Resumo Expandido2 CBCS 2011
Resumo Expandido2 CBCS 2011
Resumo Expandido2 CBCS 2011
Marinete Martins de Sousa Monteiro(1), Leandro Pereira Pacheco(2), Wilson Mozena Leandro(3), Pedro Luiz
Oliveira de Almeida Machado(4), Renato Lara de Assis(5), Beáta Emoke Madari(4), Fabiano André Petter(2),
(1)
Graduanda em Engenharia Agronômica, bolsista do PIBIc/UFPI - Universidade Federal do Piauí – Campus Professora Cinobelina Elvas -
Cx. P 58- 64900-000 - Bom Jesus – PI (2) Engenheiro Agrônomo, Doutor, Professor - Universidade Federal do Piauí – UFPI, Departamento
de Agronomia, Campus Prof. Cinobelina Elvas, Rodovia BR 135, Km 03, CEP 74900-000 Bom Jesus, PI., e-mail:
leandroppacheco@gmail.com; (3) Engenheiro Agrônomo, Doutor, Professor - Universidade Federal de Goiás-UFG, Departamento de Solos,
Rodovia Goiânia-Nova Veneza, Km 0, Campus II, CEP 74001970 Goiânia, GO.; (4)Pesquisador - Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179,
CEP 75375-000, Santo Antônio de Goiás, GO.; (5) Engenheiro Agrícola, Doutor, Professor Instituto Federal Goiano, Campus Iporá, Rodovia
GO 060, Km 1, Zona Rural, CEP 76200-000, Iporá, GO.
repetições. Nas parcelas foram testadas as plantas de Cerrado, observaram resultados semelhantes (55 e 121 kg
cobertura, no qual, foram semeadas manualmente, com ha-1, respectivamente). Quanto ao K, Torres & Pereira
espaçamento entre linhas de 50 cm, sem uso de (2008) e Carpim et al. (2008) observaram valores
fertilizantes. A área de cada parcela constituiu-se de 5 superiores (417, 218 e 447 kg ha-1, respectivamente). Para
m x 10 m. Nas subparcelas, avaliaram-se cinco épocas o P, Boer et al. (2007), Torres et al. (2008), observaram
de coletas de fitomassas: 0, 15, 30, 60 e 120 dias à valores semelhantes aos encontrados em Rio Verde (18, 22
partir da data de dessecação do P. glaucum na ocasião e 25 kg ha-1, respectivamente). Os resultados demonstram
do seu florescimento, que ocorreu em 12/06/2008, o que o P. glaucum apresenta rápida emergência e
que correspondeu a 60, 75, 90, 120 e 180 dias após a crescimento até aos 60 DAS (florescimento) na safrinha,
semeadura das plantas de cobertura. enquanto, as espécies de Urochloa spp. apresentaram
Avaliou-se a fitomassa seca das plantas de significativo acúmulo de nutrientes em sua fitomassa mais
cobertura em todas as subparcelas, segundo tardiamente, principalmente, após o reinício das chuvas nos
metodologia proposta por Crusciol et al. (2005), com meses de setembro e outubro.
uso de quadrado de ferro (0,25m2) , com duas O uso da leguminosa C. cajan em consorcio com U.
repetições por sub-parcela. Em seguida, foram ruziziensis não possibilitou incremento no acúmulo de N,
submetidos à secagem em estufa e pesados para em comparação com o cultivo da gramínea solteira. A
obtenção da fitomassa seca. Esses resíduos foram elevada produção de fitomassa e proporção de
triturados em moinho tipo Willey (malha de 2 mm), folhas/colmos na U. ruziziensis, fez com que a quantidade
para posterior determinação das concentrações de N, P, de nitrogênio acumulada não se alterasse. Estudos de
K, Ca e Mg, seguindo metodologias propostas por Torres et al. (2008) observaram que a B. brizantha foram
Nogueira et al. (2005). mais eficientes em acumular N do que o C. cajan, quando
Os resultados foram submetidos à análise de semeados no início do período chuvoso. Todavia, estudos
variância e as médias qualitativas comparadas pelo com populações e espaçamentos de plantas entre as
teste Tukey, a 5 % de probabilidade. As equações de espécies U. ruziziensis e C. cajan são necessários para
regressão utilizadas para os dados quantitativos, foram avaliar o melhor arranjo para seus usos na produção de
obtidas com auxílio do software Sigma Plot, versão fitomassa e acúmulo de nutrientes para o sistema plantio
10.0. direto.
De acordo com resultados de Reis et al. (2001), os
RESULTADOS E DISCUSSÃO elevados valores de N acumulado pelas fitomassas de P.
glaucum, U. brizantha e U. ruziziensis também podem ter
A fitomassa de P. glaucum apresentou os maiores sido influenciada pelas suas habilidades em se associarem a
valores de relação C/N em todas as épocas e locais de bactérias fixadoras de nitrogênio , com predominância das
avaliações, o que pode ser explicado pela elevada sua espécies de Herbaspirillun e Azospirillum. Segundo esses
taxa de crescimento que possibilitou atingir o estádio autores, esse processo pode contribuir com mais de 40% e
de florescimento aos 60 DAS, no qual, após a 20% do nitrogênio acumulado nas fitomassas de P.
dessecação de manejo, iniciou-se a decomposição dos glaucum e Brachiaria spp., respectivamente.
resíduos. Carpim et al. (2008), encontraram valores
distintos de relação C/N de 18, 19 e 22:1 para o P.
glaucum cultivar ADR 300 cultivado no Cerrado do CONCLUSÕES
sudoeste goiano, nos estádios fenológicos de pré- 1. O Pennisetum glaucum destaca-se no acúmulo de
emborrachamento, pré-florescimento e início de nutrientes no início da entressafra;
florescimento. 2. As espécies Urochloa brizantha, U. ruziziensis, e U.
A U. ruziziensis e o consórcio U. ruziziensis + C. ruziziensis + Cajanus cajan, apresentam elevado acúmulo
cajan apresentaram-se entre os menores valores de de nutrientes no final do período de entressafra.
relação C/N ao final do período de entressafra, o que
pode favorecê-las na liberação mais rápida de AGRADECIMENTOS
nutrientes ao solo após sua dessecação para semeadura Á Fundação Agrisus e ao Projeto PRODESILP-
das culturas anuais em rotação. Esses resultados são FINEP pelo apoio financeiro.
explicados pelo elevado índice de rebrota e proporção
entre folhas e colmos dessas espécies após as chuvas REFERÊNCIAS
iniciais de verão, e, também, pelo elevado teor de BOER, C.A.; ASSIS, R.L.; SILVA, G.P.; BRAZ, A.J.B.P.;
nitrogênio da leguminosa C. cajan. BARROSO, A.L.L.; CARGNELUTTI FILHO, A.; PIRES,
A elevada relação C/N no pousio aos 90, 120 e 180 F.R. Ciclagem de nutrientes por plantas de cobertura na
DAS, decorreram-se da presença de resíduos culturais entressafra em um solo de cerrado. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, 42:1269-1276, 2007.
de C. echinatus com significativa proporção de caules
em processo de decomposição, oriundos da
senescência de plantas observadas durante a CARPIM, L.; ASSIS, R.L.; BRAZ, A.J.B.P.; SILVA, G.P.;
PIRES, F.R.; PEREIRA, V.C.; GOMES, G.V.; SILVA,
entressafra.
A.G. Liberação de nutrientes pela palhada de milheto em
No acúmulo de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio diferentes estádios fenológicos. Revista Brasileira de
(K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), o P. glaucum Ciência do Solo, v.32, p.2813-2819, 2008.
destacou-se aos 60 DAS (Tabela 1). Quanto ao N,
Torres et al. (2005) e Boer et al. (2007), na região do
2
- XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO -
- Resumo Expandido -
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. 11º residue decomposition in the field. Environmental
Levantamento da Produção de Grãos – Safra Management, v.33, p.344-354, 2004.
2008/09.
REIS, V.M.; REIS Jr., F.B.; QUESADA, D.M.; OLIVEIRA,
CRUSCIOL, C.A.C.; COTTICA, R.L.; LIMA, E.V.; O.C.A.; ALVES, B.J.R.; URQUIAGA, S. e BODDEY,
ANDREOTTI, M.; MORO, E.; MARCON, E. R.M. Biological nitrogen fixation associated with tropical
Persistência de palhada e liberação de nutrientes do pasture grasses. Australian Journal of Plant Physiology,
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TORRES, J.L.R.; PEREIRA, M.G.; ANDRIOLI, I.; POLIDORO,
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PRIOR, S.A.; TORBERT, H.A.; RUNION, G.B.; ROGERS, resíduos vegetais de plantas de cobertura no cerrado.
H. Elevated atmospheric CO2 in Agroecosystems: Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.32, p.1609-1618,
2008.
3
Tabela 1. Relação C/N e nutrientes acumulados nas fitomassas das plantas de cobertura semeadas em safrinha, após a
colheita da soja – safra 2007/08, avaliados em cinco épocas durante a entressafra, em Rio Verde, GO.(1)
Plantas de cobertura Dias após a semeadura das plantas de cobertura(2)
(3)
60 75 90 120 180
Relação C/N
U. ruziziensis 20 B 24 B 40 BC 37 C 35 B
P.glaucum 36 A 40 A 52 A 61 B 67 A
U. ruziziensis + C. cajan 21 B 26 B 34 C 46 C 45 B
Pousio 24 B 26 B 46 AB 71 A 58 A
C.V (%) 11,22
Nitrogênio (kg ha-1)
U. ruziziensis 31,54 B 54,56 AB 54,68 AB 55,78 A 116,13 A
P.glaucum 70,00 A 59,02 A 45,65 AB 26,01 B 13,54 C
U. ruziziensis + C. cajan 27,64 BC 41,24 B 40,93 B 31,88 B 71,53 B
Pousio 22,95 C 49,83 AB 66,34 A 34,45 B 29,40 C
C.V (%) 18,10
Fósforo (kg ha-1)
U. ruziziensis 3,94 B 7,25 B 7,34 A 5,07 AB 10,41 A
P.glaucum 11,57 A 10,02 A 6,68 AB 4,48 AB 2,33 B
U. ruziziensis + C. cajan 3,95 B 6,11 B 5,21 B 3,83 B 10,88 A
Pousio 3,49 B 7,79 B 7,04 A 5,42 A 4,16 B
C.V (%) 14,14
Potássio (kg ha-1)
U. ruziziensis 22,31 B 31,67 B 48,15 AB 33,20 B 92,87 A
P.glaucum 57,86 A 46,61 A 42,87 B 21,71 C 11,21 D
U. ruziziensis + C. cajan 18,48 B 23,93 C 33,60 C 24,71 C 51,59 B
Pousio 17,80 B 31,44 B 53,00 A 42,10 A 27,40 C
C.V (%) 9,68
Cálcio (kg ha-1)
U. ruziziensis 9,20 B 18,81 A 21,87 A 20,47 A 53,80 A
P.glaucum 22,60 A 21,09 A 19,23 A 12,72 B 8,95 D
U. ruziziensis + C. cajan 8,64 B 15,06 B 14,17 B 13,98 B 31,98 B
Pousio 4,59 C 12,25 B 14,49 B 12,15 B 21,53 C
C.V (%) 7,83
Magnésio (kg ha-1)
U. ruziziensis 2,47 B 5,00 B 4,97 AB 10,21 A 11,59 A
P.glaucum 7,32 A 6,77 A 5,59 A 4,34 C 1,82 D
U. ruziziensis + C. cajan 1,83 C 3,52 C 3,85 BC 4,19 C 8,45 B
Pousio 1,65 C 2,33 D 3,27 C 6,43 B 2,89 C
C.V (%) 10,81
(1)
Médias seguidas por letras iguais nas colunas, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. (2)Dia da semeadura
das plantas de cobertura: Rio Verde (10/04/2008). (3)Dia da dessecação do P. glaucum no florescimento: Rio Verde (12/06/2008).