Fontes Alternativas de Proteínas - Insetos 0910
Fontes Alternativas de Proteínas - Insetos 0910
Fontes Alternativas de Proteínas - Insetos 0910
Entomofagia
A maior diferença entre a insetivoria praticada por humanos e por outras espécies é o uso
de tecnologia, seja para capturar os insetos, seja para domesticá-los, como a
domesticação do bicho-da-seda. Dentre as tecnologias, estão o uso de fogo, contêineres
e domesticação. Humanos fabricam contêineres, como bolsas e sacolas, dos materiais
mais variados, como madeira e tecidos, que são usados para guardar, transportar,
pulverizar, misturar, secar, umedecer, fermentar etc. insetos. Além disso, usamos o fogo e
a fumaça para afastar, direcionar, concentrar, e preparar grupos de insetos.
Espécies comestíveis que são vendidas no mercado e exportadas são o gafanhoto Oxya
velox, chamado de metdugi, e o bicho-da-seda Bombyx mori na forma de larva.
Índia
Há mais de uma dúzia de espécies de bicho-da-seda usadas na alimentação, sendo a
mais comum a Samia ricini, considerada uma iguaria. A pupa é comida e o pupário de
seda é aproveitado como um produto secundário para fabricar tecidos. Cerca de 40 mil
famílias praticam a cultura desse bicho.
Japão
As espécies de insetos mais populares na culinária histórica e moderna do Japão são os
gafanhotos Oxya yezoensis e O. japonica, fritos e temperados com molho de soja. Outra
comida feito de inseto muito comum é o hachinoko, feito de larvas de vespa ou abelha
cruas ou cozidas em molho de soja, servido com arroz.
Tailândia
São conhecidas mais de 80 espécies de insetos comestíveis, muitas das quais fonte de
comida diária. Isso as torna fontes importantes de proteínas, energia, vitaminas e minerais
para fazendeiros em zonas rurais. Essas espécies podem ser encontradas no mercado
público.
Oceania
Austrália
Os povos aborígenes usam diversos insetos na sua alimentação, como larvas de
Cossidae e Cerambycidae, mariposas Noctuidae, formigas, mel e jovens de abelhas sem
ferrão, além de percevejos (Hemiptera).
Para parte do povo Sepik, os insetos chegam a ser 30% da fonte de proteína,
além de fonte de gordura, ferro e zinco.
O povo Chauve se alimenta de Coleoptera, Hymenoptera, Lepidoptera,
Orthoptera e Hemiptera.
O povo Onabasulu se alimenta principalmente de Coleoptera, mas também de
Hymenoptera, Orthoptera e Odonata; dos besouros, eles manufaturam
“linguiças” gigantes de até 3 metros de comprimento feitas da larva
de Rhynochophorus bilineatus, que são assadas e compartilhadas.
Nutricional
Existe uma variedade de insetos comestíveis, e seus valores nutricionais e energéticos
variam grandemente, não só entre espécies, como entre fases da vida (como larva ou
pupa). Em geral, insetos comestíveis são ricos em energia, gordura e proteínas de alta
qualidade, minerais, fibras, vitaminas e sais, e podem conter, a depender da espécie e
fase de vida (como larva ou adulto), vitaminas e minerais que normalmente são escassos
ou ausentes em plantas. A maioria dos insetos é rica em micronutrientes, como cobre,
ferro, magnésio, manganês, fósforo, selênio e zinco. A maioria dos insetos comestíveis é
rica em vitamina B1 (tiamina) e B2 (riboflavina). A gordura é um componente principal na
constituição de insetos, e varia grandemente com a espécie e fase de vida. Na massa
seca, insetos contêm de 10% a 60% de gordura. Em comparação, 100 gramas do bicho-
da-seda (Bombyx mori) têm 94 kcal, enquanto que 100 gramas da formiga Oecophylla
smaragdina têm 1.272 kcal.
Alguns grupos de insetos, como cupins, gafanhotos, lagartas, besouros e moscas, são
uma fonte melhor de proteínas do que carnes vermelhas (gado, porco, cordeiro e galinha).
Da massa seca de adultos alados (com suas asas arrancadas) do cupim Macrotermes
falciger, 42% da sua massa é proteína e 44% gordura. Grilos e gafanhotos são
excepcionalmente ricos em cálcio, e, em relação à carne de gado, ninfas de grilos e
gafanhotos são uma fonte 11 melhor de vitamina B12, e têm 15 vezes mais magnésio e 3
vezes mais ferro. Já moscas domésticas são ricas em ferro, zinco, cálcio, magnésio e
vitamina B3.
Os valores energéticos para 100 g de um dado inseto variam bastante, desde 89 kcal
para o gafanhotos Cyrtacanthacris tatarica, até 1272 kcal para a formiga Oecophylla
smaragdina. Gorduras e óleos podem compor de 9% até 67% da massa seca de
insetos. Proteínas podem compor de 13% até 77% do peso seco de um inseto. Ou seja,
de 13% até 77% do inseto desidratado é só proteína. Passando para gramas, 100 g de
inseto não-desidratado (portanto, considerando o peso da água) podem conter de 7 g a
48 g de proteínas. Em comparação, a carne bovina oferece de 19 a 26 g de proteína,
peixes oferecem de 16 g a 28 g e crustáceos de 13 g a 27 g. Portanto, insetos oferecem
desde a mesma quantidade de proteínas até valores muito maiores do que os demais
animais presentes na dieta humana. Por fim, insetos oferecem quantidades altas de
minerais. Por exemplo, enquanto que 100 g de massa seca de carne bovina oferecem 6
mg de ferro e 12,5 mg de zinco, 100 de massa seca de lagartas oferecem de 21 mg a 77
mg de ferro, e larvas de besouro Rhynchophorus phoenicis oferecem 26,5 mg de zinco.
A maioria dos insetos apresentam quantidades muito altas de fosfato, sendo que 24 de 60
unidades atendem à dose di-etária recomendada para adultos. Em um estudo, dos 77
insetos analisados quanto ao teor de magnésio, apenas 23 insetos são suficientemente
supridos por magnésio, contudo percevejos (Hemiptera) e algumas espécies da ordem
Orthoptera (cigarras, grilos e gafanhotos) são especialmente ricos em magnésio.
Geralmente os insetos têm baixo teor de sódio, e aparentam conter muito mais ferro e
cálcio do que carne bovina, suína e de frango. Também foi sugerido que o consumo de
insetos poderia diminuir a deficiência de ferro e zinco nos países em desenvolvimento.
Além disso, os insetos comestíveis contêm na maioria das vezes quantidades suficientes
de manganês e cobre
Em um estudo comparando 100 espécies de insetos, descobriu-se que a quantidade de
proteína por massa seca em cada ordem é de:
Alimento do futuro?
Metzi
No Metzi, ela pode ser encontrada no prato de siri-mole com palmito e formiga-saúva-
limão.
Banzeiro
Reconhecido pelo guia Michelin e por seu histórico na reprodução da cozinha regional
amazônica, o Banzeiro de São Paulo é bem direto na execução do prato com formigas.
Para quem quer experimentar a iguaria, talvez essa seja a opção mais natural.
Para o D.O.M., de Alex Atala, a formiga-saúva é tão especial que faz parte do menu
degustação do premiado restaurante. Inspirado pela tradição alimentar de algumas etnias
indígenas da região amazônica – especialmente dos baníuas –, o prato com a iguaria é o
“formiga, manga e papaia”, que promete oferecer uma explosão de sabores.
Amazo
Em São Carlos, cidade a cerca de duas horas e meia de São Paulo, o restaurante Nanmi
– com foco em culinária amazônica e brasileira – possui duas opções com formiga em seu
cardápio. A formiga crocante é uma entrada servida em uma combinação composta de
queijo coalho, banana-da-terra e flores comestíveis – como a folha de capuchinha – e
finalizada com um fio de melaço.