Nutricao Clinica 03
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CURSO DE
NUTRIÇÃO CLÍNICA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
NUTRIÇÃO CLÍNICA
MÓDULO III
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tanto das equipes de trabalho quanto de pacientes, podendo ainda “atender” às
crianças do orfanato, à escola de moças ou idosos de um asilo.
A separação física da cozinha e do refeitório, segundo Nogueira e Lopes
(2003) apud Godoy, Lopes e Garcia (2007), somente ocorreu na década de 1970.
Nessa mesma década, segundo os mesmos autores, as religiosas afastaram-se do
setor de alimentação, voltando para o trabalho nas capelas hospitalares, ao mesmo
tempo em que se iniciava o ingresso de nutricionistas nos hospitais. Também houve
a substituição do termo “cozinha hospitalar” por “serviço de nutrição e dietética”.
Atualmente os hospitais são estruturas complexas, definidas por proverem
leitos, terapia médica, alimentação e cuidados de enfermagem constante, com o
objetivo de recuperar a saúde do paciente (GARCIA, 2006). O processo de
alimentação tornou-se mais complexo e exige uma competência técnica
especializada para tal atividade, própria do avanço das tecnologias na área da
saúde.
A tecnicização do processo de alimentação hospitalar tem sido lenta, pois o
Serviço de Nutrição e Dietética das instituições dependem da valorização, por parte
dos gestores, para ganhar prioridade de investimento em equipamentos,
infraestrutura e recursos humanos, bem como uma autovalorização dos próprios
profissionais que compõem esse serviço, desde cozinheiros, copeiros e, inclusive,
nutricionistas, para que identifiquem e busquem formas de melhorar seu serviço,
sentindo-se pertencentes a este e fundamentais nas suas tarefas e rotinas.
Este processo de aperfeiçoamento tecnológico combina com uma divisão
mais profissional e minuciosa das funções, dependendo de uma formação mais
especializada de nível médio e superior. De acordo com Godoy, Lopes e Garcia
(2007), os indivíduos que trabalham algum tempo nas unidades de alimentação e
nutrição hospitalares são, predominantemente, de origem pobre, e possuem uma
moral de trabalho semelhante àquela dos empregos exercidos historicamente por
seus antepassados, as atividades de natureza doméstica; ao passo que os
indivíduos mais jovens possuem um comportamento mais racional e técnico.
A valorização de intervenções e ações que contemplam mais tecnologia do
que aquelas identificadas como atividades de caráter doméstico, caso da
alimentação estimula os procedimentos ligados as novas tecnologias e produtos de
caráter mais medicamentoso do que alimentar (uso de suplementos nutricionais
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industrializados, fórmulas industrializadas para uso enteral, etc.). Essa visão pode
contribuir para certa negligência dos hospitais com a alimentação, considerada uma
área de pouca importância. Cabe então ao nutricionista, responsável pelo setor,
buscar o aprimoramento tecnológico para avançar suas atividades para além do
conceito doméstico.
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indivíduo doente. Às vezes, o esquema alimentar do indivíduo enfermo requer
restrições drásticas e modificações significativas dos hábitos alimentares, nesses
casos a abordagem de uma equipe multiprofissional que conheça estas
modificações é importante para o esclarecimento do paciente a respeito do seu
estado patológico e nutricional e as interações com o tratamento clínico e nutricional
que está recebendo, facilitando, dessa forma, sua adesão a todo o tratamento
instituído.
FIGURA 8
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b) Colação ou lanche da manhã: refeição servida durante a manhã, entre
o desjejum e o almoço. Aplaca um pouco a fome antes do almoço.
c) Almoço: grande refeição servida no meio do dia.
d) Lanche da tarde ou merenda: pequena refeição servida à tarde para
reduzir a fome antes do jantar.
e) Jantar: grande refeição servida no início ou meio da noite.
f) Ceia: pequena refeição servida aproximadamente duas horas após o
jantar e antes do indivíduo dormir.
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17.4 QUANTO À TEMPERATURA
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quantidade de resíduo depende da função gastrointestinal, pois quanto maior o
conteúdo de resíduos maior a estimulação para o aparelho digestivo. Com relação
às necessidades do paciente, quanto ao resíduo à dieta pode ser:
18 GASTRONOMIA HOSPITALAR
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FIGURA 9
FIGURA 10
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Jorge (2005) cita que em 1956 Sambaquy já destacava que a gastronomia
deveria associar-se à dietética na assistência técnico-alimentar nos hospitais: “O
doente deve comer com gosto, o ato de comer deve constituir um prazer gustativo,
visual, olfativo e tátil, considerando que a principal exigência de toda preparação
dietética é agradar”. Em ambiente hospitalar a palatabilidade e o princípio dietético
estão separados, por participarem de esferas distintas do reconhecimento, em que
para a gastronomia, as formas e modalidades de alimentação não visam saciar a
fome e se projetam como promessa prazerosa escondida além da saciedade
(GARCIA, 2006).
A humanização do Serviço de Nutrição e Dietética deve ser o principal
propósito quando se deseja integrar princípios dietéticos com a gastronomia; sendo
representado, principalmente, pelo atendimento nutricional individualizado e
personalizado como sendo o maior diferencial para o alcance do conceito de
gastronomia hospitalar. Para Mezomo (1994), as principais características dos
cardápios e dietas hospitalares, além de prover as necessidades terapêuticas,
devem respeitar:
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contratado para compor a equipe de nutrição e, nutricionistas e Chef devem
trabalhar em parceria em uma troca constante de conhecimentos.
Não se deve questionar quem será o chefe de quem, mas de que forma
cada um, e ambos, poderão contribuir na recuperação do paciente. Destaca-se que
não apenas os aspectos relacionados à apresentação da dieta são alvo da
gastronomia, mas toda uma mudança de condutas e rotinas que vão desde a
escolha e seleção correta dos alimentos a serem usados até a distribuição das
refeições com utensílios e equipamentos que proporcionem todo o bem-estar que se
deseja associar ao momento da refeição.
O cardápio oferecido deve ser bem variado e flexível, com mais de uma
opção para o prato principal e, até mesmo, para a sobremesa. Os alimentos usados
precisam estar seguros do ponto de vista higiênico-sanitário, com ingredientes de
boa qualidade, fornecidos adequadamente. Esta refeição deve ser oferecida por
uma equipe prestativa que apreciem lidar com o ser humano e que gostem de servir.
O nutricionista precisa ter um contato diário com todos os pacientes internados para
verificar a aceitação das refeições, orientá-los acerca das escolhas mais saudáveis e
sobre as restrições necessárias a cada caso.
Se cada paciente internado receber uma dieta que, além de bem calculada
para atender suas demandas energéticas e nutricionais, seja composta de
preparações servidas com arte, na temperatura correta, com alimentos da sua rotina
habitual, que aguçam os órgãos dos sentidos pela aparência, odor e textura, o
nutricionista estará assumindo integralmente sua responsabilidade diante do
tratamento do paciente (VILLAR, 2007).
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b) Dietas de Rotina: apresentam mudanças físicas nas suas
características e são conhecidas pelas modificações de consistência. Além disso,
podem ser usadas de forma sequencial na progressão da alimentação de um
indivíduo doente. São elas: dieta geral ou normal, branda (leve), pastosa,
semilíquida e líquida (geral e restrita).
c) Dietas Especiais ou Terapêuticas: caracterizam-se pelas mudanças na
sua estrutura química (modificação de nutrientes) com finalidades terapêuticas,
podendo também incorporar as alterações de consistência. Assim, temos dietas com
manipulação proteica para mais (hiperproteica) ou para menos (hipoproteica), rica
em fibras, sem lactose, hipossódica, dentre outras.
20.1.1 Líquida Restrita ou Dieta de Líquidos Claros ou Dieta Hídrica ou Dieta Líquida
Cirúrgica
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- Composta de alimentos líquidos ou que se liquefazem a temperatura
corporal em contato com a boca. Basicamente consiste em água, líquidos límpidos e
carboidratos.
- Constituída por líquidos claros, límpidos e transparentes, sendo, portanto,
limitada em alimentos, pois a grande maioria dos mesmos não apresenta esta
capacidade. Leite e líquidos preparados com leite e gorduras são excluídos.
- Possui baixo valor calórico (hipocalórica), em torno de 400 a 800 kcal (com
média de 500 kcal/dia), por não conter uma variedade alimentar que propicie oferta
calórica adequada, devendo ser ofertada por pouco tempo, pois não tem o objetivo
de nutrir, apenas de hidratar. Nutricionalmente é hiperglicídica (até 70%),
hipoproteica e hipolipídica. Fornece prioritariamente líquidos e eletrólitos.
- São preparações de fácil absorção e com pouco resíduo, pela própria
característica física da dieta – líquida – e tipos de alimentos usados.
- Deve ser administrada por no máximo 24 a 48 horas, sob o risco de
precipitar ou piorar a condição de desnutrição do indivíduo.
- Deve ser oferecida em pequenos volumes (100 a 150 ml/refeição) e com
maior fracionamento (10 a 12 refeições/dia) para hidratar os tecidos e evitar
distensão abdominal.
b) Indicações
c) Composição Alimentar
Permite-se água sem gás, água de coco, bebidas isotônicas, chás claros
(ervas claras, frutas e flores), sucos de frutas naturais não ácidas (coados e sem
adição de açúcar), caldo de vegetais e de carne coado sem temperos (oferece-se o
caldo do cozimento!), gelatina em temperatura ambiente.
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Abaixo se apresenta um quadro com uma lista proposta de alimentos que
podem ser incluídos e que devem ser excluídos deste tipo de dieta:
FIGURA 11
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18h00 Caldo de vegetais;
20h00 Água de coco;
22h00 Chá de ervas.
a) Características
b) Indicações
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Após cirurgias de cabeça e pescoço.
Dificuldade de mastigação e/ou deglutição.
Para pacientes que não toleram alimentos sólidos.
c) Composição Alimentar
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d) Exemplo de Cardápio de Dieta Líquida Completa
FIGURA 12
a) Características
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sólidos são mal tolerados. Algumas instituições adotam essa dieta com a
nomenclatura de dieta leve. Outras características desta dieta são mostradas
abaixo:
b) Indicações
c) Composição Alimentar
Os alimentos devem apresentar baixa viscosidade e serem de fácil digestão,
excluindo-se também os gás-formadores. O quadro a seguir demonstra os alimentos
permitidos e evitados nesta dieta:
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GRUPO ALIMENTAR PERMITIDOS EVITADOS
PÃES, CEREAIS, ARROZ, Mono e dissacarídeos a 20%; Alimentos integrais, com
MASSAS, ETC. farinhas a 15%; dextrinas a sementes, farelos.
10%; pectina, fécula de amido
ou batata a 5%
VEGETAIS Purê de vegetais, caldo de Vegetais crus e inteiros,
vegetais desengordurados folhosos, leguminosas.
FRUTAS Sucos coados, purê de frutas Frutas inteiras e flatulentas
LEITE E DERIVADOS Leite, queijo cremoso, Queijos ricos em gordura
CARNES, AVES, PEIXES E Caldo de carne Carnes gordas, embutidos
OVOS desengordurado, clara e gema
de ovos adicionados às
preparações
GORDURAS, ÓLEOS E Óleo vegetal, margarina, creme Doces em pasta
AÇÚCARES de leite, gelatina, sorvete, pudim
OUTROS Chás, sopas espessadas, Café, chá-preto, excesso de
liquidificadas e sopas creme condimentos
FIGURA 13
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20.3 DIETA PASTOSA
a) Características
b) Indicações
c) Composição Alimentar
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GRUPO ALIMENTAR PERMITIDOS EVITADOS
PÃES, CEREAIS, ARROZ, Todos em purê, arroz e Pães duros ou com sementes,
MASSAS, ETC. macarrão tipo “papa”, cereais secos, biscoitos
biscoitos, mingaus mais amanteigados, recheados,
espessos produtos de pastelaria
VEGETAIS Sucos coados, purês (batata, Hortaliças cruas, com sementes,
cenoura, abóbora, etc.) com casca, vegetais folhosos, gás-
formadores
FRUTAS Sucos coados, purês, cozidas Frutas difíceis de transformar em
e amassadas (mamão, maçã, purê (laranja, uva, abacaxi, etc.),
banana, pera, etc.) gás-formadores
LEITE E DERIVADOS Leite desnatado e integral, Iogurtes com pedaços de frutas
milk-shake batido com frutas,
mingaus, achocolatados,
pudim, requeijão, queijos
amassados (prato, fresco e
ricota)
CARNES, AVES, PEIXES E Cozidos sem pele, moídos, Carnes duras, gordurosas,
OVOS purês, ovos mexidos, ovos empanados, ovos fritos
moles ou gemada
GORDURAS, ÓLEOS E Óleos e gorduras excessos, Bacon, azeitona, coco, banha,
AÇÚCARES gelatina, sorvete, geleia, mel, frituras
açúcar, pudim, bolo simples
OUTROS Café (não puro), chás, Pimentas e condimentos fortes
temperos sem excessos
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20.4 DIETA BRANDA
a) Características
b) Indicações
c) Composição Alimentar
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repolhos e ovos cozidos. Frituras, alimentos que fornecem resíduos não digeríveis,
vegetais crus, a maioria das frutas cruas, cereais integrais também devem ser
excluídos.
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20.5 DIETA LEVE
a) Características
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06h00 Leite com café, pão com margarina e pera;
09h00 Suco de fruta;
12h00 Arroz, feijão, bife bovino na chapa, cenoura refogada, salada de
alface com tomate e melancia;
15h00 Leite com achocolatado e bolacha doce;
18h00 Arroz, macarrão ao sugo, frango assado, couve refogada, beterraba
ralada e laranja;
21h00 Chá com torradas.
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21.2 QUANTO ÀS PROTEÍNAS
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21.4 QUANTO AOS CARBOIDRATOS
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usadas por pouco tempo. Nas situações de maior necessidade de sódio oferecer
teores maiores que 2.400mg sódio/dia, avaliando a condição cardiovascular.
Ressalta-se que dieta hipossódica, não é necessariamente uma dieta sem
sal de cozinha, devendo essa última condição ser nomeada corretamente de dieta
acloretada (sem cloreto de sódio), pois uma dieta assódica é impossível de
conseguir já que todos os alimentos, uns mais outros menos, contêm teores de
sódio em sua composição química.
a) Dispepsia ou Indigestão
b) Gastrites/Úlceras
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devem ser mais fracionadas e de consistência branda. Convém destacar que outras
limitações dependem das intolerâncias individuais.
c) Constipação Intestinal
d) Diarreias
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b) Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
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“filtrados” na hemodiálise, como potássio e fósforo. Em ambos os casos deve haver
oferta adequada de ferro e cálcio.
a) Pesquisa de Gordura nas Fezes (Sudam III): observar presença de gordura nas
fezes.
Característica principal: consumir uma grande quantidade de gordura/dia.
Deve ser iniciada três dias antes da realização do exame.
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Oferta Média de Lipídios/Dia
IDADE QT LIPÍDIO (g/DIA) %VCT
0-6 meses 30g/dia 30
6-12 meses 55g/dia 40
1-2 anos 75g/dia 45
2-6 anos 75g/dia 40
Adolescentes e adultos > 100g/dia 45
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Alimentos proibidos: carnes, verduras, polpa de frutas, cereais
integrais.
Dia do exame: realizada lavagem intestinal.
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Características: proibidos peixes, frutos do mar, e alimentos bociogênicos
(brócolis, agrião, alface, soja, couve, amendoim, repolho, ervilha, espinafre,
mandioca, milho, batata-doce).
Tempo: iniciar 7 dias antes do exame.
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