MONOPOLY
MONOPOLY
MONOPOLY
SÃO PAULO
2019
ALTAIR OLIVEIRA PEREIRA PASSOS
ELICA DE OLIVEIRA MOURA SILVA
SÃO PAULO
2019
Passos, Altair e Silva, Elica.
Monopoly- Matemática de Maneira Lúcida Ensino de Juros
Simples e Compostos/ Altair Oliveira Pereira Passos e Elica
de Oliveira Moura Silva – São Paulo:
A. Passos e E. Silva, 2019. 40 f. 32 cm
CDD 370.71
ALTAIR OLIVEIRA PERERIA PASSOS
ELICA DE OLIVEIRA MOURA SILVA
Data de aprovação:
____/____/_____
Banca Examinadora
___________________________________
Profª.Dra. Adriana Tiago Castro dos Santos
FMU -Orientador
___________________________________
Prof.ª. Maura Araujo Dias
FMU
SÃO PAULO
2019
AGRADECIMENTOS
O estudo a seguir é composto por analisar como a Teoria das Situações Didáticas
pode auxiliar o professor no ensino de Juros Simples e Compostos, através de uma
adaptação na regra do Jogo Monopoly. A primeira parte do trabalho é composta por
explicar a teoria e o conceito de juros. Na segunda etapa explicamos a dinâmica e as
regras das atividades que foram aplicadas para alunos do 1° Semestre do curso de
Licenciatura em Matemática em uma universidade de São Paulo e se as mesmas
auxiliaram no ensino da teoria. Os resultados apontaram que ao realizarmos toda
atividade planejada conseguimos construir com os alunos o conhecimento de juros
simples e compostos.
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 11
1.1. TEORIA DAS SITUAÇÕES DIDÁTICAS ...................................................... 11
Conceito de situação didática ......................................................................... 12
Resolução de problemas X situações didáticas .............................................. 14
Tipos das situações didáticas ......................................................................... 16
Situações de instituição .................................................................................. 18
Sinopse para a metodologia de ensino ........................................................... 18
1.2. Conceito Juros Simples e Compostos.......................................................... 19
1.2.1. Juros Simples ........................................................................................... 19
1.2.2. Juros Compostos ...................................................................................... 20
1.2.3. Juros simples e compostos ....................................................................... 20
............................................................................................................................... 21
2. ANALISE PRIORI ............................................................................................... 21
3. APLICAÇÃO DA SEQUÊNCIA ........................................................................... 23
4. ANALISE POSTERIORI...................................................................................... 24
4.1. Resultado Qualitativos: ................................................................................ 24
4.2. Resultados Quantitativos ............................................................................. 25
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 32
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 33
7. ANEXOS ............................................................................................................. 34
9
INTRODUÇÃO
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O modelo teórico foi desenvolvido na França por Guy Brousseau (1986), são
formas de apresentação do conteúdo matemático que possibilita o aluno a
compreender melhor a aprendizagem da Matemática.
Segundo Freitas (2016), a pesquisa dessa teoria representa um marco sobre
ensino e aprendizagem da Matemática, isso porque as teorias desenvolvidas nas
últimas décadas abordavam aspectos gerais e não especificava sobre o saber da
Matemática e com isso surgiu um programa epistemológico que participam
pesquisadores de outros países e da França.
Para criar a teoria das situações didáticas Brousseau se baseou na análise
crítica das décadas dos anos 60 e 70 de Dienes, Pappy e outros, que desenvolveram
trabalhos que tinham como objetivo promover o ensino da Matemática Moderna.
Brousseau desenvolveu um trabalho didático que teve como hipótese que um
ambiente de contradições e desequilíbrios é um meio para se aprender por
adaptações, essa ideia surgiu a partir de estudos de Piaget sobre a teoria da
epistemologia genética, que estudou sobre o construtivismo em pedagogia.
Por ser uma teoria que se apresentação com uma contraposição à forma
didática clássica, é uma referência para o processo de aprendizado matemática
envolvendo professor, aluno e conhecimento matemático, isso porque valoriza os
conhecimentos dos alunos e seu envolvimento na construção do saber matemático,
por outro lado, o professor é valorizado ao criar condições para que os alunos possam
assimilar os conteúdos matemáticos específicos.
Quando o professor prepara os meios ele tem como expectativa a participação
dos alunos, e estes tentam examinar quais são as regras do jogo para apontar suas
ações. No meio ocorrem as interações do sujeito e cria um sistema com adversários
no qual os alunos terão que agir, por isso é no meio que em que ocorre o desafio de
desestabilizar o sistema didático e assim surge as contradições, divergências e a
possibilidade de aprender novos conhecimentos.
Contrato de didático e os conceitos de meio são elementos importantes para
análise das situações didáticas, sendo que no meio as situações são regidas por um
conjunto de obrigações mútua, formal ou informal que envolve alunos, professores e
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o conteúdo do jogo que é que se denomina de contrato didático. Esse conteúdo pode
ter interpretações diferentes e adequações, isso porque a mesma tem sido utilizada
por vários pesquisadores, isso foi o próprio Brousseau quem observou ao relatar que
a teoria pertence tanto a ele quanto a todos os pesquisadores que cooperam e as
utilizam, podendo assim ter outras interpretações e usar de diferentes formas e assim
provavelmente alterar.
outros, que geralmente não estão descritos nos trabalhos, isso porque no mesmo só
aparece o resultado final, o professor como mediador não deve repassar esse
resultado direto ao aluno, mas sim criar um ambiente no qual os alunos possam
passar pelos mesmo processo dos estudiosos, o maior desafio está em criar um
ambiente cientifico e condições para que os alunos aprendam em pouco tempo
fundamentos que demoram muito tempo para serem elaborados.
O sucesso no processo de construção do conhecimento ocorre no momento em que
os alunos incorporam o problema como se fossem deles e conseguem solucionar o
mesmo, porém a resolução do mesmo passa por várias etapas, que permite a
progressão do aprendizado, a primeira etapa é o professor conseguir não apenas
comunicar o problema mas sim transferir a responsabilidade de resolver o mesmo de
uma maneira que incentive os alunos, após isso tem várias fases do ciclo que possui
interferências de várias variáveis nas quais algumas o professor não conseguirá ter
controle direto, pois em alguns momentos os alunos precisarão trabalhar sem o auxílio
do professor, ou seja, de maneira independente. Ao falarmos da interação entre aluno
e professor nessa teoria Brousseau (1986, p.49) afirma que:
tema abordado, caso contrário ele precisa evoluir progredir para atender a expectativa
do assunto, essa progressão pode ser através de vários níveis sendo alguns mais
simples como obter algum dado, informação ou até mais complexo sendo necessário
um conhecimento especifico mais elaborado, por essa razão é importante um trabalho
sistematizado, organizado, pedagógico e formal.
Por buscar uma aprendizagem original é importante que os alunos sejam
estimulados a ultrapassar as etapas com seu próprio raciocínio, com isso será
necessário que eles tenham uma superação intelectual de algumas informações ou
condicionais que não lhe foram passadas, vai ser esse processo que permitirá que
cada um siga o seu passo e permaneça motivado na linha de raciocino por seu próprio
mérito em todo processo de ensino, porém o professor não deve jamais abandonar os
alunos, ele deve estar presente em cada estágio e ter estruturado didaticamente as
situações para o sucesso da teoria, ou seja, existe a autonomia dos alunos, mas o
trabalho em conjunto do professor apoiando e o aluno tomando as decisões é
fundamental para o sucesso do método.
O professor pode encontrar dificuldade de como equilibrar as informações que
serão passadas aos alunos, em vista disso é bom colocar como objetivo reformular
ideias básicas do conhecimento, pois caso falte informações (didáticas extremadas) o
aluno não consegue desenvolver o processo de aprendizado e acaba seguindo por
tentativas aleatórias que não é uma característica da atividade escolar , ou se for
repassado muitas informações (igualmente ingênuas) o método acaba sendo igual ao
tradicional, e o racional da lógica acaba sendo apressadamente transmitida ao aluno,
sendo assim, é importante o equilíbrio entre essas duas posições radicais.
Essa metodologia exige uma “coragem” para ser aplicado, tendo em vista que
pode conduzir a caminhos bem diferentes do ensino tradicional, os conhecimentos por
muitas vezes terão suas particularidades em relação ao problema proposto e por
utilizar um método experimental pode não alcançar a essência teórica da matemática,
em função disso é primordial uma etapa de institucionalização do saber regido pelo
professor, nessa fase ajusta o conhecimento elaborado pelo aluno e descartar o
fundamentos não valorizados formalmente pela sociedade, esse é um momento que
não usamos a situação à didática, pois o saber volta a ser do professor.
Nessa teoria o saber matemático específico pode conter mais de uma situação
à didática para lhe dar sentido, para que os alunos adquirirem os conhecimentos
matemáticos desejáveis, o professor tem como finalidade didática busca-las e ajusta-
16
las para que as situações apareçam ao longo do processo e assim aparecer a situação
fundamental que é um conjunto mínimo de situações à didáticas particular de uma
determinada sabedoria.
Ação
Formulação
Validação
Aqui o aluno usa o saber com finalidade através de provas, podendo contestar
ou rejeitar proposições, ele não se refere somente as informações em torno do
conhecimento, mas faz declarações, afirmações e elaborações a propósito desse
conhecimento. É oportuno mencionar o trabalho de Balacheff (1988, p.31), tal qual
define os conceitos: processo de validação, explicação, prova e demonstração, com
objetivo de buscar um significado mais preciso para as noções.
O processo de validação tem como finalidade validar uma dada posição matemática,
mesmo que teórica.
A explicação é um tipo discursivo para que o conhecimento seja compreensível a uma
outra pessoa, o mesmo é uma verdade para o que está repassando o conhecimento,
porém não é para a pessoa que está recebendo.
A prova ocorre no momento que a explicação é reconhecida e aceita por um grupo de
pessoa num momento preciso e particular, sendo assim, a validade do conhecimento
não está apenas com o que está transmitindo, mas sim está sendo compartilhado e
confirmado pelos outros.
Os tipos de provas aceitas pelos paradigmas da comunidade matemática são
determinados de demonstrações, por isso tem uma estrutura que constitui em lógica-
formal com regras bem definidas, e se apoia em proposições verdadeiras.
O estudo de Balacheff não está voltado diretamente o estudo dos tipos de provas,
mas ele traz à tona a tese de Lakatos (1978), que considera o desenvolvimento
Matemático através de uma dialética de provas e de refutações.
A atividade de validação é inseparável da formulação, a produção de provas precisa
ser composta por um sistema comum de validação e pode possuir uma linguagem oral
ou escrita, no ambiente de um grupo social, mesmo que restrito a duas pessoas. O
mais comum é que o aluno utilize linguagens natural ou simbólica expressando-se
hibridamente, porém pode ocorrer de usar apenas uma, o domínio insuficiente da
linguagem simbólica formal da matemática dificulta a produção de provas, essas
situações ocorrem sempre linearmente e geralmente é um ciclo (ação, formulação e
validação).
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De acordo com Amorim (2016), quando uma taxa é aplicada a cada data sobre
o valor de um capital, esse regime de capitalização é chamado de juros simples. Um
montante (M) é gerado quando um capital (C) é colocado a juros simples através de
uma taxa (i) depois de n períodos.
M = C + C · i · n = C · (1 + in)
Para Amorim (2016), a taxa aplicada sobre o valor do capital acumulado com
juros dos períodos anteriores a cada certo tempo, é denominado de regime de juros
compostos. Um montante (M) gerado após aplicar um capital (C) com juros composto
a uma taxa i, produz, n períodos de aumentos contínuos constantes.
M = C · (1 + i) n
De acordo com Amorim (2016), o credor ou investido, deve analisar que, para
unidade de tempo menor que a taxa de juros, é melhor usar juros simples, pois gera
um montante maior, já é melhor juros compostos quando o prazo for maior que a
unidade de taxa, conforme o gráfico a seguir:
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2. ANALISE PRIORI
2° Criamos uma regra diferente para o jogo Monopoly no qual o vencedor será
quem possuir mais propriedades no final das duas rodadas.
ficha e adicione 2% a esse valor, o resultado será o valor pago para adquirir a
propriedade, cada jogador deve anotar o nome da propriedade adquirida, o valor para
hipotecar e o valor final pago para adquirir a propriedade, deve enumerar de acordo
com a ordem da compra, a primeira rodada termina quando todos derem uma volta
no tabuleiro, ou seja, quando todos os jogadores chegarem a casa “PONTO DE
PARTIDA”.
Na segunda rodada devolve todas as hipotecas, e anota no papel a quantidade
total de hipotecas que cada jogador teve na primeira rodada. Inicia a segunda rodada
no qual quando cair em uma casa que tenha propriedade livre para compra, o jogador
vai ter que pegar o valor resultante da primeira rodada e adicionar mais 2% a esse
valor, ou seja, só será possível continuar a segunda rodada se o aluno anotou as
informações da primeira na sequência, pois aqui não irá mais valer o que está na ficha,
e sim o quanto ele pagou na rodada anterior, um exemplo de na primeira rodada ele
adquiriu apenas duas propriedades sendo uma no valor de 36 e outra no valor de 86,
nessa sequência, e na segunda rodada ele conseguiu comprar 4 propriedade ele
pagará 36 + 2% = 36, 72 como não temos moedas o valor pago na primeira
propriedade será 37,00, já a segunda será 86 + 2% = 87, 72, ou seja, 88, como na
etapa anterior ele só conseguiu duas posses o valor da terceira propriedade será igual
do primeiro valor anotado, sendo assim, ele pagará novamente 37, isso pode ser
tornar um looping caso a quantidade de posses da segunda rodada seja maior que o
da primeira.
Após essas duas rodadas pediremos para que os alunos relacionem a primeira
atividade com a segunda, e discutiremos para ver o que eles analisaram, por fim
iremos explicar o objetivo das atividades e transmitir o conhecimento de juros.
A expectativa é realizarmos a atividade para todos os alunos que fizeram a
prova diagnostica, a duração será de aproximadamente 3 horas.
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3. APLICAÇÃO DA SEQUÊNCIA
4. ANALISE POSTERIORI
Legenda:
-Em Branco: deixaram as duas questões sem fazer, por não saberem ou não lembrarem.
-1a Questão: fizeram apenas a primeira questão e deixaram a segunda sem fazer por não
saberem ou não lembrarem.
-2a Questão: realizaram as duas questões.
Legenda:
-Acertou: acertaram tanto juros como o montante.
-Errou: os resultados dos juros e montante estavam incorretos, aqui consideramos os em
brancos.
26
Legenda:
-Acertou: acertou todos os cálculos.
-Errou: consideramos os errados e os em brancos.
Legenda:
-Acertou: compreendeu a regra do jogo, acertou os cálculos de porcentagem e os valores da
ficha.
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Legenda:
-Acertou: todos os cálculos estavam corretos
-Errou %: erraram cálculo de porcentagem
-Errou arredondamento: valor final arredondado errado.
-Errou: não entendeu a regra do jogo usou valores que não tivemos como avaliar.
Legenda:
-Não fez: alunos saíram antes de terminar atividade
-Matéria com Juros: conseguiram compreender seguindo os passos da regra do jogo,
conseguiriam fazer cálculo dos juros.
-Matéria Cotidiano: Não conseguiu associar ao cálculo de juros, porém apontou a importância
da porcentagem no dia-a-dia.
Legenda:
-1a Questão: fizeram apenas a primeira questão e deixaram a segunda sem fazer por não
saberem ou não lembrarem.
-2a Questão: realizaram as duas questões.
Legenda:
-Acertou: acertaram tanto juros como o montante.
-Errou: os resultados dos juros e montante estavam incorretos.
-Parcialmente: apenas os juros estavam corretos.
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Legenda:
-Acertou: acertou todos os cálculos.
-Errou: errou os cálculos e resultado.
Legenda:
-Acertou: compreendeu a regra do jogo, acertou os cálculos de porcentagem e os valores da
ficha.
-Errou arredondamento: valor final arredondado errado.
Legenda:
-Acertou: todos os cálculos estavam corretos
-Errou %: erraram cálculo de porcentagem
-Errou arredondamento: valor final arredondado errado.
Legenda:
-Matéria com Juros: conseguiram compreender seguindo os passos da regra do jogo,
conseguiriam fazer cálculo dos juros.
-Matéria Cotidiano: Não conseguiu associar ao cálculo de juros, porém apontou a importância
da porcentagem no dia-a-dia.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desse estudo foi analisar se é possível utilizar a teoria das situações
didáticas para ensino de juros simples e compostos utilizando o jogo Monopoly com
uma adaptação nas regras, ou seja, propor um desafio aos alunos para que ao longo
da atividade eles consigam aprender o conteúdo, e no final o professor apenas
equaliza o saber para a linguagem matemática.
Conforme as informações da análise posteriori, concluímos que é possível
ensinar juros com a teoria das situações didáticas utilizando o jogo Monopoly, pois os
alunos conseguiram associar o processo do jogo ao conteúdo de juros simples e
compostos.
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6. REFERÊNCIAS
Machado, Silvia Dias Alcântara. Educação Matemática: uma (nova) introdução. São
Paulo: EDUC, 2016.
7. ANEXOS