Alex Fabiano Metello Silva
Alex Fabiano Metello Silva
Alex Fabiano Metello Silva
A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA
FINANCEIRA NO ENSINO BÁSICO
Rio de Janeiro, RJ
2015
INSTITUTO DE MATEMÁTICA PURA E APLICADA
A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA
FINANCEIRA NO ENSINO BÁSICO
Rio de Janeiro
2015
AGRADECIMENTOS
Aos meus filhos Daniel e Pedro pela compreensão nos momentos em que papai
não podia brincar com eles.
Ao MEC e Capes pela oportunidade e pela bolsa financeira que foi fundamental
Aos professores do PROFMAT, prof. Dr. Paulo Cezar de Carvalho, Prof. Dr.
Marcelo Vianna , Prof. Dr. Carlos Gustavo Tamm mais conhecido como “Gugu”, Prof.
Dr. Moacyr Alvim Horta, Prof. Me. Carlos Nehab e Profa. Dra. Asla Medeiros e Sá bem
como aos professores que atuaram como monitores.
EPÍGRAFE
(Pitágoras )
"Dinheiro é número, e números nunca acabam. Portanto, se você busca dinheiro para
ser feliz, sua busca pela felicidade nunca acabará."
(Bob Marley)
RESUMO
The financial mathematics is present in the life of every Brazilian citizen, even a
child. We are bombarded with information about interest rates and indices. We often
have to make financial decisions that can have a big impact on our lives and those
around us. However in practice we see that people especially young people, even
graduates of basic education can not decide rationally whether it is more advantageous
to make a purchase on approval or after term. Most of the population is unaware of the
amount of taxes that are levied on all products we buy or services they provide in or
provide. Financial education can contribute to the formation of citizens able to exercise
their citizenship, require that their right as citizens and consumers are complied with,
not forgetting their duties. This work aims to raise the discussion on the urgent need to
introduce financial mathematics (or financial education) in primary school logo in the
initial grades of primary. To this end we try to show how laws and guidelines always
pointing in that direction. The paper also provides an overview of the key concepts of
financial mathematics using new technologies like the HP-12C financial calculator and
Excel spreadsheet. Finally we give suggestions to the activities of teachers who can
assist in preparing the lessons.
2 – EDUCAÇÃO FINANCEIRA
2.1 – A Matemática moderna ........................................................................... 17
2.2 – A LDB e os PCNs: Os alicerces do novo ensino básico ......................... 17
2.3 – A Matemática financeira e os PCNs ....................................................... 20
2.4 – Combatendo o analfabetismo financeiro ................................................ 22
2.5 – Os quatro pontos principais quando o assunto são finanças ................... 25
2.6 – A Matemática financeira no dia a dia ...................................................... 26
2.6.1 – As notas fiscais ou cupom fiscal .......................................................... 27
2.6.2 – O cartão de crédito ............................................................................... 28
2.6.3 – Cheque especial e endividamento ....................................................... 30
2.6.4 – Consumo consciente e poupança ........................................................ 36
2.6.5 – Taxas e impostos ................................................................................ 37
2.7 – Uma reportagem alarmante ................................................................... 44
2.8 – Cálculos com excel ............................................................................... 45
2.8.1 – Empréstimos ....................................................................................... 45
2.8.2 – Saldo da caderneta de poupança ........................................................ 47
2.8.3 – Taxa de juros efetiva ......................................................................... 48
4 – JUROS
4.1- Introdução ............................................................................................... 60
4.2 – Capital e taxa ........................................................................................ 60
4.3 – Juros simples ........................................................................................ 61
4.3.1 – Exemplo Numérico ........................................................................... 61
4.3.2 – Analisando outro cenário .................................................................. 62
4.4 – Juros Compostos .................................................................................. 62
4.4.1 – Um investimento de quatro anos ....................................................... 62
5 – JUROS SIMPLES
5.1 – Introdução ............................................................................................. 64
5.2 – Capitalização simples ............................................................................ 64
5.2.1 – Dedução da fórmula básica ................................................................ 64
5.3 – Exemplos ............................................................................................... 65
5.4 – Descontos simples ................................................................................. 68
5.4.1 – Desconto racional ............................................................................... 69
5.4.2 – Desconto comercial ............................................................................ 71
5.4.3 - Comparação entre desconto “por dentro” e “por fora” ...................... 73
5.5 – Taxas proporcionais ............................................................................... 73
5.6 – Exemplo numérico ................................................................................. 74
5.7 – Relacionando taxas proporcionais ......................................................... 74
6 – JUROS COMPOSTOS
6.1 - Introdução ............................................................................................ 77
6.2 - Capitalização composta ....................................................................... 77
6.2.1 - Fórmulas básicas de juros compostos ............................................... 77
6.2.2 – Verificando a expressão genérica ...................................................... 78
6.2.3 – Capitalização contínua ...................................................................... 79
6.3 – Desconto “por dentro” ou racional ....................................................... 79
6.4 – Utilizando a calculadora HP-12c e Excel ............................................. 79
6.4.1 – Exemplos ........................................................................................... 80
6.5 – Desconto Composto ............................................................................. 82
6.5.1 – Cálculo do valor presente PV ........................................................... 83
6.5.2 – Exemplos .......................................................................................... 83
6.6 - Equivalência de capitais ...................................................................... 85
6.6.1 – Exemplos .......................................................................................... 85
7 – TAXAS DE JUROS
7.1 – Introdução ............................................................................................ 88
7.2 – Taxa efetiva ......................................................................................... 88
7.3 – Taxas equivalentes .............................................................................. 89
7.3.1 – Exemplo Numérico ........................................................................... 89
7.3.2 – Exemplos .......................................................................................... 91
7.4 – Taxa Nominal ...................................................................................... 93
7.4.1 – Exemplos numéricos ........................................................................ 94
8 – SÉRIES UNIFORMES
8.1 – Introdução ................................................................................................ 97
8.2 – Problema do tipo “Dado o valor da prestação PMT achar o montante FV”.97
8.2.1 – Utilização da calculadora HP-12c ....................................................... 98
8.2.2 – Exemplos ............................................................................................ 99
8.3 – Problema do tipo “Dado FV achar PMT” ............................................. 101
8.3.1 – Exemplos ............................................................................................ 101
8.4 – Problema do tipo “Dado o valor da prestação PMT achar o principal PV”.102
8.4.1 – Exemplos ............................................................................................ 101
8.5 – Problema do tipo “ Dado o principal PV achar PMT” .......................... 104
8.6 – Rendas perpétuas ou perpetuidades ...................................................... 105
8.7 – Sistemas de amortização ....................................................................... 106
9 – SUGESTÕES E ATIVIDADES
Atividade 1 – Retirando informações financeiras de um texto ..................... 112
Atividade 2 – Alimentação saudável ............................................................ 114
Atividade 3 – Tome a decisão certa ............................................................. 114
Atividade 4 – Pequenas escolhas, Grandes negócios ................................... 115
Atividade 5 – Aumentos e Descontos .......................................................... 115
Atividade 6 – Mesada X preço do biscoito .................................................. 116
Atividade 7 – Compras, compras e compras ............................................... 117
Atividade 8 – Orçamento doméstico ........................................................... 117
Atividade 9 – Poupar é o melhor caminho ................................................. 119
Atividade 10 – Leitura e dramatização de uma fábula .............................. 121
Atividade 11 – Impacto dos gastos eventuais no orçamento ..................... 121
Atividade 12– Propagandas suspeitas e consumismo ................................ 122
Atividade 13 – Comparando preços .......................................................... 122
Atividade 14 – Impostos e taxas ............................................................... 123
Atividade 15 – Conhecendo as notas fiscais ............................................ 123
Atividade 16 – Cartão de crédito: amigo ou inimigo? ............................. 124
Atividade 17 – Boleto de cartão de crédito ............................................. 125
Atividade 18 – Qual a melhor opção de pagamento? ............................ 126
Atividade 19 – Endividamento das famílias ........................................... 127
Atividade 20 – Juros do cartão de crédito .............................................. 129
Atividade 21 – Tomando decisões .......................................................... 130
Atividade 22 – Financiamentos SAC PRICE ......................................... 130
Atividade 23 - Lista de exercícios 1 ....................................................... 131
Atividade 24 – Lista de exercícios 2 ...................................................... 132
No dia 10 de novembro desse ano, durante a fase final desse trabalho assisti
uma reportagem no Jornal das dezenove horas da Rede Bandeirantes. A reportagem
mencionava o fato de que a maioria dos brasileiros com mais de 25 anos não conseguem
resolver problemas simples de matemática mesmo envolvendo dinheiro. Isto só vem
confirmar a atualidade e emergência de se discutir sobre educação financeira no país.
A lei de diretrizes e bases da Educação, lei 9394/96 no seu artigo 2 o nos aponta
que uma educação transformadora
Almeja criar ambientes que possam preparar e educar cidadãos críticos, atuantes e
livres, que liberem energia em atividades em grupo; no pensar e no fazer modernos, que
sejam questionadores, que participem de uma educação mais humana e fraterna com o
emotivo e o artístico presente; enfim, que os futuros cidadãos sejam atuantes e
reflexivos em nossa sociedade (p. 15).
O motivo de ter escolhido este tema foi perceber que no ensino básico a
matemática financeira tem sido colocada em segundo plano. A formação de um cidadão
crítico, atuante começa pelo desenvolvimento de sua capacidade de lidar com seu
dinheiro. Ser capaz de tomar decisões sobre o que comprar, como comprar, quando
comprar; onde, quando e quanto investir; avaliar racionalmente sobre a necessidade de
fazer ou não um empréstimo, são decisões cruciais na construção dos bens de uma
12
pessoa. A matemática exerce um papel muito importante na construção e no pleno
acesso à cidadania. A educação financeira adequadamente ensinada tem um grande
poder formador.
Tornar a matemática que é ensinada nas salas de aula em algo que possa ser
percebido presente na sua vida é um dos maiores desafios impostos aos professores. A
mera repetição mecânica de exercícios ou memorização excessiva de fórmulas fora de
um contexto real tem criado uma barreira entre os alunos e uma aprendizagem
significativa. Para que um estudante tenha sucesso em aprender matemática, tais
conceitos devem fazer sentido para ele.
Este trabalho é destinado a todos os docentes que como eu, consideram que a
educação tem o poder de transformar a sociedade. Dentre muitas das suas finalidades
destacam-se a preparação do educando para o exercício de uma profissão mas sobretudo
a formação de um cidadão consciente, crítico e ativo na construção de uma sociedade
mais justa e igualitária. A matemática tem uma importante contribuição a dar nesse
sentido. Podemos sem exagerar afirmar que os números governam o mundo.
13
Os valores encontrados num simples exame de sangue são determinantes sobre o tipo de
diagnóstico de uma doença e o tratamento mais adequado. Enfim não nos faltariam
exemplos para sustentar a afirmação anterior.
Nesse contexto surge a matemática financeira. Este é um assunto que faz parte
do cotidiano das pessoas. Não importando de que pessoas estejamos falando no
momento. Um engenheiro, um médico, um economista, um governante, pedreiro, ou
uma dona de casa, um comerciante, todos precisam tomar decisões que envolvem algum
aspecto financeiro quase que diariamente. Porém a escola tem preparado pessoas
capazes de tomar decisões na área financeira? Decisões que deveriam ser simples, mas
que demonstram a falta de preparo dos nossos alunos. Daí podemos perguntar? Como
temos ensinado a matemática financeira? Aliás, temos ensinado? Se a resposta for sim,
o conteúdo tem sido desenvolvido da maneira que o aluno perceba sua importância na
sua vida? Ou nossos alunos apenas tem aprendido a memorizar fórmulas e resolver
problemas que não refletem a vida real? Temos levado em conta o cotidiano do
educando na preparação de nossas aulas? Ela tem alcançado seus objetivos de formar
cidadãos críticos? Neste trabalho pretendo discutir tais assuntos bem como contribuir
com a formação do docente nessa área.
14
1.2 – Metodologia da pesquisa
A pesquisa bibliográfica tem a seu favor o fato de podermos ter acesso a várias
fontes e pontos de vistas diferentes em curto espaço de tempo, podendo assim compará-
los e extrair o melhor de cada contribuição.
1.3 – Objetivos
1.4 – O Trabalho
No apêndice um deste trabalho esta uma pequena apostila sobre como utilizar os
principais comandos e funções da calculadora HP-12c utilizado durante o texto para
resolver alguns exercícios e exemplos. No apêndice dois damos uma breve noção inicias
da planilha eletrônica Excel e indicamos alguns cursos online e apostilas disponíveis na
internet.
16
2 – Educação Financeira no ensino básico :
A formação do cidadão crítico
2.1 – A Matemática Moderna
A formulação da LDB de 1996 pode ser visto como um divisor de águas, por
definir qual os objetivos da educação básica. O artigo 1.º no 2.º parágrafo da Lei de
diretrizes e bases declara:
17
“A educação escolar deve vincular-se ao mundo do trabalho e a
prática social.”
Os PCN são diretrizes que apontam o caminho a ser percorrido pelo ensino no
Brasil. Segundo o MEC (1998 p.14), além de propor os conteúdos, a LDB quer levar os
educadores a reflexão sobre sua prática pedagógica, sobre o planejamento das suas
aulas, a analise e seleção de materiais didáticos e de recursos tecnológicos que
propiciem um melhor aproveitamento da disciplina em questão visando a formação de
um cidadão crítico e preparado para o mercado de trabalho. Bastava adequá-los a
realidade de cada região, respeitando as especificidades de cada região do Brasil.
18
• identificar, produzir ou solicitar novos materiais que possibilitem contextos mais
significativos de aprendizagem;
• subsidiar as discussões de temas educacionais com os pais e responsáveis.
Essas idéias vem sido discutidas e aparecem nas propostas curriculares por
diversas secretarias se educação pelo Brasil. Apesar de relatos de experiências
produtivas, que comprovam sua utilidade, percebe-se que ainda existem locais que
insistem com a inserção da linguagem da teoria dos conjuntos nas séries iniciais, o
predomínio da álgebra nos anos finais e a pouca aplicação prática no ensino
fundamental .
Lemos no texto introdutório dos PCNs ensino fundamental (1998 p.21) que :
Para o Ensino Médio, segundo BRASIL (2000) a divisão dos PCN está proposta
da seguinte forma: linguagens, códigos e suas tecnologias (que abrange língua
portuguesa, língua estrangeira moderna, educação física, arte e informática), ciências da
natureza, matemática e suas tecnologias (biologia, física, química, matemática) e
ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, sociologia, antropologia,
filosofia e política).
O novo Ensino Médio, segundo fomenta a lei, assume a responsabilidade de
completar a educação básica. Seja o médio com formação geral, preparatório para o
ensino superior ou profissionalizante, significa preparar para a vida, qualificar para a
cidadania e capacitar para a aprendizagem contínua e orientar para o prosseguimento
dos estudos ou mesmo para o mundo do trabalho.
Deste modo, segundo BRASIL (2000) estar formado para a vida significa:
• Aprender a aprender ou seja, saber se informar, comunicar-se, argumentar,
compreender e agir;
• Resolver problemas de diferentes naturezas;
• Ser ativo na sociedade, comunidade a qual se insere, de forma prática e
solidária;
• ser capaz de elaborar críticas ou propostas; e, adquirir a capacidade de aprender
continuamente.
Os PCNs, parâmetros curriculares nacionais vem reforçar essa ideia, pois
orienta que:
“O ensino da matemática deve ser desenvolvido de tal maneira que permita
ao aluno compreender a realidade em que está inserido, desenvolver suas
capacidades cognitivas e sua confiança para enfrentar desafios, de modo
19
a ampliar os recursos necessários para o exercício da cidadania, ao longo
de seu processo de aprendizagem.”
20
previdenciárias; avaliar modalidades de juros bancários. (BRASIL,
2006, PCN, p. 71).
21
propaganda enganosa e contra os estratagemas de marketing que são
submetidas os potenciais consumidores. (PCNs, 1998. p.35)
22
Alguns projetos para a inserção da Educação Financeira nos currículos escolares
foram sugeridos em 2007 como ,por exemplo, o Projeto de Lei 306/07, do Deputado
Federal João Rodovalho (DEM-DF), e o projeto de lei estadual número 834/2007, do
Deputado Estadual André Soares (DEM-SP). Um projeto piloto para implantação da
educação financeira foi testado em Tocantins em 2010/2013 com cerca de 891 escolas
de ensino médio. Espera-se atingir 2962 escolas até o fim de 2015. Na nossa visão tal
projeto poderia ser ampliado para as escolas de ensino fundamental.
Mas o que ensinar? Quais as metas e competências desejadas num ensino de
educação financeira. O Ministério da Educação aponta como objetivos e competências a
serem desenvolvidas na educação financeira no Brasil:
Objetivos Competências
OB1 Formar para cidadania CO1 Debater direitos e deveres
OB2 Ensinar a consumir e a poupar CO2 Tomar decisões financeiras
de modo ético, consciente e social e ambientalmente
responsável CO3 responsáveis
Harmonizar desejos e
necessidades no planejamento
financeiro da vida
OB3 Oferecer conceitos e ferramentas para CO4 Ler e interpretar textos
tomada de decisão autônoma baseada específicos de educação
em mudança de atitude financeira
CO5
Ler criticamente textos
CO6 publicitários
23
Educação Financeira na Escola
(Carlos Von Sohsten)
Decidir falar sobre dinheiro para crianças e adolescentes em sala de aula não é
uma das decisões mais fáceis para uma escola tomar. A influência do meio familiar, as
experiências de vida, a classe social, a religião, entre outros fatores, são determinantes
no processo de formação desses indivíduos. Bem como, na constituição de seus
conceitos, ou preconceitos, valores, idéias, crenças e atitudes. E, tudo isso junto pode se
transformar em um caldo bastante indigesto para um professor ou para uma estrutura
pedagógica despreparados.
Todavia, omitir-se diante da necessidade de transmitir um ensinamento tão
importante é prestar um desserviço para o educando, para a família e para toda a
sociedade.
Infelizmente, ainda há educadores que resistem. Preferem adotar a linha do “isso
não é comigo” e manter um esquema educacional decadente, que privilegia conteúdos
distantes da realidade, focados exclusivamente na necessidade da aprovação na prova do
vestibular. Quem decorar mais entra na universidade. E não, quem está mais preparado
para o exercício de uma profissão.
Sei que o tema da Educação Financeira é recheado de tabus, de cargas
emocionais, de conteúdos culturais e religiosos. Falar de ganhar dinheiro, das diferenças
entre ricos e pobres e de caridade, ainda deixa muita gente de cabelo em pé. Como se
esses assuntos não estivessem estampados na face da nossa sociedade.
Ligue a televisão, acesse um site na internet, entre no game do seu filho, e lá
estará o assunto sendo abordado. Nem sempre de maneira apropriada. Não seria melhor,
então, contextualizá-lo, aplicá-lo, eliminar distorções, e transmiti-lo com cuidados e
atenção em sala de aula? Aprender sobre os aspectos básicos do uso e controle do
dinheiro pode ser uma das coisas mais importantes para o futuro de uma criança.
“Dinheiro não é tudo na vida.” Não pode ser encarado como o objetivo final. A
riqueza é uma idéia muito mais ampla. Reforçar alguns princípios é necessário:
a) Dinheiro não compra felicidade. Nem saúde. Nem amor. As coisas mais valiosas da
vida não são conquistadas através do dinheiro.
b) Ser “rico” não é apenas “ter” dinheiro ou outras coisas materiais. Há pessoas que são
“ricas” de família, de amigos, de valores nobres, de consciência limpa, de caráter, de
alegria.
c) Aprender a lidar com dinheiro não significa acumular dinheiro; ficar milionário ou
coisa do tipo.
24
f) Aprender mais sobre economia doméstica implica em aprender a dar valor ao que se
tem.
Desenvolver disciplina financeira, controlar os gastos e evitar dívidas. Fazer um
orçamento e gastar somente o que se ganha. Ser econômico e poupador.
g) Quem cuida bem das finanças pessoais também está cuidando do planeta.
Nesse momento D’Aquino nos mostra os quatro pontos que segundo ela são os
alicerces da educação financeira
25
“Como ganhar dinheiro
O grande desafio da educação não é educar para hoje, mas educar para que os
resultados possam florescer em 15, 20, 30 anos. Nos dias atuais, em que ocorrem
transformações tão abruptas e complexas, é preciso um grande esforço para educar as
crianças não para este mercado de trabalho, tal como conhecemos e fomos educados
para ele, mas para um mercado que mal podemos imaginar como será. Desenvolver o
espírito empreendedor e estimular modos inovadores de raciocínio, por exemplo, são
ferramentas essenciais à preparação de nossas crianças e jovens para o futuro.”
“Como poupar
Existem várias razões para se aprender a poupar. A idéia mais imediata que
ocorre é a da segurança. Embora seja uma idéia correta, é preciso levar em consideração
algumas outras. Ter uma poupança – ou ser educado para isso – cria disciplina, dá limite
e ensina auto respeito.”
O ato de doar deve ser ensinado como parcela da responsabilidade social que
cabe a cada um de nós. É urgente que eduquemos futuros cidadãos para que
compreendam que a solução de seus próprios problemas, ou para os problemas do país,
não depende exclusivamente do governo.”
26
racionalmente sobre uma compra a vista ou parcelada. Da mesma forma grande parte da
sociedade não sabe identificar os elementos principais de uma simples nota fiscal, ou
boleto de pagamento de cartão de crédito.
O professor deve trazer o cotidiano dos alunos para dentro da sala de aula. Um
aspecto básico por exemplo, é que aluno possa exercer seus direitos de cidadão e
consumidor conhecendo uma os elementos de uma nota fiscal.
Na ilustração abaixo temos duas notas fiscais; uma de venda e outra de serviços.
Uma coisa importante a se destacar é que a nota fiscal deve constar CNPJ e/ou CPF do
emissor no caso a loja ou profissional prestador do serviço.
27
2.6.2 – O Cartão de crédito
Nesse caso, a administradora concede um crédito cujo valor utilizado deve ser
pago no prazo estabelecido em contrato.
O cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 1920, quando postos
de gasolina, hotéis e firmas começaram a aplica-los para seus clientes mais fiéis. Eles
podiam abastecer o carro ou se hospedar em hotéis sem usar dinheiro ou cheque.
28
de lazer. Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado de um lado e dos
estabelecimentos filiados em outro – somente em 1955 o Diners passou a usar o plástico
em sua fabricação. Em 1958, foi a vez do American Express lançar o seu. No mesmo
ano, o Bank of America introduziu o seu BankAmericard, e foi o primeiro banco a
lançar um cartão de crédito próprio.
Este recurso se tornou popular em todo o mundo na década de 1990 e, hoje, ele
pode ser oferecido até mesmo pelo comércio, que procura fidelizar os clientes ao
facilitar a compra e eliminar a burocracia na abertura de crédito.
O cartão de crédito faz parte do nosso dia a dia e pode ser muito útil se bem
utilizado. Não sou contra cartões de crédito, mas é importante mostrar que quem não
paga uma dívida de R$ 100,00 no cartão, com uma taxa de juros compostos efetiva
mensal de 10%, transforma sua dívida em R$ 313,00 no final de um ano! Equivalendo a
uma taxa anual efetiva de 213% conforme a tabela acima.
Vamos comparar os rendimentos da caderneta de poupança e os juros pagos no
País: um depósito de R$ 100,00 feito na caderneta de poupança em 1/8/2015 se levaria
aproximadamente 12 anos para se transformar em R$ 213,00, ou seja, por volta de
1/8/2027. Nesse mesmo período, um empréstimo de R$ 100,00, se transformaria em
uma dívida de R$ 195 mil.
29
Portanto, é preciso estar sempre atento ao utilizarmos o cartão de crédito pois os
juros podem se tornar verdadeiras armadilhas. Devemos resistir ao impulso de comprar
e consumir desordenadamente. A nossa saúde financeira depende disso. Um estudo
feito em São Paulo em 2015 pela Confederação Nacional do Comercio CNC, mostra
que as pessoas que ganham de 1 a 5 salários mínimos gastam, em média, 35% de seus
rendimentos com juros. Entre as pessoas que ganham acima de 50 salários mínimos, o
gasto médio com juros é de 19%. Além disso na faixa de renda familiar acima de 10
salários mínimos o percentual de famílias endividadas era de 53% e crescente enquanto
que na faixa de renda abaixo do limite de 10 salários mínimos o endividamento tem
caído mas ainda é 58% das famílias.
O cheque especial nada mais é que um empréstimo que o banco concede a quem
possui uma conta corrente. As pessoas são levadas a gastarem além de suas posses, pois
mesmo com saldo negativo continuam sacando o dinheiro ou usando seus cartões de
débitos normalmente até o limite estabelecido pelo banco. Esse limite depende dos
valores movimentados na conta corrente. O bando cobra taxas altíssimas de juros nessa
transação de empréstimo chegando a assustadores 400% ao ano.
A conta considera total das dívidas em relação à renda nos últimos 12 meses.
Comprometimento da renda com as dívidas ficou em 21,98% em abril.
Quase metade da renda das famílias brasileiras está comprometida com dívidas,
segundo dados do Banco Central. O endividamento das famílias chegou a 46,3% em
abril, o maior percentual desde o início da pesquisa, em 2005. O Banco Central destaca,
no entanto, que a série foi recalculada em março. A conta considera o total das dívidas
das famílias em relação à renda acumulada nos últimos 12 meses. Um dos grandes
vilões desse endividamento junto com o cartão de crédito é o chamado cheque especial.
30
comprometimento da renda das famílias está praticamente estável desde fevereiro.
(Fonte: BC)
31
rendimentos menores e queda menor da inadimplência esperada para o final do ano.
Segundo ela, não deve haver redução da inadimplência de 1% a 1,5% no final do ano,
como geralmente acontece, devido à recessão econômica, com inflação alta.
O chamado cheque especial tem suas taxas por instituição divulgadas pelo Banco
Central. O professor deve instruir e alertar os alunos para o uso consciente do limite das
contas correntes em bancos. O uso do cartão de débito, que facilita a vida sem dúvida,
mas que deve ser usado com controle.
Taxas De Juros
32
8 Senff S.A. – Cfi 2,30 31,39
33
29 Hsbc Bank Brasil Sa Bco Multip 4,82 75,89
34
50 Financ Alfa S.A. Cfi 11,95 287,51
05/10/2015 A 09/10/2015
35
2.6.4 – O consumo consciente e a poupança
Questão motivadora: Hoje sou jovem, estudo, tenho boa saúde e trabalho para
conseguir o que quero. Mas nem sempre será assim. E no futuro? Penso em um dia
poder viajar, comprar um carro, ter minha própria casa, ter condições de dar conforto
para minha família e uma velhice mais tranquila. Mas como conseguir realizar estes
sonhos? Será que poupando R$ 50,00 eu consigo?
“As pessoas, muitas vezes, não se propõem a poupar R$ 1 milhão porque acham
o valor alto, mas é possível para qualquer um, principalmente se o planejamento tem
início cedo”, diz Mauro Calil, educador financeiro, que fez os cálculos para a Folha.
“Uma estratégia é começar com metas menores, como R$ 20 mil e R$ 100 mil. Depois
que bolo crescer fica mais fácil” Comenta.
36
2.6.5 – Taxas e Impostos
O Brasil tem a maior carga tributária do mundo. Você sabe o quanto de imposto
paga por produto ? Veja e se surpreenda com a carga de impostos que pagamos todos os
dias, sem contar o IR e outros impostos que já são retidos nos salários. Saiba o quanto
você paga de impostos em cada produto :
% De Tributos no valor
Produtos Variados final
Passagens aéreas 8,65%
Transporte Aéreo de Cargas 8,65%
Transporte Rod. Interestadual 16,65%
Transporte Rod. Interestadual Cargas 21,65%
Transp. Urbano Passag. – Metropolitano 22,98%
Vassoura 26,25%
Conta de água 29,83%
Mesa de Madeira 30,57%
Cadeira de Madeira 30,57%
Armário de Madeira 30,57%
Cama de Madeira 30,57%
Sofá de Madeira/plástico 34,50%
Bicicleta 34,50%
Tapete 34,50%
MEDICAMENTOS 36%
Motocicleta de até 125 cc 44,40%
Conta de Luz 45,81%
Conta de Telefone 47,87%
Motocicleta acima de 125 cc 49,78%
Gasolina 57,03%
Mensalidade Escolar 37,68% (ISS DE 5%)
Cigarro 81,68%
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
BÁSICOS Colunas1
Carne bovina 18,63%
Frango 17,91%
Peixe 18,02%
Sal 29,48%
Trigo 34,47%
Arroz 18,00%
Óleo de soja 37,18%
Farinha 34,47%
Feijão 18,00%
Açúcar 40,40%
Leite 33,63%
Café 36,52%
Macarrão 35,20%
Margarina 37,18%
Molho de tomate 36,66%
37
Ervilha 35,86%
Milho Verde 37,37%
Biscoito 38,50%
Chocolate 32,00%
Achocolatado 37,84%
Ovos 21,79%
Frutas 22,98%
Álcool 43,28%
Detergente 40,50%
Saponáceo 40,50%
Sabão em barra 40,50%
Sabão em pó 42,27%
Desinfetante 37,84%
Água sanitária 37,84%
Esponja de aço 44,35%
PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE Colunas1
Sabonete 42%
Xampu 52,35%
Condicionador 47,01%
Desodorante 47,25%
Aparelho de barbear 41,98%
Papel Higiênico 40,50%
Pasta de Dente 42,00%
MATERIAL ESCOLAR Colunas1
Caneta 48,69%
Lápis 36,19%
Borracha 44,39%
Estojo 41,53%
Pastas plásticas 41,17%
Agenda 44,39%
Papel sulfite 38,97%
Livros 13,18%
Papel 38,97%
Agenda 44,39%
Mochilas 40,82%
Régua 45,85%
Pincel 36,90%
Tinta plástica 37,42%
BEBIDAS Colunas1
Refresco em pó 38,32%
Suco 37,84%
Água 45,11%
Cerveja 56,00%
Cachaça 83,07%
Refrigerante 47,00%
CD 47,25%
38
DVD 51,59%
Brinquedos 41,98%
LOUÇAS Colunas1
Pratos 44,76%
Copos 45,60%
Garrafa térmica 43,16%
Talheres 42,70%
Panelas 44,47%
PRODUTOS DE CAMA, MESA E
BANHO Colunas1
Toalhas – (mesa e banho) 36,33%
Lençol 37,51%
Travesseiro 36,00%
Cobertor 37,42%
Automóvel 43,63%
ELETRODOMÉSTICOS Colunas1
Sapatos 37,37%
Roupas 37,84%
Aparelho de som 38,00%
Computador 38,00%
Fogão 39,50%
Telefone Celular 41,00%
Ventilador 43,16%
Liquidificador 43,64%
Batedeira 43,64%
Ferro de Passar 44,35%
Refrigerador 47,06%
Vídeo-cassete 52,06%
Microondas 56,99%
MATERIAL DE CONSTRUÇÃO Colunas1
Ferro 37,07%
Tijolo 34,23%
Telha 34,47%
Móveis (estantes, cama, armários) 37,56%
Vaso sanitário 44,11%
Tinta 45,77%
Casa popular 49,02%
39
Relação das taxas e impostos cobradas no Brasil nas três esferas Federal, Estadual
e Municipal
FEDERAIS
21 – Contribuições de Melhoria
40
23 – Fundo Aeronáutico (FAER)
36 – Taxa Ambiental
42 – Contribuição ao Funrural
41
46 – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE: sobre Combustíveis,
Royalties e Energia Elétrica.
ESTADUAIS
4 – Contribuições de Melhoria
MUNICIPAIS
1 – Contribuições de Melhoria
Algumas taxas federais como a contribuição para o SESI, são específicas para
trabalhadores da indústria outras como a contribuição para o SENAC para trabalhadores
do comercio.
42
A Taxa SELIC
A Taxa SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira. Esta taxa básica
é utilizada como referência para o cálculo das demais taxas de juros cobradas pelo
mercado e para definição da política monetária praticada pelo Governo Federal do
Brasil.
A taxa overnight representa a taxa média ponderada pelo volume das operações
de financiamento por um dia no mercado interbancário brasileiro, lastreadas em títulos
públicos federais e realizadas no SELIC, na forma de operações compromissadas. A
taxa reflete o custo do dinheiro para empréstimos bancários, com base na remuneração
dos títulos públicos.
Esta taxa é usada para operações de curtíssimo prazo entre os bancos, que,
quando querem tomar recursos emprestados de outros bancos por um dia, oferecem
títulos públicos como lastro (garantia), visando reduzir o risco, e, consequentemente, a
remuneração da transação (juros).
A taxa é expressa na forma anual para 252 dias úteis. Esta taxa não é fixa e varia
praticamente todos os dias, mas dentro de um intervalo muito pequeno, já que, na
grande maioria das vezes, ela tende a se aproximar da meta da SELIC, que é
determinada oito vezes por ano, consoante regulamentação datada de 2006.
43
dia a dia). Cabe salientar também que o BCB informa o fator mensal e não a taxa de
juros mensal.
2.7 – Maioria dos brasileiros com mais de 25 anos não conseguem tomar decisões
financeiras simples
44
Eu assisti essa reportagem e resolvi colocar o endereço na internet pois todos os
professores de matemática deveriam ver e se posicionar.
<http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/2015/11/10/15673271-maioria-com-mais-
de-25-anos-nao-consegue-fazer-contas-simples-de-matematica.html >
2.8.1 – Empréstimo
Após isso temos que calcular os juros do primeiro mês, ou seja, 8% de 15.000,00
e colocar esse resultado na célula D3. Proceda assim, na célula D3 digite “ = E2*0,08”
45
O próximo passo é somar os juros com o montante do mês anterior gerando do
novo montante. Assim na célula E3 digite “ =D3+E2”
Agora basta usar a função de copiar a fórmula arrastando a célula D3 até D11 e a célula
E2 até E11.
46
2a solução: Conhecendo a fórmula de juros compostos
O professor pode sugerir aos alunos construir uma tabela para fazer simulações
de investimentos. O investimento mais utilizado no país é a caderneta de poupança.
47
Mesclando as células A1 até D1, por exemplo, escrevemos um nome para a
tabela, no caso “Juros compostos” ou “Saldo da poupança”. Nas células A3 escreva
“fórmula”. Mescle as células B3 até D3 e escreva a fórmula do montante FV de juros
compostos que é utilizado para calcular o saldo da poupança. Em A5 escrevi “Taxa de
juros” e B5 “0,005”. Em A6 “Período n” e em B6 “24” pois são 24 meses e a taxa é de
0.5% ao mês. Em A7 “Capital PV” que é o Capital inicial ou Principal ou ainda Valor
Atual. B7 “1000”. Em A9 “ digite “Montante FV” e em B9 temos que digitar uma
função , que no caso é a fórmula do montante. então em B9 “ = B7*(1+B5)^B6” . E está
pronto. Agora podemos variar os valores de PV, N e i para ver se a fórmula realmente
funciona.
Imagine que uma pessoa use o cheque especial da sua conta corrente, que tem
informado juros nominal de 144% ao ano. Vamos montar uma tabela para calcular a
taxa anual efetiva.
𝑞
𝑖𝑎 = (1 + 𝑖𝑚 )12 − 1 cuja fórmula genérica é 𝑖𝑞 = (1 + 𝑖𝑡 ) 𝑡 − 1 onde 𝑖𝑞
12
é a taxa que queremos e 𝑖𝑡 é a taxa que temos, no exemplo 𝑖12 = (1 + 𝑖1 ) − 1 1
48
3 - Conceitos Básicos e Simbologia
3.1 – Introdução
3.2.1 – Porcentagem
49
Dos jogadores que jogam no Palmeiras, 80% tem menos de 28 anos de idade.
Significa que em cada 100 jogadores que jogam no Palmeiras, 80 tem menos de
28 anos de idade.
1.2. s.f. fração da centena que equivale a uma determinada fração de outro número
e é us. no lugar desta; p.ex., 50/100 (ou 50 %) equivale a 600/1200, a 70/140, a 4/8 etc.
[Tem a vantagem de permitir a comparação de grandezas diferentes e de tornar mais
fácil a manipulação de cifras muito grandes ou muito pequenas, em quadros, gráficos,
tabelas etc.].
Joca vendeu 50% dos seus 40 jogos. Quantos jogos ele vendeu?
50 2000
50% de 40 = 100 × 40 = = 20
100
Por exemplo:
b) 25% de 600kg .
25 15000
25% de 600 = 100 × 600 = = 150
100
50
Calculando o percentual de um aumento (ou redução) .
Considere o problema:
1 – Calcule:
a) 20% de 30 b) 7% de $45,00 c) 12% de 800kg d) 1% de
380
3.3.2 - Juros j
51
3.3.3 – Taxa i
A taxa de juros é uma razão entre os juros pagos (ou recebidos) e o capital,
acordada entre os entes envolvimentos numa negociação que leva em conta os riscos
envolvidos no negócio bem como outros fatores como tempo de duração do negócio. A
taxa de juros sempre está relacionada com um período de tempo em dias, meses, anos,
etc.
Juros: 𝐹𝑉 − 𝑃𝑉 = 𝑅$19,80
𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 19,80
Taxa de juros = =180,00 = 0,11 = 11%
𝑃𝑉
3.3.4 – Prazo n
Os juros são fixados por meio de uma taxa percentual referindo-se a uma
unidade de tempo (anos, semestres, trimestre, mês, dia)
52
Exemplos: 14% ao ano =14% a.a.
5% ao mês = 5% a.m.
(+)
... n
1 2 3
(-)
O esquema acima é pode ser usado para tornar mais fácil a visualização do fluxo
de caixa.
a) A linha ou escala horizontal representa o tempo. Ela deve ser divida em períodos
regulares e descontínuos dados em dias, semanas, meses, trimestres, semestres ou anos.
Os pontos 0, 1, 2, ...,n substituem as datas representam o fim de um período e inicio do
próximo. Assim o ponto 0 representa a data inicial, o ponto 1 o fim do primeiro período
, o ponto 2 indica o fim do segundo e assim por diante.
53
c) os valores monetários só podem ser colocados no início ou no final de cada período,
dependendo da convenção adotada (antecipado ou postecipado). Nenhum valor pode ser
colocado ao longo dos períodos, uma vez que eles não são contínuos. Assim, quando os
períodos correspondem a semestres, não há condição de se indicar um valor ao longo do
semestre. Uma solução possível, nesse caso, é diminuir a unidade de tempo dos
períodos, por exemplo, para meses ou dias;
1000,00
420,00
0 1 2 3
200,00 350,00
Temos uma entrada ou recebimento de $1000,00 no período 0 e outra de
$420,00 no período 3 e duas saídas ou pagamentos de $200,00 e $350,00 nos períodos
1 e 2 respectivamente. Poderíamos simplesmente anotar: +1000,00, - 200,00 , –
350,00, +420,00.
54
3.6 – O valor do dinheiro no tempo
Assim, do ponto de vista financeiro ter $500,00 hoje ou $530,00 daqui a um mês
numa taxa de 6% a.m. é a mesma quantia.
b) Valores de períodos diferentes tem que ser movidos para o mesmo período se
quisermos soma-los ou compará-los.
3.7.1 – A Moeda
A escolha do metal pareceu ser a coisa mais sensata pois o mesmo atendia os
requisitos necessários: durabilidade, fácil transporte e possibilidade de ser fracionado.
55
3.7.2 – Inflação
Uma moeda é dita estável quando seu valor permanece constante no decorrer de
um dado período.
Os países como o Brasil, e a India por exemplo tem uma economia ainda em
fase de desenvolvimento, enfrentando dificuldades para se industrializar e diversificar
seu parque industrial, sem deixar de lado os produtos agrícolas que sempre foram as
principais fontes de exportação e divisas. Durante décadas governo após governo vem
tentando medidas para fortalecer a economia e controlar a inflação. Estas medidas são
os planos econômicos que mostraremos em seguida.
56
como a economia fora desindexada, institui-se uma tabela de conversão para
transformar as dívidas contraídas numa economia com inflação muito alta em
dívidas contraídas em uma economia de inflação praticamente nula;
criação de uma espécie de seguro-desemprego para aqueles que fossem
dispensados sem justa causa ou em virtude do fechamento de empresas;
os reajustes salariais passaram a ser realizados por um dispositivo chamado
“gatilho salarial” ou “seguro-inflação”, que estabelecia o reajuste automático dos
salários sempre que a inflação alcançasse 20%.
Principais diretrizes:
Aumento de preços dos serviços públicos, como gás, energia elétrica, serviços
postais, etc.
57
Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na
economia brasileira em relação à concorrência externa.
Em 1 de agosto de 1993 foi criada uma nova moeda, o cruzeiro real(CR$) para
substituir o cruzeiro. Um cruzeiro real correspondendo a mil cruzeiros. Esta moeda teve
apenas 11 meses de vida, a vida mais curta de uma moeda na história do Brasil)
O Plano passou por três fases: O Programa de Ação Imediata, a criação da URV
(Unidade Real de Valor) e a implementação da nova moeda, o Real.
58
Privatizações – De empresas dos setores siderúrgicos, petroquímico e de
fertilizantes, por entender que as empresas públicas estarem reféns de interesses
corporativos, políticos e econômicos.
O Plano Real possibilitou a vitória de Fernando Henrique Cardoso nas eleições para
a Presidência em 1994, sendo reeleito nas eleições seguintes.
59
4- Juros
4.1 - Introdução
Uma dos principais elementos em finanças são os juros. Juro é o valor pago
(recebido ) por alguém pelo empréstimo de uma determinada quantia por um período de
tempo.
“ O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele existe porque a maioria das
pessoas prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado,
quem for capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu desejo, e neste
ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a alguém, menos paciente, deve ser
recompensado por esta abstinência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver.”
[1]
Dedicaremos uma parte pequena aos juros simples e descorremos sobre juros
compostos em todo o resto do trabalho dada a sua importancia teórica e prática.
Taxa
Lembrando que:
60
Podemos dizer que a taxa de juro também pode ser representada por duas formas
equivalentes:
Os juros são ditos simples quando a taxa de juros incide somente o principal
(capital inicial, valor atual, valor presente ou do inglês present valuePV).
O regime de juros simples é pouco utilizado na prática. São mais utilizados nas
operações de curto prazo, em função da simplicidade de cálculo e também para reduzir
ou aumentar ficticiamente a verdadeira taxa de juros embutida nas operações, dando
uma falsa impressão ao investidor ou comprador.
61
Em relação a fig 2.3.1 destacamos:
62
Em relação a esse gráfico convem comentar:
b) Os valores dos saldos nos finais dos quatro anos 1.000,00, 1060,00 , 1.123,60,
1.191,02, 1.262,48 representam um crescimento exponencial pois cada um é igual ao
anterior vezes 1,06.
Vamos fazer o mesmo experimento que fizemos com os juros simples. Vamos
aplicar $1000,00 por um período de dois anos a juros compostos. E após esse período
sacar tudo e reaplicá-lo por mais dois anos com a mesma taxa.
Ao final de dois anos o saldo final será de $1.123,60 bastando observar a tabela
no caso anterior nos dois primeiros anos. Vamos fazer um outro investimento por mais
dois anos.
63
5 Juros Simples: Fórmulas Básicas
5.1 – Introdução
Na maioria dos livros didáticos de ensino médio o Valor Futuro (FV) é chamado
de montante, bem como o valor presente (PV) é chamado de capital inicial ou principal.
Conforme mencionado nos capítulos anteriores estamos utilizando a notação usada na
calculadora HP-12C e também empregada na maioria dos livros de matemática
financeira.
64
O valor futuro FV, ou montante M , resultado de uma aplicação de um principal
PV, durante n períodos, com uma taxa de juros i por período, no regime de juros
simples é obtido pela expressão:
𝐹𝑉 = 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 + 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 = 𝑃𝑉 + 𝑃𝑉 × 𝑖 × 𝑛
ou seja,
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖 × 𝑛) (5.1)
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖𝑛)
onde a unidade de tempo da taxa de juros i deve coincidir com a unidade de tempo
utilizada para definir o número de períodos.
Em muitas casos a incógnita é a taxa de juros, logo convém a isolarmos essa variável
obtendo
𝐹𝑉 1
a relação 𝑖 = (𝑃𝑉 − 1) × 𝑛 (5.2)
5.3 – Exemplos:
Resolução:
Dados:
𝑃𝑉 = $800,00
n = 4 meses
i = 3% a.m. = 0,03
2 – Determinar o valor do principal que deve ser aplicado com uma taxa de juros de
2,5% ao mês , para produzir um montante de $8.000,00 no prazo de dois semestres, no
regime de juros simples.
Resolução:
65
𝑛 = 2 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒𝑠 = 12 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝐹𝑉 = $8.000,00
𝑃𝑉 =?
Usando a fórmula obtida em (5.5) obtemos
𝐹𝑉 8.000,00
𝑃𝑉 = = = 6.153,85
1 + 𝑖 × 𝑛 1 + 0,025 × 12
𝑛 = 166,67
ou seja precisaríamos de 166 meses e 20 dias para dobrar a quantia.
4 – Determinar o valor da rentabilidade (taxa de juros) que faz um principal de
$1000,00 se transformar num montante de $ 1200,00, num prazo de 18 meses.
Resolução:
Dados do problemas;
𝑃𝑉 = $1.000.00
𝐹𝑉 = $1.200,00
𝑛 = 18 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑖 =? (% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠)
Pela relação (5.2) temos:
𝐹𝑉 1 1200 1
𝑖=( − 1) × = ( − 1) × = 0,012
𝑃𝑉 𝑛 1000 18
66
ou ainda 1,2% ao mês.
5 – Uma concessionária vende um automóvel por $18.000,00 á vista. Se for a prazo o
valor sobe para $19.540,00 sendo cobrado $4.000,00 de entrada e o restante após 4
meses. Qual a taxa de juros utilizada?
Resolução:
Valor financiado foi $14.000,00 ($18.000,00 - $ 4.000,00). A operação financeira então
tem como base ou seja, valor presente $14.000,00 e valor futuro $15.540,00 ($19540,00
- $14.000,00). Sendo portanto o valor dos juros de $1540,00. O negocio funciona como
se a concessionária emprestasse $14.000,00 ao cliente e este se comprometesse a depois
de quatro meses devolver $15.540,00. Um juros de $1540,00.
Dados:
𝐹𝑉 = $15.540,00
𝑃𝑉 = $14.000,00
𝑛=4
𝑖 =? (% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠)
Pela relação (5.2) temos
𝐹𝑉 1 15.540,00 1
𝑖=( − 1) × = ( − 1) × = 0,0275
𝑃𝑉 𝑛 14.000,00 4
Resolução:
Dados:
𝑛 = 1 𝑚ê𝑠
𝑖 =? ( 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠)
𝐹𝑉 1 600,00 1
𝑖=( − 1) × = ( − 1) × = 0,50 = 50% 𝑎. 𝑚.
𝑃𝑉 𝑛 400,00 1
67
Observações:
O cálculo não pode considerar $600,00 como PV pois $200,00 foi pago na hora.
A operação ocorreu como se o comercio tivesse emprestado $400,00 ao
comprador que daqui a um mês devolveria $600,00, logo pagando um juros de
$200,00 que equivale a 50%.
Muitos comerciantes deixam os clientes serem enganados com a idéia de
considerar o PV como $600,00 pois nesse teríamos uma taxa de juros de 33,3%
bem menor que a taxa real aplicada.
Essa situação pode ser exemplificada quando uma loja vende um produto e
emite uma duplicata que lhe dá o direito de receber do comprador, na data estipulada, o
valor do produto ou serviço. É comum o comerciante ir a um banco e efetuar o desconto
da duplicata. O banco assume a divida e paga o valor descontado ao comerciante.
68
O valor do desconto, expresso em $, corresponde aos juros acumulados no
tempo. Assim, ele pode ser obtido pela diferença entre o valor futuro FV, ou montante,
e o valor presente PV, ou seja:
Desconto = 𝐹𝑉 − 𝑃𝑉
(𝐷𝑑 ) = 𝑃𝑉 × 𝑖 × 𝑛 (5.3)
Vamos então deduzir uma fórmula para calcular o desconto “por dentro”.
(𝐷𝑑 ) = 𝐹𝑉 − 𝑃𝑉 (5.4)
𝐹𝑉 1
𝐷𝑑 = 𝐹𝑉 − = 𝐹𝑉 (1 − )
1+𝑖×𝑛 1+𝑖×𝑛
e finalmente
𝑖×𝑛
𝐷𝑑 = 𝐹𝑉 × 1+𝑖×𝑛 (5.6)
Exemplos:
1 – Determinar o valor da taxa mensal de desconto “por dentro” usada numa operação
de desconto de 90 dias de um título cujo valor de resgate é $10.000,00 e cujo valor do
principal é $ 9.650,00.
Resolução:
Lembrando que taxa mensal de desconto “por dentro” é o mesmo taxa de juros e o valor
de resgate é o valor futuro.
Dados do problema:
69
𝑃𝑉 = $9.650,00
𝐹𝑉 = $10.000,00
𝑛 = 90 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 3 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑖 =? (% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠)
Pela relação (5.7) temos:
𝐹𝑉 1 10.000,00 1
𝑖=( − 1) × = ( − 1) × = 0,012089
𝑃𝑉 𝑛 9.650,00 3
ou seja, 1,20% ao mês.
2 – Um título de $8.000,00 vai ser descontado à taxa de 2,7% ao mês. Faltando 45 dias
para o vencimento do mesmo, determine:
a) O valor do desconto “por dentro”
b) O valor atual (PV)
Dados :
𝐹𝑉 = 8.000,00
𝑛 = 45 𝑑
𝑃𝑉 =?
Resolução:
𝑖×𝑛
a) Pela relação (5.7) temos, 𝐷𝑑 = 𝐹𝑉 × 1+𝑖×𝑛
0,0009 × 45
𝐷𝑑 = 8.000,00 × = 2.306,05
1 + 0,009 × 45
5.4.2 – Desconto comercial, bancário ou “por fora”.
Chamamos de desconto comercial, bancário ou “por fora” o equivalente ao juros
simples, produzido pelo valor nominal do título (FV) sendo saldado n períodos antes do
prazo estabelecido e proporcional á taxa fixada.
PV d FV
d
n n-1 .... 3 2 1 0
.. n
Figura (5.1)
70
Podemos nos basear no fluxo de caixa acima para deduzir uma expressão para o
cálculo do desconto comercial.
desconto de n períodos: 𝑛 × 𝐹𝑉 × 𝑑
Vale ressaltar que a taxa de desconto d (“por fora”) é aplicada sobre valor futuro
FV para produzir o valor presente( ou atual) PV, em quanto que a taxa de desconto ou
taxa de rentabilidade i (“por dentro”) é aplicada sobre o valor presente PV para produzir
o valor futuro FV.
Dessa forma o valor do desconto “por fora” (𝐷𝑓 ) ,ou comercial, é obtido
multiplicando-se o valor futuro, também chamado de montante, pela taxa de desconto d
por período, e esse produto pelo número de períodos de desconto n, ou seja:
𝐷𝑓 = 𝐹𝑉 × 𝑑 × 𝑛
(5.8)
𝑃𝑉 = 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠 = 𝐹𝑉 − 𝐹𝑉 × 𝑑 × 𝑛
ou melhor,
𝑃𝑉 = 𝐹𝑉(1 − 𝑑 × 𝑛) (5.9)
lembrando que a unidade de tempo da taxa de desconto deve ser a mesma da unidade
usada para definir o número de períodos.
Pela relação (5.9) podemos obter a seguinte expressão para calcular a taxa de
desconto d “por fora”, ou comercial:
𝑃𝑉 1
𝑑 = (1 − 𝐹𝑉 ) × 𝑛 (5.10)
Exemplos:
1 – Uma duplicata cujo valor nominal ou valor de face é $ 900,00 foi resgatado 3 meses
antes do vencimento através do desconto bancário, à taxa de 25% ao ano. Qual o valor
do desconto?
71
Resolução:
𝐹𝑉 = 900,00
3 1
𝑛 = 3 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 = = 𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑜
12 4
𝑑 = 0,25 𝑎. 𝑎.
2 – Uma loja de eletrodomésticos faz uma “promoção” na qual o cliente pode comprar
um eletrodoméstico e pagar somente daqui a um mês. Suponha que uma televisão custe
$ 1600,00 nessa “promoção”. Se a taxa de desconto utilizada pelos bancos é de 4% a.m.
qual é o preço que a televisão custava à vista?
𝐹𝑉 = $1.600,00
𝑛 = 1 𝑚ê𝑠
𝑑 = 0,04 𝑎. 𝑚.
3 – Uma pessoa deve pagar um empréstimo cujo valor acordado era de $ 10.000,00 Se
for paga com 60 dias de antecedência, fazendo então jus a um desconto, o valor cai para
$9.750,00. Qual a taxa de desconto usada pela financeira?
𝑃𝑉 = $10.000,00
𝐹𝑉 = $9.650,00
𝑛 = 90 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 3 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑑 =? (% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠)
72
Usando a expressão obtida em (5.10)
𝑃𝑉 1 9.650 1
𝑑 = (1 − ) × = (1 − ) × = 0,0116
𝐹𝑉 𝑛 10.000 3
ou seja, 1,16% ao mês.
𝐹𝑉
= 𝐹𝑉(1 − 𝑑 × 𝑛)
1+𝑖×𝑛
Ao simplificar podemos fazer as relações entre as taxas i e d
𝑑 𝑖
𝑖 = 1−𝑑×𝑛 e 𝑑 = 1+𝑖×𝑛
Duas taxas são proporcionais quando seus valores formam uma proporção com
os tempos a elas referidos, reduzidos à mesma unidade. Por exemplo 1% ao mês; 3% ao
trimestre; 12% ao ano são taxas proporcionais.
a) 12% ao ano
b) 6% ao semestre
c)1% ao mês
73
Resolução:
Podemos então concluir que como o montante foi igual nos três casos as taxas
são proporcionais no regime de juros simples.
Podemos nos perguntar. Como obter uma taxa proporcional a outra taxa dada?
Taxa mensal
PV (𝑖𝑚 ) FV
0 1 2 3 4 ... 12
n 0
Figura (5.2)
Taxa anual
PV (𝑖𝑎 ) FV
0 1
Figura (5.3)
74
A figura (5.2) nos fornece 𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖𝑚 × 12)
Supondo que as taxas são proporcionais então os montantes FV são iguais nos
dois esquemas. Daí igualando as duas ultimas expressões temos:
𝑖𝑎 = 𝑖𝑚 × 12 (5.11)
𝑖𝑎 = 𝑖𝑠 × 2 = 𝑖𝑡 × 4 = 𝑖𝑚 × 12 = 𝑖𝑑 × 360 (5.12)
Exemplos:
𝑖𝑎 = 𝑖𝑚 × 12
30 = 𝑖𝑚 × 12 ⟹ 𝑖𝑚 = 2,5%
Resolução:
75
3 – Calculemos a taxa anual proporcional a 9% ao trimestre.
Resolução:
E daí 𝑖𝑎 = 9 × 4 = 36%
76
6 Juros e descontos compostos :
–
Fórmulas Básicas
6.1 – Introdução
Nesse capítulo vamos mostrar as expressões que nos permitem calcular juros
compostos. Como já vimos, no capítulo 3, nos juros compostos calculamos os juros não
apenas sobre o Capital inicial como no regime de juros simples ,mas somamos os juros
do período anterior para formar o novo PV. Por isso mesmo, os juros compostos podem
ser chamado de “juros sobre juros”.
i i i i i i
0 1 2 3 ... n-1 n
77
No regime de juros compostos os juros de cada período são obtidos pela aplicação
da taxa de juros i sobre o capital aplicado no início do período de capitalização. Assim
temos:
No 1o período de capitalização (n = 1)
capital no início do período = 𝑃𝑉
juros do período = 𝑃𝑉 × 𝑖
capital no final do período = 𝐹𝑉 = 𝑃𝑉 + 𝑃𝑉 × 𝑖 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖)
No 2o período de capitalização (n = 2)
capital no início do período = 𝑃𝑉(1 + 𝑖)
juros do período = 𝑃𝑉(1 + 𝑖) × 𝑖
capital no final do período = 𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖) + 𝑃𝑉(1 + 𝑖) × 𝑖 =
= 𝑃𝑉(1 + 𝑖) × (1 + 𝑖)
𝑒 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖)2
No 3o período de capitalização (n = 3)
Analogamente a expressão para o valor futuro , ou montante no final do 3o
período de capitalização pode ser deduzida obtendo:
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖)3
Vale ressaltar que nos livros didáticos de ensino fundamental e médio é comum
chamar o FV de M( montante) e o PV de C ( capital inicial ou principal). Dessa forma a
expressão equivalente a (6.1) fica
𝑀 = 𝐶(1 + 𝑖)𝑛
78
6.2.2 – Verificando a expressão genérica
𝑛=4
𝑃𝑉 = 1.000,00
𝑖 = 6% = 0,06
0,12 𝑛
𝑀 = 𝐶 (1 + )
𝑛
0,12 𝑛
e tomando o limite da expressão lim𝑛→∞ 𝐶 (1 + ) = 𝐶. 𝑒 0,12
𝑛
𝑀 = 𝐶. 𝑒 𝑖 (6.2)
79
6.3 – Desconto “por dentro” ou Racional
𝐹𝑉
𝑃𝑉 = (1+𝑖)𝑛 (6.3)
𝐹𝑉 𝐹𝑉[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
( 𝐷𝑑 ) = 𝐹𝑉 − 𝑃𝑉 = 𝐹𝑉 − =
(1 + 𝑖)𝑛 (1 + 𝑖)𝑛
ou seja,
𝐹𝑉[(1+𝑖)𝑛 −1]
( 𝐷𝑑 ) = (6.4)
(1+𝑖)𝑛
n i PV PMT FV
x x,xx xx.xxx,xx xx.xxx,xx xx.xxx,xx
80
6.4.1 – Exemplos
Resolução:
𝑃𝑉 = 2.000,00
𝑛=5
𝑃𝑀𝑇 = 0,00
𝐹𝑉 =?
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖)𝑛
n i PV PMT FV
5 0,10 2.000,00 0,00 xx.xxx,xx
Obtemos
𝐹𝑉 = $ 3.221,00
Resolução: Os juros utilizados numa situação de venda a prazo são juros compostos.
81
Vamos utilizar o esquema para simular a HP-12C acima para resolver o problema.
n i PV PMT FV
10 xx,xx 1.200,00 0,00 1.450,00
Obtemos
𝑖 = 1,91 % 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
3 – Uma pessoa toma $3.000,00 emprestados , a uma taxa de juros de 3% ao mês, pelo
prazo de 10 meses, com capitalização composta. Qual o montante a ser devolvido?
Resolução:
𝑃𝑉 = $ 3.000,00
𝑛 = 10
𝑖 = 3% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠 = 0,03
𝐹𝑉 =?
n i PV PMT FV
10 3,00 3.000,00 0,00 xx.xxx,xx
Obtendo 𝐹𝑉 = $ 4.031,75
4 – Uma pessoa deseja adquiriu um determinado bem que custa $500,00. Para isso faz
um investimento de $100,00 numa caderneta de poupança que rende 0,5% ao mês.
Durante quanto tempo o dinheiro deve ficar aplicado para que ela consiga atingir seu
objetivo?
Resolução:
82
Utilizando os logaritmos ou uma tabela financeira obtemos 𝑛 =322,69 e como n
está em meses arredondamos n = 323 sendo necessários quase 27 anos para que o
montante almejado seja atingido.
Utilizando o esquema para representar a HP-12C (Excel).
n i PV PMT FV
323 0,50 100,00 0,00 500,00
𝑃𝑉(1 + 𝑖)𝑛 = 𝐹𝑉
Logo:
𝐹𝑉
𝑃𝑉 = (1+𝑖)𝑛 (6.5)
83
6.5.2 – Exemplos
𝐹𝑉 = 800,00
Dados: { 𝑛=4
𝑖 = 2%𝑎. 𝑚. = 0,02
n i PV PMT FV
4 2,00 ? 0,00 800,00
2 – Uma pessoa quer quitar um empréstimo de $ 5.000,00 três meses antes do seu
vencimento. Se a taxa de desconto é de 2,5% a.m. qual o valor do desconto(composto)
a ser dado?
𝐹𝑉 = 5.000,00
Dados: { 𝑛=3
𝑖 = 2,5%𝑎. 𝑚. = 0,025
ou com HP-12C
84
n i PV PMT FV
3 2,5 ? 0,00 5.000,00
Obtendo PV = 4.643,00
3 – Uma loja varejista que vende eletrodomésticos anuncia um aparelho celular cujo
preço à vista é de $ 1274,00 e pode ser pago em 10 prestações iguais totalizando $
1394,00. Qual a taxa de desconto aplicada?
Resolução:
Utilizando a HP-12C
n i PV PMT FV
10 ? 1274,00 0,00 1394,00
Assim a fórmula para o cálculo dos juros compostos pode ser lida da seguinte
forma: Uma quantia 𝑃𝑉 hoje, será transformada numa quantia 𝑃𝑉(1 + 𝑖)𝑛 . Isto é, uma
quantia cujo valor atual é 𝐴 equivalerá no futuro, depois de n períodos de tempo a
𝐹 = 𝐴(1 + 𝑖)𝑛 .
1
Lages, A matemática no ensino médio vol.2
85
Então como fazer a equivalência de capitais? A resposta para essa questão é:
Devemos iguala-las no mesmo período de tempo. É importante termos em mente o
fluxo de capitais, para que possamos não cometer erros.
Para obter o valor futuro FV basta multiplicar o Atual PV por (1 + 𝑖)𝑛 . Para obter o
valor atual PV, basta dividir FV por (1 + 𝑖)𝑛 .
6.6.1 – Exemplos
Resolução: Os fluxos de caixa abaixo são equivalentes. O que significa que R$ 500,00
na data 0 tem o mesmo valor que R$ 250,00 na data 3, ou seja daqui a três meses, mais
um pagamento igual a P, na data 4.
500,00
250,00 P
0 1 2 3 4
n
Igualando os valores em uma mesma época (0, por exemplo), dos pagamentos
nos dois esquemas , obtemos
250 𝑃
500 = +
(1 + 0,08) 3 (1 + 0,08)4
Obtendo P = R$ 410,25
Resolução:
86
PV =? FV=15.000,00
0 1 2 3
𝐹𝑉 15.000
Sabemos que 𝑃𝑉 = (1+𝑖)𝑛 = (1,02)3 = 14.134,83
Se o dinheiro pode ser aplicado à uma taxa de 2 % ao mês, qual a melhor opção?
Resolução:
Temos que igualar os valores das duas formas de pagamento numa mesma
época, por exemplo na época 2. Os esquemas de pagamentos são os seguintes:
0 1 2
70 70 70 70 70 70 70 70
0 1 2 3 4 5 6 7
87
7- Taxas de juros
7.1 – Introdução
3% ao mês
4% ao bimestre
7% ao ano
88
A taxa efetiva é utilizada nas calculadoras financeiras, nas planilhas eletrônicas e
nas tabelas financeiras.
a) 12,6825% 𝑎𝑜 𝑎𝑛𝑜
b) 6,1520% 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒
c) 1,00% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
Resolução:
n i PV PMT FV
4 12,6825 1.000,00 0,00 1612,20
n i PV PMT FV
8 6,1520 -1.000,00 0,00 1612,20
n i PV PMT FV
48 1,00 -1.000,00 0,00 1612,20
89
Como o montante obtido no final do prazo de quatro anos, pelo mesmo capital de
R$ 1.000,00 foi sempre igual a R$ 1.612,20 , podemos concluir que as taxas de
12,6825% 𝑎. 𝑎., 6, 1520% 𝑎. 𝑠. e 1,00% a.m. são equivalentes.
Taxa mensal
PV (𝑖𝑚 ) FV
0 1 2 3 4 ... 12
n 0
Figura (7.1)
Taxa anual
PV (𝑖𝑎 ) FV
0 1
Figura (7.2)
Para que essas taxas sejam equivalentes temos que ter montantes iguais, logo
(1 + 𝑖𝑎 ) = (1 + 𝑖𝑚 )12 (7.1)
1 + 𝐼 = (1 + 𝑖)𝑛 (7.3)
90
𝑄
a relação (7.3) pode ser encontrada na forma 𝑖𝑄 = (1 + 𝑖 𝑇 )𝑇 − 1 onde Q é período
que queremos expressar a taxa e T é o período que temos a taxa dada.
7.3.2 – Exemplos
Resolução:
e daí
1⁄
𝑖𝑚 = (1,10) 12 − 1 = 1,007974 − 1 = 0,007974
ou ainda 0,7974%
n i PV PMT FV
12 0,7974 -100,00 0,00 110,00
Acima usamos o fato de que 10% a.a .aplicados num principal de R$100,00
rende R$10,00 gerando um montante FV de R$ 110,00. Quando introduzimos o valor
12 para o período n , HP-12C determina a taxa equivalente a anual , que no caso é a
mensal.
Resolução:
𝑖𝑚 = 1% = 0,01
ou seja , 𝑖𝑎 = 12,6825%
n i PV PMT FV
12 1,00 -100,00 0,00 112,6825
91
3 - Determinar as taxas anual e semestral que são equivalentes à taxa de 3% ao
trimestre.
Resolução:
a) Taxa anual 𝑖𝑎
𝑖𝑡 = 3 %
Logo,
b) Taxa semestral 𝑖𝑠
(1 + 𝑖𝑠 )2 = (1 + 𝑖𝑡 )4 ⟹ (1 + 𝑖𝑠 ) = (1 + 𝑖𝑡 )2 = (1 + 3%)2
n i PV PMT FV
2 3,00 -100,00 0,00 106,0900
Resolução:
n i PV PMT FV
30 0,0496 -100,00 0,00 101,50
92
7.4 – Taxa Nominal
Apesar de muito utilizada no mercado a taxa anual, não representa uma taxa efetiva,
sendo utilizada muitas vezes para mascarar uma taxa efetiva maior. A taxa nominal não
deve ser usada nos cálculos financeiros, no regime de juros compostos.
Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva, a qual deve ser usada nos
cálculos financeiros em questão. Essa taxa efetiva implícita é sempre calculada de
forma proporcional no regime de juros simples.
Então, ao nos depararmos com uma taxa nominal numa negociação devemos
primeiro determinar a taxa proporcional no regime de juros simples, e daí se necessário
calcular as taxas equivalentes no período de juros compostos. Vejamos alguns
exemplos.
Nos exemplos anteriores as taxas efetivas que estão implícitas nos enunciados das
taxas nominais são calculadas como já dissemos no regime de juros simples e são as
seguintes:
93
A partir daí devemos utilizar essas taxas proporcionais nos cálculos com juros
compostos. As taxas anuais efetivas são sempre maiores que as taxas nominais pois
estamos trabalhando com juros compostos. Essa taxa anual equivalente será tanto maior
quanto forem os períodos de capitalização.
1 – Determinar as taxas efetivas anuais que são equivalentes a uma taxa nominal de 9%
ao ano, com os seguintes períodos de capitalização:
Resolução:
𝑖𝑁 = 9%
𝑁 𝑖 9%
a) Taxa efetiva mensal : 𝑖𝑚 = 12 = = 0,75% ao mês
12
Vamos fazer esse calculo com a calculadora HP-12C ou com a Planilha Excell:
n i PV PMT FV
12 0.75 -100,00 0,00 109,3807
(1 + 𝑖𝑎 ) = (1 + 𝑖𝑡 )4 = (1 + 2,25%)4 = (1,0225)4
n i PV PMT FV
4 2,25 -100,00 0,00 109,3083
94
Pela mesma argumentação do exemplo anterior concluímos.
𝑖𝑁 9%
c) Taxa efetiva semestral : 𝑖𝑠 = = = 4,5% 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒
2 2
(1 + 𝑖𝑎 ) = (1 + 𝑖𝑠 )2 = (1 + 4,5%)2 = (1,045)4
n i PV PMT FV
2 4,5 -100,00 0,00 109,2025
a) a taxa efetiva anual sempre é maior que a taxa nominal anual correspondente;
Resolução:
𝑖𝑁 = 15%
𝑁𝑖 15%
Taxa efetiva mensal: 𝑖𝑚 = 12 = 12
= 1,25%
95
Pela relação (8.2) temos:
(1 + 𝑖𝑡 )4 = (1 + 𝑖𝑚 )12 ⟹ (1 + 𝑖𝑡 ) = (1 + 𝑖𝑚 )3
(1 + 𝑖𝑡 ) = (1 + 1,25%)3 = (1,025%)3
n i PV PMT FV
3 1,25 -100,00 0,00 103,7971
3 – Uma empresa de cartão de crédito trabalha com uma taxa nominal de juros de 124%
em caso pagamento parcelado ou rotativo. Determinar a taxa de juros efetiva anual .
Resolução:
𝑖𝑁 = 124%
𝑁𝑖 124%
Taxa efetiva mensal: 𝑖𝑚 = 12 = = 10,3333%
12
Como podemos perceber a taxa efetiva de juros é bem mais alta que a taxa
nominal o que leva o usuário do cartão uma falsa sensação de estar pagando menos
juros.
n i PV PMT FV
12 10,3333 -100,00 0,00 325,4463
96
8- Séries Uniformes
8.1 – Introdução
Foi por meio desta lei que foram criados o Banco Nacional de Habitação (BNH)
e deu respaldo jurídico para a criação das Companhias de Habitação como forma de dar
assistência na elaboração e execução de planos diretores, projetos e orçamentos para a
solução do problema habitacional. No Brasil, atualmente, a Caixa Econômica Federal
que é um banco do governo federal tem financiado imóveis para milhões de pessoas.
97
a 2a prestação capitalizada por (n – 2) períodos tem seu valor futuro no final do
período n igual a 𝑃𝑀𝑇(1 + 𝑖)𝑛−2
a penúltima prestação capitalizada por 1 período tem seu valor futuro no final
do período n igual a 𝑃𝑀𝑇(1 + 𝑖)
a última prestação não é capitalizada logo tem seu valor futuro igual a 𝑃𝑀𝑇
𝐹𝑉 × 𝑖 = 𝑃𝑀𝑇[(1 + 𝑖)𝑛 − 1]
e finalmente:
𝑃𝑀𝑇[(1+𝑖)𝑛 −1]
𝐹𝑉 = (8.1)
𝑖
Esta relação resolve os problemas do tipo “ Dado PMT achar FV”, ou seja
determinar o valor do montante sabendo o valor das prestações PMT de uma série
uniforme, e constante.
n i PV PMT FV
x x,xx 0,00 xx.xxx,xx xx.xxx,xx
98
8.2.2 – Exemplos
1 – Determinar o valor do montante FV do fluxo de caixa que se segue, com uma taxa
de 10% ao ano, no regime de juros compostos, com uma prestação anual constante de
$1.000,00 por 5 anos.
Resolução:
Dados:
𝑛=5
𝑖 = 10% 𝑎𝑜 𝑎𝑛𝑜
𝑃𝑀𝑇 = $1.000,00
𝑃𝑉 = $0,00
𝐹𝑉 =?
n i PV PMT FV
5 10,00 0,00 -1.000,00 6.105,10
Resolução:
𝑛=7
𝑖 = 2% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
𝑃𝑀𝑇 = $ 2.000,00
𝑃𝑉 = $0,00
𝐹𝑉 =?
𝑃𝑀𝑇[(1+𝑖)𝑛 −1]
Pela relação (9.1) temos 𝐹𝑉 = 𝑖
2000[(1,02)7 − 1]
𝐹𝑉 = = 14.668,57
0,02
n i PV PMT FV
7 2,00 0,00 -2.000,00 14.668,57
99
3 – Um eletrodoméstico foi vendido em 10 prestações iguais de $120,00. Se a taxa de
juros da loja que vendeu foi de 4% ao mês, qual o valor do eletrodoméstico após as 10
prestações, ou seja, qual o valor à prazo ?
Resolução:
Dados:
𝑛 = 10
𝑖 = 4% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
𝑃𝑀𝑇 = $120,00
𝑃𝑉 = $0,00
𝐹𝑉 =?
𝑃𝑀𝑇[(1+𝑖)𝑛 −1]
Pela relação (9.1) temos 𝐹𝑉 = . Substituindo os valores
𝑖
120[(1,04)10 − 1]
𝐹𝑉 = = 1.440,73
0,04
n i PV PMT FV
10 4,00 0,00 -120,00 1.440,73
Resolução:
𝑛 = 20
𝑖 = 8% 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒
𝑃𝑀𝑇 = $1.500,00
𝑃𝑉 = $0,00
𝐹𝑉 =?
1.500[(1,3)20 − 1]
𝐹𝑉 = = 68.642,95
0,3
n i PV PMT FV
20 8,00 0,00 -1.500,00 68.642,95
100
8.3 – Problema do tipo “dado FV determinara PMT”
Este problema é do tipo “dado FV determinara PMT”, pois temos o valor final
do total de prestações e queremos o valor de cada prestação.
Assim obtemos
𝑖
𝑃𝑀𝑇 = 𝐹𝑉 (1+𝑖)𝑛−1 (8.2)
8.3.1 – Exemplos
Dados:
𝑛=6
𝑖 = 3% 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒
𝑃𝑀𝑇 =?
𝑃𝑉 = $0,00
𝐹𝑉 = $2.400,00
𝑖 0,03
𝑃𝑀𝑇 = 𝐹𝑉 = 2.400 = 371,03
(1 + 𝑖)𝑛 − 1 (1,03)6 − 1
e com a calculadora
n i PV PMT FV
6 3,00 0,00 - 371,03 2.400,00
2 – Um pequeno investidor faz uma aplicação financeira, que consiste numa quantia
constante que é retirada do seu pagamento direto da folha de pagamento e aplicado num
fundo de poupança com rendimento de 5% ao semestre . Se após 8 meses ele tem
acumulado $900,00 , qual o valor da quantia mensal aplicada?
Resolução:
101
Dados:
𝑛 = 8 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
𝑖𝑠 = 5% 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑒
𝑃𝑀𝑇 =?
𝑃𝑉 = $0,00
𝐹𝑉 = $900,00
(1 + 𝑖𝑠 )2 = (1 + 𝑖𝑚 )12 ⟹ (1 + 𝑖𝑠 ) = (1 + 𝑖𝑚 )6
(1 + 0,05) = (1 + 𝑖𝑚 )6 ⟹ 𝑖𝑚 = 0,00816
𝑖 0,00816
𝑃𝑀𝑇 = 𝐹𝑉 = 900 = 109,32
(1 + 𝑖) − 1
𝑛 (1,00816)8 − 1
i i i i i i
n 1 2 3 4 ... 0
n 1
Vamos encontrar uma expressão que nos permita resolver a questões do tipo
mencionado. Conforme indica o diagrama acima, sabemos calculamos o montante FV
com a expressão (9.1) em função da prestação PMT. Da mesma forma sabemos calcular
o montante conhecendo o principal PV com a relação (6.1)
𝑛
𝐹𝑉 = 𝑃𝑉(1 + 𝑖) . Substituindo a segunda na primeira e isolando o principal PV
obtemos
1−(1+𝑖)−𝑛
𝑃𝑉 = 𝑃𝑀𝑇 (8.3)
𝑖
8.4.1 – Exemplos
Resolução:
102
𝑛=4
𝑖 = 5% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
𝑃𝑀𝑇 = $560,00
𝑃𝑉 =?
𝐹𝑉 = $0,00
n i PV PMT FV
4 5,00 1985,73 -560,00 0,00
Resolução:
Resolução:
𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = $180.000,00
𝑛 =5−1=4
𝑖 = 3% 𝑎𝑜 𝑚ê𝑠
𝑃𝑀𝑇 = $180.000,00
𝑃𝑉 =?
𝐹𝑉 = $0,00
103
8.5 - Problema do tipo “dado valor a vista PV determinar a prestação PMT”
Assim obtemos
𝑖
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 1−(1+𝑖)−𝑛 (8.4)
Resolução:
𝑖 0,03
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 = 2.400 = 443,03
1 − (1 + 𝑖) −𝑛 1 − (1,03)−6
n i PV PMT FV
6 3,00 -2400 443,03 0,00
Resolução:
Nesse caso vamos igualar os valores no período -1 ( esta é uma escolha que pode
parecer estranha, mas que possibilita o uso da fórmula para resolver o problema)
160
-1 0
P P P P P P P P
-1 0 1 2 3 4 5 6 7
160 1−(1+0,1)−8
= 𝑃𝑀𝑇 ⟹ 𝑃𝑀𝑇 = 775,98
1+0,1 0,1
104
8.6 – Rendas Perpétuas ou perpetuidades.
Exemplos:
1 – Se o dinheiro vale 2% ao mês , quanto deve ser o aluguel de um imóvel que vale 60
mil reais?
Resolução:
𝑃𝑀𝑇
𝑃𝑉 = ⟹ 𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉 × 𝑖 ⟹ 𝑃𝑀𝑇 = 60.000 × 0,02 = 1.200
𝑖
O valor do aluguel deve ser de R$ 1.200,00.
2 – Uma pessoa deseja ter uma renda perpétua de R$ 2.000,00 Quanto deverá aplicar
hoje em uma caderneta de poupança que rende 0,5% ao mês?
Resolução:
Dados:
𝑃𝑀𝑇 = 2.000,00
𝑖 = 0,5% = 0,005
𝑃𝑀𝑇 2.000
𝑃𝑉 = = = 400.000
𝑖 0,005
Tal pessoa deve aplicar R$ 400.00,00 hoje para ter uma renda perpétua de R$ 2.000,00,
mantidas as condições do problema.
105
8.7 - Sistemas de Amortização
Exemplo: Paulo fez um empréstimo de R$ 200,00, a juros mensais de 10% . Ele quitou
a dívida em três meses, pagando a cada mês os juros e amortizando 20% da dívida no
primeiro mês e 30% e 50% nos dois meses seguintes.
k 𝐽𝑘 𝐴𝑘 𝑃𝑘 𝐷𝑘
0 -- -- -- 200
1 20 40 60 160
2 16 60 76 100
3 10 100 110 --
Em todos os sistemas os pagamentos são soma dos juros com a amortização da dívida.
9.6.1 – Exemplos
Em todos dos exemplos usaremos uma tabela semelhante a tabela abaixo, onde
constam os principais elementos envolvidos no planejamento dos sistemas de
amortização.
106
Sistema de Pagamento
Amortização do
n Juros Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0 0 0 0 30.000,00
1 1.200,00
2
3
4
5 30.000,00 0
Totais 30.000,00 0
107
2 – Sistema de pagamentos variáveis
3 – Sistema Americano
Sistema Americano
Amortização do
n Juros Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0 0 0 0 30.000,00
1 1.200,00 1.200,00 30.000,00
2 1.200,00 1.200,00 30.000,00
3 1.200,00 1.200,00 30.000,00
4 1.200,00 1.200,00 30.000,00
5 1.200,00 30.000,00 31.200,00 0
Totais 6.000,00 30.000,00 36.000,00 0
108
4 – Sistema de Amortização Constante – SAC
𝑖
𝑃𝑀𝑇 = 𝑃𝑉
1 − (1 + 𝑖)−𝑛
𝐴𝑘 = 𝑃𝑘 − 𝐽𝑘
109
0,04
No nosso exemplo 𝑃𝑉 = 30.000,00 e logo 𝑃𝑀𝑇 = 30.000 1−(1,04)−5 = 6.738,81
110
Comparação SAC PRICE
Prestação Decrescente Constante
Amortização Constante Crescente
Juros Decrescente Decrescente
Vantagem Menor juros, logo saldo devedor Prestações inicias menores e
diminui mais rápido constantes
Desvantagem Prestações iniciais maiores Saldo devedor diminui mais
lentamente em relação ao SAC
111
9 - Sugestões de atividades
Na intenção de enriquecer a atividade docente na sua prática de sala de aula,
selecionamos algumas atividades que podem auxiliar e servir de exemplos para
elaboração de outras atividades. Nosso desejo é que tais sugestões possam tornar as
aulas de matemática financeira uma experiência gratificante e cheia de significado tanto
para os alunos quanto para os professores além de contribuir para a construção de uma
consciência cidadã crítica. Dessa forma estaremos colaborando para formação integral
dos alunos e ajudando a tomar decisões de forma consciente em suas vidas financeiras.
Poupança: Ela deixou de ser uma opção até mesmo para proteger seu patrimônio
112
pulo do gato, no entanto, é que já há algum tempo quem opta por investir na caderneta
acaba perdendo dinheiro.
Com o juro básico brasileiro (Selic) em 12,75% ao ano, tanto faz se sua
caderneta de poupança é nova ou anterior à mudança no cálculo de remuneração feita
pelo BC em 2012 .
Isto pode parecer bom para os mais leigos, que não levam em conta o aumento
da inflação. Em fevereiro, por exemplo, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo) subiu 1,22%, deixando a inflação oficial do Brasil acumulada nos
últimos doze meses em 7,70%.
Problema 2: Calcule.
a) 12% de 200
b) 30% de 40kg
113
Atividade 2 – Alimentação Saudável
Problema 1: Faça uma pesquisa e descubra quantos quilos uma pessoa deve pesar de
acordo com sua altura. Meça seu peso numa balança e verifique se você está dentro do
esperado.
Quantos porcento você deve emagrecer ou engordar para atingir o peso ideal?
Quais as mudanças fazer na sua alimentação? E na sua rotina diária?
Pesquise o preço dos alimentos considerados mais saudáveis? Aliás o que é
alimentação saudável?
Problema 2 : Excesso de peso atinge 52% dos brasileiros, aponta Ministério da
Saúde (Fonte: Revista Veja/Ministério da Saúde).
Uma pessoa de 43 anos e 1,60m de altura está pesando 140kg o que não é
saudável, por aumentar os riscos de doenças cardiovasculares. Se ela emagrecer 42kg ,
calcule o percentual que ela perdeu de massa?
Iphone Nokia
Samsung galaxy sii A vista R$1.500,00 ou A vista R$ 1220,00
a vista R$ 1.300,00 8 x de R$ 190,00 ou 6 x de R$ 230,00
ou 9 x de R$ 180,00
c) Qual a diferença percentual entre o preço a vista e a prazo do mais barato á prazo?
d) Qual dos três você escolheria? Qual a diferença do preço a vista e a prazo de celular
escolhido
114
Atividade 4 – Pequenas escolhas, grandes negócios
Numa lanchonete havia a seguinte propaganda:
Hoje um copo de suco 200 ml por R$ 3,00 ou um copo de suco 300 ml por R$4,00.
Qual é a opção mas econômica?
115
Em nota divulgada na sexta-feira (28), o Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) havia informado que haveria o
aumento, sem precisar de quanto seria.
De acordo com o Sindigás, o presidente da Sergás (sindicato das revendedoras),
Robson Carneiro dos Santos, afirma que o reajuste será repassado ao consumidor.
“Não tem como segurar o preço final por muito tempo porque os nossos custos também
subiram muito”, afirmou, segundo nota divulgada no site do sindicato.
(G1-SP-08.09.2015))
Resolva os problemas
Problema 1: Suponha que o preço do botijão de 13kg gás custa R$ 40,00. Calcule qual
será o novo preço após o aumento lido na notícia.
Problema 3 : O salário dos bombeiros do Rio de Janeiro são os mais baixos do Brasil.
Se o atual salário de R$ 1200,00 aumentar para R$1440,00, qual terá sido o percentual?
Os alunos podem abordar o problema usando razão e devem concluir que com
24,00
R$24,00 ele podia comprar = 12 lanches custando R$ 2,00 cada. E com R$
2,00
30,00
30,00 ele podia comprar = 11,53 , que na prática são 11 lanches. Logo o Tales
2,60
tinha razão em reclamar.
116
O lanche aumentou 2,60 – 2,00 = 0,60 então percentualmente isso equivale a
0,60
= 0,3 = 30% .
2,00
A mesada por sua vez 30,00 – 24,00 = 6,00 então percentualmente isso
6,00
equivale a 24,00 = 0,25 = 25% .
Logo a intuição de Tales estava certa, e ele saiu perdendo.
2o O que você percebeu comparando os preços dos produtos? Todos tem o mesmo preço
nas lojas ?
117
Peça ajuda aos seus pais ou irmão mais velho e preencha uma planilha do Excell
. Veja um exemplo:
4 – Na terceira linha ,
primeira coluna digite: “ Receitas”
5 – Na quarta digite :
”Salário Líquido” e se houver outra
receita extra digite na próxima linha :”Extras” e na próxima linha digite : “total”
118
8 – Por fim temos que calcular o
saldo final do mês. O saldo final será a
diferença entre a receita total e os totais
dos gastos fixo e variável somados. Veja o
exemplo:
Questão motivadora: Hoje sou jovem, estudo, tenho boa saúde e trabalho para
conseguir o que quero. Mas nem sempre será assim. E no futuro? Penso em um dia
poder viajar, comprar um carro, ter minha própria casa, ter condições de dar conforto
para minha família e uma velhice mais tranquila. Mas como conseguir realizar estes
sonhos? Será que poupando R$ 50,00 eu consigo?
119
que se aposentará com independência financeira – sonho de muitos e planejado por
poucos.
Os cálculos mostram que quem começa o investimento mais conservador aos 45 anos,
precisa aplicar por mês para atingir a meta aos 55 anos de idade, mais de três vezes o
projetado para os 30 anos, e mais de sete vezes o estimado aos 18 anos.
“As pessoas, muitas vezes, não se propõem a poupar R$ 1 milhão porque acham o valor
alto, mas é possível para qualquer um, principalmente se o planejamento tem início
cedo”, diz Mauro Calil, educador financeiro, que fez os cálculos para a Folha. “Uma
estratégia é começar com metas menores, como R$ 20 mil e R$ 100 mil. Depois que
bolo crescer fica mais fácil” Comenta.
Questões:
18 anos
30 anos
45 anos
c) Qual valor devemos depositar para que começando aos 18 anos tenhamos juntado R$
1 milhão aos 55 anos.
120
Atividade 10: Leitura e dramatização de uma Fábula
1 – Leia a fábula abaixo com os alunos.
3 – Redação relatando o que eles entenderam da fábula e o que pretendem fazer na suas
vidas a partir desse conhecimento.
121
d) Faça o mesmo para lanche.
e) Lembre de algum gasto eventual além desses e faça as contas na linha em
branco.
f) Calcule quanto esses gastos no total representam percentualmente do
orçamento familiar.
Produtos Valor unitário gasto mensal gasto anual
balas
cinema
cafezinho
lanche
a) Você já viu propagandas do tipo acima? Por que você acha que uma loja ou
supermercado faz tal tipo de “promoção”?
122
Atividade 14: Impostos e taxas
“Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), o
brasileiro gasta uma média de 150 dias por ano, cerca de 5 meses, trabalhando só para
pagar impostos. Em 2013, os tributos comprometeram cerca de 41% da renda do
trabalhador. Entre os impostos que mais pesaram sobre os contribuintes, o campeão foi
o ICMS, responsável por 21% do total, seguido por INSS e IR, com 18% e 17%,
respectivamente.”
Problema 1: Procure uma nota fiscal que você ou alguém da sua família recebeu , cole
no seu caderno e identifique:
123
Veja onde encontrar
124
A história e os tipos de cartão de crédito e débito.
Os juros cobrados mensal anualmente pelos três principais bandeiras de cartão
de crédito.
Os tipos de pagamento possíveis.
O que é um cartão de débito?
125
Atividade 18 : Qual a melhor opção de pagamento?
Utilizando o mesmo exemplo de fatura da atividade anterior, existem três modos
de pagar essa fatura:
Construa uma tabela na planilha Excell (ou outra similar) supondo que a cada
mês sejam pagos apenas os valores mínimos. A tabela deve constar os juros cobrados.
126
Atividade 19: Endividamento das famílias
Leia o texto abaixo e faça uma redação sobre o tema.
Conta considera total das dívidas em relação à renda nos últimos 12 meses.
Comprometimento da renda com as dívidas ficou em 21,98% em abril.
Quase metade da renda das famílias brasileiras está comprometida com dívidas,
segundo dados do Banco Central. O endividamento das famílias chegou a 46,3% em
abril, o maior percentual desde o início da pesquisa, em 2005. O BC destaca, no
entanto, que a série foi recalculada em março. A conta considera o total das dívidas das
famílias em relação à renda acumulada nos últimos 12 meses.
Fonte>: BC
127
Em setembro, comparado a igual período de 2014, o número de consumidores
com contas atrasadas subiu 5,45%. Na comparação com agosto deste ano, houve recuo
de 0,59%.
128
Atividade 20: Juros do cartão de crédito
O texto abaixo foi retirado do site do Banco Central do Brasil.
b) Se a operadora do cartão de crédito informa um juros nominal de 290% (ao ano) qual
a taxa de juros efetiva?
Juro do cheque é o maior desde 1995 e o do cartão sobe para 372% ao ano
Os juros do cheque especial tiveram nova alta em junho, e alcançaram 241,3% ao ano. É
o maior patamar desde dezembro de 1995, em quase 20 anos, segundo dados divulgados
pelo Banco Central nesta quinta-feira (30). Em maio, a taxa estava em 232% ao ano.
129
Isso significa que o consumidor que fizer uma dívida de
R$ 1.000 no cheque agora vai dever ao banco, daqui a
12 meses, incríveis R$ 3.413.
Fonte: BC
b) em duas prestações mensais iguais, sem desconto, vencendo a primeira um mês após
a compra.
ii) Joana quer comprar um eletrodoméstico que custa R$ 1200,00. A loja deu a ela duas
opções de pagamento:
b) em duas prestações de iguais, sem desconto, sendo a primeira um mês após a compra.
130
Atividade 23 : Lista de exercícios 1
Lista A
1) Você tem hoje R$ 2.000,00 e deseja aplica-los para obter o valor da entrada de um
carro, no valor de R$ 6.000,00. Assim, pretendendo ter um montante (juros mais
principal) equivalente a esse valor, em uma aplicação que paga uma taxa de juros
compostos de 1,2% ao mês. Quanto tempo você deve deixar seu dinheiro aplicado para
obter a entrada do automóvel?
2) D. Irene estava precisando de uma geladeira nova. Ela viu a geladeira na loja por
R$1800,00. Ela tem R$ 1400,00 numa aplicação que rende 1,4% ao mês. Quanto tempo
ela precisa esperar para comprar a geladeira à vista? Ela pode dar essa quantia de
entrada e parcelar o restante em 6 prestações de R$ 95,00. Qual a taxa de juros aplicada
pela loja ?
Resposta: D. Irene terá que esperar 18 meses. A taxa de juros da loja foi de 1,57% a.m.
3) Quanto dinheiro você terá daqui a 10 anos se aplicar R$ 200,00 dinheiro na caderneta
de poupança do Brasil que hoje rende apenas 0,5% a. m.?
4) Suponha que você não consiga pagar o valor total do cartão de crédito. Seu saldo
devedor é de R$ 200,00. A instituição financeira que administra o cartão cobra uma
absurda taxa de juros de 12% a.m. Qual sua dívida daqui a 10 anos?
5) Se uma operadora de cartão de crédito cobra uma taxa nominal de 180% , qual será a
taxa efetivamente cobrada pela operadora?
Resposta: 435%
131
Atividade 24 : Lista de exercícios 2
1) Uma pessoa pretende juntar $24.000,00 ao final de 5 anos. Ela deposita mensalmente
$ 120,00 num investimento e tem hoje um saldo de $9.000,00. Qual deve ser a taxa de
juros do investimento para atingir seus objetivos?
2) O Sr. Lucio pretende quitar uma dívida de R$6.000,00 com um banco 30 dias antes
do vencimento. Quanto irá pagar se o desconto é composto e a taxa de juros é de 1% ao
mês.
Resposta: A taxa anual de juros da loja e que é equivalente a 2% ao mês é 26,824% a.a.
132
10 - Conclusão
Os educadores brasileiros, principalmente os professores de matemática, tem em
suas mãos um grande desafio: Transformar montes de fórmulas e problemas repetitivos
mecanicamente em conhecimento com significado. A educação financeira dos jovens e
crianças é essencial para que elas se tornem cidadãos críticos e conscientes, senhores de
sua história. O consumismo desacerbado tem transformado nosso povo numa sociedade
que valoriza as pessoas pelo que tem e não pelo que são, uma verdadeira inversão de
valores. Um cidadão é alguém consciente dos seus direitos e deveres, capaz de escolher
racionalmente o que fazer com seu dinheiro. Um cidadão pode decidir onde investir seu
dinheiro. Um cidadão pode escolher a forma que vai pagar suas compras.
Esperamos que este trabalho sirva de inspiração a muitos outros na área, e que
possa ter contribuído um pouco com nossos colegas docentes e estudantes de
matemática e áreas afins.
133
Bibliografia e Referências
BRADESCO, Fundação. Apostila de Matemática Financeira. Disponível em
<http://www.ev.org.br/Paginas/Home.aspx> Acesso em março de 2015.
D’ARAÚJO, Caio Fábio. A crise do ser e ter. Rio de Janeiro: Vinde editora, 1994.
134
Anexo 1 – Principais Funções da HP-12C
2.2 – O Teclado
A maioria das teclas da HP-12C realiza duas ou até mesmo três funções,
observe:
2
https://epxx.co/ctb/hp12c.php
135
. Para usar a função primária, impressa em branco, basta pressioná-la.
Se, ao ligar sua HP, você perceber que a parte inteira está separada da parte
decimal por ponto (0.00), significa que está preparada para cálculo em US$. Para
adaptá-la a cálculos em R$, ou seja (0,00), basta, com a máquina desligada, pressionar
136
Ao se acionar a tecla ENTER repetidas vezes ocorrem as seguintes transfe-
rências de valores entre as memórias transitórias ou voláteis:
2.6 – A tecla X ≶ Y
Essa tecla faz uma troca entre os conteúdos das memórias X e Y, permanecendo
os conteúdos das memórias Z e T sem nenhuma alteração.
A tecla CHS (do inglês Change Signal) troca o sinal do valor da memória X, ou
seja, do valor mostrado no visor, assim um número positivo passa a negativo e vice-
versa.
2.8 – A tecla 𝑹 ↓
Essa tecla permite uma troca nos conteúdos das quatro memórias transitórias, da
seguinte forma:
137
2.9 - Introduzindo Números
Exemplo:
a) 15 + 27 = 42
Pressione Visor
15 ENTER 15,00
27 + 42,00
Durante o curso, você perceberá que nem sempre utilizamos 2 casas decimais (0,00).
Importante:
- 0 a 4, mantém-se
- 5 a 9, arredonda-se
138
Exemplo: 200 ÷ 17
Todas estão corretas. Porém, convém observar o número de casas decimais que
se deseja a cada exercício.
Obs.: Perceba que estando com este resultado no visor (12) se multiplicarmos por 5, a
HP-12C lhe trará como resultado 59, se pressionarmos f 2 o resultado será 58,82. Isso
quer dizer que a HP-12C não multiplicou o número arredondado que aparecia no seu
visor (12), mas sim, o resultado da divisão com todas as casas decimais (11,76470588).
Isso significa que internamente o numero de casas decimais é o maior possível
independente do que mostra o visor.
Obs. Quando o expoente for uma fração deve-se resolver primeiro a fração e depois
calcular a potência.
1
Exemplo: Calcule o valor de 34 .
3 ENTER
1 ENTER
4 ÷
139
YX (fornece como resposta 1,32)
2 ENTER
3 – A Função RND
140
Que fornece 2,67 como resposta. Entretanto, conforme mostrado anteriormente,
a HP-12C mantém internamente essa resposta com um número muito maior de casas
decimais 2,66666667. Vamos agora usar a função RND pressionando as teclas:
f RND
4 - Limpando os Registros
4.3 – A tecla com a função amarela REG limpa , de uma vez, as seguintes memórias:
memórias transitórias : X, Y, Z e T;
memórias fixas: 0 a 9 e .0 a .9;
memórias financeiras: n, i, PV, PMT, FV
4.4 – A tecla com função amarela PRGM limpa os programas que estão gravados na
calculadora. Para que essa limpeza tenha efeito é indispensável que a HP-12C seja
previamente colocada em fase de programação, com o acionamento da função amarela
P/R.
5 - Troca de Sinais
A tecla CHS que, em inglês, quer dizer “troca sinal”, isto é, trocar o sinal do
número queSXX
está no visor, transformando-o, se positivo, em negativo e vice-versa.
Exemplo:
8 CHS
-8 (resultado no visor)
6 - Cálculos em Cadeia
141
Esses registradores (conhecidos por memórias de pilha operacional) são designados por
X, Y, Z e T.
Exemplos:
a) 1 + 2 + 3 + 4 = 10
X Y Z T
Digitar 1 1,
ENTER 1,00 1,00
Digitar 2 2, 1,00
ENTER 2,00 2,00 1,00
Digitar 3 3, 2,00 1,00
ENTER 3,00 3,00 2,00 1,00
Digitar 4 4, 3,00 2,00 1,00
+ 7,00 2,00 1,00
+ 9,00 1,00
+ 10,00 1,00
18
b) {[24−(15+3)]} = 3,00
Exercício:
Calcule:
(2400+630)
a) { } = 1,31 2400 ENTER
2312
630 +
2312 ÷ 1,31
142
(4621−2730)
b) {(6230+1723)} = 0,24 4621 ENTER
2730 −
6230 ENTER
1723 +
÷ 0,24
7 - Funções de porcentagem
Exemplo: 14 % de 300
7.3 – Para calcular a variação percentual entre dois números, introduza, como base, o
valor mais antigo da operação, seguido da tecla ENTER , introduza o segundo número
e pressione ∆% .
Exemplo:
No pregão de ontem, as ações da Cia. MIX S.A. subiram de R$ 5,37 para R$ 5,90.
Qual foi a variação percentual?
143
Exemplo:
8.2 - A função DATE permite somar algebricamente uma data de calendário com um
número de dias.
As datas podem informadas nas sequencias dia-mês- ano ou mês-dia-ano. Para
entrar com as datas no formato dia-mês-ano ( comum no Brasil na maioria dos países),
é preciso executar a função azul D.MY (dia, mês e ano em inglês) teclando g D.MY
e estará fixando esta informação na sua calculadora sendo essas letras mostradas no
visor. Portanto, não será necessário repeti-la a cada operação. Caso se queira entrar
com as datas no formato mês-dia-ano é necessário, previamente, executar a função azul
M.DY.
Obs.: Lembre-se que, ao acionar a tecla g , a função em azul passa a ser utilizada.
Para que o visor mostre a data digitadas de forma completa, é necessário fixar
em seis o número de casas decimais, mediante o acionamento sucessivo das teclas f e
6.
a) Datas futuras
144
correspondente ao intervalo de tempo e pressione as teclas g DATE . Você estará
calculando uma nova data.
Exemplo: Qual é a data de vencimento de uma compra feita no dia 25.03.2007 para
pagamento em 48 dias?
Entrando com a data no formato dia-mês-ano
f 6 (fixando seis casas decimais)
g D.MY (D.MY indicado no visor)
25.032007 ENTER (data inicial nas memórias X e Y)
48 (número de dias para o pagamento)
g DATE (Resposta: 12.052007 6)
ou simplesmente,
25.032007 ENTER 48 g DATE 12.052007 6
Dias da semana
1 segunda-feira
2 terça-feira
3 quarta-feira
4 quinta-feira
5 sexta-feira
6 sábado
7 domingo
b) Data Passada
145
f 6 (Fixa seis casas decimais)
09.052007 ENTER
45 CHS (Troca o sinal indicando data passada)
g DATE (Resposta: 25.032007 7)
ou simplesmente
Para calcular o número de dias existentes entre duas datas, introduza a data mais
antiga e pressione ENTER , em seguida, introduza a data mais recente e pressione
as teclas g ∆DYS
Exemplo:
ou simplesmente,
146
Para armazenar um valor, deve-se digitá-lo e, em seguida, pressionar a tecla
STO seguida do número da memória desejada.
Para recuperar a informação contida na memória é necessário pressionar a tecla
RCL seguida do número da memória.
Exemplos:
Digitar:
25 STO 0 o número continua no visor, porém já está armazenado. Quando você
for utilizar o número armazenado basta pressionar RCL 0 , que ele retornará ao
visor, podendo ser utilizado para qualquer cálculo.
Como mencionado acima a tecla RCL serve para chamar (recall) os valores das 20
memórias fixas (0 a 9 e .0 a .9) para o visor da calculadora.
(5+4)2
4 – Resolver a expressão (2+1)2
5 ENTER
4 +
2 YX
STO 1 (Resultado do numerador armazenado na memória 1)
ENTER
1 +
2 YX
STO 2 (resultado do denominador armazenado na memória 2)
RCL 1 (chama o conteúdo da memória 1, no caso o numerador para o visor,
memória X)
RCL 2 (chama o conteúdo da memória 2, no caso o denominador para o visor e
coloca o numerador na memória Y )
÷ (efetua a divisão)
147
*A tecla RCL é também usada para mostrar no visor o conteúdo contido nas teclas
financeiras (n, i, FV, PV, PMT) as quais veremos as funções mais a frente do texto. Esta
visualização permite uma revisão dos parâmetros usados na solução de um problema.
Exercícios
1 – Calcule o valor de 21 + 35 ÷ 3 com 4 casas decimais.
1
2 – Calcule o valor de 84 com 5 casas decimais.
1,6
3 – Calcule o valor de √23,41
4 – Calcule o valor de log2 com 4 casas decimais
23+45
5 - Calcule o valor da expressão ( )
5
6 – Se um aluguel varia de R$520,00 para R$590,00 qual o percentual de aumento?
9 – As Teclas Financeiras
As cinco teclas financeiras (n, i, PV, PMT, FV) obedecem as seguintes definições:
N número de períodos de capitalização de juros, expresso em anos, semestres,
trimestres, meses ou dias
PV Valor presente (PV – Present Value), ou seja, valor do capital inicial aplicado.
PMT valor de cada prestação da série uniforme (Periodic PayMenT) que ocorre no
final de cada período (Série postecipada), ou no início de cada período (Série
antecipada).
148
No caso da série uniforme postecipada é necessário ativar a função azul END .
O visor não indica que essa função está ativa. Conforme a convenção adotada os valores
que ocorrem em cada período devem ser representados no final de cada período.
No caso das séries antecipada é necessário ativar a função azul BEG. O visor
indica que essa função está ativa .Conforme a convenção adotada os valores que
ocorrem em cada período devem ser representados no ínicio de cada período.
n i PV PMT FV
x x,xx xx.xxx,xx xx.xxx,xx xx.xxx,xx
149
10 – Utilização de n fracionário
11 – Conclusão
Este pequeno manual apresenta apenas as principais funções da calculadora
financeira HP-12c, longe de ter esgotado o assunto. Foi resultado de várias buscas,
dois minicursos e pesquisas bibliográficas. Aconselhamos aos interessados em
aprofundar os conhecimentos a procurarem bibliografia técnica especializada ou
mesmo cursos online.
1) http://www.ev.org.br/
2) http://www.cursou.com.br/informatica/curso-de-excel-avancado/
3) http://canaldoensino.com.br/blog/9-cursos-online-gratis-de-excel-com-certificado
4) https://www.youtube.com/watch?v=nLflg9pwG3E
150