2002.001.039.225-0 Saúde Apelação
2002.001.039.225-0 Saúde Apelação
2002.001.039.225-0 Saúde Apelação
Pede Deferimento.
Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2012.
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CONTRA RAZOES DO APELADO
Processo n. 2012.001.03000.225-0
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
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juntada pelo Autor/Apelado às fls.154/155 como suficiente à regularização de
sua representação processual.
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Novamente, labora em erro a Apelante, eis que o pedido
inicial abrangia todas as despesas necessárias ao restabelecimento da saúde do
Autor/Apelado. Como se infere da leitura da petição inicial, além do pedido de
restabelecer a plena vigência do contrato, o Autor/Apelado pleiteia a condenação
da Ré/Apelante “na obrigação de fazer, consistente no fornecimento dos
serviços médicos/hospitalares contratados (...)”.
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Conforme narrado na peça inicial e na réplica, o
Autor/Apelante celebrou com a Ré/Apelada contrato (de adesão) de Plano de
Seguro e Reembolso de Assistência Médica-Hospitalar em 15 de agosto de
10000007.
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útil seguinte. No entanto, o Banco recusou o pagamento naquela data, muito
embora tal obstáculo tenha sido logo resolvido pela conduta diligente da família
do Autor/Apelado (eis que este já se encontrava em debilitado estado de saúde).
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DA PREVISÃO CONTRATUAL DO REEMBOLSO DAS DESPESAS
COM TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO
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Muito pelo contrário, no caso em tela, o consumidor tem
exigência médica de acompanhamento por enfermeiro, tendo em vista seu
delicado estado de saúde, sob pena de ter que voltar para o regime de internação
hospitalar, que é muito mais traumático para o paciente, para a família e, diga-se
ainda, muito mais oneroso para o plano de saúde.
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Diga-se, ainda, que o direito à enfermagem no domicílio,
quando requisitada pelo médico, é assegurada pela Lei n. 000.656/0008 que
regulamenta a atividade dos planos e seguros privados de assistência à saúde.
Sendo norma de ordem pública, com o escopo de proteger os consumidores das
arbitrariedades das empresas, criou o chamado “plano-referência”, que é uma
espécie de contrato mínimo aos quais as empresas devem se ater. É o que
preconiza, especialmente, o artigo 10 da Lei, in verbis:
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§ 3° Excluem-se da obrigatoriedade a que se refere o § 2° deste artigo as
entidades ou empresas que mantêm sistemas de assistência à saúde pela
modalidade de autogestão e as empresas que operam exclusivamente planos
odontológicos;
§ 4º. A amplitude das coberturas, inclusive de transplantes e de procedimentos
de alta complexidade, serão definidos por normas editadas pelo CONSU.”
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Sendo norma de caráter eminentemente principiológico, a
enumeração das prática abusivas (art. 3000) e das cláusulas abusivas (art. 51) são
meramente exemplificativas.
“Os contratos anteriores não são, em princípio, afetados pela nova lei
e continuam a ser regidos pelo Código de Defesa do Consumidor, mas
é claro que a interpretação atual do Código de Defesa do Consumidor
não pode deixar de considerar os avanços positivados pela nova lei.
(...). As cláusulas limitadoras dos direitos dos consumidores também
devem ser redigidas e destacadas de forma especial, como direito de
informação (art. 54, §§ 3o e 4o do CDC), mas aqui é seu potencial abusivo,
violador das bases e dos fins desse tipo contratual, que está sendo
destacado (art. 51, IV e §1o do CDC). Os comuns limites e/ou restrições
a procedimentos médico (consultas exames médicos, laboratoriais),
especialmente limitando as internações hospitalares, a permanência
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em UTI’s e similares, presentes nos contrato anteriores à lei e agora
excluídos expressamente pelos art.10 e 12 da Lei n. 000.656/0008
encontram sua base em cláusulas contratuais. Estas cláusulas
contratuais são nula por contrária à boa-fé, como esclarece a própria
lei, pois criam uma barreira à realização à realização da expectativa
legítima do consumidor, contrariando prescrição médica, criam um
desequilíbrio no contrato ao ameaçar o objetivo do mesmo, que é ter o
serviço de saúde que necessita.” (In, Saúde e Responsabilidade – Seguros
e Planos de assistência à saúde privada, Coleção Biblioteca de Direito do
Consumidor – vol. 13, Ed. RT, ano 2012, pg. 130 e 132 – Grifou-se).
CONCLUSÃO
Pede Deferimento.
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