Rotura Prematura Das Membranas
Rotura Prematura Das Membranas
Rotura Prematura Das Membranas
início do trabalho de parto. PARTO E PORQUE TEM BOLSA QUE NÃO ROMPE MESMO
- Por conceito é aquela bolsa que rompe pelo menos uma ESTANDO EM TRABALHO DE PARTO? Acredita-se que o
PREMATURA.
Multifatorial: não é completamente compreendida
Sinônimos: Bolsa rota, amniorrexe prematura.
->A bolsa é uma membrana bem gelatinosa, mas o que dá
A função da bolsa: auxilia no desenvolvimento do trato
integridade dessa bolsa é a qualidade do tecido conectivo dela.
gastrointestinal e geniturinário. O líquido tem uma função
lubrificante, proteção (diminuindo impacto), permitem que A força e a integridade das membranas fetais derivam:
fazem com que o neném faz extensão e flexão de membros. Proteínas de membranas extracelulares fetais, que
possuem colágeno, fibronectina e laminina.
A bolsa não é responsável por fazer troca gasosa, o que vai de
As metaloproteases (fosfolipases-são produzidas por
oxigênio para o feto é através do cordão umbilical.
bactérias infectantes que parecem estar presentes em
A bolsa tem uma função de barreira, ela faz com que temos 70% dos casos de ruptura) parecem
uma barreira entre o canal vaginal, canal endocervical e meio Diminuem resistência da membrana aumentando a
intra-utero. degradação do colágeno.
**A bolsa quando rompe, precisa ficar atento a sinais de ->Afirma que a bolsa se rompe devido a qualidade do tecido
infecções. conectivo dela, acredita-se que ela se rompe por vários fatores,
por conta da presença de um colágeno de má qualidade dela
Rompimento da bolsa entre 20-37 semanas: RPMO pré-
mesma, na maior parte acredita-se que seja por causa
termo.
infecciosas.
-Tudo que acontece antes de 37 semanas é considerado pré-
maturo. *Acredita-se que qualquer infecção vaginal possa ter a presença
Rompimento da bolsa com menos de 20 semanas: de bactérias, que pela ação de uma enzima que se chama
Abortamento inevitável (aborto em curos). METALOPROTEASE poderia degradar o colágeno tornando a
10% das gestações rompem bolsa antes do trabalho de bolsa fraca, um tecido que não suporta a pressão intra-
parto, sendo 7% em gestações a termo e 3% em gestações aminiótica.
pré-termo (dentro desses 3%, mais ou menos 0,5% vão
QUAL A PRINCIPAL CAUSA DE RPMO? Causas Infecciosas
acontecer antes de 27 semanas, 1,5% entre 27 até 34 e
semanas e 1% entre 34 e 37%). EVENTOS PATOLÓGICOS:
Responsável por 1/3 dos trabalhos de parto prematuros. Alongamento excessivo das fibras, devido a uma excessiva
distensão uterina (exemplo do que ocorre em gravidez
Sabe-se que a RPMO quando acontece de forma prematura,
múltipla, polidrâmnio)
pode ter relação com o desfecho materno e fetal ruins, pois a
Defeitos intrínsecos da membrana, como diminuição do teor
prematuridade é ruim para o feto.
do colágeno
Fator identificável mais comum associado ao parto pré- Aumento da susceptibilidade proteolítica
maturo.
Efeitos de inflamação (prostaglandinas presentes nas AVALIAÇÃO PH VAGINAL
Sêmen, urina, remédios de uso intravaginal e Uma vez que as membranas são rompidas, tem-se o risco de
Sensibilidade varia de 74 a 100% e sua especificidade de (quando comparado com uma gestação normal),
microglobulina placentária (PAMG-1) urgentemente, pois pode gerar sepse e paralisia cerebral.
Proteína produzida pela decídua e fica em altas Complicações no pós-parto: Retenção placentária ou
sabe que irá entrar em trabalho de parto. O problema é Terá acometimento do trato genitourinário e do trato
-Quando mais precoce ela rompe a bolsa mais ela demora a Relacionadas pela Prematuridade extrema e pelo
O feto também por ter a infecção Curva térmica rigorosa a cada 4 horas
CONDUTA Hidratação abundante (endovenosa e oral)
A conduta vai depender de algumas variáveis: Avaliação da vitalidade fetal (ausculta cardíaca feto a cada 2
Se tem presença de infecção h, cardiotococagrafia, cardiotoco + USG, USG obstétrica) ->
Se tem comprometimento da vitalidade fetal nenhum desses testes tem boa sensibilidade para prevenir
Se tem presença de trabalho de parto infecção fetal. Infecção fetal é avaliada nos exames clínicos
ou presença de trabalho de parto -> obrigatório Pesquisas de rastreio infeccioso a cada 3 dias (hemograma,
Se a resposta for não, deve-se avaliar a idade gestacional Uso de corticóides (usado para a maturação pulmonar). Ele
Inicialmente precisa descartar o processo infeccioso (usar pode aumentar leucocitose materna!
que 37,8, secreção com odo fétido, taquicardia materna Colher cultura para Streptococcus do grupo B ou agalactie
maior que 100, taquicardia fetal > 160, leucocitose, dor à (um dos principais causadores de sepse neonatal) -> swab
palpação do útero, avaliar o líquido amniótico por retovaginal (colhe na vagina e no ânus)
Tem que usar USG de 1 trimestre (comprimento cabeça- dinâmica uterina estabelecida -> esse toque pode levar
nádega), se não tiver de usar outro USG. bactérias para áreas mais internas
Basear-se na idade gestacional feito em mulheres com 24 -36 semanas e 6 dias de gestação
GESTAÇÃO > 20-22 SEMANAS E < 24 SEMANAS: ->Conduta e que podem evoluir para parto dentro nas próximas 24
expectante horas.
-Aconselhar em relação aos riscos e benefícios do semanas de gestação. -> Com mais de 34 semanas a escolha
Sobrevida fetal é baixa e com altas complicações A escolha da vida de parto deve seguir critérios obstétricos.
precoces e tardias são significativas. Pode fazer normal ou cesárea, não existe bolsa seca.
A principal conduta é: deixar a paciente na enfermaria Conduta ativa é mandatória, a fim de prevenir possíveis
Conduta expectante
Avaliar vitalidade fetal para auxiliar na definição da via QUEM NÃP PRECISA FAZER SWAB:
de parto
- Já foi positivo em outras gestações
Corticoterapia: até 34 semanas e 6 dias
Resolução da gestação - Pacientes que vão fazer Cesária eletiva
Se vier positivo, após o parto deve manter por pelo menos 7 dias.
PROFILAXIA
RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS OVULARES: Iniciar após o início do trabalho de parto ou após a ruptura
PROFILAXIA PARA STREPTOCOCCUS DO GRUPO B das membranas
É indicado, pois é o principal causador de sepse neonatal. Pelo menos 2 doses de antibiótico com intervalo de 4 horas
Faz parte do pré-natal fazer a coleta entre 35 e 37 antes da resolução do parto
Esquema padrão: Penicilina cristalina com Dose de ataque
de 5 milhões de UI endovenoso inicialmente e após, 2,5
milhões UI a cada 4 horas após o nascimento.
Esquema alternativo: Ampicilina 2g inicialmente e após, 1 g a
cada 4 horas até o nascimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A RPM refere-se a ruptura das membranas ovulares antes do
parto em gravidas entre 20 e 37 semanas. Ocorre em até 3%
das gestações e é responsável por 1 terço dos partos
prematuros.
A RPM em uma gestação anterior está associada a um
aumento de pelo menos 3x o risco de RPM na gravidez
Iniciada logo após o início do trabalho de parto ou ruptura subsequente
das membranas A RPM aumenta os riscos fetais e maternos, tais como
Pelo menos duas doses de antibióticos com intervalo de 4 corioamnionite e consequências neonatais devido à
horas antes da resolução do parto. prematuridade extrema.
Penicilina (5 milhões de UI endovenosa inicialmente e, após, O diagnóstico de RPM é clínico em 90% dos casos, com base
2,5 milhões UI a cada 4 horas até o nascimento) na visualização de saída de líquido amniótico pelo canal
Ampicilina (2g inicialmente e, após, 1g a cada 4 horas até o cervical. Testes laboratoriais e ultrassom são utilizados
nascimento).
especialmente para confirmação em casos de incerteza
clínica.
Todas as pacientes entre 35-37 semanas de gestação devem
ter teste de SGB, idealmente escolhendo swab vaginal-retal
O período de latência médio de 24 horas a 7 dias, sendo que
o uso de antibiótico profilático parece prolongar o período
de latência e reduzir os riscos de infecção neonatal e
materna.
Período de latência: rompimento de bolsa até o trabalho de
parto
A conduta obstétrica estará intimamente relacionada a
idade gestacional e as complicações existentes