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Resumo
Introdução: A cirurgia de revascularização do miocárdio tem o intuito de melhorar a
qualidade de vida relacionada à saúde, além de promover o alívio dos sintomas relacionados
à cardiopatia e ainda aumentar a sobrevida. Objetivo: Neste estudo, objetivou-se avaliar
a qualidade de vida no pré e pós-operatório de cardiopatas submetidos à cirurgia
de revascularização do miocárdio, relacionando-a com a idade, a ansiedade e a dor.
Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de natureza quantitativa, observacional e
transversal descritiva em que utilizou-se o questionário MacNew QLMI para avaliar a
qualidade de vida, o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) para avaliar a ansiedade
e a Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar a dor. Resultados: Dentre os seis sujeitos
avaliados, 90% eram homens, com média de idade de 70,5 (±8,43) anos. Dos fatores de
risco, o mais presente foi a hipertensão arterial sistêmica (100%), seguido do sedentarismo
(83%), dislipidemia (50%) e tabagismo (50%). Conclusão: Concluiu-se que a cirurgia de
revascularização do miocárdio melhorou a qualidade de vida dos pacientes avaliados e
estes mantiveram um nível médio da ansiedade entre o período pré e o pós-operatório. No
que se refere à dor houve melhora comparando o pós (15º dia) com o pré-operatório.
Palavras-chave
doença das coronárias, dor, qualidade de vida, cirurgia torácica,
fisioterapia. Fisi enectus
Qualidade de vida de pacientes idosos submetidos à cirurgia de revascularização
Amanda Christina Monteiro Osório, Liziane Flores, Lilian Marin, Sheila Cristina Cecagno Zanini, Camila Pereira Leguisamo.
Fisi enectus
Ano 2, n. 1 - Jan/Jun. 2014
Abstract
Introduction: Coronary artery bypass grafting aims to improve the quality of life related to health,
promote the relief of symptoms related to heart disease and also improve survival. Objective: This study
aimed to evaluate the quality of life in pre-and post-operative cardiac patients undergoing coronary artery
bypass grafting, relating to age, anxiety and pain. Materials and Methods: This is a quantitative research,
observational and cross-sectional descriptive which used MacNew QLMI questionnaire to assess quality of
life, the Trait Anxiety Inventory-State (STAI) to assess anxiety and Visual Analogue Scale (VAS) to assess pain.
Results: Among the 06 subjects evaluated, 90% were men, with an average age of 70.5 (± 8.43) years. From
the risk factors, the most relevat was hypertension (100%), followed by physical inactivity (83%), dyslipidemia
(50%) and smoking (50%). Conclusion: It was concluded that CABG surgery improved the quality of life of
the patients and they remained a medium level of anxiety between the pre and post. As regards the pain had
improved comparing the post (day 15) with the pre.
Keywords
coronary disease, pain, quality of life, thoracic surgery, physical therapy specialty.
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com a medicina têm proporcionado à população quisa. Os demais foram excluídos por apresenta-
maior segurança nas operações cardiovasculares rem instabilidade hemodinâmica, complicação
de alta complexidade, no entanto, não só a tecno- neurológica grave (qualquer síndrome ou paralisia
logia e a medicina são suficientes para oferecer ao que afetem o cognitivo do paciente, impedindo-
paciente um programa cirúrgico cardiovascular de -o de realizar as avaliações), confusão mental ou
excelência, mas também uma equipe multiprofis- inconsciência, diabetes mellitus descompensada,
sional integrada10. obesidade mórbida, doenças degenerativas (cân-
Considerando as modificações geradas pelo cer, mal de Alzheimer, esclerose múltipla, distro-
procedimento cirúrgico, uma das preocupações fias musculares e doença de Parkinson) e insufici-
dos profissionais da área da saúde, mais especi- ência renal aguda.
ficamente os que estão envolvidos diretamente Primeiramente, foi realizado o contato com a
com o paciente, é de proporcionar que este tenha instituição hospitalar a fim de obter a autoriza-
uma melhora da qualidade de vida, bem como que ção por meio do termo de concordância entre as
sua independência funcional seja garantida, per- instituições. Depois que a pesquisa foi autorizada
mitindo o seu retorno às atividades da vida diária. e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
No Brasil, pesquisas que dão ênfase às doen- Universidade Comunitária da Região de Chapecó
ças cardiovasculares, bem como às cirurgias car- (Unochapecó), sob o protocolo nº. 340/12, os mé-
díacas, relacionadas à avaliação qualidade de vida, dicos cirurgiões cardiovasculares responsáveis pe-
dor e ansiedade, estão se tornando cada vez mais las cirurgias de revascularização do miocárdio da
frequentes. Na região Sul os estudos são escassos, unidade hospitalar envolvida foram contatados,
bem como no estado de Santa Catarina e na região para que indicassem os pacientes que participa-
Oeste, em que não há trabalhos dessa dimensão ram do estudo.
perfazendo-se a necessidade do desenvolvimento A coleta teve duração aproximada de 50 dias
da pesquisa em questão. não contínuos, entre os meses de abril a junho de
Diante do exposto, a avaliação da qualida- 2013, e foram utilizados os seguintes instrumen-
de de vida em saúde no pré e pós-operatório de tos de pesquisa: ficha de coleta de dados socio-
pacientes cardiopatas é de extrema importância, demógraficos e clínicos adaptada, composta por
visto que possibilita identificar componentes que itens que se referem aos dados pessoais, fatores
podem ser alterados e que interferem diretamen- predisponentes para a doença cardiovascular, in-
te na percepção individual. Sendo assim, o obje- formações sobre o procedimento cirúrgico e hos-
tivo dessa pesquisa foi o de analisar a qualidade pitalização11; Questionário MacNew Quality of Life
de vida de cardiopatas no pré e pós-operatório do after Myocardial Infarction Questionnaire (Mac-
procedimento cirúrgico de revascularização do New QLMI) para avaliar a percepção da qualida-
miocárdio e verificar se houve melhora desta. de de vida, composto de 27 itens que se dividem
em três domínios: físico-funcional, emocional e
social12; Inventário de Ansiedade Traço-Estado –
Materiais e métodos IDATE13, traduzido e adaptado por Biaggio e Na-
talício14, composto de duas escalas, cada uma com
20 frases, sob a forma de escala Likert, que avaliam
A pesquisa realizada foi de natureza quantita- como o sujeito se sente no momento e a de como
tiva, observacional e transversal descritiva. A po- ele geralmente se sente14 e a Escala Visual Analó-
pulação constituiu-se de 21 cardiopatas subme- gica (EVA), que proporciona uma medição simples
tidos à cirurgia de revascularização do miocárdio e eficiente da intensidade da dor, assinalando uma
no modo eletivo, no Hospital Regional São Paulo linha horizontal com dez centímetros de compri-
– Assec, no município de Xanxerê (SC), no período mento, sendo que uma das extremidades corres-
de abril a junho de 2013, contudo a amostra res- ponde ao termo “sem dor” e outra ao termo “dor
tringiu-se a seis indivíduos, maiores de 50 anos, de máxima”. As pontuações menores de 3,4 indicam
ambos os gêneros, inclusos conforme os critérios “dor leve”, pontuações entre 3,5 e 6,7 indicam “dor
estabelecidos e que aceitaram participar da pes- moderada” e maiores que 6,7 indicam “dor grave”.
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Tal escala tem sido utilizada largamente na clínica para ambos os gêneros. Quanto à cor e ao estado
e em laboratórios de investigação, na obtenção de civil, 100% dos indivíduos eram de cor branca e
índices rápidos da dor, possibilitando sua avalia- casados. Quanto à escolaridade, observou-se que
ção por meio de um valor numérico15,16. 33% dos indivíduos completaram o nível funda-
Na primeira abordagem ao paciente, o termo de mental, 50% o nível médio e 17% o nível superior.
consentimento livre e esclarecido foi apresentado No que se refere à atividade laboral, 33% dos indi-
em duas vias, a fim de obter autorização formal do víduos eram aposentados, 50% eram agricultores e
indivíduo para a coleta de dados, possibilitando- 17% eram representantes comerciais.
-o a escolha de participar e, no caso de sentir-se No que se refere aos fatores de risco para a
constrangido, o direito de retirar-se da pesquisa. doença cardiovascular, a Tabela 1 mostra que 100%
Ainda neste primeiro momento, após a assinatura dos pacientes apresentaram hipertensão arterial
do termo, os pacientes realizaram a primeira parte sistêmica (HAS), sendo que apenas 17% apre-
da pesquisa, respondendo aos questionários refe- sentaram diabetes mellitus (DM) associada, 50%
rentes ao pré-operatório. apresentaram dislipidemia, 17% apresentaram de-
Os questionários foram nominados através de pressão/ansiedade. Destes, 50% eram tabagistas
algarismos romanos, garantindo sigilo absoluto, há pelo menos dez anos e 83% eram sedentários.
visto que os resultados são apresentados em valo- Percebeu-se que os indivíduos apresentaram pelo
res numéricos, não possibilitando a identificação menos dois fatores de risco de forma associada.
dos participantes. Foram aplicados de forma indi- A Tabela 2 apresenta a prevalência de fato-
vidual, tendo duração média de 30 minutos. Cada res associados à doença cardiovascular e à recu-
um foi aplicado três vezes, a primeira abordagem peração do paciente, em que: apenas 17% apre-
entre o sétimo e o terceiro dia de pré-operatório, e sentaram angioplastia prévia, 100% apresentaram
ainda no quinto e 15º dia de pós-operatório, reali- cateterismo prévio, nenhum realizou fisioterapia
zados na forma presencial e por contato telefônico no período pré-operatório e 100% realizaram fi-
(15º dia). sioterapia após a realização do procedimento
Os procedimentos estatísticos foram realiza- cirúrgico durante a permanência no hospital. A
dos utilizando-se SPSS Statistics 14.0. As variáveis permanência no âmbito hospitalar teve um tempo
categóricas são expressas como frequência abso- médio de 13 (±13,14) dias, entre os períodos pré e
luta, relativa e percentil, e as numéricas como mé- pós-operatório.
dia ± desvio padrão. No que se refere à percepção da qualidade de
Esta pesquisa seguiu as orientações estabe- vida, a categorização foi realizada com base no es-
lecidas pelo Conselho Nacional de Saúde para tudo de Matos (1999)17, no qual utilizou o mesmo
pesquisas com seres humanos e da Comissão Na- instrumento para avaliar a qualidade de vida (QV).
cional de Ética em Pesquisa (Conep) por meio da No referido estudo, a QV varia entre 1 e 7 pontos e
Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do é agrupada nos seguintes intervalos: 1 a 3, 3 a 5 e
Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996) e da 5 a 7. A média situada no intervalo [1 a 3] corres-
Resolução nº 010 de 22 de setembro de 1978, do ponde a uma pior QV, considera-se moderada QV a
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupa- média situada entre os [3 e 5], e uma elevada QV
cional (Coffito) (BRASIL, 1978). em que a média situa-se entre os [5 e 7] pontos.
Conforme exposto na Tabela 3, os indivíduos
apresentaram, no período pré-operatório, na di-
Resultados mensão emocional, uma média de 4,83 (±0,75)
pontos, na dimensão física uma média de 4,50
(±1,22) pontos e na dimensão social uma média de
Depois de os seis indivíduos serem avaliados 4,5 (±1,37) pontos, caracterizando, em todas as di-
verificou-se, no que se refere ao gênero e à idade, mensões, uma moderada qualidade de vida.
que cinco foram do gênero masculino e um do fe-
minino, com média de idade de 70,5 (±8,43) anos Já no período pós-operatório, no quinto dia,
na dimensão emocional houve uma média de
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5,00 (±0,63) pontos, caracterizando uma elevada Já no pós-operatório (15º dia) o nível da ansieda-
qualidade de vida, na dimensão física uma média de-estado teve média de 42,16 (±5,98) pontos e
de 4,33 (±0,81) pontos e na dimensão social uma o nível da ansiedade-traço média de 47,6 (±6,94)
média de 4,66 (±0,81) pontos, caracterizando uma pontos, caracterizando um nível médio da ansie-
moderada qualidade de vida. dade e totalizando 89,8 (±8,30) pontos.
Após 15 dias da realização do procedimento Com os valores obtidos, percebeu-se que os
cirúrgico, a qualidade de vida na dimensão emo- indivíduos apresentaram um nível maior da an-
cional apresentou uma média de 5,50 (±0,83) pon- siedade no pré-operatório, quando comparado ao
tos, na dimensão física uma média de 5,00 (±0,63) pós-operatório tardio no quinto dia e com o 15º
pontos e na dimensão social uma média de 5,00 dia, sendo que nestes últimos ocorreu, ainda, uma
(±0,63) pontos, caracterizando uma elevada qua- leve diminuição. Nesse sentido, pode-se observar,
lidade de vida. também, que a ansiedade, em todos os momentos
Dessa forma, pôde-se observar que no período em que foi avaliada, permaneceu-se em um nível
pré-operatório a qualidade de vida, considerando médio.
todas as dimensões, manteve-se moderada, me- A dor, avaliada no período pré-operatório, teve
lhorando nos primeiros cinco dias de pós-operató- média de 3 (±3,52) na escala, caracterizando um
rio na dimensão emocional e após 15 dias caracte- quadro álgico leve. No pós-operatório tardio no
rizando uma elevada qualidade de vida em todas quinto dia teve média de 5 (±0,89) na escala, ca-
as dimensões. racterizando um quadro de dor moderado, já no
Quanto à ansiedade, a categorização mostra pós-operatório referente ao 15º dia teve média
a ansiedade-estado como um estado emocional de 1 (±1,00) na escala correspondendo a uma dor
transitório ou condição do organismo humano leve, evidenciando a melhora do paciente após a
caracterizado por sentimentos desagradáveis de alta hospitalar.
tensão e apreensão conscientemente percebidos e
por aumento na atividade do sistema nervoso au-
tônomo. Já a ansiedade-traço refere-se às diferen- Discussão
ças individuais relativamente estáveis em propen-
são à ansiedade, isto é, a diferença na tendência
O presente estudo demonstra que em uma po-
de reagir a situações percebidas como ameaça-
pulação de cardiopatas submetidos à cirurgia de
doras com elevações na intensidade do estado de
revascularização do miocárdio houve melhora na
ansiedade. A pontuação foi realizada com base em
qualidade de vida quando comparado o pré-opera-
estudo de Chaves (1994)18 em que de 20-40 pontos
tório com o pós-operatório, além da melhora no ní-
há um baixo nível da ansiedade, de 40-60 pontos
vel da ansiedade e da dor. Na literatura há poucos
um nível médio da ansiedade e por fim, de 60-80
relatos com a utilização do instrumento MacNew
pontos um alto nível da ansiedade.
QLMI para avaliação da qualidade de vida, fazen-
No período pré-operatório, no que se refere do-se necessária a incorporação deste à lingua-
ao nível da ansiedade-estado, os indivíduos apre- gem dos diversos ramos da ciência.
sentaram média de 46,8 (±5,3) pontos e no nível
Os fatores de risco são os maiores predispo-
da ansiedade-traço média de 45,3 (±6,6) pontos,
nentes para doenças cardiovasculares e, conse-
caracterizando um nível médio da ansiedade em
quentemente, para cirurgias cardíacas. Lima et
ambos e totalizando 92,1 (±9,49) pontos, confor-
al.19 realizaram estudo descritivo com o objetivo
me descrito na Tabela 4.
de verificar a frequência dos fatores de risco da
No pós-operatório tardio (quinto dia), no que doença coronariana em 78 pacientes que realiza-
se refere ao nível da ansiedade-estado, foi obser- ram revascularização do miocárdio e encontra-
vada uma média de 41,16 (±7,27) pontos e no nível ram a seguinte distribuição: hipertensão arterial
da ansiedade-traço média de 46,8 (±4,75) pontos, (83,3%), diabetes mellitus (46,2%), dislipidemia
caracterizando um nível médio da ansiedade em (46,2%), obesidade (67,9%), sedentarismo (57,7%)
ambos os casos e totalizando 88 (±9,35) pontos.
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e tabagismo (34,6%). Concluíram que a hiperten- escolaridade e estado civil e que a CRM melhorou a
são arterial, a obesidade e o sedentarismo foram QVRS dos participantes.
os fatores de risco mais frequentes nos pacientes Takiuti et al.24 utilizaram o Short-Form Heal-
que realizaram revascularização do miocárdio e th Survey (SF36) questionnaire em 483 pacientes
que a maior parte deles apresentou no mínimo três com o objetivo de avaliar a qualidade de vida (QV)
fatores de risco. na doença multiarterial coronariana em pacientes
Nesse mesmo sentido, o estudo de Fernandes, submetidos randomicamente a cirurgia, angio-
Aliti e Souza20 identificou o perfil clínico e cirúrgi- plastia ou tratamento clínico. Destes, 161 foram
co de 58 pacientes submetidos à RM desde a sua revascularizados, 166 receberam angioplastia e
chegada até a alta ou até o sétimo dia de perma- 153 tiveram tratamento clínico. Observaram me-
nência na unidade de terapia intensiva (UTI), ob- lhora em todos os domínios e nas três opções te-
servando a média de idade de 65,3 (± 9,7) anos, a rapêuticas. Comparativamente, a cirurgia ofereceu
predominância do sexo masculino (70,7%), sendo melhor qualidade de vida após quatro anos de se-
a hipertensão arterial sistêmica a comorbidade guimento.
mais prevalente (86,2%), seguida por dislipidemia Em estudo realizado por Gonçalves et al.25
(60,3%) e diabetes mellitus (36,2%). Na pesquisa, utilizando o questionário MOS SF-36 o qual teve
constatou-se que os pacientes submetidos à RM como objetivo avaliar a qualidade de vida de pa-
são majoritariamente homens, idosos, com fato- cientes submetidos à cirurgia de revascularização
res de risco clássicos para cardiopatia isquêmica. do miocárdio em um programa de reabilitação
Em estudo de Costa et al.21 que teve como cardíaca, foram observados 24 indivíduos de am-
objetivo traçar o perfil de pacientes submetidos à bos os sexos (15 homens e 9 mulheres) na faixa
cirurgia de revascularização do miocárdio em que etária entre 23 e 77 anos (média de idade de 58 ±
foram avaliados 48 indivíduos teve como resulta- 6 anos) com quadro clínico estável. O questionário
dos: a idade dos pacientes variou de 47 a 85 anos, foi aplicado em três momentos: antes da cirurgia,
com média de 62 anos, 33% dos pacientes eram do no quinto dia do pós-operatório e dois meses após
sexo feminino e 67% do sexo masculino e quanto a cirurgia. Foi observada uma queda dos seguin-
ao atendimento fisioterapêutico, foram prestados tes parâmetros: funcionamento do organismo, li-
763 terapias completando um total de 429 dias, o mitação por distúrbios físicos, vitalidade e dor. A
que sugere a média de dois atendimentos diários conclusão do estudo foi que o questionário MOS
para cada paciente, sendo que o tempo de interna- SF-36 permite avaliar os benefícios da reabilitação
ção na UTI foi 3 (±1) dias e o tempo de internação cardíaca fase I a qual proporcionou autoconfiança
na enfermaria foi de 6 (±3) dias, perfazendo um to- e retorno às atividades diárias.
tal de permanência hospitalar de 10 (±5) dias. Em estudo prospectivo, utilizando o Inventário
Alves Junior et al.22 realizaram uma pesquisa de Depressão de Beck (BDI), o Inventário de An-
com 783 pacientes submetidos a cirurgias cardía- siedade de Beck (BAI) e o teste de qualidade de
cas valvares e de revascularização do miocárdio e vida (WHOQOL), 168 pacientes de ambos os sexos,
evidenciaram que 197 pacientes tinham 70 anos entre 35 a 65 anos, foram observados a fim de in-
ou mais, sendo que a média de idade foi de 74,1 vestigar a frequência da depressão em indivíduos
(±3,9) e 61% eram do sexo masculino. cardiopatas, com e sem diagnóstico de Infarto
Gois, Dantas e Torrati23 utilizaram o SF-36 em Agudo do Miocárdio (IAM), e em indivíduos sem
um estudo descritivo e longitudinal objetivando diagnóstico de cardiopatia. Os resultados encon-
comparar a qualidade de vida relacionada à saúde trados sugerem que os transtornos de depressão
(QRVS) antes e seis meses após cirurgia de revas- não são desencadeados pelo IAM, mas que estão
cularização do miocárdio (CRM) e avaliar a sua re- presentes antes da admissão hospitalar, destacan-
lação com idade, sexo, escolaridade e estado civil. do a importância do rastreamento dos pacientes
Entre os 54 sujeitos, 53,7% eram homens, 66,7% portadores de doença coronariana crônica26.
casados, com média de idade de 57,3 (±9,7) anos. No estudo realizado por Saccomann, Cintra e
Concluíram que não houve associação entre QVRS, Gallani27 foi avaliada a QV de 170 idosos com in-
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Anexos
Tabela 1.
Fatores de risco para doença cardiovascular
Depressão/
Paciente HAS* DM# Dislipidemia Tabagismo Sedentarismo
ansiedade
01 x x X x
02 x x x
03 x X x
04 x X x
05 x x x
06 x X x
TOTAL 06 01 03 01 03 05
% 100 17 50 17 50 83
Fonte: Dados da pesquisa
* HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica, #DM: Diabetes mellitus (clique para voltar ao texto)
Tabela 2.
Fatores associados
Angioplastia Cateterismo Fisioterapia Fisioterapia
Paciente
prévia prévio Pré Pós*
01 X X
02 x X X
03 X X
04 x X
05 x X
06 x X
TOTAL 01 06 00 06
% 17 100 00 100
Fonte: Dados da pesquisa.
* Duas vezes ao dia durante o período de internação. (clique para voltar ao texto)
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Tabela 3.
Percepção da qualidade de vida
Paciente 01 02 03 04 05 06 Média (± DP)*
Pré
Emocional 4 4 5 5 6 4 4,83 (± 0,75)
Físico 3 4 6 4 6 4 4,50 (± 1,22)
Social 3 4 6 3 6 5 4,50 (± 1,37)
Pós (5 dias)
Emocional 5 5 5 5 6 4 5,00 (±0,63)
Físico 5 5 4 4 5 3 4,33 (± 0,81)
Social 5 5 4 4 6 4 4,66 (±0,81)
Pós (15 dias)
Emocional 6 6 6 5 6 4 5,50 (± 0,83)
Físico 5 5 5 4 6 5 5,00 (± 0,63)
Social 5 5 5 4 6 5 5,00 (± 0,63)
Fonte: Dados da pesquisa
Os dados foram avaliados através do Questionário MacNew Quality of Life after Myocardial Infarction
Questionnaire (MacNew QLMI), (BENETTI; NAHAS; BARROS, 2001). (clique para voltar ao texto)
* (±) desvio padrão
Tabela 4.
Nível de ansiedade
Paciente 01 02 03 04 05 06 Média (± DP)*
Pré
Traço 53 42 48 41 44 53 46,83 (±5,34)
Estado 47 40 45 38 57 45 45,33 (±6,65)
Total 100 82 93 79 101 98 92,16 (±9,49)
Pós (5 dias)
Traço 53 41 51 47 42 47 46,83 (±4,75)
Estado 38 40 54 40 43 32 41,16 (±7,27)
Total 91 81 105 87 85 79 88,00 (±9,35)
Pós (15 dias)
Traço 48 42 38 53 57 48 47,66 (±6,94)
Estado 48 45 39 32 42 47 42,16 (±5,98)
Total 96 87 77 85 99 95 89,83 (± 8,30)
Fonte: Dados da pesquisa
Os dados foram avaliados através do Inventário de Ansiedade Traço-Estado – IDATE (SPIELBERGER;
GORSUCH; LUSHENE, 1970).
* (±) desvio padrão (clique para voltar ao texto)
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