Manual Controlo de Gestão
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Manual Controlo de Gestão
Índice
1 – O CONTROLO DE GESTÃO: CONCEITOS BÁSICOS....................................................................5
A) ÂMBITO, CARACTERÍSTICAS E OBJETIVOS DO CONTROLO DE GESTÃO...................................................5
B) INSTRUMENTOS DO CONTROLO DE GESTÃO...................................................................................6
1.1 – OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE APOIO À GESTÃO...................................................................7
A) Conceitos de sistemas de informação..........................................................................8
B) Sistemas de Informação de Apoio à Gestão.................................................................9
1.2 – O CONTROLO DE GESTÃO E AS TEORIAS ORGANIZACIONAIS........................................................32
1.2.1 – Teorias Organizativas..............................................................................................32
1.3 – A ESTRATÉGIA E O CONTROLO...............................................................................................37
PLANEAMENTO...........................................................................................................................37
O QUE É O PLANEAMENTO?..........................................................................................................37
1.3.1 - O QUE É UM PLANO ESTRATÉGICO E PARA QUE SERVE?..........................................................37
a) Como planear.............................................................................................................38
b) Focalizar Produtos / Serviços......................................................................................38
c) Focalizar no Desempenho..........................................................................................38
d) Como se elabora um Plano Estratégico?....................................................................39
1.3.2 - O PLANEAMENTO OPERACIONAL.........................................................................................42
1.3.3 – O CONTROLO INTERNO E O CONTROLO OPERACIONAL...........................................................44
A) Controlo interno administrativo e contabilístico.....................................................44
2 – ORÇAMENTO E O CONTROLO ORÇAMENTAL.......................................................................48
2.1 – O ORÇAMENTO.................................................................................................................48
2.1.1 – OS PRINCÍPIOS DE ELABORAÇÃO E MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DO ORÇAMENTO................49
Planos de Ação.......................................................................................................................49
2.1.2 – AS FASES DE ELABORAÇÃO ORÇAMENTAL.............................................................................50
2.1.3 – A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO NA GESTÃO......................................................................53
2.1.4 - OBSTÁCULOS AO PROCESSO ORÇAMENTAL...........................................................................56
2.2 - CONTROLO ORÇAMENTAL.................................................................................................57
2.2.1 – OS OBJETIVOS DAS ESTRATÉGIAS DE CONTROLO ORÇAMENTAL..................................................57
2.2.2 – AS CARACTERÍSTICAS DO CONTROLO ORÇAMENTAL.................................................................57
2.2.3 – OS DESVIOS ORÇAMENTOS: SUA IDENTIFICAÇÃO E IMPACTO NA GESTÃO DA EMPRESA...................58
a) A previsão anual.........................................................................................................58
B) Diagnóstico dos Desvios por Causa............................................................................60
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Objetivos
Conteúdos
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Um sistema de controlo de gestão deve ser orientado à ação, com vista à tomada de decisão em
tempo útil, não deve ter por objetivo a produção de documentos para enriquecimento do arquivo da
empresa ou para a mera construção de uma base estatística. O futuro deve ser a principal orientação do
controlo de gestão, respondendo às necessidades de informação relativas à situação atual da empresa e
também à previsão futura de resultados, com vista à tomada de decisões corretivas ou mudança de
planos, tendo em conta o alinhamento com a estratégia da empresa.
Nos instrumentos de pilotagem enquadram-se os necessários para que os gestores possam fixar
objetivos, planear, acompanhar os resultados e tomar ações corretivas com vista a melhores
desempenhos. São compostos por: plano operacional (a definição operacional da estratégia a médio-
prazo, geralmente três anos), orçamento (a fixação de objetivos a curto-prazo, geralmente um ano, em
articulação com o plano operacional), controlo orçamental, tableaux de bord e balanced scorecard. Por
oposição aos primeiros instrumentos descritos, que se revestem de um carácter previsional, o controlo
orçamental, o tableaux de bord e o balanced scorecard são instrumentos de acompanhamento de
resultados. Estes dois últimos instrumentos apresentam como principais características a rapidez de
disponibilização da informação; diversidade de indicadores, que não se restringe a indicadores
financeiros; capacidade de síntese e adaptação ao utilizador.
De um modo mais geral, o ser humano, enquanto indivíduo, consome informação para tomar
decisões e, desta forma concretizar em ação as suas intenções. Mesmo quando comunica com outros
indivíduos, essa comunicação é realizada por troca de informação, resultando deste processo mais
informação. Atualmente, o computador é uma das tecnologias mais populares e eficazes que o indivíduo
tem ao seu dispor para lidar com a informação. A vulgarização do computador e a sua crescente
presença nas nossas vidas revela-se quer em casa, quer no trabalho e num número crescente de
atividades do dia-a-dia, como as relacionadas com o levantamento do dinheiro ou movimentos
financeiros.
Para qualquer um de nós, a realização da mais simples ação, ou a decisão de optar por uma
determinada alternativa de ação exige informação. Considerando as diversas situações do nosso dia-a-
dia, somos confrontados com a existência de condições exteriores que condicionam o que fazemos e o
que decidimos; exemplos são a observação do estado do tempo de modo a saber o que vestir e se deve
levar um agasalho ou um guarda-chuva, ou o procurar saber qual o estado do trânsito no percurso casa –
trabalho. Neste último caso, quem conseguir obter melhor informação sobre o trânsito, tem maior
possibilidade de o evitar e assim conseguir realizar o percurso sem as demoras e os custos associados a
este problema. Do mesmo modo que a informação para o indivíduo lhe traz vantagens, para as
organizações, essas vantagens são ainda mais evidentes, pois a sua complexidade implica a coordenação
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e interação de um conjunto de indivíduos e a resposta a solicitações que lhes são exteriores, com a
exigência de padrões de qualidade cada vez mais elevados.
Obviamente que existem outras tecnologias de suporte à informação, como é o caso do papel,
mas nenhuma com tão óbvio potencial como o agora demonstrado pelo computador. É precisamente
este potencial que está a transformar também as organizações e a forma como estas lidam com a
informação.
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É mesmo possível afirmar que um dos fatores determinantes para o correto funcionamento de
uma organização é a forma como esta trata a informação. A crescente dependência das organizações em
relação aos meios que utilizam para lidar com a informação, aliada ao crescente aumento do fluxo de
informação, justifica o estudo dos Sistemas de Informação e do que se entende por informação em
particular.
A INFORMAÇÃO
• Os dados considerados são apenas os relevantes: se estes não forem evidentes, então não se
obtém informação;
• O âmbito é apenas o das decisões a tomar, mas a informação pode ser útil para a motivação, a
construção de modelos e o trabalho de desenvolvimento constante de informar futuras decisões.
Verifica-se desta forma, que em si mesma, a definição do que é informação levanta vários
aspetos associados, nomeadamente que informação não relevante pode ser contraproducente e
proporcionar mais confusão e dificuldades que a sua própria não existência – nestes casos estamos
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perante um fenómeno de entropia, onde não é fácil ou sequer possível detetar qual a informação
relevante para tomar determinada decisão ou ação. O conceito de entropia está associado à ideia de que,
quando se perturba um dado ambiente, este evolui para a situação de maior entropia, isto é, aquela em
que é estatisticamente mais provável que ele seja observado, probabilidade essa que fornece um
indicador da «desordem».
Desta forma, os dados são factos básicos, concretos que podem ser especificados por via de
observação, medição ou simplesmente como resultado de atividade realizada. Os dados estão
normalmente associados a descritores que qualificam e quantificam a atividade humana.
No primeiro nível, que é a forma mais básica, são os dados que constituem os elementos
atómicos que referenciam, qualificam e descrevem todos os itens necessários à operação do sistema de
informação. A operação do sistema de informação é mantida, em termos de fluxo de informação e de
suporte à atividade realizada na organização.
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No entanto, perante um sinal amarelo, muitas vezes se observa que se acelera, em vez de
abrandar, tomando em linha de conta a avaliação dos perigos existentes – trata-se de um exemplo de
confronto de diferentes modelos de conhecimento que são avaliados face a cada contexto específico. O
conhecimento é também referido como:
• Que pode ser aprendido e, por vezes, explicitado ou descrito (conhecimento explícito);
• Que consiste em algo que simplesmente se sabe, sem existir um modo formal da sua
aprendizagem (conhecimento tácito);
• Como o meio de veicular dados e informação de modo organizado e estruturado para uso
futuro e suporte à seleção de dados, informação e conhecimento e da avaliação destes recursos.
É ainda possível identificar um quarto nível: sabedoria. Neste nível, é proposto um maior grau
de abstração do que o existente para o conhecimento e está associado à capacidade de inovação e de
previsão de comportamentos associados a sistemas de grande complexidade. Nestes casos é incluída a
capacidade de aplicar a situações novas o conhecimento existente, bem como a previsão de
comportamentos por comparação com dados, informação e conhecimento disponível, sem prévia
aprendizagem ou experiência dessa utilização.
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composto por dados e informação, combinando e explorando esses recursos, além da própria construção
do conhecimento. Um sistema de informação deve dar resposta a estas atividades.
Definindo as funções da informação como os diferentes modos de que cada indivíduo pode usar
o recurso informação de forma a satisfazer necessidades próprias que podem ser repartidas pelos
seguintes grupos:
• Comunicação;
• Armazenamento.
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• Precisa: o grau de rigor da informação que revela uma caracterização da realidade o mais
fiável possível; informação correta e verdadeira.
• Completa: a presença da informação dispersa pela organização não tem grande valor se não se
encontrar disponível; a informação é tanto mais valiosa quanto mais se está na posse de todos os
elementos que a devem compor. Colocam-se aqui questões de acessibilidade.
Adicionalmente, deve ser tido em atenção que o real valor da informação depende da sua
utilização, da sua precisão e do seu nível de detalhe, logo, nem toda a informação possui o mesmo valor
e por isso devem ser especificadas prioridades para o seu tratamento, comunicação e armazenamento.
De igual forma a sua origem é importante, sendo de considerar a existência de múltiplas fontes
de informação que importa ter em conta e que variam de organização para organização, bem como os
seus utilizadores.
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Para assegurar a qualidade da informação, o ser humano é determinante, pois é também o seu
principal produtor e consumidor.
O ser humano
A tomada de decisão é uma parte integrante da atividade humana e também da gestão. No que
respeita aos gestores é mesmo uma das suas principais competências. Herbert Simon identifica a tomada
de decisão com o processo de gestão em si mesmo, sendo consideradas três fases:
Tomada de decisão
O momento de escolha de uma entre diversas alternativas, momento esse que se integra num
processo que compreende diversas etapas. Esse momento em que quem toma a decisão e seleciona o
curso de ação, é igualmente escolhido pelo decisor e parte integrante da tomada de decisão – timing.
A tomada de decisão é um processo genérico, porque tem lugar em toda a atividade organizada,
é dinâmica, porque ocorre a todos os níveis da hierarquia, qualquer que seja a forma de organização e
do contexto em que é realizada.
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Cada indivíduo tem de assegurar que os dados e a informação que necessita para essa tomada de
decisão estejam disponíveis, e que a informação em causa seja de qualidade e entendível pelo indivíduo.
Necessidades de informação
Quando um indivíduo se torna consciente de que não sabe algo que lhe possa ser útil conhecer,
foi definida uma necessidade de informação. Desta forma, entende-se por utilidade a necessidade de
suporte de tomada de decisão ou a ação.
• Assim que esta for obtida, o indivíduo deve ser capaz de a entender.
No entanto, nem toda a informação possui a mesma importância ou prioridade para cada
indivíduo e para a organização. Assim, teremos diferentes níveis de decisão. É possível, de acordo com
a natureza da sua utilização, distinguir três níveis de utilização dos recursos de informação e dados, a
que também estão associados diferentes níveis de controlo. Os níveis de responsabilidade: operacional,
tático e estratégico
O fluxo de dados numa organização pode ser caracterizado pelo agrupamento de dados e
informação de modo a satisfazer os diferentes processos de tomada de decisão na organização, quer
internamente, quer na sua relação com o exterior, considerando os diferentes níveis de responsabilidade.
Perante a necessidade de garantir que a informação esteja acessível a quem dela necessite é
crucial considerar um fluxo de informação, onde dados e informação são armazenados, processados e
comunicados com base em diferentes prioridades. É adequado definir prioridades de tratamento de
informação e estabelecer os canais necessários para encaminhar dados e informação. De acordo com
essas prioridades e para assegurar o seu fornecimento aos decisores é possível efetuar uma divisão do
fluxo por níveis de responsabilidade. Considera-se para cada um dos níveis, a informação que possui
características e orientações diferentes em termos de audiência, do seu alcance temporal e da sua
complexidade:
• Nível estratégico: informação bastante elaborada que suporta decisão de longo prazo,
orientada para os decisores de topo.
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• Nível operacional: nível de controlo e execução de tarefas específicas de curto prazo em que
assenta a atividade da organização. O grau de complexidade é pequeno mas constitui a fonte básica,
geradora da informação que flui na organização.
Decisão Tipo II
Decisão TIPO I
Relação segura entre causa/efeito e repetitiva Relação incerta entre causa/efeito (não repetitiva)
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• Modelo racional: prescreve o que o indivíduo deve fazer para ser um decisor eficaz e muito
estruturado. O seu critério de decisão é a maximização do resultado final. Este modelo está mais
adequado para a tomada de decisões do tipo I (estruturadas);
• Modelo político: referido também como modelo adaptativo, baseia-se nas contribuições da
ciência política, da filosofia, da psicologia e da sociologia. Trata-se de um modelo comportamental e o
seu critério de decisão é que os resultados sejam aceitáveis. Recorre a uma estratégia de decisão baseada
na negociação e no compromisso para conseguir obter resultados que sejam aceitáveis por diversos
grupos externos. Desta forma, a escolha não é única, muito menos é a decisão certa, pois é apenas a
decisão aceitável;
• Modelo de processo: associado à gestão e que possui como critério de decisão uma forte
orientação para os objetivos. Usa as disciplinas quantitativas e reconhece a importância das ciências
sociais. Sensível à envolvente externa e assente em princípios profundamente interdisciplinares (tal
como o modelo organizacional, embora possua em relação a este, uma orientação para o longo prazo e
um carácter estratégico). Este modelo é adequado à inovação.
O processo de tomada de decisão acontece por ação dos indivíduos, que atuam sozinhos ou em
grupo, para alcance de uma escolha que satisfaça o cumprimento dos objetivos. Desta forma, colocam-
se questões associadas à produção de informação e à interação entre pessoas – grupos – para suporte e
tomada de decisão. A decisão em contexto organizacional tem, normalmente, lugar em grupos, tais
como equipas, grupos, conselhos de gestão ou de administração. As decisões de tipo I tendem a ser
tomadas individualmente e as decisões do tipo II, em grupo. Neste último caso, a decisão em grupo
permite lidar com a complexidade e o risco da decisão.
Este autor propõe que certas decisões são mais eficazes quando tomadas isoladamente, em
particular, se são rotineiras e previsíveis e têm lugar ao nível operacional. Outras decisões, em especial,
estratégicas e não estruturadas, têm vantagens em serem tomadas em grupo, nos níveis mais altos da
hierarquia de uma organização.
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e Laudon (2005) propõem uma divisão dos indivíduos numa organização, de acordo com as suas
competências. Adicionalmente, são ainda considerados os gestores associados a cada um dos níveis de
responsabilidade.
Trabalhadores do conhecimento
Trabalhadores de dados
Indivíduos que estão envolvidos na produção de produtos e serviços na organização. Para lidar
com dados e informação, as tecnologias de informação e comunicação são um recurso importante. Tal
ainda se torna mais real quando o perfil do profissional no contexto da sociedade da informação e do
conhecimento exige uma constante relação com dados, informação e conhecimento e uma permanente,
rápida e eficiente capacidade de decisão (ser eficaz, por si só, já não chega!).
O COMPUTADOR
Uma das grandes vantagens do computador é tratar-se de um processador simbólico e, por isso
mesmo, útil para lidar com dados e informação, a acrescentar às suas capacidades de cálculo. Desta
forma o computador permite lidar com a informação com maior facilidade em três aspetos:
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Todavia, o recurso a tecnologias de informação não se esgota nos computadores. Muitos outros
dispositivos compõem o aparato tecnológico disponível para suporte ao fluxo de informação nas
organizações.
Em sentido restrito, apenas considera os dispositivos de base digital, de que o exemplo máximo
é o computador. Em sentido lato, engloba outro tipo de suportes como o papel e outros meios utilizados
para lidar com dados e informação em atividades manuais.
Por imagem digital de dados entende-se a coleção de dados organizados que, de acordo com
determinadas opções tecnológicas e funcionais, representa as necessidades de informação para suportar
as atividades da organização.
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Os computadores não são um fim em si, mas um meio de auxiliar o processo de decisão e a
ação, com maior eficiência e com eficácia. Desta forma, o suporte ao fluxo de informação proporciona
um maior ou menor esforço, uma maior ou menor eficiência e, por isso mesmo, tem impacte na eficácia
e no desempenho da organização.
As redes e os computadores são a resposta atual a este problema. São, no entanto, insuficientes
na medida em que nos propõem apenas um meio de «viagem» entre ilhas, sendo o esforço a tomar um
dos principais objetivos de um sistema de informação, com o potencial de integração por via de
aplicações e serviços.
Cada vez mais a tendência será deslocar a operação de cada computador como um ente isolado
para a de um computador como parte de uma entidade maior, composta por computadores e redes.
Os computadores isolados são zonas problemáticas, na medida que a sua existência é tão ou
mais causadora de entropia, que a simples não existência do computador, isto é, parte das vantagens do
recurso ao computador desaparecem ou são drasticamente diminuídas pelo risco de quebra do fluxo de
informação. Desta forma, mesmo os computadores e redes, por si só, também não são suficientes, é
necessário enquadrar a sua utilização
Um sistema de informação tem por objetivo orientar a tomada de decisão nos três níveis de
responsabilidade, assegurando a regulação das características que garantem a qualidade de dados e
informação e possibilitando a obtenção de informação, mediante custos adequados para a organização
que serve. O SI deve assegurar também o acesso a dados e informação devidamente monitorizado,
seguro e protegido, bem como a segurança e a disponibilidade futura de dados e informação.
O comportamento de um SI deve ser aferido pela forma como dá cumprimento aos objetivos
definidos e à capacidade de fornecimento de dados e informação à organização em formato, tempo e
com custo adequados.
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Como garantir que estes cinco elementos estejam devidamente enquadrados para trabalhar em
conjunto? Deve-se assegurar o fluxo de dados e informação e recolher o conhecimento de indivíduos e
grupos envolvidos em atividades e processos de tomada de decisão na organização
Os procedimentos automáticos são executados também pelos indivíduos, mas com o auxílio de
dispositivos que permitem a manipulação de informação em registos não compreensíveis para o homem.
Estes procedimentos asseguram algumas funções de controlo e manipulação de dados e informação de
modo autónomo, sem intervenção humana. Os procedimentos automáticos podem assegurar também
grande parte das operações de cálculo e do tratamento de grande parte das atividades associadas à
tomada de decisões de tipo I.
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A organização, enquanto forma estruturante numa empresa, pode ser considerada um sistema, o
que permite estabelecer uma analogia entre a teoria geral de sistemas e a organização de uma empresa.
No entanto, uma organização é dinâmica, não sujeita a modelos rígidos nem a esquemas
predefinidos. A imagem digital de uma organização, num dado momento, é o resultado das atividades
em curso envolvendo direta e indiretamente a empresa, tanto dentro como fora dos seus limites.
• O conjunto de componentes que forma o sistema representa mais do que a soma das suas
partes.
Características de um sistema
(1) Objetivo: proposta fundamental que justifica o sistema, pode ter mais do que um objetivo;
(2) Componentes: partes do sistema que funcionam em conjunto para alcançar os resultados pretendidos
(objetivos);
(3) Estrutura: relação ou relações entre os componentes; responsável pela definição de fronteira entre o
sistema e o meio envolvente;
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(5) Ciclo vital: ocorre em qualquer sistema e inclui fenómenos de evolução, desgaste, desadequação,
envelhecimento, substituição, reparação e «morte» do sistema.
Todavia, as fronteiras não ocorrem unicamente entre o sistema e o mundo exterior: ocorrem
igualmente entre os diversos subsistemas e componentes do sistema. Numa organização, a coordenação
de esforços é claramente uma das necessidades vitais. A existência de fronteiras entre os subsistemas
vai limitar, em medida variável, a coordenação e comunicação gerais do sistema.
O sistema de informação tem por objetivo minorar as restrições impostas pela existência de
fronteiras, proporcionando os mecanismos possíveis para suporte ao fluxo de dados e informação,
congregando os esforços dos vários componentes da organização – subsistemas – e permitindo o
funcionamento do sistema como um todo, inclusivamente no relacionamento com o mundo exterior.
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contribuem para a própria organização e cada uma destas exige informação a diferentes níveis de
responsabilidade;
3. Estrutura: a estrutura é definida pela forma como a autoridade e a responsabilidade são distribuídas
pelos indivíduos. A estrutura define as fronteiras do sistema;
5. Ciclo vital: a organização passa por vários estados ao longo da sua vida útil. Exige a revisão periódica
dos objetivos para assegurar a sua sobrevivência.
Por sua vez, um sistema de informação pode ser decomposto em subsistemas de informação,
normalmente cada um deles com finalidades específicas bem definidas.
O registo de informação recorre a diversos suportes, como o papel e a comunicação verbal, para
realizar uma percentagem ainda significativa do total dos registos. As próprias secretárias físicas dos
locais de trabalho constituem elementos de diagnósticos importantes na deteção e levantamento do
estado atual do sistema de informação na organização.
As tecnologias de informação mais do que alterar este cenário vieram estendê-lo, permitindo a
automatização de alguns procedimentos, quase todos eles de controlo, e possibilitando novas facilidades
de acesso a informação em formato digital.
Um exemplo destas alterações são os indivíduos cujo trabalho consiste na verificação de crédito
de potenciais clientes. A avaliação desses clientes é realizada com base num formulário preenchido
pelos próprios com os dados a serem cruzados com informação obtida junto de serviços especializados
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em informação comercial. Com a divulgação dessa informação para toda a empresa, qualquer
profissional ligado ao diálogo com os clientes pode efetuar este serviço, desde que tenha o
conhecimento adequado para explorar a informação existente e de forma ativa proceder ao seu
tratamento. É muito provável que durante todo este processo seja necessário comunicar com outros
indivíduos – ficam desta forma representadas as três funções da informação: armazenamento,
processamento e comunicação.
A passagem de uma atitude passiva para uma atitude ativa justifica mudanças importantes tanto
em termos de organização como em termos de formação de cada indivíduo, uma vez que o acesso à
informação exige outras e novas competências e o acesso por iniciativa própria aos dados e informação.
Muitas são as situações nas organizações onde se verifica existirem perdas, quer de tempo, quer
de recursos, que implicam gastos económicos quantificáveis tanto de forma direta como indireta.
Existem numerosos autores que discutem, em estudos efetuados, a medição da dissipação do esforço de
trabalho em atividades cujo valor acrescentado não as justifica, culpando alguns deles mesmo o uso
indevido das tecnologias de informação. Inicialmente, a complexidade dos dados e informação nas
organizações decorre da sua dimensão, do seu passado ou de uma conjugação de ambos. A dimensão
das organizações resulta essencialmente da carga de trabalho a suportar, que se pode traduzir em
número de fornecedores existentes, em número de clientes, em número ou volume de vendas, em
quantidade ou complexidade de produtos, etc. O tipo de atividade também é um fator que contribui para
a complexidade.
Para dar resposta a solicitações quer internas, quer externas, o sistema de informação existente
na organização tem de se adaptar e acompanhar a dimensão resultante da atividade da empresa, com
coordenação dos objetivos e do desempenho que pretende atingir. O próprio ambiente exterior à
organização impõe restrições tanto no plano económico como no plano temporal que condicionam a sua
eficiência e eficácia.
A organização resultante da «soma» das atividades do seu passado histórico adquire uma
dimensão com qualidades e restrições que a caracterizam e tornam única num dado instante. A
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consciência do carácter dinâmico e transitório típico de uma organização exige que se assuma uma
postura de continuidade que potencie as qualidades existentes e se corrijam os aspetos menos positivos e
necessários para responder a novas solicitações.
– Desenvolvimento pelo utilizador final: desenvolvimento pelos utilizadores com pouca ou mesmo
nenhuma assistência formal de especialistas.
O processamento de dados trouxe para as empresas o hábito do registo maciço de dados para
posterior tratamento; assim novas situações de pesquisa, comparação e avaliação dos dados foram sendo
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Posteriormente, e para minorar a carga do sistema informático central, ocorre uma progressiva
introdução de microcomputadores, que desenvolvem núcleos isolados de processamento de dados que
permitem um maior protagonismo do utilizador, mas dificultam a reutilização de informação processada
por diferentes grupos de profissionais.
O excesso de informação
– Volume da informação;
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– Frequência da informação.
A recolha de dados de fontes externas assume particular relevo para a produção de dados e
informação, com a utilização de tecnologias de bases de dados e do conceito de transação (conjunto de
atividades relacionadas e que devem ser executadas como um todo) a desempenhar um papel
determinante, permitindo a interligação do fluxo de dados entre os níveis de responsabilidade.
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A par dos requisitos descritos é também importante conseguir que, sob solicitação, qualquer
profissional da organização possa fornecer informação institucional, isto é, consiga oferecer de modo
autónomo a informação que lhe é solicitada do exterior sem o envolvimento excessivo de recursos quer
humanos quer materiais.
A Internet é uma rede global de dados com propriedade distribuída, em que cada instituição
integrada na rede possui uma parte da mesma. Desta forma, não existe uma entidade central de gestão, o
que implica que não existem regras sobre que recursos podem ou não ser disponibilizados. Embora
contenha uma enorme quantidade de dados e informação disponíveis (e muitas vezes de acesso livre e
sem custos associados), cabe ao utilizador avaliar a qualidade destes recursos. Tratando-se de um
serviço disponibilizado por associação de redes, com dados e informação de diferentes origens, não
existem garantias de que o que está hoje vai continuar amanhã. A Internet é também designada por rede
das redes, possuindo múltiplos e variados serviços, dos quais se destacam o correio eletrónico e a World
Wide Web. Um dos aspetos mais importantes é o facto de a Internet permitir a interligação de diferentes
equipamentos de diferentes características, associando desta forma um número crescente de instituições
e indivíduos à escala global e a baixo custo.
Internet
Rede internacional de redes que agrega uma coleção de centenas de milhares de redes públicas e
privadas. Esta rede global de redes proporciona uma plataforma altamente flexível para a partilha de
informação. A informação em formato digital pode ser distribuída para milhões de indivíduos em todo o
mundo, praticamente sem custos associados.
Características da Internet
• Tecnologia de mediação;
• Canal de distribuição;
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• Destruidor criativo;
Benefícios da Internet:
• Conectividade global;
• Conhecimento potenciado;
Intranet
Uma rede que recorre às mesmas soluções de tecnologia da Internet, para utilização interna à
organização e que se caracteriza por:
• Recorre a um firewall (sistema para prevenir a invasão de redes privadas) que assegura o
acesso e segurança de dados e informação;
Extranet
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Uma aplicação de rede, utilizando as mesmas soluções de tecnologia da Internet, que permite a
uma organização utilizar a Internet para suporte de relações seguras com parceiros, fornecedores e
clientes. É possível desta forma, que utilizadores selecionados (clientes, parceiros de negócios e
vendedores) do exterior de uma organização usem a sua intranet.
Como vantagem competitiva, o recurso a uma extranet permite à organização estender o seu
sistema de informação a parceiros de negócio externos, proporcionando acesso a dados e informação,
bem como a aplicações que agilizam os processos de negócio.
São muitas as áreas que podem beneficiar da adoção de soluções de interligação com a Internet,
quer internamente à organização (intranet), quer na relação desta com o exterior (extranet). Em especial,
destacam-se a possibilidade de criar grupos de colaboração, proporcionar maior conectividade e acesso
remoto a aplicações funcionais, gestão de conteúdos, fluxo de trabalho e gestão do conhecimento, bem
como permitir a integração de fornecedores através de sistemas de gestão de fornecimento, com os
recursos humanos da empresa por uso de sistemas de informação de suporte à sua atividade no exterior
da organização ou como suporte à formação, como é o caso quando se recorre a plataformas e serviços
de ensino a distância (e-learning). No contexto das autarquias, o uso de facilidades de Internet, intranet
e extranet proporciona um canal não negligenciável para a interação com o cidadão/munícipe e
constitui-se como um dos meios privilegiados para o desenvolvimento de práticas de local e-government
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Desta definição de organização convém reter alguns conceitos fundamentais para a sua
adequada compreensão, nomeadamente:
1. Atuação coordenada: para que exista uma organização, não basta que um conjunto de pessoas
atuem com vista a atingir um objetivo comum; é necessário também que essas pessoas se organizem, ou
seja, que desenvolvam as suas atividades de forma coordenada e controlada para atingir determinados
resultados. Esta coordenação e controlo é geralmente efetuada por um líder mas encontram-se muitas
vezes organizações em que estas tarefas são efetuadas por todos os membros em conjunto através, por
exemplo, de um órgão colegial.
3. Afetação eficaz: os recursos organizacionais descritos no ponto anterior são, por definição, escassos,
daí que a sua alocação deva ser efetuada eficazmente por forma a que a probabilidade de atingir os
objetivos pré-definidos seja a maior possível. É daqui que surge a principal justificação para a
necessidade da gestão nas organizações.
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5. Contexto: Representa toda a envolvente externa da organização que, de forma direta ou indireta,
influencia a sua atuação e o seu desempenho. Nesta envolvente externa inclui-se o contexto económico,
tecnológico, sociocultural, político-legal, e ainda um conjunto de elementos que atuam mais próximo e
diretamente com a organização, tais como os clientes, os fornecedores, os concorrentes, as organizações
sindicais, a comunicação social, entre outros.
A estratégia de uma organização tem uma enorme influência no desenho e tipo de estrutura
organizacional que irá ser implementada. O tipo de estrutura escolhido para a organização, por sua vez,
influencia o desenho do sistema de controlo de gestão que deverá ser escolhido, e posteriormente
implementado. Existem organizações bastante variadas, quer em tamanho quer em objeto social, mas as
suas estruturas podem ser agrupadas em 3 grandes categorias.1.
Organização funcional ± em que cada gestor tem a responsabilidade por uma função
específica como produção ou marketing.
Unidade de negócio ± em que cada gestor é responsável pela maior parte da sua
unidade de negócio, e que esta funciona quase como uma companhia independente da primeira.
Organização em matriz ± cada unidade funcional tem responsabilidades divididas e
partilhadas.
Organizações funcionais
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sempre pelos gestores de topo da organização, independentemente de, por vezes, ser originada nos
níveis mais baixos da estrutura. Esta hierarquização da disputa através de vários níveis hierárquicos com
a consequente comunicação da decisão ao nível original pode consumir tempo precioso e alimentar
sentimentos de frustração.
Unidade de negócio
Esta estrutura foi desenhada para resolver os problemas inerentes à estrutura funcional. Uma
unidade de negócio é responsável por todas as funções de uma linha de produto. A performance destes
gestores é medida pelo lucro da unidade de negócio. É um critério válido porque o lucro reflete o
desempenho desta unidade nos resultados globais da organização. Embora os gestores tenham uma
capacidade de autonomia lata, a sede da organização ainda impacta em algumas decisões (no mínimo, a
provação orçamental e o estabelecimento dos objetivos a atingir).Uma vantagem deste modelo é a
preparação dos gestores responsáveis para um assumir de posições de chefia no topo da organização.
Outra vantagem está relacionada com a maior proximidade da unidade, em relação à sede, ao mercado e
aos clientes que permite a tomada de decisões mais céleres e consentâneas.
Por outro lado, existem também desvantagens:
A potencialidade da duplicação dos recursos humanos associados a funções existentes já na
sede.
O gestor é um generalista e os seus subordinados são especialistas funcionais que se deparam
com os mesmos problemas dos especialistas funcionais de outras unidades de negócio. Esta divisão, por
vezes, custa mais do que o valor acrescentado oferecido.
Especialistas são mais complicados de encontrar no mercado. E algumas unidades de
negócio poderão não ser atrativas para pessoal qualificado.
A substituição das disputas entre funções para disputas entre unidades de negócio. Podem
envolver unidades de negócio entrarem na esfera de outra ou mesmo disputas entre pessoal da unidade
de negócio e os colaboradores.
Organização em matriz
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a que pertence. Estes recursos são utilizados sempre que os projetos necessitam das suas habilidades
específicas, no entanto respondem diariamente ao chefe de departamento. Os gestores de projeto querem
toda a atenção para os seus projetos enquanto que os responsáveis funcionais têm de pesar a utilização
dos seus recursos em todos os projetos alocados à sua área. Este conflito de interesse, como é óbvio,
gerará um ambiente de alguma tensão interna.
Controlo
Uma boa forma de exemplificar o controlo está na condução da sua viatura. Carregue no
acelerador e o seu carro andará mais depressa. Carregue no pedal ele parará. Com estes dois
instrumentos controlamos a velocidade.
Se algum destes falhar perdemos o controlo do carro. Uma organização também tem de ser
controlada, ou seja, criarmos instrumentos que permitam que os objetivos estratégicos sejam atingidos.
Obviamente controlar uma organização é muito mais complexo do que controlar um carro. Um sistema
de controlo tem pelo menos 4 elementos:
1. Um detetor ± mede o que realmente está a acontecer no processo monitorizado.
2. Um determinante - que determina a significância com o que está realmente
a acontecer comparando-o com a norma ou expectativa do que deveria acontecer
3. Um orientador que orienta o comportamento em função da indicação do determinante.
4. A rede de comunicação ± que transmitem a informação entre os outros elementos do sistema.
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Gestão
Uma organização é composta por um grupo de pessoas que trabalham juntas com o intuito de
atingirem objetivos comuns. As organizações são lideradas por um conjunto de gestores, o Presidente
no topo, e os gestores das unidades de negócio, departamentos. A complexidade da organização
determina o número de níveis da mesma. À exceção do Presidente, todos os gestores são superiores e
subordinados, supervisionam os colaboradores da sua unidade, e são supervisionados pelos gestores a
quem reportam. A gestão de topo define a estratégia global que deverá permitir à organização atingir os
seus objetivos.
Sujeitas à aprovação desta gestão de topo, os vários gestores das diferentes unidades formulam
estratégias adicionais consonantes que possibilitem Às respetivas unidades atingir os objetivos.
Sistema
Um sistema é um conjunto coordenado de recursos e/ou pessoas para levar a cabo uma atividade
ou um conjunto de atividades
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PLANEAMENTO
O QUE É O PLANEAMENTO?
É o processo através do qual a gestão de topo, idealmente com a colaboração dos gestores dos
outros níveis, define os propósitos globais da organização (a missão), os objetivos estratégicos e a forma
de os alcançar. O planeamento centra-se no futuro. O resultado da função planeamento é um plano
estratégico.
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a) Como planear
Planear uma estratégia principalmente tendo em vista projetos para serem implementados em
determinada altura;
Estabelecer planos de ação das diversas atividades e sua integração com o todo;
Pensar no novo e nas estratégias de atuação;
Focalizar a rotina com a mesma importância do novo e pensar em estratégias de melhoria
c) Focalizar no Desempenho
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Fase 1. Preliminar
Fase 2. Participação
Workshops participativos para cada eixo para definir estratégias e ações para o cumprimento de cada
objetivo.
Integração dos resultados das sessões de trabalho e dos workshops por eixo num documento único.
Programação das ações.
Elaboração de um plano de comunicação para o plano estratégico.
Fase 5. Execução
Anual
Revisão do plano.
. 8º Princípios
Assim sendo, podemos definir controlo de gestão como: um conjunto de instrumentos que
motivem os responsáveis descentralizados a atingir os objetivos estratégicos da empresa, privilegiando a
ação e a tomada de decisão em tempo útil e favorecendo a delegação da autoridade e a
responsabilização.
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Existem várias técnicas que podem ser utilizadas na análise e avaliação das alternativas
estratégicas nomeadamente as análises custo/benefício, estudos de mercado, métodos de previsão,
método dos cenários, teoria dos jogos, análise de criação do valor entre outras. Nenhuma das técnicas é,
no entanto, garantia suficiente de que a estratégia selecionada seja a melhor, nem mesmo de que seja
uma boa escolha. A utilização do método científico para a tomada de decisão só será possível em
situações passíveis de estimarmos com grande probabilidade a relação entre as variáveis e os objetivos.
Dada a complexidade e exigência de informação futura das decisões estratégicas, não existe capacidade
de lidar convenientemente com as variáveis referidas. A decisão estratégica é, assim, baseada no
julgamento sendo, por isso, mais uma arte do que uma ciência. É um processo simultaneamente criativo,
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pois obriga à contribuição de muitas ideias, e analítico, dado que as ideias são sujeitas a análises
profundas. Nesta fase do processo de planeamento, o controle de gestão deve ajudar a decidir dois
aspetos relevantes:
a) Nível de descentralização da participação ± avaliando e tendo em perspetiva as
necessidades de mudança e o nível de resistência à mudança por parte dos gestores de linha e quadros
intermédios.
b) A formalidade do processo de planeamento estratégico ± Refletindo a necessidade de
documentos escritos (visão formal) ou a realização de acordos e estabelecimentos de linhas de ação sem
a sua transposição escrita (visão informal). O plano descreve, sinteticamente, a previsão sobre o meio
envolvente, os objetivos que se pretendem atingir, as estratégias definidas para os alcançar e a
evidenciação das responsabilidades individuais na implementação destas.
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A SAP nº 54 define:
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Outra Instrução, define Controlo Interno como: "Qualquer ação tomada pela administração
(assim compreendida tanto a Alta Administração como os níveis gerenciais apropriados) para aumentar
a probabilidade que os objetivos e metas estabelecidos sejam atingidos. A Alta Administração e a
gerência planejam, organizam, dirigem e controlam o desempenho de maneira a possibilitar com
razoável certeza essa realização.
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b) Objetivos - devem ser entendidos como seus planos e declarações estratégicas no amplo
sentido. O estabelecimento de objetivos precede sempre a escolha das metas e seleção, desenho,
implementação e manutenção dos sistemas que têm como finalidade a segurança na consecução dos
objetivos.
c) Metas - são alvos específicos, quantificados, dentro de sistemas específicos e podem também
ser denominados como metas operacionais, padrões operacionais, nível de desempenho ou resultados
esperados. Devem ser identificadas em cada sistema, claramente definidas, mensuráveis, com adequado
grau de realismo e consistentes com os objetivos estratégicos. Os riscos de sua não realização devem ser
também explicitamente reconhecidos.
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Geral de Contas, regras de contabilização, manuais de serviços, reconciliação contabilística dos diversos
sistemas com a contabilidade, levantamentos das contas não escrituradas eletronicamente, etc.)
h) Eficiência operacional - compreende a ação ou força a ser posta em prática nas transações
realizadas pela empresa. A definição de adequado plano de organização aliada aos métodos e
procedimentos bem definidos, assim como a observação de normas salutares no cumprimento dos
deveres e funções com a existência de pessoal qualificado, treinado para desenvolver suas atividades e
adequadamente supervisionado por seus responsáveis, tendem a implementar a desejada eficiência nas
operações.
Finalmente, vamos colocar na análise dois componentes, que embora não apareçam claramente
no conceito de Controlo Interno, estão presentes em todos os fatores acima descritos:
As políticas operacionais são fundamentais ao planeamento e operação dos sistemas, e estes por
sua vez, fluem segundo o "arranjo organizacional" definido.
Assim sendo, se os procedimentos componentes de um sistema foram estabelecidos de
conformidade com uma determinada política, a execução desses procedimentos corresponde, por si só,
ao cumprimento da política estabelecida. Por outro lado, fica evidente a extrema dificuldade de se ter
sistemas eficientes onde inexistem políticas adequadas, ou em situações organizacionais confusas e
vice-versa.
j) Pessoal - é necessário lembrar que estes planos de políticas, sistemas e organização são
"ferramentas" utilizadas por pessoas. Dentro de uma visão sistémica da empresa, fácil é compreender
que, mesmo com sistemas, políticas etc. adequadamente planejados, a eficiência administrativa será
comprometida, se a empresa não dispuser de um quadro de pessoal adequadamente dimensionado,
capaz, eficiente e motivado.
Com base nos fatores acima expostos, podemos definir CONTROLO INTERNO como sendo o
conjunto de políticas estratégicas e operacionais, procedimentos e definições de estrutura
organizacional, operado por pessoas capacitadas, e que visam salvaguardar os ativos da empresa,
assegurar a fidedignidade das informações contabilísticas e gerenciais e estimular a eficiência
operacional.
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2.1 – O ORÇAMENTO
Instrumento de gestão de apoio ao gestor no processo de alcançar os objetivos para a
empresa
É um instrumento de decisão e ação
Tradução monetária dos planos de ação
Compromissos por parte dos responsáveis operacionais em atingir os seus objetivos.
Orçamentos Sectoriais: consistem na tradução financeira dos Planos Operacionais de cada área
funcional, por exemplo Orçamento de Vendas, Orçamento de Produção.
Orçamento Mestre: consiste na consolidação dos diversos Orçamentos Sectoriais e que, por isso,
releva em termos estimados, a evolução económico-financeira da empresa globalmente considerada.
Orçamentos de Curto Prazo: com a duração de um ano ou do ciclo de exploração normal, o maior dos
dois.
Orçamentos Estáticos: cobrem um determinado período de tempo, findo o qual, novo orçamento será
preparado para igual período de tempo.
Orçamentos Deslizantes: cobrem um determinado período de tempo, findo que cada um dos
subperíodos constantes considerados, novo orçamento será preparado, consistindo este no ajustamento
das diversas rubricas para os subperíodos remanescentes e na adição do subperíodo subsequente.
Orçamentos Rígidos: contem quantificação das estimativas efetuadas em termos de custos e proveitos,
para o nível de atividade previsto.
Orçamentos Flexíveis: contem, para além do referido no ponto anterior, a possibilidade de ajustamento
daqueles valores aos níveis de atividade efetivamente verificado.
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Planos de Ação
É o resumo das decisões que se tomam sobre as atividades que se executarão durante o
ano seguinte
São a base de afetação dos recursos
Ciclo orçamental
FASE 1 FASE 2 FASE 3
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Instrumento de Planeamento
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Instrumento de Motivação
Pertinência das normas orçamentais em função das tarefas; A atitude do gestor perante
o sistema orçamental (cooperação ou obstrução). Estes elementos são influenciados por uma série de
variáveis (tanto exógenas como endógenas à gestão da organização).
Instrumento de Coordenação
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Instrumento de Avaliação
Objetivos
Os objetivos a atingir são múltiplos
É necessário assegurar a sua consistência (estabelecer hierarquia e quantificar)
Devem ser exigentes e alcançáveis
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Dificuldades de forma
O calendário
Os formulários orçamentais
Os processos
Dificuldades de fundo
Ausência de objetivos
Ausência de planos de ação
Detalhe excessivo
Ausência de negociação de um “contrato de orçamento”
Orçamentos cortados “às cegas”
As “almofadas” orçamentais
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Deve:
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GESTÃO DA EMPRESA
É necessário identificar quais as causas ou fatores que estão na origem dos desvios e qual a sua
relevância, não apenas como um elemento explicativo, mas sobretudo de orientação para a ação e
responsabilização dos gestores.
a) A previsão anual
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Porquê?
Onde?
Quem?
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Resultados são afetados por múltiplas variáveis, muitas das quais não é possível prever
Algumas variáveis são incontroláveis
Centrada na avaliação do desempenho a curto prazo
Desvios baseados na habilidade em fazer orçamentos
Causas de que os gestores não são responsáveis
Tipos de relatórios
Conteúdo
Personalização
Comparação
Ação
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Apresentação
Qual a frequência da elaboração dos relatórios? (Condicionado ao período de referência
do orçamento, à oportunidade e ao custo da informação)
Em que medida devem englobar custos incontroláveis? (Não devem ser englobados: por
justiça; reduz a dimensão do relatório; concentra o gestor naquilo que é mais importante. A incluir por
mera noção da globalidade)
Qual o grau de detalhe dos valores englobados? (Depende do detalhe do orçamento.
Preconiza-se uma estrutura piramidal)
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O controlo de gestão atua muito mais sobre os homens do que sobre os números.
O sistema de sanções e recompensas é parte integrante do controlo de gestão.
Os atores de primeira linha no controlo de gestão são muito mais os responsáveis
operacionais do que os controladores de gestão
Materiais
Humanos
Financeiros
Comerciais.
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Segunda fase
A segunda fase deste controlo vai incidir sobre a contabilidade analítica, os centros de
responsabilidade e os "tableaux de bord" informativos. Esta fase surge como uma evolução natural da
anterior ao constatar os resultados mensais significativos, mas globais. Se o nível destes resultados for
preocupante, então deverão ser analisados mais profundamente, tendo em vista detetar as origens do
problema, o que constitui o âmbito da contabilidade analítica.
A contabilidade analítica implica uma organização em centros de custo que será o embrião dos
futuros centros de responsabilidade. Naturalmente, há tentativas de medir especificamente os resultados
de cada centro de custo. Por isso, o instrumento "tableau de bord" deve ter também em conta os vários
centros de custo, utilizando os indicadores mais adequados para cada um deles.
Nestas duas fases não é utilizado nenhum instrumento previsional. Em ambos os casos, a
perspetiva do controlo de gestão é o passado, determinando os resultados, quer global, quer
detalhadamente, mas de modo retrospetivo.
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O objetivo principal desta integração é proporcionar condições para que se possa determinar o
ponto de aplicação das ações corretivas no processo de gestão, pela quantificação dos resultados
esperados a curto, médio ou longo prazo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para implantar qualquer tipo de sistema de controlo de gestão, numa empresa, há necessidade de
se realizar um diagnóstico, que informe a sua real situação, como um todo, ou, de determinado setor.
Tal dado é importante, para se verificar os procedimentos adotados e, possivelmente, corrigir eventuais
desvios.
Como anteriormente não havia um controlo formalizado, a empresa, praticamente, era refém do
mercado, isto é, os preços dos seus produtos eram os praticados pelos seus concorrentes. Em
consequência, a empresa não tinha como competir, com base em preços e, nem, conhecia a margem de
contribuição de cada produto. Isso também dificultava a determinação do seu mix de produção e vendas,
com vistas na maximização do resultado global da empresa.
O Controlo de Gestão procura contribuir, em termos práticos, para a melhoria da
competitividade da empresa, tornando-a fixadora do seu preço, para os produtos fabricados. Além disso,
viabilizar uma melhor organização das atividades desenvolvidas, pelos diversos setores, como um
sistema de interação, para atingir o resultado, de modo mais controlado, o que, supostamente,
proporciona maior segurança ao poder de decisão, em todas as etapas do processo de gestão.
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Bibliografia
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