Leitura, para Que Te Quero: A Literatura E O Ensino Médio: Bianca Cristina Buse
Leitura, para Que Te Quero: A Literatura E O Ensino Médio: Bianca Cristina Buse
Leitura, para Que Te Quero: A Literatura E O Ensino Médio: Bianca Cristina Buse
Florianópolis
2012
Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da
Universidade Federal de Santa Catarina
Inclui referências
CDU 82
Bianca Cristina Buse
________________________
Prof.ª Susana Scrimim, Dr.ª
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
____________________________________
Prof.ª Tânia Regina de Oliveira Ramos, Dr.ª
Orientadora
Universidade Federal Santa Catarina
________________________
Prof.ª Maria Eunice Moreira, Dr.ª
Pontifícia Universidade Católica RJ
________________________
Prof.ª Rosana Kamita, Dr.ª
Universidade Federal de Santa Catarina
Ao meu pai que, desde sempre,
acreditou que daria certo.
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO ......................................................................................17
1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA....................................................29
1.1 O PAPEL SOCIAL DA LEITURA....................................................29
1.2 A LEITURA NO ENSINO MÉDIO ..................................................33
2 LEITURA LITERÁRIA x ENSINO DE LITERATURA ................37
2.1 O ENSINO DE LITERATURA NO ENSINO MÉDIO.....................38
2.2 PROFESSOR LEITOR / PROFESSOR NÃO LEITOR ....................48
2.3 OS DIFERENTES SUPORTES DE LEITURA E A FORMAÇÃO
DO LEITOR .............................................................................................53
2.4 E NEM (O) VESTIBULAR – LEITURA OBRIGATÓRIA QUE
FORMA LEITORES? ..............................................................................58
3 LITERATURA CONTEMPORÂNEA E A FORMAÇÃO DO
LEITOR ..................................................................................................63
3.1 O CÂNONE LITERÁRIO x ESTÍMULO À LEITURA – UMA
QUESTÃO QUE INCOMODA ...............................................................63
3.2 UMA APOSTA NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA .............66
3.3 ESTRATÉGIAS QUE DERAM CERTO E OUTRAS SUGESTÕES
..................................................................................................................71
3.4 MAIS UMA POSSIBILIDADE .........................................................80
4 UMA PEQUENA AMOSTRA ...........................................................85
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................97
REFERÊNCIAS ...................................................................................101
ANEXO 1 ..............................................................................................111
ANEXO 2 ..............................................................................................117
17
INTRODUÇÃO
1
Optei por utilizar o termo Literatura sempre com inicial maiúscula ao longo
desta dissertação para demonstrar que considero de igual importância a
Literatura como disciplina ou enquanto referência às obras literárias.
18
2
Aproveito este momento para esclarecer que reconheço que a formação do
leitor não ocorre exclusivamente no âmbito escolar e que também não é
privilégio único da Literatura; o trabalho com outros gêneros textuais também
pode estimular o gosto pela leitura e colaborar com a formação do leitor. A
opção de discutir aqui apenas a formação do leitor através da leitura de
Literatura, no ensino médio, trata-se de um recorte proposital. Com isso, neste
trabalho, quando se fala em leitura, entenda-se leitura literária; e que esta busca
no incentivo à leitura está diretamente relacionada com a busca da formação do
leitor.
3
“ser cidadão significa ser sujeito de direitos e deveres. Cidadão é, pois, aquele
que está capacitado a participar da vida da cidade literalmente e,
extensivamente, da vida da sociedade [...]; ser cidadão significa, portanto,
participar ativamente da vida da sociedade moderna, isto é, da sociedade cujo
centro de gravitação é a cidade” (SAVIANI, 1986, p. 73-76).
19
4
Entendo que não cabe somente ao professor de Língua Portuguesa esta
responsabilidade de estímulo à leitura. Todos os professores, de todas as
disciplinas, deveriam se empenhar nesta batalha de formação do leitor; afinal de
contas, o aluno não lê somente na disciplina de Língua Portuguesa e Literatura.
20
5
Cito, na sequência, em ordem cronológica de surgimento, alguns destes
programas e instituições que incentivam a leitura; e esclareço que não são os
únicos (e tampouco foram selecionados por se destacarem, mais ou menos, com
relação a outros), mas foram expostos aqui como exemplos.
6
FNLIJ: Fundada em 1968, tem como missão “promover a leitura e divulgar o
livro de qualidade para crianças e jovens, defendendo o direito dessa leitura
para todos, por meio de bibliotecas escolares, públicas e comunitárias”, visando
“contribuir para a melhoria da educação e da qualidade de vida de crianças e
jovens, como valor básico para a educação e cidadania”. Disponível em:
<http://www.fnlij.org.br/principal.asp>. Acesso em: 16 out. 2011.
7
ALB: Fundada no início dos anos 1980, durante o terceiro COLE, a
Associação de Leitura do Brasil “é um espaço privilegiado de análise e crítica
das condições de leitura no país e lugar de luta pela efetiva garantia do exercício
da cidadania pela maioria excluída.” Disponível em: <http://alb.com.br/home>.
Acesso em: 16 out. 2011.
8
PNLD: Implantado em 1985, “tem como principal objetivo subsidiar o
trabalho pedagógico dos professores por meio da distribuição de coleções de
livros didáticos aos alunos da educação básica. Após a avaliação das obras, o
Ministério da Educação (MEC) publica o Guia de Livros Didáticos com
resenhas das coleções consideradas aprovadas. O guia é encaminhado às
escolas, que escolhem, entre os títulos disponíveis, aqueles que melhor atendem
ao seu projeto político pedagógico.” Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=668&id=12391&option=com_cont
ent&view=article>. Acesso em: 16 out. 2011.
9
PNBE: “desenvolvido desde 1997, tem o objetivo de promover o acesso à
cultura e o incentivo à leitura nos alunos e professores por meio da distribuição
21
12
Sei que nos livros didáticos há, também, textos literários na íntegra (como
algumas poesias, alguns contos curtos etc.), no entanto, ainda assim, é
interessante que o aluno tenha contato com outras obras literárias integrais e não
apenas com aquelas que se encontram expostas no livro didático.
23
13
Aproveito este momento para deixar claro que, no meu entendimento, a
história da Literatura não é a vilã do ensino de Literatura; o grande problema é a
metodologia adotada para se trabalhar esse conteúdo, privilegiando a
memorização de um grande número de informações em detrimento, na maior
parte das vezes, do trabalho com a leitura da Literatura.
24
14
Quando me refiro à formação do leitor crítico, entendo que esta formação é
um processo que deve ter como objetivo a constituição de um leitor crítico, e
não que, ao término do 1° ano do ensino médio, teremos já leitores formados
com grande capacidade crítica.
25
15
Não existe uma estratégia fechada para colocar em prática essa proposta.
Reconheço que para o professor (que, na maioria das vezes, tem um número
grande de aulas e muitos alunos diferentes) a escolha de textos que atendam às
expectativas dos alunos não é uma tarefa fácil (primeiro porque os alunos são
diferentes, com histórias de vidas e gostos diferentes, logo, um mesmo texto
pode não estar dentro do horizonte de expectativa de alunos diferentes, numa
mesma sala de aula; segundo porque a carga horária disponível para trabalhar
algumas disciplinas nem sempre é compatível com a quantidade de conteúdos
obrigatórios e ainda com outras atividades que o professor deseje realizar com
os alunos, logo, muitas vezes, o docente não dispõe do tempo necessário para
trabalhar com muitos textos diferentes com toda a turma). Além disso, ainda é
preciso considerar que o ritmo dos alunos é diferente, assim como seu
amadurecimento como leitor. Entretanto, mesmo levando isso em consideração,
não é possível aceitar que professores prefiram deixar de tentar formar leitores,
usando como justificativa as dificuldades que são encontradas ao longo desse
processo, a colocar em prática novas possibilidades de trabalho, com outras
metodologias.
26
Como se não bastasse tudo o que até agora foi apontado como
importante para a formação do leitor, ainda é possível afirmar que o
desenvolvimento da leitura relaciona-se também com a ascensão
profissional. Luzia de Maria, no livro Leitura & Colheita, já apontava,
em 2008, que as empresas contemporâneas precisam de funcionários
com ótimo desempenho de leitura para que estes possam ir além do
trivial no desempenho de suas funções, que estejam preparados para
interagir com novas situações e prontos para tomar decisões com
habilidade (MARIA, 2008, p. 20). Para reforçar essa ideia de bom
desenvolvimento do nível de leitura atrelado ao sucesso profissional, o
resultado de um estudo realizado pela Universidade Oxford, apresentado
em abril de 2011, mostrou que existe sim uma evidente relação entre
leitura e ascensão profissional.
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Harold Bloom, no livro Como e por que ler, também ressalta essa
importância da leitura ao dizer que: “A resposta final à pergunta – ‘por
que ler’ – é que somente a leitura intensa, constante, é capaz de construir
e desenvolver um eu autônomo.” (BLOOM, 2001, p. 188).
E pensando nessa concepção de leitura, não posso deixar de
destacar a relevância do leitor nesse processo, já que, como afirma
Umberto Eco, “todo texto é uma máquina preguiçosa pedindo ao leitor
que faça uma parte do seu trabalho” (ECO, 1994, p. 9). O papel do leitor
já sofreu diversas alterações ao longo do tempo e das diferentes
correntes teóricas literárias. Para o formalismo,16 não era um absurdo
afugentar a ideia do leitor como parte relevante no processo de leitura, já
que o que interessava, de verdade, era a análise da obra em si, e também
o New Criticism17 (close reading) não dava abertura para o leitor.
Conforme Compagnon, em O demônio da teoria, “Para a teoria literária,
nascida do estruturalismo e marcada pela vontade de descrever o
funcionamento neutro do texto, o leitor empírico foi igualmente um
intruso.” (COMPAGNON, 2001, p. 142). Só mais tarde há o
favorecimento do leitor como destaque na cena literária.
Vincent Jouve, em A leitura, relata que a Escola de Constança18
foi “a primeira grande tentativa para renovar o estudo dos textos a partir
da leitura” (antes o interesse era pela relação texto-autor), deslocando a
análise para a relação texto-leitor (JOUVE, 2002, p. 14). Os estudos
sobre a recepção do texto, com foco no leitor, tiveram grande peso, em
especial, com a Estética da Recepção, a partir dos anos 1970. Com o
desenvolvimento dos estudos da Estética da Recepção, o receptor do
texto, o leitor, passa a ser visto como um elemento ativo no processo de
leitura, como “o protagonista do ato de ler” (LOIS, 2010, p. 31), e o seu
“horizonte de leituras” (JAUSS, 1994), seu conhecimento de mundo, é
fator essencial na recepção da obra literária. “O texto literário é
caracterizado por sua incompletude e a literatura se realiza na leitura”
16
O Formalismo desenvolveu-se na Rússia, entre 1915-1917 e 1923-1930.
“Dentre os mais importantes princípios formalistas, destaca-se a preocupação
com a abordagem da materialidade do texto literário” (sendo o texto literário o
limite e o objeto de reflexão) (BONNICI; ZOLIN, 2003, p. 94).
17
O New Criticism ou Nova Crítica teve origem nos anos 1920-1930,
afirmando-se na América do Norte entre 1940 e 1950. “A mais importante
contribuição do New Criticism é a defesa do exercício de leitura e crítica de
uma obra com base no estudo minucioso de seus elementos internos,
caracterizando o chamado close reading.” (BONNICI; ZOLIN, 2003, p. 105).
18
Konstanz / Alemanha.
31
19
O “horizonte de expectativas”, termo muito utilizado por Jauss, dentro da
teoria da Estética da Recepção, refere-se a um conjunto de normas sociais,
históricas e culturais que constituem a competência de um leitor, num dado
momento; é a ‘bagagem’ trazida pelo leitor, seu repertório e conhecimento de
mundo.
32
20
Falo a partir da minha experiência como professora de Língua
Portuguesa/Literatura no ensino médio (em escolas da rede pública e privada de
Curitiba) e dos relatos dos colegas professores e de alunos.
21
Muitos são os estudos que apresentam dados a respeito do ensino de
Literatura e leitura literária. Para citar alguns: CEREJA, 2005; DALVI, 2011;
MÜGGE, 2011; RÖSING, 2001.
22
Apesar de Tzvetan Todorov falar de um outro lugar, o contexto de ensino de
Literatura a que ele se refere é o francês; ainda assim, esta citação retirada da
“Apresentação à edição brasileira” se encaixa, perfeitamente, tanto no contexto
francês como no brasileiro.
39
23
A Professora Zilma Gesser Nunes, docente do Departamento de Língua e
Literatura Vernáculas da Universidade Federal de Santa Catarina, na ocasião da
banca de qualificação desta dissertação, gentilmente contribuiu com essas
informações referentes à etimologia das palavras “ler” e “saber”.
40
24
Apesar do livro em questão ser dedicado à Literatura infantil, a sensibilidade
apresentada pela autora nessa definição cabe à Literatura em geral.
42
25
Coloco aqui Língua Portuguesa/Literatura por não haver uma distinção
curricular formal das duas como disciplinas separadas. Na maioria das vezes, o
estudo da Literatura fica incluso na disciplina de Língua Portuguesa.
50
26
“O hipertexto é uma forma não linear de apresentar a informação textual, uma
espécie de texto em paralelo, que se encontra dividido em unidades básicas,
entre as quais se estabelecem elos conceptuais. Este tipo de texto electrónico,
cuja existência física consiste num código digital armazenado no disco rígido do
computador e na sua memória operativa, depende em exclusivo da ciência do
leitor em manipular os elos conceptuais que se estabelecem entre as unidades de
informação ou grupos de unidades que podem distribuir-se e circular por todo o
mundo.” (CEIA, 2011).
55
27
Muitos foram e ainda são os projetos de incentivo à inclusão digital nas
escolas. Cito, por exemplo, o programa “Um computador por aluno”
(PROUCA), do governo federal, iniciado em 2007 (que pode ser consultado no
portal do projeto: <http://www.uca.gov.br/institucional/projeto.jsp>). E mais
recente é o projeto “Educação digital – política para computadores interativos e
tablets”, do Ministério da Educação, anunciado em 02 fev. 2012, que prevê o
investimento de R$ 150 milhões, neste ano de 2012, “para a compra de 600 mil
tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas federais,
estaduais e municipais.” (BRASIL, 2012).
57
29
Aqui falo especificamente a respeito da leitura dos livros de Literatura, sem
entrar no mérito do que é (ou era) efetivamente cobrado nos vestibulares, dentro
das questões de Literatura.
30
A Professora Drª. Tânia Ramos coordena uma pesquisa PIBIC, desde 2005,
dentro do projeto Memórias de Leitura, intitulada “Literatura com(o)
discisplina” que se dedica ao estudo do espaço curricular reservado à Literatura
no ensino médio, bem como à Literatura voltada ao vestibular. Essa pesquisa,
também desenvolvida até 2010 pela então bolsista PIBIC, Tanay Gonçalves
Notargiacomo (hoje, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Literatura
da UFSC), buscou traçar um perfil de alunos-leitores e sua relação com as listas
obrigatórias de livros para o vestibular da UFSC.
59
31
A mesma pesquisa PIBIC citada anteriormente, coordenada pela Professora
Drª Tânia Ramos, e desenvolvida atualmente pela bolsita Ana Luiza Bazzo da
Rosa, agora passa a focar o Enem e sua relação com a leitura da Literatura.
32
Exemplo de uma questão do Enem aplicado em 2010:
Questão 116 – Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta.
Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais
completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O
calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento
batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia
61
33
Essa fala do Ministro aconteceu durante o 1° Encontro “Pensando o
Desenvolvimento do Brasil – Desafios e Perspectivas para a Educação Básica”,
ocorrido em 10 de outubro de 2010, na Fundação Getúlio Vargas.
63
34
“Em grego, o cânone era uma regra, um modelo, uma norma representada por
uma obra a ser imitada. Na Igreja, o cânone foi a lista, mais ou menos longa,
dos livros reconhecidos como inspirados e dignos de autoridade. O cânone
importou o modelo teológico para a literatura no século XIX, época da ascensão
dos nacionalismos, quando os grandes escritores se tornaram os heróis do
espírito das nações. Um cânone é, pois, nacional (como uma história da
literatura), ele promove os clássicos nacionais ao nível dos gregos e dos latinos,
compõe um firmamento diante do qual a questão da admiração individual não se
coloca mais: seus monumentos formam um patrimônio, uma memória coletiva.”
(COMPAGNON, 2001, p. 226-227).
65
35
Para não usar o termo “contemporâneo” como fixado a uma data, preso ao
sentido cronológico; busco em Agamben um sentido mais amplo: “Pertence
verdadeiramente ao seu tempo, é verdadeiramente contemporâneo, aquele que
não coincide perfeitamente com este, nem está adequado às suas pretensões e, é,
portanto, nesse sentido, inatual; mas, exatamente por isso, exatamente através
desse deslocamento e desse anacronismo, ele é capaz, mais do que os outros, de
perceber a aprender o seu tempo” (AGAMBEN, 2009, p. 58-59). E também: “O
contemporâneo não é apenas aquele que, percebendo o escuro do presente, nele
apreende a resoluta luz; é também aquele que, dividindo e interpolando o
tempo, está à altura de transformá-lo e de colocá-lo em relação com os outros
tempos, de nele ler de modo inédito a história, de ‘citá-la’ segundo uma
necessidade que não provém de maneira nenhuma do seu arbítrio, mas de uma
exigência à qual ele não pode responder.” (AGAMBEN, 2009, p. 72).
67
36
Lembrando que clássico e cânone são conceitos diferentes. Enquanto este é
um constructo, é definido por alguém em um determinado momento (como
visto na seção anterior com a definição dada por Compagnon); clássico, de
acordo com a definção de Calvino, em Por que ler os clássicos, “[...] são
aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que
precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas
culturas que atravessaram [...]” (CALVINO, 2007, p. 11). Ou seja, obras de
valor atemporal.
69
**
**
37
Fala apresentada na mesa-redonda “Ensino de Literatura e Formação na área
de Letras”, durante o XII Congresso Internacional Abralic, realizado em
Curitiba, entre os dias 18 e 22 de julho de 2011.
78
**
38
Não houve uma prévia definição de critérios para essa escolha de títulos,
exceto pela exigência de serem obras contemporâneas e pela possibilidade de
serem trabalhados com alunos do 1° ano do ensino médio.
81
Páginas: 208
**
** Terra Papagalli: narração para preguiçosos leitores da luxuriosa,
irada, soberba, invejável, cobiçada e gulosa história do primeiro rei
do Brasil **
90
39
Presente no livro Os cem melhores contos brasileiros do século (MORICONI,
2009).
40
Disponível em:
<http://www.projetomemoria.art.br/PedroAlvaresCabral/portuga/iconep.htm>.
41
Publicado no livro A cidade ilhada (HATOUM, 2009).
95
**
Mais uma vez, volto a salientar que são apenas propostas, mais
uma possível estratégia de trabalho, dentre inúmeras outras que são
possíveis. O importante é perceber aqui que o foco de todo o trabalho
está na leitura em si da obra integral, procurando despertar o interesse
do aluno. Qualquer trabalho que venha a ser desenvolvido em paralelo, e
que envolva a leitura da obra escolhida, agrega mais conhecimento e
conteúdo, mas devem ser trabalhados de forma com que os alunos
identifiquem que existe uma relação com o que está sendo lido e que
isso complementa a leitura, mas não é uma exigência da mesma. Ao
aluno cabe, acima de tudo, desfrutar da leitura que está sendo realizada,
de modo a relacionar o que está lendo com todo seu “horizonte de
expectativas”, num primeiro momento, e, depois, romper com o mesmo
com o intuito de ampliar seu repertório de leituras e seu conhecimento
de mundo.
Ao estimular a leitura a partir de obras contemporâneas, e que
sejam, de alguma forma, do interesse dos alunos, o objetivo de
desenvolver o gosto pela leitura se torna algo mais próximo e um passo
a mais para a formação do leitor.
96
97
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BLOOM, Harold. Como e por que ler. Trad. José Roberto O’Shea. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2001.
CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Nilson Moulin. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007.
COSTA, Marta Morais da. Mapa do mundo: crônicas sobre leitura. Belo
Horizonte: Editora Leitura, 2006.
104
LAJOLO, Marisa. O texto não é pretexto. Será que não é mesmo? In:
ZILBERMAN, Regina; ROSING, Tania M. K. (Orgs.). Escola e leitura:
velha crise, novas alternativas. São Paulo: Global, 2009. p. 99-112.
______. O clube do livro: ser leitor – que diferença faz? São Paulo:
Globo, 2009.
106
______. Fim do livro, fim dos leitores? São Paulo: SENAC, 2001.
(Ponto Futuro 3).
110
111
ANEXO 1
112
113
114
115
116
117
ANEXO 2
***
***
***
Gilberto Dimenstein
Coluna GD – FolhaonLine
Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/gilberto/gd241200.htm>.