1) Leia o Trecho Do Texto A Seguir
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“A questão dos gêneros literários, que interessa tanto à história e à filosofia como à teoria da Literatura, está longe de
se considerar esgotada, e, da mesma forma que outros problemas literários, continua viva e em pauta. A explicação
reside no fato de ser uma questão controversa: tudo depende da posição historiográfica e filosófica assumida pelo
estudioso. Daí que existam, ou tenham existido, as mais diferenciadas interpretações, desde a de Croce, negando
peremptoriamente a validade e a existência dos gêneros literários, até a dos clássicos em geral, que os supunham
estratificados e hierarquizados segundo um conceito mais ou menos imutável de ordem e de regra [...] A história das
teorias ou doutrinas acerca dos gêneros literários confunde-se, sobretudo em seus começos, com a história da estética,
da Filosofia e da própria crítica literária, o que explica em parte a enorme confusão existente em torno do problema. O
mais antigo traço de pensamento acerca dos gêneros, muito embora sem o rótulo pelo qual vieram a ser conhecidos,
encontramos em Platão, em cuja República (livro III, 394) aparece pela primeira vez uma divisão, tripartite, da
Literatura: 1.ª) a tragédia e a comédia, isto é, o teatro, 2.ª) o ditirambo, isto é, a poesia lírica, e 3.ª) a poesia épica”
(MOISÉS, 1973, p.31, grifos do autor).
MOISÉS, Massaud. A criação literária: introdução à problemática da literatura. São Paulo: Melhoramentos, 1973.
O autor argumenta sobre teoria literária e sobre os gêneros literários. Tendo isso em mente considere as afirmações,
assinalando V para Verdadeira e F para Falso:
( ) A questão dos gêneros literários ainda está em aberto, em constante discussão.
( ) A teoria dos gêneros, historicamente, nasce apartada das questões historiográficas e filosóficas.
( ) A primeira divisão de gêneros é a proposição tripartite grega, com o lírico, épico e dramático.
( ) Os gregos foram os primeiros a pensar sobre os gêneros literários, tudo começou com Aristóteles.
( ) O posicionamento cultural determina a forma como os gêneros podem ser lidos.
Massaud Moisés expõe a condição relativa das proposições teóricas sobre os gêneros literários, quer dizer, não indica
que os gêneros sejam elementos puramente subjetivos, mas não abre mão de expor a sua relatividade contida.
Atente-se para os argumentos do autor e para as afirmativas expostas acima, escolha a alternativa que apresenta a
ordem correta:
a)F-F-V-V-F
b)V-V-V-F-V
c)V-F-V-F-V
d)V-F-F-F-V
e)F-V-V-F-V
2)Leia o trecho do texto a seguir:
“Em decorrência desses fatores, podemos dizer que a lírica constitui uma primeira e primária categoria estética. Para
explicar o sentido dessa observação, temos de recorrer a outros argumentos. Inicialmente, devemos lembrar que a
introjeção do poeta só lhe permite conhecer e esquadrinhar as primeiras camadas interiores: é que a auto-análise,
sobre se discutível ou mesmo impossível, apenas alcança contactar com o ‘eu’ mais superficial, o ‘eu’ sentimental e
emocional. Na verdade, apesar da opinião contrária de Hegel, que advoga que ‘o que se exprime, na verdadeira obra
lírica, é a totalidade da vida interior do indivíduo’, o ‘eu profundo’ estaria vedado à imersão lírica. E estaria vedado
precisamente porque esta se preocupa de modo exclusivo, ou quase, com o conteúdo da emoção e do sentimento, vale
dizer, as manifestações interiores da periferia, contíguas daquelas que formam o ‘eu’ social ou empírico de cada um. Por
pouso se diria que a poesia lírica opera com as vivências facilmente consciencializáveis, não fosse o fato de a
impossibilidade de chegar à consciência nem sempre depender das vivências em si, mas do poeta que as possui. Para
alguns poetas, elas prontamente atingem a superfície e determinam o poema: para outros, o trabalho de ‘extração’ leva
mais tempo. Obviamente, há vivências mais complexas que outras nesse plano por assim dizer logo abaixo da
consciência. Seja como for, o poeta lírico trabalha com sentimentos e emoções quase à flor da pele, em razão de seu
peculiar narcisismo” (MOISÉS, 1973, p.66 e 67).
MOISÉS, Massaud. A criação literária: introdução à problemática da literatura. São Paulo: Melhoramentos, 1973.
Considere tudo o que foi dito sobre a lírica e atente-se parar as afirmações:
I. O poeta lírico é, segundo as afirmações do autor, narcisista por excelência, uma vez que fala sempre de si mesmo.
II. De acordo com o autor, a lírica constitui a primeira categoria estética, justamente por trabalhar com a camada mais
básica das vivências humanas.
III. O lírico não chega às camadas mais profundas da consciência humana porque está intimamente relacionado com a
relação social do eu-lírico que se expressa.
IV. A poesia lírica constitui uma categoria secundária da interiorização do poeta, pois ele precisa refletir sobre si mesmo
e secundariamente exteriorizar sua escrita.
V. O gênero lírico é considerado o gênero do eu por excelência, isso por trabalhar com sentimentos e emoções (a
subjetividade).
Considere o que diz o texto, as afirmações enumeradas acima e escolha abaixo a alternativa que contém os itens
considerados corretos:
a)I, II e III.
b)I, II e V.
c)II, III e IV.
d)I, III e IV.
e)II, III e V.
3)Leia o trecho do texto a seguir:
“Assim, acreditavam e defendiam que a poesia épica seria a narração dum fato histórico de relevância nacional e
universal, recuado no tempo, o suficiente para se transformar, no inconsciente coletivo, em mito ou lenda. O poeta que
ali procurasse inspiração, mercê duma espécie de determinismo histórico, teria suas funções naturalmente limitadas
pelo material lendário à sua disposição: cabia-lhe tão-só a empresa gigantesca de assimilar, coordenar, costurar (daí o
nome rapsodo, que corresponde a costureiro, para designar o poeta épico primitivo) as várias frações do mito em
circulação no povo entre o qual vivia. Quanto aos protagonistas, aos heróis (do poema épico), deveriam ser 1) antigos,
2) duma psicologia geralmente elementar, 3) sobre-humanos, 4) nacionais, 5) representantes não só duma raça mas
ainda duma época e duma civilização, 6) menos indivíduos que tipos. Quanto à linguagem, devia ser solene, marcial,
grandiloquente, servindo-se especialmente do decassílabo, chamado de ‘heróico’ por isso mesmo, do hexâmetro
dactílico, com entre os gregos, e do alexandrino [...] As partes do poema deveriam ser três ou cinco, conforme a
primeira fosse dividida ou não em outras três. Assim: proposição, invocação, argumento, narração e epílogo. A narração
seria composta de episódios, peripécias, nós, diálogos e discursos. O ‘maravilhoso’ (influência orientadora e
predeterminadora de forças sobrenaturais no plano da ação do poema) deveria estar presente, sob a forma pagã, no
caso dos gregos e latinos, e sob a forma cristã, no caso dos modernos. Fala-se ainda em maravilhoso fantástico, ligado à
imaginação, à superstição, à magia, ao irreal, ao quimérico, ao oculto; em maravilhoso alegórico, quando emprega a
alegoria, o mito e a prosopopeia a fim de personificar fatos da natureza, acontecimentos históricos, as grandes idéias
abstratas; em maravilhoso sobre-humano, quando exalta os feitos humanos de um modo direto e natural; em
maravilhoso subjetivo, quando produzido pela alucinação, isto é, do mais profundo da alma das personagens; em
maravilhoso científico, produzido pela crença nas verdades científicas e no seu poder de transformar o homem e o
mundo. A ação deveria começar próxima do fim e depois remontar aos episódios anteriores pelo processo do
associacionismo e da retrospecção” (MOISÉS, 1973, p.61 e 62, grifos do autor).
MOISÉS, Massaud. A criação literária: introdução à problemática da literatura. São Paulo: Melhoramentos, 1973.
Considere tudo o que foi dito sobre a poesia épica, sobre suas características e atente-se parar as afirmações:
I. O herói épico, por ser quase sempre ligado à divindade (como por exemplo Héracles – mais conhecido como
Hércules), não se restringe às características dos membros da comunidade em que se passa a narrativa.
II. O maravilhoso, característica do poema épico, foi abolido das formas épicas cristãs por se tratar de uma manifestação
pagã na literatura.
III. A distância temporal entre o tempo de leitura e o tempo narrativo é o elemento que configura a lenda ou o mito.
IV. As personagens (heróis) do poema épico não possuíam profundidade psicológica por serem representadas como
uma amálgama das características nacionais.
V. Ao rapsodo, enquanto poeta, cabia a tarefa de coletar as diferentes histórias com núcleo comum e conectá-las de
forma organizada.
Massaud Moisés expõe os elementos comuns às narrativas de expressão épica, mais precisamente, sobre a poesia
épica. Sua estruturação temática, formal e elementar é abordada pelo autor, que se preocupa em situar o narrador
épico face à narrativa e ao munda narrado.
De acordo com o que diz o autor e com as afirmações enumeradas acima escolha abaixo a alternativa que contém os
itens considerados corretos:
a)I, II e V.
b)II, III e IV.
c)II, IV e V.
d)III, IV e V.
e)I, II e III.
4)Leia o trecho do texto a seguir:
“O texto dramático caracteriza-se, estruturalmente por ser constituído por um texto principal, isto é, pelas réplicas,
pelo (sic) actos linguísticos realizados pelas personagens que comunicam entre si – no texto dramático monológico não
existem réplicas, nem interlocutores strictu sensu, embora neles se possam manifestar elementos dialógicos e se
possam identificar interlocutores implícitos ou latentes –, e por um texto secundário, formado
pelas didascálias ou indicações cénicas. Estes dois textos, funcionalmente interligados e cooperantes, reenviam
especificamente a duas categorias do ‘plano cénico’ do texto dramático: as personagens, que pronunciam ‘realmente’
as réplicas, que realizam actos linguísticos com os quais se constrói a se comunica o essencial da fabula agenda do texto
dramático, e que são em parte caracterizadas e descritas, nas suas modalidades de ser, de estar e de agir, pelo ‘texto
secundário’, e o cenário, construído imaginariamente, descrito e evocado pelo ‘texto secundário’, mas também
indissoluvelmente ligado, quer sob uma perspectiva de verossimilhança realista, quer sob uma perspectiva de
simbolismo desrealizante, ao ‘texto principal’, e à acção constituída e comunicada pelos actos linguísticos deste texto”
(SILVA, 2011, p.605 e 606, grifos do autor).
SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. 8a. Ed. 1º. Vol. Coimbra: Edições Almedina, 2011.
O autor argumenta sobre o drama. Tendo isso em mente considere as afirmações:
( ) O texto secundário é o mais importante na composição do texto dramático, pois ele orienta todas as ações das
personagens.
( ) O texto secundário é direcionado para os elementos considerados complementares, ou seja, aqueles que
possibilitam a existência dos elementos de primeira ordem (primários).
( ) O texto dramático é composto por dois diferentes tipos de texto, o primário e o secundário e ambos possuem o
mesmo grau de importância.
( ) O texto secundário só é importante na composição dramática quanto esta não se utiliza de monólogo, do contrário,
faz-se praticamente desnecessário.
( ) O texto primário direciona-se para o primeiro plano da encenação, ou seja, aquilo que se pode captar através das
ações e diálogo.
Considere as afirmações, o texto lido e escolha a alternativa que apresenta a ordem correta, sendo V para Verdadeiro e
F para Falso:
a)F-V-F-F-V
b)V-F-V-V-F
c)V-F-V-F-V
d)F-V-F-V-F
e)F-V-V-F-V
5)Leia o trecho do texto a seguir:
“Hegel apreendeu e exprimiu com genial agudeza a diferenciação entre o modo narrativo e o modo dramático, ao
contrapor a totalidade dos objetos, peculiar do primeiro, ao movimento total da acção, próprio do segundo. A narrativa,
com efeito, representa a interacção do homem com o seu meio físico, histórico e social, correlacionando sempre uma
acção particular com o «estado geral do mundo», com a «totalidade da sua época», com «o terreno substancial» em
que ela se inscreve e se desenvolve. Por isso, no texto narrativo assume valor tão relevante a representação daquele
meio, das coisas e das instituições que constituem elementos de mediação da actividade humana, dos costumes de uma
época e de uma classe social, dos factos rotineiros de que se entretece a vida individual e colectiva. Esta necessidade de
representar «as concepções, os actos e os estados de um mundo» explica que ocorram no texto narrativo episódios ou
partes com relativa autonomia estrutural, que ramificam e retardam a acção e que permitem figurar a totalidade da
vida mediante a figuração da ‘totalidade dos objectos’ [...] O drama, por sua vez, procura representar também a
totalidade da vida, mas através de acções humanas que se opõem, de forma que o fulcro daquela totalidade reside na
colisão dramática. Por isso, como escreve Hegel, a verdadeira unidade da acção dramática «não pode derivar senão do
movimento total, o que significa que o conflito deve encontrar a sua explicação exaustiva nas circunstâncias em que se
produz, bem como nos caracteres e nos objetivos em presença». Deste modo, a profusão de personagens, de objetos,
de faits-divers que caracteriza o texto narrativo, não existe no texto dramático, no qual tudo se subordina às exigências
da dinâmica do conflito: o tempo da acção é relativamente condensado, o espaço é relativamente rarefeito, as
personagens supérfluas são eliminadas, os episódios laterais abolidos, desenvolvendo-se a acção como uma progressão
de eventos que resulta forçosamente da conformação (psicológica, ética, sócio-cultural, ideológica) das personagens e
das situações em que estas se encontram envolvidas” (SILVA, 2011, p.607, 608 e 609, grifos do autor).
SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e. Teoria da Literatura. 8a. Ed. 1º. Vol. Coimbra: Edições Almedina, 2011.
Considere tudo o que foi dito sobre o drama e sua composição. Atente-se parar as afirmações:
I. Por questões estruturais, o texto narrativo e o texto dramático apresentam diferentes preocupações composicionais.
II. No texto dramático, diferentemente do texto narrativo, o espaço, as personagens e as descrições são unidades
básicas, menos desenvolvidas, visando a compreensão total a história.
III. O texto dramático apresenta menos dificuldade de composição, uma vez que os elementos se restringem ao palco e
a restrição de espaço e tempo demanda um texto menos ardiloso do que o texto narrativo, por exemplo.
III. O texto dramático, por ser dinâmico, os elementos são condensados em função da preocupação com a coerência de
sua construção.
IV. O texto narrativo possui mais liberdade em sua composição justamente por não lidar com público, tempo e espaço
reduzidos e que demandam apego a unidade narrativa.
Vitor Manuel de Aguiar e Silva expressa sua opinião sobre as diferenças composicionais encontradas entre o texto
dramático e o texto narrativo. Ele se utiliza do texto narrativa para explicar a estruturação do texto dramático e, dessa
forma, esboça um rápido estudo composicional comparativo – considerando aspectos temático-estruturais de cada um
dos textos – muito útil e esclarecedor.
Considere o que diz o texto, as afirmações enumeradas acima e escolha abaixo a alternativa que contém os itens
considerados corretos:
a)I, II e IV.
b)I, III e V.
c)I, IV e IV.
d)II, III e IV.
e)II, IV e V.