Jogos Cooperativos Escoteiro e Sênior

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4

JOGOS COOPERATIVOS, REVISTA 3 , ANO 2003

RAMOS SENIORES E ESCOTEIROS


4- SEGUINDO O CHEFE
Objetivo do jogo:
Fazer um desenho em grupo onde cada participante esteja em uma situação especial.
Propósito:
Trabalhar a cooperação, a comunicação, planejamento, raciocínio lógico, confiança e a
empatia.
Recursos:
Papel, canetas, vendas.
Número de participantes:
Grupos de 5 pessoas.
Duração:
A tarefa de desenhar o barco deve ser cumprida em cinco minutos.
Descrição:
Dividir a turma em grupos de cinco pessoas, colocando-os sentados no chão. Cada grupo
terá como tarefa desenhar um barco utilizando uma folha de papel e canetas coloridas.
Cada participante fará uma ação de cada vez, passando em seguida o desenho para outro
participante e assim por diante passando por todos um traço de cada vez até que o
desenho esteja concluído ou o tempo encerrado. Exemplo: o primeiro participante faz um
traço, para e a próxima ação é de outro participante.
Os participantes terão também de obedecer as seguintes características individuais:
Participante 1 – é cego e só tem o braço direito;
Participante 2 – é cego e só tem o braço esquerdo;
Participante 3 – é cego e surdo;
Participante 4 – é cego e mudo;
Participante 5 – não tem os braços.
Portanto, para desenvolverem esses papéis, o facilitador pede que os grupos escolham
quem será 1, 2 , 3, 4 e 5 entregando vendas para os olhos e tiras de pano para amarrar os
braços que não deverão utilizar.
Quando os grupos estiverem prontos, começar a contar o tempo, deixando que os grupos
façam a atividade sem interrupção. Neste momento o facilitador fica em silêncio, apenas
observando o trabalho. Caso alguém solicite ajuda ou informações, reforce as instruções
já ditas sem dar outras orientações. Caso algum participante faça perguntas do tipo está
certo? Pode fazer assim? Deixe o grupo decidir. Não interfira. Estas situações poderão
ser retomadas no momento do debate, para análise e como ilustração para outros
comentários.
Após o jogo, o facilitador deve realizar o CAV (Ciclo de Aprendizagem Vivencial),
abordando as dificuldades encontradas, os desafios superados e as formas de cooperação
colocadas em prática.
Dicas:
Pode-se jogar em dois tempos. Primeiro deixar que eles sintam o jogo que a principio
parece fácil e depois normalmente percebem-se as dificuldades. Após os 5 minutos,
alguns grupos podem não ter terminado a tarefa e muitos poderiam certamente tê-la
realizado com melhor qualidade. Por isso deixe que os grupos discutam como poderiam
melhorar sua performance e depois peça que joguem novamente para colocarem em
prática as alternativas encontradas.
Após todo o processo abra para uma discussão geral onde todos os grupos poderão expor
dificuldades e soluções, impressões etc.
Jogos enviados por:
Ana Paula Perón
Graduada em Ed. Física, pós-graduada em Psicologia do Desenvolvimento Humano e
Pós-graduada em Jogos Cooperativos. Desenvolve programas de capacitações e projetos
em atividades corporais para profissionais de educação, para crianças, adolescentes,
adultos e idosos com foco em jogos cooperativos. Consultora para desenvolvimento do
potencial humano em programas vivenciais com foco em jogos cooperativos. Consultora
associada a Lannes Consulting e co-criadora do Programa Cooperar para Crescer –
Escola. Peregrina do Caminho de Santiago e Focalizadora de Danças Circulares.
Contato: apperon@directnet.com.br

5- PUNHO FECHADO
Objetivo do jogo:
Abrir a mão uns dos outros.
Propósito:
Mesmo que o nome deste jogo de meio violento não assustem porque ( ) é esta a idéia. O
punho fechado é um jogo participativo e serve para uma rica reflexão sobre como encarar
o problema que o atinge.
Recursos:
Nenhum.
Número de participantes:
Não há limite de pessoas para este jogo. O importante é que o número seja par.
Duração:
Para a instrução e execução do jogo no máximo 5 minutos. Para o debate que segue,
mínimo de 20 minutos.
Descrição:
O facilitador sugere a formação de duplas, e explica que cada participante vai estender um
punho a seu parceiro. Com a outra mão vai tentar abrir o punho do companheiro
(mantendo sua mão fechada). Assim, no mesmo momento, cada qual tentará abrir o
punho do outro enquanto mantém sua mão fechada. Obviamente se quer fazer tudo isso
sem derramar sangue e sem quebrar os ossos. O facilitador faz um sinal para que os
participantes comecem. Ele para o jogo depois de um instante (dura apenas 30 segundos)
e pede às duplas que reflitam sobre as seguintes perguntas:
- Em que pensaram quando o jogo foi explicado?
- O que sentiram no início do jogo?
-Quem conseguiu abrir o punho do outro, e como?
- O que chamou sua atenção durante o jogo?
Depois de jogar
(para ver por que fizemos este jogo)
Pode refletir individualmente e logo conversar. Depois de vários minutos de diálogo, o
facilitador pode convidar para compartilhar a conversa entre todos. Ele anota algumas
frases importantes. Aqui algumas frases de seminários que realizamos:
- Como abro a mão?
- Senti medo. Hermetismo, não há acesso.
- Não vou deixar abrir a mão.
- Ato de violência!
- Tinha que buscar uma estratégia.
- Era mais fácil do que pensei.
-No principio, pensei que com força seria fácil, depois tive que recomeçar e procurar outra
forma de faze-lo.
-Vimos isso como uma competição.
-Aceitar que me abrissem o punho significa que perderia.
Baseado nesses comentários, pode-se iniciar uma reflexão sobre nossas atitudes no
trabalho. Dependendo do grupo e do objetivo da reunião, poderiam ser ressaltados os
seguintes temas:

1- Buscar mais de uma alternativa.


Em muitas situações que se apresentam, vemos uma única maneira de chegar a uma
solução. E ficamos batendo e batendo (tratando de abrir com força), sem perguntar como
poderíamos faze-lo de outra forma.
2 – “Eu mudo o outro, mas a mim ninguém vai mudar”.
Se relacionarmos o jogo com o desafio de “abrir a mente do outro”, enfrentamos, muitas
vezes, situações com uma atitude fechada. Queremos conseguir que o outro se abra, mas
não estamos dispostos a nos abrir. Isso se percebe nas seguintes situações: professor-
aluno, pai-filho, líder comunitário-povo, etc. Quando falamos sobre o jogo com um grupo
de professores, esses disseram que, muitas vezes, entramos na aula com o punho
fechado, isto é, dispostos a ensinar e não a aprender, a falar e não a escutar.
Nem sempre a forma esperada é a que nos permite chegar a uma solução.
Ás vezes vemos um problema e, em seguida, pensamos que sabemos como resolve-lo.
“Nesse punho fechado será preciso dar duro...” Entretanto, temos que estar dispostos a
buscar outra possibilidade, estar abertos a opções que se nos apresentam. Isto é, temos
que ser flexíveis, para nos dar contra de que pode haver outra maneira de conseguir o
objetivo.
3 – Temos que estar dispostos a trocar de estratégia.
Às vezes, isso significa recomeçar. Conversando sobre o jogo com agentes de um centro
comunitário, viu-se que o grupo tem que estar aberto a recomeçar, a experimentar outras
estratégias, para sempre seguir adiante.
Dicas:
Este jogo dá muito o que refletir, e nossa experiência nos mostrou que é importante
continuar a atividade com a reflexão em grupo. O facilitador deve explicar no começo que
se realizará um jogo que nos permitirá conversar sobre algumas questões.
O jogo como tal é rápido, e se pode dedicar o tempo que se quiser para a reflexão.
Fonte:
Jogos Cooperativos – Teoria e Prática – Guillermo
Preparação para o jogo no Seminário de Lideranças em Campos dos Goytacazes (ver pg.
28).

6- CABO DA PAZ
Objetivo do jogo:
Conseguir rasgar o saco plástico juntos, mantendo o conteúdo dentro do círculo.
Propósito:
Estimular a participação de todos os componentes do grupo de forma cooperativa;
Desenvolver o autocontrole para atuação em equipe; Perceber o que vem a ser “espírito
de equipe”.
Recursos:
02 cordas do mesmo tamanho;
01 saco plástico preto ou de qualquer outra cor opaca (não serve transparente);
Bombons, balas ou qualquer outra prenda em igual número ao de participantes.
Espaço bem amplo.
Número de participantes:
Depende do tamanho da corda e do saco plástico.
Duração:
Até o grupo terminar a tarefa.
Descrição:
Dividir o grupo em duas equipes. Demarcar um círculo de aproximadamente 60 cm de
diâmetro. Posicionar-se no centro do círculo (o focalizador). Propor às equipes que se
posicinem uma à direita e outra à esquerda. Explicar que você tem um saco preso à duas
cordas com uma surpresa para todos do grupo. A tarefa das equipes é puxar a corda até o
saco arrebentar e liberar a surpresa no centro do círculo. Se a surpresa cair fora do
círculo, todo o conteúdo do saco será do focalizador.
Dicas:
Percebemos ser esta atividade excelente para aplicação em fechamentos/encerramentos
de eventos que tenham como foco: parceria; trabalho em equipe; importância da
cooperação, criatividade e tomada de decisão.
Para fortalecer a confraternização, seria interessante que cada prenda tivesse o nome do
participante registrado e o grupo faria, então, a troca de presentes.
Fonte:
(colaboração de Demerval A. Paraíso e Sandra P. Miranda – Rio de Janeiro/RJ)
Este jogo foi transformado por um pequeno grupo que participou de um “Centro de
Interesses sobre Ludicidade” em curso realizado no Rio de Janeiro, dia 06/04/96 (Marcelo
P. Moura / Vera Lúcia P. Loureiro / Roberta C. Araújo e outros)

7- CABO DA PAZ (uma outra versão...)


Objetivo do jogo:
Obter o equilíbrio de força entre dois grupos.
Propósito:
Estimular a participação de todos os componentes do grupo de forma cooperativa assim
como a atenção, o reflexo e a união em torno de objetivos comuns.
Recursos:
Uma corda resistente proporcional ao grupo a ser trabalhado. Como sugestão, considerar
um metro de corda por participante, mais 4 metros entre os dois grupos.
Espaço bem amplo.
Número de participantes:
O jogo fica dinâmico a partir de 5 a 6 pessoas de cada lado. Não existe um número
máximo de participantes e novas regras podem ser criadas para que mesmo em grandes
grupos (100 ou mais pessoas), todos brinquem.
Duração:
Até o grupo queimar energia e experimentar várias formas de cooperar.
Descrição:
Dividir o grupo em duas equipes, que segurando a corda a manterão esticada, deixando
cerca de 3 a 4 metros de corda livre entre os grupos. Demarcar um círculo de
aproximadamente 60 cm de diâmetro. Amarrar uma fita colorida no centro da corda, entre
os dois grupos. A fita deve estar bem no centro do círculo. Ao sinal do facilitador os dois
grupos começam a puxar a corda, como no cabo de guerra tradicional, mas o objetivo dos
dois grupos é manter a fita dentro do círculo. Cada grupo pode enviar membros para o
outro lado, para buscar o equilíbrio.
Dicas:
Os jogadores de ambos os lados podem ser numerados, sendo o mais próximo a fita o
número 1, em seguida o 2 e sucessivamente, sendo que os dois jogadores de número 1 ao
sinal do facilitador, deixam seus grupos e vão para o final do outro grupo. Depois os de
número 2 e assim por diante. Outra dica é iniciar o jogo com uma conformação
competitiva, e com as modificações que o próprio grupo fará para buscar o equilíbrio, o
modelo competitivo será substituído pelo cooperativo. Explorar no CAV os sentimentos e
percepções dos participantes durante o jogo.
Fonte:
Adaptação do jogo tradicional “Cabo de Guerra” para o modelo cooperativo, utilizado
amplamente por muitos educadores e consultores. Uma Versão simples para crianças
pode ser encontrada no livro “Jogos Cooperativos para Educação Infantil” de Reinaldo
Soler.

Você também pode gostar