LT Aula02 Introdução

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Introdução a

Linhas de Transmissão

Prof. Ana Paula C. de Mello


Alegrete
Introdução

• Objetivo das linhas de transmissão:


• Transportar a energia gerada dos centros de
produção para os centros de consumo.
• Interligar os centros de produção e mesmo
sistemas independentes.
Introdução

• A interligação dos sistemas de potência é considerada


hoje indispensável, principalmente:
• A possibilidade de intercâmbio de energia entre
os diversos sistemas (diferenças de demanda:
diária/sazonal em diferentes regiões);
• Aumento da confiabilidade de abastecimento em
situações anormais ou de emergência.

Alta Reduzir a intensidade Reduzir Perdas


tensão da corrente circulante de Energia
Tensões usuais de
transmissão
• Função da potência a ser transportada e das
distâncias envolvidas

• Transmissão em CA – Tensão de linha (eficaz)


• AT – 69 kV a 230 kV
• EAT – 345 kV a 765 kV
• UAT – 800 kV a 1500 kV

• Transmissão em CC (HVDC) – Tensão entre o pólo (+) e (-)


• EAT – 500 kV
• UAT – 600 kV a 1100 kV
Sistema de Transmissão

• No caso de longas distâncias, uma das questões é de


ordem econômica

• Como economizar em linhas ou cabos a fim de cobrir


os aumentos dos custos das estações?

CORRENTE ALTERNADA
X
CORRENTE CONTÍNUA

Edison Tesla

CC CA
Sistema CC e CA hoje

• Hoje, com a necessidade de flexibilizar a operação de


sistemas interligados, os sistemas de CC são
complementares ao de CA.
• Os sistemas CA podem até operar em frequências
diferentes, como o sistema de Itaipu (Brasileiro 60 Hz e
Paraguaio 50 Hz).
• Entretanto, o elo CC praticamente isola os dois
sistemas de muitos tipos de interferências que seriam
observados se a ligação fosse em CA.
Comparação

790 Km

Esquemático Elo CC:


Comparação Custo x Distância
Comparação

Itaipu 6300 MW

3 linhas EHVAC
765 kV
70% estaiado
Peso médio 8500 kg

2 linhas HVDC
±600 kV
80% estaiado
Peso médio 5000 kg

Faixa de servidão
menor beneficiado
o meio ambiente
Fonte: ABB
Transmissão HVDC no Brasil
Complexo do Rio Madeira (2012-2017)

Complexo do Rio Madeira:


São duas usinas de Grande Porte:
UHE Jirau (3.450 MW) e Usina
Hidrelétrica Santo Antônio (3.150 MW)
Construídas em Porto Velho - Rondônia.

Fonte: ANEEL
Transmissão HVDC no Brasil
Complexo do Rio Madeira
Linha de Transmissão CCAT (HVDC)
Porto Velho – Araraquara – 600 kV

“A maior LT em HVDC do planeta!!”

Fonte: ANEEL
Transmissão HVDC no Brasil
Complexo do Rio Madeira

• Números do Linhão do Madeira


• Extensão dos circuitos – 2.412 quilômetros cada
• Extensão dos cabos condutores – 19.682 quilômetros
• Peso do cabo por km – 3.220,4 quilos
• Volume de alumínio – 63.383 toneladas
• Quantidade de torres – 4.320
• Altura das torres – 61 a 105 metros
Transmissão HVDC no Brasil
Estação HVDC (Complexo do Rio Madeira)
Por que usar HVDC?

• Não tem restrição técnica que limitem o


comprimento da LT
• Controle preciso da potência transmitida;
• Impede fluxos indesejáveis em linhas CA paralelas;
• Distúrbios em um sistema não são propagados para
o outro;
• Menores custos de investimentos (cabos e torres de
custo mais baixos);
• Menor impacto ambiental (redução de faixas de
servidão e níveis mais baixos de campos
eletromagnéticos).
Interconexões de Sistemas de
Potência

CAAT convencional

CAAT

HVDC
Sistema de Transmissão

AC
HVDC
transmission
DC line HVDC
conserves
transmitting
line cables
forests
require
asand
much
large
saves
power
corridors
land
requires fewer towers
Sistema de Transmissão

Linha de Transmissão equivalente, simplificada


L R L R L R L R

C C C
CC
CA =
~ Carga
Gerador

Indutores (L) contrabalançam as variações da corrente de linha  Perdas indutivas.


Capacitores (C) contrabalançam variações da tensão de linha  Perdas Capacitivas.

LT em CA  Corrente e tensão mudam a polaridade a 50 ou 60 ciclos por segundo !

Resistores provocam perdas resistivas e não podem ser evitados.

LT em CC  Corrente Contínua flui sem quaisquer variações na corrente


e na tensão, portanto as Perdas Reativas são eliminadas, sobrando
apenas as Perdas Resistivas.
Componentes da Linha de
Transmissão

• Componentes de uma LT:


(4)
(1) Condutores
(2)
(2) Isoladores (porcelana, vidro)
(1)
(3) Estrutura de suporte (torre)

(4) Cabo para-raios (cabos de


(3)
aço colocados no topo da
estrutura)
Torre de 765 kV
na saída de
Itaipu
Sistema de Transmissão

• Múltiplos circuitos, múltiplos condutores

Disposição horizontal – condutores plano horizontal


Sistema de Transmissão

• Múltiplos circuitos, múltiplos condutores

Disposição triangular – condutores


dispostos vértice de um triângulo
Sistema de Transmissão

• Torre Estaiada
Torres do futuro?
Sistema de Transmissão

• Construção com helicópteros


Sistema Interligado Nacional
SIN

• Sistema de produção e transmissão de energia elétrica


Único no mundo: tamanho e características.
Sistema Brasileiro x Território da Europa

~ 4000 km
Sistema Interligado Nacional
SIN

• Apresenta 4 Subsistemas troncos principais (Norte,


Nordeste, Sudeste e Sul)
• Interligação Norte-Nordeste 500kV (4000 MW);
• Interligação Sul–Sudeste 500 kV (9000 MW);
• Usina de Itaipu associada a um sistema de transmissão
composto por:
• um tronco de 765kV (6.300 MW) e
• um elo de corrente contínua (6.300 MW).
Os Centros de Operação realizam ininterruptamente em tempo real a
coordenação, supervisão e controle de toda a rede de operação do Sistema
Interligado Nacional - SIN

Os Centros do ONS:
Anualmente controlam mais de
49.000 intervenções;
Recebem a cada 4 segundos
mais de 40.000 medidas
Gravam diariamente mais de 10
milhões de registros
Utilizam sistema de
telecomunicações com
disponibilidade igual ou acima de
99,98%
Têm à disposição 761 instruções
de operação e 1040 diagramas
unifilares sempre atualizados.
SIN

Extensão de linhas de transmissão ≥ 230 kV (km)


Ano 2002 2012 2014 2022
km 72.500 95.907 116.767 155.736
(*)
(*) Fonte EPE – Plano 2022
SIN – Intercâmbio de Geração

Período úmido Período seco


(1º semestre) (2º semestre)

N/NE N/NE

SE SE

S S
SIN – Intercâmbio de Geração
Carga de energia no SIN
Estrutura por subsistema (%)

Projeção

Fonte: EPE, 2015.


Projeto de LTs

• Envolve:
• Eng. Elétrica: potência a ser transmitida, perdas de
energia, nível de tensão, etc.
• Eng. Civil: aspectos topográficos para escolher o traçado
da linha, fundação das torres.
• Eng. Mecânica: tração nos cabos e torres, vibrações
devido ao vento.
• Eng. Ambiental: travessia de áreas de florestas, pastagens
ou lavouras, impacto ambiental.
• Eng. Econômica: escolha dos parâmetros eletromecânicos
para atender o objetivo da LT com o menor custo dentro de
um período de retorno.
Projeto de LTs

• No Brasil deve obedecer à NBR 5422 (1984) Projeto de


Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica, que
normatiza:
• Parâmetros meteorológicos
• Cabos condutores
• Isoladores e ferragens
• Suportes e fundações
• Distâncias de segurança
• Travessias
• etc.
Projeto de LTs

• Definição do traçado a partir da localização da fonte e


da carga, características topográficas do terreno e uso
do solo:
Definição do Problema

• Estudo preliminar para execução do projeto:


• qual a meta que se pretende alcançar?
• deve ser atingível, ser verificável e apoiar decisões

“projetar uma linha de transmissão de alta qualidade,


com o menor custo e o menor impacto ambiental”

• Objetivos conflitantes não podem ser atendidos!


Táticas para resolver o problema

• É preciso conciliar a menor distância com o menor


custo, o que envolve:
• Contornar ou transpor morros, lagos e rios
• Desapropriação de áreas
• Respeitar as alturas mínimas

• Tais características vão definir o tipo de torre:


• de sustentação: mais simples e barata, não permite a
mudança de direção nem de grande elevação
• de ancoragem: mais robusta e cara, usada para
mudança de direção horizontal ou vertical e emenda de
cabos
• Autoportante ou estaiada
Táticas para resolver o problema

• As características elétricas afetam os requisitos


mecânicos
• nível de tensão = nº de isoladores, altura mínima, faixa
de passagem
• tipo e quantidade de condutores por fase = ferragens,
treliça da torre, fundações

• Para minimizar o uso de torres, um cabo com mais


filamentos de aço é necessário

• O custo total da LT depende em boa parte do projeto


mecânico
Interligação de todos os Estados ao SIN
Linhão Tucuruí-Macapá-Manaus 2015
Linhão
Tucuruí-Macapá-Manaus

• 1.800 km de extensão total


• Tensões de 500 e 230 kV em circuito duplo
• Passa por trechos de florestas e atravessa o Rio
Amazonas
• Cerca de 4 mil operários na execução da linha
• Para mitigar os impactos ambientais
• Inicialmente foram consideradas seis opções de traçado
• Alteamento de torres (até 300 m)
• Adoção de apenas picada para lançamento de cabos
• Investimentos da ordem de R$ 5,5 bilhões

https://www.youtube.com/watch?v=zOZ77Irb4ZY&feature=youtu.be
Linhão
Tucuruí-Macapá-Manaus
Linhão Interligação de Belo Monte
Região Norte – Sudeste

• 2 elos de corrente contínua de 4.000 MW


em ±800kV, interligando a subestação conversora
Terminal Norte às SEs Terminal Minas e Terminal Rio
• Critério de queda de tensão (<7%)
• 6 condutores CAA de 1590 MCM (Lapwing)

• Investimentos da ordem de R$ 7,5 bilhões


• R$ 2,9 bi – conversoras (38,7 %)
• R$ 4,6 bi – LTs (61,3 %)
Tensão de operação

• Custo do transporte de energia em função:


• potência na recepção
• nível de tensão e
• comprimento da linha

O ótimo econômico (tensão) cresce com o


comprimento da linha e com a potência a transmitir
Definição do problema
Definição do problema
MATERIAL DE APOIO E REFERÊNCIA PARA ESTA
APRESENTAÇÃO:
• Material de aula disciplina Linhas de Transmissão – prof. Mauricio
Sperandio.
• ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrica -
http://www.ons.org.br/conheca_sistema/mapas_sin.aspx

• ITAIPU - https://www.itaipu.gov.br/energia/integracao-ao-sistema-brasileiro
• Linhão Belo Monte -http://www.epe.gov.br/Transmissao/Documents/Relat_EPE-DEE-RE-136-2014-
rev0%20(Bipolo%20800%20kV%20Xingu-TRio).pdf

• EPE 2015 – Relatório projeção de demanda


http://www.epe.gov.br/mercado/Documents/DEA%2003-2015-
%20Proje%C3%A7%C3%B5es%20da%20Demanda%20de%20Energia%20El%C3%A9trica%202015-2024.pdf

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