Práticas Processo Penal
Práticas Processo Penal
Práticas Processo Penal
Fases do processo:
Os autos são lavrados. Se um facto consta do auto, o facto está provado. Não tem a ver
com matéria de direito.
Sujeitos processuais
a) Ministério público
b) Tribunal
c) Arguido
d) Assistente – 69º
e) Defensor
Caso prático 1
a) O artigo 177º/2
“Dispondo o nº2 do 34º da CRP que a entrada no domicílio dos cidadãos contra a sua
vontade só pode ser ordenada pela autoridade judicial competente, ou seja, por um juiz,
votei a inconstitucionalidade total dessa norma (177º/2 CPP), que permite que em certos
casos as buscas domiciliárias sejam ordenadas pelo MP ou efetuadas por órgão de
polícia criminal.” – Mário de Brito.
b) O artigo 281º
c) O artigo 263º
“Ora, o presente CPP procede de novo a uma cisão da instrução em duas fases; uma, a
que agora chama de “inquérito”, que é, de novo, confiada ao MP e retirada portanto da
competência judicial; outra, que agora detém em exclusivo o nome de instrução, que
continua confiada a um juiz.”
“Regressou-se a um sistema essencialmente idêntico àquele que a CRP quis abolir. Por
isso, não pode ser mais flagrante a infração à CRP que por essa via se efetua.”
Aula (correção)
1) Qual o problema
2) Como resolver
Problema da constitucionalidade tem que ver com a ideia de ter havido uma burla de
etiquetas – antes, o que agora é o inquérito, era a instrução preparatória e a instrução
contraditória. Como se fala em inquérito e não instrução, tudo o que não é instrução,
não tem que ser competência do juiz, assim o inquérito pode não pertencer ao juiz.
Figueiredo Dias afirma que tal não é verdade, porque houve um momento prévio à CRP
em que se introduziu o conceito de inquérito policial, não fugiu assim o CPC à CRP
pois o conceito é prévio à mesma.
Vital Moreira entende que o princípio da judicialidade implica que os atos de inquérito
sejam controlados e praticados pelo juiz. A lista não é suficiente para que a posição do
arguido é assegurada. O MP não é independente, não oferecendo as mesma garantias
que um juiz, sendo esta atribuição de competências inconstitucional.
O Professor Figueiredo Dias entende que a direção do inquérito por parte do MP não
dispensa o controlo do juiz. Ainda que implique atos de instrução, nem todos os atos de
instrução são potencialmente lesivos de direitos liberdades. Todos os atos que caibam
na previsão do 32º/4 são os que estão no 268º. A magistratura do ministério público é
autónoma. A instrução como fase facultativa é entendida pelo professor como não
impedindo a decisão do ministério público, pois o arguido pode sempre arguir o RAI.
Não queremos que a entidade que acusa seja a mesma que julga (268º e 269º).
Caso pratico 2
o Acórdão 265/95
o Código anotado
Correção aula:
16º/3. Se a estrutura acusatória tem aquele modelo que a pessoa que julga não é a
mesma que acusa, o 16º/3 podia abrir portas a que o MP fizesse mais que acusar.
Isto viola a estrutura acusatória? Depende. Se o MP fizer isto e não houver nenhuma
consequência, está apenas a pronunciar-se sobre a sua acusação (os factos que
investigou redundam numa pena de x). O facto de haver vinculação do juiz (se a
houver) é que pode violar este princípio acusatório. O juiz está vinculado? 16º/4 diz que
não pode aplicar pena superior. O juiz tem que aceitar no sentido de que a pena só pode
ser até 5 anos? A partir do momento em que o juiz aceita a competência está vinculado,
se achar que não é competente, permanece no tribunal coletivo, e não está vinculado.
Caso pratico 1
131º - público
143º - semi-público – em princípio as agravações alteram a natureza do crime para
público
180º - particular – a norma sistematicamente considerada (188º/1) exige acusação
particular
328º/3 – público mas com regime atípico
203º - semi público
210º - público
203º + 207º - torna particular
Consequências processuais:
a) Determinação da natureza do crime. Ver no CP se há uma condição de
procedibilidade (queixa ou acusação particular)
2) Encerramento do inquérito
1
Não há autorização para utilizar armas, nem invadir o domicílio do suspeito ou de terceiros, embora possa ser
utilizada a força física e até instrumentos de imobilização, como cordas, ou encerrar o suspeito num espaço físico
fechado ou perseguir o suspeito com o automóvel na via pública, quando esta atuação seja necessária, proporcional
e não ponha em perigo o suspeito e terceiros (ROXIN). O particular pode incorrer em responsabilidade criminal se
não estiverem verificados os requisitos legais da detenção.
2
O art. 6º da Lei 9/2007, de 19/02, prevê que o secretário geral do Sistema de Informações da República
Portuguesa, os membros do seu Gabinete e os funcionários e agentes do SIED, do SIS e das estruturas comuns não
podem proceder à detenção de qualquer pessoa ou instruir inquéritos e processos penais. Esta proibição, contudo,
não inclui a faculdade de qualquer cidadão deter em flagrante delito se uma autoridade judiciária ou policial não
estiver presente nem puder ser chamada em tempo útil.
do 255º e nº3 do 255º não se restringe aos crimes públicos) + 256º +
259º
4) Forma do processo
3
Acórdão do TRL de 21/12/2000
iii. O processo sumaríssimo é aplicável – quando exista imputação da
prática de crimes puníveis com pena de prisão não superior a 5 anos,
sejam eles puníveis com esta pena apenas ou em alternativa com
pena de multa, quer ainda caso sejam cumulativamente aplicáveis,
quer por fim, seja punível com pena de multa; mesmo em caso de
concurso de infrações; sendo necessária audição previa do arguido
pelo MP salvo no caso de a aplicação desta forma de processo ter
sido por ele requerida (+395º/2), o MP tem de entender que ao caso
deve ser concretamente aplicada uma ou mais das seguintes penas ou
medidas não privativas da liberdade: multa (47º CP); suspensão da
execução da pena de prisão (50º CP); proibição do exercício de
profissão, função ou atividade (43º/3 CP); regime de permanência na
habitação (44º CP), prestação de trabalho (58º CP); admoestação (60º
CP); interdição de atividades (100º CP); cassação do título e
interdição da concessão de veículo com motor (101º CP); e no que
respeita às pessoas coletivas, penas principais de multa e dissolução
(90º-A CP) e admoestação (7º/1 a) do DL nº 28/84, de 20/01).
Nos crimes particulares, a forma de processo sumaríssimo apenas se
aplica havendo concordância do assistente, sendo esta concordância
total (deve também ser posterior à constituição como assistente, mas
anterior à acusação particular).
Caso prático 2
O furto encontra-se consagrado no art 203º do CP. Sendo que no nº3 se dispõe eu o
procedimento criminal depende de queixa, estamos perante um crime semi-público.
Uma unidade de conta é igual a 102€, nos termos do art. 5/2 do Regulamento das Custas
Processuais.
Caso prático 3
A matou o pai quando este, tal como era do seu hábito desde há anos, espancava
violentamente e ameaçava de morte a sua mãe.
A mãe de A dirige-se em desespero ao MP, implorando-lhe que não abra inquérito
contra o filho, uma vez que este agiu “apenas em defesa da própria mãe e é bom
rapaz e bom estudante”, ameaçando suicidar-se se lhe tirarem o filho. O que deve
o MP fazer?
O princípio geral em processo penal é o princípio tempos regia actum, em que a lei
processual penal é de aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos realizados
na vigência da lei anterior, nos termos do art 5º/1.
Em primeiro lugar há que fazer uma distinção entre normas processuais penais strict
sensu e normas processuais penais materiais.
Enquanto que as primeiras são normas que regulam o modo de proceder dos tribunais na
definição concreta do direito penal, ou seja, são normas meramente técnicas (MFP), as
segundas são normas que condicionam a efetivação da responsabilidade penal ou
contendem diretamente com os direitos do arguido ou recluso (ATC) ou, numa outra
formulação, aquelas que têm efeitos sobre a penalidade concreta aplicável ao arguido
(GMS).
Resolução (ATC):
Segunda pergunta
Caso prático 2
A lei processual que retira o direito a um dos graus de recurso constitui um agravamento
sensível e ainda evitável da situação processual do arguido, nomeadamente uma
limitação do seu direito de defesa.
É recorrível para o STJ a decisão proferida pela Relação já depois da entrada em vigor
da nova lei de processo que não reconheça esse grau de recurso, se a lei que vigorava ao
tempo da decisão da 1º instância o mandasse admitir.
É aplicável a nova lei processual à recorribilidade de uma decisão, que na 1º instancia já
tenha sido proferida depois da entrada em vigor dessa lei, independentemente do
momento em que se iniciou o respetivo processo.
Uma vez que, conquanto a lei processual penal seja, em matéria de recursos, de
aplicação imediata (5º/1 CPC), a aplicação da lei nova no caso vertente iria limitar os
direitos de defesa dos arguidos, visto retirar-lhes um grau de jurisdição.
Considerando que, tratando-se de acórdão condenatório proferido em recurso, pela
Relação, que confirmou decisão de 1º instância e aplicou pena de prisão não superior a
8 anos, com a entrada em vigor da lei nº 48/2007, de 29 de Agosto, o STJ perdeu
competência para conhecer de tais recursos.
Visto que a supressão de um grau de recurso quando já se iniciara a respectiva fase,
comprometendo as legítimas expectativas quanto ao direito a dele fazer uso, representa
um agravamento sensível e ainda evitável da situação processual do arguido,
nomeadamente uma restrição do seu direito de defesa.
É assim recorrível para o STJ a decisão proferida pela Relação já depois da entrada em
vigor da nova lei de processo que não reconhece esse grau de recurso, se a lei em vigor
à data da prolação da sentença em primeira instância o admitia.
Só há direito ao recurso após a decisão da instância.
Acórdão 265/95
B - Caso 1
Estamos perante um caso em que é necessário apurar qual o tribunal material, funcional
e territorialmente para julgar os processos em causa.
Há certas regras relativas à competência que têm de ser observadas. Em primeiro lugar,
apenas os tribunais comuns, ou judiciais, têm jurisdição em matéria penal, nos termos
do art.º 211º da CRP. Dentro desta jurisdição, há posteriormente uma repartição em
função de critérios de competência. Há então que analisar 3 aspetos no caso:
Competência por conexão: nos termos do art.º 24º/1 c) há conexão de processos quando
o mesmo crime tiver sido cometido por vários agentes em comparticipação. No crime de
homicídio os agentes são co-autores, pelo que tem sentido haver processamento
conjunto: economia de obtenção de prova; previne-se contradição de julgados; facilita-
se a atribuição de uma pena única ao mesmo agente nas situações de concurso de
crimes; etc.
Caso 5
5 .- cabe ao MP exercer a ação penal nos termos do art 219º CRP e 48º CPP, sendo que,
por força do art 53º/2/b) + 263º cabe-lhe dirigir o inquérito.
De acordo com o art 262º, o inquérito é dirigido para investir a existência de um crime,
recolher provas em visão de uma acusação ou arquivamento. O MP está adstrito a
deveres de legalidade e objetividade, pelo que as sua atuação se deve basear nesses
princípios.
Deve dirigir o inquérito de forma autonoma.
Nos termos do art 61/1/g), o arguido tem o direito de intervir no processo, apresentando
provas. Contudo, o MP não está vinculado às mesmas, sendo que pode indeferir o
requerimento probatório do arguido. Neste caso, o arguido não pode requer a intervenao
do juiz de instrução pois isso torna-lo-ia no “senhor do inquérito” (TC já se
pronunciou), sendo que o arguido apenas pode requerer a intervenção do superior
hierárquico do MP.
O único recurso é o Rai se tiverem verificados. Isto não é um problema pq as provas são
produzidas na audiência de julgamento. Não há um recurso verdadeiro!!!
Se o MP estivesse vinculado aos requerimentos probatórios das partes, então seriam as
partes a dirigir o inquérito.
Há algum ato obrigatório no inquerio?? Sim 272/1
Caso 7
Uniformização STJ: ~
- 1/2011- em processo dependente de acusação particular preclude o dto a se constituir
como assistente depois de passar o prazo
- 5/2011- público ou semi publico, pode o assistente recorrer da não pronuncia mesmo
que não tenha pedido RAI nem dito nada? Pode
- 12/2016 - antes de haver a aliena C) 68/3, a pessoa não se podia constituir como
assistente para recorrer, agora já pode
Caso prático 13
Poderia o MP confrontar o Arguido com as declarações prestadas por este durante
a fase de inquérito? E se tivessem sido prestadas na fase de instrução?
Se for um interrogatório feito nos termos do 143, em abstrato o 357 tem aplicação? 141
é diferente de 143. Arguido prestou declarações na instrução, juiz quer usar – PPA 357º
é excecional, quando o arguido não pede, só pode ser no 141, o debate instrutório não
está no 141º, significa então que o arguido que prestou declarações no debate
instrutório, e agora não quer que sejam reproduzidas no julgamento, não pode ver as
declarações reproduzidas.
141º/4 b) – juiz – 268.º e 269.º. O juiz é a única entidade que nos dá garantias, pela
função que tem no inquérito, que o arguido não se vai auto-incriminar sem saber. O juiz
tem a obrigação de dizer que as declarações são incriminatórias. O processo penal
exige, no inquérito, intervenção do juiz, em tudo o que seja perigoso.
A razão de estar o 141.º ali, é para incumbir esta obrigação na instrução.
Se for nos termos do 143, os requisitos do 357 estão aplicados? Se se aplicar. Podem
trazer as declarações?
Caso 15
Caso 16
O lesado, enquanto tal, nunca pode constituir-se assistente, mas apenas parte civil para
efeitos de dedução de pedido de indemnização. Pode suceder que o lesado, enquanto
aquele que sofreu danos com o crime, coincida com o ofendido e, por isso, pode, nesta
situação, constituir-se assistentes, não por ser lesado, mas por ser ofendido.
Pode, enquanto lesado, intervir no próprio processo como parte civil, no pedido de
indemnização.
O pedido de indemnização civil é deduzido pelo lesado contra quaisquer pessoas com
responsabilidade civil fundada na prática do crime que é objeto do processo crime a que
a ação civil adere.
Portanto a legitimidade para deduzir pedido de indemnização civil fundado na prática de
um crime é deduzido pelo lesado, entendendo-se como tal a pessoa que sofreu danos
ocasionados pelo crime, ainda que se não se tenha constituído ou não possa constituir-se
assistente – art. 74.º/1. Em síntese, autores do pedido civil podem ser todos os que
sejam partes legítimas segundo as normas do processo civil.
255.º (remissão para 381.º; nº 4 remissão para o 250º/1; remissão do 256º para o 22º do
CP – flagrante delito sricto sensu; “acabou de cometer” – quase flagrante delito; nº 2 do
256º - presunção de flagrante delito)
OPC – 248º
- começar pelo flagrante delito – ver se há, ou se há apenas detenção, mas fora de
flagrante delito – 257.º
- se há detenção aplicamos o 254.º - finalidades da detenção (temos sempre de referir as
finalidades). 254º/1 a) – remissão para 141.º - primeiro interrogatório judicial.
- 254º/1 b) – a pessoa pode ser detida para assegurar a presença imediata, sem nunca
exceder as 24h
- só pode ser lavrado um auto de notícia, nos termos do 243.º, quando a autoridade
judiciária ou outras entidades mencionadas, presenciarem o que aconteceu. Só há auto
de notícia quando é flagrante delito em sentido estrito.
.
Caso 17
Uma confissão integral e sem reservas nem sempre dá lugar aos efeitos o nº2 do 344.º.
Há que atender ao nº4 do mesmo artigo.
Diz que o arguido confessou o crime. Não se pode confessar crimes, mas apenas factos
que constituem a prática de um ilícito- 344.º.
Caso 17.2
Em princípio sim, pode utilizar-se o 82-A-. Não foi deduzido pedido de indemnização
civil, se a condição da vítima exigir, sim.
PPA – só pode haver lugar a esta reparação nos termos do 82-A quando a não dedução
do pedido civil não se deva a “culpa” da vítima. Exemplo: não foi notificado. Não é
negligencia, e podemos arbitrar a reparação nos termos do 82-A. Exemplo: ainda não
estão apurados todos os elementos para que se possa concluir pelo direito existente de
indemnização civil.
Art 77.º/3 – não notificação.
Nos casos em que não há pedido de indemnização, ainda se exige a indemnização.
Caso 17.3
A indemnização por perdas e danos emergentes do crime é regulada pela lei civil.
Estamos a ressarcir apenas o que foi lesado no bem jurídico e não como é que o bem
jurídico estaria se não tivesse sido lesado.
Aplica-se mais em casos de violência doméstica – despesa por ter saído de casa,
despesas hospitalares, etc.
Há uma presunção de que a situação da vitima impõe tal indemnização.
A era casado com B desde 1990 (tendo dessa relação nascido dois filhos: um com
15 anos e outro com 14 anos). Em janeiro de 2008, A começou a viver, em situação
análoga á dos cônjuges, com C – quando resolveu abandonar o lar.
A 10 de outubro de 2008, D, depois de ruidosa discussão com A, com quem
mantinha uma relação sentimental nos últimos meses, disparou sobre este,
provocando-lhe morte imediata.
A PSP compareceu no local do crime, após ter sido alertada pelos vizinhos, que
tinham estranhado os ruídos provocados pela referida discussão. Os agentes da
PSP viram que D ainda possuía uma pistola na mão. Por conseguinte, os agentes
da PSP procederam à imediata detenção de D.
Os OPC são todas as entidades e agentes policiais a quem caiba levar a cabo quaisquer
actos ordenados por uma autoridade judiciária ou determinados por este Código - define
o artigo 1.º/c).
Nos termos do artigo 3.º da Lei 49/2008, a PSP é um OPC.
A aquisição da notícia do crime, que dá início ao processo, pode ser feita de 3 formas
nos termos do artigo 241.º. Teriam que elaborar um auto de denúncia - 242.º/1/a) e 99.º.
Nos termos do art. 242.º, a denúncia é obrigatória para as entidades policiais quanto a
todos os crimes públicos (homicídio é crime público – 131.º e ss CP) de que tiveram
conhecimento ulterior, ou seja, cujo cometimento não presenciaram. Assim sendo, a
PSP tem de fazer uma denúncia do sucedido. Assim também o art. 259.º.
Em síntese, os deveres de atuação das entidades policiais, quando não presencia o crime
são:
- se a entidade policial não presencia um crime público, mas tem dele conhecimento
ulterior, deve denunciar ao MP. Nos crimes semi-públicos, pode apresentar queixa, se
for cometido contra si. Nos crimes semi-públicos e particulares contra terceiros, deve
elaborar denúncia se o terceiro apresentar queixa ou, no caso de crime particular, o
terceiro deve declarar, na denúncia, que se quer constituir como assistente.
Está aqui em causa uma situação de flagrante delito – 256.º/2 – em concreto, estamos
perante uma presunção de flagrante delito. Não pode fazer auto de notícia pois não
presenciou o cometimento do crime – 241.º e 243.º - ou seja, não estamos perante um
caso de flagrante delito stricto sensu. 196.º e 151.º, 58.º, 254.º1 a) e 259.º/b); 248.º e ss.
+ 178.º/1 e 2, 196.º e 250.º. A pessoa tem de ser constituída como arguido.
Os OPC devem praticar todos os atos cautelares necessários e urgentes para preservar os
meios de prova, mesmo antes de receberem ordem da autoridade judiciária competente,
nos termos do artigo 249.º, nº1.
Estes atos só serão integrados no processo mediante validação da autoridade judiciária
competente. Podem igualmente ter a necessidade de proceder à identificação de pessoas
nos termos do art. 250.º.
Mais, podem proceder por sua iniciativa a revistas e a buscas, em caso de urgência
(251.º), assim como a buscas domiciliárias por sua iniciativa aquando da detenção em
flagrante por crime a que corresponda pena de prisão (art.º 174, nº5, c)).
Tendo D sido detido em flagrante delito pela PSP (nos termos do artigo 255.º e 256.º),
tem ainda o dever de comunicar ao MP essa mesma detenção nos termos do artigo
259.º/b).
58.º/1 + 196.º - constituição como arguido e prestação de TIR. Auto – 99.º. Valor
probatório dos autos – 169.º
250.º antes da constituição como arguido.
Caso 2
Caso 3
Caso 4
O homicídio não prevê dispensa de pena, logo falha o requisito da possibilidade legal da
dispensa da pena – pena superior a 6 meses – 74.º
4.1
Caso 9
1- Naturalistas
2- Normativistas
3- Castanheira neves
4- Frederico Isasca + Paulo Sousa Mendes – é um pedaço da vida, real ou
hipotético que se destaca da realidade e se submete a apreciação judicial.
Factos novos?
Sim:
- são totalmente independentes? São quando não estabelece nenhuma relação com os
factos anteriores verificados no processo. Se é totalmente independente há um novo
processo. Pode não haver conexão entre os dois pois já estão em fases diferentes.
- Podem não ser totalmente independentes – houve uma alteração dos factos presentes
no processo. Há uma alteração substancial de factos ou não substancial de factos? 1.º/ f)
- Alteração substancial: critério quantitativo e critério qualitativo. Se o quantitativo se
verificar é uma alteração substancial de factos – aumento da pena máxima. Quanto ao
critério qualitativo tem que ver com estar perante um crime diverso. O que é isso? Tipo
diferente? Bem jurídico diferente? Estratégia de defesa? Antes: quando havia alteração
do tipo de crime (Eduardo Correia); Augusto Silva dias – tem de ter impacto na
estratégia de defesa do arguido; Germano Marques da Silva – juízo de ilicitude diferente
que tem implicações na estratégia de defesa. Teresa Beleza e Souto Moura – mesmo
bem jurídico ou diferente?
Temos de saber se são autonomizáveis.
Depois temos de saber em que fase processual estamos.
Caso 6
Poderia D ter requerido a abertura da instrução apenas para que fosse inquirida
uma testemunha que o MP ignorava existir?
RAI do arguido:
- narração de factos que fundamentam a não aplicação de uma pena ou uma medida de
segurança
- razões de direito de discordância relativamente à acusação
- indicação dos aos de instrução que o requerente pretende que o juiz leve a cabo
- meios de prova que não tenham sido considerados no inquérito.
Correção:
O que é juridicamente trazer uma testemunha? É facto ou direito?
A testemunha vai trazer factos. Normalmente provam-se factos. O arguido quer requerer
RAI apenas para inquirir a testemunha, em princípio constitui uma tentativa de o
arguido trazer novos factos ao processo – 287.º. Se a testemunha se vem pronunciar
sobre os factos que estão na acusação do MP, a testemunha é admissível. Tem de se
dizer sobre que factos vem a testemunha depor.
Não podia ser um caso em que não há factos – inadmissibilidade legal da instrução –
286.º.
Temos sempre de dizer os requisitos do RAI quando fazem perguntas sobre isso –
prazo, legitimidade e pagamento da taxa de justiça.
6.1 – a sua resposta mudaria se tal inquirição tivesse sido requerida por D ao MP
durante a fase de inquérito?
Nada nos diz se houve ou não inquirição da testemunha. Foi ou não inquirida? Temos
de abrir os dois cenários. A inquirição de uma testemunha é uma questão de facto, tinha
de dizer sobre que factos a testemunha ia depor.
A testemunha já foi ouvida: sobre os mesmos factos ou sobre outros factos? Se já foi
ouvida sobre os mesmos factos e o RAI só pretende fazer isso, é quase como se fosse
supérfluo.
O juiz não ia ter fundamento para indeferir o RAI, mas nos termos do 291.º/1 conjugado
com o 286.º/1 e 287.º/2, o juiz só vai ordenar a produção de prova necessária à
descoberta da verdade material. O 28.º/2 fala sobre meios de prova que já tenham sido
considerados no inquérito – 291.º/3 (quando são repetidos).
O juiz vai indeferir o requerimento probatório que está dentro do RAI, não podendo
indeferir o RAI pois não é um desses casos.
Caso 11
Nos termos do art. 308.º/1, se, até ao encerramento da instrução, tiverem sido recolhidos
indícios suficientes de se terem verificado os pressupostos de que depende a aplicação
ao arguido de uma pena ou medida de segurança, o juiz, por espaço, pronuncia o
arguido pelos factos respetivos.
Tendo-o feito, resta saber se D, arguido, pode impugnar esta decisão do JIC, que se
pronunciou pelo crime de homicídio qualificado e não por homicídio privilegiado, como
constava da acusação do MP.
Nos termos do art. 309.º, com a epígrafe “nulidade da decisão instrutória”, no nº1
estipula-se que a decisão instrutória é nula na parte em que pronunciar o arguido por
factos que constituam alteração substancial dos descritos na acusação do MP ou do
assistente ou no RAI.
Esta nulidade é, no entanto, sanável. Cabe recurso do despacho judicial que indefira a
nulidade – 310.º/3.
Nos termos do nº2 do art. 309.º, a nulidade é arguida no prazo de 8 dias contados da
data da notificação da decisão.
Caso 19
19.1 – o arguido pode ter acesso a alguma parte do processo-crime feito em segredo
de justiça?
Caso 18
Tema VI
Caso 2
Estamos perante factos novos? Sim! Há um pedaço de vida, real ou hipotético que se
destaca da realidade e se submete a apreciação judicial.
Esses factos:
- são totalmente independentes? São quando não estabelece nenhuma relação com os
factos anteriores verificados no processo. Se é totalmente independente há um novo
processo.
- Podem não ser totalmente independentes – houve uma alteração dos factos presentes
no processo. No nosso caso estamos perante factos não totalmente independentes.
Estamos perante:
Alteração substancial: critério quantitativo e critério qualitativo. Critério quantitativo,
aplica-se, há uma agravação dos limites.
TC: tal como refere o tribunal, o crime de furto qualificado é punível com uma
penalidade mais gravosa nos seus limites mínimo e máximo do que a penalidade
prevista para o crime de furto de que o arguido está acusado. Havendo alteração
substancial de factos, comunica-se ao arguido para que o mesmo diga se se opõe ou se
autoriza a que o tribunal conheça dos novos factos.
Art 359.º - tendo em conta que a nova factualidade não é autonomizável em relação ao
objeto do processo e uma vez que a instância não pode ser extinta nem dela o tribunal
conhecer salvo acordo do arguido, MP e assistente, deixa a conduta indiciada e privada
de ser punível.
Não dando o arguido o seu acordo – apenas pode o facto valer como circunstância geral
agravante. O legislador optou por conferi mais intensa realização do princípio do
acusatório, com possível sacrifício da verdade material e da legalidade. Não pode isto
significar desproteção penal dos correspondentes bens jurídicos. Não se tratam de factos
suscetíveis de, por si só, fundamentar uma incriminação autónoma em face do objeto do
processo. Estes factos formam uma unidade que não permite autonomização. Tal
significa que os bens jurídicos nucleares suscetíveis de justificar a incriminação
encontram ainda o mínimo de proteção legal.
Caso 3
- o JIC está vinculado pelo conteúdo factual da acusação e pelo requerimento para
abertura de instrução. Deve emitir despacho de pronúncia nos termos do 307.º/1, ou de
não pronúncia. Neste caso não parece haver elementos suficientes para o JIC se
pronunciar. Neste caso, o JIC não conseguiu provar a subtração, por isso, abre a
hipótese de abuso de confiança do 205.º CP.
O crime de abuso de confiança tem como bem jurídico a propriedade alheia, num
contexto de uma relação de fidúcia entre o agente e o proprietário, inscrevendo-se a sua
essência típica do ilícito na inversão do título da posse, o que acontece quando o agente
adquire por título não translativo da propriedade uma relação fáctica de domínio sobre a
coisa para lhe dar um certo destino mas dá-lhe outro, passado a comportar-se como seu
proprietário, agindo com animus domini.
É irregular o despacho de pronúncia por factos que constituam uma alteração não
substancial dos descritos na acusação do MP, ou na acusação do assistente, no caso de
instrução requerida pelo arguido, ou dos descritos no requerimento de abertura de
instrução do assistente, no caso de arquivamento do inquérito pelo MP, se o juiz não
deu cumprimento ao disposto no 303º/1.
É também irregular o despacho de pronúncia que modifica a qualificação jurídica da
acusação do MP ou na acusação do assistente, no caso de instrução requerida pelo
arguido ou do requerimento de abertura de instrução do assistente, no caso de
arquivamento do inquérito pelo MP, se 9 juiz não deu cumprimento ao disposto no
303º/5.
Caso 4
Medidas de coação
Temos de dizer a fase de processo, quem pode requerer nessa fase a aplicação das
medidas? O MP, mas quem aplica é o juiz de instrução. Se o MP o decidir, por
exemplo, proibição de condutas, e e juiz de instrução achar que é insuficiente nos
termos o 204º, pode aplicar medida ais gravosa.
Prova
Se acontecer no julgamento e o arguido chama uma testemunha e ela admite que foi o
arguido, que sim, ele estava lá. Se só está lá uma pessoa fica difícil, costumam estar
várias.
O problema é o 147/7 – não tem valor como meio de prova. É o que se discute nas
invalidades. O 126º diz que são nulas não podendo ser utilizadas certas provas. O que se
quer saber é qual é a invalidade e a consequência. Quanto ao reconhecimento PSM no
inquérito, no mínimo é uma nulidade do 120º/2, é uma nulidade dependente de arguição
– podia ser insuficiência do inquérito da alínea d). O 120º/2 não é taxativo. Pode haver
uma nulidade dependente de arguição que não esteja nestas alíneas.
126º sobrepõe-se sempre ao 120º. É a norma mais grave neste âmbito.
Se a prova não for admissível vamos logo ao 126 para ver se cabe no 126, se couber,
aplicamos. Se não couber de maneira nenhuma vemos se é uma nulidade do 120º/2.
Distinguir a nulidade absoluta e relativa do 126º.
No caso do reconhecimento podia ser o 126º/2 b).
Quando estamos no 126º, atenção ao 126º/3, que prevê a nulidade relativa. A prova só é
nula se não houver consentimento. Se houver, não vamos dizer que a prova obtida é
válida ou não, a discussão é outra.
Pode ser o 126º/2 que concretiza do 126º/1.
Qual o regime das nulidades do 126º? O 126 só diz que é nulo. Qual é o o regime
processual? Ou vamos para o 122º ou vamos para o 32º/8 da CRP como a professora
Helena Morão. Não precisamos de ter uma situação de efeito à distância para aplicar
este artigo.