APSUROGENITALEtianaMalabarbaWiedemann 20231205215053
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CASO CLÍNICO 2
MJO, 65 anos de idade, obesa, 3 partos vaginais, apresenta queixa de
aumento da frequência urinária, noctúria, incontinência urinária de urgência. Não
faz uso de medicamentos e não refere outras queixas urinárias. A paciente é
tabagista e refere tosse crônica a cinco anos. O diário miccional evidenciou uma
frequência urinária de 14 micções em 24 horas e 3 episódios de perda urinária sem
associação com esforço físico. O exame fisioterapêutico do assoalho pélvico revelou
uma boa percepção da contração dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e
capacidade de contrai-los e relaxá-los voluntariamente, apresentou grau 3 segundo
a escala de Oxford. Paciente relata pouco ingesta hídrica por medo das perdas e
temor em sair de casa por medo de perder urina, relata sentir vergonha e por isso
tende a se isolar em casa.
Com base no que foi exposto:
a) Explique a fisiopatologia da disfunção citada no caso clínico.
A paciente acima apresenta a fisiopatologia de IUUrgência e Bexiga
Hiperativa.
A BH é uma síndrome caracterizada por contrações involuntárias e
hiperativas da musculatura da bexiga (músculo detrusor) durante a fase de
enchimento, levando a uma necessidade urgente de urinar. Essas contrações
podem ocorrer de forma inapropriada, mesmo quando a quantidade de urina na
bexiga é pequena. Os sintomas comuns incluem urgência miccional, frequência
urinária aumentada e, em alguns casos, incontinência urinária de urgência.
A fisiopatologia da BH não é completamente compreendida, mas várias
causas foram propostas, incluindo irritação urodinâmica, inflamação local,
neurogênese aumentada e disfunção do músculo detrusor. Fatores genéticos,
hormonais e ambientais também podem desempenhar um papel.
O aumento da atividade do detrusor pode ser desencadeado por
diversos motivos, interferindo no controle normal da micção e levando a
incontinência urinaria de urgência.
b) Considerando as características descritas, quais orientações relacionadas ao
estilo de vida devem ser dadas, pensando na saúde global da paciente (ao risco ao
qual ela está exposta em relação a sua saúde) e em aspectos que podem agravar sua
condição?
A paciente apresenta alguns fatores não obstétricos importantes que
aumentam o risco de gravidade da patologia como: idade (considerada idosa),
obesidade (aumentando a pressão intra-abdominal-vesical), tabagismo (causa
danos aos músculos e tecidos), tosse crônica (aumenta pressão intrabdominal).
Portanto, é importante que se eduque e oriente a paciente para que se
reduza os fatores de risco. Perder peso para diminuir a pressão intra-
abdominal, parar de fumar para aliviar a tosse constante e diminuir os danos
aos tecidos e músculos, beber mais água para evitar a concentração de urina e
irritação na bexiga. Assim como, desenvolver estratégias para o retorno à vida
social também pode ajudar a melhorar sua qualidade de vida.