depois das etapas 1 e 2, tendo em vista que os dados que devem
ser analisados serão delimitados nas etapas 1 e 2, dessa forma,
as etapas anteriores devem ocorrer sempre de forma minuciosa
e fidedigna.

4. Depois que os dados foram analisados, chegou à parte da


implantação de melhorias, nesse momento a empresa deve
buscar soluções para as necessidades da empresa com base no
desempenho dos processos.

5. E por fim, deve ser realizado um controle das soluções que foram
implantadas. É realizado o acompanhamento dessas soluções.
Controle de Qualidade Industrial 47

REFLITA:

Até aqui falamos muito sobre a metodologia DMAIC, mas


então qual a função dos Seis Sigma para controle da
qualidade industrial nesse contexto, em paralelo com o
DMAIC?

Nesse contexto, a ferramenta DMAIC servirá como base para


funcionamento dos Seis Sigma.

Sabemos que, a aplicação dos Seis Sigma, é baseada em dados


quantitativos da organização, então é fundamental que a mesma
disponha de uma boa base de dados, bem como, esses dados devem ser
armazenados de forma que representem a empresa.

Considerando os passos de aplicação da ferramenta DMAIC, o Seis


Sigma, já terá uma base de dados confiável acerca das necessidades
da organização, desempenho dos processos e resultados de soluções
implantadas com o objetivo de atingir as necessidades da organização.

É importante essa definição fidedigna dos dados, pois esses devem


representar o que acontece de fato dentro da empresa, e só então a
ferramenta poderá apresentar resultados fidedignos a organização, e que
realmente terão utilidade.

Além disso, os dados serão considerados métricas, ou seja,


indicadores de para aplicação dos Seis Sigma.

Vamos entender de forma prática!

Considere que a necessidade da organização do momento, é reduzir


o consumo de energia de R$ 500.000,00 pagos para R$ 480.000,00.

De acordo com o DMAIC, a necessidade da empresa foi delimitada,


então o primeiro passo está definido.

O segundo passo é analisar os processos, então ao fazer isso,


descobriu-se que em um processo específico, uma máquina ficava ligada
quando não estava sendo utilizada.
48 Controle de Qualidade Industrial

Analisando os dados, verificou-se que essa máquina consumia R$


15.000,00 de energia enquanto não estava em uso, mas estava ligada.

Considerando esses fatos, a solução definida foi desligar essa


máquina enquanto ela não estiver em uso.

E ao desligar a máquina, enquanto ela não estava em uso, a empresa


conseguiu reduzir o consumo de energia para R$ 485.000,00.

Agora será que R$ 485.000,00 é suficiente para atender os objetivos


da empresa? Para isso precisamos saber quanto esse R$ 5.000,00 não
reduzidos representa em porcentagem valor total pago.

Os fatos acima então ocorrem da seguinte forma:

•• A empresa paga mensalmente um valor de R$ 500.000,00 de


energia.

•• Então ela quer reduzir esse valor para R$ 480.000,00.

•• Considerando isto, ele precisa reduzir R$ 20.000,00 (500.000-


480.000).

•• Mas o resultado que ela conseguiu foi reduzir para R$ 485.000,00.

•• Então o total reduzido foi de R$ 15.000,00 (500.000-485.000).

•• Ela conseguiu reduzir proporcionalmente 3% do valor total


((15.000/500.000) *100).

•• E mesmo reduzindo somente 3% do valor total pago, ela conseguiu


atingir 75% do seu objetivo ((15.000/20.000) *100).

Quando falamos que a empresa conseguiu reduzir somente 3%,


do valor total pago de energia mensalmente, parece ser uma redução
insignificante, mas quando é considerado a necessidade da empresa, é
notável que essa pequena redução pode ser significativa e até suficiente
para atingir os objetivos da organização.

E é exatamente onde entra o Seis Sigma, ele faz uma análise


dos resultados, considerando diversas variáveis, mesmo que essas
representem pequenos valores dentro contexto empresarial.
Controle de Qualidade Industrial 49

Considerando a importância desses pequenos valores, em grandes


quantidades de variáveis, a ferramenta dispões de uma tabela para
medição dos níveis de qualidades de um processo.

Observe:
Tabela 6 – Nível de qualidade Seis Sigma

Fonte: Elaborado pelas autoras (2021).

E o que demonstra os resultados dessa tabela?

Observe que, quanto maior a possibilidades de problemas, menor


é a possibilidade da empresa estar agindo em conformidade, em outras
palavras, numa empresa com 691.463 erros por milhão, ela só age
corretamente em 30,85% das vezes.

Então a tabela demonstra que quanto maior o nível sigma, melhor a


empresa está com relação a qualidade dos seus processos, ou seja, se o
processo for apontado como nível 6 sigma, o processo será considerado
com qualidade ótima.

Ainda segundo a tabela, pode ser observado que os resultados


só são considerados satisfatórios a partir no nível 4, ou seja, quando a
empresa está acertando a partir de 99,38% das vezes, e então você pode
pensar, que é uma porcentagem de acertos muita alta para ser atingida,
mas você deve levar em consideração que o método Seis Sigma, está
sendo aplicado sobres os resultados de soluções implantadas através da
ferramenta DMAIC.
50 Controle de Qualidade Industrial

Para finalizar, considerando o exemplo da empresa acima, reduzir


R$ 15.000,00 de energia de acordo com o método Seis Sigma, seria
suficiente? A resposta é não, considerando a quantidade de erros, bem
como a necessidade da empresa, o resultado não é satisfatório.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a metodologia surgiu em 1978, por Eli Whitney, que
tinha a ideia de identificar defeitos através da análise da
qualidade de produtos. Entretanto, a ferramenta só passou
a ser conhecida de fato, por volta da década de 1980 deu
início a utilização da técnica. Em seguida a empresa GE,
também passou a utilizar a técnica Seis Sigma, e então
a metodologia tomou maiores proporções, e que em
português a técnica é conhecida com Seis Sigma, mas seu
nome original é Six Sigma, onde six em sua tradução literal
significa seis, e sigma é a décima oitava letra do alfabeto
grego, representado pela imagem que pode ser observada
a seguir. Por fim, você aprendeu que a ferramenta utiliza
métodos estatísticos para demonstra a qualidade um
processo, baseado nos resultados obtidos através da
aplicação da ferramenta DMAIC.
Controle de Qualidade Industrial 51

REFERÊNCIAS
ARAUJO, C. A. C.; RENTES, A. F. A metodologia kaizen na
condução de processos de mudança em sistemas de produção
enxuta. Revista Gestão Industrial, São Paulo, v. 02, n. 02: p. 133-
142, 2006. Disponível em: http://files.cdstreinamentoeconsultoria.
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RAMOS, A. W. CEP para processos contínuos e em bateladas. [s. l.]:


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ROTHER, M.; SHOOK, J. Aprendendo a enxergar. São Paulo: Lean


Institute Brasil, 1999.

TAPPING, D; LUYSTER, T.; SHUKER, T. Value Stream Management:


eight steps to planning, mapping, and sustaining lean improvements. New
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